Notícia 1 - Genocidio armenio envenena a relação entre ancara e paris [traduzido]
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Atividade 2: Estudo dos usos políticos da História
Questionário sobre uma notícia de jornal lida em sala
1º Bimestre – Data: ____/_____/________
Componentes
do Grupo
Turma:
__________
NOTÍCIA 1
Genocídio Armênio envenena a relação entre Ancara e Paris
Miguel Mora
Adaptado do Jornal El País de 23/12/2011 (Traduzido pelo professor José Knust)
A Assembléia Nacional Francesa aprovou uma proposta de lei que punirá quem negue a existência
histórica de genocídios. A lei, apresentada por uma deputada da maioria do governo, tem o objetivo
principal de condenar quem minimize o genocídio de centenas de milhares de cidadãos armênios pelas mãos
das tropas turcas entre 1915 e 1917.
A Turquia reagiu imediatamente retirando seu embaixador de Paris minutos depois de conhecer o
resultado da votação. O primeiro ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, definiu como “injusta, racista,
discriminatória e hostil à Turquia” a lei francesa, que prevê um ano de prisão e uma multa de 45 mil euros a
quem negar o genocídio armênio. Erdogan anunciou o cancelamento imediato de todas as atividades
militares e as manobras conjuntas. Também cancelou a permissão genérica anual para vôos militares
franceses sobre o território turco e rechaçará todo pedido de ajuda de navios militares franceses para atracar
em seus portos.
Os turcos tinham ameaçado tomar medidas muito severas se o Parlamento francês aprovasse a lei.
Ainda que o voto na Assembléia seja apenas o primeiro passo, porque o texto deve ir ainda ao Senado e isso
levará alguns meses, o governo turco cumpriu sua promessa e chamou para consultas seu embaixador. O
governo turco, que considera a lei uma provocação, tem ameaçado ainda mais com o congelamento de
contratos comerciais bilaterais. A posição da Turquia sobre o genocídio armênio tem variado com o tempo
até reconhecer oficialmente a morte de 500 mil pessoas, mas as considerando vítimas de enfrentamentos
armados e vinganças de civis ocorridas no território do Império Otomano durante a I Guerra Mundial.
A proposta de lei, apresentada pela deputada de Marselha Valérie Boyer, é impulsionada pela
influência da diáspora armênia na França e recebeu um apoio massiço na Assémbléia. A votação reuniu às
portas da Assembléia Nacional cerca de 3800 manifestantes pró-turcos, vindos de diversas regiões da
França. Jovens em sua maioria, portavam bandeiras turcas e franceses, com palavras de ordem como “a
história não deve servir à política” ou “debate histórico não é debate político”. Um forte aparato de
segurança protegeu a Assembléia durante a sessão.
QUESTÕES SOBRE O TEXTO:
1
Por que uma deputada francesa resolveu propor uma lei punindo quem negue a existência de um
genocídio de armênios por tropas turcas no início do século passado?
2
Por que o governo da Turquia reagiu de maneira tão severa contra a França com a aprovação dessa lei
na Assembléia Nacional Francesa?
3
A partir desse exemplo, explique se o “debate histórico” é ou não um “debate político”.