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As notas a seguir intentam traduzir a extensa iconografia sobre a cidade Pelotas relacionada neste volume em informações complementares aos leitores. O conjunto de imagens selecionadas é res- trito - salvo algum equívoco - ao período do primeiro centenário: 1812-1912. Este limite diz res- peito ao momento capturado, retratado ou registrado nas plantas, cartões, fotografias, litografias, aquarelas e desenhos aqui reproduzidos. Informações, por vezes despercebidas, desconhecidas, mas consideradas, por relevantes à leitura da cidade. Não as considerem, porém, o leitor, intangíveis: representam antes - como diria o Capitão - “recurso para trabalho escoimado”. 1. Praça da Matriz (atual Praça José Bonifácio) vista desde a Rua Santo Antônio (atual Rua Dr. Miguel Barcelos). É possível avistar, ao centro, um dos quatro chafarizes da Companhia Hidráulica Pelotense, em frente à Catedral São Francisco de Paula. Este chafariz é o único desaparecido. O renomado médico Dr. Miguel Rodrigues Barcelos, agraciado em 1888 com o título de Barão do Itapitocaí, residia no casarão sobrado, à esquerda. Nesta rua ainda, a 17 de junho de 1888, o ma- vioso poeta Lobo da Costa, frequentou, pela última vez, uma taverna ali existente, horas antes de ter sido encontrado morto nas proximidades. (MAGALHÃES, M. O. Os passeios da cidade antiga. Guia histórico das ruas de Pelotas. Pelotas: Armazém Literário, 2000). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada. 2. “A aquarela da Catedral São Francisco de Paula é extremamente importante para o estudo da evolução da construção da Matriz, bem como o de seu entorno. Pineau mostra a imponente fa- chada do templo (já completamente edificada em 1883) em contraposição ao seu acanhado corpo — cuja fachada lateral denunciava a existência das tribunas. Excluindo a fachada, todo o restante da construção seria modificado ao longo dos anos, sendo que só em 1948 o templo assumiu seu aspecto externo atual, com a construção da cúpula. É possível ainda visualizar o extinto chafariz da Companhia Hidráulica Pelotense, bem como um bonde puxado por muares da Companhia Ferro Carril e Cais de Pelotas. Reprodução de uma das oito aquarelas pintadas pelo artista francês Pineau”. (SCHLEE, A. R. “Oito olhos sobre Pelotas, quatro visões de uma cidade”, in: Revista da ANPUR, v. 6, n. 3, 2000: Cinco Séculos de Cidade no Brasil). Data da Imagem: 1883. Fonte da Imagem: OSORIO, F. L. A cidade de Pelotas. 3. ed. Pelotas: Armazém Literário, 1997. NOTAS INTRODUTÓRIAS À ICONOGRAFIA DO Almanaque do Bicentenário de Pelotas (Vol. 1) Guilherme Pinto de Almeida* * Graduando em Arquitetura e Urbanismo pela UFPEL. Pesquisador.

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As notas a seguir intentam traduzir a extensa iconografia sobre a cidade Pelotas relacionada neste volume em informações complementares aos leitores. O conjunto de imagens selecionadas é res-trito - salvo algum equívoco - ao período do primeiro centenário: 1812-1912. Este limite diz res-peito ao momento capturado, retratado ou registrado nas plantas, cartões, fotografias, litografias, aquarelas e desenhos aqui reproduzidos. Informações, por vezes despercebidas, desconhecidas, mas consideradas, por relevantes à leitura da cidade. Não as considerem, porém, o leitor, intangíveis: representam antes - como diria o Capitão - “recurso para trabalho escoimado”.

1. Praça da Matriz (atual Praça José Bonifácio) vista desde a Rua Santo Antônio (atual Rua Dr. Miguel Barcelos). É possível avistar, ao centro, um dos quatro chafarizes da Companhia Hidráulica Pelotense, em frente à Catedral São Francisco de Paula. Este chafariz é o único desaparecido. O renomado médico Dr. Miguel Rodrigues Barcelos, agraciado em 1888 com o título de Barão do Itapitocaí, residia no casarão sobrado, à esquerda. Nesta rua ainda, a 17 de junho de 1888, o ma-vioso poeta Lobo da Costa, frequentou, pela última vez, uma taverna ali existente, horas antes de ter sido encontrado morto nas proximidades. (MAGALHÃES, M. O. Os passeios da cidade antiga. Guia histórico das ruas de Pelotas. Pelotas: Armazém Literário, 2000). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

2. “A aquarela da Catedral São Francisco de Paula é extremamente importante para o estudo da evolução da construção da Matriz, bem como o de seu entorno. Pineau mostra a imponente fa-chada do templo (já completamente edificada em 1883) em contraposição ao seu acanhado corpo — cuja fachada lateral denunciava a existência das tribunas. Excluindo a fachada, todo o restante da construção seria modificado ao longo dos anos, sendo que só em 1948 o templo assumiu seu aspecto externo atual, com a construção da cúpula. É possível ainda visualizar o extinto chafariz da Companhia Hidráulica Pelotense, bem como um bonde puxado por muares da Companhia Ferro Carril e Cais de Pelotas. Reprodução de uma das oito aquarelas pintadas pelo artista francês Pineau”. (SCHLEE, A. R. “Oito olhos sobre Pelotas, quatro visões de uma cidade”, in: Revista da ANPUR, v. 6, n. 3, 2000: Cinco Séculos de Cidade no Brasil). Data da Imagem: 1883. Fonte da Imagem: OSORIO, F. L. A cidade de Pelotas. 3. ed. Pelotas: Armazém Literário, 1997.

NOTAS INTRODUTÓRIAS À ICONOGRAFIA DO Almanaque do Bicentenário de Pelotas (Vol. 1)

Guilherme Pinto de Almeida*

* Graduando em Arquitetura e Urbanismo pela UFPEL. Pesquisador.

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3. Antigo casarão à esquina da Rua Gonçalves Chaves com rua não identificada. Provavelmente nas proximidades das primeiras ruas traçadas, pela dimensão diminuta da calçada, uma característica do urbanismo português. A arquitetura tipicamente luso-brasileira pode ser percebida no telhado português com beiral aparente, nas aberturas com janelas de guilhotina com pinásios decorados, e de verga reta. Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Catálogo Fotográfico – Século XIX/1930 – Imagens da Cidade. Pelotas: Editora e Gráfica Universitária/UFPel, 2000.

4. Edifício sede do Asilo de Órfãs Nossa Senhora da Conceição, fundado em 1855. À direita, no centro da face da Rua Gonçalves Chaves, a Capela (Cf. OSORIO, F. L. Op. cit.). Data aproximada da foto: 1910. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

5. Casarões no 2 (com uma carruagem à frente) e no 6 (à esquerda), à Praça Cel. Pedro Osorio. O primeiro, construído em 1830 para o charqueador José Vieira Viana, recebeu reforma arquitetônica classicizante em 1880, após ter sido adquirido pelo também charqueador José Antônio Moreira (Barão de Butuí), como presente para seu filho Ângelo Gonçalves Moreira. O construtor italiano José Isella foi o responsável por esta reforma, e também pelo projeto do Casarão nº 6, propriedade de Leopoldo Antunes Maciel (Barão de São Luís). (Cf. GUTIERREZ, E. J. B. Barro e sangue. Mão--de-obra, arquitetura e urbanismo em Pelotas (1777-1888). Tese de Doutorado. Porto Alegre: PUC-RS, 1999). Nota-se ainda, na fotografia, a (então) Praça D. Pedro II em obras. Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

6. Segundo Schlee, a litografia de Peter Ludwig do “Theatro de S. Francisco de Paula, mostra a antiga fachada do Teatro Sete de Abril ladeada por duas edificações térreas (na da direita, funcionou uma escola para meninos e na da esquerda — e mais tarde, novamente, na da direi-ta — a primeira Casa da Câmara de Vereadores da cidade)” (SCHLEE, A. R. Op. cit.). “Arquitetura externa elegante e regular, com seu pórtico de quatro colunas e salões superiores de desafogo, com janelas guarnecidas exteriormente com grades de ferro (...), o mais belo da Província. É de notar que a importância dos teatros como edifícios, está no sentido inverso de importância nas cidades. O de Porto Alegre é o mais pequeno, o de Pelotas o mais bem construído” (Jornal O Ostensor Brasileiro, 1845-1846)”. Litografia editada em 1846. Fonte da Imagem: GUTIER-REZ, E. J. B. Op. cit., p. 172.

7. “O Teatro foi construído em 1835, segundo projeto atribuído a Eduardo Kretschmer e manteve sua fachada tal como foi retratada até 1916, quando sofreu grande reforma elaborada pela firma Perez, Monteiro & Cia (fachada de José Torrieri)”. (SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1870. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

8. Antiga Praça Dom Pedro II (atual Cel. Pedro Osorio). Tem origem nas terras de Mariana Eufrásia da Silveira, cuja divisão é conhecida como segundo “loteamento”. Nesta divisão, este terreno foi condicionado obrigatoriamente, a ser destinado a uma praça. Era conhecido como “Campo” (ver nota 46), nome que persistiu até a primeira arborização. Ao centro, o chafariz conhecido como Fon-te das Nereidas, o maior dos quatro importados da França na década de 1870. Ao fundo, o Teatro Sete de Abril. (Cf. GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1870. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

9. Antiga estação central da Companhia Ferro Carril e Cais de Pelotas, na esquina da Praça Pedro II (Praça Cel. Pedro Osorio) com a Rua São Jerônimo (atual Rua Mal. Floriano). Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: ARRIADA, E. Pelotas. Gênese e desenvolvimento urbano (1780-1835). Pelotas: Armazém Literário, 1994.

10. Vista da então Rua de São Miguel (XV de Novembro), conhecida ainda como Rua dos Canários (pela origem de alguns casais de imigrantes que a habitaram). Durante muito tempo foi a principal rua da cidade, tendo este trecho específico recebido um calçamento (década de 1980) exclusivo para os pedestres (Cf. ARRIADA, E. Pelotas. Gênese e desenvolvimento urbano [1780-1835]). Pelotas: Armazém Literário, 1994). Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhe-cido. Fonte da Imagem: ARRIADA, E. Op. cit.).

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11. Fotografia tomada do balcão da Prefeitura Municipal (antiga Intendência Municipal), vendo-se a Rua XV de Novembro em direção à Avenida Bento Gonçalves. Nesta foto, além da praça gradeada e do Teatro Sete de Abril (ao fundo) com sua antiga fachada, chamam a atenção, à esquerda, em primeiro plano, alicerces aparentes. Trata-se, provavelmente, dos alicerces levantados para a pro-jetada nova Igreja Matriz, cuja pedra fundamental fora lançada pelo Imperador D. Pedro II, quando de sua primeira visita a Pelotas, em 1846. A nova Matriz jamais passou dos alicerces, que segundo João Simões Lopes Neto, tinham “mais de metro de altura” e lá permaneceram por décadas, sendo inclusive parcialmente aproveitados em novas construções no local. (Cf. LOPES NETO, J. S. “Notas Diversas”, in: Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 3, p. 41). Data aproximada da foto: década de 1870. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

12. Antigo edifício do Mercado Público Pelotense, visto da lateral da Prefeitura Municipal. Confor-me Gutierrez, “em 1849, os edis aprovaram as plantas do prédio e da cisterna do Mercado Público, elaboradas pelo arquiteto alemão Roberto Offer. Tentando não perder a elegância da concepção original, os vereadores modificaram o projeto”. (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (Postal: Lembranças de Pelotas. Mercado. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 06. Reprodução parcial). Acervo: Eduardo Arriada.

13. Outra face do antigo Mercado Público, vista do encontro das Ruas Lobo da Costa e Andrade Neves. À direita, volume proeminente da ala destinada aos pescados. “Ignora-se até que ponto o projeto pensado por Roberto Offer foi executado. (...) o Mercado Público de Pelotas acabou com-pondo uma planta retangular, formada por quatro blocos com pátio central. Chanfros substituíam os quatro vértices do anel construído, marcavam os acessos em portadas com vão de arco pleno. Nos quatro cantos, as paredes chanfradas terminavam com um frontão triangular” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (Postal: Lem-branças de Pelotas. Mercado. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 03. Reprodução parcial). Acervo: Eduardo Arriada.

14. Vista do Mercado Público Municipal desde a Praça Cel. Pedro Osorio. Ao fundo, a torre de alve-naria, projetada pelo agrimensor e engenheiro da Câmara Municipal, Romualdo de Abreu e Silva. “Longitudinalmente e transversalmente, o prédio fora pensado em três partes. (...). Os elementos de composição faziam analogias estilísticas a elementos do classicismo. Não fosse o fato de as portas de arco de meia-circunferência repetirem-se sucessivamente ao longo das fachadas, o prédio do Mercado Público se confundiria com uma fortaleza” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Reprodução parcial de Postal. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

15. Mercado Público Municipal, do ângulo da Praça Cel. Pedro Osorio. “Formalmente, o prédio do Mercado conservou o despojamento dos tempos de milícia; funcionalmente, representou a pos-sibilidade de um lugar adequado para o comércio, para as quitandeiras, para os carros e para o abastecimento de água, através da cisterna” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Reprodução parcial de Postal. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

16. Mercado Público Municipal visto do ângulo do antigo Liceu da Agronomia Eliseu Maciel. Segun-do Gutierrez, “dois lugares para os carros de aluguel foram demarcados pela Câmara, em 1874: um ficava exatamente em frente ao Teatro Sete de Abril, indo desde a rua São Miguel [XV de Novembro] até a do Imperador [Félix da Cunha]; o outro local eram as frentes leste e sul do edifício do Mer-cado Público” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.

17. Mercado Público Municipal, do ângulo da Praça Cel. Pedro Osorio. O cotidiano da movimentada vida urbana de Pelotas, aqui retratado, na confluência de pessoas no antigo mercado. Data aproxi-mada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.

18. “Mais do que a dos outros prédios públicos ou privados da cidade, a arquitetura do Mercado fez referência aos tempos difíceis de guerra, da qual o Rio Grande acabara de sair em frangalhos. A sobriedade, as paredes grossas, poucos traços e muito corpo, os cheios prevalecendo sobre os

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vazios, a matéria sobre a luz, o todo sobre o detalhe, demonstraram uma afinidade entre a solução encontrada para o Mercado e as arquiteturas que experimentaram o classicismo, como, por exem-plo, a arquitetura chã, pombalina, ou a dos militares” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: FERREIRA & C. - Almanach de Pelotas III (1915). Oficinas Tipográficas do Diário Popular, 1914.

19. Pátio interno do antigo edifício do Mercado Público Pelotense. Fotografia emblemática do con-traste social ainda vivenciado no período pós-abolição da escravatura. À esquerda meninos bem trajados brincam; ao centro, negros, prováveis descendentes de escravos, procuram restos de comi-da no chão, e não sobre as bancas. No canto inferior direito, a silhueta do fotógrafo e sua máquina, e de curiosos que lhe fazem companhia. Mulheres com seus vestidos longos e os homens todos com seus chapéus. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

20. Outra vista do pátio interno do antigo Mercado Público de Pelotas, vislumbrando-se as bancas. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

21. Hospital da Beneficência Portuguesa visto da esquina das Ruas Gomes Carneiro e Andrade Neves. Fundada em 1857, a Sociedade Portuguesa de Beneficência teve sua primeira sede à Rua da Igreja (atual Rua Pe. Anchieta). O edifício de seu hospital, em primeiro plano na foto, inaugurado em julho de 1861, foi totalmente demolido (cf. OSORIO, F. L. Op. cit.). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Catálogo Fotográfico – Século XIX/1930 – Imagens da Cidade. Pelotas: Editora e Gráfica Universitária/UFPel, 2000.

22. Hospital da Beneficência Portuguesa. A capela de São Pedro, edifício mais alto à esquerda teve suas obras concluídas em 1891. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconheci-do. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.

23. A Capela de São Pedro e o hospital da Beneficência Portuguesa de Pelotas, desde o ângulo da antiga Rua Independência (atual Rua Uruguai). Ao fundo, palacete com mirante, de propriedade da Baronesa do Arroio Grande (atualmente demolido). Postal: Lembranças de Pelotas. Mercado. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, s/nº. Postado em 1904. Acervo: Eduardo Arriada.

24. Reprodução de uma das oito aquarelas pintadas pelo artista francês Pineau. “A segunda aqua-rela importante retrata a Santa Casa de Misericórdia e a sua majestosa capela de São João Batista. O prédio principal do hospital já contava com dois pavimentos — o primeiro foi inaugurado em 1872 e o segundo em 1877 — e a capela deveria estar recebendo os seus reparos finais, já que seria consagrada em 12 de julho de 1884” (SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data da imagem: ano de 1883. Autor: Dominique Pineau. Fonte da Imagem: OSORIO, F. L. Op. cit.

25. Caixa d’água adquirida pela extinta Companhia Hidráulica Pelotense junto à empresa Hanna Donald & Wilson, Abbey Works, da cidade de Paisley, Escócia. Foi trazida em navio, desmontada em peças, juntamente com o engenheiro responsável por coordenar a montagem, iniciada em maio de 1875 e concluída em setembro do mesmo ano. Para conduzir o material, a Companhia Ferro Carril e Cais, estendeu trilhos até o antigo Largo da Caridade. Ao fundo, a Santa Casa de Misericórdia. (cf. GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

26. Santa Casa de Misericórdia, entre as Ruas da Palma (atual Gal. Neto) e Sete de Setembro, frente à Rua da Lagoa (posterior Rua Marquês de Caxias e atual Rua Santos Dumont; no trecho específico, atual Praça Piratinino de Almeida). Edifício cuja pedra fundamental foi colocada em dezembro de 1861, foi inaugurado em 1872 a segunda e definitiva sede da Santa Casa, tendo seus enfermos sido transferidos totalmente no mesmo ano (Cf. OSORIO, F. L. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.

27. Ao edifício inicialmente projetado pelo português José Vieira Pimenta, foram acrescentadas a nova ala para os alienados e a capela de São João Batista (1884), projetadas e executadas sob a

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direção do arquiteto italiano José Isella (cf. GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Hospital da Misericórdia. Pelotas: Edições Meira, nº 11. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1903. Acervo: Eduardo Arriada.

28. Vista da atual Rua Santos Dumont, do ângulo da Rua Gal. Neto em direção à Rua Mal. Floriano. À esquerda, área verde que em 1854 chamava-se Praça da Cavalhada. Segundo Alberto Coelho da Cunha, “em seu início teve o nome de Praça da Caridade, em 18 de julho de 1881 passou a chamar--se Silveira Martins, nome que veio a trocar, em 16 de março de 1893, pelo que ainda conserva, de Piratinino de Almeida” (cf. GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). À direita, a Santa Casa de Misericórdia. Ao fundo, também à direita, parte do complexo da antiga Cervejaria Ritter. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal: Lembrança de Pelotas. Santa Casa de Miseri-córdia. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 07. Acervo: Eduardo Arriada.

29. Santa Casa de Misericórdia de Pelotas. Ao centro da fotografia, a fachada lateral, à Rua Gal. Neto. Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

30. Santa Casa de Misericórdia. Rua Santos Dumont, esquina Rua Gal. Neto. “Nas fachadas principais, o ritmo estava marcado pelas aberturas e pilastras coríntias, de ordem ‘colossal’ ou ‘monumental’”. (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Santa Casa - Pelotas. Pelotas: Edição Meira, s/nº. Acervo: Eduardo Arriada.

31. Caixa d’água escocesa à Praça Piratinino de Almeida. No topo, ao lado do mirante, pequeno barracão de madeira que servia de abrigo ao guarda, para ali designado, por necessário à segurança do equipamento. Note-se a arborização que, por incipiente, conferia destaque ao reservatório. Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Hydraulica Pelo-tense. Reservatorio. Acervo: Eduardo Arriada.

32. Clube Comercial, visto da Rua Gal. Neto, quase esquina Rua do Imperador (atual Félix da Cunha). Prédio originalmente projetado em 1871, pelo arquiteto italiano José Isella, para residência do char-queador Felisberto José Gonçalves Braga. (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. 100 Imagens da Arquitetura Pelotense. 2ª edição. Pelotas: Pallotti, 2002). Data aproximada da foto: 1900. Fotógra-fo: Augusto Amoretty. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

33. Clube Comercial, visto do ângulo da Rua Gal. Victorino (atual Rua Pe. Anchieta), quase esqui-na Rua Gal. Neto. O edifício, somente a partir de 1888, tornou-se a segunda e definitiva sede do aristocrático Clube Comercial. (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R.). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Augusto Amoretty. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

34. Clube Comercial visto da Rua General Neto, quase esquina Rua Félix da Cunha. “A princípio, o Clube Comercial ocupava apenas o pavimento superior (área que correspondia efetivamente à residência do charqueador) e alugava parte do térreo”. (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

35. Clube Comercial. Outra vista desde a Rua General Neto, quase esquina Rua Félix da Cunha. “Em 1908, o prédio foi vitimado por um incêndio que o destruiu parcialmente. Coube a Sebastião Obino reconstruí-lo e ampliá-lo, construindo uma nova ala, com frente para a [Rua] Félix da Cunha” (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Hospital da Misericórdia. Pelotas: Edições Meira, nº 11. Endereça-do e escrito em francês. Postado em 1903. Acervo: Eduardo Arriada.

36. Depósitos da antiga firma “Oliveira, Coelho & Cia”, à Rua Sete de Setembro, esquina Rua Pe. Anchieta. Conhecido anteriormente como “O grande armazém”, foi construído em 1875 para re-sidência de Theodosio Fernandes da Rocha, na parte superior. Abrigava comércio no pavimento inferior. Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Referência da Imagem: LLOYD, R.. Impressões do Brazil no Século Vinte. Sua História, Seo Povo, Commercio, Industrias e Recursos [sic]. Lloyds Greater Britain Publishing Company Ltda, 1913, 1ª Edição, p. 847.

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37. A Biblioteca Pública Pelotense surgiu da iniciativa do ilustrado português Antônio Joaquim Dias, proprietário do jornal Correio Mercantil, no ano de 1875. Ainda sem sede própria, obteve abrigo gratuitamente nas dependências do Hotel do Universo, do Visconde da Graça, localizado na Rua da Palma (atual Gal. Neto), esquina da Rua Gal. Victorino (atual Pe. Anchieta), local em que recebeu as primeiras doações de livros. Em 1878, o mesmo Visconde foi convidado para efetuar o lançamento da pedra fundamental do prédio próprio da nobre instituição, que seguiu, com algumas modifica-ções, projeto de José Isella, arquiteto italiano. (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

38. O edifício, de pavimento único, foi inaugurado parcialmente (primeiro salão) em março de 1881. Somente em agosto de 1888 foi concluído, com todas as devidas escaiolas e outros acabamentos arquitetônicos. “Todo o requinte e elegância eram destinados para a casa de cultura da cidade, que se intitulava a Atenas riograndense” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Bibliotheca Publica Pelotense – Sala de Lei-tura: Edições Meira, nº 46. Acervo: Eduardo Arriada.

39. Bibliotheca Pública Pelotense ainda com a escadaria de acesso. “De frente para a praça, em toda a extensão, localizava-se o salão principal. De uso mais restrito, a sala para as sessões, a secretaria e a sala de estudos ficavam nos fundos, abrindo-se para o poente. No meio, situava-se o salão para guardar os livros, com dois corredores de cada lado, que ligavam a duas salas de aulas, para os cursos noturnos, e a dois acessos de duas entradas laterais. A fachada principal era composta pelo porão alto, pelo pavimento térreo e pela platibanda. Esta possuía, no centro, um frontão em forma de arco de circunferência, também chamado de arco cimbrado, que valorizava a porta principal. O acesso da frente também foi marcado por duplas colunas, que se repetiam no intervalo das duas janelas laterais e nos cunhais, ou seja, nas extremidades, vértices do edifício. Essa marcação estru-tural foi reforçada no porão e na platibanda, que em cima das janelas recebeu balaústres vazados. As janelas de duas folhas de abrir receberam postigos e bandeiras de arco pleno, com vidros colo-ridos, sendo encimadas por rosetas decorativas” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Bibliotheca Publica Pelotense: Edições Meira, s/nº). Acervo: Eduardo Arriada.

40. (Imagem da capa). À esquerda, os casarões nos 8, 6 e 2, respectivamente, à Praça Cel. Pedro Osorio. “Públicos ou privados, de grande ou pequeno porte, os edifícios da cidade, quanto à de-coração, estavam repletos de analogias à arquitetura da Antiguidade, representando ‘civilização’, ‘cultura’ e ‘bom gosto’. Essas três moradas deram forma à fachada oeste da quadra do outro lado da atual Praça Cel. Pedro Osório, em frente ao Paço e à Bibliotheca (...). Por isso, pela ostentação e pela riqueza de ornamentação que apresentaram, têm merecido destaque. Construídos no final da década de setenta do século XIX, os ‘palacetes’, que se debruçavam sobre a área verde, alcançaram o ápice do refinamento, servindo de exemplo às obras executadas posteriormente” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Reprodução parcial de Postal. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

41. Ao centro, o casarão nº 8, construído em 1878 para o Conselheiro Francisco Antunes Maciel (Barão de Cacequi); à sua direita, o casarão nº 6, edificado em 1879 para Leopoldo Antunes Maciel (2º Barão de São Luís) e o casarão nº 2, originalmente erguido no início do século XIX para o char-queador José Vieira Viana. Este, inicialmente de arquitetura colonial, passou em 1880, por reforma que o adaptou à linguagem eclética, de orientação clássica (cf. MOURA, R. M. G. R. de.; SCHLEE, A. R. Op. cit.). “Os pesquisadores são unânimes em afirmar que as casas dos irmãos e barões de São Luís e Cacequi, e a reforma da vivenda que havia pertencido a José Vieira Viana, foram de responsa-bilidade de José Isella. Na época das modificações, o sobrado pertencia a Alfredo Gonçalves Moreira (...). À esquerda, ainda, antigo casarão pertencente à família Moreira”. (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

42. Antigo casarão pertencente à família Moreira, situado Praça Cel. Pedro Osorio, esquina da an-tiga Rua da Regeneração (atual Rua Barão de Butuí). Demolido. Rua da Regeneração, assim como Praça da Regeneração foram nomes alusivos à abdicação de D. Pedro I (7 de abril de 1831) e o consequente início do período regencial, quando o governo retornou à mão dos brasileiros. (cf.

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MOURA, R. M. G. R. de.; SCHLEE, A. R. Op. cit..; GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

43. Conjunto arquitetônico dos casarões à Praça Cel. Pedro Osorio, próximo à Rua Barão de Butuí. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Ar-riada.

44. Outra vista do conjunto arquitetônico dos casarões à Praça Cel. Pedro Osorio; ângulo próximo da Rua Princesa Isabel. À esquerda, parte do primeiro prédio (de um pavimento) da empresa de Pompas Fúnebres Moreira Lopes; e a seu lado, antigo sobrado, do qual hoje resta apenas parte da fachada. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.

45. Conjunto arquitetônico no entorno da Praça Cel. Pedro Osorio, hoje quase totalmente destruído. Vista da esquina com a atual Rua Princesa Isabel. Antiga Rua São Francisco [de Assis], posterior-mente Rua Treze de Maio (em alusão à Abolição de 1888). Depois ainda, foi chamada de Alberto Rosa, em homenagem ao pelotense proprietário da casa de esquina do primeiro plano na imagem. Princesa Isabel é o nome dado na metade do século XX. (MAGALHÃES, M. O. Op. cit.). Atualmente, outra rua, a leste, recebeu a denominação de Alberto Rosa. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal: Lembrança de Pelotas. Rua Felix da Cunha. Pelotas: Livra-ria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 3. Postado em 1906. Acervo: Eduardo Arriada.

46. Alameda no interior da Praça Dom Pedro II (atual Cel. Pedro Osorio). A porção de terreno onde se encontra a praça principal da cidade de Pelotas era parte da propriedade de Mariana Eufrásia da Silveira. “Quando do loteamento de suas terras, estava destinada exatamente para praça. Primeiro, o ‘Campo’ foi denominado de Praça de Regeneração; depois, foi chamado de D. Pedro II; mais tar-de, outra vez, recebeu o nome Regeneração; passado um tempo, trocaram para República, e, por último, para Cel. Pedro Osório”. (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Ao fundo, da esquerda para direita, os casarões nos 8, 6 e 2. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

47. Praça Cel. Pedro Osório, desde ângulo próximo à Rua Lobo da Costa (da direita para a esquerda os casarões nos 2, 6 e 8). “Até a década de setenta do século XIX, a praça não teria sofrido melhora-mentos. Em abril, e depois em julho de 1876 recebeu as primeiras árvores. No lugar do pelourinho, em 25 de junho de 1873, foi colocado o primeiro chafariz. Em novembro de 1876, com o objetivo de chamar concorrentes, os vereadores decidiram que deveriam mandar elaborar planta para a feitura de um gradil de ferro, sobre base de alvenaria, em toda a circunferência da praça” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

48. Praça Cel. Pedro Osório, vista da confluência das Ruas Félix da Cunha e Princesa Isabel. No cen-tro, ao fundo, o chafariz Fonte das Nereidas. À esquerda, a gruta existente próxima ao lago artificial. À direita, uma construção de madeira, aparentemente provisória, no interior da praça. Trata-se, possivelmente, de um antigo teatro ou rinque para patinação. Sabe-se que “a partir do ano de 1878, pôde-se perceber o interesse da prática de atividades de patinação em Pelotas. Desde que o Sr. An-gelino Soveral obteve da câmara municipal da cidade o aval para a criação do primeiro ‘skating rink’ de Pelotas, iniciou assim, o fomento pelas atividades com patins. Com um prazo de concessão do terreno de até cinco anos, onde hoje se localiza a Praça Coronel Pedro Osório, na época denominada como Praça Pedro II, a quadra de patinação seria construída para atender aos futuros patinadores da cidade” (DIÁRIO DE PELOTAS, 1878, in: KOSLOWSKY, M. “Manifestações esportivas na cidade de Pelotas: 1835 – 1935”. Site NetHistória. Brasília, set. 2004. Sessão Ensaios. Acesso em: 10 set. 2012). Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

49. Nesta imagem, já é visível (ao fundo) a nova torre metálica do Mercado Público, importada de Hamburgo, Alemanha, que substituiu a antiga, de alvenaria, fazendo uma referência singela à torre Eiffel de Paris. (cf. GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas. Praça República. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

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50. O projeto do lago (em destaque na foto), juntamente com a gruta, foi realizado pelo engenheiro da Câmara Municipal Romualdo de Abreu e Silva, tendo sido alvo de duras críticas da imprensa da época. Foi chamado, por exemplo, de “galinheiro do Romualdo” devido à quantidade de animais, principalmente pela profusão de aves, em local julgado nobre demais para um recanto deste tipo. Por ironia, acabou se consolidando como um dos espaços mais atrativos, paisagisticamente, do interior da praça, permanecendo ali até hoje. (Jornal O Cabrion [Pelotas: 1879-1881]). Data aproxi-mada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Observação: especificamente neste postal, a data da postagem não corresponde a data da imagem. Acervo: Eduardo Arriada.

51. Na imagem aparece o popular “redondo da praça”, ou seja, o passeio que circundava o chafariz. A fonte das nereidas, aqui, ainda encontrava-se cercada por gradil de ferro e sobre a antiga base, rodeado por oito luminárias de ferro. Ao fundo, o Paço Municipal. Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas. Praça República. Acervo: Eduardo Arriada.

52. Antigo quiosque de ferro, à esquina da Praça Cel. Pedro Osorio com a Rua 15 de Novembro (No quarteirão, imediatamente atrás do quiosque, encontrava-se o casarão do General Osório, o qual, “como inúmeras outras construções da cidade, foi derrubado por seus proprietários na década de 1980, como reação à lei de tombamento do patrimônio histórico, promovida pelo poder público municipal” (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. 100 Imagens da Arquitetura Pelotense, p. 99). O presente quiosque não foi o único instalado junto à praça. Pelo menos dois outros elementos metálicos similares a este compuseram o mobiliário urbano da cidade, e podem ser vistos nas imagens do século XIX. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal: Lembrança de Pelotas. Praça da República. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 11. Acervo: Eduardo Arriada.

53. Quarteirão fronteiro à Praça Cel. Pedro Osorio, entre as Ruas Pe. Anchieta e Félix da Cunha, composto por três casarões. O primeiro, à esquerda, com uma bandeira afixada era um “prédio de esquina pertencente à Associação Comercial e que abrigava o Clube Comercial — construído em 1873 e demolido em 1904 para dar lugar à atual sede do Clube Caixeiral” (SCHLEE, A. R. Op. cit.). A seu lado, a residência do charqueador Pinto da Rocha. E, por fim, à direita, o sobrado de esquina que veio a ser conhecido como “Casa da Banha”. Observe-se que, em primeiro plano, surgem dois Cavalheiros conversando, e, à direita, o bonde da Companhia Ferro-Carril e Cais, no qual o condutor, com seu chicote em riste, comanda os muares. Data da imagem: 1883. Reprodução de uma das oito aquarelas pintadas pelo artista francês Pineau. Fonte da Imagem: OSORIO, F. L. Op. cit.

54. Sede social do Clube Caixeiral (União e Progresso), à Praça Cel. Pedro Osório, esquina Rua Pe. Anchieta. Fundado no natal de 1879, e após ter passado por diversas sedes alugadas, em 1904 teve realizado o desejo de uma sede própria (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Esta imagem, publicada em um postal, mostra o final da construção. Projeto elaborado pelo arquiteto Caetano Casaretto, em 1902. Data aproximada da foto: 1905. Fotógrafo desconhecido. Postal inti-tulado: Caixeiral (em construcção). Pelotas: Edições Meira, nº 52. Acervo: Eduardo Arriada.

55. Edifício do Clube Caixeiral. Representa “um marco da arquitetura eclética pelotense. De aspecto único, volumetria prismática e recortada, apresenta uma série de elementos decorativos que lhe ga-rantem um caráter excepcional – o que era reforçado pelas duas pequenas torres que encimavam a construção (infelizmente demolidas)” (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data apro-ximada da foto: Ano de 1904. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Club Caixeiral. Pelotas: Edições Meira, s/nº. Postado em 1912. Acervo: Eduardo Arriada.

56. Praça Cel. Pedro Osorio. Novamente o quarteirão entre as Ruas Pe. Anchieta e Félix da Cunha, agora com a sede do Clube Caixeiral. Observe-se, à direita, o prédio que existia (atualmente de-molido) após a “Casa da Banha”. Data aproximada da foto: 1905. Fotógrafo desconhecido. Postal: Lembrança de Pelotas. Club Caixeiral. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 4. Postado em 1906. Acervo: Eduardo Arriada.

57. Praça Cel. Pedro Osorio, desde a Rua Princesa Isabel. À direita, sobrado em estilo colonial. Cons-truído entre 1830 e 1835, o prédio serviu de quartel-general a tropas imperiais durante a Guerra

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dos Farrapos em 1836 (Cf. Sítio do IPHAE – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio Grande do Sul. Livro Tombo. Acessado em 10 de setembro de 2012). Ao fundo, antigo so-brado em que funcionava a loja Torre Eiffel, posteriormente destruído. Data aproximada da foto: 1905. Fotógrafo desconhecido. Postal: Lembrança de Pelotas. Praça da República. Pelotas: Livra-ria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 1. Acervo: Eduardo Arriada.

58. Praça Cel. Pedro Osorio. Prefeitura Municipal e Bibliotheca Pública Pelotense. A fundo o antigo Mercado Público. Nesta aquarela, o acesso principal da Bibliotheca Pública tem sua escadaria em obras (Cf. SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data da imagem: 1883. Reprodução de uma das oito aquarelas pintadas pelo artista francês Pineau. Fonte da Imagem: OSORIO, F. L. Op. cit.

59. Fotografia capturada em um dos jardins do interior da Praça Pedro II (atual Cel. Pedro Oso-rio), mostrando o prédio da Câmara Municipal (atual Prefeitura Municipal) pouco depois de sua inauguração. Ao lado direito, a Bibliotheca Pública Pelotense, ainda em obras. No lado esquerdo, o antigo Mercado Público. Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

60. O edifício da Prefeitura Municipal foi projetado pelo engenheiro da Câmara, Romualdo de Abreu e Silva, e executado pelo empreiteiro Carlos Zanotta. Sua inauguração ocorreu no ano de 1881. “Igualmente como no caso do Mercado, foi possível verificar na arquitetura do Paço Municipal a influência do classicismo (...) um classicismo bastante decorado, ornamentado ou enfeitado, para poder evidenciar a riqueza que a cidade ainda detinha” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproxima-da da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

61. A Intendência Municipal (atual Prefeitura Municipal) e, à esquerda, o antigo Liceu de Agro-nomia. Data aproximada da foto: Década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: 8. Intendencia Municipal e Lyceu de Agronomia. Acervo: Eduardo Arriada.

62. Prefeitura Municipal de Pelotas, “prédio significativo, construído em terreno de esquina e valo-rizado pela sua relação com o entorno. Recupera a tradicional tipologia dos prédios de ‘câmara e cadeia’, ou seja, sobrado de volume retangular caracterizado pelo pórtico, que protege a pequena escada e sustenta a grande sacada” (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). À sua direita, a Bibliotheca Pública Pelotense. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

63. O palladiano edifício da antiga Escola Eliseu Maciel, projeto dos franceses Dominique Villard e Dominique Pineau (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

64. Antigo Liceu. Projetado a pedido da família Maciel, como presente ao povo de Pelotas, e em homenagem à memória do tenente-coronel da Guarda Nacional, Eliseu Antunes Maciel. O edifício foi concluído entregue em 1883, mobiliado e equipado para ser uma escola. Após diversos trâmites burocráticos, em março de 1888 foram iniciadas as aulas no Liceu de Agronomia, Artes e Ofícios (cf. GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

65. Antigo Liceu Eliseu Maciel. Seu pórtico tetrastilo (com quatro colunas coríntias), com respectivo entablamento e frontão triangular, conferiu à simétrica construção grande qualidade estética, tor-nando-os um dos mais significativos, originais e representativos prédios da arquitetura pelotense do século XIX (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas. Escola de Agronomia e Veterinária. Acervo: Eduardo Arriada.

66. A Estação Ferroviária, construída em 1884 (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.), no antigo Largo da Estação (atual Largo de Portugal). Vista do ângulo do leito do Arroio Santa Bárba-ra (atualmente aterrado). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit..

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67. Com a chegada da linha ferroviária Rio Grande-Pelotas-Bagé, o município passou a contar com esta bela e ampla estação, que seguia o modelo de maior escala previamente estabelecido pela companhia administradora dos caminhos de ferro (cf. GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

68. O imponente edifício da Estação Ferroviária possuía mansardas nas alas laterais, além de uma marquise de ferro protegida por lambrequins de madeira no acesso principal, marcado pelo segun-do piso, o qual reforçava a hierarquia do conjunto (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data aproximada da foto: Década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: 3. Estrada de Ferro. Estação de Pelotas. Acervo: Eduardo Arriada.

69. “A implantação, e conseqüente construção da estação, repercutiu fortemente no desenvolvi-mento e no crescimento urbano de Pelotas” (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Como consequência, trouxe consigo uma nova rede viária, para dar suporte ao equipamento e fazer a ligação com o restante da cidade. Por outro lado, impôs certa barreira física, somente amenizada com a construção do Bairro Simões Lopes, em 1914 (conforme idem, ibidem). Data aproximada da foto: Década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas – Estação da Estrada de Ferro. Acervo: Eduardo Arriada.

70. A fachada posterior, voltada para os trilhos, comportava a plataforma de embarque e desembar-que da Estação Ferroviária. Era protegida por longa cobertura, estruturada sobre mãos-francesas de ferro (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data aproximada da foto: Década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

71. Antiga Praça Constituição, também chamada de Praça das Carretas. Pequena porção que foi preservada sob o nome de Praça 20 de Setembro. Em julho de 1848, “os vereadores (...) propuseram que os carros não entrassem mais na cidade. Julgaram que o lugar mais próprio era rumo a oeste, do outro lado do [Arroio] Santa Bárbara, entre as ruas Martins Coelho, Hércules e São Jerônimo [atuais Ruas Tiradentes, Lobo da Costa e Marechal Floriano], local onde consolidou-se a praça das Carretas. Depois, em junho de 1852, a comissão encarregada da compra do terreno, composta pelos vereadores Domingos José de Almeida e José Inácio da Cunha, avaliou que a área oferecia aco-modação suficiente para ‘paradouro’ de cavalares e das numerosas carretas que quotidianamente vinham da Campanha e da serra dos Tapes para a cidade” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Ao centro, as torres da Santa Casa de Misericórdia, quase irreconhecíveis, por retocadas. O artista-fotógrafo ainda adicionou uma fantasiosa paisagem ao fundo. Data aproximada da foto: Década de 1900. Fo-tógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas (Vista pela Praça Constituição). Pelotas: Edições Meira, nº 35. Acervo: Eduardo Arriada.

72. A imagem mostra a ligação do Bairro Fragata com o Bairro Centro. Vista que, parcialmente (ou seja, no fundo à direita), corresponde à atual Praça 20 de Setembro. “Alberto Coelho da Cunha afirmava que, pela face oeste, a praça limitava-se com a chamada lomba do Fragata, e que, no seu centro, fora construído um prédio para a estação dos carros da Empresa de Ferro-Carril, um espaço tomado da Câmara por arrendamento, em 1873, e acrescido pela Intendência em 1893. Em anexo, esse mesmo prédio contava com um cercado, em que eram soltos, para descanso os muares vindos do serviço. Na beira da ‘tapagem’, tinham sido plantados exemplares de Gerivá. Demolidas as casas da estação, ainda por algum tempo subsistiram as cocheiras, as estrebarias, as dependências. Nesse ponto, a praça foi suprimida, para dar acomodação às instalações da Companhia Força e Luz, e para o cercado em que pretendia a Sociedade Agrícola e Pastoril promover suas exposições e feiras. Em última instância, veio a doação para a projetada escola de Artes e Ofícios [atual Instituto Federal Sul-Riograndense]. Por fim, concluiu: “E essa velha praça desapareceu do número de logradouros públicos da cidade” (cf. CUNHA, A. C. da. Logradouros públicos. Pelotas, s.d. s.p., citado a partir de GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). À es-querda, chaminé da antiga Fábrica de Chapéus Pelotense. Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

73. Antiga Fábrica de Chapéus Pelotense, à Praça da Constituição (proximidades da atual Praça 20 de Setembro). “Esta fábrica foi fundada na cidade de Pelotas em 1880, pelos srs. Cordeiro e Wiener, e em 1892 adquirida pelo comendador Carlos G. Rheingantz (...). A sua produção, que é atualmente de 1.000 chapéus por dia, pode ser elevada a muito mais (...). Os maquinismos da fábrica, que são

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todos modernos e dos mais aperfeiçoados tipos, compreendem 61 máquinas para fabricação exclu-siva dos chapéus e outras para o preparo da matéria-prima (...). A matéria-prima empregada é, para os chapéus de feltro de pelo, o pelo de lebre, coelho e castor; e para os chapéus de feltro de lã, a lã fina rio-grandense. Trabalham atualmente na fábrica 152 operários de ambos os sexos. A fábrica possui também, para o serviço próprio, bem montadas oficinas de ferraria, serralheria, marcenaria e cartonagem. Há um dínamo de 35 ampères e 110 volts, para a iluminação elétrica do estabele-cimento. Os produtos são vendidos no Rio Grande do Sul e exportados para vários outros estados da União. A fábrica tem, em várias exposições, obtido medalhas de ouro e prata” (LLOYD, R.. Op. cit.). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

74. Fábrica de fumos São Raphael, de Romeu & Cia. fabricante dos “afamados fumos Chileno”. Fun-dada em 1894 pela firma Olivé & Cia. (em outro prédio à Praça da Constituição), passou em 1896 à firma Nova & Cia, finalmente girando à razão social Romeu & Cia, dos sócios Juan Romeu e Antônio Cyrillo de Souza. “Funciona em (...) prédio de construção térrea, com cinco aberturas para a Praça da Constituição (...). Recebe em geral o fumo do Cerrito, de Canguçu e de Porto Alegre, e em menor escala do Rio de Janeiro e de Minas (...). Produziu em 1910 cinquenta e oito mil quilos de fumo ma-nipulado (...) cujos mercados de consumo encontram-se neste Estado e na Republica do Uruguai. Emprega 14 operários e mais 06 mulheres” (FERREIRA & C. - Almanach de Pelotas I 1913). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

75. Antiga Praça das Carretas. À esquerda, a ponte de pedra sobre o Arroio Santa Bárbara. Ao fundo, profusão de edificações, muitas assobradadas. “Em 1848, depois de muita negociação, os vereadores indicaram uma área, na margem direita do [Arroio] Santa Bárbara, para as carretas que transportavam lenha e alimentos do interior, a fim de fornecê-los à cidade” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: Década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Carreta de Bois. Pelotas: Edições Meira, nº 14. Acervo: Eduardo Arriada.

76. “A Praça das Carretas não era um lugar de contemplação e de divertimento. Esse espaço mar-ginal reservava-se às atividades de transporte e de abastecimento à zona urbana situada do outro lado do arroio. Após alguns anos, ali também se localizaram as estrebarias da Companhia de Ferro Carris e Cais de Pelotas. Pouco a pouco, o espaço foi ocupado. O local era visto pela classe senhorial como ‘foco de imoralidades, fundição de crioulos e entretenimento de escravos’” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Ao centro, o complexo da Cervejaria Ritter e, ao fundo, as torres da capela de São João Batista, da Santa Casa de Misericórdia. Data aproximada da foto: Década de 1890. Fotógrafo des-conhecido. Postal: Un Faubourg de Pelotas. Edition de la Mission brésilienne de propagande. Acervo: Eduardo Arriada.

77. “Antiga Praça das Carretas, vendo-se a ponte de pedra sobre o Arroio Santa Bárbara (hoje des-viado). Ao fundo, a Cervejaria Ritter” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

78. Ponte de Pedra sobre o Arroio Santa Bárbara. Ao fundo, edifícios da Cervejaria Ritter e da Santa Casa da Misericórdia. Em primeiro plano, à direita, a antiga Praça Henrique D’Ávila (atual Praça Ci-priano Barcelos), na margem esquerda do Arroio. Segundo planta litografada em 1893 (ver figura nº 195), esta praça denominou-se, ainda, Praça de S. Martines [sic]. (cf. SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data da Imagem: 1883. Reprodução de uma das oito aquarelas pintadas pelo artista francês Pineau. Fonte da Imagem: OSORIO, F. L. Op. cit.

79. Antigo leito do canal Santa Bárbara. Ao fundo, o complexo pertencente à cervejaria Ritter. “Em 2 de setembro de 1880, em sessão da Câmara, o terreno provincial, situado entre as duas pontes do arroio Santa Bárbara, à margem esquerda do citado arroio, foi concedido à municipalidade para praça pública. Em reconhecimento, com o objetivo de perpetuar a memória do presidente da pro-víncia, foi a praça chamada de Henrique D’Ávila”. (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: Década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

80. Novamente o antigo leito do Canal de Santa Bárbara. À direita, atual Praça Cipriano Barcelos. “Estava localizada na margem esquerda do arroio Santa Bárbara, com frente à atual Rua Barão de

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Santa Tecla, no terreno compreendido entre as pontes das ruas hoje conhecidas como Marechal Floriano e Lobo da Costa; ficava vizinha à Praça das Carretas. ‘Parte deste terreno foi conquistado ao arroio, cujo curso, ao sair da ponte de alvenaria, inclina-se com forte inflexão para leste, vindo a beirar os prédios da Rua Paissandu [Barão de Santa Tecla] com frente a oeste, que se prolonga à embocadura da Rua Riachuelo [Lobo da Costa] que era banhada no seu término por essas águas’” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: Década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

81. Vista desde a ponte de pedra à Rua Marechal Floriano na direção sul. À esquerda, a atual Praça Cipriano Barcelos: “A Câmara mandou cavar um canal em linha reta, desde a atual Rua Marechal Floriano, em toda a largura da Praça Constituição. O arroio foi desviado; o canal, recolhido. O leito antigo, aterrado, passou a fazer parte da praça. O mesmo ocorreu com os terrenos particulares, situados entre as ruas presentemente chamadas de Lobo da Costa e Tiradentes; todos aproveitaram para avançar sobre o arroio, que fora afastado” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: LLOYD, R.. Op. cit.

82. Carreteiros em descanso (provavelmente na antiga Praça das Carretas). “Em 1880, na Praça das Carretas, a Câmara mandou colocar uma pena d’água e tanques competentes para o abastecimen-to dos condutores de carretas da campanha, que ali estacionavam, encontrando dificuldades para se suprirem d’água, não só para eles próprios, como para seus animais” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: Década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Carreteiros em descanso. Pelotas: Edições Meira, nº 13. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1903. Acervo: Eduardo Arriada.

83. Evento desconhecido nas proximidades da antiga Praça da Constituição, junto à ponte de pe-dra. Ao fundo, a Santa Casa de Misericórdia. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: ARRIADA, E. Op. cit..

84. Antigo cartão postal com imagens de dois estabelecimentos fabris: Fábrica de Chapéus Pelotense de C. G. Rheingantz e Fábrica de Cerveja Ritter. Sobre a cervejaria, no Almanaque de Pelotas de 1913, relata-se que funcionava “em prédio (...), situado à Praça Floriano Peixoto, sob os nos 102 e 104, ocupando vasta área edificada com o aproveitamento do subsolo, em que foram cavados porões. O edifício compreende pavimento térreo e de sobrado, contendo 12 aberturas para o exterior. Gira sob a firma C. Ritter & Irmão, constituída por Carlos e Frederico Jacob Ritter, cujo contrato social na Junta Comercial, em 1901 registrado, estabelecia em 500 contos [de réis] seu capital. De exclusiva proprie-dade de Carlos Ritter, começou a Cervejaria Ritter, nesta cidade, em proporções modestíssimas em 1870. Foi então instalada à Rua 24 de Outubro, atual Tiradentes (antiga Rua Martins Coelho), sobre a margem esquerda do [Arroio] Santa Bárbara, em um casebre situado no interior de um terreno toma-do por aluguel a Procópio Gomes de Oliveira. Poucos anos após, como o desenvolvimento (...) exigisse maior instalação, foi ela transferida para o local onde atualmente se encontra. O estabelecimento ali erguido ocupa a área superficial de 3.054m², tendo sido aproveitado todo o terreno (...), de forma a não haver hoje mais como estender a edificação (...). A caldeira para fabricação da cerveja é de dezoito mil garrafas. A instalação de luz elétrica em todo o estabelecimento data de 1905 (...). Também existe na fábrica uma seção para o preparo de bebidas refrigerantes, sem álcool, apenas gasosas, como limo-nada, espumantina, syphon e águas minerais (...). O maior consumo da produção (...) é feito dentro do Estado, encontrando o excedente, em avultada proporção, fácil colocação em todos os outros Estados da República, inclusive o de Mato Grosso. Regula ser de 4.500.000 garrafas por ano a produção de cerveja” (FERREIRA & C. - Almanach de Pelotas I 1913). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: à esquerda, Henrique Patacão; à direita, desconhecido. Postal. Pelotas: Coleção da Livraria Americana, nº 15. Postado em 1912. Acervo: Eduardo Arriada.

85. Antigo Canal de Santa Bárbara. “Em 1876, sobre a margem esquerda desse canal [leia-se arroio], a Câmara mandou construir uma estaca [leia-se uma estacada] de madeira. Em 1888, quando a praça foi nivelada e aterrada, substituíram a estaca por um cais de alvenaria com extensão de 125m. Para esse serviço, contrataram José Rafael Machado e Companhia. Não fazia um quadrado perfeito; media 122m de frente; de fundos, pelo norte, 150m e, pelo sul, 164m” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit.). Data aproximada da foto: Década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.

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86. “A Cervejaria Ritter é o estabelecimento no Brasil que se dedica ao preparo do malte nacional. Para isso, dispõe de instalações apropriadas, e anualmente, para consumo próprio, prepara doze mil sacos de cevada de 50 quilos cada um, quantidade máxima que se pode obter (...). Dispõe ainda a fábrica de um excelente e perfeito laboratório químico, atendido por um diretor, que é engenheiro-cervejeiro, formado e diplomado por uma academia alemã (...). Possui medalhas de ouro, prata e um Grande Prêmio, distinções essas conferidas em Porto Alegre em 1881, em Ber-lim [Alemanha] em 1886, em Paris [França] em 1889, em Porto Alegre em 1901, em Saint Louis [EUA], em Rio de Janeiro (Grande Prêmio) em 1908 e Pelotas, em 1910. É a única que submeteu o seu produto a análise em todos os laboratórios do Brasil, para, por essa forma, destruir uma falsa análise emanada do Laboratório do Estado do Pará, em que um químico peitado por con-correntes que não podiam, em favor da sua mercadoria, vencer a procura esmagadora da cerveja Ritter, perpetrou um ato de venalidade, infamante da profissão, que veio a redundar no descrédito próprio. A pureza da cerveja Ritter foi também constatada no Laboratório de Manchester [EUA], que veio a confirmar o favorável laudo de todos os laboratórios brasileiros” (FERREIRA & C. - Almanach de Pelotas I 1913). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Lembranças de Pelotas. Fábrica de Cerveja de Carlos Ritter & Irmão. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 4. Postado em 1904. Acervo: Eduardo Arriada.

87. Rua Mal. Floriano (antiga São Jerônimo), em direção à Praça Cel. Pedro Osorio, entre Gal. Osorio e Andrade Neves. A Rua São Jerônimo foi projetada no segundo arruamento da cidade, em terras de Mariana Eufrásia. Partia da lateral do terreno destinado a uma praça (futura Praça Cel. Pedro Osorio), atingindo, na direção oeste, o Arroio Santa Bárbara. MAGALHÃES, M. O. Op. cit. Data apro-ximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: ARRIADA, E. Op. cit.

88. Idem. Trecho entre as Ruas Gal. Osorio e Andrade Neves. Ao centro, um bonde puxado por muares aproxima-se, ladeado por casarões, alguns assobradados. À direita, na esquina, um “frade--de-pedra (marco, ou pequena coluna, geralmente de pedra, usada para proteger, contra o choque de veículos, as esquinas, os cunhais, os portões, etc)” (CORONA, E. & LEMOS, C. A. C. Dicionário da arquitetura brasileira. São Paulo: Edart, 1972). Ao fundo, árvores da antiga Praça da República. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas. Rua Marechal Floriano. Acervo: Eduardo Arriada.

89. Idem. “Nos idos de 1830 esta Rua foi dedicada a São Jerônimo, santo católico que, assim como Santa Bárbara, o povo costumava invocar contra os rigores do tempo” MAGALHÃES, M. O. Op. cit.). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

90. Ao fundo, a atual Praça Cel. Pedro Osorio. Na esquina, o estabelecimento Ao Pharol Pelotense, de Ambrósio Perret. Além deste, Perret foi proprietário de um avançado estabelecimento agrícola, a Quinta Bom Retiro, no Retiro, proximidades do Arroio Pelotas. Na Quinta, “foi pioneiro (...) ao rea-lizar um trabalho experimental de adaptação de várias qualidades de frutas importadas da Europa, Estados Unidos, Japão e Austrália que resultou em grandes viveiros. Esse estabelecimento vendia sementes, plantas e inclusive exportava enxertos para os países vizinhos” (GRANDO, M. Z. Pequena agricultura em crise: o caso da “Colônia Francesa” no Rio Grande do Sul. Porto Alegre: Fun-dação de Economia e Estatística Siegfried Emanuel Heuser, 1989, p. 48). Na década de 1910, viria ainda a ser um dos diretores da Companhia Fiação e Tecidos. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Uma parte da Rua Marechal Floriano. Acervo: Eduardo Arriada.

91. Rua Mal. Floriano, quase esquina Rua Andrade Neves. No sobrado à direita, na esquina, funcio-nou, na década de 1910, uma das sucursais da filial pelotense do Banco da Província. (cf. GRANDO, M. Z. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Lembrança de Pelotas. Rua Marechal Floriano. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº 5. Acervo: Eduardo Arriada.

92. Ao centro, numa das esquinas com a Rua Andrade Neves, casarão em estilo colonial, com beiral aparente, cujo endereço foi cedido à construção da majestosa sede do Banco Pelotense, erguida em 1916, por ocasião do primeiro decênio de fundação da pujante instituição financeira. Data aproxi-

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mada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Rua Marechal Floriano. Pelotas: Edições Meira, nº 5. Acervo: Eduardo Arriada.

93. Rua Mal. Floriano nº 06. Primeiro edifício onde funcionou a loja Torre Eiffel, fundada em 1890 e adquirida por Tarcílio Fabião em 1894. (cf. DOMECQ & Cia., M. O Estado do Rio Grande do Sul. Barcelona: Estabelecimento Graphico Thomas, 1916. p. 301-303). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

94. Junto à praça, o quiosque de ferro conhecido como “Garrafão”. Ao fundo, o Clube Caixeiral, com suas duas torres. À esquerda o Teatro Sete de Abril, com o prédio ainda térreo do “Hotel Brazil” ao seu lado. (cf. MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Lembrança de Pelotas. Praça da República. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº ilegível). Acervo: Eduardo Arriada.

95. À direita, sobrado construído para segunda e definitiva sede da loja Torre Eiffel, cuja proprie-dade, a partir de 1894, passou a Tarcílio Fabião. Residia com sua família no pavimento superior (cf. DOMECQ & Cia., M. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Lembrança de Pelotas. Rua Marechal Floriano. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº ilegível. Acervo: Eduardo Arriada.

96. Vista na direção norte. À esquerda, uma das belas luminárias de ferro que adornavam as esqui-nas da elegante cidade. À esquerda o alteroso edifício da loja Torre Eiffel, cuja fachada principal era encimada pelo busto de seu proprietário (cf. DOMECQ & Cia., M. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Rua 15 de Novembro. Pelotas: Edições Meira, nº 2. Acervo: Eduardo Arriada.

97. Ângulo em direção à Praça Cel. Pedro Osorio. À direita, o edifício da importante Livraria Uni-versal, de Echenique & Irmão. Esta firma foi inicialmente fundada, por Guilherme Echenique, tendo como sócios seu irmão Carlos e o cel. Pedro Luiz da Rocha Osorio, este comanditário. Guilher-me foi vice-intendente de Pelotas e conselheiro municipal, além de coronel da Guarda Nacio-nal. A Livraria Universal, inaugurada em dezembro de 1887, lançou diversos autores gaúchos, dentre eles João Simões Lopes Neto (primo de Guilherme Echenique), Luís Araújo Filho, Lobo da Costa, Julieta de Melo Monteiro, Carlos von Koseritz, Alfredo Varella, José Romangueira Cor-rêa, etc. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Lembrança de Pelotas. Rua 15 de Novembro, esq. 7 de Setembro. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, nº ilegível. Acervo: Eduardo Arriada.

98. Antigo prédio da Livraria Universal, especialmente construído para sede do estabelecimento, e ocupado a partir de 1893. Ao lado direito, edifício em três pavimentos que abrigava o depósito e as oficinas. Esta importante casa editora e livraria, já em 1891 abrira uma filial em Porto Alegre, na Rua dos Andradas; e outra em Rio Grande, em 1898. Foi a responsável pelas primeiras edições de Cancioneiro Guasca, de Contos Gauchescos e de Lendas do Sul, de João Simões Lopes Neto (cf. LONER, B. A.; GILL, L.; MAGALHÃES, M.O.; Dicionário de História de Pelotas. Pelotas: Editora da UFPel, 2010. p. 164-165; João Simões Lopes Neto in: Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 1, p. 164-165). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

99. Café Java, um dos muitos cafés existentes na cidade, pontos de encontro e sociabilidades. Ficava ao lado da Livraria Universal. Era frequentado pelo advogado e político Alexandre Cassiano do Nas-cimento, pelotense que chegou aos cargos de ministro e senador, que costumava por lá palestrar (cf. texto “Há um século no Correio do Povo”, in: Correio do Povo, Porto Alegre, 12 de fevereiro de 1912. Acessado em fevereiro de 2012). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

100. Atualmente, uma das esquinas mais movimentadas do centro da cidade (à esquerda, as pes-soas estão em frente ao prédio onde, hoje, é o Café Aquários). Os cafés, bem como as confeitarias, eram abundantes neste trecho (próximo ao atual Calçadão da Rua XV de Novembro) e adjacên-cias. Estes tipos de estabelecimentos tinham por característica serem espaços muito frequentados,

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constituindo-se em verdadeiros palcos de sociabilidades na pulsante vida urbana de Pelotas. Con-forme a iconografia, alguns estavam presentes desde o fim do século XIX. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Rua 15 de Novembro. Pelotas: Edições Meira, nº 7. Acervo: Eduardo Arriada.

101. Trecho de intenso comércio, entre as Ruas Sete de Setembro e Gal. Neto. Vista na direção da Av. Bento Gonçalves. A Rua XV de Novembro “foi uma das primeiras 19 ruas da freguesia [de São Francisco de Paula], projetada em 1815 [ver figura 1] nos terrenos de propriedade do capitão-mor Antônio Francisco dos Anjos. Recebeu, na ocasião, o nome de Rua de São Miguel, com o qual figura na planta de 1835” (MAGALHÃES, M. O. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fo-tógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas. Rua 15 de Novembro. Acervo: Eduardo Arriada.

102. Vista na direção da Praça Cel. Pedro Osorio. Por volta de 1835, aproximadamente, “foi sendo chamada, extraoficialmente de Rua dos Canários”. Isto em virtude da leva de imigrantes (cerca de 48 casais) proveniente das Ilhas Canárias, que chegaram em 1789 a terras recebidas na região serrana do município, onde cultivavam trigo. “Alguns desses pioneiros e seus descendentes teriam se transferido, a partir de 1835, com o advento da Revolução Farroupilha, para o centro da cidade, localizando-se em número significativo na Rua de São Miguel. Aí teriam começado a se dedicar ao comércio e a identificar a própria rua” (MAGALHÃES, M. O. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas. Rua 15 de Novembro. Acervo: Eduardo Arriada.

103. Rua XV de Novembro, quase esquina Gal. Neto. Ângulo em direção à Praça Cel. Pedro Osorio. Somente “em 15 de Novembro de 1895, seis anos depois da proclamação da República” consegui-ram os vereadores mudar o nome da rua, motivados pelo prestígio da data (cf. MAGALHÃES, M. O. Op. cit., p. 73-74). À direita, em primeiro plano, a Livraria Americana. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: LLOYD, R.. Op. cit., p. 841.

104. Postal mostrando alguns dos comércios existentes à Rua XV de Novembro (Livraria Americana e Bazar Musical), além de uma terceira imagem que retrata o movimentado cotidiano desta conhe-cida “artéria” da cidade. Fundada em Pelotas, em 1875, a Livraria Americana era propriedade de Car-los Pinto & Cia. Instalou filiais em Porto Alegre (1879) e em Rio Grande (1885). Editou vasta quanti-dade de livros, livretos, catálogos, estatutos de autores e instituições locais, nacionais e estrangeiras, trazendo a público inúmeras traduções da literatura universal. “Sua coleção Biblioteca Econômica, de baixo preço e formato de bolso, apresentava, sem pagar direitos autorais, traduções de Dau-det, Dostoiévisky, irmãos Goncourt, Paul de Koch, Maupassant, Turgeniev, Zola, Sacher-Masoch e diversos outros autores”. O estabelecimento, sediado em edifício de grande valor arquitetônico, com “colunas encarnadas”, esteve, por várias razões sociais, sempre sob controle da família Pinto, sucumbindo, em 1917, à forte concorrência da Livraria Universal, que, por fim, adquiriu seu acervo e maquinário. Carlos Pinto esteve fortemente envolvido na criação da Biblioteca Pública Pelotense, tendo sido o seu primeiro tesoureiro. Em relação ao Bazar Musical: era propriedade de João Abadie & C., e localizava-se em frente à Livraria Americana, no outro lado da rua. É um dos mais antigos prédios de Pelotas que possuíra fachada em ferro fundido, cujos delgados pilares lhe propiciavam avantajada vitrine. Conforme anúncio do início do século XX, era uma “casa especial e de confiança para a venda de música, instrumentos e artigos musicais”. Fazia ainda importações de pianos, etc. (cf. LONER, B. A.; GILL, L.; MAGALHÃES, M.O. Op. cit., p. 164-165; SIMÕES LOPES, J. S. Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 1, p. 04). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo des-conhecido. Postal intitulado: Livraria Americana; Bazar Musical; Rua 15 de Novembro. Pelotas: Coleção da Livraria Americana, nº 11. Postado em 1903. Acervo: Eduardo Arriada.

105. “No passado era a Quinze [de Novembro], entre todas as outras, a nossa rua principal e a mais movimentada. Nela é que ficavam os melhores hotéis e livrarias, as confeitarias mais chiques, as gran-des casas de moda e o melhor comércio em geral” (MAGALHÃES, M. O. Os passeios da cidade antiga, p. 74). Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: ARRIA-DA, E. Pelotas. Gênese e desenvolvimento urbano (1780-1835). Pelotas: Armazém Literário, 1994.

106. Ao centro, três antigos estabelecimentos pelotenses: Hotel Aliança, Ferragem Behrensdorf e Livraria Pelotense. Ao fundo, na esquina com a Rua Voluntários da Pátria, o palacete de três pavi-

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mentos, construído para residência do Barão de Conceição, Manoel Alves da Conceição. Foi proprie-tário da “maior casa exportadora e importadora da região. Ao mesmo tempo em que comercializava artigos e couro, financiava a produção de charque (emprestando dinheiro a juros). (...) A partir de 1900, com a falência total do Barão, o imóvel passou a sediar inúmeras instituições, como o Banco Mauá, a Cia. Telefônica e o Centro Republicano, (...) etc” (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

107. Postal com vista do pátio interno do antigo Hotel Aliança. “Há informações de que o Hotel Aliança, inicialmente Café de la Alliança, começou a funcionar em 1843, quando a Revolução Farroupilha já estava declinando. Porém, não há muitos dados que comprovem esta data. O que se sabe, através do jornal O Rio-Grandense, de Rio Grande, é que em 1847 o hotel existia e oferecia hospedagem. Desse modo, esteve em funcionamento por mais de 120 anos, ininterruptamente. O primeiro proprietário que se tem notícia foi o alemão Adolph Hermann Schreiber, o qual o vendeu, em 1853, para [os italianos] Santiago Pratti e Thomaz Gotuzzo. Desta data até o final da década de 1920 o hotel permaneceu com a família Gotuzzo, período de maior destaque, pela qualidade dos serviços, conforto e higiene” (MÜLLER, D. “Progresso sacrificou o Velho Hotel Aliança”, in: Diário Po-pular, 23 de agosto de 2008. Acessado em 13 de janeiro de 2012). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.

108. Interior do antigo Hotel Aliança. “Sabe-se que, pelo menos desde 1847, se localizava na Rua 15 de Novembro. Em 1857 seus proprietários constroem um sobrado na mesma rua, mas não no mesmo local, com ‘espaçosas salas para bilhares, numerosos e decentes aposentos para viajantes’. O hotel se estendia até a Rua Anchieta, onde foi construída, em 1892, uma nova entrada (...). Sempre esteve à frente dos demais nas comodidades que oferecia, passando por reformas, ampliações, embelezamentos, instalações de infraestrutura, visando ao melhor atendimento dos hóspedes (...). Chegou a possuir 50 quartos, várias salas para exposições, sala de visita com piano, salão para refeições, salão para bilhares e pátio ajardinado. Desde a década de 1850 o hotel, além de hospe-dagem, oferecia serviços de alimentação dentro e fora do hotel, preparando almoços e jantares nos seus salões e restaurante; vendia os mais variados produtos, entre eles, ‘especial sortimento de líquidos e conservas importados da Europa’; era o local preferido pela população da cidade para comemorações, criação de clubes, partidos políticos e sociedades, discussões políticas e literárias ou, simplesmente, para uma ‘palestra’ na área [pátio interno] ou no restaurante. As mais diversas comemorações, como homenagens à família real, ainda no período imperial; festas cívicas, home-nagens a vultos das artes e da política, tinham como palco o hotel. Nestas comemorações eram servidos ‘lautos banquetes’, sempre acompanhados das bandas de música. O hotel abrigou figuras famosas do teatro, da música, das letras e da política. Foi considerado ‘um estabelecimento que acompanha o progresso de Pelotas’, símbolo de modernidade, honrando a cidade. Mesmo com o grande sucesso que obteve, principalmente no início do século 20, devido às constantes reformas e melhoramentos realizados por seu proprietário Caetano Gotuzzo [pai do talentoso pintor Leopoldo Gotuzzo], o Hotel Aliança foi sacrificado em nome deste mesmo progresso” (MÜLLER, D. Idem). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal: Lembranças de Pe-lotas. Hotel Alliança – Pateo Interior [sic]. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, s/ nº. Reprodução parcial. Endereçado em espanhol. Postado em 1904. Acervo: Eduardo Arriada.

109. À direita, em primeiro plano, parte da fachada da Ferragem Behrensdorf. Ao centro, a Livraria Pelotense. Esta livraria era propriedade de Albino Isaacsson, imigrante sueco nascido em 1858, que chegou ao Brasil por volta de 1890, residindo inicialmente no Distrito de Santa Eulália, zona rural de Pelotas. Além de livraria, o estabelecimento tinha uma oficina tipográfica, onde foram impressos muitos cartões postais da cidade. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhe-cido. Postal: Lembranças de Pelotas. Rua 15 de Novembro. Pelotas: Livraria Pelotense, de Albino Isaacsson, s/ nº. Reprodução parcial. Postado em 1904. Acervo: ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.

110. Quando o conde D’Eu esteve em Pelotas, no final do ano de 1865, observou: “Aqui é que o estancieiro, o gaúcho cansado de criar bois e matar cavalos [não seria ao contrário?] no interior da campanha, vem gozar as onças e os patacões que o ajudou em tal mister. É também em Pelotas que, ao pé dos ricaços que vão a descansar, florescem em todo seu esplendor as indústrias que ali-mentam o verdadeiro luxo rio-grandense, os dos arreios. Estas indústrias, como se sabe, são duas:

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a dos couros lavrados, cinzelados, coloridos, bordados de mil maneiras, e a das peças de prata, não menos artisticamente trabalhadas. As diferentes classes de população estão, porém, bem separadas: em certas ruas as residências ricas; noutras as lojas. Especialmente na Rua do Comércio [atual Rua Félix da Cunha] e na rua São Miguel [atual Rua XV de Novembro] vê-se uma fila con-tínua dessas lojas, onde estão expostos estribos, esporas enormes, peitorais e freios, tudo de prata, ostentando esplendor deslumbrante, que iguala, não digo à da Rua do Ouro, de Lisboa, mas até à ‘Strada degli Orefici’, de Gênova”. (Trecho de Viagem militar ao Rio Grande do Sul citado a partir de GUTIERREZ, E. J. B. Barro e sangue. Mão-de-obra, arquitetura e urbanismo em Pelotas (1777-1888). UFPel, Pelotas; 1ª edição, 2004. p. 409). Data aproximada da foto: década de 1880. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: ARRIADA, E. Pelotas. Gênese e desenvolvimento urbano (1780-1835). Pelotas: Armazém Literário, 1994.

111. Conhecida como Ferragem Behrensdorf, sua história se confunde com a da transformação econômica do Estado do Rio Grande do Sul. Tem origem na firma Warncke & Doerken, de Adolf e Albert Doerken, com Augusto Warncke, que fundou a casa matriz em Porto Alegre em 1866, e uma filial em Rio Grande. Em 1874, esta filial é transferida para Pelotas, à Rua XV de Novembro. Em 1883, assume a gerência da sucursal de Pelotas o Sr. Franz Behrensdorf, girando sob a firma Warn-cke & Doerken, Sucessores, ficando independente da casa matriz. Em 1894, assume como único proprietário. Com seu falecimento, em 1901, sua viúva D. Carlota, constituiu a sociedade Vva. Franz Behrensdorf & Cia., com Alexander Tollens e Alexander Reguly, dando prosseguimento ao negócio. Em 1907, o Sr. Franz Behrensdorf Jr. assume como sócio, desligando-se em 1909 o Sr. Tollens. Nego-ciando por atacado e varejo, possuía vastos depósitos e grandes armazéns, salas de exposição dos artigos, luxuosos escritórios. Fazia avultada importação e exportação, direto da Alemanha, França, Inglaterra e dos Estados Unidos da América do Norte, de máquinas, especialmente agrícolas; máquinas a vapor, bombas, caldeiras, debulhadeiras, moinhos a vento, arados, ceifadeiras, planta-deiras, cultivadoras, máquinas para marcenaria, carpintaria, serralheria, máquinas para padaria, au-tomóveis. A Ferragem Vva. Behrensdorf foi responsável pela importação e construção do grande pavilhão de exposições agroindustriais de Porto Alegre. (Cf. DOMECQ & Cia., M. Op. cit., p. 217-220; COSTA, A. R. da. O Rio Grande do Sul (completo estudo sobre o estado). Porto Alegre: Livraria do Globo, 1922. II vol. p. 93. Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: LLOYD, R.. Op. cit., p. 841.

112. Nesta fotografia da Rua XV de Novembro é possível ver diversos estabelecimentos comerciais e a profusão de construções assobradadas (que geralmente tinham o pavimento inferior destinado ao comércio e o superior a depósito de mercadorias ou residência do proprietário). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: R. 15 de Novembro. Pelotas: Edições Meira, nº 58. Reprodução parcial. Acervo: ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.

113. A imagem certamente retrata um evento cívico, dado o séquito através de carruagens e a decoração da rua com a Bandeira Nacional brasileira. Trata-se, provavelmente, uma comemoração de aniversário da Proclamação da República ou Dia da Bandeira. Fotografia apanhada do alto de uma edificação, à altura da platibanda. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo des-conhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

114. Edifício original do Colégio Gonzaga, inicialmente nominado Colégio São Luiz Gonzaga, com o lendário “coqueiro da saudade” ao seu lado. Este educandário foi fundado pelo padre José Anselmo de Souza, da ordem dos Jesuítas, em março de 1895. No primeiro ano de funcionamento, começou com 15 alunos, tendo ao fim deste, 92. Em 1900 inaugurou sua capela e um novo prédio para aulas. Em 1902, já era comparado ao colégio D. Pedro II, na capital, Rio de Janeiro, dada a qualidade do ensino. É quando passa a chamar-se Ginásio São Luiz Gonzaga, com 220 alunos. Outro novo edi-fício, ao fundo da capela, para aulas foi iniciado em 1904. No ano de 1905, a “casa velha” de João Francisco Braga, à esquina da Rua XV de Novembro com (atual) Praça José Bonifácio foi destruída para dar lugar ao prédio do Ginásio Gonzaga, recebendo o novo edifício sua “pedra angular”, em maio de 1906. Um museu interno de história natural é inaugurado em 1909. Em 1910, Irmãos Ma-ristas assumem a direção do Curso Elementar. Quatro anos mais tarde, passou a oferecer o Curso Comercial (possuiria futuramente um banco, o “Banco do Gonzaga”, para atividades práticas). Em 1916 recebe luz elétrica, em substituição à iluminação a gás acetileno. No prédio à esquina da Rua Pe. Anchieta com Gal. Argolo, teve inauguração de um grande Salão (teatro), e de dormitórios para

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internato, no sótão. Para uso dos alunos, especialmente internos, em 1920 o colégio adquire uma chácara no arrabalde da Luz. Em 1926, os Irmãos Lassalistas assumiriam a instituição, dedicando-se os Jesuítas a outro estabelecimento em Santa Maria. Com instalações a princípio bem modestas, pouco a pouco foram construídos outros prédios (laboratórios de química, física e biologia, qua-dras de esportes, biblioteca, etc.), de forma a ocupar, hoje, quase a totalidade de seu quarteirão. (Cf. PARMAGNANI, J. J.; RUEDELL, O. Memorial do Colégio Gonzaga - 100 anos dedicados à educa-ção. Porto Alegre: Pallotti, 1995, p. 19-56). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: Idem

115. Antiga Praça da Matriz. Na imagem, vê-se a Catedral São Francisco de Paula ainda com o largo ornado por um dos quatro chafarizes importados da França. Após perder sua função utilitária, e em despeito de seu caráter estético, foi removido, entre 1915 e 1916. Desde então, nunca foi recolocado em parte alguma da cidade, e é considerado desaparecido. Por escassa a iconografia que o retratasse, somando-se a isso as realocações de outros dois chafarizes (o único a ocupar seu local original é o chamado “Fonte das Nereidas”, à Praça Cel. Pedro Osorio), algumas gerações desacreditaram da sua existência. À direita, em primeiro plano, a linha dos bonds da Ferro-Carril e Cais; ao fundo o “coqueiro da saudade” e a “Casa Velha”, primeiro edifício do Colégio Gonzaga, la-deado por diversas construções particulares, posteriormente adquiridas e demolidas para dar vazão à expansão do complexo do educandário. Data aproximada da foto: virada do século XIX para o XX. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: Postal. Acervo: Eduardo Arriada.

116. Até o início do século XX, “embora de grandes dimensões (aproximadamente 220m² e com uma capacidade para 700 fiéis), era ainda [a Catedral] bastante primitiva [arquitetonicamente]: nave única com tribunas laterais [internas, com esmerado trabalho em madeira], altar-mor ao fun-do e as duas bases das torres (...). As fachadas laterais, tipicamente coloniais, estavam em total desacordo com as proporções e ‘estilo’ da principal (...). Esse (...) aspecto (...), conforme tudo indica, se manteve até 1915” (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit., p. 40). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.

117. A Catedral São Francisco de Paula e o seu chafariz. Instalado em julho de 1873, assim como os outros três, foi, quando da inauguração, devidamente abençoado, e comemorado por sonoro repicar dos sinos da Matriz. A festividade era alusiva ao importante melhoramento, que colocava um fim à era do abastecimento de água por meio das cacimbas existentes na cidade. No entanto, era propriedade da Companhia Hidráulica Pelotense, que para proteger seus interesses, mantinha todos os chafarizes gradeados, cada um sob a vigilância de um guarda, a fim de garantir tanto sua integridade quanto o pagamento pelo serviço. Na imagem, o equipamento está recebendo manu-tenção. Quanto ao relógio da Igreja, instalado abaixo da torre sul (à esquerda), foi doado ao Colégio Gonzaga na segunda década do século XX. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal. Acervo: Eduardo Arriada.

118. Segundo Simões Lopes Neto, “A primeira planta de Pelotas (Vila de S. Francisco de Paula) foi levantada em meados de 1834 pelo engenheiro Eduardo Kreschmar” (LOPES NETO, J. S. “Notas Di-versas”, in: Op. cit., volume III, p. 41). Pelotas tornou-se Vila em 1832, tendo sido elevada a Cidade em 1835. Segundo Gutierrez, Eduardo Kretschemer, em 1820, foi autor da retificação e ampliação da planta do Rio de Janeiro; em 1834, trabalhou na planta de Pelotas e, em 1833, fez projetos de estudo para a abertura da barra do canal São Gonçalo. A nacionalidade, a grafia do nome e a formação de Eduardo deixam dúvidas. Assim, referindo-se a esse profissional, escreveram: “‘enge-nheiro norte-americano Eduardo Krschmar’; ‘o primeiro arruador, Eduardo Kreschmar’; ‘engenheiro Ernesto Kristcknan’; ‘alemão Eduardo Von Kreschmer’, respectivamente, João Simões Lopes Neto, Fernando Osório, Heloísa Assumpção, Yunes e Amaral” (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit., p. 171-172). A ele é atribuído ainda, o projeto do Teatro Sete de Abril, projetado em 1834, justamente quando esteve em Pelotas. Data: Ano de 1834. Autor: Eduardo Kreschmar. Fonte da Imagem: Fundação Biblioteca Nacional (Biblioteca digital).

119. “Preto chicoteando outro, crucificado em pelourinho”. Hermann Rudolf Wendroth era um mercenário alemão (...) [que] veio para o Brasil em 1851, contratado para lutar contra Rosas. (...) Wendroth tinha o olhar de um guerreiro beberrão, e a ele devemos as mais pitorescas imagens de Pelotas. (Cf. SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data: Ano de 1851. Autor: Hermann Rudolf Wendroth. Fonte

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da Imagem: AL-ALAM, C. C. A negra forca da princesa: Polícia, Pena de morte e Correção em Pelotas (1835-1857). Pelotas: Sebo Icária, 2008.

120. “Prisão de soldados em Pelotas”. A pintura, feita no interior de uma cadeia, foi proporcionada pela prisão do artista e soldado. “Devido a um desses excessos [cometidos pela tropa e atribuídos ao caráter dos mercenários], Wendroth foi preso e conduzido para a Cadeia Pública de Pelotas que, além de registrar, tratou de decorar com ‘caricaturas’ e farta ‘produção literária’. No final de agosto de 1851, o 15º Batalhão partiu de Pelotas com destino a Jaguarão”. (SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data: Ano de 1851. Autor: Hermann Rudolf Wendroth. Fonte da Imagem: AL-ALAM, C. C. Op. cit.

121. Aquarelas cujo tema é a escravidão. “Wendroth era um artista-mercenário, capaz de evitar o ‘costrumbismo’ [pinturas agradáveis de hábitos estrangeiros e de costumes desconhecidos] para denunciar o atípico. (...). Quando na prisão, não se resignava, desenhava. Suas aquarelas e desenhos são realistas, um realismo à serviço de um espírito satírico (no sentido da caricatura (...); no sentido da denúncia)” (SCHLEE, A. R. Op. cit.). Data: Ano de 1851. Autor: Hermann Rudolf Wendroth. Fonte da Imagem: AL-ALAM, C. C. Op. cit..

122. “Além dos saraus domésticos para a prática musical em família, havia saraus em casas de profes-sores de música, onde seus alunos tocavam o que haviam aprendido durante aquele ano. Havia, ainda, saraus realizados em casas de famílias importantes da cidade em honra a algum artista que estivera dando concertos” (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. (Orgs.). Op. cit., p. 231). Data aproxima-da da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

123. Considerando que a presente pesquisa da iconografia de Pelotas, para compor este almana-que, verificou que atualmente temos acesso a pouco mais de duas centenas de imagens anteriores ao primeiro centenário de Pelotas, este postal francês, expedido em Pelotas, é um dos indicativos da influência da cultura francesa na cidade. Postado em 14/11/1903. Autor desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

124. Meninos do recém-inaugurado Ginásio Pelotense. Com a proclamação da república e a con-seqüente separação entre o Estado e a Igreja, depois da chamada “questão religiosa”, foi permitido o ensino laico. “Esses fatos favoreceram”, em 1902, “a criação do Ginásio Pelotense, resultado da união de três sociedades maçônicas: Antunes Ribas, Lealdade e Rio Branco, contrapondo-se à ins-tituição católica Ginásio Gonzaga. Sua primeira sede foi a residência do Dr. Miguel Barcelos, na rua que hoje leva seu nome (...). Em 1903, passou a funcionar no casarão adquirido pela Maçonaria, na Rua Félix da Cunha esquina Tiradentes (prédio histórico, que por duas ocasiões havia abrigado a Família Imperial) até ser transferido, em 1961, para o endereço atual” (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. (Orgs.). Op. cit. p. 76). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

125. As antigas exposições artísticas eram eventos com intuito de expor os talentos artísticos (em pintura, música e costura, entre outros trabalhos manuais) das jovens senhoritas da sociedade. Fo-ram muito freqüentes em Pelotas desde meados do século XIX até meados do XX. Data aproximada da foto: década de 1900. Autor desconhecido. Postal. Remetido em 1905. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

126. “As charqueadas eram estabelecimentos onde se preparava a carne salgada e seus subprodu-tos. Diferentemente dos demais núcleos charqueadores da América do Sul, o Núcleo Charqueador Pelotense, situado no encontro do arroio Pelotas com o canal de São Gonçalo, constituía uma zona fabril, com mais de trinta saladeiros localizados lado a lado, sem os campos destinados à criação e onde perto de 2000 escravos labutavam” (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. [Orgs.]. Op. cit., p. 59-61). Na cena acima, o aspecto dos extensos varais (ou secadores), barras longas de ma-deira disposta a metro e meio do solo, onde as mantas de charque ficavam ao sol. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Xarqueada (Varaes) [sic]. Pelotas: Edições Meira, nº 29. Postado em 1904. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

127. Processo de enfardação do charque. “Ao anoitecer, ou quando a chuva caía, [as mantas] eram amontoadas em vários pontos dos varais. Completamente seco, o charque era arrumado novamen-

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te em pilhas para esperar o embarque” (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. [Orgs.]. Op. cit., p. 59-61). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Xarqueada (Enfardação) [sic]. Pelotas: Edições Meira, nº 30. Endereçado em francês. Postado em 1904. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

128. Desembarque de gado no Ramal. Cada charqueada abatia uma média de seiscentos bois por dia de trabalho (cf. LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. [Orgs.]. Op. cit., p. 59-61). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Desembarque de gado - Ramal. Pelotas: Edições Meira, nº 47. Endereçado em francês. Postado em 1906. Acervo: ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.

129. Soldados do 29º Batalhão sobre a ponte de madeira da Rua Sete de Abril (atual Rua Dom Pedro II). Antigo leito do Arroio Santa Bárbara. “Uma (...) ponte foi construída em 1882, pela Companhia Ferro Carril e Cais de Pelotas, situada no prolongamento da Rua Sete de Abril, atual D. Pedro II. Em 1888 a Câmara Municipal mandou alargar esta ponte pelo alinhamento à rua” (PETER, G. D. Santa Bárbara. O braço morto que ainda vive na memória. Pelotas: UFPel/Curso de especialização em conservação de patrimônios em centros urbanos. 2004, p. 13). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit..

130. “Natural do Congo, o Dominguinhos veio para a Bahia já casado. Sendo vendido como escravo para o Rio Grande, veio, depois, para Pelotas, onde casou pela segunda vez. (...) Trovador da cor inconfundível do carvão, dançarino incansável que atravessou a vida sempre carregando o peso da desventura, constantemente a rir, a cantar e a dançar” (OSORIO, F. L. Op. cit., p. 314-315). Nasceu em 1818 e viveu 107 anos. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: Idem.

131. Lavadeiras e pequenas embarcações no Arroio Santa Bárbara. “Em 1832, a Câmara de vereado-res da vila de São Francisco de Paula proibiu a edificação e o levantamento de cercas, nas margens do arroio Santa Bárbara, que privassem o uso de lavagens de roupas, por ser o único lugar, na vila, destinado para essa atividade. No mesmo ano, foi apresentada proposta pelos vereadores para colocar os despejos no mesmo arroio, um ponto um pouco mais abaixo da lavagem da roupa, no passo do Santa Bárbara, no lugar onde as águas corriam em direção ao cemitério” (MAGALHÃES, M. O. Op. cit., p. 23-24). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória

132. As lavadeiras utilizavam o antigo leito do Arroio Santa Bárbara, e motivaram o nome da Rua das Lavadeiras (chamada popularmente de Rua do Francisco Ourives; posterior Rua Man-duca Rodrigues e atual Rua Prof. Araújo), conforme a Planta da Freguesia de São Francisco de Paula, elaborada por Maurício Ignácio da Silveira em 1815 (ver figura 1). (cf. MAGALHÃES, M. O. Op. cit., p. 23-24). A imagem mostra a face norte da ponte de pedra. Ao fundo, a Cervejaria Ritter. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

133 Ponte de ferro sobre o Arroio Santa Bárbara, à Rua Dom Pedro II (antiga Rua Sete de Abril). “Em 1907, [a ponte de madeira da Rua Sete de Abril] foi demolida e substituída por outra, segundo Alberto [Coelho] da Cunha ‘mandada vir da Europa pela Empresa Industrial e Construtora do Rio Grande do Sul para servir a projetada estrada de Ferro de São Lourenço e por ela cedida à Intendên-cia Municipal na administração do dr. Antero Leivas’”. (PETER, G. D. Op. cit., p. 13). Data aproximada da foto: década de 1900. Autor desconhecido. Postal intitulado: 11. Ponte da Rua 7 de Abril sobre o Rio S. Bárbara). Acervo: Eduardo Arriada.

134. Postal reproduzindo fotografias dos soldados do 29º Batalhão sobre a ponte de ma-deira da Rua Sete de Abril (atual Rua Dom Pedro II) e da Caixa d’Água de ferro. Vista esta tirada da lateral da Praça Piratinino de Almeida. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Ponte da rua 7 de Abril; Caixa d’Água. Pelotas: Coleção da Livraria Americana, nº 09. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1907. Acervo: Eduardo Arriada.

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135. Atualmente este antigo trecho de ramal ferroviário, após o desvio do referido arroio, deu lugar à Rua Barão de Mauá. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

136. Antiga ponte do Ramal, à atual Rua Barão de Mauá, antigo Bairro do Estaleiro. “O bairro (...) deve seu nome a um pequeno estaleiro que já existia antes de 1830 sobre a margem esquerda do arroio Santa Bárbara, no lugar onde faz um acentuado cotovelo, no extremo sul da hoje rua Mare-chal Deodoro, e era situado no lugar onde se acha a fábrica de conservas alimentícias Aliança [do senhor Leivas Leite], próximo à antiga Caieira. Daí em meados de setembro de 1832 desceu para a água o casco da barca Liberal”. Ainda segundo Osorio, o primeiro barco a vapor que sulcou as águas do estado e o primeiro construído no Brasil. Completa Gutierrez: Antônio José Gonçalves Chaves, [Domingos] José de Almeida, mais José Vieira Viana e José Marques Canarim importaram da fábrica Stean Engine, de Nova York, um motor e caldeira e, em São Francisco de Paula, constru-íram o casco e montaram a barca Liberal”. (Cf. GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit., p. 219-220; PETER, G. D. Op. cit., p. 13; OSORIO, F. L. A cidade de Pelotas. 3. ed. Pelotas: Armazém Literário, 1997. p. 97). Data aproximada da foto: década de 1900. Autor desconhecido. Postal intitulado: 9. Ponte da Rua 7 de Abril sobre o Rio S. Bárbara). Acervo: Eduardo Arriada.

137. O Moinho Pelotense ficava, inicialmente, em uma das margens do Arroio Santa Bárbara. Sua origem é a “Grande Fábrica a Vapor de Farinhas Pelotense, de Delfino Borges. Dotado de um gênio ativo e empreendedor, teve o Sr. Delfino Borges a glória de dotar a nossa cidade de um estabeleci-mento de primeira ordem, como seja a sua importante Fábrica a vapor de farinhas pelotenses (...) primeira em seu gênero em todo o Brasil, possuindo as mais aperfeiçoadas máquinas que estão em uso na culta Europa e nos Estados Unidos” (Jornal A Ventarola, 11 de Setembro de 1887, p. 2. Pelo-tas: Chapon, 1887). Na chaminé, nesta imagem, está assinalada a data 1893. Datação aproximada: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit..

138. O segundo proprietário do estabelecimento, já conhecido como Moinho Pelotense, foi Pau-lino T. da Costa Leite. “Em 1894, fundou-se o Moinho Rio-Grandense (em Porto Alegre), sendo o Sr. Albino Cunha um dos organizadores deste estabelecimento fabril que ficou mais tarde único proprietário [...]. Mais tarde [o comendador José Albino da Cunha] adquiriu por compra o Moinho Pelotense, tendo assim na mão os dois primeiros estabelecimentos industriais do ramo. Sendo mui-to diminuta a produção de trigo do Estado, a importação deste cereal foi feita da Argentina, sendo descarregado em trapiche próprio e transportado até á fabrica por uma pequena linha de trilhos que muito facilita a descarga, assim como a carga dos sacos de farinha. A produção do moinho Pelotense foi levada até mais de 30.000 quilos diários de farinha esmeradamente elaborada e cujas marcas Eclipse, Primor e Coqueiro gozam nos mercados grande popularidade, aliás, muito mereci-da, na Europa e principalmente na Inglaterra [...]. A ideia primitiva foi de instalar o moinho no Rio Grande [na cidade de Rio Grande]. Porém, as exigências descabidas Cia. exploradora no novo porto do Rio Grande, com respeito á aplicação das taxas de carga e descarga das mercadorias embarcadas ou desembarcadas no novo porto, fizeram com que o Sr. Cunha sutasse os trabalhos de edificação da fabrica projetada.” (DOMECQ & Cia., M. Op. Cit., p. 142-149). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Moinho Pelotense de Paulino T. da Costa Leite. Acervo: Eduardo Arriada.

139. Operários em frente à obra da ponte metálica da estrada de ferro sobre o Canal São Gonçalo, “com 600m de extensão e vão central móvel para passagens de embarcações, construída no fi-nal do século XIX, sob responsabilidade da empresa inglesa Southern Brazilian Rio Grande do Sul Railway Company Limited”. Data aproximada da foto: fim do século XIX. Fotógrafo desconhecido. (DAMETTO A. P. de A. Os metais no patrimônio Urbano de Pelotas, RS - 1870 a 1931. Dissertação Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural. Instituto de Ciências Sociais, UFPel, 2009. p. 59). Acervo: Eduardo Arriada.

140. Ponte ferroviária sobre o Canal São Gonçalo, que interliga Rio Grande, Pelotas e Bagé, cuja estrada de ferro (...) “consolidou o tripé econômico porto-charque-gado, estruturado na criação, produção e exportação do couro, da carne salgada e derivados”. (SANTOS, Carlos Alberto Ávila. Ecletismo na fronteira meridional do Brasil [1870-1931]. Tese. Doutorado em Arquitetura. Con-servação e Restauro. Salvador, Universidade Federal da Bahia, 2007, p.76, in: DAMETTO A. P. de A. Os

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metais no patrimônio Urbano de Pelotas, RS - 1870 a 1931. Dissertação Mestrado em Memória Social e Patrimônio Cultural. Instituto de Ciências Sociais, UFPel, 2009. p. 59). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

141. A segunda litografia [de Peter Ludwig], “‘Huma parte da povoação de Pellotas, subindo pelo caminho do Porto’ vem reforçar nossas especulações a respeito das intenções do seu autor, pois mostra os fundos de uma grande residência senhorial (ou conjunto de prédios), toda ela cercada por muros que delimitam várias áreas de vegetação ou banhados. O que é urbano, o que é rural? Fernando L. Osório conta que até 1907 existiu ‘fronteiro ao antigo cais de madeira e paralelo à margem do Rio S. Gonçalo, na continuação da rua Canarim, hoje Conde de Porto Alegre’ um antigo prédio; ‘o primeiro aqui erguido’, pois era a ‘sede da fazenda existente, como indicavam a sua ampli-tude, conforto, arquitetura e quantidade de menores edificações adjacentes’ (construído em 1784). Não estaria ele se referindo ao prédio litografado? Seria este, então, a sede da fazenda e, depois charqueada, do capitão Domingos Rodrigues?” (cf. SCHLEE, A. R. Op. cit.). Em Luccock encontramos o seguinte: “Uma parte da povoação de Pelotas”. Uma vez transposto o São Gonçalo encontra-se, rumo ao norte e entre o Passo dos Negros e a Lagoa dos Patos, uma vasta extensão de terrenos pantanosos, formados pela acumulação dos sedimentos de muitas eras. Em meio desses atoleiros existem várias casas e algumas estâncias, entre as quais a Fazenda de Pelotas, que se diz ocupar dez léguas quadradas. O proprietário passa por ser cavalheiro de grandes riquezas e poderio; sua casa é ampla, situada em terras elevadas (...). É toda caiada de branco e, tendo por fundo espessas matas, forma um objeto grandioso quando contemplada do rio. O rio Pelotas corre abaixo dela” (LUCOCK, John. Notas sobre o Rio de Janeiro e partes meridionais do Brasil. Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: EDUSP, 1975). Litografia editada em 1846. Fonte da Imagem: GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit., p. 139. Fonte da imagem: GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit., p. 139.

142. Postal reproduzindo três vistas do Porto de Pelotas. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Porto de Pelotas (Estaleiro); Porto de Pelotas (Praça São Domingos); Porto de Pelotas (Lado Sul). Pelotas: Coleção da Livraria Americana, nº 10. Ende-reçado e escrito em francês. Postado em 1904. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

143. Postal do porto de embarque, em Pelotas. À esquerda, Praça Domingos Rodrigues. Data apro-ximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas - Porto de Embarque. Pelotas: Endereçado e escrito em francês. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

144. Aspecto do Porto de Pelotas no fim do século XIX. A desobstrução da foz do Canal São Gon-çalo, muito almejada pelos pelotenses, foi adiada por mais de quatro décadas desde as primeiras tratativas sob o comando do grupo responsável pela Barca Liberal. Realizada em 1876, abriu a perspectiva de grande crescimento econômico, por permitir o embarque e o desembarque de mer-cadorias em maior quantidade, em navios maiores e de praças mais distantes. Os primeiros deles foram o palhabote norte-americano Tampico, navio de barra-fora, e a canhoneira inglesa Beacon. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. (NETO, João Simões Lopes. Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 3, p. 45). Acervo: Eduardo Arriada.

145. Porto, Cais e Praça Domingos Rodrigues, no Porto de Pelotas, no Canal São Gonçalo. “Em 1845, a Câmara fixou em 33m a distância entre os edifícios e o canal São Gonçalo. Nesse mesmo ano, para João Ribas e Irmãos poderem construir um armazém junto à margem do São Gonçalo, com a distância de 19,20m entre o prédio e a água, tiveram de destinar área para praça, com 88m de frente ao dito canal, mais 154m de fundo. Até hoje, a praça mantém a denominação Domingos Ro-drigues, em homenagem ao pai dos doadores, comprador das terras que foram doadas a Mariana Eufrásia. Em 1846, a Câmara de vereadores pagou a Manoel Eguia oito mil réis pela despesa feita com os serventes na demarcação da praça, que ficava sobre o porto da cidade”. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (GUTIERREZ, E. J. B. Barro e sangue. Mão-de-obra, arquitetura e urbanismo em Pelotas (1777-1888). Tese de Doutorado. Porto Alegre: PUC-RS, 1999, p. 217-218). Postal intitulado: 9. Porto, Caes e Praça Domingos Rodrigues. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

146. Cais do Porto de Pelotas. “Em 1834, a Câmara Municipal dispõe um logradouro para o esta-belecimento do porto. Ele ‘tinha início no terreno da antiga Alfândega (Rua Benjamin Constant)

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e estendia-se até o local’ onde funcionaria o Frigorífico Anglo (atual sede do Campus Porto, da Universidade Federal de Pelotas). Embora grande fosse o comércio feito por via fluvial, (...) havia um grave problema que era representado pela sua obstrução (...), especialmente na sua barra no en-contro com a Lagoa dos Patos”. Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. [Orgs.]. Op. cit., p. 195-198). Fonte da imagem: LLOYD, R. Op. cit., p. 845.

147. Vista do porto de Pelotas. Antes da desobstrução da barra do São Gonçalo, “os produtos tinham que ser enviados em iates para São José do Norte, sendo transferidos então para barcos maiores que viajavam até o destino final das mercadorias, com prejuízos para os negócios da região”. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGA-LHÃES, M. O. Op. cit., p. 195-198). Postal intitulado: Porto de Pelotas. Acervo: Eduardo Arriada.

148. Vista do porto de Pelotas. Em primeiro plano, um navio descarrega algumas barricas. O pro-blema da obstrução do Canal São Gonçalo começou a ser “resolvido com a entrada em funciona-mento, em 1868, de uma empresa com capitais da própria cidade, que se ocupou da dragagem do canal, tendo seu calado sido ampliado para 9 e ½ pés ingleses de água. Assim, a partir de 1876, o porto pelotense começou a receber embarcações maiores, até de 700 toneladas Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. Op. cit., p. 195-198). Postal intitulado: Pelotas. Vista do Porto. Acervo: Eduardo Arriada.

149. Entrada da Cervejaria Sul-Riograndense, de Leopoldo Haertel. Portão à Rua Benjamin Cons-tant. À direita, o prédio que serviu de residência à família do industrialista. Em 1916, Domecq publicou grande matéria sobre a fábrica: “Fundado em 1889, pelo Snr. Leopoldo Haertel, e insta-lado à Rua Conde de Porto Alegre nº 56 (e nº 44), este estabelecimento principiou a sua vida com elementos modestos e um capital bastante resumido (...). Aos poucos, porém, a fábrica foi progre-dindo, melhorando e ampliando sempre a sua produção e captando a confiança e a simpatia do público. O seu desenvolvimento foi tal, que as primitivas instalações se tornaram insuficientes e, seis anos passados, o Snr. Leopoldo Haertel mandou construir o prédio atual [em 1915] que ocupa três quartos de quadra, com frente para as Ruas Benjamin Constant, Conde de Porto Alegre e José Patrocínio e cuja planta e instalação respondem admiravelmente às necessidades da formidável produção diária de 15.000 garrafas, permitindo elevá-la facilmente a 25.000. Atualmente é uma das mais poderosas fábricas de cerveja do Estado do Rio Grande do Sul e as diferentes marcas da sua fabricação de tal forma se têm imposto ao público que, em Porto Alegre, onde existem importantes fábricas deste produto, essas marcas de cerveja são consumidas em larga escala, sendo altamente apreciadas (...). As máquinas, importadas da Alemanha, são das mais aperfeiçoadas e intensivas e representam um capital importante; a sua instalação foi feita pela conhecida casa Bromberg & Cia, cuja ação se acha ligada à instalação e desenvolvimento de numerosas indústrias deste Estado. As matérias primas empregadas e escolhidas entre as mais convenientes são importadas da Alemanha, da Norte-América e de Chile; a sua excelência explica o favor que os consumidores dispensam aos produtos da Cervejaria Sul Rio-Grandense e especialmente às cervejas das marcas Perú, Porco e São Luiz, cuja esmerada fabricação e altas qualidades higiênicas as tornam preferidas do publico. A fá-brica entrega igualmente para o consumo gelo e aguas gasosas, presidindo á sua preparação a mais rigorosa higiene. Os diversos departamentos da fábrica são perfeitamente adequados ao fim espe-cial a que são de destinados [sic], obedecendo a sua instalação aos rigorosos preceitos da higiene. Em Impressões do Brasil (publicado em 1913), consta que o Sr. Leopoldo Haertel nasceu em Porto Alegre, em 1862, e estudou em São Leopoldo. Iniciou a fabricação de cerveja, com o sr. Bopp, em Porto Alegre, há 35 anos; e mais tarde fundou modestamente o seu estabelecimento em Pelotas”. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (DOMECQ & Cia., M. Op. cit., p. 250-254; LLOYD, R. Op. cit., p. 842). Fonte da imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

150. Instalações da Usina do Gasômetro, no Porto de Pelotas. Ao fundo, um dos balões de gás. “O grande progresso social e científico [do final do século XIX] que ocasionou melhorias significativas na iluminação pôde ser notado em Pelotas, com a criação, em 1875, da Cia. Rio Grandense de Ilu-minação a Gás”, sendo a cidade a primeira a apresentar esse serviço no Estado. Substituídas foram, de vez, a iluminação a azeite de mocotó (1840) e a de gás hidrogênio (1853) nas vias públicas. Este antigo Gasômetro, segundo consta, funcionou até a década de 1940, quando as dificuldades na obtenção de matéria prima de qualidade foram intransponíveis. Localizava-se no prolongamento

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da Rua Alm. Barroso (antiga Rua de Baixo; Rua das Fontes), quase no encontro com o Canal São Gonçalo. A partir de 1915, a energia elétrica passou a fazer parte da vida dos pelotenses, após a chegada da empresa Light & Power. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desco-nhecido. (cf. LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. Op. cit. p., 141-142). Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

151. Rua Benjamin Constant, quase esquina XV de Novembro. Janeiro de 1909. Recepção do se-nador Alexandre Cassiano do Nascimento, pela Associação Comercial, em reconhecimento aos serviços prestados à cidade, conseguindo-lhe a Alfândega. O político era conduzido por uma bela carruagem, decorada com a devida pompa. Ao fundo à direita, bonde puxado por muares, linha XV de Novembro, da Cia. Ferro-Carril e Cais, de Pelotas. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

152. Rua Gomes Carneiro, quase esquina Cel. Alberto Rosa. Vista da fachada lateral da Igreja do Sagrado Coração de Jesus, em construção, faltando ainda a torre. A paróquia do Sagrado Coração de Jesus foi criada em novembro de 1912 pelo primeiro bispo de Pelotas, D. Francisco de Campos Barreto. Uma primitiva igrejinha de madeira, edificada ao lado da atual, foi substituída por templo de maiores e mais cômodas proporções, construído em terreno doado pelo casal Evaristo Alves Ribas e Ambrosina Ribas. Sua torre é encimada por imagem do Sagrado Coração de Jesus, com Cristo de braços estendidos a abençoar o porto da cidade. Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

153. Parque Pelotense, de José Álvares de Souza Soares. “Vista tomada de uma fotografia do Sr. Augusto Amoretty. Num distante domingo, 2 de fevereiro de 1883, a população pelotense, representada por mais de três mil pessoas, comparecia à inauguração do “Parque Pelotense”, local com uma área superior a 20.000 m2, localizada na vila do Prado (Fragata). Nossa cidade recebia do sr. José Alvares de Souza Soares, o mais aprazível local de entretenimento, até então criado em nosso meio. Para se deslocar até o Parque a população pelotense, vinda de todos os quadrantes da cidade, o fazia através da estrada do Fragata. A companhia Ferro Carril e Cais de Pelotas prolongou a linha de bonde até a entrada do Parque. Pelo que nos foi dado a ler, a inauguração do mesmo aconteceu de forma extraordinária. De longe se avistava um galhardete (bandeira em forma de trapézio), onde se lia: ‘Parque Pelotense’”. Gravura: Autor desconhecido. Data: Ano de 1883 (cf. O Mandolinista, in: Sons e Tons. Jornal O Pervígil, de 4 de fevereiro de 1883). Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

154. Cartão postal retratando a avenida principal do Parque Pelotense. “José Alvares de Souza Soa-res, o crente do sistema homeopático, o entusiasta pela opulência da flora brasileira - eis o criador do Parque Pelotense. Fez das cem mil braças quadradas que adquiriu na Vila do Prado um magní-fico parque. Ali formou a Chácara do Cambará, montando o estabelecimento para o fabrico do seu afamado xarope Peitoral de Cambará, com o respectivo Laboratório Homeopático Rio-Grandense belamente construído e adornado, e do qual se passa por uma extensa varanda aérea que vai terminar em um elegante ‘chalet’. Em menos de dois anos, Souza Soares transformou um terreno árido em quinta admirável”. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (cf. O Mandolinista, in: Sons e Tons. Jornal O Pervígil, de 4 de fevereiro de 1883). Postal intitulado: Avenida do Parque. Pelotas: Edições Meira, nº 22. Endereçado e escrito em francês. Acervo: ETH--Bibliothek Zürich, Bildarchiv.

155. Outro cartão postal retratando a avenida principal do Parque Pelotense. Era um local de lazer completo para a época. Possuía “água farta e superior, cristalina, em vertentes naturais, jorrando de uma fonte caprichosa e artisticamente construída, serpenteando por cima de colinas até lançar-se com abundância em um lago artificial, onde os patos se banham; plantação variada em arvoredos frutíferos, hortaliças e flores; jardins primorosos e esquadrejados à inglesa, chalets por toda parte, estufas, pontes toscas, ninhos de aves - um conjunto de utilidade e belezas – tudo ali se encontra, tudo ali causa espanto, porque custa a acreditar-se que haja quem tanto faça em tão pouco tempo. O busto de [Dr.] Hannemann [Christian Friedrich Samuel Hahnemann, criador do sistema homeopático de medicina alternativa], erguido sobre uma coluna que tem por base caprichosos montículos de delicadas flores, ali ostenta a superioridade que lhe dão seus fervorosos adeptos, entre os quais Souza Soares ocupa, entre nós, um lugar bem distinto”. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo

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desconhecido. (cf. O Mandolinista, in: Sons e Tons. Jornal O Pervígil, de 4 de fevereiro de 1883). Postal intitulado: Avenida principal do Parque Pelotense. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

156. Um dos aprazíveis recantos do Parque Pelotense. “Com efeito, nenhum outro local pode, por enquanto, oferecer as vantagens recreativas do Parque, aonde a par de uma sombra deleitável, se aspira o perfume das flores e os poéticos encantos d’um panorama agradável. O Sr. Souza Soares deu à inauguração do seu estabelecimento campestre um caráter puramente popular. Franquean-do-o ao público, sem distinção de classes, mostrou-se indistintamente afável e obsequioso com todos”. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (Jornal Onze de Julho, de 4 de fevereiro de 1883). Postal intitulado: Pelotas. Parque Pelotense. Pelotas: Edições Meira, nº 34. Postado em 1906. Acervo: ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.

157. Escola régia no interior do Parque Pelotense. “Passando além daquela fachada, de modesta aparência, sem riqueza de ornato, [o jornal] O Mandolinista reconheceu que ali, onde a indústria exerce-se proveitosamente, onde a propriedade é legítima, vai ter lugar de honra - o mestre - por-que no Parque Pelotense a escola é o ponto de partida para a prosperidade social. Honra a Souza Soares pela elevação dos seus princípios, pela sublimidade que revela na sustentação do ensino, pelo exemplo que oferece ao governo e aos miseráveis poderosos do dinheiro!” Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Parque Pelotense. Pelotas: Edições Meira, nº 34. Assinado por Leopoldo Souza Soares, filho de José Alvares de Souza Soares. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

158. Cartão postal mostrando uma aleia do Parque Pelotense. “A Sociedade Medicinal Souza Soares Limitada foi constituída no Porto, Portugal, entre os membros da família Souza Soares, em 12 de julho de 1910, (...) com o objetivo de desenvolver e colocar os produtos farmacêuticos da Casa Souza Soares (...). O primeiro estabelecimento Souza Soares foi fundado modestamente no Brasil, na cidade de Pelotas, Rio Grande do Sul, em 1874, pelo Sr. José Alvares de Souza Soares, depois vis-conde de Souza Soares; e tomou logo proporções tais, que em 1883 foi necessário transferi-lo para o grandioso Parque Souza Soares, criado especialmente para esse fim, num dos arrabaldes daquela cidade”. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (LLOYD, R. Op. cit., p. 844). Postal intitulado: Parque Pelotense. Pelotas: Edições Meira, nº 40. Endereçado e escrito em alemão. Acervo: ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.

159. Cartão postal mostrando outra vista dos jardins do Parque Pelotense. “O Parque ocupa uma área de mais de 300.000 metros quadrados, com as edificações necessárias para todo o fabrico da empresa, casas para moradia dos empregados etc., e pomares e jardins de recreio, franqueados ao público, que muito os procura (...). A sucursal no Brasil funciona na (...) Avenida 20 de Setembro; está admiravelmente instalada e esplendidamente aparelhada, sendo no seu gênero um dos primeiros estabelecimentos da América do Sul” (LLOYD, R. Op. cit., p. 844). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Parque Pelotense. Pelotas: Edições Meira, nº 41. Postado em 1905. Acervo: ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.

160. Familiares em momento de lazer no Parque Pelotense, ao som de uma vitrola, sob uma árvore. “O visconde de Souza Soares, falecido em junho de 1911, fundador desta grandiosa empresa, nas-ceu a 24 de fevereiro de 1846, em Vairão, Portugal; veio para o Brasil em 1862, indo primeiro residir em Pernambuco, onde se empregou em casa de um seu irmão. Mais tarde, estabeleceu-se por conta própria. Vindo para o Rio Grande do Sul em 1872, estabeleceu-se em 1873, com uma pequena farmácia homeopática, que no ano seguinte transferiu para a cidade de Pelotas. Começou desde então a prosperar o seu negócio, e por essa época foi lançado o seu famoso Peitoral de Cambará. (...) Inaugurou em 1883 o conhecido Parque, onde funciona hoje o estabelecimento; e voltando a Portugal em 1900, aí organizou a sua sociedade, montando também uma fábrica e laboratórios neste país. Os negócios deste grandioso estabelecimento são, desde a morte do visconde, dirigidos por seus filhos Leopoldo e Miguel, entre os quais está dividido o capital da empresa” (LLOYD, R. Op. cit., p. 844). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

161. Antigo laboratório Souza Soares. “O estabelecimento compreende várias seções: seção de preparo e acondicionamento de remédios homeopáticos e específicos, compreendendo seis vas-

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tos salões seguidos do escritório, depósitos de vidros, seção de lavagem e esterilização de frascos etc.; laboratórios farmacêutico e químico, compreendendo três salas, equipadas com maceradores, prensas, trituradores, máquinas de comprimir pastilhas, almofarizes etc., e todos os aparelhos mo-dernos necessários às exigências do estabelecimento; tipografia, estereotipia, encadernação e dou-ração, ocupando 3 vastos salões com prelos, tesouras, prensas, afiador automático, máquinas para encadernação e douração etc. etc” (LLOYD, R. Op. cit., p. 844).. Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Fonte da imagem: idem;

162. Parque Pelotense. Antigo Laboratório Souza Soares. “Existe também no estabelecimento uma refinação para o açúcar empregado na composição dos preparados, montada com aparelhos dos tipos mais modernos e aperfeiçoados. A Casa Souza Soares leva ao mercado, não só grande nú-mero de remédios homeopáticos, tais a Febrilina, Nervosina, Estomachina etc. etc., como também grande número de preparados e específicos, entre eles o famoso e reputado Peitoral de Cambará. O Peitoral de Cambará, específico para as moléstias das vias respiratórias, que goza no Brasil de justa reputação, é extraído de uma árvore medicinal, muito abundante no estado do Rio Grande do Sul, conhecida pelo nome de cambará” (LLOYD, R. Op. cit., p. 844). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

163. Parque Pelotense. Entrada principal, vendo-se um bonde da linha do Prado, que cortava a avenida principal do parque. Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

164. Cartão postal mostrando dois aspectos do Passo do Salso, cuja estrada encontrava a antiga estrada do Fragata, no prolongamento da Rua Mal. Floriano, por ali acessando Pelotas. Data apro-ximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Um chalet na estrada do passo do Salso; Estrada do passo do Salso. Pelotas: Coleção da Livraria Americana, nº 1. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1903.

165. Cartão postal mostrando uma quinta (propriedade rural, com moradia) nos arrabaldes (parte de uma cidade ou povoação que fica fora ou nas adjacências de seus limites) de Pelotas. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Palmeiras; Uma quinta – Arrabaldes. Pelotas: Coleção da Livraria Americana, nº 19. Endereçado e escrito em fran-cês. Postado em 1903.

166. Carruagens dirigindo-se ao Retiro, um dos balneários preferidos para o lazer, durante o século XIX. O passo do Retiro ficava no Arroio Pelotas, próximo ao núcleo charqueador pelotense. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Retiro. Pelotas: Edições Meira, nº 37. Postado em 1904.

167. Solenidade nas instalações da Companhia Hidráulica Pelotense junto ao Arroio Moreira. Al-guns senhores navegam nas águas tranqüilas da represa inaugurada oficialmente em 1874. Ao fundo, torre do reservatório, com sistema estrutural metálico Eiffel. Data aproximada da foto: dé-cada de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Hydraulica Pelotense. Pelotas: Edições Meira, nº 12. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1903.

168. Antiga Capela de Nossa Senhora da Luz, no arrabalde da Luz. “A capela de Nossa Senhora da Luz foi erguida em cumprimento de um voto religioso. O capitão de barco José Fernandes da Vic-tória, encontrando-se quase cego e desesperançado, fiou-se de um milagre para recuperar a visão perdida (...). Invocou em suas orações a intercessão da Senhora da Luz, a quem prometeu erguer uma ermida, caso se visse curado. O milagre realizou-se, e o devoto cumpriu sua promessa”. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. (LOPES NETO, J. S., Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 3, p. 93). Postal intitulado: Capella N. S. da Luz. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

169. Antiga Igreja de Nossa Senhora da Luz, no terreno da Rua Pe. Anchieta esquina Rua da Luz. “Escolhido o local, a metro e meio distante da povoação, em sítio ameno e tranquilo, longe de bulícios e de rumores, em que as almas pias, naquele tempo de crença religiosa ardente, ainda nu-merosas, pudessem em pleno recolhimento expandir os sentimentos que à solidão conduzia-nas a

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necessidade de orar e de elevar a alma às alturas do infinito, de coração pio, humilhado na grandeza do desconhecido, ele conseguiu do capitão de ordenanças João José Teixeira de Araújo, em situação de seu agrado, o terreno necessário para colocação da ermida”. A requerida licença veio na forma de uma provisão, em dezembro de 1821. O cemitério atrás da ermida foi autorizado em maio de 1823. Neste antigo templo, uniram laços de matrimônio, em maio de 1883, Júlio Prates de Casti-lhos e sua esposa Honorina, uma pelotense. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. (LOPES NETO, J. S. Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 6, p. 93; MAGALHÃES, M. O. Op. cit., p. 23-24). Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

170. Igreja de Nossa Senhora da Luz. “A imagem da Senhora da Luz trazida [da cidade] do Porto, Portugal, foi colocada no altar em agosto de 1824, sendo então abençoada a ermida, com a cir-cunstância devida. A capela contava com 70 palmos do altar à porta e 24 de largura, com sacristia ao lado, muito posteriormente destruída. Tendo se reconhecido de exíguas proporções (...) foi mo-dernamente resolvida sua demolição (...). A pedra fundamental da nova edificação foi lançada em 1899 e as obras têm prosseguido”. Esta fotografia é apanhada justamente do único lado em que foi preservado o nome de Rua da Luz (antigamente, neste trecho da atual Rua Rafael Pinto Bandeira, do outro lado, recebia a mesma denominação). (LOPES NETO, J. S. Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 6, p. 93). Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Capella N. S. da Luz. Fonte da Imagem: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

171. Rua Andrade Neves, esquina Dr. Amarante. Primeiro prédio construído para sede Asilo de Men-digos de Pelotas, cuja entrada principal dava-se pela Rua Andrade Neves. Seu projeto “foi elaborado pelo engenheiro ‘da Câmara Municipal da capital do Império’, José de Magalhães (...) considerado um dos mais importantes arquitetos brasileiros do século XIX (...). A pedra fundamental da obra foi lançada em 1887 e sua inauguração ocorreu em fevereiro de 1892”. Somente em 1928, o arquiteto Caetano Casaretto daria ao asilo sua configuração arquitetônica atual, reformulada e ampliada (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit., p. 40). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

172. Antigo quartel do 9º Batalhão de Caçadores, atual 4º Batalhão da Polícia Militar de Pelotas (a partir de 1924), na Av. Bento Gonçalves, entre as Ruas Santa Cruz e Alm. Barroso (conhecida popularmente como Rua de Baixo; nominada oficialmente Rua das Fontes até 1869). Na esquina desta rua, entre 1812 e 1820, foram sepultados, em antigo cemitério, os primeiros mortos da fre-guesia. Já a Rua Santa Cruz, seu nome tem origem na cruz da Santa Missão, erguida em 1846 em comemoração à pregação que dois padres andaram fazendo na Igreja Matriz. “Embora um pouco distante do terminal da Rua (na Barroso com Bento Gonçalves), dela se avistava o sagrado símbolo da crucificação. Em 1858, a Rua Santa Cruz teve o nome mudado para Rua do Cerro Largo. O povo, no entanto (...) continuou chamando-a de Santa Cruz” (LOPES NETO, J. S. Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 3, p. 93). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Penitenciária. Pelotas: Edições Meira, nº 10. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1902. Acervo: Eduardo Arriada.

173. Rua Santa Cruz, esquina Major Cícero. Antiga Fábrica a Vapor de Sabão e Velas, de Luiz Beltrão, fundada em 1871. A Rua Major Cícero “era conhecida inicialmente como Rua do Torres, em home-nagem ao ilustre cidadão Antônio José Torres, em cuja casa (...) fizeram-se algumas reuniões para decidir em que lugar deveria centralizar-se a freguesia (...). Essa casa ainda existe e é considerada uma das mais antigas remanescentes dos primórdios da cidade”. Na segunda metade do século XIX, teve o nome alterado para Três de Fevereiro, em alusão à batalha de Monte Caseros (1852). A denominação referente ao major Cícero de Góes Monteiro, getulista morto em combate, é da dé-cada de 1930 (cf. MAGALHÃES, M. O. Op. cit., p. 37-38). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

174. Rua Barão de Santa Tecla, esquina Voluntários da Pátria. O fotógrafo Pacatão, na virada do século XIX para o XX, indica esta foto como sendo o “Antigo Telégrafo”. Segundo Simões Lopes Neto, o telégrafo teve sua primeira estação instalada em maio de 1878. O primeiro telegrafista foi, ainda, Antônio Manoel da Costa (LOPES NETO, J. S. Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 4, p. 60). Data aproximada da foto: 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

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175. Antiga Drogaria de H. C. Bojunga, à Rua Gal. Neto. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Drogaria H. C. Bojunga. Endereçado e escrito em ale-mão. Postado em 1904. Acervo: ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.

176. Ginásio Pelotense, atual Colégio Municipal Pelotense. Edifício que abrigou o educandário de 1903 a 1961. “Palacete original do Comendador Domingos Rodrigues Ribas, construído entre 1832 e 1835 pelo arquiteto português João de Deus Dias, especialmente contratado em Lisboa”. Possui-dor de grande fortuna e sempre amparado por seu cunhado, João Francisco Vieira Braga (o Conde de Piratini), permitindo-se ao luxo de viver em uma residência de dois pavimentos com camarinha, que seguia o modelo do Paço Imperial. O sobrado abrigou a Família Imperial em 1865 e em 1885 (cf. MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit., p. 56). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas - Gymnasio Pelotense. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

177. Farmácia Popular, de Viúva Silveira & Filho, à Praça 7 de Julho (antiga Praça do Mercado, nome alterado por ocasião do centenário da cidade). Vista pela face sul (lado da Rua Tiradentes). “A Farmácia Popular, fundada em Pelotas em 1876 pelo farmacêutico e químico Sr. João da Silva Sil-veira, diplomado pela Faculdade de Medicina da Bahia, é uma das mais conhecidas no Brasil, não só pela importância do estabelecimento, como também pela fama que alcançaram os seus produtos. Por morte do fundador, passou em 1900 o estabelecimento à sua viúva e filho, e atualmente é diri-gido pelo filho do Sr. Silveira, o Sr. Nelson R. Silveira, também diplomado em Farmácia. O edifício em que está instalada a farmácia foi expressamente construído para esse fim, e nele se acham instala-dos laboratórios e consultórios clínicos, onde conhecidos facultativos dão consultas, entre eles o Dr. João da S. Silveira, também filho do fundador. O sortimento de drogas é recebido diretamente dos Estados Unidos e da Europa. A firma tem no Rio de Janeiro importante casa filial para a fabricação de preparados do químico e farmacêutico, o falecido sr. Silveira. Esta filial está sob a gerência de outro filho do Sr. Silveira, o Sr. Gervásio R. Silveira. Entre os preparados da casa, salienta-se o famo-so Elixir de Nogueira, depurativo do sangue, conhecido e procurado no Brasil e no Prata. Contíguo ao estabelecimento, em Pelotas, à Praça do mercado, 3 e 5, existe um grande depósito de drogas e fábrica de vários preparados [no detalhe, o edifício à térreo, direita]”. (cf. LLOYD, R. Op. cit., p. 849-850). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: idem.

178. Rua XV de Novembro, esquina Gal. Telles. Catedral Anglicana do Redentor. Em 1892, chega-vam a Pelotas os reverendos protestantes James Watson Morris e John Gaw Meen, com a missão de fundar um templo da religião na cidade. Após 17 anos alugando diversos prédios, em 1908, o terreno para a Igreja estava adquirido. Elaborado o projeto por Gaw Meen, teólogo e engenheiro civil, o templo foi inaugurado em 1909. Um monumento interessante, não só pela correção das suas proporções, bem como pelo aspecto pitoresco da vegetação que lhe reveste. Essa hera, ao longo do ano proporciona aspecto e coloração aprazíveis. Popularmente, por isso, conhecida “Igreja Cabeluda”, seu estilo retoma elementos de tradição gótica. É marcada pela pureza interior e pelo apurado trabalho em madeira que a decora (MOURA, R. M. G. R. de; SCHLEE, A. R. Op. cit., p. 56). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: 12. Capella do Redemptor. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

179. Rua Mal. Deodoro, esquina Gal. Telles. Assinalada por Henrique Patacão como residência de Paulino Leite (segundo proprietário do Moinho Pelotense), esta residência, pouco depois pertenceria a Francisco Santos, um dos pioneiros da cinematografia brasileira. Português natural da cidade de Porto, nascido em 1872, fundou em Pelotas a Guarany-Filmes. Nesta residência, que foi sede da empresa, foram gravadas, por exemplo, cenas do filme Os óculos do vovô (1913), do qual restam pouco mais de 5 minutos, recuperados pela Cinemateca Brasileira. Data aproximada da foto: dé-cada de 1900. Fotógrafo: Henrique Patacão. Fonte da Imagem: MICHELON, F.; ESPÍRITO SANTO, A. C. Op. cit.

180. Antigo Armazém Diophanes Lemos, à Rua Sete de Abril (atual Rua Dom Pedro II). Fundado em 1870 por Rocha & Cia., passando a girar sob firma definitiva em 1902. Era “uma das mais antigas casas e das que tem a sua ação comercial mais radicada à evolução da localidade”. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido (LOPES NETO, J. S. Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 4, p. 60). Acervo: Nelson Nobre/ Pelotas Memória.

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181. Planta da Cidade de Pelotas, 1882. Ilustrada e litografada por Hugo Bergamini. Ofertada como presente à municipalidade, na ocasião. Esta planta, além de demarcar todos os lotes nos quarteirões representados, traz ainda sete ilustrações. São elas, em sentido anti-horário: Câmara Municipal, Escola Maciel, Matriz, Jardim da Praça Pedro II, Caridade, Biblioteca e Correio – Casa de F. Braga. Data da imagem: 1882. Autor: Hugo Bergamini. Acervo: Eduardo Arriada.

182. Cartão postal mostrando dois aspectos da Rua XV de Novembro: Intendência Municipal (atual Prefeitura Municipal) e um trecho próximo à esquina da Rua Voluntários, ângulo em direção à Praça Cel. Pedro Osório. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal inti-tulado: Lembranças de Pelotas. Intendencia Municipal; Rua 15 de Novembro. Pelotas: Livraria Pelotense, de R. Strauch & Co., nº 1. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1904. Acervo: ETH-Bibliothek Zürich, Bildarchiv.

183. Praça Cel. Pedro Osorio. Prefeitura Municipal e Bibliotheca Pública. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Fonte da imagem: Postal intitulado: Bibliotheca e Inten-dencia Municipal; Rua 15 de Novembro. Pelotas: Edições Meira, nº ilegível. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1907. Acervo: Eduardo Arriada.

184. Praça Cel. Pedro Osorio [Ao lado direito da Bibliotheca, antigo prédio comercial. Destruído]. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Intendencia e Bibliotheca. Pelotas: Edições Meira, nº 15. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1907. Acervo: Eduardo Arriada.

185. Praça Cel. Pedro Osorio, vista da esquina das Ruas Mal. Floriano e XV de Novembro. “A Compa-nhia Ferro Carril e Cais de Pelotas assinou contrato com a Presidência da Província no ano de 1870: através dele, adquiriu o privilégio de construir linhas férreas urbanas e suburbanas e explorá-las pelo espaço de 35 anos, ao fim dos quais passariam a pertencer ao município”. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Praça da Republica. Pelotas: Edições Meira, nº 57. Acervo: Eduardo Arriada.

186. Praça Cel. Pedro Osorio, vista da Rua XV de Novembro esquina Mal. Floriano. Ao centro, um dos quiosques de ferro ali existentes. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desco-nhecido. Postal intitulado: Praça da Republica. Pelotas: Edições Meira, nº 06. Postado em 1903. Acervo: Eduardo Arriada.

187. Rua XV de Novembro, esquina Lobo da Costa. Cena da recepção ao ministro alemão Baron von Treutler, que trafega a Rua XV de Novembro em galante carruagem. Fotografia apanhada da escadaria do prédio da Intendência Municipal. Na esquina, acha-se instalada uma loja chamada Copacabana. Posteriormente, deu lugar a outra chamada “Ao Louvre”. Sucedeu ainda, no local, uma sede do Tiro de Guerra 31, instituição ligada à defesa nacional. No fim da década de 1920, re-cebeu a imponente sede do Banco do Brasil, em uma edificação que, a despeito da transferência da sede, persiste de pé até os dias de hoje, sem devida utilização ou manutenção. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Recepção do Ministro Allemão Baron von Treutler (1ª). Pelotas: Edições Meira, nº 18. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1903. Acervo: Eduardo Arriada.

188. Praça Cel. Pedro Osorio. Ao fundo, a Rua XV de Novembro. Ângulo da entrada da Prefeitura, em direção à Av. Bento Gonçalves. Visível abundância de carros. À esquerda e ao fundo, atrás da escadaria da Biblioteca Pública Pelotense, prédios comerciais instalados sobre os antigos alicerces da projetada nova Igreja Matriz, jamais erguida. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotó-grafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas - Praça da Republica. Pelotas: Postado em 1906. Acervo: Eduardo Arriada.

189. Praça Cel. Pedro Osorio. Ângulo da Rua Mal. Floriano. Ao centro, o Teatro Sete de Abril, ainda com a fachada antiga. Ao fundo, o Clube Caixeiral, com suas duas torres. Junto ao teatro, o Hotel Brasil, de Antônio Scotto (1885), que em 1899 vende a Del Grande Irmãos (ANJOS, M. H. dos. Estrangeiros e Modernização: a cidade de Pelotas no último quartel do século XIX. Pelotas, UFPel, 2000, p. 118). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Fonte da imagem: LLOYD, R. Op. cit., p. 841.

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190. Praça Cel. Pedro Osorio. Ângulo da Rua Mal. Floriano. “Em 09 de novembro de 1873 foi inau-gurado o tráfego de bondes movido por muares (...). A estação central situava-se na Praça Pedro II (atual Cel. Pedro Osório) esquina da São Jerônimo (hoje Mal. Floriano)”. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. Op. cit., p. 34). Fonte da imagem: Postal intitulado: Pelotas - Praça da Republica. Pelotas. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

191. Praça Coronel Pedro Osorio. Antiga fachada do Teatro Sete de Abril. Data aproximada da foto: década de 1890. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

192. Cartão postal mostrando dois aspectos da então Praça da República: exterior e interior. No primeiro, o gradeamento da praça; no segundo, o “redondo da praça” ainda com o chafariz sobre antiga base. Na década de 1910, quando este chafariz recebeu uma base de alvenaria mais elevada, teve ainda suas quatro figuras femininas montadas em cavalos (no espelho d’água) levemente afastadas: tudo isso para dar mais monumentalidade, e realçar, assim, seu valor estético. Data apro-ximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. Op. cit. p. 56-58). Postal intitulado: Praça da República (Exterior); Praça da República (Interior). Pelotas: Coleção da Livraria Americana, nº 7. Endereçado e escrito em francês. Postado em 1904. Acervo: Eduardo Arriada.

193. Grupo de meninos á frente da Fonte das Nereidas, à Praça Cel. Pedro Osorio. “O primeiro cha-fariz a ser instalado, (...) recebeu autorização para ser instalado no centro da Praça em 25 de junho de 1873. (...) Essa fonte [seu modelo] fez muito sucesso na Exposição Universal de Paris, em 1867. Foi esculpida pelos artistas Jean Baptiste Jules Klagmann e Ambroise Choiselat” (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. Op. cit. p. 56-58). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

194. Planta de Pelotas litografada por Eduardo Chapon, na ocasião do primeiro decênio da sastre-ría (alfaiataria) La Jóven España, do Sr. Rafael Bassols (1883 - 1893). Apesar de não possuir caráter oficial (como a planta de 1882, não foi desenhada a pedido da municipalidade, por um profissional especialmente designado), a litografia tem esmerado acabamento, e traz informações relevantes sobre a zona urbana da cidade. Iniciativa provavelmente bem sucedida para impactar o público. À esquerda uma representação da dita “jovem Espanha”, portando na mão direita um escudo com as insígnias de Castela e Leão, e, na esquerda, uma lança. A ‘sastrería’ ficava à calle San Miguel, entre a Rua Sete de Setembro e a ‘do Gal. Netto’. Litografia. Autor: Eduardo Chapon. Data da imagem: ano de 1893. Acervo: Eduardo Arriada.

195. Cartão postal mostrando a Rua Andrade Neves, entre Mal. Floriano e Sete de Setembro. Trecho de intenso comércio, transformado em calçadão na década de 1980. A Rua Andrade Neves “já figu-rava na primeira planta do povoado (1815)” inicialmente chamada de Rua das Flores. Na imagem, algumas carroças e carruagens dividem o espaço com a linha de bonde, que dobra da Rua Mal. Floriano. Ao fundo, em edifício sobrado, o Hotel Grindler, que abrigava no seu pavimento inferior a loja de armas e “artigos de metal branco garantido Scholberg & Cia”, filial da empresa belga es-pecializada no comércio e exportação de artigos de cutelaria, armas e munições, artigos de bazar e ferragens. O coqueiro à esquina era uma marca registrada; havia uma linha de armas brancas com este nome, com o símbolo estampado como logomarca. Foi fundada em 1854 sob a firma Viúva Laport & C. Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. (MAGALHÃES, M. O. Op. cit., p. 20-21; LOPES NETO, J. S. Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 1, p. 13). Postal intitulado: Pelotas – Rua Andrade Neves. Acervo: Eduardo Arriada.

196. Rua Andrade Neves. Ângulo da Mal. Floriano, em direção à Sete de Setembro. Grande movi-mento de carros (carroças) que faziam o transporte de passageiros e carga mediante pagamento. A cidade contava com serviço de diligências para passageiros, e essas também transportavam en-comendas, correspondências e dinheiro. Nesta rua (além de flores) “também existiu, antes de 1850, defronte a um antigo cemitério entre a Avenida [Bento Gonçalves] e a [Rua] Doutor Amarante, a primeira forca que funcionou em Pelotas (...), nesse ano transferida para a Praça das Carretas. O nome da rua foi mudado em fevereiro de 1869 para homenagear o Gal. José Joaquim de Andra-de Neves, Barão do Triunfo, morto em combate na Guerra do Paraguai dois meses antes”. Data

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aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. (GUTIERREZ, E. J. B. Op. cit., p. 269; MAGALHÃES, M. O. Op. cit., p. 20-21). Acervo: Eduardo Arriada.

197. Rua Mal. Floriano, esquina Andrade Neves, onde funcionou sede do “Banco da Província do Rio Grande do Sul - A sucursal desta importante instituição bancária está estabelecida em Pelotas desde 1890 e faz um número avultado de transações, que tem sempre aumentado de ano para ano” (LLOYD, R. Op. cit., p. 840-841). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Fonte da imagem: idem.

198. Rua Andrade Neves, entre Lobo da Costa e Mal. Floriano. Ao centro a Drogaria e Pharmacia Sequeira. “O Sr. Eduardo C. Sequeira (...) iniciou o seu negócio em 1870, fundando a casa que gira sob a sua firma individual. Os negócios da casa são feitos a varejo e por atacado. O Sr. Sequeira importa, da América do Norte, Europa e Norte do Brasil, drogas e produtos químicos de toda a sorte, perfumarias, chá (marca Blended, Inglaterra), mercadorias essas que vende por todo o estado. O Sr. Sequeira exporta também o Peitoral de Angico Pelotense, de fabricação sua, cuja extração atinge a 30.000 vidros anualmente e que é enviado para quase todos os pontos do Brasil. O estabelecimento funciona em prédio próprio, construído especialmente para esse fim (...). Trabalham no estabeleci-mento 20 empregados. (...). O sr. Eduardo C. de Sequeira nasceu em 1847, na cidade do Rio Grande, e iniciou a sua carreira na drogaria do sr. Halwell, onde esteve durante 6 anos”. À direita, é visível o sobrado em estilo colonial no local onde, após sua demolição, em 1916, seria inaugurado o belo exemplar arquitetônico construído para sede definitiva do Banco Pelotense, em comemoração aos seu primeiro decênio de existência. Eduardo Sequeira foi membro da diretoria do Banco Pelotense (cf. LLOYD, R. Op. cit., p. 840-841). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhe-cido. Fonte da imagem: idem.

199. Rua Andrade Neves, entre Gal. Neto e Mal. Floriano. Vista na direção oposta à imagem an-terior. Sobre esta imagem, veiculada em cartão postal, escreveu Moraes: “a rua Andrade Neves, onde aparece a firma Scholberg & Cia. [firma com que a filial girou de 1907 a 1936] com clássico coqueiro, espingarda (arma fixada no cunhal da esquina da loja, apontada para cima], e o escudo do Vice-cônsul da França Leopoldo Jouclá [sócio de 1882 e 1907]; o sobrado ao lado [em primeiro plano, à direita] é o Hotel Grindler; em frente à ferragem Scholberg, uma carroça de meia-praia e, ao meio da rua, os trilhos da Companhia de Ferro Carril. Da esquina surge um rapaz de recados; na porta do Hotel Grindler, um indivíduo com uma sacola; virando à esquerda para entrar à Rua Sete de Setembro, um cidadão a cavalo; ao alto destaca-se um enorme chapéu da firma Quintas & Cia., fábrica de forma de chapéus para senhores; ao lado a placa do Salão Pará, na esquina o candelabro de iluminação a gás, e o poste da Companhia Telefônica União. À quadra seguinte, em frente ao ‘Bule Monstro’, uma carroça de frete (ponto de parada). Em seguimento (...), já na esquina da rua Marechal Floriano, destaca-se o sobrado da casa comercial Perret” (MORAES, H. C. de, in: Jornal Diário da Manhã, 17 de fevereiro de 1984). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas – Rua Andrade Neves. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

200. Cartão postal com imagem da sede da firma de Xavier & Irmão. Fundada em 1875, em 1903 passou a girar sob esta firma, de sociedade de José Ignácio da Silva Xavier e de Feliciano Ignácio Xavier. Uma das casas mais importantes do Estado no ramo de importação de secos e molhados por atacado (DOMECQ & Cia., M. Op. cit., p. 231-233). Data aproximada da foto: década de 1900. Fo-tógrafo desconhecido. Postal intitulado: Xavier & Irmão (Edifício próprio). Pelotas: Edições Meira. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

201. Rua Andrade Neves, quase esquina Sete de Setembro. Antigo Hotel Grindler, fundado em 1897 por Carlos Grindler. Em 1909, por motivos de saúde que forçaram seu afastamento dos cuidados do hotel, o Sr. Grindler arrendou-o a André Luiz Konrady e a André D. Raupp, seus sobrinhos. Estes souberam manter a boa fama do estabelecimento, mantendo a excelente adega, com os melhores vinhos de todas as proveniências, “pacientemente reunidos”, além das “mais finas conservas im-portadas do estrangeiro” (DOMECQ & Cia., M. Op. cit., p. 309).. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/ Pelotas Memória.

202. Rua Andrade Neves, esquina Gal. Neto. Ângulo em direção à Av. Bento Gonçalves. À esquerda, na esquina, antiga casa bancária de Plotino Duarte. Imediatamente ao lado desta, a antiga residên-

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cia de D. Cândida Dias (1875; obra de José Isella), conhecida hoje como “Casa Amarela” (LLOYD, R. Op. cit., p. 840-841; CHEVALIER, C. José Isella. Arquitetura em Pelotas na segunda metade do século XX. Pelotas: Mundial, 2002. p. 127). Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Lembrança de Pelotas. Rua Andrade Neves. Pelotas: Livraria Pe-lotense, de Albino Isaacsson, nº ilegível. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

203. Cartão postal com imagem da Rua Andrade Neves, esquina Gal. Neto. Ângulo em direção à Av. Bento Gonçalves, destacando a Casa Bancária de Plotino A. Duarte, edifício em primeiro plano, à esquina. “A ideia de se criar um banco em Pelotas [o futuro Banco Pelotense], partiu de Plotino Amaro Duarte, proprietário de uma casa de câmbio em que atuava como representante do Banco de Londres [Bank of London]” (LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. Op. cit. p. 26). Ao lado, entre os dois sobrados, a antiga residência de D. Cândida Dias. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Prédio da Casa Bancária de Plotino Amaro Duarte - Rua Andrade Neves, 169, esq. General Netto. Postado em 1904. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

204. Rua Andrade Neves esquina Voluntários da Pátria. Ângulo em direção à Av. Bento Gonçalves. À esquerda, edifício sede do Congresso Português 1º de Dezembro, em estilo arquitetônico neoma-nuelino (variante portuguesa do estilo neogótico). “Em 1895, surgiu o Congresso Português 1º de Dezembro e, em 1901, o Grêmio Republicano Português. Suplantadas as divergências de caráter político (sabe-se que a República foi proclamada em Portugal no ano de 1910), em 1926 fundiram--se os dois grupos no Centro Português 1º de Dezembro, cuja sede própria [também em estilo neomanuelino], foi inaugurada” em janeiro de 1930, do outro lado da Rua Andrade Neves, neste mesmo trecho (cf. LONER, B. A.; GILL, L. A.; MAGALHÃES, M. O. Op. cit. p. 26). Data aproximada da foto: virada do século XIX para XX. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Eduardo Arriada.

205. Rua Andrade Neves, entre Voluntários da Pátria e Cassiano do Nascimento. Antigo edifício do Congresso Português 1º de Dezembro (ver nota anterior). Posteriormente demolido. Data aproxi-mada da foto: virada do século XIX para XX. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

206. Rua Gal. Osorio, esquina Sete de Setembro. Casa comercial Ao Torrador, de Narciso Silva, ironicamente vítima de incêndio algum tempo depois. Na fotografia, proprietário e funcionários estão à frente da loja. Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

207. Rua Gal. Osório, próximo à Sete de Setembro. Ângulo em direção à Av. Bento Gonçalves. Ao centro, um bonde da Companhia Ferro Carril. Atrás deste, sobrado de esquina, antiga residência do Sr. Leo Zilberknop, que atualmente sedia o Museu de Arte Leopoldo Gotuzzo. A Rua Gal. Osorio “chamava-se inicialmente Rua do Rogério”, em um antigo morador proprietário de um dos três primeiros prédios ali existentes em 1818. “Por ser mais ampla – mais larga do que as outras ruas que mandou traçar para a Freguesia de São Francisco de Paula –, Antônio dos Anjos considerou-a digna do qualificativo de [Rua] Augusta”, nome que figura já na planta da freguesia de 1815. (...). “Com este nome, permaneceu até fevereiro de 1869”, quando, em meio ao ufanismo gerado ao fim da Guerra do Paraguai (1865-1870), passou a homenagear o popular Gal. Manuel Luís Osorio. Este, “no intervalo das campanhas militares, recolhia-se à sua residência, na Praça (ao lado do Grande Hotel)”. De sua antiga residência, resta apenas a ruína da fachada (MAGALHÃES, M. O. Op. cit., p. 67-68). Data aproximada da foto: década de 1910. Fotógrafo desconhecido. Postal intitulado: Pelotas – Rua General Osorio. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

208. Rua Gal. Osorio. Antiga loja de fazendas Ao Barquinho. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

209. Rua Gal. Osorio. Antiga loja de fazendas A Metralhadora de Ramiro Fonseca. Data aproximada da foto: década de 1900. Fotógrafo desconhecido. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

210. “Sport Club Pelotas – Campeão de 1912. Como se vê, naquela época a pujante associação sulista se compunha de elementos animadores, pertencentes às mais distintas famílias pelotenses”. Grupo de jogadores da equipe Campeã do Citadino de 1912. O Esporte Clube Pelotas, ainda hoje, é

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o mais antigo clube pelotense a praticar ininterruptamente o futebol, desde sua fundação em 11 de outubro de 1908. E. C. Pelotas e seu coirmão Grêmio Esportivo Brasil (fundado a 7 de Setembro de 1911), são os últimos remanescente do período abordado na presente obra; dentre inúmeros existentes na cidade dedicados à prática do esporte bretão (ALVES, Eliseu de Mello. A História do Futebol em Pelotas [1901-1941]). Pelotas: Mundial, 1984. p. 38). Data da Imagem: ano de 1912. Fotógrafo desconhecido. Fonte da Imagem: idem.

211. Cartão postal de série especial comemorativa, com fotografias dos eventos e festejos relativos à comemoração do Centenário de Pelotas. Retrata um dos jogos de futebol realizados aqui em alu-são à data. O Sport Club União, que aceitara o desafio do Sport Club Internacional (da capital, em sua primeira excursão), foi goleado naquele dia 9 de julho: S. C. União 0x6 S. C. Internacional. Data: ano de 1912. Fotógrafo desconhecido. (ALVES, Eliseu de Mello. A História do Futebol em Pelotas (1901-1941). Pelotas: Mundial, 1984. p. 32-33). Postal intitulado: Centenário de Pelotas 1812-1912 match União Versus Internacional 9-7-1912. Acervo: Nelson Nobre/Pelotas Memória.

212. Cartão postal comemorativo do Centenário de Pelotas, retratando a cerimônia de Içamento da Bandeira, na Intendência Municipal. Prevista para acontecer no dia 7 de Julho de 1912, às 7 horas da manhã. A data da fundação da Freguesia de São Francisco de Paula foi escolhida por iniciativa de João Simões Lopes Neto, único responsável ainda pela cuidadosa organização de extensa progra-mação de aniversário, publicada no número inicial da Revista do 1º Centenário de Pelotas. Veja-se o fac-símile desta revista, reproduzida no presente trabalho. Fotógrafo desconhecido. Data: ano de 1912. Fotógrafo desconhecido. (João Simões Lopes Neto, in: Revista do 1º Centenário de Pelotas, nº 1, p. 1-2). Postal intitulado: Centenário de Pelotas 1812-1912. Intendência. Içamento da ban-deira. 7-11-1912 [sic]. Acervo: Eduardo Arriada.

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