Notícias do Jardim São Remo

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São Remo Notícias do Jardim Maio de 2012 ANO XIX nº 2 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA www.eca.usp.br/njsaoremo Papo Reto São Remano pág. 7 pág. 9 pág. 12 pág. 5 VICTORIA AMORIM Esporte Mesmo com a coleta, entulho ainda causa transtorno aos moradores da São Remo Aprovação do aborto de anencéfalos é polêmica Sarau da Remo dá voz a moradores Times da São Remo avançam na Copa Kaiser São Reminho Maio 13 Dia das mães LIXO um problema ainda não resolvido LIXO um problema ainda não resolvido

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Edição de maio de 2012

Transcript of Notícias do Jardim São Remo

Page 1: Notícias do Jardim São Remo

São RemoNotícias do Jardim Maio de 2012 ANO XIX nº 2

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Mesmo com a coleta, entulho ainda causa transtorno aos moradores da são remo

Aprovação do aborto de anencéfalos é polêmica

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Maio13

dia das mães

LIXOum problema ainda não resolvido

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São Remo

debate 2 Notícias do Jardim São Remo Maio de 2012

Publicação do Departamento de Jornalismo e Editoração da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo. Reitor: João Grandino Rodas. Diretor: Mauro Wilton de Sousa. Chefe de depar-tamento: José Coelho Sobrinho. Professores responsáveis: Dennis de Oliveira e Luciano Guimarães. Edição, planejamento e diagramação: alunos do primeiro ano de jornalismo. Secretária de Redação: Victoria Amorim. Secretário Adjunto: Arthur Deantoni. Secretárias Gráficas: Odhara Caroline Rodrigues e Mariana Fonseca. Editor de Imagens: Vitor Hugo Moreira. Editores: Beatriz Moura, Camila Berto, Gabriely Araújo, Gustavo Buendia, Juliana Pinheiro Prado, Malú Damázio e Maria Rita Hurpia. Suplemento infantil: Mariane Roccelo e Marina Davis. Repórteres: Ana Paula Lourenço, Caroline Menezes Dias, Débora Gonçalves, Felipe Higa, Fernando Oliveira, Filipe Delia, Hugo Araújo, Jeanine Carpani, Juliana Lima, Leonardo Dáglio, Letícia Sakata, Lorena Vilaça, Lucas Knopf, Marina Castro, Sophia Kraenkel, Thuany Coelho e William Tamberg. Ilustrações de Mariane Roccelo e Milton Hurpia. Correspondência: Av. Prof. Lúcio Martins Rodrigues, 443-Bloco A. Cidade Universitária CEP 05508-990. Fone: 3091-1324. E-mail: [email protected] Impressão: Gráfica Atlântica. Edição Mensal: 1500 exemplares

“Nossos pais não falam muito com a gente sobre isso.

Dizem que a gente é muito nova.” K. e M. E.,

MORADORAS DA SÃO REMO

Jovens comentam dificuldade em tratar desse assunto

Vamos falar sobre sexo?O p i N i à O

www.eca.usp.br/njsaoremo

Filipe Delia

Notícias do Jardim

A sexualidade começa a se manifestar na adolescência, mas apesar das iniciativas das escolas e dos pais, conversar com a família sobre essa mudança ainda é difícil para a maioria dos adolescentes.

Meninos falam maisEm geral, o corpo das meninas se desen-

volve mais cedo que o dos meninos, mas são eles que falam sobre a sexualidadede de forma mais natural e desinibida. W.S., de 13 anos, comenta que seus pais já falaram com ele sobre a camisinha e a sua importância, apesar de admitir que não se sente à vontade para conversar com eles sobre questões rela-cionadas à sexualidade. “Os meninos que eu conheço são assim também. Com uns onze anos a gente começa a falar uns com os ou-tros, mas com os pais não”.

Contraste entre sexosCom as moças, a história parece ser dife-

rente. As moradoras K. e M.E., ambas de 11 anos, falaram sobre suas impressões acerca do assunto: “Nossos pais não falam muito com a gente sobre isso. Dizem que a gente é muito nova ainda. De vez em quando a pro-fessora de ciências fala alguma coisa, mas é pouco”, comentam elas. K. continua: “Acho que deveria ter uma aula para a professora explicar só para as meninas”.

Doenças sexualmente transmissíveisAo ser questionada sobre o tema, uma jo-

vem moradora que preferiu não se identifi-car afirmou que nunca teve iniciativa para conversar com a mãe sobre as questões se-xuais. A garota, de 12 anos, disse que a es-cola oferecia aulas de educação sexual em 2011, mas que elas só aconteciam quando havia algum horário vago.

Os estudantes chegaram a produzir um trabalho sobre DSTs, e, segundo ela, não de-monstraram timidez ao fazer perguntas à professora. A aluna conta ainda que a con-versa sobre o assunto era restrita ao ambien-te escolar; fora da sala, não se falava nisso.

A gravidez na adolescênciaA mesma garota de 12 anos afirma: “Mes-

mo com as orientações, ainda tive uma cole-ga que engravidou aos 14 anos” Sobre o as-sunto, M.E. diz: “A maioria das pessoas vai numa festa, se embebeda, chama pra ir ali, ali, ali e não sabe nem com quem foi”. Acres-centa: “Tem muitos casos de aborto. A mi-nha prima tem 15 anos e ficou grávida três vezes, mas as três vezes ela perdeu”.

Um assunto delicado

Victoria amorim

Os anos passam, as formas de pensar mu-dam, mas certos assuntos permanecem tabu em diversos lares: o sexo é um deles.

O tema hoje é bastante abordado na televi-são, em filmes e músicas, o que faz com que a sexualidade dos jovens desperte cada vez mais cedo. Porém, as famílias não comentam sobre isso pois temem que comentar esse assunto pareça um incentivo ao início da vida sexual.

A temática do sexo é proibida nas famílias que possuem uma filha mulher. Os pais acham que, se não falarem sobre isso, suas menini-nhas serão sempre puras. Já com os meninos, os pais procuram falar sobre o assunto des-de cedo, apesar de que muitas vezes isso não ocorra de forma inadequada.

Mas, tanto o silêncio que circunda as garo-tas quanto a falta de eficiência do diálogo com os meninos, acabam tendo más consequên-cias nas vidas desses adolescentes. No primei-ro caso, a desinformação faz com que as filhas, por vergonha, não esclareçam suas dúvidas e pratiquem sexo de maneira desprotegida. Já no segundo, quando os pais não falam sobre o uso de preservativos, os filhos não enten-dem que isso é algo essencial para sua saúde.

Assim, o número de jovens que se tornam pais e mães precocemente, além dos casos de doenças sexualmente transmissíveis (DSTs) nessa faixa etária, não para de crescer. Com isso, eles comprometem sua adolescência, pois terão uma grande preocupação em suas vidas.

Portanto, é importante que eles possuam a devida educação sexual, que deve começar em casa, desde cedo.

Leonardo Dáglio

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entrevistaMaio de 2012 Notícias do Jardim São Remo 3

Cenas da São Remo

Falta de orientação adequada pode trazer problemas para toda a vida futura dos adolescentes

William Tamberg

Escolas devem abordar educação sexual

“A informação é a base do sucesso quando se trata de assuntos como sexualidade”LuíS cARMEiRo dE cAMpoS,

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Luís Salvoni Carneiro de Cam-pos é Mestre em Ginecologia pela Faculdade de Ciências Médias Santa Casa de São Paulo e espe-cialista em ginecologia e obstetrí-cia. Dr. Salvoni concedeu uma en-trevista ao NJSR, esclarecendo o tema da educação e orientação se-xual entre os jovens.

NJSR: Os jovens iniciam cada vez mais cedo sua vida sexual. Como isso reflete em sua saúde?

Salvoni: O fato de os jovens ini-ciarem sua vida sexual tão cedo é preocupante. A presença de ges-tações indesejáveis entre adoles-centes acarreta um aumento no número de abortos não naturais, que, por serem clandestinos, mui-tas vezes são feitos de maneira inadequado, causando morte ou graves complicações à gestante, além de consequências psicológi-cas preocupantes. Quando as ges-tações são mantidas sem o devido acompanhamento pré-natal, tam-bém são perigosas.

Porque regiões carentes apre-sentam mais casos de gravidez na adolescência e de DSTs?

Más condições sócio-econômi-cas andam de mãos dadas com a desinformação. Além disso, as es-truturas de saúde deficientes das áreas mais carentes não oferecem programas adequados de preven-ção da gravidez e das DSTs.

O fato de os jovens conversa-rem entre si sobre isso agrava o problema ou o abranda?

As informações trocadas entre os adolescentes sobre a sexuali-dade sempre é um fator positivo,

pois a informação é o pilar da se-gurança e da saúde relacionadas à vida sexual. O único ponto negati-vo das conversas informais entre jovens é a disseminação de even-tuais informações incorretas.

O tema deve ser tratado pela escola? Como?

Esse tema deve ser abordado desde cedo nas escolas. Deve ha-ver uma ação contínua e cada vez mais abrangente conforme os jo-vens vão se tornando mais madu-ros. Considerando que o início da vida sexual entre os adoles-centes brasileiros tem ficado ao redor dos 14 anos de idade, qual-quer ação de orientação preventi-va deve ser iniciada antes disso.

Como os pais podem abordar a questão com os filhos? E os filhos com os pais?

O papel dos pais é essencial, mesmo sendo uma situação deli-cada e difícil. Às vezes eles mes-mos tem pouca informação sobre o tema. Aspectos individuais, mo-rais e religiosos podem ser fatores de dificuldade para a interação

pais/filhos nesse caso. A única maneira de superar as barreiras é o diálogo, partindo, por exemplo, de situações abordadas na escola, aspectos discutidos na mídia e até mesmo casos ocorridos na comu-nidade em que vivem.

É necessário tratar de forma di-ferente esse assunto para meni-nos e meninas?

A abordagem entre meninos e meninas pode diferir em relação ao momento mais adequado para seu início: as meninas costumam ser mais precoces. Porém, a abor-dagem básica é a mesma.

Quais são as medidas mais efi-cazes na informação de comuni-dades a respeito desse tema?

A informação é a base do su-cesso quando se trata de assuntos como sexualidade, anticoncepção e prevenção de DSTs. Ao abordar comunidades, o efeito de campa-nhas educativas, interagindo com órgãos de saúde pública e institui-ções de ensino, é ótimo: promove a orientação de modo mais incisi-vo entre os jovens.

Gustavo Buendia

“O papel dos pais é essencial”w

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comunidade 4 Notícias do Jardim São Remo Maio de 2012

Crianças sofrem com trânsito caótico

Moradores enfrentam problemas com a Eletropaulo

Intensa circulação de veículos e sinalização falha afetam a chegada o transporte escolar

Por volta de junho de 2010, a Ele-tropaulo instalou novos relógios medidores de consumo de ener-gia elétrica nas casas do Jardim São Remo. A regularização de um servi-ço básico deu início a uma série de complicações. Quase dois anos de-pois da mudança, os são remanos ainda têm questões sem solução.

Valores altos na conta de luz são frequentes. Maria Célia Nascimen-to Souza e Paulino de Sousa Silva mudaram-se para um apartamen-

to alugado há um ano. Até alguns meses atrás a quantia paga era nor-mal: entre R$60 e R$70. Porém, em fevereiro e março deste ano, a Ele-tropaulo cobrou cerca de R$200 e R$300, respectivamente. De acor-do com o casal, não houve nenhu-ma mudança de hábitos que resul-tasse nesse aumento significativo. As queixas continuam

Outro problema é o do não re-cebimento da conta. Há 16 meses, Mônica Marcolina da Silva não tem a cobrança entregue em sua casa e,

por isso, não consegue manter o pagamento em dia. A Eletropaulo oferece a opção de impressão de 2ª via na Internet, mas, como muitos outros moradores, ela não é fami-liarizada com a informática.

Com uma dívida de mais de R$600, Mônica está com seu nome “sujo” no SPC e no Serasa. Ela levou seu caso ao Juizado Especial Cível, encarregado das pequenas causas. A instituição afirmou que só pode-ria iniciar o processo de pedido de indenização após a quitação da dí-vida. Como não tem a quantia, a

moradora pretende ir diretamente ao Fórum Regional de Pinheiros. Contato problemático

Os são remanos que enfrentam essas dificuldades tendem a levar suas reclamações à Associação de Moradores. Não há, porém, ações imediatas que ela possa tomar.

Ao receber queixas dos morado-res, a Eletropaulo diz que os valo-res cobrados estão corretos, e que o consumo dessas pessoas é alto. Contatada pelo NJSR, a empresa não deu esclarecimentos.

Hugo Araújo

O tráfego na rua Baltazar Rabe-lo, principal local onde os estu-dantes da comunidade esperam pelas peruas escolares, está pe-rigoso. A causa principal é a au-sência de sinalização. A entra-da de carros da avenida Corifeu

de Azevedo Marques e o vaivém de caminhões no supermercado Roldão tornam o movimento das crianças por ali complicado. Além do mais, dificultam a parada dos carros que as levam para a escola.

As vans não entram na comuni-dade. Otavino Costa, motorista, conta que isso acontece porque

a mobilidade no interior da São Remo é muito difícil. “Tem ca-minhão descarregando, carro pa-rado”. Outro colega de profissão afirma que se percorresse a co-munidade, “gastaria muito tem-po” e que o prazo para levar as crianças até a escola é curto.

Por isso, as crianças esperam pelo transporte no Circo Escola e também na rua Baltazar Rabe-lo. Nesta, há reclamações a respei-to dos carros que vêm da aveni-da Corifeu. A moradora Maria Marilene diz que “os carros vêm em alta velocidade” e que “é ne-cessário um farol” na própria rua Baltazar. Sirlene Araújo também reclama da falta de sinalização. “Não tem lombada, nem faixa de pedestres. É um perigo”, diz ela. Mais problemas

Há também um vaivém de ca-minhões no supermercado Rol-

dão, para carga e descarga. Laura Gonçalves, da Associação de Mo-radores, diz que “as peruas esco-lares não conseguem subir a rua Baltazar, pois há carretas atraves-sadas que fecham a passagem”.

Outras moradoras opinam: Flávia Medeiros diz que é difí-cil para atravessar com as crian-ças, pois “tem sempre muitos ca-minhões”. Já Edileuza Nóbrega propõe que “a carga e descar-ga poderia cessar no horário de pico, em que as crianças esperam o transporte escolar”.

A Associação de Moradores mandou um ofício para o super-mercado Roldão, explicando a si-tuação. Representantes do local confirmaram a recepção do docu-mento e disseram que este já foi encaminhado para a matriz da rede. No entanto, a empresa não retornou com nenhuma resposta mais detalhada até o momento.

Letícia Sakata

Peruas escolares têm dificuldade de entrar na comunidade

“O trânsito aqui na São Remo é um perigo”

SiRleNe aRaúJO, MORadORa

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comunidade“A subprefeitura limpa e no dia seguinte já enche tudo de novo”MorAdor dA Sr

São remanos ainda convivem com lixo Áreas como o Buracanã continuam a apresentar problemas dentro da comunidade

Jeanine Carpani

Situação no Riacho Doce ameaça saúde de moradoresDébora Gonçalves

O problema de entulhos é velho conhecido dos moradores da São Remo. Eles estão espalhados por vários lugares da comunidade e têm alguns focos de concentração. Um exemplo são os muros ao redor do Buracanã e, também, dentro dele.

Pessoas que vivem ou traba-lham ao redor desses lugares con-cordam que tanto são remanos quanto pessoas de fora da comu-nidade jogam os entulhos nesses lugares. Dizem também que a Sub-prefeitura sempre aparece, lim-pa e, já no dia seguinte, o lixo re-torna. Hélio Pereira da Silva diz que os entulhos incomodam, pois além de ser um foco de dissemi-

nação de doenças, com o tempo, o acúmulo de lixo acaba cobrindo espaços de passagem, como a cal-çada, por exemplo.

A Subprefeitura informou que semanalmente uma equipe visita o local para retirar entulhos de ma-neira progressiva. Porém, quando se trata de propriedade “privada”, como é o caso do Buracanã, nada pode ser feito, pois a limpeza deve ser de responsabilidade do pro-prietário do terreno, a USP.

Quando questionada, a asses-soria de imprensa da reitoria dis-se que não se pronunciará sobre o assunto porque alega que o Bu-racanã não pertence à universida-de. Enquanto as autoridades ficam nesse empurra-empurra, o lixo se

acumula e, com ele, os insetos e também o mau-cheiro.

Um morador, que prefere não se identificar, disse que se houves-se lixeiras ao longo das calçadas, as pessoas jogariam os lixos nelas, ao invés de jogá-los na rua.

Quando essa proposta foi apre-sentada à Subprefeitura, ela disse que a empresa de limpeza urbana vai implantar uma equipe especí-fica para limpeza de comunida-des como a São Remo. Porém, não foram dados maiores detalhes.

A conjuntura em que se encon-tram as famílias que ainda vivem nas redondezas do Riacho Doce é preocupante. Apesar de os mora-dores que possuíam casas de ma-deira construídas sobre o rio já te-rem sido desalojados e transferidos para outros lugares, ainda há, nos arredores do local, bastantes famí-lias, cujas crianças, principalmente, estão expostas a vários riscos.

De acordo com Maria Eleoniza, as crianças costumam entrar no rio para pegar brinquedos que ca-íram. A moradora contou que tem medo de que elas contraiam algu-ma doença ou mesmo que se afo-guem quando o riacho enche.

O que separa algumas famílias do acesso direto ao rio é apenas um tampão de madeira. Uma mo-radora afirmou que sua preocupa-ção com a segurança de seus filhos aumenta nos momentos de cheia.

Edileuza Bezerra contou que ha-via muitos ratos no local, especial-mente quando ainda existiam as casas de madeira, que foram demo-lidas recentemente. Agora, após a demolição, há menos roedores.

Atuação da subprefeitura no riachoQuestionada sobre se haveria

algum planejamento para a região do Riacho Doce, a Subprefeitura do Butantã informou ter realizado uma licitação para que uma em-presa contratada propusesse um projeto do que poderia ser feito no local. Porém não foram forne-cidos ao NJSR detalhes sobre que tipo de projeto seria esse.

No que diz respeito aos entu-lhos no rio, a Subprefeitura afir-mou que os retira toda semana, o que foi confirmado pela mora-dora Edileuza Bezerra. De acordo com a Subprefeitura, não é possí-vel levar máquinas no local, por isso a retirada dos entulhos tem que ser feita manualmente.

Morador e criança caminham perto ao lixo espalhado pelo bairro

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comunidade6 Notícias do Jardim São Remo Maio de 2012

Há vagas nos cursinhos

Começa campanha de vacinaçãoEntre os dias 5 e 25 de maio, o Ministério da Saúde promove Campanha Nacional de Vacinação Contra a Gripe nos postos de saúde de todo o país. O objetivo

dessa iniciativa é imunizar principalmente os setores da população mais vulneráveis à doença. Além de proteger contra a gripe comum, a vacina

também imunizará contra o vírus H1N1, da “gripe suína”.

Letícia Sakata

Mesmo em maio, os cursinhos populares da região continuam aceitando novos alunos. São op-ções gratuitas que procuram de-mocratizar o processo de entra-da no ensino superior público.

Próximo à São Remo, há dois desses cursinhos, o Edson Luís e o Florestan Fernandes. Ambos são da Rede Emancipa, que fo-cam o ENEM e a Fuvest.

As aulas já começaram, mas as unidades aceitam alunos até o fim das vagas. A inscrição deve ser feita pessoalmente nos cursinhos.

Mais informaçõesCursinho Popular

Edson LuísAv. da Universidade, 308

Cidade Universitária

Cursinho Popular Florestan FernandesAv. Nossa Senhora da

Assunção, 292 – Butantã

Rede Emancipahttp://redeemancipa.org.br

(11) 7545-9081

O que a SR assiste?Amigo, não clienteFernando Oliveira Sophia Kraenkel

Mesmo ao lado de um hipermer-cado e de um atacado, o comér-cio popular no Jardim São Remo é parte essencial da dinâmica da comunidade. Além de criar em-prego dentro do próprio bairro, frequentar os comércios locais vi-rou hábito. Essa proximidade en-tre quem vende e quem compra é benéfica para ambos, pois cria um ambiente de confiança.

“Hoje não se tem só um cliente, se tem um amigo”, disse um co-merciante. Esse é o diferencial do comércio são remano, onde se cria mais que uma relação de presta-

ção de serviço entre o consumi-dor e o comerciante. Há um laço de amizade que não existe nas grandes lojas, mas que na co-munidade faz parte do cotidia-no dos moradores.

Questionada sobre essa intera-ção, a dona de uma venda Leni-ce Marcelino disse que, por estar próximo do cliente, “a gente tem mais contato, confia em quem compra aqui e chega até a ven-der fiado, pois sabe que a pessoa vai pagar depois.” Entretanto, ela fez uma ressalva dizendo que “confiar também é um risco.” Oficialização dos negócios

Embora haja essa relação atí-pica entre cliente e vendedor na comunidade, é importante for-malizar os comércios para seu crescimento e melhor adminis-tração. Para ajudar os empre-endedores nesse aspecto, o Se-brae disponibiliza apoio desde a abertura do negócio até as es-tratégias de venda.

A consultoria é gratuita e feita no posto de atendimento da Av. Rio Pequeno, 155. O telefone para contato é (11) 3719-2311 e o email é [email protected].

Proximidade é o atrativo do comércio local

Na semana de 23 a 27 de junho, a reportagem do NJSR percorreu as ruas da comunidade fazendo uma pesquisa sobre televisão. O objetivo era descobrir mais sobre

as preferências e hábitos dos mora-dores, como seus programas favo-ritos, os canais mais assistidos e o horário que os são remanos ficam em frente à telinha. Confira o resul-tado abaixo e responda a enquete no site saoremo.vai.la.

“A gente confia em quem compra aqui”

LeNiCe MARCeLiNO, veNdedORA

Relação informal é traço da SR

Telejornal é a atração preferida dos lares

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papo reto“Essa decisão do Supremo atualiza as nossas medidas. Faltava esse respaldo legal”AndrEA SAntoS, GinEcoloGiStA

StF legaliza o aborto de anencéfalosNova decisão discute o direito de escolha da mulher e ideologias morais e religiosas

Felipe Higa

Maio de 2012 notícias do Jardim São remo 7

“O que é injustO é carregar nOve meses um fetO sem

cérebrO e nãO ter escOlha”

EloinA dA SilvA

“sOu a favOr da vida,

mas acreditO que a questãO

é relativa”

PAStor rEnAto rEiS

O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu que não será condenada por crime de aborto a gestante que optar pela interrupção da gra-videz de um feto anencefálico. A medida colo-cou em pauta o assunto e gerou debates entre diversos setores da sociedade civil.

A anencefalia é uma má formação do feto na qual há ausência parcial do encéfalo e do crâ-nio. Ela é letal, o feto tem pouco tempo de vida e muitas vezes a morte ocorre ainda dentro do útero. Pela ausência de atividade cerebral, a interrupção terapêutica da gestação desse feto não é considerada retirada de uma vida e, por-tanto, não seria um ato criminoso.

Visão médicaSegundo a chefe do Departamento de Gine-

cologia Geral da Santa Casa, a médica Andrea Danielle Sant’Anna, a possível identificação da anencefalia se dá no período de 11 a 14 se-manas de gravidez (contados a partir da últi-ma menstruação), quando é feito um exame de ultrassonografia para detectar alterações no feto. A formação dos órgãos finaliza nes-se período e a possível ausência do encéfalo pode ser detectada então.

“O que acontecia nessa discussão da anen-cefalia era que a falta de viabilidade do feto era detectada nessa ocasião, mas por falta de respaldo legal e jurídico, essas mulheres aca-bavam prolongando a gravidez até o seu des-fecho, já sabendo que era inviável. Isso gera muito desgaste físico, emocional e, enfim, é uma mulher que possui sua prática profissio-nal, sua vida pessoal e que se encontra atrela-da a uma situação frustrante.” ressalta a médi-ca. “Essa decisão realmente atualiza as nossas medidas.”conclui Andrea Danielle.

O procedimento para a interrupção da ges-tação, segundo a médica, é o mesmo que os ca-sos de óbito embrionário ou fetal: “Ou aguar-da-se a evolução natural ou há a interrupção através de medicação que estimula a contra-ção do útero e eliminação”.

Opinião das moradorasEssa defesa do direito à escolha e da pre-

servação da saúde física e emocional femini-na encontra eco nas vozes das são remanas. Muitas delas, favoráveis a essa nova decisão, defendem a opção da mulher. “Não é um cri-me. O que é injusto é carregar nove meses um feto sem cérebro e não ter escolha”, afir-ma a moradora Eloína da Silva.

Laura Gonçalves argumenta que o sofri-mento não se limita somente à mãe, mas atin-ge toda uma estrutura familiar. “É uma dor que poderia ser evitada” conclui.

Posição religiosaA discussão encontrou oposição de setores

da religião cristã, que debatiam sobre a defi-nição do que é vida e que temiam pela bana-lização de práticas abortivas.

Para o pastor Renato Reis, que atua na sub-sede da Assembleia de Deus no Jardim São Remo, a presença do feto já é considerada vida. A defesa do nascimento do anencéfalo se baseia na crença religiosa do milagre. “Sou a favor da vida, mas acredito que a questão é relativa. A Bíblia preserva a vida e para Deus, nada é impossível”, defende Renato.

O pastor ressalta que existem posiciona-mentos radicais, mas defende a pluralidade de opiniões que a polêmica possibilita.

Essa forma de pensar está presente em mui-tos são remanos. A moradora Patrícia Gomes de Carvalho, mesmo contrária à interrupção da gravidez, acredita que a decisão é muito pessoal, não cabendo julgamento de certo ou errado sem avaliar as condições de cada um.

Essa decisão reafirma um direito, uma op-ção, deixando livre a escolha de manter ou não a gestação. Tampouco acarretaria na banaliza-ção do aborto, ela só esclarece um caso espe-cial e defende o direito de escolha da gestante.

Ainda é necessária uma organização legal e técnica de suporte a essas mulheres. No entanto, a medida revoluciona porque pro-põe novos horizontes tanto para mães quan-to para a sociedade em geral. Ela reflete um avanço e sinaliza para a importância feminina no cenário social e político do país.

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na assistência Obstétrica

é sempre da mãe ”

AndrEA SAntoS

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são remanoCultura no Butantã

“Queremos aumentar o número de cursos para dar

oportunidades às pessoas”MARGÔ SALORNO, dA CASA de CuLtuRA

Notícias do Jardim São Remo Maio de 2012

Lorena Villaça

A Casa de Cultura do Butantã, uma das diversas casas de cultura de São Paulo, há 18 anos promove atividades recreativas e educati-vas gratuitas para todas as idades.

Lá existem projetos organizados pela Secretaria de Cultura, porém, a maioria é feita por uma parce-ria entre a organização da Casa e os “oficineiros”, voluntários que se dispõem a ministrar os cursos.

Há um limite de vagas para o melhor aproveitamento das aulas com turmas pequenas. diz Margô Salorno, responsável do local.

Dentre os cursos estão violão, flauta, teatro, yoga, origami, sa-pateado, dança, circo e canto. A maioria voltada para o público adulto. As crianças podem apro-veitar as aulas de capoeira e de teatro aos sábados. Além disso, a partir dos 10 anos, podem partici-par dos workshops de orquestra.

A Casa conta com teatro para aulas e apresentações, espaço de exposições, sala de TV e ponto de leitura com livros didáticos e de entretenimento. Para usu-fruir, só é necessário fazer um rápido registro no próprio local.

“Queremos aumentar o nú-mero de cursos para dar mais oportunidades às pessoas”, diz Salorno. Para ela, há espaço para mais cursos, porém falta verba para oficineiros pagos. E há, ain-da, planos de implantar um cur-so de reciclagem de materiais com artesanato.

A Casa de Cultura também promove exposições e um sarau, que acontece todos os meses. Ele visa à integração dos frequenta-dores e dá oportunidade de de-monstrarem suas habilidades.

Hailton Biri

Abdias Nogueira da Silva, o po-eta do Rio Pequeno, começou a fa-zer poemas no ano de 1986, tendo feito sua primeira publicação em 1991 na revista Viver com o poe-ma intitulado “O Alcoólatra”.

O poeta, que escreve desde pe-queno, descobriu o seu talento ao assistir a violeiros nordestinos. Foi assim que Abdias sentiu a ne-cessidade de começar a escrever poemas, com o intuito de passar algo bonito para a sociedade.

A primeira vez que Abdias pi-sou em uma emissora de rádio foi no dia 26 de novembro de 1991, na Rádio Cultura, a convite do apre-sentador Serginho Groisman e da jornalista Patrícia Palumbo.

O poeta conta que quem lhe ba-tizou na emissora de rádio foi o apresentador Serginho Groisman e a jornalista Patrícia Palumbo, a quem ele chama “padrinhos”. Ab-dias não é iniciante de programas de rádio, ele disse ter passado por vários programas, dentre os quais o programa Nenê do Bonfim, da

ex-rádio Atual, pelo programa da Neide Corde, da rádio Difusora Oeste e pela rádio USP.

Dentre os poemas de Abdias estão “Arco-Íris”, em que brinca com as palavras e as cores, “For-ró da Jacofé” e “Horinha H”, que já foram musicados, e “Rio Tietê”, um apelo à despoluição do rio.

Atualmente Abdias trabalha com reciclagem de materiais, além de divulgar seu trabalho como es-critor, também fazendo parcerias com músicos para transformar seus poemas em canções.

Casa é opção de lazer e de aprendizado

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Cursos Circo escola

Ana Paula Lourenço

A comunidade também conta com seu próprio núcleo de cur-sos gratuitos: no Circo Escola São Remo são ministradas variadas aulas, como capoeira, circo, dan-ça e teatro. A maioria dos cur-sos visa ao público infantil, mas há também cursos para adultos, como dança de salão, confeitaria e panificação e informática.

Os cursos têm boa rotatividade de turmas, têm curta duração e as inscrições estão sempre aber-tas. “Mesmo que alguma turma já esteja em andamento, os inte-

ressados deixam a inscrição feita para quando houver vagas”, diz David, responsável pelos cursos.

Aluna do curso de confeitaria e panificação, Penha Macedo está satisfeita com as atividades: “Às vezes temos vontade de fazer re-ceitas mas não sabemos como. Ao vermos a professora fazendo, fica tudo mais fácil”. O curso tem o be-nefício benefício de ser gratuito.

Além do curso de confeitaria, que pode ser usado para comple-mentar a renda familiar, há tam-bém o curso de informática, para o aumento da inclusão digital e a especialização profissional.

Inscrições estão abertas para novas turmas

Poeta do Rio Pequeno apresenta obra

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Professora e alunas do curso de Confeitaria e Panificação

FEiRA gRANdE

Eu nasci em Feira grandeNo agreste do estado

La do extremo nordesteDo meu Brasil afamado

Lá do vento aracatiDa tribo do Cariri

Aqui estou situado

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Casa de Cultura ButantãRua Junta Mizumoto, 13

Jardim Peri-PeriInformações: 3743-6218

Page 9: Notícias do Jardim São Remo

Maio de 2012 Notícias do Jardim São Remo 9

são remano“Aqui as pessoas se sentem livres para desabafar e dizer o que pensam’’JANEIDE SILVA, CRIADORA DO SARAU

Um espaço para poesia, música e dançaIniciativa de família da comunidade cria um ambiente descontraído para expressões artísticas

Ana Paula Lourenço Um sábado, um microfone, mui-

tos livros e uma grande dose de boa vontade: é assim que o Sarau da Remo “Na Voz a Vez!” é rea-lizado, uma vez por mês, no Bar da Deta. Iniciado em outubro de 2011, o sarau busca criar um en-contro de cultura regular na co-munidade, onde há espaço não só para música, dança e leitura, como também para histórias pes-soais, desabafos e impressões.

Projeto independenteJanete e Janeide Souza Silva, ir-

mãs e organizadoras do sarau, contam que a idéia nasceu das duas e logo ganhou apoio de seus outros irmãos, Joab e Jonatas. Re-alizado em família, o evento é uma iniciativa inteiramente inde-pendente. “O fato de o sarau não possuir vínculo financeiro algum é um estímulo para os participan-tes se sentirem livres para dizer o que pensam”, conta Janeide.

Momento cultural O evento ocorre em datas mar-

cadas, sempre com uma temática diferente. Porém, a definição de

um tema específico não impede que os participantes abordem ou-tros diversos. “O ambiente des-contraído faz com que se sintam

à vontade para dar opinião, como em um sarau passado, em que al-guém trouxe a questão da reurba-nização”, relata Janete.

Os irmãos contam que há parti-cipação de moradores de todas as idades nas apresentações e na pla-teia. As crianças preferem cantar, mas entre os adultos, é comum a leitura de textos. Porém, a músi-ca não fica restrita às crianças. “Há muitos cantores de rap que vêm se apresentar aqui”, diz Janete.

A vez de diferentes vozesA oportunidade de se expressar

ocorre não só no sarau em si, como também na música que é tocada no evento. Joab, responsável por essa parte, conta que procura colocar diversas bandas e estilos musicais para tocar no evento. “O sarau é importante para que quem venha participar conheça músicas de bandas que não são tão conhecidas”, conta Joab.

(Íntegra: www.saoremo.vai.la)

Virada Cultural Paulista dias 5 e 6 Lorena Villaça

A Virada Cultural, maior festa de rua de São Paulo, acontece esse final de semana no centro da cida-de. O evento, das 18h de hoje às 18h de amanhã, é gratuito e pro-move a diversidade cultural, com teatro, comédia stand-up, expo-sições, oficinas, apresentações de dança, orquestras e filmes.

As apresentações de comédia stand-up, que ano passado foram

sucesso, estarão na Praça da Sé. Elis Regina, com os 30 anos de sua morte, ganha homenagem de vá-rios artistas em um palco especial.

Museus também são atrações: o Museu do Futebol terá entrada franca e horário de visitação am-pliado até as 20h, já a Pinacoteca e o Museu da Casa Brasileira apre-sentarão música e dança.

A Virada conta, este ano, com a realização de uma feira gastronô-mica e um evento multicultural, o

Agenda Cultural

Show: Diogo Nogueira com Martinho da Vila às 21h do dia 5 de Maio

Auditório IbirapueraAv. Pedro Álvares Cabral, s/nº

Show: Gilberto Gil às 18h do dia 6 de Maio

Praça Júlio Prestes

Programação completa no site:www.viradacultural.org

Mercado Mix, com múltiplas lin-guagens artísticas. A expansão do evento pela cidade fica por con-ta das 13 unidades do SESC, que também terão apresentações.

A Virada Cultural, que anterior-mente recebera críticas por não contar com apresentações de Hip Hop, desta vez terá apresentações e, inclusive, oficinas do gênero.

Para facilitar o acesso, metrôs. trens e ônibus funcionarão duran-te as 24 horas do evento.

Janeide contou lenda indígena sobre a origem da cana-de-açúcar

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eiro Pra

do

Page 10: Notícias do Jardim São Remo

mulheresDesafio de conciliar trabalho e famíliaSão remana afirma ter poder de decisão, mas ainda enfrenta problemas como falta de creches

“Tem que ser de acordo,eu não compro nada

sem falar com ele e vice-versa”MORADORA DA SÃO REMO

10 Notícias do Jardim São Remo Maio de 2012

A constituição não prevê diferença entre homens e mulheres na aplicação das leis trabalhistas. Considera também, que elas têm o di-reito a licença gestante re-munerada de quatro me-ses, que pode ser ampliada até seis meses, caso o em-pregador conceda. Durante este período, possui estabi-lidade no emprego. As tra-balhadoras domésticas têm os mesmos direitos: como registro em carteira, férias, auxílio-doença, vale trans-porte, licença maternidade e amamentação.

Vale lembrar que mesmo que nunca tenha tido cartei-ra assinada, a pessoa com 65 anos ou mais, pode receber o amparo assistencial ao idoso, no valor de um salário míni-mo. Para obter mais informa-ções, basta ligar para o núme-ro 135 da Previdência Social.

Leis do trabalho

Cuidar dos filhos e da casa, tra-balhar, estudar: essa é muitas ve-zes a rotina exaustiva da mulher moderna, que não se assusta com o desafio de ser “multifuncional”. Cada vez mais as mulheres se tor-nam independentes e ganham importância na família, tanto na questão financeira quanto na hora de tomar as decisões da casa.

Dados do IBGE confirmam que a participação da mulher no mer-cado de trabalho vem crescen-do: em 2003, elas representavam 40,5% da população que trabalha, número que, em 2011, subiu para

45,3%. Pela combinação da neces-sidade econômica e do desejo de independência em relação ao par-ceiro, grande parte da população feminina está ocupada e tem um papel fundamental no equilíbrio das contas da casa. “Tem que ser de acordo, eu não compro nada sem falar com ele e vice-versa”, afirma uma são remana.

O padrão de família do século XX, no qual a mulher se dedicava apenas ao lar e aos filhos enquan-to o homem trabalhava fora se al-terou muito nas últimas décadas.

Hoje não há necessariamente um membro da família que se de-dica apenas às atividades domés-

ticas e também aumentou o nú-mero de lares que não têm a figura paterna no seu cotidiano, nem contam com seu apoio financeiro.

Lavar, cozinhar e trabalhar foraEmbora esse quadro tenha mu-

dado, ainda se exige da mulher o serviço doméstico. Essa condição é histórica e está fortemente atre-lada ao machismo cultural.

A distribuição na geração de renda não veio, na maioria dos casos, ligada à divisão das tarefas domésticas entre eles e elas. A ne-cessidade de dar atenção para os filhos e encontrar vagas em cre-ches estão entre os fatores que ge-ram a discriminação das mulhe-res no mercado de trabalho.

Elas não são consideradas pro-fissionais tão disponíveis quanto os homens justamente por vive-rem essa jornada dupla. Essa si-tuação é considerada na hora da contratação, restando então, car-gos mais precários e salários mais baixos às mulheres, mesmo quan-do desempenham funções seme-lhantes aos dos homens. Quando há filhos, a procura por quem cui-de deles, agrava a situação.

Avó, vizinha ou irmão é cuidadorNa São Remo há sérios pro-

blemas na hora de encontrar va-gas em creches. Muitas vezes as mães chegam a desembolsar cer-ca de 200 reais por mês para con-tratar uma pessoa que cuide das crianças no horário do trabalho.

Apesar das dificuldades, a luta feminina não para. Com persis-tência, dedicação e competência, conquistam um espaço cada vez maior, aperfeiçoando-se no desa-fio da multifuncionalidade.

Caroline Menezes

Rendimento médio real das pessoas ocupadas (em reais)

Fonte IBGe

Porcentagem da População feminina no mercado de trabalho

2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011

Homens Mulheres

2003 2011

não economicamente ativaeconomicamente ativaem idade ativa ocupada desocupada

1.06

5,90

1.51

9,07

1.07

6,04

1.52

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1.59

0,77

1.08

4,59

1.12

2,6115

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6 1.85

7,60

1.34

3,81

1.80

8,39

1.30

8,06

1.74

1,41

1.25

9,19

1.20

4,97

1.69

6,82

1.64

3,43

1.15

8,89

53,1 53,7 44,4 46,1 43,0 45,4 54,6 57,9 64,7 63,9

Page 11: Notícias do Jardim São Remo

“A infraestrutura dos estádiosé uma vergonha”josé MAriAno sAntAnA, técnico de futebol infAntil

Maio de 2012 notícias do jardim são remo 11

esporte do povo sofre com elitizaçãoHorário dos jogos e elevado preço dos ingressos desestimulam a ida aos estádios

Fôlego e leveza nas piscinas olímpicas

Os clubes brasileiros andam se aproveitando da paixão de seus tor-cedores para encher cada vez mais seus já grandes cofres. Se um cida-dão pretende levar a família a um estádio, até em simples partidas, terá de desembolsar uma quantia considerável: ingressos, transporte e/ou estacionamento e alimentação.

Esses são alguns dos gastos ine-vitáveis que uma pessoa terá em um jogo de futebol. Apesar disso,

as diretorias continuam cobrando altos preços em suas bilheterias.

Maior exemplo disso, no Brasil, é o Corinthians, que chega a cobrar 500 reais pela entrada no estádio do Pacaembu em jogos da Taça Liber-tadores. Além disso, não há contro-le efetivo sobre a ação de cambis-tas, que chegam a dobrar os preços.

IncoerênciaEm conversa ao NJSR, José Ma-

riano Santana, técnico de futebol infantil na São Remo, comentou so-

bre as adversidades de uma partida de futebol na atualidade: “Não tem sentido cobrar tão caro, até porque os horários dos melhores jogos são horríveis, o transporte público é ruim, a infraestrutura dos estádios é uma vergonha e ainda há o medo de entrar no meio de uma briga de torcidas organizadas”.

Essa declaração contém o por-quê de os estádios estarem cada vez mais vazios, explicando o fato de o cidadão comum não se sen-tir a vontade para levar sua família a um evento desses. Assistir a um jogo na comunidade, por exemplo, acaba sendo muito melhor, porque é mais seguro e ainda sai de graça.

Copa de 2014Exemplos da elitização nos está-

dios de futebol são as previsões de preços para ingressos da Copa do Mundo que ocorrerá no Brasil da-qui a dois anos. Ao analisar decla-

Lucas Faraldo Knopf

Pouco comuns no imaginário brasileiro, esportes como o polo aquático e o nado sincronizado fi-guram nas Olimpíadas há anos e mostram que a piscina pode ser palco de disputas coletivas, ou de belos espetáculos, como o ballet.

Polo AquáticoO esporte que começou como

versão aquática do rugby, agora se parece mais com o handebol: vence no polo aquático aquele que

fern

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do

oliv

eira

marcar mais gols. Os tempos do jogo são quatro e bastante curtos, de oito minutos cada, pois a mo-dalidade exige muito fisicamente.

Uma equipe é formada por 13 jogadores, sendo seis de linha, um goleiro e outros seis reservas. Sua entrada para os Jogos Olímpicos se deu em 1900, quando era somen-te masculino – a prática feminina só passou a figurá-los no ano 2000.

Nado Sincronizado

Nessa modalidade, os objetivos e os critérios para vencer são mais

qualitativos: a técnica (como o ân-gulo dos corpos, a sincronia entre as nadadoras em duplas ou equi-pes), aliada à suavidade, à criativi-dade, à complexidade da sequência e sua execução. Com isso, os aspec-tos artístico e estético são muito mais levados em conta.

Sua estreia nas Olimpíadas ocor-reu em 1984, nos Jogos de Los An-geles. O ballet aquático, porém, que foi a semente do que conhe-cemos hoje, já era bastante popular nos Estados Unidos e na Europa por volta do início do século XX.

Juliana Lima

onde praticar esportes?

esportes

rações da FIFA, fica evidente que as entradas para jogos do Brasil serão mais acessíveis a turistas europeus. Outro fator negativo é o fato de o governo não conseguir um acordo para autorizar a meia-entrada.São remanos acabam assistindo aos jogos nos bares da comunidade

CEE Solange Nunes Bibas R. Ernani da Gama Correia, 367

Butantã – Tel: 3721-5711

Oferece modalidades como tênis, ginástica, circo, judô, para crianças e adultos. Para o cadastro é necessário levar: duas fotos 3x4, cópia do RG ou certidão de nascimento e cópia do comprovante de re-sidência. Tanto a solicitação da carteirinha quanto o exa-me médico são gratuitos.

fonte: cbf

Page 12: Notícias do Jardim São Remo

Os amistosos no Jardim São Remo foram bem emocionantes,

até por conta da chuva e da lama

12 Notícias do Jardim São Remo Maio de 2012

Copa Kaiser tem saldo positivo para SRApesar do campo coberto de lama, Catumbi e Vila Nova avançam na competição

Chuva e vitória do Pão de Queijo marcam amistosos

A Copa Kaiser teve fortes emo-ções para os times da São Remo na rodada do dia 29/4. Apesar dos im-passes, tanto o Catumbi quanto o Vila Nova se classificaram para a próxima etapa da competição.

Catumbi FC x EC Vida LokaPor causa da chuva, o campo do

Vila Izabel ficou enlameado e es-corregadio, o que só serviu para aumentar o nervosismo das equi-pes que disputavam o primeiro lu-gar no grupo 5 da Copa Kaiser. O Catumbi venceu por 1 a 0 em uma partida muito faltosa, com dois ex-pulsos de cada lado. Além disso, poucas foram as chances de gol.

O gol que deu ao Catumbi a me-lhor posição no grupo só veio no se-gundo tempo, com China. Depois disso, a equipe da Vila Brasilândia começou a pressionar em busca do empate e, no final, o time da São Remo terminou levando vantagem.

Terminada a partida, os torce-dores, atletas e dirigentes do Vida Loka revoltaram-se contra o árbitro e iniciou-se uma confusão genera-lizada. Isso ocasionou uma adver-tência ao Vida Loka e evidenciou a falta de segurança nos jogos.

Thuany CoelhoFilipe d

elia

Quatro amistosos agitaram o dia chuvoso na São Remo, no domin-go, 22/4. Os resultados não agra-daram os torcedores são remanos.

Atlético

O primeiro jogo, entre Atlético e Verdinho 1010, terminou com vi-tória do time visitante, por 3 a 1. Douglas, Nil e Nito fizeram para a equipe do Rio Pequeno; Welling-ton descontou para o time da casa. O placar poderia ter sido mais elás-tico, mas houve grandes defesas.

São Remo

O jogo entre São Remo e Flamen-guinho, da Vila Operária, come-

çou faltoso. No início do primeiro tempo, Leu, do time visitante, re-cebeu o primeiro cartão amarelo e, pouco depois, abriu o placar. Logo em seguida, Ailton ampliou o mar-cador. A partir daí, o São Remo co-meçou a pressionar, mas sem su-cesso. Já no fim, Juninho marcou mais um para os visitantes e Rubis, de pênalti, fez para a equipe local.

Pão de Queijo

Único dos times da São Remo a vencer no domingo, o Pão de Quei-jo enfrentou o Estrela, do Jardim João XXIII. Em disputa truncada, o único gol só foi marcado no se-gundo tempo, pelo atacante Kiko. Apesar de a vitória ter sido por 1 a 0, o Pão de Queijo poderia ter am-

Marina Castro

esportes

Vila Nova FC x SC Jd. JaquelineNo campo do CDM Jardim Re-

gina, o Vila Nova encontrou difi-culdades para empatar em 2x2 e se classificar. A primeira chance de gol foi da equipe são remana, po-rém, logo depois, o Jd. Jaqueline respondeu com ótima cobrança de falta defendida pelo goleiro. Aos 20 do primeiro tempo, Juliano abriu o placar para o Vila Nova.

Logo depois do gol, Buiú, do Ja-queline, foi expulso por falta em Márcio. Ainda assim, o adversário empatou no final com Hugo.

No segundo tempo, mesmo com um a menos, o Jardim Jaqueline conseguiu a virada. Apesar disso, nos últimos minutos, Ezequiel con-seguiu empatar para o Vila Nova.

Ezequiel de Souza comemora o gol que classificou o Vila Nova

Times da S. Remo não foram bem

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pliado a diferença com o pênalti desperdiçado por Willian e na óti-ma cobrança de falta do nigeriano Pantera, defendida pelo goleiro.

Barcelona

A derrota do Barcelona marcou o fim dos amistosos. O Tamo Junto & Misturado, do Jardim João XXIII, venceu a equipe local por 5 a 2. Os dois primeiros gols foram marca-dos por Yago, para os visitantes, sendo o último, um golaço por co-bertura. Pouco depois, Sandro au-mentou a vantagem e, em segui-da, Túlio diminuiu para o Barça. No segundo tempo, Sandro mar-cou outros dois gols e Kiko, que já havia atuado pelo Pão de Queijo, descontou para os donos da casa.

Page 13: Notícias do Jardim São Remo

parte integrante do Notícias do Jardim São Remo _ MAIO DE 2012

NÃO IMPORTA A ESPÉCIE,

MÃE É SEMPRE MÃE!

Page 14: Notícias do Jardim São Remo

VOCÊ SABIA?

• OS CANGURUS CARREGAM SEUS FILHOTES EM UMA BOLSINHA NA SUA BARRIGA• O ELEFANTE, AO NASCER, PESA 100 QUILOS• A GIRAFA JÁ NASCE DO TAMANHO DE UM JOGADOR DE BASQUETE • PARA QUE A MÃE POSSA CAÇAR, O PAI DOS PINGUINS ASSUME O LUGAR DELA CHOCANDO OS OVOS • EM ALGUMAS ESPÉCIES, A MÃE PASSARINHO COLOCA A MINHOCA DIRETO NA GARGANTA DO SEU FILHOTE

LEIA AS CURIOSIDADES DO REINO ANIMAL E ENCONTRE O NOME DOS ANIMAIS NO CAÇA-PALAVRAS!

OH NÃO! SUPER REMO E MINHOGAGA SE PERDERAM NO CAMINHO PARA A TERRA! AJUDE-OS A CHEGAR LÁ!

LABIRINTO

Page 15: Notícias do Jardim São Remo

CÃO REMINHO E O DIA DAS MÃES

Page 16: Notícias do Jardim São Remo

FAÇA VOCÊ TAMBÉM!APRENDA A FAZER

UMA DOBRADURA DE FLOR PARA SUA MÃE

NO DIA DAS MÃES!

CORTE O PAPEL COMO UM QUADRADO E DOBRE NA DIAGONAL, FORMANDO UM TRIÂNGULO.

DOBRE UMA PONTA DO TRIÂNGULO

PARA FRENTE

DOBRE A OUTRA PONTA PARA FRENTE TAMBÉM. COLE EM UM PALITO E A FLOR ESTÁ PRONTA!

VOCÊ VAI PRECISAR DE:

PAPELPALITO DE SORVETE

FELIZ DIA DAS MÃES!

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