Noticia 1316

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Londrina, 16 de julho de 2014 Nº 1.316 Universidade Estadual de Londrina Desenhos que educam Projeto de extensão do Departamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento, da UEL, vai preparar professores para usar desenhos educativos na escola. O projeto, que teve 650 inscritos dos estados do Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Bahia, tem como finalidade disseminar comportamentos pró-sociais na infância. Págs. 4 e 5

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Londrina, 16 de julho de 2014 • Nº 1.316Universidade

Estadual de Londrina

Desenhos que educamProjeto de extensão do Departamento de

Psicologia Geral e Análise do Comportamento, da UEL, vai preparar professores para usar desenhos

educativos na escola. O projeto, que teve 650 inscritos dos estados do Paraná,

São Paulo, Rio de Janeiro,Santa Catarina e Bahia,

tem como finalidade disseminarcomportamentos pró-sociais

na infância.Págs. 4 e 5

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2 NOTÍCIA - 16 de julho de 2014

EXPEDIENTE• Redação:Chico Amaro, José de Arimathéia, Mirian Peres da Cruz e Pedro Livoratti.• Diagramação/Editoração: Moacir Ferri e Nadir Chaiben. • Fotógrafos: Daniel Procopio e Gilberto Abelha.UEL – Campus Universitário – CP. 6001 – CEP 86051-990 – Londrina – PR Telefones: (43) 3371-4361 – 3371-4115 - [email protected]ão: Folha de Londrina - Tiragem: 4.500

MEIO AMBIENTE

UniversidadeEstadual de Londrina

• Coordenadora: Ligia Barroso• Chefe da Divisão de Jornalismo: Irene Fonçatti• Editor: Celso Mattos

COORDENADORIA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Reitora: Berenice Quinzani Jordão Vice-Reitor: Ludoviko Carnasciali dos Santos

JOSÉ DE ARIMATHÉIA

Estudantes e professores que inte- gram o Programa Institucional de

Bolsas de Iniciação à Docência (PIBID) de Geografia da UEL lançaram o livro “Práticas em Educação Socioambien-tal”, que apresenta artigos escritos por professores e alunos de diferentes áreas do conhecimento, cujas temáticas tem como eixo central a Educação Socio-ambiental por meio da construção da Agenda 21 Local, que busca o desen-volvimento sustentável, definindo as responsabilidades de cada um. O livro foi lançado durante a Semana do Meio Ambiente, dentro do Fórum das Li-cenciaturas, realizada no mês passado.

De acordo com a coordenadora do PIBID-GEO, professora Jeani Delgado Paschoal Moura, do Departamento de Geociências (CCE), o livro vai da teoria à prática. “Em seu conjunto, a obra permite refletir o estado da arte: Sentir-Pensar-Fazer, revelando-se pelo grande significado na aprendizagem e na mudança de comportamento em relação ao ambiente, imbuídos pelo saber-fazer”. Segundo ela, os “atores/autores” passam mensagens de compro-metimento, de cidadania e de alteridade, de modo que o fazer de cada um visa contribuir para a melhoria da qualidade de vida de todos.

Ao todo, são 486 páginas que abor-dam os grandes desafios de nosso tempo, em três eixos. No primeiro, “Reflexões teóricas”, o conceito de cidadania per-

A UEL foi a Instituição pública estadual que mais captou recursos no edital do Programa Pró-Equipamentos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), cujo resultado foi divulgado no início deste mês. Somente neste edital, 26 programas das áreas de saúde, agrárias, biológicas e tecnológicas captaram R$ 1.541.180,57. Os recursos serão investidos na melhoria de estrutura de laboratórios.

Segundo o Pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação (Proppg) Amauri Al-

Pesquisa recebe mais de R$ 1,5 milhão para equipamentosfieri, este é o sétimo ano consecutivo que a Capes oferece recursos para os programas de pós-graduação. O obje-tivo do Pró-Equipamentos é atender as necessidades dos laboratórios, injetando recursos na estrutura de pesquisa científica e tecnológica das mais diversas áreas do conhecimento.

“É um recurso fundamental para aperfeiçoar os programas de pós-graduação, que muitas vezes ficam dependentes de projetos individuais de professores e pesquisadores”, afirma o pró-reitor. O dinheiro proveniente

do edital será distribuído conforme a necessidade de cada programa e privi-legiará equipamentos de uso compar-tilhado. Os projetos multidisciplinares são os que recebem mais recursos, devido à característica multiuso, caso do Biotério, do Centro de Ciências Biologias (CCB) da UEL, que atende a uma variedade de projetos.

Ainda de acordo com o pró-reitor, a Fundação Araucária abriu o edital Programa Complementar Pró-Equipa-mentos da Capes. Coordenadores de Programas contemplados poderão se

candidatar neste novo edital que tem foco na manutenção de equipamentos e no pagamento de serviços de terceiros. O novo edital prevê R$ 200 mil em investimentos e o resultado deverá ser divulgado no final deste mês.

Além da UEL, outras universidades paranaenses também foram contem-pladas pelo edital. A UEM captou R$ 1.540.000; Unioeste, R$ 1.144.000, UEPG, R$ 703.699,85, Unicentro, R$ 395.750 e Universidade do Norte do Paraná (UENP) R$ 165.000.

Livro discute educação socioambientalCom artigos escritos por docentes e estudantes de diferentes áreas, o livro faz parte do PIBID

de Geografia e foi financiado pela Capes

A professora Jeani Delgado Moura, coordenadora do PIBID-GEO (com o livro) e os demais autores

meia o diálogo entre os autores, que sob diferentes perspectivas mostram que as ideias e seu potencial transformador são ferramentas para a conquista da cidadania plena e participativa.

Já o segundo eixo, “Projetos Aplica-dos nas Escolas”, relata as ações desen-volvidas pelo PIBID-Geo, envolvendo a comunidade escolar numa experiên-cia criativa de sentir, pensar e agir na construção de ambientes educativos e sustentáveis.

“Oficinas Pedagógicas”, o título do último eixo, apresenta ideias e práticas para o trabalho com os seguintes temas:

Educação Ambiental (Água, Terra, Fogo, Ar) com foco na observação, sen-sibilização, percepção, debate, reflexão e atitudes em favor de um ambiente equilibrado, em que todos são “co-labo-radores” de e para um mundo melhor; Indústria Cultural, Padrões de Produção e Consumo, voltada para a compreensão das mudanças nas relações de consumo, análises e interpretações intersubjetivas sobre o consumo e o consumismo em diferentes contextos.

Também são discutidos temas como: Direitos Humanos e Prevenção ao Uso indevido de Drogas e à Violência, abor-

dando temáticas com caráter preventivo balizadas na perspectiva pedagógica e dialógica; Cultura, Diversidade e Inclu-são, que trata da sexualidade humana, gênero, identidade e orientação sexual na perspectiva da diversidade, além de temas referentes à cultura e costumes dos povos indígenas e negro-africanos, cujas abordagens visam a valorização de suas histórias e identidades.

Como foi financiada pela Capes, a obra não será comercializada. Com uma tiragem de 500 exemplares, o livro será distribuído em bibliotecas de universi-dades do país e de escolas do Ensino Fundamental e Médio de Londrina.

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16 de julho de 2014 - NOTÍCIA 3GESTÃO

CELSO MATTOS

Há mais de um mês, a gestão da UEL tem uma nova equipe de trabalho.

Após tomarem posse no dia 10 de junho, a reitora Berenice Quinzani Jordão e o vice-reitor, professor Ludoviko Carnas-ciali dos Santos, anunciaram os novos pró-reitores, coordenadores, diretores e assessores que juntos compõem a Gestão 2014-2018 da Universidade. Algumas chefias foram mantidas nos cargos e outras foram remanejadas, mas novos nomes sugiram nesta administração.

A professora Ângela Maria de Sou-sa Lima, do Departamento de Ciências Sociais (CCH) é a nova Pró-reitora de Graduação (PROGRAD), ela é doutora em Ciências Sociais pela Universidade de Campinas (Unicamp). O professor Leandro Ricardo Altimari, do Depar-tamento de Educação Física (CEFE), é o novo pró-reitor de Recursos Hu-manos (PRORH). Leandro é doutor em Educação Física pela Unicamp e foi vice-diretor do Centro de Educação Física e Esporte.

Para a Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (PROPPG) foi escolhido o professor Amauri Alcindo Alfieri, do Departamento de Medicina Veterinária Preventiva (CCA). O docente tem douto-rado em Biologia Celular pela Fundação Oswaldo Cruz e doutorado-sandwich no Centers for Diseases Control and Preven-tion (CDC), Atlanta, USA.

O professor Sérgio de Mello Arruda, do Departamento de Física (CCE) é o novo pró-reitor de Extensão (PROEX). Docente da UEL desde 1978, Sérgio Arruda é doutor em Educação pela Universidade de São Paulo (USP) e coordenou a implantação do Museu de Ciência e Tecnologia de Londrina, órgão suplementar da UEL.

A ex-reitora Nádina Aparecida More-no, do Departamento de Ciências da In-formação (CECA), assumiu a Pró-reitoria de Planejamento (PROPLAN). Doutora em Ciência da Informação pela Escola

UEL tem nova equipe de trabalhoEm recesso devido ao período de férias letivas, o jornal Notícia traz nesta edição de retorno

os nomes dos novos pró-reitores, coordenadores, diretores e assessores da UEL

de Ciência da Informação da Universi-dade Federal de Minas Gerais (UFMG), Nádina Moreno foi reitora da UEL na gestão 2010-2014 e também ocupou o cargo de diretora do Centro de Educação, Comunicação e Artes (CECA).

O professor Luis Fernando Pinto Dias, do Departamento de Administração (CESA) é o novo pró-reitor de Adminis-tração e Finanças (PROAF). Mestre em

Chefia de Gabinete: Maria Julia Giannasi KaimenProcuradora Jurídica: Letícia de Souza BaddauyOuvidoria: Jorge Marão MiguelCoordenadoria de Processos Seletivos (Cops): Cristina Valéria Bulhões SimonCoordenadoria de Comunicação Social (COM): Ligia BarrosoDiretor da Rádio UEL-FM: Osmani CostaDiretora da TV-UEL: Neusa Maria AmaralDiretora de Biblioteca Central (BC): Maria Aparecida dos Santos LetariDiretor da Editora (EDUEL): Luiz Carlos Migliozzi de MelloDiretora do SEBEC: Elizabeth Elmer FinattiDiretora do SAUEL: Wilmara Rodrigues CalderonDiretora da Casa de Cultura: Cleusa Caccione

Chefias acadêmicas e administrativas

Professor Leandro Ricardo Altimari,pró-reitor de Recursos Humanos (PRORH)

Professora Ângela Maria de Sousa Lima, pró-reitora de Graduação (PROGRAD)

Professor Amauri Alcindo Alfieri, pró-reitor de Pesquisa e Pós-Graduação (PROPPG)

Professora Nádina Moreno,pró-reitora de Planejamento

(PROPLAN)

Professor Luis Fernando Pinto Dias, pró-reitor de Administração e Finanças (PROAF)

Professor Sérgio de Mello Arruda, pró-reitor de Extensão (PROEX)

Diretor do Colégio de Aplicação: Edmilson LenardãoDiretor do Escritório de Aplicação de Assuntos Jurídicos (EAAJ): Henrique Afonso PipoloDiretora do Museu Histórico: Regina Célia AlegroDiretor do LABTED: Pedro Paulo AyrosaDiretor da COU: José Roberto PintoDiretor do Hospital Veterinário (HV): Ney Carlos Reichet NettoDiretor da Fazenda-Escola: Caio Abércio da SilvaDiretora do Laboratório de Medicamentos (LM): Cleuza Catsue KuwabaraAssessor da ATI: Leonardo Mota Pinheiro

Geografia pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), Luis Fernando foi pró-reitor de Recursos Humanos e de Planejamento da UEL na gestão passada. E também foi pró-reitor da PROAF na gestão de ex-reitora Lygia Pupatto (2002-2006).

O atual vice-reitor, professor Ludovi-ko Carnasciali está respondendo interina-mente pela Prefeitura do Campus (PCU) até a realização de eleições direta para o

cargo. A escolha do prefeito do Campus por processo eleitoral foi uma promessa de campanha desta gestão, mas para isso é preciso regimentar o processo, portanto, enquanto isso, o vice-reitor vai responder pelo cargo. Confira nesta página os nomes dos novos coordenadores, diretores e as-sessores da Universidade.

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4 NOTÍCIA - 16 de julho de 2014 EXTENSÃO

CELSO MATTOS

O projeto de extensão “Desenhos animados educativos no desenvolvi-

mento de comportamento pró-social em crianças”, coordenado pela professora Maria Luiza Marinho Casanova, do De-partamento de Psicologia Geral e Análise do Comportamento (CCB), recebeu 650 inscrições de professores, assistentes sociais, psicólogos, voluntários, entre outros profissionais que atuam com crianças. Além do Paraná, o projeto teve inscritos dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Santa Catarina e Bahia.

Mas como o evento será realizado no Cine Com-Tour/UEL que tem capacida-de para 450 pessoas, foi preciso fazer uma seleção dos inscritos para adequar o número de participantes à capacidade do cinema. Segundo a professora Maria Luiza, a primeira etapa será desenvol-vida no dia 16 de agosto e, a segunda, no dia 1º de novembro, com a participa-ção da pediatra norte-americana Marie Leiner, da Texas Tech University, dos Estados Unidos, autora dos desenhos que cedeu os direitos autorais ao projeto. A professora Maria Luiza fez a tradução do inglês para o português do material gráfico e providenciou a dublagem dos vídeos com o apoio dos estúdios da Rádio UEL FM e do Laboratório de Tecnologia Educacional (Labted).

Maria Luiza Casanova conta que conheceu o trabalho de Marie Leiner em 2011 quando estava cursando seu pós-doutorado na Universidade de São Paulo (USP) e passou uma temporada na Texas Tech University. “Ela produziu esses desenhos educativos para combater a violência, principalmente, na fronteira com o México, devido ao tráfico de drogas. Ela é pediatra, mas atua na área de comunicação daquela Universidade, desenvolvendo materiais educativos impressos e audiovisuais destinados a pais e educadores”, explica a professora. “Alguns desenhos dela foram premiados, mesmo concorrendo com produções da Walt Disney”, acrescenta.

São desenhos destinados a crianças de 3 a 10 anos e que têm a finalidade disseminar comportamentos pró-sociais e prevenir a violência. “Na área de psi-cologia nós sabemos que para ajudar uma criança a não desenvolver atitudes violentas na adolescência, precisamos combater isso na idade inicial. Como, por exemplo, saber esperar, respeitar a fila, respeitar o outro, não ser cruel com os animais, etc. São justamente esses comportamentos que chamamos

Desenhos educativos incentivamProjeto de extensão coordenado pela professora Maria Luiza Casanova, do Departamento de Psicologia Geral

O projeto teve 650 inscritos dos estados do Paraná,

de Escola de Valores que os desenhos de Marie Leiner transmitem de forma lúdica e divertida, com destaque para a partici-pação ativa da criança”, esclarece Maria Luiza. Todos os vídeos terminam com uma pergunta que convida a criança a discutir o tema abordado com a mediação de um adulto que pode ser os pais, o professor ou outro profissional que atua com crianças.

O material reúne 20 histórias na versão impressa e em vídeo que retratam com-portamentos considerados inadequados. “É uma atividade educativa que deve ser desenvolvida em grupo para possibilitar a discussão. O desenho traz a personagem Di que ao presenciar maus comportamentos em uma determinada criança se transforma na Super Di, uma heroína que convida meninos e meninas a discutirem aquele comportamento”, resume a professora. Se-gundo ela, o objetivo não é tornar a criança dócil ou domesticada, mas fazê-la pensar sobre aquela atitude e discuti-la. “Isso é certo? Não? Por que? Nesse momento, o vídeo é interrompido e começa um debate mediado pelo educador”.

TREINAMENTO - Todo esse mate-rial foi financiado pelo governo norte-ame-ricano e, por isso, não tem fins lucrativos. “Tenho recebido dezenas de e-mails de pessoas querendo comprar o material, mas uma das exigências é que ele não pode ser comercializado. Outra exigência é que para utilizá-lo o profissional precisa passar por um treinamento”, explica Maria Luiza. Para viabilizar esse treinamento a professores da rede pública de Londrina

e região ela inscreveu o projeto no Pro-ext-2013, um programa de extensão do MEC/SESu e fez uma parceria com a Secretaria Municipal de Educação. “Com isso, estamos realizando na UEL um curso de 120 horas para professores da rede municipal que começou em março e vai até novembro, com colaboração de seis estudantes bolsistas do curso de Psicologia que auxiliam esses professores. São qua-tro bolsas do Proext e duas da Fundação Araucária”, informa.

Mas para atingir um público maior, inclusive de outros estados, o projeto abriu inscrição para o treinamento que será realizado no Cine Com-Tour/UEL em agosto e novembro. “No dia 16 de agosto será ministrado um treinamento básico que se refere ao livro e ao DVD 1. O curso, que é gratuito, é para ensiná-los a usar o material que também será

“No total serão treinados 500 educadores,

somando os 50 que estão fazendo o curso na UEL, mais os 450 que serão treinados

em agosto e novembro. O papel

da extensão na universidade é levar

o conhecimento produzido na

Instituição para a sociedade”

Maria Luiza: “É uma atividade que estimula a participação da criança”

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16 de julho de 2014 - NOTÍCIA 5

No ano passado, foi assinado um convênio acadêmico internacional entre a UEL, a Texas Tech University, dos Es-tados Unidos e El Colegio de Chihuahua, do México, visando a cooperação acadê-mica na área de ciências sociais, saúde e psicologia. Na UEL, a representante é a professora Maria Luiza Casanova, na Texas Tech University, a pediatra Marie Leiner e no El Colegio de Chihuahua, o diretor Luis Álvaro Moreno Espinosa.

Segundo a professora Maria Luiza,

Convênio acadêmico envolve duas instituições internacionaiso convênio prevê o desenvolvimento de atividades de pesquisa, ensino e extensão relacionadas ao comportamento e a comu-nicação em saúde e educação, envolvendo os três países. Os temas selecionados são prevenção do uso de drogas e outros com-portamentos antissociais, desenvolvimento de valores, comportamentos pró-sociais e a promoção da saúde e da educação.

Entre as atividades que serão de-senvolvidas estão a criação, avaliação e disseminação de desenhos animados

“Além de alfabetizar a criança, a escola deve desenvolver

atividades que proporcionam à criança uma

educação de valores. Não basta que a

escola seja altamente qualificada

em termos de tecnologia para

formar adolescentes e adultos com

comportamentos pró-sociais”

educativos, vinhetas, campanhas publici-tárias, livros ilustrados e outros materiais para prevenção e intervenção nas áreas de comportamento, saúde e educação. Além de cooperação em treinamentos, cursos e eventos a serem realizados Brasil, Méxi-co e Estados Unidos.“O convênio prevê também o enfrentamento do impacto do analfabetismo funcional nessas áreas e o diagnóstico de problemas psicossociais e de comportamento”, acrescenta a pro-fessora.

distribuído aos inscritos sem nenhum custo. Com os recursos oriundos do Pro-ext foram produzidos mil exemplares do material (livro e DVD). Ao todo serão treinados 500 educadores, somando os 50 que estão fazendo o curso na UEL, mais os 450 que serão treinados em agosto e novembro”, destaca a coorde-nadora do projeto. Segundo ela, o papel da extensão na universidade é levar o conhecimento produzido na Instituição para a sociedade.

Os educadores, após receberem o treinamento e o material em agos-to, terão até novembro para fazer a aplicação da atividade e enviar um relatório à coordenadora. “No dia 1º de novembro, na segunda e última etapa do projeto, haverá uma palestra da pediatra e autora dos desenhos Marie Leiner, que vai ficar uma semana na UEL. Ainda neste dia, haverá a apresentação dos resultados do treinamento dos 50 professores estão fazendo o curso aqui na UEL e que já estão aplicando a atividade em suas escolas”, informa Maria Luiza. Ela acrescenta que o ideal é que os educadores usem a criatividade para ir além do que está no material que é uma ferramenta que permite diferentes possibilidades de uso.

A professora defende que o proje-to incentiva práticas educativas que

devem ser adotadas paralelamente ao letramento, à educação formal. “Além de alfabetizar a criança, a escola deve desenvolver atividades que proporcio-nam à criança uma educação de valores. Não basta que a escola seja altamente qualificada em termos de tecnologia para formar adolescentes e adultos com comportamentos pró-socais. É preciso também que ela invista na formação hu-mana e quanto mais cedo isso acontecer, melhor”, enfatiza. “Temos exemplos de crianças que estudaram em escola de excelência e se tornaram adolescentes violentos que praticam bullyng, se envol-vem com drogas, praticam sexo de forma irresponsável, incendeiam moradores de rua, etc.”, enfatiza Maria Luiza.

A pediatra norte-americana Marie Leiner, autora dos desenhos, estará na UEL em novembro

atitudes pró-sociais na infânciae Análise do Comportamento (CCB), vai preparar professores para uso de desenhos educativos na escola.São Paulo, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Bahia

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6 NOTÍCIA - 16 de julho de 2014 PESQUISA

CELSO MATTOS

Há dois anos, o professor Sylvio Barbon Junior, do Departamento

de Computação (CCE), defendeu seu doutorado no Instituto de Física da Universidade de São Paulo (USP), em São Carlos, com pesquisa sobre o uso da tecnologia para detectar pos-síveis patologias nas cordas vocais. Atualmente, ele desenvolve na UEL pesquisas semelhantes com estudantes de graduação e pós-graduação do curso de Ciência da Computação.

Graduado em Ciência da Computa-ção e em Engenharia da Computação e com doutorado em Física Computa-cional, Sylvio Barbon é coordenador do projeto de Iniciação Científica “De-tecção de patologias nas cordas vocais por meio dos padrões acústicos”, que tem como objetivo buscar melhorias no processo de diagnóstico de patologias que acometem as pregas vocais. “Nossa intenção não é substituir o profissional da área médica, mas expandir o alcance de avaliações que proporcionem maior velocidade e conforto ao paciente”, esclarece o pesquisador.

O professor destaca que a pesqui-sa está na fase de desenvolvimento de um protótipo de aplicativo que possibilita detectar alterações na voz. “Por enquanto não podemos falar em diagnóstico, pois isso só o médico pode fazer, além de exigir padrões éticos que precisam ser seguidos. A finalidade da pesquisa é criar um apli-cativo que, no futuro, possa ser usado como uma ferramenta de apoio para um pré-diagnóstico sobre a qualidade da voz”, explica Sylvio Barbon.

Segundo ele, o objetivo é que este software possa ser utilizado, por exem-plo, por um professor em uma escola para detectar uma possível patologia na voz de um aluno e orientá-lo a procura um fonoaudiólogo ou um otorrino. “Essa é a grande vantagem deste aplicativo. Ele pode ser aplicado à distância e por professores, assistentes sociais ou qualquer outro profissional em escolas, casas de repouso e até em uma tribo indígena”, destaca.

O professor ressalta que o desafio da pesquisa é o desenvolvimento de um aplicativo que seja de fácil utilização. “É preciso preencher um questionário com os dados da pessoa e gravar a voz

Computação como aliada da vozPesquisa coordenada pelo professor Sylvio Barbon Junior,do Departamento de Computação (CCE), usa a tecnologia

para detectar possíveis alterações nas cordas vocaisdela usando a vogal “A” que é mais indicada para detectar a qualidade das cordas vocais dentro de parâmetros acústicos e não acústicos porque o som desta vogal é produzido na laringe. E, o aplicativo fornece uma escala de nú-meros que indica possíveis alterações na voz, considerando a idade, o sexo, o peso e os hábitos da pessoa que está sendo avaliada com 98% de acertos”, esclarece o pesquisador. Ele observa que o grande desafio ainda são as in-terferências ambientais porque ruídos como de chuva, carros, ventos, entre outros, dificultam a análise da qualida-de da voz gravada em ambientes não acústicos. “Só é possível fazer essa triagem em locais mais controlados acusticamente e na maioria dos casos é preciso fazer de duas a três aquisições da voz para termos uma gravação mais limpa. Esses são desafios que ainda precisam ser superados para que pos-samos fazer uma triagem mais próxima do real”, ressalta.

Por enquanto, segundo o pesquisa-dor, está sendo utilizado um algoritmo mais básico que avalia se a frequência da voz está adequada e dentro da nor-malidade. “Entretanto, para detectar com precisão uma patologia é preciso utilizar outros algoritmos mais comple-xo que ainda não foram implementados nesta pesquisa. Outra questão que pre-cisa ser ressaltada é que não estamos utilizando seres humanos na pesquisa porque para isso seria necessário pas-

sar pelo Comitê de Ética e obedecer padrões de sigilo exigidos neste caso. Para o desenvolvimento do software que pretendemos registrar até o final deste ano, estamos usando um banco de vozes da USP de Ribeirão Preto (SP)”, informa o professor.

Ele destaca que a pesquisa traz duas grandes vantagens: primeiro, é possível aumentar a velocidade de avaliação da

voz do indivíduo, fornecendo uma fer-ramenta de apoio ao médico. A segunda é que, no futuro, poderá evitar exames invasivos que são caros e demorados. A pesquisa conta com participação de três estudantes bolsistas do curso de Ciência da Computação: Gabriel Mar-ques Tavares, Guilherme Raul Pereira e Matheus Camilo da Silva.

MENTAIS – Dentro desta linha pesquisa sobre o uso da computação como apoio à saúde, o professor Syl-vio Barbon desenvolve outros estudos como “Solução para aquisição de ar-mazenamento de voz para diagnosticar doenças mentais”, com recursos do SUS no valor de R$ 48 mil reais. “Por meio da voz é possível detectar possí-veis doenças mentais como ansiedade, depressão e síndrome do pânico. Ainda estamos na fase computacional, mas quando entrarmos na etapa de pré-diag-nóstico vamos precisar de parcerias com psicólogos e psiquiatras, além de submeter a pesquisa ao Comitê de Ética da UEL”, explica o professor. Segundo ele, por enquanto, o estudo conta com o apoio do médico André Armani, do Departamento de Clínica Cirúrgica, do Centro de Ciências da Saúde (CCS) e a participação da estudante de Ciência da Computação, Estefânia Fuzzyi.

Sylvio Barbon: “Existem alguns desafios que ainda precisam ser superados”

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16 de julho de 2014 - NOTÍCIA 7ACONTECE

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búlgaro percorre um único domínio do vasto campo da An-tropologia para estudar o ser humano a partir de um ângulo incomum. Ele busca compreender não o lugar que o homem ocupa na sociedade, mas, ao contrário, o lugar que a socie-dade ocupa no homem - ‘Em que consiste, para o indivíduo, a exigência de conhecer apenas uma vida em comum?’. Todorov almeja melhor compreensão do objetivo da exis-tência humana. E demonstra que é preciso ir além do que se percebe a partir de concepções correntes (e antagônicas), carregadas de conceitos antropológicos subjacentes. Tais concepções induzem a pensar que o objetivo da existência humana é o desenvolvimento do indivíduo, a realização de si ou o progresso da sociedade, ainda que este implique em sacrifício de certas vantagens do indivíduo.

PRIVAÇÃO DE LIBERDADE OU ATENTADOÀ DIGNIDADERicardo Rezende Figueira - Adonia Antunes Prado - Edna Maria Galvão (organizadores)Mauad X - Preço: 64,00

A obra aponta a terrível realidade da escravidão de tra-balhadores, que ainda hoje são condenados às mais diversas formas de abuso e apresenta, além de estudos acadêmicos do Brasil e do exterior, as narrativas de agentes sociais e dos próprios trabalhadores, que experimentam no corpo a ação escravizadora de seus empregadores. Estes, como frisam os organizadores, colocam a vida à disposição de outra história na qual gente não será tratada como se fosse coisa.

DELEUZE, A ARTE E A FILOSOFIARoberto Machado

ZAHAR - Preço: R$ 54,90A obra de Deleuze - e suas elaborações sobre a filosofia

de diferentes épocas e campos variados, como as ciências, as artes e a literatura - é abordada nesta obra. O professor Roberto Machado procura investigar o modo de funciona-mento e a constituição do pensamento filosófico de Deleuze e conclui que ele sempre privilegiou a diferença em detrimento da identidade. Demonstra, ao mesmo tempo, que existe uma sistematicidade em sua filosofia, que em geral se desconhece.

A ERA DO CONHECIMENTOMarc HalévyEditora Unesp - Preço: R$ 48,00A revolução noética marca o fim da visão moderna e

antropocêntrica do mundo e impõe uma mudança radical de olhar, em que o espírito, a inteligência e o conhecimento suplantam o econômico e o político. O homem não é mais o centro do mundo - ele está a serviço de sua evolução - e tem como missão fazer essa revolução. Este livro pretende ser uma ferramenta de leitura do mundo e do sentido da existência.

Estão abertas as inscrições para o “III Congresso Internacional de Dialetologia e Sociolinguística: variação, atitudes linguísticas e ensino”, que será realizado de 7 a 10 outubro, no Centro de Ciências Humanas (CCH), no Campus Universitário. A promoção é do Departamento de Letras Vernáculas e Clássicas da UEL. As inscrições podem ser feitas até 7 de outubro no endereço: www.uel.br/eventos/cids/portal/. Mais informações pelo telefone (43) 3371-4701.

Educação FísicaEstão abertas as

inscrições para o XIII CHELEF - Congresso Brasileiro de História do Esporte, Lazer e Educação Física - que nesta edição traz como tema central “Esporte, lazer e Educação Física: Naturezas históricas na relação entre o Estado e a Sociedade”. O evento será realizado de 19 a 22 de agosto, na UEL, voltado para pesquisadores, profissionais e estudantes de todo o país. O Congresso é bianual e tem como objetivo aprofundar a discussão de temas ligados ao esporte, lazer, dança, jogos, lutas e de-mais práticas e atividades físicas. Serão debatidos os sentidos e representações que as diferentes esferas, instituições e organizações criam em torno de tais eventos. Ao todo serão 10 eixos temáticos, que vão abordar também tópicos como a História da Educação Física; Saúde, discursos e práticas corporais; História do futebol; História das práticas corporais de aventura; e História do lazer e das manifestações populares. Inscrições antecipadas recebem desconto no va-lor, que é diferente dependendo da categoria do participante: graduan-dos, pós-graduandos, pesquisadores e professores de educação básica. Informações podem ser obtidas no site do evento: www.uel.br/eventos/chelef/ ou pelo e-mail [email protected].

Iniciação CientíficaEstão abertas as inscrições para a edição 2014 do Encontro Anual de Iniciação Cientí-

fica (EAIC), encontro de caráter multidisciplinar, com ênfase na inovação e na formação de jovens pesquisadores. O encontro será realizado de 1º a 3 de outubro, no Campus da UEL, reunindo cerca de 3,5 mil participantes. Estão sendo esperados estudantes de todas as Universidades Estaduais Paranaenses para uma grande confraternização em torno da inovação e da pesquisa. Inscrições, bem como mais informações sobre o EAIC 2014, no endereço: www.uel.br/eaic2014.

Vestibular 2015As inscrições para o Vestibular 2015

da UEL estarão abertas de 11 de agosto a 11 de setembro. A Prova de Habilidades Específicas de Música será em 28 de se-tembro. A primeira fase será no dia 2 de novembro, com uma novidade: para passar à segunda fase, o aluno terá que acertar pelo menos 15 das 60 questões, e não mais 18.

A mudança, de acordo com a coordenadora da Cops, é resultado de estudos feitos pela organização do vestibular. As provas da segunda fase do vestibular serão nos dias 30 de novembro, 1º e 2 de dezembro, e o resultado será divulgado no dia 15 de janeiro de 2015. Mais informações podem ser obtidas pelo endereço: www.cops.uel.br.

Jornada Didática“III Jornada de Didática: desafios para

a docência” é o tema do evento promovido pelo Departamento de Educação da UEL, que será realizado entre os dias 29 e 31 deste mês no auditório do Programa de Desenvolvimento Educacional (PDE) e no Centro de Educação Comunicação e Artes (CECA) da UEL. A jornada será realizada paralelamente ao II Seminário

Congresso de Sociolinguística

de Pesquisa do Curso de Especialização em Docência da Educação Superior (CE-MAD). Os dois eventos buscam contribuir para a consolidação do conhecimento e da prática em sala de aula, melhorando os processos de formação docente. Interessa-dos em participar dos dois eventos podem fazer inscrições até o próximo dia 25. Mais informações pelo telefone (43) 3371-4338.

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8 NOTÍCIA - 16 de julho de 2014 PESQUISA

JOSÉ DE ARIMATHÉIA

O que um rei português medieval tem a ver com os festivais de música

popular brasileira da época da ditadura militar no Brasil, meio século atrás? A jornalista e professora Cláudia Sabbag Ozawa Galindo demonstra que o rei D. Dinis (1261-1325), conhecido como “Rei Trovador”, guarda muitas semelhanças com Chico Buarque, particularmente no que se refere à imagem da mulher amada nas letras das canções de ambos. Esta é a principal conclusão da tese de douto-rado de Cláudia, lançada em livro em junho pela Editora da UEL, com o título “Mulher, poesia e música: no tempo dos trovadores e dos cantadores modernos”.

Para demonstrar tais similitudes, a pesquisadora percorreu séculos da His-tória da Poesia, que ora se aproxima, ora se distancia da música. Dois momentos em que elas se aproximam são justamente o tempo do trovadorismo medieval – as primeiras manifestações de poesia lírica em língua portuguesa - e a MPB do século XX. E quando se observa a descrição da mulher amada, e a relação do “eu lírico” (o personagem da letra, apaixonado) com ela, percebe-se que tanto D. Dinis quanto Chico Buarque compuseram de maneira muito parecida: uma mulher linda, virtuosa e praticamente inatingível. Em síntese, idealizada, diante de um apaixonado platônico e sofredor.

Cláudia analisou mais de 30 canções de Chico Buarque dos anos 1960 e 1970, que possuem um “eu lírico” masculino, e as comparou com oito canções de Dom Dinis. Dos “poemas” de Chico, foram analisados, entre outros, “A Rita” (1965), “Quem te viu, quem te vê”

Mirem-se no exemplo de Dom DinisEstudo demonstra semelhanças entre as cantigas de amor do rei medieval português, Dom Dinis,

e as músicas românticas de Chico Buarque dos anos 1960 e 1970

Dom Dinis (1261-1325) conhecido como “Rei Trovador”

(1966), “Cotidiano” (1977), “Trocando em miúdos” (1978) e “A rosa” (1979). No livro, a autora afirma: “as canções da MPB representam uma recuperação das canções de amor medievais, da união inicial grega entre poesia e música, mas sob um novo olhar no que diz respeito à temática amorosa, à relação entre os homens em sociedade e ao papel femi-nino nas canções”.

É claro que as músicas dos festivais de música dos anos 1960 trouxeram uma série de inovações na melodia, nos ins-trumentos, nos arranjos, além de temas mais políticos. “Os compositores tinham uma preocupação literária, mas procu-ravam caminhos alternativos e novas roupagens”, observa Cláudia. Mesmo assim, Chico Buarque, por exemplo, mostrou um lado trovador, herança dos cancioneiros medievais que voltou a eco-ar desde o Romantismo do século XIX. “A relação amorosa continuou sendo de vassalagem, conflituosa e dolorida”, acrescenta a pesquisadora.

A canção “Quem te viu, quem te vê” é uma das que ilustram muito bem a semelhança entre o cancioneiro medie-val e o trovador brasileiro. Nela, o “eu lírico” está desapontado com a amada, que não retribuiu sua dedicação: “Todo ano eu lhe fazia uma cabrocha de alta classe/De dourado eu lhe vestia pra que o povo admirasse”. Diz a autora: “Para-lelo ao comportamento dos trovadores provençais, que, desiludidos com sua ‘senhoras’, a quem prestavam serviços de vassalagem amorosa, negavam-lhe lealdade quando elas deixavam de lhes oferecer seus favores, também o cantador desta canção não deseja mais proximidade com sua antiga amada, que não mais corresponde aos seus carinhos e dedicação”.

SALA DE AULA - Formada em Jornalismo e Letras pela UEL, Cláudia começou a unir as duas áreas ainda na primeira graduação. Depois, fez o mestrado e o doutorado em Literatura, e agora é pós-doutoranda em Literatura na UEL, com orientação do professor Sérgio Paulo Adolfo (CCH). Lá, conti-nua a desenvolver pesquisa das relações entre poesia e música, agora com foco em outros estilos, mas sempre visando a aplicação no ensino.

Professora no Ensino Superior há dez anos, ministrou disciplinas como Teoria Literária e Leitura e Produção de Textos, nos cursos de Letras, Pedagogia, Jornalismo e Administração. Ela diz que

“Todo dia ela faz tudo sempre igualMe sacode às seis horas da manhã

Me sorri um sorriso pontualE me beija com a boca de hortelãTodo dia ela diz que é pra eu me

cuidarE essas coisas que diz toda mulher

Diz que está me esperando pro jantarE me beija com a boca de café

Todo dia eu só penso em poder pararMeio dia eu só penso em dizer não

Depois penso na vida pra levarE me calo com a boca de feijão...”

as canções são ótimos instrumentos para estimular a prática da leitura. “A música é uma porta de entrada para a poesia, e dali para os livros”, comenta, lembrando a íntima relação entre ambas. Segundo Cláudia, que já fez esta experiência em sala de aula, a estratégia é um sucesso:

Cláudia Sabbag analisou mais de 30 canções de Chico Buarqueque possuem o “eu lírico” masculino

“A receptividade tem sido muito boa”, completa.

O livro será distribuído em bibliote-cas universitárias e deverá ser exposto em feiras literárias. Também está sendo comercializado na Livraria da EDUEL, no Campus Universitário.