Nove Preocupações de Um Pesquisador Acercada de Sua Pesquisa

8/18/2019 Nove Preocupações de Um Pesquisador Acercada de Sua Pesquisa

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NOVE PREOCUPAÇÕES DE UMPESQUISADOR ACERCA DE SUAPESQUISA

Olinda Evangelista (2005)

Profa. Terezinha da C. Costa-Hü[email protected]

mailto:[email protected]:[email protected]


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1) O que vou pesquisar?

Delimitação da temática;Problematização da temática – primeirasinquirições;A realidade existe fora do sujeito; paraexistir para o sujeito é preciso que ele atematize, mediado por sua forma de

percebê-la;Todo tema é produzido socialmente.


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2) Onde e em que tempo localizaro meu tema?

Submeter o tema de interesse a umareflexão relativamente rigorosa: recorterazoável/ a ser continuado ou não /

leituras / diálogo;Cuidado com o “saber tudo” ou “saber nada” sobre o tema;Afinamento do tema no tempo;Localização espacial-temporal provisória;Desejável certo domínio da “história” dotema;


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Evitar as generalizações e os raciocíniosarbitrários e a-históricos: desconhecimento daprópria temática;Não se pode conhecer tudo, mas não se podeignorar a produção existente;O trabalho pertence a um dado momento dahistória da produção desse conhecimentoespecífico;Thompson (1987): o conhecimento é “cumulativo, processual e provisório” ;

Não se pode responder a todas as indagações noinício do processo;Lição marxista: o começo da pesquisa é o caos;Ordenar o caos / intervenção organizada,

sistemática sobre a relidade.


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3) Qual será o campo empírico dapesquisa?

Seleção de fontes, corpus documentalconsistente;Acessibilidade das fontes e documentos;Partir de materiais adequados / perguntasadequadas.


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5) Como distinguir quando é aempiria, quando é o leitor e quandoé o pesquisador que fala

Três temporalidades distintas:

- o primeiro tempo = das fontes /marcas da sua produção histórica / dosenvolvidos com a investigação;

- o segundo tempo = dos leitores / daanálise / da interpretação;- o terceiro tempo = do pesquisador


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Diferenciar-se: das posições das fontes,das posições dos leitores e afirmar a suaprópria, como pesquisador;

Ler nas entrelinhas / perguntar o queoculta e por que oculta / fazer sangrar odocumento.


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6) Como lidar com as váriasperspectivas na pesquisa?

Perspectivas diferentes matizam as váriasfontes;Transitar de uma fonte a outra mantendoa capacidade de análise e o necessáriodistanciamento delas;Toda leitura tem comprometimentos

teóricos.


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7) O que há para saber sobre otema?

Deduções extraídas da ignorância sobre otema;Afirmações desprovidas de baseassentada sobre a produção existente;Ignorância heroica: “desconheço, logo sei”;Sapiência juvenil: “não sei, logo, nãoexiste” ;


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8) O que fazer com a teoria?

Tompson (1987): a teoria é umaexpectativa de conhecimento eexplicação do real / sucessão de hipóteses

que se desconfirmam ou se confirmam /processo continuamente aberto / resultado exercício intelectivo;Não existe “uma verdade” abstrata,absoluta / existe uma verdade concreta /objetiva;Alimentar dúvidas;


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Categoria de pensamento: compreensão do tema/ não para seu encarceramento;Teoria: pensar e repensar o tema / repor-se a siprópria;

“Se o real não se encaixa na teoria, pior para oreal (inscrição em um muro);Elementos teóricos e conceitos pré-existem à

investigação;Teoria: diálogo de forma peculiar com a empiria;Diálogo com pessoas, orientador, autores;Favorece análise objetiva da realidade;

Não se pode conhecer todos os fatos / é precisoconhecer os que determinam historicamente otema de estudo;Toda pesquisa passa por uma perspectiva teórica,mesmo que ela não seja consciente para opesquisador.


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9) Que consciência devo ter comopesquisador?

Consciência dos limites da pesquisa e dopesquisador / fazer escolhas;Consciência das determinações históricas queconstituem o tema de estudo / apreendidas noprocesso de pesquisa e que não sãoimediatamente dadas na documentaçãoinvestigada;Consciência da necessidade da inquirição comoforma de manejar as perguntas, com as

comparações;Consciência de que em qualquer tema de estudoestá inscrita uma diversidade de projetos / captaros projetos litigantes e os interesses que osconstituem;


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Ultrapassar as aparências e captar a essência;Consciência de que existem interpretaçõesdiferentes / desconhecidas pelo pesquisador;

Consciência de que é necessário organizar aspróprias dúvidas para que nos conduzam apatamares mais elevados de reflexão;Consciência de que muitas de nossasinterrogações não necessariamente obterãorespostas e que muitas outras interrogaçõesnascerão;Consciência de que o pesquisador deve procurardescobrir se suas questões fazem sentido e como

o autor / documento as responde;Consciência de que ter dúvidas é muito maisimportante do que ter certezas;Saramago: “o mundo está cheio de respostas. Oque nos faltam são boas questões” .


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