NOVEMBRO - 2011 • ANO LIX • Nº 11 Por uma cultura de Paz ... · Quando perdemos, na linguagem...

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Comunicações . novembro de 2011 505 C C omunicações NOVEMBRO - 2011 • ANO LIX • Nº 11 PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL Por uma cultura de Paz no mundo! EM ASSIS EM SãO PAULO

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CComunicaçõesNOVEMBRO - 2011 • ANO LIX • Nº 11

PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL

Por uma cultura de Paz no mundo!

Em Assis

Em são PAulo

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Sumário

ProvínciA FrAnciscAnA dA imAculAdA concEição do BrAsilRua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP

www.franciscanos.org.br | [email protected]

mEnsAGEm do minisTro ProvinciAl- “Faço Voto a Deus Onipotente...” - Transparência e Credibilidade...................................................................................................507

FormAção PErmAnEnTE- “A felicidade desses que chamamos de “religiosos”, Frei Almir Guimarães........................................................................................509- O Espírito de Assis faz morada no Convento São Francisco.........................................................................................................................513- Papa Bento 16 e líderes mundiais firmam compromisso pela paz.............................................................................................................517

FormAção E EsTudos- Ituporanga - Festa do Seminário 2011 é sucesso de público e renda...................................................................................................519- Agudos - Festa de São Francisco no Seminário............................................................................................................................................521- No feriado da Mãe Aparecida, aspirantes e frades visitam a Fazenda........................................................................................................521- Rodeio - A festa de São Francisco no Noviciado..............................................................................................................................................522- Mês de muitas atividades no ITF................................................................................................................................................................................523

FrATErnidAdEs - Festa de São Francisco de Assis em São Paulo.....................................................................................................................................................527- Paróquia do Pari participa de Campanha do Desarmamento.................................................................................................................................529- Paróquia de Amparo convida para os festejos do centenário.....................................................................................................................................529- Vila Velha - Festa de São Francisco abre o Outubro Franciscano.........................................................................................................530- Blumenau - D. José Negri celebra com os franciscanos.................................................................................................................................................533- Itu - Hospital de Pirapitingui celebra São Francisco...........................................................................................................................................534- Nilópolis - Alegria e devoção na Festa de São Francisco....................................................................................................................................535- Nilópolis faz festa para a sua Padroeira...............................................................................................................................................................536- SAV- RJ: Frei Plínio fala da experiência missionária na África e em Roma.........................................................................................................538- Festa para o Padroeiro da Diocese de Caçador......................................................................................................................................................539- Lages, uma cidade franciscana.............................................................................................................................................................................540

EvAnGEliZAção- Sefras-RJ - “Criança Feliz 2011”.............................................................................................................................................................................541- Sefras-SP celebra Francisco de Assis..........................................................................................................................................................................542- Sefras - I Fórum dos Serviços com os Idosos.........................................................................................................................................................543- Hanseníase - Projeto participa do Círio de Nazaré.............................................................................................................................................................544- Notícias do Colégio Bom Jesus...................................................................................................................................................................................545- Canarinhos conquistam a Europa mais uma vez....................................................................................................................................................547- PVF realiza campanha no estado do Rio de Janeiro...................................................................................................................................................546- Mídia - Pró-vocações estreia o novo site..........................................................................................................................................................546- Frei José Führ escreve da Missão Tiriyós...........................................................................................................................................................548

FimdA- Angola - Espírito Santo em São Lucas..............................................................................................................................................................549

FFB- Capitulares e Fraternidade nacional da OFS em Aparecida................................................................................................................................553

noTíciAs E inFormAçÕEs- Departamento dos Bens Culturais participa do Inventário da Arte Sacra Fluminense...........................................................................556- Folhinha do Sagrado Coração de Jesus no Facebook..................................................................................................................................................557- Lançamentos da Editora Vozes.................................................................................................................................................................................557- Falece mãe de Frei Alessandro e Frei Adriano...................................................................................................................................................557

conFrAdE FAlEcido- Falece Frei José Aussems........................................................................................................................................................................................558

AGEndA..................................................................................................................................................................... 559

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Mensagem do Ministro Provincial

“Faço Voto a Deus Onipotente...”(ccGG 5 §2)

Caros Confrades,

A Ordem dos Frades Menores, no Capítulo Geral de 2009, interpelou-nos a sermos, por vocação, ‘por-tadores do dom do Evangelho’ e, mediante uma vida autenticamente penitencial, solicitou que todos ‘res-tituíssemos o dom do Evangelho ao mundo’. Se o dom do Evangelho está na origem da vocação de cada irmão, desde o primeiro momen-to somos chamados a testemunhar nossa vocação evangélica e nossa missão evangelizadora a partir do mistério da fraternidade, que é, por excelência, o lugar da escuta, da vivência e do anúncio do Evangelho. Por isso “Francisco e seus irmãos fazem opções que tornam concretas suas intuições. Op-tam por não tocar em dinheiro, porém não renunciam ao tra-balho ou a cuidar dos leprosos; optam por não andar a cavalo, mas nem por isso deixam de ir pelo mundo; recusam os privilégios eclesiásticos, mas nem por isso deixam de ser súditos e submissos à santa Igreja; optam por confiar-se à Providência para seu sustento, mas precisamente por isso são livres “para comer o que lhes for servido”. Destas e de muitas ma-neiras, a primitiva fraternidade aparece como uma comunidade profética, uma fraternidade-sinal, que sabe ler os sinais dos tempos e encarnar o Evangelho de maneira concreta e compreensível para a cultura do tempo” (PdE 8).

O Capítulo Geral também pediu (cf. decisão 10) a realização de um Moratorium a fim de que todas as Entidades empreendessem um processo de reflexão e discernimento, isto é, que, partindo de um olhar realista sobre o tempo presente, todos fizessem opções proféticas para o futuro, tendo como pano de fundo as seguintes provocações: Onde nós nos encontramos? Para onde queremos caminhar? Para onde o Espírito Santo de Deus nos impele? Penso

TrAnsPArênciA E crEdiBilidAdEque as palavras de Frei Giacomo Bini, pronunciadas no ano 2000, muito bem se enquadram neste ‘mora-torium’: “Estamos vivendo um ‘kairós’ particular, uma graça que nos é dada hoje em vista de novos inícios, de uma nova vida, recomeçando exatamente por nossos valores carismáticos”.

Ainda na perspectiva do redimensionamento da nossa vida (vocação) e da nossa presença

no mundo (missão), as calorosas palavras do Papa João Paulo II não deveriam

se calar em nós se realmente acre-ditamos em opções proféticas

para o futuro: “Vós que sois os frades do povo, ide ao coração das massas, para as multidões perdidas e desfalecidas como ovelhas sem pastor das quais Jesus tinha compaixão... Ide também vós ao encontro dos homens e das mulheres do

nossos tempo! Não espereis que eles venham a vós! Procurai vós

mesmos chegar a eles! O amor nos leva a isso... A Igreja inteira vos será

grata por isso”. Nós, no último Capítulo Provincial,

em sintonia com a caminhada da Ordem, nos comprometemos a “ser uma fraternidade

com qualidade de vida evangélico-evangelizadora, atuando em rede, solidária com os pobres e excluídos, e comprometidos com os valores da Reconciliação, Justi-ça, Paz e Integridade da Criação”. E para dar qualidade à nossa vocação evangélica e missão evangelizadora, três objetivos gerais deveriam nortear as ações da nossa vida e da nossa missão: a) desenvolver ações que levam ao crescimento da qualidade de vida evangélica; b) promover ações evangelizadoras em Fraternidade, atenta aos sinais dos tempos; c) ser presença evangélica no mundo, particularmente nos lugares de ruptura social. Acrescentamos ainda três objetivos específicos: a) cuidar da qualidade de vida humana, pessoal e fraterna nos irmãos; b) revigorar a animação vocacional; c) redimensionar as frentes de presença evangelizadora na Província.

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Mensagem do Ministro Provincial

agenda do ministro provincial

novEmBro07-09 - Definitório Provincial12-14 - Capítulo Intermediário das Irmãs Seráficas17-19 - Vila Velha - ES: Visita e Reunião da Comissão Preparatória da UCLAF-201222-23 - Encontro dos Frades Jovens em Rondinha25 - Amparo - SP - Sessão Solene na Câmara Municipal28 - Regional Recreativo - São Paulo

Quem é o protagonista central nesta tarefa do redimensionamento? O Governo Provin-cial? Sim, ele é fundamental! O Guardião da fraternidade? Também! Os Secretários dos Secretariados? Eles são importantes! Os Coordenadores dos Serviços e Departa-mentos? Também eles desempenham tarefa significativa! Os Coordenadores dos Regionais e comissão preparatória do Capítulo intermediário? Eles são importantes na dinamização desse processo.

Porém, nenhuma dessas instân-cias provinciais poderá fazer absolu-tamente nada se no coração de cada irmão não acontecer a conversão diária ao ‘sacramento da palavra dada’ no dia da Profissão Religiosa: “Faço voto a Deus onipotente de viver por todo o tempo da minha vida...”. A instituição nada poderá fazer se a transparência e credibilidade não procederem da decisão pessoal de cada irmão: “É isso que eu procuro, é isso que eu quero, é isso que desejo fazer de todo o meu coração”! O Voto emitido, isto é, a promessa deliberada e livre que um dia pronunciei diante de Deus e da sua Igreja, também cria comprometimento com a Regra e as Cons-tituições enquanto projeto fraterno. Não temos outra escolha: ou eu visto as vestes evangélicas ou estou totalmente deslocado. Não é gratuita a afirmação do sábio bíblico: “Quan-do fizeres um voto a Deus, não demores em cumpri-lo, porque não lhe agradam os insensatos. Cumpre o que prometeste! É melhor não prometer do que prometer e não cumprir” (Ecl 5, 3-4).

Qual o real lugar do Evangelho, da Regra e das Constituições Gerais na nossa vida pessoal, na vida das nossas fraternidades e no nosso ardor evange-lizador? Não estamos descentrados do essencial e por isso deixamos de ser, como reza São Francisco, “uma digna habitação de Deus” neste mundo frag-mentado e consumista, neste mundo da aparência, da exterioridade e do imediato?

Quando perdemos, na linguagem de Clara de Assis, o foco do nosso “ponto de partida” (projeto evangélico), ou quando o valor sacramental da ‘pa-lavra dada’ no dia da nossa Profissão Religiosa não

mais ecoa na nossa vida e nos nossos gestos, ou quando nos fragmentamos na nossa própria

essência de consagrados, com que transpa-rência e credibilidade nós nos identifica-

mos como Frades Menores no mundo? Cabe então a pergunta: ainda podemos

permanecer no ‘lugar’ onde hoje nos encontramos? Este ‘nosso lugar’ ain-da se identifica com as exigências da Regra e a Forma de Vida que herdamos de São Francisco de As-sis? Transparência e credibilidade passam pela vida de oração, pelo trabalho, pela autêntica partilha, pelo cuidado do irmão doente, pela vida em fraternidade, pelos dons e virtudes pessoais de cada irmão, pela paixão evangelizadora e ardor missionário, pelo clamor dos pobres e demais leprosos dos nossos tempos, etc. E tudo isso está no preâmbulo e na conclusão do nosso projeto de vida que de-vemos restituir ao mundo: A Regra

e a vida dos frades menores é esta: observar o Santo Evangelho de Nosso

senhor Jesus Cristo, vivendo em obedi-ência, sem propriedade e em castidade”

(RB1). E, “... sempre súditos e sujeitos aos pés da Santa Igreja, firmes na fé católica,

guardemos a pobreza e a humildade e o Santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus

Cristo como firmemente prometemos” (RB 12).

Frei Fidêncio vanboemmel, oFmMinistro Provincial

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A “FElicidAdE” dEssEs QuE cHAmAmos dE “rEliGiosos”

Formação Permanente

Ter sempre o coração voltado para o Senhor“Irmãos todos, guardemo-nos muito para que, sob

a aparência de alguma recompensa ou de obra ou

de ajuda, não percamos ou afastemos do Senhor a

nossa mente e o nosso coração”

(Francisco de Assis, Regra Não-Bulada 22,25).

1. Eles estão espalhados por todas as partes, esses

que chamamos de religiosos e de religiosas, entre

os quais estão os que designamos de franciscanos.

Alguns envergam um hábito exterior. Outros se

vestem de roupas comuns, simples, por vezes ten-

do um crucifixo ou um tau no peito ou na lapela.

Outros, precisando circular em espaços solenes,

se vestem com solenidade. Mas por detrás desses

rostos estão esses que chamamos de religiosos

e religiosas, de frades menores e irmãs que se

sentem bem respirando a espiritualidade evangé-

lica-franciscano-clariana. Alguns estão ainda nos

primeiros tempos da paixão amorosa pelo Senhor

e pelos irmãos. Outros estão mais adiantados na

caminhada. Nem sempre enxergam claro. Ficam

meio perplexos com tantos questionamentos e com

tantas transformações. Por vezes,

a duras penas, vão construindo

sua identidade. Há essas religiosas

contemplativas que, no meio da

noite, se levantam para louvar o

Senhor. Esses outros, religiosos

ou religiosas, percorrem os corre-

dores dos hospitais, dirigem-se às

casas das pessoas, ajudam essas

mães e esses pais simples a educa-

rem seus filhos, estão fortemente

comprometidos com a pastoral da

Igreja. Vejo aquela religiosa idosa,

sentada na cozinha, descascando

batatas ou preparando um doce de

abóbora com coco para as irmãs.

Antes do almoço, ela vai passar uns

instantes na capela rezando um

terço. À tardinha vejo chegar os

religiosos para a frugal refeição da

noite, um momento de colóquio

em torno à mesa e depois a volta aos trabalhos.

Ou um momento mais prolongado de leitura e de

oração. Vidas consagradas a Deus.

Seres leves e simples, criaturas com os pés na terra

e o coração no Amado. Hoje em dia, em algumas

casas, à noite há a leitura orante da Bíblia. Querem

ter o coração sempre voltado para o Senhor.

Esses que chamamos de religiosos vivem a busca

do Deus Altíssimo com infatigável desejo.

E, no fundo de seu coração, são pessoas profunda-

mente felizes.

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Formação Permanente

2. “Se, de fato, é verdade que todos os cristãos são

chamados à santidade e à perfeição do próprio

estado, as pessoas consagradas, graças a uma nova

e especial consagração, têm a missão de fazer com

que resplandeça a forma de vida de Cristo, por meio

do testemunho dos conselhos evangélicos, para

sustento da fidelidade de todo o Corpo de Cristo”

(Partir de Cristo, Instrução da Congregação para os

Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de

Vida Apostólica, n. 13). Um pouco antes lemos no

mesmo documento: “A impressão que se pode ter

de uma queda na estima pela vida consagrada, por

parte de alguns setores da Igreja, pode ser vivida

como um convite a uma purificação libertadora. A

vida consagrada não procura louvores nem apreços

humanos, ela é recompensada pela alegria de con-

tinuar a trabalhar operosamente a serviço do Reino

de Deus, para ser germe de vida que cresce em

segredo, sem buscar recompensa diferente daquela

que, no fim, o Pai nos dará. Ela encontra a sua iden-

tidade no chamado do Senhor, no seu seguimento,

no amor e serviço incondicionais, capazes de ple-

nificar uma vida e de dar-lhe plenitude de sentido”

(ibidem). Esse chamado, a graça da vocação é que

dá alegria e felicidade aos religiosos.

3. Não cessam os religiosos de perguntar ao Senhor

o que ele deseja de cada um dos membros de sua

Fraternidade. Não querem fazer a sua vontade

particular e garantir seu cantinho de sobrevivência.

Estão sempre com os ouvidos atentos aos textos das

Escrituras, às batidas do coração de seus confrades

e co-irmãs, sentem-se perto, bem perto de todos

esses homens e mulheres para os quais se sentem

enviados. Lutam para que sua Província encontre

caminhos que coincidam com os caminhos que

Deus deseja. São “ledores” obedientes dos sinais dos

tempos. Obedecem-se mutuamente numa tentativa

de nunca mais girar em torno do eu que é inimigo

do Espírito. Nessa obediência, no empenho de

não deixar o coração endurecer, os religiosos são

“felizes”. Fazem o que o Senhor lhes pede. Não

pertencem a si mesmos. São de um Outro.

4. Nessa decisão inabalável de fazer que o Senhor

venha ocupar todo o espaço de seu interior e de

seu exterior, os religiosos são criaturas revestidas do

fogo do amor. Consagram ao Senhor seu corpo e in-

tegridade e pureza do interior. São puros de coração

e buscam purificar-se. Num mundo hedonista e pan-

sexualista, os religiosos são pessoas que, sem falsos

pudores, se tornam esposos e esposas do Senhor.

“Rogo a todos os irmãos, tanto aos ministros quanto

aos outros, que, removido todo impedimento e todo

cuidado e postergada toda preocupação, do melhor

modo que puderem, esforcem-se por servir, amar,

honrar e adorar o Senhor com o coração limpo e

com a mente pura, pois é isso que Ele deseja acima

de tudo, e façamos sempre aí uma habitação e um

lugar de repouso para Ele que é o Senhor Deus Oni-

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Formação Permanentepotente, Pai, Filho,

Espír ito Santo. . .”

(Regra Não-Bula-

da 22, 26-27). São

felizes os que se

tornam lugar exclu-

sivo de habitação

daquele que busca

asilo na intimidade

dos que o amam.

Uma vida de cas-

tidade consagrada

viçosa é sinal de

que é possível vi-

ver a radicalidade

do Evangelho na

carne humana... e

quem puder com-

preender que com-

preenda. São felizes os que se tornam esposos e

esposas do Senhor.

5. Seres leves... seres com pouca bagagem. Numa

sociedade loucamente consumista, os religiosos

são seres de um mundo encantado que vai além

da aparência, do poder e do ter. Thaddée Matura

vê na Admoestação XIV de Francisco o cerne da

assim dita Pobreza Franciscana: “Bem-aventurados

os pobres de espírito, porque deles é o Reino dos

céus (Mt 5,3). Muitos há que, insistindo em orações

e serviços, fazem muitas abstinências e macerações

dos seus corpos, mas por causa de uma única pa-

lavra que lhes parece ser uma injúria a seu próprio

eu ou por causa de alguma coisa que se lhes tire,

sempre se escandalizam e se perturbam. Estes não

são pobres de espírito, porque quem é verdadeira-

mente pobre de espirito se odeia a si mesmo e ama

quem lhe bate face”.

6. Thaddée Matura lembra alguns aspectos da po-

breza franciscana que podem fazer “felizes” seus

seguidores. Antes de se manifestar na pobreza ma-

terial, da qual é como que um sacramento visível, a

pobreza se reveste de três características: reconhe-

cer que todos os bens têm sua origem em Deus, que

somente nossos são os vícios e os pecados, e que

carregaremos todos os dias a cruz de Nosso Senhor,

que consiste na submissão a todos, na aceitação da

rejeição, da doença e da morte.

7. “O que somos, o que podemos realizar, sobretu-

do tratando-se de realidades espirituais, deve ser

considerado grande e belo. É legítimo alegrarmo-

-nos com tais dons e experimentarmos um santo

orgulho. Mas imiscui-se uma sutil tentação: eu sou

isto, eu... eu me basto, sou como Deus. Será preciso

escapar da tentação de nos apropriarmos de bens

dos quais não somos proprietários. “...esforcem-

-se... por não se gloriar nem se regozijar consigo

mesmo, nem se exaltar interiormente das boas

palavras e obras, e, menos ainda, de nenhum bem

que Deus muitas vezes faz ou diz e opera neles e

por eles... reconheçamos que são do Senhor” (Re-

gra Não-Bulada 17). Reconhecer o que é bom em

nós, é um primeiro passo. Feito isso, será preciso

apressar-se em restituir os bens a seu proprietário

que é o Senhor Deus, o único bom. A verdadeira e

mais profunda pobreza é a de tudo possuir através

do dom de Deus, sem nada atribuir a si”.

8. Haveremos de nos gloriar de nossas fraquezas e

de carregar todos os dias a cruz de Nosso Senhor.

Os frades haverão de se alegrar quando se senti-

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Formação Permanente

rem submetidos a

diversas provações,

quando suportarem

angústias da alma e

do corpo ou tribula-

ções neste mundo

por causa da vida

eterna (cf. Regra

Não-Bulada 17) . E

esses religiosos, vi-

vendo simplesmente

e pobremente com

seus irmãos, atuan-

do na pastoral, são

pessoas muito próximas do coração de Deus. Pobres

desse jeito, os religiosos mostram por sua vida a

vida de Cristo e são felizes. Matura conclui sua re-

flexão sobre a Admoestação 14: “O sofrimento, esse

mal-estar do homem, está presente no dia a dia da

vida em muitas circunstâncias. O que deseja ser

“menor e submisso a toda criatura” há de encontrar

a incompreensão, a oposição e até mesmo a perse-

guição. Pode ser mesmo que, como Francisco, ele se

depare com a rejeição, extremamente dolorosa, de

seus próximos como aparece relatado no episódio

da perfeita alegria. A própria vida vê-se ameaçada

pela doença e pela morte, duas companheiras inevi-

táveis de todo homem, que cedo ou tarde chegam

para visitá-lo”. Os que abraçam essa pobreza são

capazes de cantar a chegada da irmã morte.

9. Seres leves e pobres, cantores da glória de Deus,

submissos uns aos outros no mistério da fraternida-

de e não deixando o coração endurecer, amantes

ardentes do Deus de amor, os religiosos são seres

felizes. Felizes também porque vão pelo mundo.

São enviados. São missionários. Dizem por palavras

e gestos que há uma explosão de felicidade na vida

segundo o Evangelho. Experimentam a alegria de

serem missionários. Nas paróquias, onde traba-

lham, nas obras que tocam, a tudo impregnam com

a força do Evangelho que não é um livro mas uma

pessoa viva chamada Jesus Cristo. Em sua missão

respiram sempre a radicalidade do Evangelho que

tentam viver. Nunca se apresentam como funcio-

nários de um “status quo”, mas lutam para que sua

palavra e sua vida transmitam o fogo do evangelho.

concluindo

Vidas esplêndidas, luminosamente crucificadas-

-ressuscitadas. Vidas de dom total ao Senhor e aos

irmãos; Vidas sem lamentos e murmurações. Os

religiosos vivem em suas casas modestas, simples

e alegres, têm encontros marcados com o Senhor,

ajudam-se mutuamente, carregam os pesos uns

dos outros, buscando juntos o Senhor, juntando

suas vozes no canto dos salmos e adestrando seus

ouvidos para captar o que Deus diz. Homens e

mulheres dependentes uns dos outros, dependen-

tes do sopro do Espírito e sempre dóceis aos que

foram colocados à frente como servos da função

de guardar a comunidade, os guardiães. Querem

levar o rebanho a verdes pastagens. Existem para

os outros, para si nada reservam, tudo retribuem

ao Senhor, deixam-se consumir pelos outros e pelo

Reino (sem discursos, mas através de fatos). São

seres leves, vigilantes e ardorosos.

NB. As citações de Thaddée Matura foram tiradas

do livro “François d’Assise. Maître de Vie Spirituelle,

Éd. Franciscaines , Paris 2000, p. 61-81.

Frei Almir ribeiro Guimarães

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Evangelização

o Espírito de Assis faz morada no convento são Francisco

O Ato Inter-religioso realizado neste 27 de outubro de 2011, no centenário Convento São Francisco, em São Paulo, mostrou com todas as letras que o encon-tro realizado em Assis, há 25 anos, deixou uma cultura de paz para a humanidade. Ver o presbitério da igreja do Convento tomado por treze lideranças das mais diferentes crenças, religiões e fé foi emo-cionante. Ao som do trompete do músico José Eduardo Pimentel, o Duda, teve iní-cio a procissão das lideranças presentes neste ato. Com a saudação franciscana de “Paz e Bem”, o guardião do Convento, Frei Salésio Hillesheim, que representou o Ministro Provincial Frei Fidêncio Vanbo-emmel, acolheu a todos, lembrando que o momento era muito mais do que histórico. “É um momento humano. A paz e a justiça não são questões meramente religiosas,

mas são da nossa sobrevivência neste nosso mundo e nosso planeta”, disse Frei Salésio. Enquanto em Assis, o Papa Bento XVI renovava o compromisso pela paz, reunindo líderes mundiais, o Definidor da Província da Imaculada Conceição, Frei Mário Tagliari, dava início à celebração no Convento São Francisco, apresentando cada representante das religiões presentes no altar: Márcio Henrique de Souza Ramos, representante Curimba Filhos de Umban-da, uma associação dentro da Umbanda; Afonso Moreira Junior, representando a Federação Espírita do Estado de São Paulo; Reverendo Kazuya Nagashima, budista Risho Kossei-Kai do Brasil; Gustavo Pinto, budista da Terra Pura; Monja Coen Sensei é missionária oficial da tradição Soto Shu - Zen Budismo; Shaikh Ahmad Mazloum, da Liga da Juventude Islâmica no Brasil;

Sheikh Mohamad Al Bukai, da Liga da Juventude Islâmica do Brasil; Rabino Ru-ben Sternschein, Congregação Israelita Paulista; Pastor Matthias Tolsdorf, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana no Brasil; Reverendo Herbert Rodrigues de Souza, pastor da Igreja Presbiteriana Independen-te do Brasil; João Kaimbé, representante do povo Kaimbé de São Paulo; Reverendo Leandro Antunes Campos, da Igreja Epis-copal Anglicana do Brasil; e Dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e vigário episcopal da Região de Belém. Em seguida, tiveram início os pro-nunciamentos, sempre intercalados com as belíssimas apresentações musicais das crianças que formam o Grupo Flautista da Liberdade, do Centro Comunitário de Aco-lhimento da Liberdade, dirigido pela Irmã Miriam Simon, franciscana de Ingolstadt.

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EvangelizaçãoAcompanhe os principais trechos

dos pronunciamentos:

márcio Henrique de souza ra-mos: curimba Filhos de umbanda

“Sou professor. Trabalhei de manhã, cheguei suado aqui, como é próprio de nossa vida atribulada. Mas o mais gratificante para mim é estar com todos aqui, ou quase todas as representações religiosas, porque eu respeito a todas por igual, porque somos a somatória de todas. E o que mais me gratifica é ver as crianças aqui nos bancos da frente. A verdadeira paz vai estar nas mãos delas. E se a gente não souber cultivar essa paz nas mãos dessas crianças, não teremos futuro. Graças a Deus esse futuro está sentado aqui na frente. Um grande axé para todos os presentes!”

Afonso moreira Junior: Federa-ção Espírita do Estado de são Paulo

“Em primeiro lugar, queria agrade-cer à Igreja Católica que nos acolhe com tanto carinho, com tanto respeito. E a nós, religiosos, através de várias vertentes aqui presentes. E tenham certeza: essa união não é apenas na aparência, mas na sua essência. Pois todos estão aqui irmana-dos pelo mesmo propósito: trazer a sua modesta contribuição para que a paz se instale na terra. No “Livro dos Espíritos”, de Alan Kardec, encontramos Jesus Cristo, o

Messias, como nosso modelo e guia. Se houve na Terra alguém que seguiu seus passos de perto, despojando-se de tudo, vencendo o amor próprio, deixando tudo para trás, esse alguém foi certamente o Pobrezinho da Úmbria: Francisco de Assis, que reverenciamos nesta parte, não com o intuito de adoração, pois adoramos a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos, mas colocamos o Pobrezinho de Assis, nosso irmão queri-do, como modelo, exemplo, próximo de nós. Que possamos no nosso dia a dia, no nosso local de trabalho, pelas ruas da cidade, levarmos a paz estampada em nossa face. Que sejamos, nesta casa de Deus, um pouquinho de luz, transmitin-do onde quer que estejamos a paz dos nossos corações, a partir é claro de nossos próprios lares. Muita paz!”

reverendo Kazuya nagashima: budista risho Kossei-Kai do Brasil

Na ocasião do grande terremoto que abadou o nordeste do Japão, nós recebemos muito apoio, tanto físico como espiritual, dos católicos e só temos de agra-decer profundamente. A missão dos reli-giosos deve ser de acreditar nessa luz que se aloja no profundo dessas almas, apoiar essas pessoas e poder guiá-las. Acrescento que as palavras de São Francisco de Assis, na Oração pela Paz, novamente vibraram no coração: antes de querer ser consolado que eu console, antes de querer ser com-preendido, que compreenda; antes de querer ser amado, que ame; que conceda o poder de fazer isso.

A propósito, qual será o conteúdo da oração pela paz? Nós compreende-mos que a oração leva à ação, mas não quero que haja equívocos. A ação dos religiosos não é chamar uma ação que recorra à força. Acredito que ação dos

religiosos é sentir Deus e Buda no profun-do da alma das pessoas. Ajudar a colocar para fora a luz que se aloja no profundo da alma de todas as pessoas. Em outras palavras, é criar pessoas de paz. Um a um com cuidado e com respeito.

Quero aproveitar a oportunidade de fazer mais uma vez, como religioso que sou, a promessa de ir criando pessoas de paz!”

Gustavo Pinto: budista da Terra Pura“Quero, em primeiro lugar, agrade-

cer ao convite de nossos irmãos católicos, que nos estenderam a mão para que estivéssemos todos aqui, reunidos, para o nosso testemunho de paz. Pertence-mos a famílias diferentes, mas estamos unidos como irmãos. Os irmãos não são idênticos. Cada um tem a sua identidade. Mas são todos filhos do mesmo pai. E essa luz infinita, que abençoa igualmente a todos nós, independente de credo, de cor, de raça. É essa luz, que abrindo os nossos corações, poderemos no amor, reconhecer que recebemos a paz do céu, para podermos compartilhá-la na terra. Recordo as palavras de Santo Agostinho: “Ama e faze o que quiseres”. Se o amor guiar os nossos corações, haverá paz em toda parte. Amar é construir a paz!”

monja coen sensei: tradição soto shu - comunidade Zen Budista

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Evangelização“Nós estamos aqui, juntos, porque acreditamos na construção de uma cul-tura de paz. Nós vimos de uma cultura de violência, seja no esporte, em casa. Você briga com sua filha, com sua sogra? Como que fala com seus filhos, com seus vizinhos? A paz não é uma ausência da guerra. É uma coisa que se cultiva no co-ração. Um coração que reconhece o outro com um aspecto de mim mesmo. É o nós que se manifesta. Não é o eu separado. Não há uma misericórdia separada, de cima para baixo, dentro da visão budista. Mas somos um só corpo e uma só vida com tudo que existe. Irmão Sol, Irmã Lua, irmãos com toda grande natureza. Porque agora, se nós não nos unirmos e não trabalharmos juntos, não haverá condição de vida amanhã no planeta. E nós gostamos de viver, não gostamos? Não é boa a vida humana, com seus altos e baixos? Nascimento, velhice, doença e morte? Que bom! Como disse Dalai Lama, aqui em São Paulo, não somos nós que vamos dar respostas mas fazemos perguntas. Espero que todos nós, juntos possamos fazer hoje o compromisso de cultivarmos no coração a cultura da paz”.

shaikh Ahmad mazloum: liga da Juventude islâmica no Brasil

“Uma diretriz básica da paz para o mulçumano, é esta: ‘Deus disse ao Profe-ta: não te enviamos senão como miseri-córdia para a humanidade’. Não te envia-mos para a guerra, para amedrontar as pessoas, mas sim para cultivar a paz. Nós, todos aqui, temos crenças diferentes, e exatamente por isso estamos reunidos aqui a convite das entidades católicas e agradecemos a eles por essa iniciativa. Lembramos hoje a Francisco de Assis, que abandonou o reino dessa vida para o reino da vida eterna, para buscar a paz

para os pobres, os menos favorecidos. Então, devemos nos lembrar dele.

Devemos lembrar o que significa estarmos reunidos aqui. Se acredito de forma diferente do meu irmão, que se-gue outra fé, crença ou religião, a minha fé me ordena que eu cultive a paz, que eu busque entender qual é a crença dele e dialogar com ele. A paz, como já disseram aqui, não é só não guerrear, mas significa ter o dom de dialogar, de conversar, de abrir os corações, seguin-do assim aquilo que é diretriz: não te enviamos senão por misericórdia à hu-manidade. Mohamad foi enviado como misericórdia, Jesus foi enviado como misericórdia, Moisés é outra misericór-dia. Parece que o ser humano precisa renovar essa misericórdia sempre.

Por isso, milhares foram enviados para isso. Então, desejo que a paz de Deus esteja com todos aqui presentes, com todas as pessoas que buscam in-centivar a paz para os seres humanos, sejam eles pessoas que buscam a paz ou sejam eles diferentes, que têm ideias e crenças diferentes, aqueles que ainda não buscam essa paz e tolerância

sheikh mohamad Al Bukai: liga da Juventude islâmica do Brasil

Eu saúdo todos vocês com nossa saudação: Salamaleque: que a paz de Deus esteja com vocês!

rabino ruben sternschein: con-gregação israelita Paulista

“Saúdo a todos vocês com nosso tradicional ‘Shalom’. Normalmente ouvi-mos que a paz precisa de concessões, de renúncias. Mas em hebraico, a língua da tradição religiosa que represento, diz-se ‘shalom’, que significa algo completo, pleno. No passado e hoje, pergunta-se “como está a sua paz?”. Qual é o estado

de sua paz? Porque acreditamos que o estado natural para a paz muitas vezes se altera e é responsabilidade de todos devolvê-la. A paz, irmãos e irmãs, é algo que deve ser feito não apenas com o próximo, mas também com o distante, com quem está afastado. Com o dife-rente. Por isso, o profeta diz: “Paz, paz, para o distante, para o próximo”. Esse é o grande desejo. Nós acreditamos que a divindade, qualquer divindade, é paz, harmonia, plenitude. Por isso, em nossas frases, acabamos sempre com uma frase que chama a Deus, aquele que faz a paz nas alturas. Ou seja, aquele que faz a paz no alto. E pedimos que faça a paz aqui embaixo. Eu proponho hoje, no Espírito de Assis, no nosso diálogo fraterno, ter-mos a coragem de invertermos os termos: em vez de invocarmos Deus para que faça paz nas alturas, pedirmos faça paz aqui embaixo”.

Pastor matthias Tolsdorf: igreja Evangélica de confissão luterana “Um sou um pastor alemão, mas não mordo (risos)... A paz é um presente de Deus, que na nossa compreensão temos que tornar concreto. É uma promessa de Deus que temos de tornar visível e palpável no nosso cotidiano. Quando eu visito famílias, que pertencem à nossa comunidade, percebo uma falta de paz justamente ligada a divergências religio-

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sas. Muitas vezes até disputa religiosa, para não chamar uma batalha, dentro de uma mesma família, impossibilitan-do a convivência entre as pessoas. Fico sempre muito triste quando vejo isso. E por isso todos vocês, que demonstram interesse pela paz, deveriam sair daqui como formadores de opinião, com o compromisso de se engajarem pela paz no meio onde vivem. É trabalho árduo, mas recompensador”.

rev. Herbert rodrigues de souza: igreja Presbiteriana independente “Quando se pensa sobre a paz, acho que devemos ir um pouco além de discursos. Lembro uma expressão que está no Evangelho: aquilo que não gostaria que fizessem com você, não faça com os ou-tros. Quando se pensa a paz nessa pers-pectiva, vamos além de pensamentos. Vamos além de falas e discursos. Assim começamos a promover a paz, não só através de palavras, mas de ações con-cretas. Por isso, precisamos pensar a paz também em outra perspectiva: quando se trata daquele que é diferente de nós. Já que queremos falar de paz em todos os âmbitos, onde começa a intolerância dentro de nós? Como é que vejo aquele que é diferente na cor da pele? Como é que encaro aquele que tem a orientação sexual diferente da minha? Como é aquele que torce para o outro time? Se queremos promover a paz, precisamos pensar nessas perspectivas, pensar nes-sas pequenas coisas que fazem parte do nosso dia a dia. E quando, então, nos propomos a viver a paz, vamos diminuir o grau de intolerância, vamos nos abrir uns aos outros. A paz esteja conosco!”

João Kaimbé: povo Kaimbé de são Paulo

“Os índios hoje no Brasil não têm paz. Por isso, me sinto muito honrado de estar aqui com vocês. Aqui em São Paulo há oito mil índios, que sofrem discrimina-ção de todo o tipo. Por isso deixo aqui o meu protesto e vou passar para os meus parentes buscarem a paz”.

rev. leandro Antunes campos: igreja Episcopal Anglicana

“O caminho da paz é a gente que faz’. Ao meditar sobre essa frase e torná-la oração, me veio à mente a passagem de São Paulo aos Coríntios, quando fala que vai ensinar um caminho que é o mais ex-celente de todos os caminhos. E começa aquele hino ao amor. É importante refletir sobre o amor. O próprio apóstolo João fala que Deus é amor. E se sabemos viver plenamente o amor, então posso dizer que Deus está em você, porque Deus é amor. Essa é uma grande afirmação de fé. E, com coragem, respondemos a essa afirmação quando deixamos o amor de Deus habitar em nós e transformar radicalmente as nossas vidas e as nossas relações, sejam elas pessoais ou políticas. É preciso deixar se transformar pelo amor de Deus. O amor não se alegra com a injustiça. O amor folga em alegria com quem é justo, com quem fala a verdade, com quem vive a paz”.

dom Edmar Peron, bispo auxiliar da Arquidiocese de são Paulo e vigário Episcopal da região do Belém

“Caros representantes das famílias religiosas e da comunidade franciscana que nos acolhe! Nosso encontro é pro-fecia e não se restringe ao nosso grupo reunido, mas se alarga pelo mundo inteiro. Colocam-se como ‘Peregrinos da verdade, peregrinos da paz’. Trago a vocês também as saudações de Dom Odilo Pedro Scherer, cardeal arcebispo de São Paulo, que não podendo estar aqui, pediu que viesse a esse encontro, que é profe-cia da comunhão entre nossos irmãos e irmãs. Assim, a fraternidade que reina entre nós, membros de diferentes con-fissões religiosas, profetizam ao mundo que somos filhos e irmãos. Somos todos uma família. Nosso encontro é profecia daquele mundo novo em que a paz in-siste em renascer a cada dia sob o sol da esperança, que faz o povo das ruas sorrir e a roseira florir, como diz o canto. Esse mundo novo construído de pequenos gestos em favor da vida, manifestado na indignação dos jovens, nos gestos de cuidado para com o morador de rua, para com uma criança, um idoso, na nascente manifestação contra a corrupção que vi-mos no dia 12 de outubro ou na acolhida de quem chega a São Paulo procurando melhores condições para viver. Enfim, os sonhos e as realidades nos conduzem, e devem ainda mais conduzir a ações criativas e concretas. Aquelas que já são cotidianamente realizadas e muitas ou-tras novas iniciativas que poderão ainda surgir. É preciso sonhar, para realizar esses gestos de fraternidade, de justiça e, por-tanto, de paz. A paz esteja com vocês!””

Por moacir Beggo

Evangelização

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Evangelização

Em Assis

Papa e líderes mundiais firmam o compromisso pela paz

Depois do dilúvio na vigília, o tempo nublado em Assis acolheu Bento XVI e os líderes mundiais das religiões, que chegaram juntos a bordo de um trem que partiu no dia 27 da Estação Vaticana. O pri-meiro ato desta Jornada de Refle-xão, Diálogo e Oração foi realizado dentro da Basílica de Santa Maria dos Anjos.

Bento XVI e os mais de 200 representantes das religiões mun-diais, vindos de 50 países (do Brasil, participou o Prefeito da Congre-gação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, Dom João Braz de Aviz), ouviram o testemunho de 10 personalidades.

Destacaram-se o Patriarca Ecumênico de Constantinopla, Bartolomeu I, que em seu discurso citou as “primaveras árabes”, que não colocaram fim às tensões in-tercomunitárias, nas quais o papel das religiões permanece ambíguo.

E a professora Julia Kristeva, representando os ateus e a única mulher a discursar, que propôs uma reflexão resgatando a importância da maternidade para um plena ética humanística.

No início deste ato, foi projeta-do um comovente vídeo para recor-dar o encontro de 1986, convocado por João Paulo II, e como o mundo mudou desde então.

A propósito, é impossível falar da Jornada sem citar o Papa Wo-jtyla, que, ao convocar o primeiro encontro 25 anos atrás, teve uma das maiores intuições do seu pon-tificado. Na ocasião, o Beato recor-dou que a paz vai muito além dos esforços humanos: esta é a razão pela qual cada um de nós reza pela paz. A oração é por si só ação, mas não nos exime das ações a serviço da paz.

Em Assis, disse João Paulo II, estamos agindo como arautos da consciência moral da humanidade,

recordando que a paz é um canteiro aberto a todos, não somente aos especialistas e aos sábios.

Enquanto João Paulo II insistia sobre a qualidade transcendente da paz no diálogo inter-religioso, Bento XVI insiste na relação entre a fé e a razão humana. Crer em Deus, afirmou o Pontífice, longe de pre-judicar a nossa capacidade de nos compreendermos a nós mesmos e ao mundo, dilata essa mesma capacidade. Longe de nos colocar contra o mundo, nos empenha a favor dele.

Assim uma religião genuína alarga o horizonte da compreensão humana e está na base de toda a cultura humana autêntica. Rejeita todas as formas de violência e de totalitarismo: não só por princípios de fé, mas também com base na reta razão.

Com a mensagem de Bento XVI se concluiu a parte mais intelec-tual desta Jornada. À tarde, houve

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Evangelizaçãoo momento espiritual, na parte alta da cidade, na Praça São Francisco, com a renovação solene do Com-promisso pela Paz, o momento de silêncio e a saudação de paz entre os delegados”.

Continuaremos unidos nesta viagem, no diálogo, na construção cotidiana da paz e no nosso com-promisso por um mundo melhor.” Palavras de Bento XVI ao concluir, já na tarde do dia 27, a Jornada de Reflexão, Diálogo e Oração, em Assis. Um após o outro, os líderes se comprometem a jamais se resignar às guerras e a respeitar a Regra de ouro: “Faça ao outro o que gostaria que fosse feito a você”.

Bento XVI repetiu exatamente o apelo feito por João Paulo II, no encontro de 25 anos atrás: “Nunca mais a violência! Nunca mais a guerra! Nunca mais o terrorismo!”.

“O evento de hoje é uma ima-gem de como a dimensão espiritual é um elemento chave na constru-ção da paz”, disse ainda o Papa. “De coração agradeço a todos vocês aqui presentes por terem aceito o meu convite a vir a Assis como pere-grinos da verdade e da paz e saúdo cada um de vocês com as palavras de São Francisco: ‘O Senhor lhe dê a paz’”, acrescentou.

Depois da conclusão do Santo Padre, seguiu um momento de silêncio, após o qual alguns jovens entregaram aos participantes uma lâmpada, a luz de S. Francisco.

Houve a troca de uma sauda-ção de paz e, durante o canto final, Bento XVI e os chefes das delega-ções entraram na Basílica inferior de S. Francisco, para visitar, em silêncio, o túmulo do Santo.

rádio vaticano: Bianca Fraccalvieri

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iTuPorAnGA

Festa do seminário 2011 é sucesso de público e renda

Muitos fatores contribuíram para o sucesso da Festa do Semi-nário São Francisco de Assis, de 6 a 9 de outubro, em Ituporanga. O trabalho incansável dos freis, festei-ros, seminaristas e colaboradores, a generosidade do povo de Itupo-ranga e região, que colaborou com prendas e doações, o bom tempo, a resposta positiva da população ao convite para a festa, tudo isso somado garantiu o êxito desta iniciativa que tem como objetivos celebrar São Francisco, unir as pes-soas e arrecadar fundos de auxílio na manutenção do Seminário.

Os números foram expres-sivos: o lucro líquido chegou aos R$ 130.389,23. Nas prendas, bois, ovelhas, porcos, galinhas e gansos se somaram à grande quantidade de trigo, açúcar, ovos e azeite, sem contar as doações em dinheiro. A

Formação e Estudos

participação do público também foi maciça. Desde a quinta-feira, dia 6, com a programação dedicada à terceira idade, até o domingo, dia 9, as dependências do seminário estiveram repletas de público.

missAs E cAminHAdA vocAcionAl dErAm o Tom dA ProGrAmAção rEliGiosA

A parte religiosa também me-receu destaque. Na quinta, dia 6, a missa da saúde reuniu cerca de 300 pessoas na capela do seminário. Na sexta-feira, Frei Renato Pezenti presidiu a missa das famílias. No sábado, Frei Moacir Longo presidiu a celebração, que começou às 19h. No domingo, dia 9, a movimenta-ção religiosa começou às 9h, na Praça da Igreja Matriz, com a Cami-

nhada Vocacional. As comunidades do setor Ituporanga, munidas com faixas, bandeiras e as imagens dos padroeiros, uniram-se para cami-nhar até o Seminário São Francisco. A chegada dos caminhantes ocor-reu com grande festa e queima de fogos. Ao portão, Dom Severino Clasen, bispo franciscano de Caça-dor, aguardava a procissão. A missa seguiu no ginásio, reunindo mais de 500 pessoas sob a presidência do bispo.

GAsTronomiA: um dos PonTos AlTos dA FEsTAEsta foi a festa da celebração,

da alegria, do encontro, da refeição. Muita carne de qualidade (costela, filé etc.), galeto e leitão recheado, sem contar os pratos quentes e sa-ladas deixaram o público satisfeito. À comida, só elogios!

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Formação e Estudos

cAvAlGAdA, PArTidAs dE FuTEBol, dominó E BocHA

Cerca de 100 cavaleiros acor-daram cedo no sábado e, a partir das 7h, começaram a concentra-ção no Seminário. A saída foi às 8h, depois de um substancioso café. Depois do percurso, com histórias para contar, continuaram reunidos no seminário, onde almoçaram e passaram a tarde em confrater-nização. Houve ainda torneio de bocha, na cancha especialmente reformada para a festa, dominó e partidas amistosas de futebol.

HBJ FATurA PrimEiro Prêmio dA Ação EnTrE AmiGos

Outro fator que trouxe brilho à festa foi a premiação do Hospital Bom Jesus, de Ituporanga, na ação entre amigos. A instituição levou o primeiro prêmio, uma Moto 0Km,

de 150CC, entregue na sexta-feira, dia 14 de outubro. Os ganhadores dos prêmios, sorteados na tarde do domingo, dia 9, foram:

1º Prêmio: Moto 150 CC - Nú-mero sorteado: 69192 - Ganhador: Hospital Bom Jesus, Ituporanga, SC.

2º Prêmio: Notebook - Nú-mero sorteado: 60159 - Ganhador: Aldo de Quadro, Atalanta, SC.

3º Prêmio: Plataforma agrí-cola - Número sorteado: 38511 - Ganhadora: Eliziana Sens Eyng, Ituporanga, SC.

De acordo com a coordena-ção do Seminário, o dinheiro será utilizado na manutenção desta casa de formação, que consome entre R$25 e R$30 mil ao mês, e também na realização de algu-mas melhorias, como a pintura da Capela e a reforma dos bancos da mesma igreja. De toda equipe do seminário, festeiros e colaborado-res nosso especial agradecimento a todos os que se empenharam

para que esta iniciativa fosse de fato um sucesso. Que São Francis-co interceda por nós todos junto ao Pai.

sessão na câmara municipal celebra o

Espírito de AssisPara marcar o Dia Mundial

de Oração pela Paz, celebrado no dia 27 de outubro, e os 25 anos do “Espírito de Assis”, frades e seminaristas participaram da 51ª Sessão Ordinária da Câmara Mu-nicipal de Ituporanga. Em nome do grupo, Frei Gustavo Wayand Medella discursou da tribuna da casa.

Os vereadores se mostra-ram interessados na temática e teceram consideração acerca da necessidade do cultivo do espírito de paz evocado pela iniciativa realizada em Assis.

Frei Gustavo W. medella

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AGudos Formação e Estudos

Festa de são Francisco no seminário Às vésperas do dia de nosso

amado pai, São Francisco, nós, aspirantes junto aos frades e mem-bros da OFS de Agudos, dirigimo--nos à Paróquia Santo Antônio de Bauru e, juntos, celebramos o Trânsito do Poverello.

Iniciamos entrando à luz de velas e, logo começou a encenação do encontro de Francisco com a irmã morte.

O Trânsito foi realizado de forma simples e solene. Após a encenação, o presidente da cele-bração, Dom Caetano Ferrari, bispo de Bauru, falou de suas experiên-cias como bispo franciscano no encontro internacional junto ao Ministro Geral da OFM, Frei Jose Rodríguez Carballo.

Logo depois da celebração, reunimo-nos para uma confra-

ternização com a comunidade de Bauru e as fraternidades da OFS e da OFM.

No dia 4, pela manhã, tivemos em nossa fraternidade a Santa Mis-sa em honra do Seráfico Pai.

Na pregação, nosso guar-dião, Frei Thiago, falou sobre a importância do irmão leigo para a Ordem Franciscana e que, apesar das prisões que são impostas ao carisma, ele continua vivo...

Houve um almoço festivo, que contou com as ilustres presen-

ças do bispo Dom Caetano, das Monjas Concepcionistas de Piratininga e convidados.

Aspirantes: André dias, carlos Ébano, dou-glas da silva e Hugo dos santos

no feriado da mãe Aparecida, aspirantes e frades visitam a Fazenda 12 de outubro – feriado de

Nossa Senhora Aparecida: Nigra sum, sed formosa – nos versos de Dom Helder Câmara. Aquela que apareceu, trazendo graças ao povo simples das margens do rio Paraíba, rio que serpenteia o vale que leva o mesmo nome.

Frei Leonir Ansolin (adminis-trador da Fazenda) aproveitou a tarde folgada, clima agradável, para um convite ainda mais agradável: para irmos “serpentear” pelos vales da nossa Fazenda. Frades e aspi-rantes, prontamente, disseram o seu “sim”.

Carregados pela força do mo-tor tracionado da Toyota Bandei-rantes, fomos percorrendo estradas abertas há anos – testemunhas si-

lenciosas do chiar das carroças de burros, dos caminhões de café, do trotar do gado...

Paisagens deslumbran-tes abriam-se no horizonte, e Frei Virgílio P. de Souza, relata-va como aquele terreno, um dia esteve coberto de cafezais, depois vieram as pastagens para o gado e, hoje, está sendo preparado para receber o cultivo de eucaliptos.

Exploramos bem a geografia da Fazenda: visitamos uma das nascen-tes do rio Lençóis, o famoso “inferni-nho” e descobrimos que, felizmente, temos ainda muita área preservada de mata nativa – locais de habitat de rica fauna e flora, inclusive, da famosa onça: personagem de muitas

histórias no Seminário...No dia da Aparecida, apa-

receram-nos a beleza e riqueza guardadas nas terras da Fazenda Santo Antônio. Apareceu-nos que o Jardim de Deus possui muitas outras flores além do magnífico Seminário. Apareceram-nos os traços naturais da obra do Criador.

Frei Thiago A. Hayakawa

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Formação e Estudos

rodEio

A festa de são Francisco no noviciadoO início do mês de outubro é sem-

pre, por excelência, um tempo de exul-tação franciscana, já que a Igreja nos concede que celebremos solenemente a conversão, a vida, a obra e a morte do bendito fundador Francisco de Assis. E também a Paróquia de Rodeio assim comemora o seu santo padroeiro.

Neste ano, celebramos, segundo o costume do Noviciado e da Paróquia, o tríduo em honra a São Francisco (1º a 3 de outubro), sempre com a celebra-ção eucarística às 19 horas, fazendo me-mória da espiritualidade franciscana da qual somos herdeiros e continuadores.

No primeiro dia do tríduo, sábado, Frei Moacir Antônio Longo enfocou durante a celebração o tema “Fran-cisco e a Missão da Igreja”, fazendo menção também à abertura do “Mês Missionário”. No segundo dia, refletiu o tema “Francisco e a Paz”. O terceiro dia, véspera da solenidade, foi o ponto alto do tríduo. Cantamos o ofício solene das I Vésperas, ao qual se fizeram presentes Frei José Luiz Prim e Frei Pascoal Fusina-

to, da Fraternidade de Blumenau. Às 19 horas teve início a Missa, presidida por Frei Valdir Laurentino e concelebrada por Frei Samuel Ferreira de Lima, Frei Pascoal, Frei Moacir, Frei Valmor Cattoni e Frei Abel Schneider, enquanto Frei José Luiz acompanhava os cantos da liturgia tocando o órgão com maestria. Após a proclamação do evangelho, nós, noviços, fizemos a encenação da agonia e da Morte de São Francisco de Assis, com Frei Cristiano Aparecido Maciel no papel principal, e o coral que leva o nome do santo entoou o “Transitus”, composição tradicional do Padre Pier Battista. Após a missa, todos os presentes foram convidados para participar do coquetel oferecido por nossa fraternidade no pátio externo do convento.

Merece recordação o fato de ter-mos, nestas celebrações, lembrado os 111 anos da paróquia de Rodeio e os 110 anos do Noviciado. Em vista disso, o senhor Érico Moser e um grupo de amigos do noviciado empreenderam

uma campanha para a restauração do monumento erigido em 2001 por ocasião do centenário da fundação do Noviciado Franciscano de Rodeio.

No grande dia da solenidade de nosso Seráfico Patriarca, 4 de outubro, Frei Samuel presidiu a missa conventual das 6h30, como de costume. Para o almoço, recebemos a alegre visita de algumas irmãs catequistas francisca-nas que vieram festejar conosco. Para coroar a festa, à noite, após o ofício das II Vésperas, celebramos a Eucaristia, solenemente presidida pelo pároco Frei Moacir, à qual acorreu grande número de paroquianos para prestar honra ao seu padroeiro.

Que olhando a vida de São Fran-cisco de Assis possamos amar o Filho de Deus como ele o amou e segui-lo com fervor e radicalidade, e assim o Senhor nos conserve em seu santo serviço!

Fraternalmente, os noviços abra-çam a fraternidade provincial e se recomendam às suas orações.

Frei israel rodigheri, noviço

segunda experiência no Eremitério Beato Frei Egídio de Assis No dia 17 outubro, nós, novi-

ços - Frei Claudinei Cananéa Bus-tamante, Frei Cristiano Aparecido Maciel, Frei Israel Rodigheri, Frei Juliano Fachini, Frei Mvula Njazi André Papy -, juntamente com o nosso querido vice-mestre Frei Valdir Laurentino, subimos ao Eremitério Beato Frei Egídio de

Assis para mais uma experiência de ermo, ou seja, a experiência real conosco mesmo.

Durante uma semana ficamos refletindo sobre textos de espiritua-lidade franciscana, que nos levaram a uma maior compreensão do nosso papel real na sociedade como frades menores. Além dos textos referidos,

houve outro aspecto muito impor-tante que também nos propiciou a entrarmos na meditação: foi o próprio ambiente do eremitério.

Foi uma grande experiên-cia para nós, noviços, porque ali aprendemos realmente a confron-tarmo-nos com nossas limitações para superá-las em nossa vida.

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iTF

mês de muitas atividades no iTFO ITF, cumprindo com sua missão,

neste mês de outubro, deu continui-

dade as suas atividades, tais como:

os cursos de extensão (“A palavra de

Deus na vida e na Missão da Igreja” e

“Espiritualidade para a vida virtuosa”),

o encerramento do Master em Evan-

gelização, o curso de Espiritualidade

Franciscana no Convento de Santo

Antônio no Rio, além de sediar o XX

Simpósio de Mirmecologia e o I Encon-

tro de Mirmecologistas das Américas.

“iTF acolhe o XX simpósio de mirmecologia” - Aconteceu nas de-

pendências do ITF (Instituto Teológico

Franciscano), de 16 a 20 de outubro, a

20ª edição do Simpósio de Mirmecolo-

gia e o “I Encuentro de Mirmecologistas

de las Americas”. A Mirmecologia é a

ciência que estuda as formigas. Sendo

este um evento único no mundo e,

de modo especial, neste ano presta

homenagem a um dos pioneiros da

mirmecologia no Brasil: Frei Thomas

Borgmeier, OFM. O frade franciscano

iniciou seus estudos nesta área quando

vivia na cidade serrana de Petrópolis.

Frei Borgmeier é reconhecido

mundialmente pelos seus trabalhos en-

tomológicos, tendo publicado ao longo

de sua vida mais de 5 mil páginas sobre

formigas e insetos. “A vida é, no fundo,

um grande mistério, e só aqui e acolá

o pesquisador consegue levantar um

pouquinho o véu que o cobre e lançar

um olhar furtivo atrás dos bastidores

do grande teatro da natureza”, afirmava

Frei Thomas Borgmeier. Este evento

internacional foi promovido pelo De-

partamento de Ciências Ambientais,

Instituto de Florestas e UFRuralRJ, em

parceria com o ITF, e tem por objetivo

reunir estudantes e profissionais, do

Brasil e de outros países do Continen-

te Americano, com interesse na área

de mirmecologia, a fim de integrar as

várias áreas do conhecimento cientí-

fico que contribuem para o avanço da

mirmecologia; promover o intercâmbio

de ideias e iniciativas entre os mirme-

cólogos; ampliar o conhecimento e dis-

cutir o desenvolvimento de tecnologias

relacionadas ao controle de formigas

pragas em agroecossistemas e em

ambientes urbanos; e analisar os avan-

ços, identificar os desafios e discutir o

desenvolvimento futuro da mirmecolo-

gia. Saiba mais sobre este evento pelo

site www.myrmeco2011.com.br. Leia

também o belo artigo de Frei Ludovico

Garmus sobre Frei Tomás Borgmeier

disponível em http://www.francisca-

nos.org.br/itf/artigos/2011/012.php

curso de Espiritualidade Franciscana no rioO ITF (Instituto Teológico

Franciscano), em parceria com o Convento Santo Antônio do Rio de Janeiro, promoveu durante este ano um curso de extensão sobre a “Espiritualidade Franciscana”, aos sábados pela manhã. O objetivo era o de apresentar o carisma fran-ciscano e provocar os interessados a vivenciarem este modo de ser franciscano. Com ótima avaliação pelos participantes, este curso está na reta final e terminará neste mês.

Os participantes do curso foram: irmãos(ãs) da OFS (Ordem Franciscana Secular), leigos(as), re-ligiosas e simpatizantes do carisma.

O início se deu em março, com cerca de 34 inscritos. Com o passar dos meses permaneceram fiéis 21, entre eles uma executiva da Petrobrás, Maria Lúcia Americano, que recebeu por e-mail o convite para participar deste curso, e confessou: “Estou abso-lutamente maravilhada pelo carisma franciscano, com tudo aquilo que ouvi aqui. Não tenho palavras para

descrever e espero que este curso se repita”. O curso teve como pro-fessores Frei Vitório Mazzuco, Frei Celso Márcio Teixeira, Frei Sandro R. da Costa, Frei Gilberto da Silva, Ir. Delir Brunelli, Frei Sinivaldo Tavares, Frei Fernando Araujo, Frei Volney Berkenbrok, Frei Ludovico Garmus Frei Alberto Beckhäuser e Frei Almir Guimarães.

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“A Palavra de deus na vida e na missão da igreja”

Dando continuidade a sua pro-

gramação, o ITF contou com a presen-

ça de ilustres palestrantes, tais como

o bispo da Diocese de Petrópolis,

Dom Filippo Santoro, o pastor lute-

rano Elton Pothin, Dr. Saul Stuart e

Semyramys Frossard, da comunidade

judaica, Frei Volney J. Berkenbrok e o

missionário da comunidade muçul-

mana Ahmadia. No sexto encontro do

curso de extensão “A Palavra de Deus

na Vida e na Missão da Igreja”, Dom

Filippo, falou sobre sua participação

no Sínodo que precedeu ao texto da

Verbum Domini, texto-base deste cur-

so de extensão. Explicou a estrutura

e o conteúdo do texto produzido e

destacou algumas novidades nele

presentes. Sobre o assunto, Dom Fi-

Formação e Estudoscurso dE EXTEnsão

1. “A Palavra de deus - Exortação Apostólica Pós-sinodal verbum

domini”

lippo também publicou um artigo na

“REB” 71, 2011, p.606-618.

Dom Filippo destacou algumas

características de cada parte do docu-

mento. Na primeira parte, retomando

a constituição Dogmática Verbum Do-

mini do Concílio Vaticano II, a “Palavra

de Deus”, o destaque é dado ao Verbo

encarnado. Muito mais do que pala-

vras reunidas pelas comunidades de

fé dos primeiros séculos, sob a inspi-

ração de Deus, a Palavra é a pessoa de

Jesus Cristo, vivo e eterno no Pai e que

se faz contemporâneo a nós através da

história da Salvação, da pregação dos

apóstolos, ou seja: a Tradição da Igreja.

A missão dos exegetas e teólogos vai

além da metodologia histórico-crítica,

pois, com o auxílio deste instrumen-

tário, são chamados a expor a herme-

nêutica teológica e espiritual para que

o sentido da Palavra seja atualizado e

experienciado. Também destacou a

urgente necessidade de pessoas bem

formadas para garantir um anúncio

digno da Palavra de Deus. Também

foi visto o uso da Palavra de Deus de

forma ideológica e instrumental.

2. “luteranos e a Bíblia”

O segundo bloco deste curso

de extensão deu atenção especial ao

ecumenismo. No dia 27 de setembro,

o pastor luterano Elton Pothin pales-

trou sobre “Luteranos e a Bíblia”, com

o objetivo de explicitar como a Igreja

Luterana lê e interpreta a Escritura.

Primeiramente, deixou claro

que, no que se refere à Sagrada Es-

critura, é essencial a meditação da

Palavra. Para tanto, a Igreja Luterana

publica devocionais que permitem

aos fiéis o cultivo desta dimensão.

A partir da teologia desenvolvia por

Martin Luther (Lutero), a Bíblia deve

ser lida conciliando suas duas partes:

o Antigo Testamento, que conduz

à Lei (revelação do que é o pecado)

e está conduzindo a Cristo; e o Novo

Testamento, onde Cristo oferece o

perdão dos pecados, a salvação. Neste

sentido, faz parte das funções do pas-

tor luterano ordenado pregar a Lei e

o Evangelho em união. Para Lutero, a

explicação da Sagrada Escritura deve

se sustentar sobre quatro pilares: Sola

Scriptura, que é o fundamento da fé.

Este pilar surgiu em contraposição à

Igreja Católica (Reforma) que afirma

ter a Tradição também como fonte da

Revelação divina. De acordo com este

princípio, não há Revelação do Espíri-

to Santo fora da Escritura. O segundo

pilar é Solus Christus, que defende ser

Cristo o único mediador. A Igreja não

salva, ela é, somente, o lugar onde os

fiéis se reúnem para buscar a Cristo. O

terceiro pilar é Sola Gratia, que afirma

o dom de Deus vindo de Cristo, e que

somente pela graça somos livres. Por

fim, o último pilar é Sola Fide, que de-

fende que o homem só é justificado

pela fé. As obras sozinhas não salvam,

mas são parte integrante da fé.

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3. “literatura Judaica Pós-Bíblica: mishná e Talmude”Mishná e Talmud foram os temas

abordados pelo Dr. Saul Stuart Gefter*

e Semyramys Frossard Gonçalves

Dias*, no oitavo encontro do curso de

extensão – A Palavra de Deus na Vida

e na Missão da Igreja.

Saul iniciou sua exposição, dis-

correndo sobre o principal pilar do

judaísmo, a Torá, e de sua importância

para os judeus. “Um dos pilares do

judaísmo é o fato da Torá ser eterna

e imutável palavra de Deus. Na Torá

Escrita, Deus proclama a eternidade

da Torá e de seus mandamentos:

as coisas encobertas pertencem

ao Senhor, nosso Deus, porém as

reveladas nos pertencem, a nós e a

nossos filhos, para sempre, para que

cumpramos todas as palavras desta

Lei’ (Torah) (Devarim/Deuteronômio

29:28)”, completou com a passagem

do Deuteronômio.

Apesar de o termo Torah abran-

ger todos os fundamentos, leis e ensi-

namentos do judaísmo, literalmente

refere-se aos cinco livros que foram

transmitidos por Deus, a Moisés no

Monte Sinai. Os cinco livros são:

Bereshit (Gênese), Shemot (Êxodo),

Vayikra (Levítico), Bamidbar (Núme-

ros) e Devarim (Deuteronômio), que

compõem o que conhecemos como

a Torá escrita ou Torah she-Bichtav. A

partir desta elucidação, iniciou-se a

explicação acerca da codificação da

lei oral, isto é, a formação da Mishná.

“Antes de falecer, Moshé escre-

veu os 13 rolos da Torá e ensinou a

Torá Oral ao profeta Josué bin Nun.

A Torá Oral foi então transmitida por

Josué aos anciãos de Israel; a seguir,

aos profetas e, por fim, ao Sanhedrin,

corte suprema de Israel, que tinha a

missão de guardar, interpretar e legis-

lar sobre todos os assuntos acerca das

leis da Torá. Durante o período do se-

gundo Templo, o Sanhedrin codificou

a Torá Oral. Essa codificação tornou-se

conhecida como a Mishná. Uma das

razões desse nome foi constituída

pelo propósito de que a codificação

da Lei Oral seria revista (em hebraico,

Shaná) continuamente, até que fosse

memorizada”, comentou Semyramys.

Na segunda parte da aula, Se-

myramys prosseguiu relatando os

fatos até o processo de formação

dos dois talmudes: o Talmud Bavli

(Babilônia) e o Talmud Yerushalmi

(Jerusalém).

Trezentos anos após a destruição

do segundo Templo, o Rabi Yochanan

redigiu o Talmud de Jerusalém (Tal-

mud Yerushalmi). Este Talmud basica-

mente trata das leis referentes à Terra

de Israel, de âmbito mais complexo

e oculto. Isto, porque a sabedoria da

Terra de Israel é maior e mais profunda

do que a de outras terras. Os sábios da

Terra de Israel escreviam seus estudos

de forma curta, sem muita explicação,

e esta já era suficiente para entendê-

-los. Contudo, quando as pessoas

falam do Talmud, geralmente não se

referem ao de Yerushalmi (Jerusalém),

mas sim ao Talmud Babilônico, tam-

bém conhecido por Guemará.

O Talmud Bavlí (Babilônico) foi

aceito pelo povo judeu como autori-

dade máxima e suprema em todas as

questões sobre a religião e a lei judaica.

As leis da Torá só têm vínculo legal se

forem lastreadas pelo Talmud.

Por fim, Semyramys, com algu-

mas intervenções do sr. Saul, falou

sobre o judaísmo contemporâneo,

deixando claro a abertura do judaísmo

ao diálogo. Concluíram com algumas

palavras sobre os desafios das novas

gerações: “Para essa nova geração, a

prioridade não é defender o judaís-

mo. Não é empreender uma missão

salvadora. Não é construir-lhe cercas

externas. É fazê-lo viver. Não servi-lo,

mas servir-nos. O judaísmo de nosso

tempo convive, sem fronteiras, com

culturas, com identidades plurais,

com comportamentos universaliza-

dos, cosmopolitizados”, assegurou

Semyramys.

Para Semyramys e Saul, a atual

compreensão do pensamento e da

vida judaica deve se dar a partir da

literatura da Mishná e do Talmud.

“Recriar o judaísmo para que conti-

nue o mesmo. O grande desafio de

cada geração é o de trazê-lo de volta

para dentro de nós mesmos, pois,

em nossos corpos, mentes e espíritos

individuais e comunitários, nós somos

a única cerca, a única muralha que o

protegerá como coisa viva, que o le-

vará para onde formos como parte de

nosso ser”, concluiu Saul Stuart.

* saul stuart Gefter, é natural de New York, USA, estudou Ciências, Administra-ção de Empresas e Direito. Atualmente é consultor Jurídico Internacional; Consul-tor e Diretor para Assuntos Internacionais, SPAR – serviços; Pericial Aeronáutico e Marítimo do Rio de Janeiro. Participa de diversas associações, sendo Diretor Executivo da Congregação Judaica P’Nei Or, em Petrópolis.

*semyramys Frossard Gonçalves dias, nasceu em Nova Friburgo, Rio de Janei-ro, é graduada em Filosofia pela UCP Universidade Católica de Petrópolis, ba-charelanda em Teologia pela Faculdade de Teologia do ITF. Dentre as atividades acadêmicas, é pesquisadora do CNPq em estética filosófica, antropologia, ética e sociologia. Atua como coordenadora de pesquisa de opinião pública.

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4. “o Alcorão como Palavra de deus revelada” No dia 18/10, a Faculdade de Te-

ologia/Instituto Teológico Franciscano

propôs a seus estudantes o contato

introdutório com o livro sagrado de

uma das maiores religiões do mun-

do: o Alcorão dos muçulmanos. Para

este estudo, foram convidados os

palestrantes, Frei Volney Berkenbrok,

professor de Estudo Comparado das

Religiões na instituição e, ainda, Wa-

ssim Ahmad Zafar*, missionário da

comunidade muçulmana Ahmadia do

Brasil, sediada em Petrópolis.

Logo de início, foi explicada a

origem do nome Alcorão, ou Corão.

O termo vem da palavra “quran”, que

significa recitação, no caso, da Palavra

de Deus. Segundo a tradição muçul-

mana, Deus se comunica através da

Palavra ao profeta, que, por sua vez,

a codifica em sinais (alfabetos) e em

forma de livro. Se, para o cristão, Deus

se fez carne, para o muçulmano, Deus

se tornou livro, através da Palavra de

Deus.

A revelação de Deus, feita ao

profeta Mohammad (ou Maomé) se

deu em 4 etapas: no início de tudo,

a Palavra estava em Deus. Num dado

momento, os anjos compartilharam

esta mensagem com os enviados/pro-

fetas (a primeira revelação é datada em

610 d.C.). Esta Palavra dada a eles deve

ser transmitida aos seguintes (outros)

tal e qual ela foi entregue ao profeta.

Para fazê-lo, o profeta acolhe a Palavra

e a coloca por escrito. Percebe-se, en-

tão, a partir deste desenvolvimento,

que o Alcorão é o fim do processo

revelatório de Deus.

O processo de desenvolvimento

do Alcorão foi relativamente rápido.

A primeira revelação feita ao profeta

Mohammad foi em 610 e até o ano 653

ainda não havia nenhuma coletânea

completa das profecias. Foi justamen-

te neste ano que o 3º Califa de Medina

ordenou a reunião por escrito de todas

as recitações. É importante ressaltar o

valor que o muçulmano dá à recitação

das profecias do Alcorão, pois Deus se

encontra na palavra, portanto, ela não

pode ser alterada. Em 653, a vocaliza-

ção da língua árabe ainda não havia

sido feita. Como poderia se preservar a

pronúncia da Palavra revelada? O alfa-

beto poderia ser mudado, permitindo

o acréscimo de vogais que garantiriam

uma uniformização na pronúncia? Foi

um longo processo de discussão e, so-

mente em 1923, o texto acabou sendo

vocalizado e assim o texto primitivo é

aceito hoje.

Quanto à autoridade da Palavra

de Deus do Alcorão, o muçulmano

entende que somente o texto em

árabe antigo tem autoridade como

tal. As traduções são interpretações de

alguém. Entende-se que a Revelação

não é apenas o conteúdo da mensa-

gem, mas todo o texto, gramática, sin-

taxe. A primeira tradução do Alcorão

só foi feita em 1143, para o latim; hoje,

os textos continuam sendo traduzidos,

mas acrescenta-se no mesmo volume

o original em árabe.

Atualmente, o Alcorão é o livro

árabe mais lido no mundo. Cada co-

munidade tem sua própria interpreta-

ção do texto, embora, como já foi dito,

seja conservada também a sua forma

original. É costume, quando alguém

se refere a qualquer um dos profetas

muçulmanos, que expresse o seguinte

desejo: “A paz de Deus esteja com ele”.

Jesus é um dos profetas e Maria é cita-

da 34 vezes, como mãe de Jesus. Com

relação ao Profeta Mohammad, não se

acrescenta nenhum adendo, pois seu

nome já significa “que Deus o abençoe

e lhe de a paz”.

Frei osvaldo maffeiFrei rodrigo da silva santosFrei marcel Freire da silva

Formação e Estudos

* Wassim Ahmad Zafar é missionário da Comunidade Muçulmana, Ahmadia do Brasil. A comunidade de Petrópolis é a única representante da Comunidade Ahmadia do Islã, no Brasil. A sede mundial da Comunidade fica em Londres, embora tenha sido fundada na Índia, em 1835, por Hazrat Mirza Ghulam. O Sr. Wassim veio acompanhado por seus dois filhos, Nadin e Ijaz, e por um membro da Comunidade, Saquib.

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“Qual a mensagem de são Francisco para nós nos dias de hoje?”

O Convento São Francisco de Assis, no centro de São Paulo, abriu mais uma vez suas portas, na manhã da terça-feira (4/10), para celebrar com o povo o santo mais querido da humanidade: São Francisco de Assis.

Há 371 anos, com a chegada dos primeiros franciscanos a São Paulo, o dia 4 de outubro é celebra-do com muita devoção e alegria.

Normalmente, as igrejas fran-ciscanas dedicam as terças-feiras à devoção de Santo Antônio, mas neste 4 de outubro, a solenidade ficou para o fundador da Ordem dos Frades Menores.

O que se viu de manhã foram igrejas lotadas e muitas bênçãos dos animais.

No Convento São Francisco,

Fraternidades

fundado em 17 de setembro de 1647, os frades se revezavam nas confissões e nas bênçãos. Na ce-lebração das 10h30, o guardião e reitor do Santuário, Frei Salésio Hillesheim, iniciou sua homilia fa-zendo um questionamento: “Qual a mensagem de Francisco para nós

nos dias de hoje? O que é que São Francisco diria para todos nós?”. Para Frei Salésio, São Francisco é um “santo leve” e harmonioso.

A fórmula é a mesma que disse para os seus primeiros com-panheiros: “Antes de tudo, amem a Deus sobre todas as coisas; depois, guardem a Palavra do Senhor, cuidem de tornar essa Palavra viva nos corações e na vida de vocês; e, por último, gostem e se queiram bem. Basta isso? Creio que sim”, ensinou.

Para o reitor, hoje temos necessidade de redescobrir os valores, os caminhos. “A nossa vida tornou-se pesada demais porque não sabemos mais o que fazer. Perdemos a harmonia. Es-quecemos de Deus, não temos

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tempo e depois a Palavra dele me questiona, me interroga e, por isso, é melhor, muitas vezes, dizer que ela não serve”, questionou, lembrando que São Francisco escolheu como grande projeto de sua vida e dos seus companhei-ros seguir o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, vivendo em castidade, obediência e sem nada de próprio. “Quando olhamos para São Francisco, dizemos: ele foi um santo harmônico. Ele conseguiu vi-ver bem com os animais, conviver bem com os inimigos, com aquilo que era incômodo para ele, como disse ao se referir aos leprosos. ‘Os pobres eram muito incômodos, mas o Senhor me conduziu para o meio deles. E aquilo que era amar-go se tornou doce’. A gente precisa encontrar o caminho da leveza, da simplicidade, da força, da alegria

de viver e de gostar de estar com os outros”, disse.

Frei Salésio não deixou de ir um pouco mais fundo no seu ques-tionamento. “Hoje, muita gente traz os animais para benzer. Graças a Deus. Isso é um hábito nosso. Mas a gente não tem a mesma atenção para com o nosso irmão e irmã, como tem para o cachor-ro, o gato ou outro animal. Então, enchemos a casa de animais para não ver gente”, criticou, indicando que é preciso recuperar nossa ver-dadeira humanidade.

Terminada a celebração, o bolo de São Francisco estava espe-rando, assim como os pães feitos no próprio Convento. Em meio às pessoas, os animais viviam um dia de festa. “Vitória” veio com seu dono, Mário Carneiro Pereira, que é muito devoto de São Francisco. “Na semana passada, ela ficou doente e eu me agarrei a São Francisco”,

Fraternidades contou. Junto com ele, outra fer-vorosa “franciscana”: Luzia Hilda da Silva foi batizada no Convento São Francisco há 50 anos. “Meus pais moravam na rua Senador Queirós, aqui perto. Mas o que me fez extremamente devota de São Francisco foi o filme ‘Irmão Sol e Irmã Lua’. Descobri São Francisco e, quando fui a Assis, emocionei-me muito na gruta em que ele rezava no Eremo dos Carceri. Desde, en-tão, São Francisco não me deixou mais”, contou.

A obediente e carinhosa “Ju-lieta” estava muito à vontade no Convento São Francisco. Não era para menos. Segundo sua dona, Margarida Donato, ela foi adotada há cinco anos durante a feira de adoção de animais nesta mesma festa de São Francisco. Julieta sentou-se no banco da igreja e as-sim ficou até o final da celebração. E comportada.

missa EcológicaNa Vila Clementino, a bênção

dos animais se deu durante todo o dia, mas o grande momento foi ao meio-dia, quando teve início a “Missa Ecológica”. Em frente à igreja, o pároco Frei Djalmo Fuck deu a bênção aos animais e entrou em procissão para iniciar a celebração. A Igreja de São Francisco, que está mais bela a cada dia que passa de-vido às reformas em andamento,

vê crescer o número de animais que vêm para receber a bênção de seu Protetor. Frei Djalmo, na homilia, brin-cou: “Hoje vai ser difícil fazer a homilia (risos)”, disse, dividindo a palavra com os latidos. “Hoje, toda a natureza está em festa, porque celebramos o Padroeiro da Ecologia”, lembrou. Segundo o pároco, São Francisco nos ensinou a respeitar a natureza nesta grande fraternidade universal. “Todos somos irmãos e irmãs uns dos

outros. Que vocês possam levar a mensagem deste Santo para suas casas: é preciso aprender a cuidar, a zelar, a proteger toda a criatura. Que São Francisco nos ajude a proteger a natureza!”, completou Frei Djalmo.

A festa de São Francisco mar-cou o encerramento do ano jubilar de 70 anos de fundação da Paró-quia de São Francisco de Assis, na Vila Clementino.

moacir Beggo

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Fraternidades

Paróquia de Amparo convida para os festejos do centenário

As comemorações do cente-nário da presença franciscana em Amparo (SP) estão acontecendo mensalmente através de uma celebração. Em novembro, já têm início as festividades próximas da data solene de 17 e 18 de dezem-bro. No dia 25 de novembro, às 19

horas, acontecerá a Sessão Solene da Câmara Municipal de Amparo, no Centro de Pastoral da Paróquia de São Benedito. No dia 11 de dezembro, será celebrada a missa de Envio da Semana Missionária Franciscana, na Matriz de São Be-nedito, às 18 horas. No dia 17 de

dezembro, Missa Solene do Cente-nário, na Matriz, às 19 horas. No dia 18, Missa Solene do Centenário, na Matriz, às 18 horas e descerramen-to da placa comemorativa após a celebração. A partir das 19h30, confraternização paroquial, no Centro Pastoral.

Paróquia do Pari participa de campanha do desarmamentoReligiões presentes na cida-

de de São Paulo se uniram para salvar vidas, por meio da mobi-lização para o fortalecimento da Campanha do Desarmamento.

Para isto, diferentes tradi-ções religiosas estiveram enga-jadas em sensibilizar as pessoas para os perigos trazidos pelas ar-mas de fogo e mobilizá-las para a entrega voluntária de armas e munições.

Entre os dias 22 e 30 de outubro, o processo de entrega

voluntária esteve facilitado na cidade de São Paulo: além dos 137 postos permanentes de entrega de armas e munições que já existem na cidade, cerca de 15 postos provisórios foram criados pela Igreja Católica em todas as regiões da cidade.

A Igreja do Pari recebeu 35 armas e munições nos dias 28, 29 e 30 de outubro.

Frei Gilmar José

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Festa de são Francisco abre o outubro FranciscanoNo dia 4 de outubro, a comu-

nidade paroquial de Nossa Senhora do Rosário se reuniu no Santuário Divino Espírito Santo de Vila Velha para celebrar com entusiasmo e fé essa grande data da Festa de nosso Pai São Francisco. Na véspera, igreja cheia para a Celebração do Trânsito, concelebrada pelos frades do Regio-nal do Espírito Santo: Vila Velha e Co-latina. Jovens encenaram as últimas horas de vida de Francisco de Assis, crianças vestidas de animais entraram no ofertório lembrando a grande har-monia de Francisco com a natureza. Frei Clarêncio, em sua homilia, levou muitos às lágrimas ao lembrar, em detalhes, o sofrimento de Francisco antes de sua morte.

Uma tradição na Província foi um dos pontos mais tocantes da ce-lebração: o canto do Trânsito de São Francisco, por um coral composto de frades das duas fraternidades de Vila Velha, por amigos, benfeitores e voluntários do Convento. Foram semanas de ensaio de Roselene Gonçalves da Silva dos Santos, mú-sica atuante no Convento da Penha que, juntamente com sua família se dedicou com afinco e paciência aos ensaios das vozes. Neste ano cantou--se a versão em português de Frei José Luiz Prim, com arranjos de Tião Oli-veira e regência de Juliano Barcelos. O resultado final emocionou a todos.

No dia da Festa de São Francis-co, outra celebração solene marcou as comemorações franciscanas no Santuário. Igreja cheia novamente e presença de representantes das 10 comunidades da Paróquia, além da Jufra e Ordem Terceira - missa conce-lebrada pelos frades da Fraternidade do Santuário do Divino Espírito Santo. Frei James, encarregado da homilia, destacou os pontos marcantes da vida e do legado de São Francisco, deten-do-se sobre a Vida em Fraternidade.

Fraternidades vilA vElHA

Festa da PadroeiraMais um momento forte e

marcante para a Paróquia Nossa Senhora do Rosário, no dia 7 de outubro. Representantes de to-das as comunidades da Paróquia se reuniram na pequena e acon-chegante Igreja da Prainha para a celebração do dia da Padroeira de nossa Paróquia.

A alegria era grande e a celebração, muitíssimo bem preparada, contagiou a todos que cantaram com entusiasmo e devoção louvando a Deus e a Nossa Senhora do Rosário.

Ao final, Frei Paulo Rober-to, Pároco da Paróquia Nossa Senhora do Rosário, convidou um representante de cada co-munidade para formar, no altar,

um rosário vivo e lembrou que, no próximo ano, os franciscanos completarão 70 anos de pre-sença na Paróquia do Rosário, pediu que entre os presentes, aqueles que completariam 70 anos em 2012, também subis-sem ao altar. Todos, celebrantes e comunidade, nos abençoamos mutuamente. Todos pudemos, ainda, nos confraternizar numa animada festa de barraquinhas com caldos, doces e churrasco. Frei James G. F. neto

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Fraternidades

seminário de vida no Espírito santo “Provai e vede como o Se-

nhor é bom” (Salmo 33, 9a). Esse foi o tema do Seminário de Vida no Espírito Santo, que aconteceu nas sextas-feiras, durante oito semanas, no Santuário de Vila Velha. A experiência de evange-lizar com renovado ardor mis-sionário e formar, em santidade e serviço, o povo de Deus foi vivenciada por cerca de 160 cris-tãos, que redescobriram a oração partilhada e sua presença a partir da efusão do Espírito Santo.

Ao final, promoveu-se nos dias 1 e 2 de outubro, a Experi-ência de Oração – um momento de profunda intimidade com Deus.

valéria Tanure (Fotos: sávio Kill)

outubro Franciscano em vila velhaNo dia 8 de outubro, foi rea-

lizada em Vila Velha a bênção dos animais, dentro das celebrações do Outubro Franciscano. Foi con-duzida por Frei James, que, dando início à celebração lembrou a todos os presentes da estreita ligação de São Francisco de Assis com toda a criação, a quem chamava de ir-mãos, por isso conhecido mundial-mente, por seu apreço à natureza, como o patrono dos animais, da natureza e do meio ambiente.

Em louvor a São Francisco, todos cantamos a Oração de São Francisco o Cântico das Criaturas.

Juntamente com a bênção dos a animais, em parceria com a Paróquia Nossa Senhora do Rosário e com o apoio da comunidade da Prainha, a WEEAC (World Event to End Animal Cruelty) realizou um evento local, parte de um evento simultâneo mundial para marcar o Dia do Combate à Crueldade Animal. Manifestações públicas aconteceram ao mesmo tempo em todo o mundo: na Nova Zelândia, Austrália, em alguns países do oriente, na Europa e nas Américas. Em Vila Velha, o evento foi promo-vido pela Sociedade Protetora dos Animais do Espírito Santo (Sopaes). Ao final do evento, todos saímos com velas nas mãos numa cami-nhada/vigília silenciosa pelas ruas do bairro da Prainha, em memória dos bilhões de animais mortos pela humanidade.

Ainda no salão da Sede da Comunidade, o evento foi encerra-do com a Oração e bênção de São Francisco, intercalada por cenas de maus tratos e abusos cometidos contra os animais. Frei James G. neto (fotos de carol Paulino)

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vilA vElHA Fraternidades

são Francisco é tema de Exposição

Logo após a Celebração do Trânsito de São Francisco, que abriu a programação do Outubro Franciscano de 2011 em Vila Velha, foi aberta à visitação a exposição de imagens de São Francisco de Assis: São Francisco e a Paz, São Francisco e a criação, São Francisco e o Cristo sofredor, foram os temas que com-puseram a exposição inaugurada dia 3 de outubro, no Santuário

do Divino Espírito Santo, de Vila Velha, sob a coordenação de Frei Clarêncio Neotti e Lenita Ramalhe-te Wanderley, e ambientação de Vandnilson Ribeiro (Vandi) e Edinéa Flegler (Néa).

A exposição, além de mostrar as diferentes formas artísticas de representar São Francisco de As-sis, destacou também sua busca constante da Paz, sua integração

com toda a criação e seu profundo amor e identificação com o Cristo Sofredor. A exposição, como parte das programações do Outubro Franciscano, foi uma excelente oportunidade para se conhecer um pouco mais sobre Francisco de As-sis e meditar sobre aspectos impor-tantes de sua vida e de sua herança aos seus seguidores e admiradores. Frei James G. F. neto

ii Jornada FranciscanaAconteceu no último dia 25

de setembro a II Jornada Francis-cana para jovens, realizada pela Fraternidade Legado de Assis. O evento ocorreu no Santuário do Divino Espírito Santo (Vila Velha), e teve início às 8 horas com um momento de oração com Maria, animado por Frei Florival Maria-no. Em seguida, o irmão Márcio Bernardo, secretário fraterno re-gional, falou sobre a vida de São Francisco e Santa Clara, explicando o surgimento da Ordem Terceira e

apresentando a Jufra aos presentes. Os jovens também refletiram sobre a obediência com a missionária Magda. Foi promovido um almoço pela OFS do Convento de Nossa Senhora da Penha. Logo após, o pároco Frei Paulo conversou com os jovens a respeito de outro conselho evangélico, a pobreza. Houve, por fim, um momento de adoração ao Santíssimo, onde refletimos sobre o amor e a simplicidade com que Deus se apresenta e se aproxima de nós.

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Fraternidades

d. José negri celebra com os franciscanos em Blumenau

No dia 2 de outubro, no Santu-ário Nossa Senhora Aparecida, às 19 horas, o Bispo D. José Negri presidiu a Missa com a presença do povo da

comunidade e dos franciscanos e franciscanas de Blumenau. Após a missa, todos partilharam o que cada um trouxe de sua casa. Não

faltou nada para ninguém. A encenação da vida de São

Francisco foi sem palavras.Frei Pascoal Fusinato

imAGEns dA EncEnAção

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Fraternidades iTu

Hospital de Pirapitingui celebra são Francisco

Neste dia 2 de Outubro de 2011, com muita alegria e entu-siasmo, a comunidade Franciscana do Hospital do Pirapitingüi, da Pa-róquia Sagrada Família, reuniu-se próximo à Portaria do Hospital para festejar seu padroeiro São Francisco de Assis e a fundadora da Ordem das Clarissas, Santa Clara.

A Santa Missa solene teve iní-cio às 8 horas, na portaria, com toda a comunidade reunida, junto com o Capelão Frei Osvaldo Lino, com o ex-capelão Frei Genildo Provin, que saiu da sua Paróquia em Niterói (RJ), especialmente para concelebrar e participar de nossa Missa Festiva, os ministros (as) da comunidade, acólitos, grupo de canto e toda comunidade.

Após o início da Santa Missa e saudação feita por Frei Osvaldo e Frei Genildo, seguimos em procis-são com as imagens de São Fran-cisco e de Santa Clara, passando de mão em mão.

A comunidade as levou com muito carinho e respeito até a Igreja Nossa Senhora do Sagrado Coração.

A procissão teve um número expressivo de fiéis devotos desses grandes santos, que foram Clara e Francisco de Assis. Caminhamos com muita alegria, cantando lindos

cantos francisclarianos, cedidos gentilmente por Frei Florival.

Os momentos fortes da pro-cissão ocorreram em algumas ocasiões, onde nosso Capelão Frei Osvaldo fez belas e profundas refle-xões sobre o ideal franciscano, sobre o amor e cuidado que devemos ter com a natureza, com as maravilhas que Deus nos deu.

Ter zelo e compaixão e não destruir como o homem vem fa-zendo.

Chegando à Igreja, as imagens de Francisco e Clara de Assis ficaram em destaque em frente ao Altar. A homilia foi feita por Frei Genildo, que maravilhosamente explicou o que Jesus tinha a nos dizer sobre o tema da vinha em nossas vidas.

Com muito amor e carinho a Clara de Assis, disse-nos Frei Osval-do: “Clara era uma menina de seus quinze ou dezesseis anos quando, na calada da noite de um domingo de Ramos, pulou a janela de sua casa para viver sua paixão pelo Cris-to pobre, do jeito que Francisco a es-tava vivendo”, disse, acrescentando:

“Neste ano, nós estamos co-memorando oitocentos anos desde que essa história começou. São Francisco e Santa Clara devem ser para nós exemplos a serem imi-tados. Eles amaram a Deus sobre todas as coisas; contemplaram sua presença amorosa no esplendor da criação e em cada pessoa, sobretu-do nos pobres, vendo neles a face de Cristo e os serviram”.

Na Missa, o comentarista da comunidade, Sr. Roberto Sales Mar-tins, e a esposa Mercedes, foram homenageados e receberam uma bênção especial em comemoração pelos 40 anos de casamento.

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Alegria e devoção na Festa de são Francisco

O dia da solene festa do Será-fico Pai São Francisco de Assis foi celebrado com grande alegria e devoção em Nilópolis pelas fraterni-dades dos frades, OFS, Jufra e pelas crianças da Mini Jufra. Durante todo o dia, a Paróquia Nossa Senhora Aparecida recebeu centenas de fiéis que eram abençoados pelos frades.

Durante a tradicional bênção dada aos animais, Frei Paulo Rober-to Santos Santana lembrou a todos que este ano a Igreja do Brasil, atra-vés da Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB) lançou a Campanha da Fraternidade que teve como tema “Fraternidade e a Vida no Planeta” e o lema “A Criação geme em dores de parto” (Rm 8,22) e que chama a atenção de todos sobre a importân-cia da valorização e respeito à obra da Criação.

Frei Paulo destacou ainda que a CF 2011 propõe que toda a sociedade olhe para a natureza e perceba como as mãos humanas estão contribuindo para o fenô-meno do aquecimento global e as mudanças climáticas que trouxe-ram à tona uma série de ameaças para a vida geral, e para a vida hu-

mana em especial, sobretudo dos mais pobres e vulneráveis. A Santa Missa em honra ao Seráfico Pai São Francisco, presidida pelo Frei Bene-dito Gomes Gonçalves, da Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem (RJ), e concelebrada pelos freis Paulo Santana, Jacir Antônio Zolet e José Monteiro Carneiro, foi celebrada com grande alegria e devoção pelos fiéis que também vieram louvar a Mãe Aparecida durante o segundo dia da novena, que teve com tema

“Maria, coração transbordante de paz” e foi coordenada pela Família Franciscana da paróquia.

Em sua homilia, Frei Benedito Gonçalves realçou que os corações de Nossa Senhora e de São Fran-cisco se assemelham, pois eram transbordantes de paz e fraternos nas suas relações com os irmãos.

Como gesto concreto, os pa-roquianos trouxeram óleo de soja no segundo dia da novena para atender a mais de 200 famílias carentes assistidas pela Paróquia Nossa Senhora e comunidades. Outro gesto concreto da festa da padroeira, anunciado pelo Frei Paulo Santana, foi a realização da campanha de reforma do telhado da paróquia para oferecer maior segurança e melhorar o ambiente acústico e a sensação térmica no interior do templo e assim melhor acolher os fiéis.

No momento de Ação de Gra-ças, as crianças da catequese da Paróquia Nossa Senhora das Graças, de Mesquita (RJ), brindaram a todos com uma linda e emocionante apre-sentação musical.

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nilópolis faz festa para a sua PadroeiraA festa da padroeira da Paró-

quia de Nossa Senhora Aparecida, em Nilópolis (RJ) começou no dia 3 de outubro com a novena, tendo o tema “Senhora Aparecida, reflexo do coração materno de Deus”. Os dias foram marcados, principalmente, por reencontros de frades com as comunidades.

Participando da paróquia este ano, Frei Jacir A. Zoler presidiu a missa de abertura da novena. No se-gundo dia, a missa foi presidida pelo Frei Benedito Gonçalves, conhecido na comunidade como Frei Dito, e concelebrada pelos demais frades da nossa paróquia. Os paroquianos puderam rever Frei Ângelo Silva no terceiro dia de festa. Frei Neylor Tonin, vigário da Paróquia N. S. da Conceição, também recém-chegado à paróquia franciscana vizinha, presidiu a missa e abençoou os do-

entes. No quinto dia da novena, Frei Alvaci Mendes da Luz presidiu pela primeira vez uma missa na paróquia, mas por dois anos participou como estudante de Teologia do trabalho pastoral. Muitos estavam alegres

em revê-lo e recebê-lo pela primeira vez após a sua ordenação. No dia em que o tema era ‘Maria: coração aco-lhedor da palavra’, todos acolheram o Definidor, Frei Sandro Roberto da Costa, que já esteve na paróquia trabalhando na evangelização.

A novena no seu 7º dia recebeu da paróquia vizinha Frei José Pereira. O 8º dia da novena teve a presença do antigo vigário Frei Guido Scottini, mostrando como Maria inspira a missão de Jesus. Nesse dia, a pastoral do teatro apresentou uma peça mos-trando os milagres de Nossa Senhora Aparecida. Fechando a novena, o antigo pároco Frei Angelo presidiu a celebração, falando da importân-cia da vida gerada pelas mães e, ao final, deu a bênção às crianças que encheram o altar.

no dia da Festa da PadroeiraA Alvorada com fogos, às 6

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horas, deu início às homenagens no dia da Padroeira do Brasil, Nossa Se-nhora Aparecida. Logo em seguida, a primeira missa celebrada pelo Frei Jacir A. Zoler. Ao final, ele abençoou o bolo no salão paroquial. A missa dos Benfeitores foi celebrada por Frei José Monteiro, ajudado pelo diácono Frei Alberto Eckel Junior.

O bispo diocesano Dom Lucia-no Bergamin presidiu a missa das crianças, que foi concelebrada pelos demais frades da paróquia.

Durante a homilia, Dom Lu-ciano conversava bastante com as crianças, que não se mostraram acanhadas durante a conversa.

A missa inculturada-afro foi celebrada pelo pároco, Frei Paulo R. S. Santana e concelebrada pelo pro-vincial Frei Fidêncio Vanboemmel, com a presença de Frei Diego Melo e de Frei Gilberto Silva. A missa dos romeiros foi presidida por Frei Neylor Tonin.

O provincial Frei Fidêncio Van-boemmel presidiu a missa solene, às 17 horas, que foi concelebrada por todos os frades da fraternidade de Nilópolis. A igreja lotou e o calor não desanimou a assembleia. Muitas pessoas não conseguiram entrar e aguardavam a procissão do lado de fora da igreja.

A procissão, com mais de três mil pessoas, saiu às 18h30 pelas ruas em volta da igreja, parando na porta de algumas casas que foram enfeita-das para receber a imagem de Nossa Senhora Aparecida, que cobria com seu véu aqueles que estavam mais próximos.

No retorno à igreja a imagem ficou exposta em local onde os devo-tos de Nossa Senhora receberam flo-res e puderam fazer as suas orações.

Frei Paulo santana

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sAv- rJ

Frei Plínio fala da experiência missionária na África e em roma

Em outubro, mês das Missões, quando relembramos com orgulho o dia de São Francisco, realizamos no Convento de Santo Antônio, no Largo da Carioca, no dia 8, mais um encontro vocacional com Frei Nazareno José Ludtke, responsável pelo serviço de animação vocacio-nal desta fraternidade, juntamente com nove jovens de diversas regiões da cidade do Rio de Janeiro.

Neste encontro tivemos a ilustre presença do Frei Plínio Gan-de da Silva, animador vocacional da Fraternidade Nossa Senhora da Boa Viagem, que se situa na comunidade da Rocinha. Foi muito proveitoso para nós, vocacionados, pois pudemos tirar algumas dúvidas e fizemos questionamentos sobre a convivência dentro do seminário, e um dos conselhos que podemos destacar sobre como lidar com al-guns contratempos foi: “Devemos agir sempre com humildade, não

com beatice, mas com naturalida-de”. Conhecemos um pouco sobre o seu testemunho de vida, suas experiências nos lugares em que foi em missão, como a África e Roma, as dificuldades que enfrentou e as alegrias que sentiu, próprias da vida fraterna. Partilhou momentos que, com certeza, nos ajudam muito nes-te nosso processo de discernimento.

Ainda durante a manhã, Frei Plínio nos levou para um momento de oração na Capela das Relíquias, seguido de um breve passeio pela horta, ambos dentro do Convento, relembrando alguns momentos de sua vida dentro do Convento. Para encerrarmos o nosso encon-tro, almoçamos juntamente com os outros frades do Convento de Santo Antônio, o que nos faz sentir cada vez mais membros da família franciscana. Após o nosso almoço, Frei Nazareno nos passou algumas instruções para a nossa próxima

etapa que será o estágio vocacio-nal, no seminário Frei Galvão em Guaratinguetá, no período de 3 a 6 de novembro, que será para nós um momento de intensa vivência e decisão para cada um de nós voca-cionados.

Agradecemos ao Convento de Santo Antônio pela rica oportunida-de de conhecermos mais e melhor o carisma e a vida franciscanas e por nos receber de maneira tão fraterna; ao Frei Plínio, pela sua disponibi-lidade e serviços prestados a nós vocacionados e à Igreja, com o seu testemunho surpreendeu a todos nós; e agradecemos também ao Frei Nazareno, nosso amigo e animador vocacional, que com o seu jeito sempre alegre, vem nos mostran-do o modo de vida consagrada e ajudando-nos a discernir melhor a nossa vocação.

Jairo de macedo, vocacionado

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Festa para o Padroeiro da diocese de caçador

Na Diocese de Caçador, o dia do padroeiro São Francisco de Assis foi celebrado com grande alegria e solenidade. Pela manhã, Dom Seve-rino Clasen presidiu um momento de oração na Capela da Residência Episcopal com os funcionários da Cúria Diocesana, seminaristas, pa-dres e diácono.

Após os cânticos, leituras bí-blicas e trechos dos escritos de São Francisco, Dom Severino fez uma bela reflexão. “Francisco, mesmo tendo vivido na idade média foi o primeiro homem moderno, pois

antecipou toda a preocupação ecológica que é a grande urgência atual.”

Após a oração, foi abençoada no jardim em frente à Residência Episcopal, uma bela imagem de São Francisco que, voltada para a cidade de Caçador, deverá ser uma perene recordação deste homem e ao mesmo tempo uma bênção para todos os que passam. A imagem foi um presente do Frei Guido Scheidt.

missa solene na catedralÀ noite, Dom Severino presidiu

Missa solene na Catedral, contando com a participação de numerosos fiéis, além de padres, diáconos e seminaristas. O povo caçadorense tem São Francisco como padroeiro desde a sua origem. Ao final da celebração, Dom Severino deu a bênção solene com a relíquia de São Francisco e Santa Clara.

Após a Missa, as lideranças da Catedral estiveram reunidas com o bispo para um momento de confra-ternização e reflexão.

diácono Everaldo Antônio,chanceler do Bispado

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lages, uma cidade franciscana4 de outubro, dia de São Fran-

cisco de Assis. Por isso, os Francisca-nos e Franciscanas de Lages estão em festa. As três Ordens fundadas por São Francisco se fazem pre-sentes aqui na cidade de Lages. Isto é, os Frades Franciscanos da Primeira Ordem; as Irmãs Clarissas da Segunda Ordem; os Francisca-nos Leigos da Ordem Secular; as Irmãs Franciscanas Catequistas; e as Irmãs Franciscanas do Apostolado Paroquial, também filiadas à Ordem Terceira Regular.

A Fraternidade São José do Patrocínio aqui de Lages é com-posta por quatro freis: Frei Geraldo Freiberger é o guardião; Frei Gentil de Lima Branco é o pároco; Frei José Lino Lückmann e Frei Ervino Girardi são vigários paroquiais.

Frei Geraldo e Frei José Lino moram e atendem no Convento. Frei Gentil e Frei Ervino moram e atendem na Casa Paroquial da Paró-quia Nossa Senhora Aparecida (do Navio). Os quatro frades têm alguns momentos de oração e algumas refeições juntos durante a semana no Convento.

A Paróquia Nossa Senhora Aparecida atende a trinta e duas comunidades, inclusive no interior, abrangendo também o Município de Capão Alto, chegando até a divisa com o Rio Grande do Sul. As capelas mais distantes ficam na Coxilha Rica, chegando a 85 Km de distância. Nos fins de semana e eventualmente durante a semana, os freis do Convento ajudam os freis da Paróquia na celebração de Missas.

No Convento as Missas são diárias, às 17:30 horas durante a

semana e às 09h30 e 18h00 aos domingos. Na Matriz Nossa Senho-ra Aparecida, de terça a sábado há Missas às 19h00, e aos domingos, às 08h00 e 19h00.

Tanto no Convento como na Casa Paroquial, os freis atendem durante toda a semana: confissões, orientação espiritual, bênçãos etc... Igualmente atendem o Hospital Nossa Senhora dos Prazeres, cele-brando Missas três vezes por sema-na, e estão a serviço dos enfermos: confissões, unções e bênçãos.

Além dos Movimentos e pasto-rais da Paróquia, os frades assistem

a quatro Equipes de Nossa Senhora e também dão assistência à Ordem Franciscana Secular, bem como às Irmãs Clarissas.

Para celebrar dignamente a São Francisco, fez-se uma progra-mação. Além do Tríduo, o dia de São Francisco teve missas, bênçãos às pessoas, bênçãos aos animais, distribuição de mudas de plantas, etc..., adoração eucarística e bênção do Santíssimo.

Um lembrete ainda: a Paróquia Nossa Senhora Aparecida está em festa, completando neste ano 40 anos de fundação.

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“criança Feliz

2011”

“Criança Feliz 2011” é o nome de uma campanha promovida pelo Programa “Giro pelas Paróquias” (quintas-feiras na Rádio Imperial AM 1550) com parceria do ITF (Instituto Teológico Franciscano), da Paróquia do Sagrado Coração de Jesus e com o auxílio de muitos benfeitores da cidade serrana. Esta campanha arrecadou brinquedos para as crianças assistidas pelo Pro-jeto Social “Gente Viva”, com sede nas comunidades Oswaldo Cruz e Vila São José.

Para as crianças das comuni-dades Oswaldo Cruz e Vila São José, neste ensolarado 8 de outubro, o Dia da Criança foi antecipado e elas se alegraram com a festa, com brincadeiras, palhaços, lanche, refrigerante e um lindo presente para cada uma. Esta festa tornou-se possível graças a inúmeras pessoas de boa vontade, pessoas estas que no silêncio doaram presentes, re-

frigerantes, lanches. Juntos, o ITF, a Paróquia do Sagrado e a Rádio Imperial concretizaram esse evento.

O projeto “Gente viva” surgiu em 2005, a partir da atuação dos frades estudantes franciscanos no complexo que abrange a Comuni-dade Oswaldo Cruz e adjacências, como resposta à situação de violên-cia, pobreza e degradação social a que estavam submetidas as crian-ças e jovens daquela comunidade de Petrópolis. No início deste ano, este projeto assumiu também um espaço na Comunidade Vila São

José. No projeto “Gente Viva” são desenvolvidas oficinas de balé, ca-poeira, ginástica olímpica, ginástica localizada, judô, jazz, inglês e caratê. Além destas oficinas pontuais, há ainda a oficina “Coisas e Trecos”, que funciona diariamente, cujo objetivo é disponibilizar aos participantes o acesso a livros e brinquedos edu-cativos.

Segundo o coordenador do projeto, Frei Sandro Roberto da Costa, “o projeto Gente Viva deseja - através da construção e partilha de saberes, do esforço na vivência de valores franciscanos, humanos e cristãos, como o diálogo, a defesa de toda forma de vida, a promoção da paz, o respeito mútuo -, dar uma contribuição, por pequena que seja, para transformar aqueles que participam do Projeto em cidadãos e protagonistas de sua própria história”.

Frei osvaldo maffei

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sefras-sP celebra Francisco de Assis “Vamos precisar de todo mun-

do, um mais um é sempre mais que dois”, esta frase da Música Popular Brasileira de autoria de Beto Gue-des resume a experiência vivida no Sefras no dia 4 de outubro, dia dedicado à memória de Francisco de Assis.

Com mística, cantos, apresen-tações e churrasco, o Serviço Fran-ciscano de Solidariedade – Sefras proporcionou um ambiente de fraternidade entre os trabalhado-res, assim como regem os ideais franciscanos.

Vale ressaltar que este dia foi construído coletivamente com os serviços, e começou dias antes com a preparação no Fórum de For-mação e Articulação – quando se dividiram as tarefas e foi realizada pelo Frei José Alamiro de Andrade a reflexão sobre o Cântico das Cria-turas, a partir da dimensão social.

Com a equipe de trabalha-

idosos da casa de clara homenageiam as crianças do cica

Na semana de comemo-ração do Dia das Crianças, dois serviços do Sefras se articularam para preparar uma homenagem especial para as crianças da re-gião da Bela Vista. A integração aconteceu entre o Centro Infantil Clara de Assis, que foi convidado pelo Centro de Apoio e Convi-vência ao Idoso - Casa de Clara, a visitarem o serviço. O intuito foi promover um encontro entre

as gerações. A atividade aconteceu nas

vésperas do Dia das Crianças, 11 de outubro. Na programação houve “contação de histórias” e cantigas.

Foram muitas histórias e cantos que emocionaram os idosos e entusiasmaram as crianças. A homenagem da Casa de Clara também incluiu a distribuição de doces e balas.

dores da sede do Sefras, Frei José Francisco – diretor da instituição – explicou o contexto em que Francisco de Assis criou o Cântico das Criaturas e a importância da aplicação dele nos dias de hoje.

O dia de São Francisco acon-teceu no Salão da Paróquia de Santo Antônio do Pari, ao lado

da sede do Sefras, em São Paulo. Contou com cerca de 60 pessoas. Começou com um delicioso café da manhã. Cada serviço trouxe em forma de apresentação lúdica, com gestos, cantos, jogral e audiovisual, a compreensão que teve sobre o Cântico das Criaturas na atualidade e vivenciado nos serviços.

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i Fórum dos serviços com os idososDepois do bem-sucedido Fó-

rum dos Serviços na área da Infân-cia e Adolescência que já vai para o 4º ano, o Serviço Franciscano de So-lidariedade – Sefras promoveu, nos dias 13 e 14 de outubro, o I Fórum dos Serviços com os Idosos. Diante da consolidação do trabalho social com a pessoa idosa na instituição e, também, a realidade do país que aponta para o crescente envelheci-mento, durante a Assembleia Geral do Sefras, neste ano, a instituição definiu a realização e a necessida-de de um fórum dos serviços que trabalham com os idosos.

O I Fórum contou com a pre-sença de 21 pessoas representan-tes do Centro de Convivência do Idoso Casa de Clara - São Paulo/SP, do Sefras - Guaratinguetá/SP, do Projeto Andorinha - São Sebastião/SP e do Centro Social - Curitiba/PR. A proposta do Fórum foi cons-truir diretrizes para a atuação dos serviços nesta área e, além disso, se constituir como um espaço de partilha de experiências e de co-nhecimentos.

Na abertura do encontro, o diretor do Sefras, Frei José Francis-co de Cássia dos Santos retomou a experiência do Fórum da Criança e do Adolescente, já que ele foi a experiência que motivou o dos idosos. Lembrou que os frades que conviviam com São Francisco, partiam em missão, mas, de tem-pos em tempos, se reuniam para conviver e partilhar. De acordo com Frei José, estar juntos, era motivo de alegria. “Os Fóruns são espaços de estudo, de partilha e de fortale-cimento para voltar aos trabalhos”, considerou.

sEFrAs

sefras Porciúncula realiza a v Ação social na comunidade

Realizado no salão da Paró-quia Porciúncula de Sant’Ana, no dia 08 de outubro de 2011, o Sefras Porciúncula, localizado em Niterói, RJ, promoveu a V Ação Social com comunidade. Compareceram 110 pessoas.

Os participantes tiveram acesso a vários serviços, entre eles: higiene bucal, massoterapia, limpeza de pele, além do atendi-mento que o Sefras Porciúncula já oferece semanalmente, como: atendimento sócio-jurídico e aferi-

ção de pressão arterial, e aprovei-tou-se o espaço para a exposição do material confeccionado pelas usuárias na oficina de artesanato.

O evento foi finalizado com uma belíssima apresentação do coral de idosos da “Casa Convívio”, instituição franciscana, localizada em Niterói, conhecida como casa--dia, que atende pessoas idosas oferecendo várias atividades. Eles cantaram músicas populares bra-sileiras e apresentaram número de dança.

ouvidoria comunitária é reinstalada para facilitar o acesso e atendimento à População de rua “Quem vai à Prefeitura é ouvi-

do? Você vai à Polícia e é ouvido? Você vai à Igreja, na Catedral, você é ouvido?” Essas perguntas foram direcionadas aos participantes do Centro Franciscano de Reinserção Social, pelo representante da As-sociação Rede Rua, Alderon Costa, por ocasião da reinstalação da Ou-

vidoria Comunitária do Povo da Rua, da Clínica de Direitos Huma-nos Luiz Gama, da Faculdade de Direito da USP. A reinauguração da Ouvidoria aconteceu no dia 3 de outubro, durante o tradicional “Chá do Padre”, oferecido às pes-soas em situação de rua do Centro de São Paulo.

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Projeto participa do círio de nazaréO “Projeto Franciscanos pela

Eliminação da Hanseníase” vem, há algum tempo, conseguindo participar do calendário das grandes festas reli-giosas nacionais. Desta vez, fizemos a estreia no Círio de Nazaré.

Essa é uma estratégia importan-te, uma vez que milhares, no caso de Belém, milhões de pessoas participam dos eventos e a informação sobre a hanseníase pode ser levada a muita gente. Já no dia 7/10, aconteceu no “Convento Nossa Senhora Rainha da Paz”, com todo o acolhimento do Frei Hermano e do Frei Juvenal, uma reunião com nove coordenadores da Ordem Franciscana Secular, entre eles, o Ministro Nacional, Sr. Antônio Bene-dito, e a Ministra Regional, Sra. Marúcia Conte, que se dispuseram a arregimen-tar os irmãos da Ordem para ajudar na distribuição de fôlderes durante as romarias e procissões. Foram definidos três pontos chaves por onde as procis-sões circulariam: no início, na Catedral; no meio, na Av. Presidente Vargas e na chegada, próximo à Praça da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré.

O reitor do santuário, Padre Ra-mos, permitiu que os fôlderes fossem entregues pelos voluntários da Basílica de Nossa Senhora de Nazaré e o Sr. Antônio Benedito disse que se en-carregaria de que o material também chegasse à Catedral e que, depois da festa, seria distribuído também nos colégios, nas missões, e que os cartazes seriam afixados nos murais de todas as paróquias de Belém. Ele ainda apontou para a continuidade do projeto em ca-ráter permanente após a festa do Círio.

Ao todo, foram distribuídos 48.000 fôlderes e 300 cartazes, pouco para as dimensões da festa, mas já uma boa ajuda .

HAnsEníAsE

coordenador fala aos paraensesO Coordenador Provincial

do “Projeto Franciscanos pela Eliminação da Hanseníase”, Frei Miguel da Cruz, além da extensa agenda de participação nos dias da festa auxiliando na Basílica de Nossa Senhora de Nazaré, tam-bém concedeu duas entrevistas à “Rádio Nazaré”, oportunidade em que pôde falar sobre o projeto e sobre a necessidade de divulgar informações sobre a hanseníase

no norte do país: “Nós sabemos da grande necessidade de falar sobre a Hanseníase, sobretudo, na região amazônica. Os estados do norte têm muitos casos diagnosti-cados e é preciso que se divulgue ainda mais para que outros sejam descobertos, recebam o trata-mento e evitem problemas de incapacidades físicas no futuro”, explicou.

Aguinaldo campos

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EvangelizaçãonoTíciAs do colÉGio Bom JEsus

colÉGio Bom JEsus no EnconTro nAcionAl do ProGrAmA dAs Esco-lAs AssociAdAs à unEs-co (PEA) O XVII Encontro Nacional do

PEA aconteceu nos dias 5, 6 e 7 de outubro, em Fortaleza, Ceará. As discussões convergiram para a qualidade técnica educacional, o peso político-institucional, a cultura e a arte.

Estiveram representando a Associação Franciscana de Ensino Senhor Bom Jesus, os professores Pedro José Gardim e Solange Inês Dorocinski, apresentando e di-vulgando registros de atividades educacionais desenvolvidas pelos nossos alunos, relacionadas aos temas relevantes que norteiam o Ano Internacional das Florestas e da Química – 2011. Também tive-ram a oportunidade de já tomar conhecimento a respeito dos temas de 2012: o Ano Internacional das Cooperativas, bem como o Ano In-ternacional da Energia Sustentável para Todos.

JuBilEu do EsPíriTo dE AssisConsta que foi no dia 27 de

outubro 1986, em pleno Ano Inter-nacional da Paz, quando na cidade de Assis, Itália, as lideranças das principais religiões do mundo se encontraram para refletir, conviver fraternalmente e rezar pela Paz, a convite de João Paulo II. Um mo-

mento único na história da huma-nidade e na história das Religiões.

O que foi proposto em relação ao Jubileu de Assis e ainda está sen-do desenvolvido?

AulAs dE Ensino rEliGiosoConsiderando que os objetivos

da atual proposta de Ensino Reli-gioso do Colégio Bom Jesus encon-tram-se em sintonia com o Espírito de Assis e com a promoção de uma convivência fraterna e pacífica entre os diversos, foram e continuam sen-do desenvolvidas várias sugestões de atividades educacionais.

Os professores foram orienta-dos a promover durante o semestre letivo atividades tais como:

>> Um minuto de silêncio pela paz, precedido de apresentação de uma canção interpretada pelos alunos sobre a paz.

>> Visita a outras turmas de alunos do Colégio, cantando um refrão sobre a paz e encerrando com a saudação de paz e bem.

>> Disponibilização de um oratório em cada Unidade do Co-légio Bom Jesus no qual os alunos, pais, professores, funcionários pos-sam, antes do início das aulas, para rezar pela paz.

>> Produção de mosaicos, dobraduras, poesias, cartazes, dese-nhos e acrósticos sobre a paz.

Para os alunos do quinto ao nono ano do Ensino Fundamental, sugeriu-se aos professores de Ensi-no Religioso que, a cada início das aulas, lessem ou contassem a histó-ria de Francisco de Assis, a partir do livro de Lidiane Carneiro, “Francisco menino: uma adaptação do conto de Hermann Hesse”.

mEsA rEdondA dE diÁloGo inTEr-rEliGiosoUma mesa redonda com re-

presentantes de diversas tradições religiosas, no dia 19 de agosto últi-mo, foi outro evento que se realizou em comemoração ao Jubileu do Espírito de Assis.

Marcaram presença Márcio da Cruz, representante da Doutrina Espírita, Cezar Brandt, da Umbanda, Fabiano Batista Ribeiro, do Cristia-nismo Evangélico, Antonio Carlos Coelho e Paulo Berman, do Juda-ísmo, Gamal Fouad El Oumari do Islamismo e um frade franciscano, representando o Cristianismo.

PEçA TEATrAl “FrAncisco dE Assis”A apresentação da Peça “Fran-

cisco de Assis”, às 19 horas, do dia 8 de outubro pelo Grupo Tau de Curitiba no Teatro Bom Jesus também fez parte dos objetivos de celebração do Jubileu de Assis.

o ProJETo BullyinG nAs AulAs dE inGlêsDesde o início do mês de

outubro, os alunos da 8.ª série do

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Bom Jesus Água Verde estiveram estudando e tomando conhecimen-to sobre o tema bullying no espaço escolar.

ProJETo virTudEs (visiTA Ao Asilo sAnTA clArA)No final de setembro, os alunos

da 8.ª série do Bom Jesus Internacio-nal estiveram realizando uma visita ao Asilo Santa Clara, com o objetivo de perceber a importância da vir-tude da solidariedade, da atenção

Evangelização e do carinho fraterno junto a pes-soas idosas, destituídas do amor dos familiares e da sociedade. Em troca, receberam das pessoas idosas ensinamentos importantes para a vida. Como prova de gratidão, os referidos alunos pretendem, nos próximos dias, organizar uma cam-panha de alimentos e vestuários a serem entregues nesse Asilo.

Bênção dos AnimAis Em várias Unidades do Colégio

Bom Jesus foram realizadas bênçãos dos animais por ocasião do dia de São Francisco.

Prêmio PElA Produção dE vídEo dE AnimAção soBrE A cF2011Dois alunos do Colégio Bom

Jesus Canarinhos de Petrópolis, Nicholas Balanda e Lucas Castro (terceiro ano de Ensino Médio) ganharam o primeiro lugar no 1º Festival de Animação da CEPTI (LNCC).

O f i lme tem duração de não mais que um minuto, com o tema: Água e a sua importância para nosso planeta. O referido filme está postado no YouTu-be - http://www.youtube.com/watch?v=zXZ2a6bhj88.

A produção do vídeo decor-reu dos encaminhamentos peda-gógicos em sala de aula a partir do estudo do tema da Campanha da Fraternidade de 2011: “Fraternida-de e a vida no planeta”.

Na solenidade de São Fran-cisco de Assis, 4 de outubro, o PVF apresentou o novo site do Pró-Vocações e Missões Fran-ciscanas: www.pvf.com.br. Não deixe de navegar e conhecer esse trabalho ligado à Provín-cia Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, com sede em São Paulo. Há algum tempo, percebemos a necessidade de criarmos um novo site que apre-sentasse aos benfeitores e amigos o trabalho desenvolvido pelo PVF. Frei Alvaci mendes da luz

PvF realiza campanha no estado do rJ

Neste mês das missões foi árduo o trabalho do Pró-Vocações e Missões Franciscanas. Fizemos reuniões com os paroquianos de Nilópolis nos dias 08 e 09, na Paróquia Nossa Senhora da Con-ceição; em Niterói nos dias 15 e 16, na Porciúncula de Santana, e finalizamos o mês das missões no dia 18 ,no Convento Santo Antô-

nio no Rio de Janeiro.Só temos a agradecer, seja

aos frades que nos acolheram, seja ao povo de Deus que ouviu os nossos apelos e acreditou que tudo pode ser diferente quando abrimos o nosso coração para o projeto do Reino de Deus e par-tilharmos do pouco que temos.

Frei Edvaldo Batista soares

Pró-vocações estreia o novo site

Frei claudino Gilz

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Evangelização

canarinhos conquistam a Europa mais uma vezAs vozes angelicais mais famo-

sas do país, os Canarinhos de Petrópo-lis, brilharam durante 15 dias de turnê à Europa, chegando a receber do público cinco calorosos minutos de aplausos ininterruptos. Os meninos apresentaram-se em oito concertos e duas missas em cidades da Alemanha, Áustria e República Tcheca. Na cidade de Bonn, na Alemanha, os Canarinhos contaram com a participação do Frei Estêvão Ottenbreit, vigário provincial da Província da Imaculada Conceição no Brasil.

Ele fez a apresentação do con-certo com repertório misto, entre peças sacras e do folclore. Em Vie-na, na Áustria, o responsável pela organização do concerto foi o Frei Ulrich Zankanella, e o repertório foi dedicado à música sacra. Ambas apre-sentações foram intermediadas pela Missionszentrale der Franziskaner. Segundo o maestro Marco Aurélio Lischt, regente dos Canarinhos e dire-tor artístico do Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis--IMCP, a turnê superou as expectativas, já que o can-saço jamais atrapalhou a perfomance do coro, muito elogiado inclusive pela crítica musical na Alemanha. Lischt destaca ainda a reação favorável do público europeu, muito caloroso em cada apresentação, surpreso com o tipo de repertório bastante diferente dos demais coros. Os Canarinhos leva-ram nesta sétima turnê internacional a música erudita produzida no Brasil entre os séculos XIX e XXI. O coro foi recebido também na Embaixada do Brasil na Áustria e fez uma apre-sentação especial para convidados, com imprensa, músicos, diplomatas, agentes musicais e outras autorida-des. Os meninos encantaram a todos,

em especial o embaixador Júlio César Zellner, que ficou impressionado com a qualidade do trabalho musical e gratificado com a visita.

Integraram a equipe do IMCP que acompanhou o coral: o maestro Lischt; o organista acompanhador Ramon Theobald; o produtor artís-tico Marcelo Vieira; a solista Claudia Vianna; Leonardo Randolfo, Leandro Lopes e Jorge Martins, gestor do Bom Jesus, como acompanhantes. Para a realização desta turnê os Canarinhos

contaram com o patrocínio da Rede Bom Jesus e da Hamburg Süd; além do apoio do CMDCA—Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, da Prefeitura de Petró-polis através da Fundação de Cultura e Turismo, da Diocese de Petrópolis, da Missionszentrale der Franziskaner, do Jornal Tribuna de Petrópolis e da Intertv (afiliada da Rede Globo na região serrana do Estado do Rio de Janeiro).

marilízia de Azevedo

mEninAs comEmorAm 23 AnosO Coral das Meninas dos Ca-

narinhos de Petrópolis apresentou no dia 21 de outubro, às 20h, na Igreja do Sagrado Coração de Je-sus, o Concerto de Aniversário dos seus 23 anos. O maestro Marcelo Vizani promoveu um programa especial, com obras de composi-tores como Randall Thompson, Felix Mendelssohn, Franz Schubert e outros.

O Coral das Meninas dos Ca-narinhos foi fundado em 1988 por Frei José Luiz Prim e pertence ao

Instituto dos Meninos Cantores de Petrópolis--IMCP. Regido durante dez anos pela professora Sylvia Muniz e pelo Maestro Gilberto Bittencourt, em 1998 passou à re-gência do Maestro Marcelo Vizani, que deu continuidade ao trabalho de formação musical de alta quali-dade de meninas e adolescentes, acrescentando um repertório litúrgico. Atualmente o coral conta com 48 cantoras, com idades entre 9 e 18 anos, que desfrutam de uma formação musical de excelência.

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Frei José Führ escreve da missão Tiriyós

meus caros confrades! Quando meus conterrâneos

migraram da Alemanha para povo-ar Petrópolis, disse um Padre duma vilazinha a eles: “Me escrevam só depois de um ano que vocês esti-verem no Brasil”.

Assim, eu também esperei um bom ano para escrever algo sobre a Missão Tiriyós, que fica perto da divisa com o Suriname.

O Documento de Aparecida, com seu chamado à Missão Conti-nental, me encorajou muito a dar este passo. Eu estava num Revigo-ramento em Rondinha.

O Frei Augusto procurava voluntários para Angola e o Frei Vitório, para a Amazônia. Aí me coloquei à disposição deles, dizen-do: “Podem me mandar para onde quiserem”.

Porém, quando disse que, como seminarista, em Petrópolis, já tinha feito um estágio entre os Tiriyós, me responderam: “Você, então, é candidato para lá”. Esperei um ano e meio até que se concre-tizasse esse meu desejo.

Encontrei aqui uma comuni-dade franciscana de três frades: um irmão que é carpinteiro, eletricista e mecânico de mão cheia; um ou-tro que fez os índios aprenderem a criar búfalos e peixes, e também os ensina a plantar jerimum, ma-caxeira, cana etc...

E um frei que é padre, que ficou apenas 2 meses e depois foi para cidade se tratar de doenças e até hoje não voltou. O mais novo deles tem 75 anos e os outros dois, 77.

Evangelização

A nossa missão pertence aos índios tiriyós, kaxuyanas e xikianos. Eles vivem em 22 aldeias espalhadas no Parque de Tmucu-maque. Umas 12 ficam à distância de até 30 km e as outras 10 numa distância de 100 até 200 km daqui.

Para cá se chega só de avião, pois os nossos rios têm tantas cas-catas que não dá para chegar pelo rio Trombetas.

Um dia um cacique me pediu: “Frei, meu povo são 89 pessoas, todos cristãos, porém as nossas crianças não são batizadas, os casamentos dos nossos jovens não são abençoados e ninguém celebra conosco. Venha conosco!”

Pouco depois, outro chefe duma aldeia me fez um pedido semelhante.

São aldeias novas que foram fundadas nos últimos anos, pois o número dos índios está aumen-tando e outros estão voltando do Suriname.

Começou a preparação para a viagem. Frei Paulo e alguns índios foram juntos, de barco com motor a popa. Visitamos 4 aldeias. Numa o pastor-cacique já tinha “tudo” feito.

Nas outras 3 aldeias, fiz 4 ca-samentos, preparei outros 3 para uma outra visita, batizei 28 crian-ças e dei um curso para futuros Ministros da Palavra e Catequistas. Este curso durou 5 dias e tinha 14 participantes das 3 aldeias.

O Frei Paulo me ajudou nas celebrações e, quando tinha um tempo livre, pescava para que ti-véssemos bastante comida.

Gastamos nesta viagem mais de 100 litros de gasolina. Foi uma viagem dura, muito exigente, porém me deixou muito feliz, pois com o Frei Paulo era possível evangelizar onde ninguém havia ido. Um lugar certo para um frade menor. Neste ano consegui uma corona e visitei, com um índio que me serviu de tradutor, a mesma aldeia.

Demos a continuação do curso para Ministros da Palavra e Catequistas. Desta vez, o curso era de 6 dias e tinha 16 participantes; batizei 7 crianças.

Em novembro, se Deus qui-ser, vamos fazer outra viagem missionária de 2 semanas... Aqui na Missão, um grupo fez a 1ª Co-munhão e, no dia seguinte, houve 5 casamentos.

Um dos casais já estava há 17 anos juntos. Começamos com o primeiro grupo de Crisma... O nosso bispo, Dom Bernardo Bahl-mann, prometeu mandar irmãs. Aí a vida vai florescer mais ainda.

Estamos semeando a Palavra de Deus. Precisamos ainda de muitos que nos ajudem, ao menos pelas suas preces. Posso contar com vocês? Muito obrigado, um grande abraço!

Frei José Führ

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FIMDA

Espírito santo em são lucasNeste mês das Missões, a

Paróquia de São Lucas do Palan-ca, sob a assistência dos frades da Fundação, está em festa. Tudo porque alguns jovens aceitaram continuar a missão dos Apóstolos de levar a Palavra do Senhor por meio da evangelização e com ajuda do Espírito Santo.

A Missa da Crisma foi presi-dida pelo Bispo Auxiliar de Arqui-diocese de Luanda, Dom Anastasio Cahango, e concelebrada por Frei Sebastião Kremer, paróco da co-munidade São Lucas, Frei Vitalino Piaia e pelos padres diocesanos Helder e o Chanceler da mesma Arquidiocese de Luanda António (Tony). Para além dos pais, padri-nhos e a comunidade de S. Lucas, também estavam presentes Frei Urley, Frei Alex, Frei Tchincololo e Frei Gaudêncio.

Nesta celebração foram cris-mados 334 adolescentes e jovens das Comunidades de São Marcos, Santa Catarina, São José, Santa Teresa, Santa Mãe de Deus e São Francisco de Assis, pertencentes

à Paróquia de São Lucas, Palanca. O Quimbo São Francisco estava abençoado com o poder do Es-pirito Santo, pois notava-se nos brilhos dos olhos a alegria verda-deira que pairava em cada um dos rostos daquelas pessoas.

“Assim como o Pai me enviou, eu também vos envio...”, foi o tema central da celebração, no qual o Chanceler da Arquidiocese de Lu-

anda, Padre Tony se baseou para chamar atenção de toda a comuni-dade, considerando o verdadeiro significado do Sacramento da Confirmação – Crisma: “Devem ser soldados, testemunhas de Cristo em qualquer lugar. Têm o dever de defender esta fé no meio da instabilidade que pode acontecer”.

A cor branca dava uma luz resplandecente de pureza e paz no Quimbo São Francisco, quando aqueles candidatos recebiam o óleo do crisma. Na emoção incon-trolável, não faltaram os abraços, choros e danças.

Numa das conversas que tive com um dos candidatos, ele disse--me: “Agora me sinto verdadeiro Apóstolo e estou pronto para levar a missão que Deus me confiou”.

Que neste mês das missões, tenhamos consciência daquilo que o Senhor nos confiou e pos-samos levar com responsabilidade a sua Palavra e o seu testemunho àqueles que ainda não a conhe-cem.

Frei Gaudêncio c. c. numa

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capitulares e Fraternidade nacional da oFs em Aparecida

Um dia de celebrações e partilha. Foi assim que, bem cedo, caravanas das fraternidades da Ordem Francis-cana Secular de todo o Brasil seguiram para Aparecida, onde teve início, às 10 horas, um encontro histórico que reuniu a Fraternidade Internacional (112 países), a Fraternidade Nacional da OFS e a Juventude Franciscana do Brasil (Jufra). O evento marcou pelo encontro dos irmãos e irmãs da OFS do Brasil com a Ministra Geral da OFS, Encarnación del Pozo, e os representantes de 112 fraternidades de todo mundo presentes no Capí-tulo Geral da OFS, que teve início no dia 22 com uma celebração presidida pelo Cardeal Dom Odilo Scherer. Ao meio-dia, todos se dirigiram para a Basílica, onde participaram de Missa de Ação de Graças, presidida pelo ex--Provincial da Imaculada Conceição, D. Caetano Ferrari, bispo de Bauru. À tarde, cada fraternidade retornou para suas casas e os capitulares fizeram mais um encontro, desta vez com as Irmãs Clarissas, na Fazenda Esperança, Guaratinguetá, celebrando os 800 anos de fundação da Segunda Ordem.

Como disse Amando Trujillo, presidente da Conferência dos As-

sistentes Espirituais Gerais da OFS e da Jufra, os capitulares saíram mais fortalecidos de Aparecida e Guara-tinguetá para trabalhar “arduamente no Capítulo”, até o dia 29, data do seu encerramento. “Parabenizamos a todos por esse testemunho de vida cristã e franciscana nesta manhã e nos animamos a perseverar e a crescer na resposta de fé, pois o povo de Deus espera muito da família franciscana, porque muito temos recebido do Senhor. Voltaremos mais fortes para o Capítulo”, disse.

O encontro foi marcado pela expressiva presença da Primeira Or-dem. Frades Menores, Capuchinhos e Conventuais se juntaram aos irmãos e irmãs da OFS e aos jovens da Jufra para celebrar este momento. Entre eles, os assistentes do Brasil, Frei Almir Guimarães, da OFS, e Frei Miguel da Cruz, da Jufra. Já Frei Alberto Beckhäu-ser, que durante 20 anos acompanhou a OFS, estava feliz de ver tantos irmãos da Primeira Ordem reunidos com a Terceira Ordem. O franciscano Dom Caetano presidiu a celebração e teve como concelebrantes os bispos Dom Fernando Mazon, de Piracicaba, e Dom João Mamede, de Umuarama

(PR). Mas como ninguém é de ferro, o alimento material veio de forma muito fraterna e acolhedora do Semi-nário Frei Galvão, em Guaratinguetá. O guardião Frei Daniel Dellandrea mobilizou uma equipe de religiosas, seminaristas e funcionários para ofe-recer um grande almoço a mais de 200 pessoas.

A minisTrA GErAlComo era de se esperar, a Mi-

nistra Geral, a espanhola Encarnación del Pozo, foi ovacionada na chegada ao anfiteatro em frente à Basílica de Aparecida. Esta é a terceira vez que vem ao Brasil, mas foi a primeira vez que pisou no solo brasileiro para presidir um Capítulo Geral da OFS. A representante dos países de língua portuguesa no Conselho Internacio-nal da OFS, Maria Aparecida Crepaldi, fez as apresentações dos conselheiros internacionais e da Ministra Geral e o ministro nacional da OFS, Antonio Benedito de Jesus da Silva Bitencourt, acolheu a todos e agradeceu pela res-posta das fraternidades ao chamado de estarem presentes em Aparecida.

Encarnación foi reeleita para pre-sidência do Conselho Internacional da OFS em 2008. Para ela, este encontro

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foi “um momento de graça que o Senhor nos ofereceu para trocarmos gestos de verdadeiro amor fraternal, para orarmos juntos e compartilhar-mos este momento transcendente de nossa vida cristã e franciscana: a Eucaristia”.

Para a Ministra Geral, a expec-tativa diante do Capítulo Geral que se inicia é de “uma comunhão fra-terna para nos responsabilizarmos da missão que primeiro temos de nos evangelizar para depois ajudar a evangelizar nossos irmãos e irmãs em todo o mundo”. Encarnación se referia ao tema central do Capítulo: “Evangelizados para Evangelizar”. “Esse tema pede que todos devemos buscar uma conversão verdadeira ao Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo. É importante tomar este aspec-to de nossa vida com muita seriedade, com o coração apaixonado pelo Evan-gelho e por Nosso Senhor, para que possamos ser para o mundo como um grão de mostarda que se torna uma grande árvore; ser luz para o mundo; ser sal para dar sabor à sociedade de nosso tempo”.

Segundo a Ministra Geral, a OFS precisa ser uma presença profética, assim como a Jufra. “Para que nós não estejamos satisfeitos com nossas atitudes, com nossas obras, porque sempre é possível dar um passo adiante. Um passo que rompa com nosso imobilismo. Devemos estar em movimento contínuo, como nossa

Mãe. Ser profeta é estar sempre em movimento”, admoestou.

Para ela, as ferramentas que os franciscanos (as) seculares têm em suas mãos para difundir o Reino de Deus são simples. “A fé e o amor, a renúncia, a misericórdia a todas as pessoas que estão próximas, a con-versão, o respeito mútuo, a aceitação à diversidade, a correção fraterna, o desempenho verdadeiramente apai-xonado por nossas obrigações. Tudo isso acrescido de alegria e entusiasmo, como é próprio do nosso ser francis-cano”, acrescentou.

E completou citando Francisco de Assis e Santa Clara como “exemplos luminosos” para guiar os franciscanos seculares no caminho até Nosso Pai. “Eles são modelos e mestres para nos preparar e nos lançar com conversão a uma ação decidida pelo Evangelho”, completou.

Segundo Encarnación, a OFS

tem hoje no mundo cerca de 300 mil membros, e vive uma situação con-trastante: na Europa está em crise e no sudeste asiático, especialmente na África, cresce a passos largos. “É uma transformação muito intensa, mas temos que ser prudentes e levar em conta essas culturas”, observou.

o FrAnciscAno d. cAETAnoD. Caetano lembrou que, a

exemplo de Francisco de Assis, os Capítulares buscaram a intercessão da Mãe de Deus para o bom êxito do Capítulo. “Com Maria, queremos entrar em comunhão convosco para o sucesso do Capítulo Geral. Tenho a alegria de ser portador da CNBB, e seu presidente Dom Raymundo Da-masceno, arcebispo de Aparecida e terceiro franciscano desde os tempos do Seminário que fez em Mariana, e também de seu vice-presidente, Dom José Belizário, arcebispo de São Luís,

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FFBe de seu secretário geral, Dom Leo-nardo Steiner, também franciscanos. Em nome deste episcopado, trago as palavras de boas vindas a Aparecida”, informou.

Na sua homilia, falou do amor, o mandamento maior do Evangelho deste domingo. “Refletindo, eu vos pergunto: Não está aqui o essencial da vida cristã? O amor a Deus e ao próximo, preferencialmente aos po-bres? Não é este o segredo e o legado de São Francisco e Santa Clara? Não nos mostraram eles que o Amor não era Amado? Seja em relação a Deus e aos pobres e que a Igreja precisava ser reconstruída por dentro, no fundo, no amor, para ser a casa acolhedora de todos homens e mulheres? Atua-lizando às nossas necessidades, não é este o apelo num mundo contrastante e paradoxal em que vivemos, sem Deus, secular, ateu entre as classes superiores desta sociedade e de uma profunda interioridade religiosa entre as classes inferiores, dos pobres e abandonados, que se deixam seduzir por falsos profetas nesta grande feira de igrejas e religiões, ao menos na América Latina?”.

D. Caetano citou João Paulo II para lembrar a frase que se tornou histórica quando esteve no Monte Alverne: “Francisco, o mundo precisa de Ti”. E o bispo de Bauru perguntou: “Não estamos precisando de Fran-cisco? Precisamos, então, hoje, dos franciscanos e franciscanas para nos ajudar a amar a Deus e ao próximo e, com amor preferencial aos pobres, para nos auxiliarem a vivermos em comunhão e multiplicarmos peque-nas comunidades de vida e oração entre as nossas extensas e populosas comunidades eclesiais e a ser Igreja evangelizadora e missionária ao serviço da vida plena para todos”, completou.

A PrEsEnçA dA JuFrAO secretário nacional da Jufra,

Alex Batos, deu sua mensagem aos capitulares e falou da alegria em recebê-los para um Capítulo Geral que se realiza na América Latina. Fa-lou da grande expectativa que cerca os jovens, com os preparativos para a Jornada Mundial da Juventude, em 2013, e com a celebração dos 40

anos da Jufra do Brasil, de 28 a 30, em Aparecida. “De norte a sul, neste país, tem uma juventude franciscana que vibra, que se alegra, que não é o futuro da OFS, de vocês, mas é presença na vida da OFS”, enfatizou, convidando os capitulares para conhecer “a nossa terra e o nosso povo, que tanto ama Francisco e Clara”.

moacir Beggo

oFs-duque de caxias: 51 anosA Semana Franciscana de

Duque de Caxias (RJ) celebrou dia 3/10, em grande festa, os 51 anos de vida fraterna da Fraternidade Franciscana Santo Antônio (OFS). A festa foi abrilhantada pela cele-bração, ao entardecer, do Trânsito de São Francisco, no qual os irmãos fizeram com grande devoção a memória da passagem do Seráfico Pai para a glória celeste.

A Fraternidade Santo Antônio foi erigida canonicamente em 03 de outubro de 1960, autorizada por Dom Manoel Pedro da Cunha Cintra, bispo da Diocese de Petró-polis, conforme licença assinada em 17 de setembro de 1960 pelo Monsenhor Gentil Costa, Secre-tário do Bispado, pois na época, a Cidade de Duque de Caxias pertencia à Diocese de Petrópolis. No dia 02 de outubro de 1960, Frei

Matheus Hoepers, que exercia o cargo de Comissário Provincial da Província da Imaculada Concei-ção do Brasil, redigiu de próprio punho o termo de ereção canô-nica da Fraternidade da Ordem Terceira em Duque de Caxias, “sob a invocação e patrocínio de Santo Antônio, estando presentes como testemunhas o R. Padre Superior e Vigário Frei Teodoro Zimmermann e o R. Padre Diretor Frei Urbano Monteiro”.

cláudio santos

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Notícias e Informações

departamento de Bens culturais da Província participa do Projeto de inventário da Arte sacra Fluminense

O Projeto é coordenado pelo Ins-tituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), órgão da Secretaria de Cultura do Estado do Rio de Janeiro, e é patrocina-do pelo Sesc Rio e apoiado pelo Mosteiro de São Bento e da Província Franciscana.

O projeto de inventário da arte sacra inaugura um novo capítulo na política fluminense de preservação de obras de arte sacra. De acordo com os especialistas, o trabalho de inventariação e catalogação são de grande importância tanto para a democratização do acesso aos bens culturais, como também servem para estimular os proprietários e a população em geral a empreender ações zelosas em defesa do patrimônio histórico, artístico e cultural. Para produzir a publicação de dois catálogos, foram visitados 28 mu-nicípios das regiões Norte, Noroeste e das Baixadas Litorâneas. Os profissionais registraram mais de mil objetos em sete meses de trabalho.

O inventário foi coordenado pelo museólogo Rafael Azevedo, diretor do Departamento de Apoio a Projetos de Preservação Cultural do Inepac, e teve a consultoria de dois especialistas religio-

sos: o museólogo frei Róger Brunorio, OFM, e o historiador da arte dom Mauro Fragoso, OSB. A publicação incluiu apro-ximadamente 700 fotografias dos objetos das três regiões pesquisadas.

Os objetos são classificados em es-cultura sacra, objetos de culto, mobiliário, elementos arquitetônicos, entre outras. Cento e quinze monumentos, incluindo igrejas, capelas, fazendas e museus, tive-ram suas coleções inventariadas e cata-logadas, que serviram de inspiração para três artigos inéditos, incluídos no primeiro volume da obra, e um desses artigos é de autoria de Frei Róger. Do pesquisador franciscano também são muitas fotos publicadas. O projeto não terminou com a publicação.

O objetivo é inventariar todo o Esta-do do Rio de Janeiro até 2014. Atualmente a equipe está inventariando a cidade de Petrópolis, e em seguida prosseguirá o trabalho nas outras cidades serranas. De-pois será a vez do Centro-Sul e do Médio Paraíba, e, por fim, serão inventariadas as regiões da Costa Verde e Região Metro-politana. Após a finalização dos trabalhos serão publicados os catálogos de cada

região do Estado. Na noite do dia 29, no Parque Lage, foram lançados os dois livros que impressionaram os convidados dada a sua beleza e conteúdo. Estiveram pre-sentes no evento de lançamento autori-dades, patrocinador, profissionais ligados à arte, museólogos entre muitos outros convidados. Do convento franciscano estiveram Frei Ivo Müller e Frei Otávio Ferreira. Além da publicação, o trabalho pode ser consultado através do portal: www.artesacrafluminense.rj.gov.br

Ainda no âmbito da política estadu-al, aconteceu nos dias 28 e 29 de setem-bro, na sede do Iphan-RJ, em parceria com o Inepac, o I Seminário Estadual para a Preservação de Bens Móveis e Integrados, com a finalidade de promover o debate e a formulação de uma política específica para a identificação, catalogação e conser-vação dos acervos presentes no Estado do Rio de Janeiro. Para a abertura Frei Róger foi convidado a apresentar a conferência intitulada: Bens Móveis e Integrados - caracterização, inventário e pesquisa. Em cerca de uma hora, o franciscano falou com autoridade demostrando a todos um profundo conhecimento sobre o assunto.

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Folhinha do sagrado coração de Jesus no

FacebookUm dos mais tradicionais ca-

lendários do Brasil está agora pre-sente na rede social virtual que atinge milhões de pessoas no Brasil e no mundo. Se você está no Face-book, poderá agora visitar a página da Folhinha do Sagrado Coração de Jesus.

Curta a Folhinha nessa nova maneira de se comunicar e saiba das novidades que serão lá divul-gadas: história e curiosidades da Folhinha, pensamentos, mensagens e lançamentos! No Facebook faça a “procura” por: Folhinha do Sagrado Coração de Jesus ou então clique no link e “curta”: www.facebook.com/

Notícias e Informações

pages/Folhinha-do-Sagrado-Cora-ção-de-Jesus/129540317148204

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lAnçAmEnTos voZEs:FolHinHA do sAGrAdo

corAção dE JEsus 2012 - LIVRO DE BOLSO: Traz os mesmos textos da “Folhinha do Sagrado Coração de Jesus”, porém, com adaptações necessárias ao formato. Nesta sua “versão bolso” passa agora a ser por-

tátil. No formato de livro é possível lê-la em qualquer lugar.

AGEndA do sAGrAdo do corAção dE JEsus 2012: Todo o conteúdo da “Folhinha do Sagra-do Coração de Jesus” em forma de agenda com espiral, para poder levá-la a qualquer lugar, participar de reuniões e anotar seus compro-missos. Apresenta-se em duas op-ções de capa: com e sem a imagem do Sagrado Coração de Jesus.

Frei Edrian Josué Pasini

mArlEnE diAs do nAscimEnTo*13/10/1954 + 10/10/2011 Minha mãe, Marlene Dias do

Nascimento, nasceu no dia 13 de outubro de 1954, mineira de São Lourenço. Casada com Afonso Ro-drigues do Nascimento (34 anos de matrimônio) e mãe de três filhos: Frei Adriano Dias do Nascimento, Frei Alessandro Dias do Nascimento e Fernando Dias do Nascimento. Foi uma pessoa simples, de fé. Gostava de cantar e também de acompanhar

FAlEcimEnTo

a oração do terço pelo rádio antes de repousar. Em 2009, foi diagnos-ticado um câncer de mama. Deu--se início a tratamentos de rádio e quimioterapia, e foi realizada ainda uma cirurgia para retirada da mama esquerda. Logo após ter participado da minha Ordenação e das Primícias em Santos, ao retornar a São Lou-renço apresentava quedas, perda de comando nas pernas... Aos poucos ela foi definhando e seu quadro se agravando, precisando de uma enfermeira para cuidar dela em

casa, juntamente com seu esposo Afonso. Nos últimos tempos foi in-ternada no hospital da cidade apre-sentando febre alta (40 °C). Após lutar contra o câncer, perdendo a capacidade de respirar, veio a fale-cer por volta das 13h50 do dia 10 de outubro de 2011, sendo a causa do óbito: falência múltipla de órgãos, neoplasia maligna metastática e broncopneumonia. Tive a graça de estar segurando as mãos de minha mãe nesse seu último suspiro de vida nesta terra. Familiares e con-frades da região mais próxima (São Paulo e Guará) estiveram presentes em suas exéquias e sepultamento. Com seus 56 anos, a poucos dias para seu aniversário de 57 anos, ela descasou em paz, acolhendo a Irmã Morte corporal e festejando o dom da vida eterna no Reino de Deus que ela aqui buscou com simplici-dade e fé. RIP

Frei Alessandro nascimento

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Confrade falecido

Faleceu na manhã do dia 21 de outubro, às 8h00, na Fraternidade São Francisco, em Bragança Paulista, Frei José Aussems. Ficara internado no Hospital da USF por uns 10 dias, por insuficiência respiratória, em decorrência do avanço do Mal de Parkinson. Frei José foi velado durante a manhã na Fraternidade de Bragança Paulista e, à tarde, seu corpo foi transladado para o Cemitério do Santíssimo Sacramento, em São Paulo, onde, após a Missa de exéquias, às 15h00, foi sepultado.

dAdos PEssoAis, FormAção E ATividAdEs • nascimento: 15/03/1928 (83 anos de idade), em Eupen, Kettenis, Bélgica• Admissão ao Noviciado da Ordem I: 21/12/1955, em Rodeio, SC• Primeira Profissão na Ordem I: 22/12/1956 (54 anos de Vida Franciscana)• Profissão solene: 22/12/1959• ordenação Presbiteral: 15/12/1961 (49 anos de Sacerdócio)• 1957-1958 – Estudos de Filosofia, em Curitiba;• 1959-1962 – Estudos de Teologia, em Petrópolis;• 1963 – Rio de Janeiro – Santo Antônio, curso de Pastoral;• 06/12/1963: Pato Branco – Discreto;• 15/01/1965: Chopinzinho; • 28/01/1968: Porto União – Guardião;• 27/01/1974: Herval D’Oeste / SC - Guardião e Pároco (Casa Filial);• 21/12/1976: São Paulo / São Francisco - Guardião e Pároco;• 15/12/1982: Petrópolis - Vigário Paroquial e Vigário Conventual;• 21/01/1986: São Sebastião - Guardião e Pároco;• 18/01/1992: Rodeio - Vigário da Casa e Vigário Paroquial; • 10/01/1995: Rodeio - Vigário da Casa, Vigário Paroquial e Vice-Mestre;

FrEi JosÉ AussEms * 15.03.1928 + 21/10/2011

• 11/12/1997: Bauru - Vigário da Casa e Vigário Paroquial;• 28/01/2004: Agudos – Tratamento;• 07/12/2004: São Paulo / São Francisco - Atendente Conventual;• 17/12/2009: Bragança Paulista – Tratamento; Na homilia feita por Frei Clarêncio Neotti, por ocasião do jubileu de prata de vida sacerdotal de Frei José, no dia 12 de dezembro de 1986, algumas frases podemos fazer nossas ao tentarmos caracterizar

o frade menor que ele foi. “Eu queria lhe agradecer, Frei José, em nome do Ministro Provincial, e em nome dos frades do Regional, que aqui o cercam no maior dos carinhos e quentura fraterna, pelo seu SIM, pela sua disponibilidade. (...) Queremos lhe agradecer o seu SIM justamente por você saber que ele não significa ausência de sofrimento e de conflitos. O SIM de Maria nos é exemplo, pois a mesma Virgem do SIM de Nazaré é a Mãe das Dores ao pé da cruz. (...) Há uma segunda qualidade que você tem realçada. Você é um confrade que todos gostaríamos de ter como companheiro ou como guardião. Mais: além de um espírito fraterno presente em todas as suas atitudes na fraternidade, você tem muito de mãe, daquela mãe de que fala São Francisco na Regra dos Eremitérios. Por isso todos se sentem bem com você. (...) Frei José, se o SIM fundamenta e realça o zelo apostólico, o espírito fraterno é sustentado pela paciência e pela bondade. (...)Se hoje (também o dia 21 de outubro, dizemos!) você pode repetir a última frase do Evangelho que lemos na Missa, e que é a primeira do Magnificat: Me rejubilo em Deus, que Ele lhe conceda, como concedera a Maria, gerar sempre o Cristo aos homens e mulheres, pela bondade e paciência, por seu espírito fraterno e maternal, por seu constante, firme e renovado SIM. Que, do céu, Frei José, com seu SIM eterno, possa continuar nos ajudando a gerar o Cristo em nós!r.i.P. Frei Walter de carvalho Júnior

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de

2011

505

AGEndA 2011 Província Franciscana da Imaculada Conceição

As alterações estão sublinhadas

JAnEiro04 Profissão dos Noviços (Rodeio);04 Profissão Solene de Frei Robson Luiz Scudela (Ro-

deio);12 Admissão ao Noviciado (Rodeio);15 Ordenação Presbiteral de Frei António Boaventura

Zovo Baza (Cabinda - Angola);24 a 26 Reunião do conselho ampliado do Secretariado para

a Formação e os Estudos (Rondinha);28 Ordenação Presbiteral de Frei Alisson L. Zanetti

(Sorocaba);29 Admissão ao Postulantado (Guaratinguetá);29 Primeira Profissão de Frei Mvula Nzaji André (São

Paulo – Vila Clementino);FEvErEiro01 a 03 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo);11 Ordenação Presbiteral de Frei Diego Atalino de Melo

(Lages);18 Ordenação Presbiteral de Frei Alexandre Verardi

(Xaxim);mArço03 Ordenação Presbiteral de Frei Jeferson P. Broca

(Guaratinguetá);10 Ordenação Presbiteral de Frei Leonardo A. dos R. T.

Santos (São Paulo);19 a 21 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo);22 e 23 Reunião do conselho do Departamento das

Paróquias (São Paulo – São Francisco);24 Ordenação Presbiteral de Frei Vanderlei Grassi (Vila

Velha);25 a 30 Reunião da CFMB (Campo Grande);ABril23 a 25 Reunião dos guardiães e coordenadores (Agudos);26 e 27 Reunião do Definitório Provincial (Agudos);28 Ordenação Presbiteral de Frei Gilberto da Silva

(Jacarezinho);

mAio05 Ordenação Presbiteral de Frei Wilson Batista Simão

(Londrina);12 Ordenações Diaconais (Petrópolis);14 a 16 Encontro Via Pulchritudinis (Petrópolis – ITF);26 Ordenação Presbiteral de Frei Alberto Eckel Junior

(Indaial);JunHo18 a 20 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo);JulHo16 a 18 Reunião do Departamento das Paróquias - párocos,

vigários paroquiais e leigos (Petrópolis - Sagrado);23 a 25 Reunião do Departamento das Paróquias - párocos,

vigários paroquiais e leigos (Rondinha);AGosTo05 a 11 Reunião da UCLAF (Vila Velha);20 a 22 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo);28 e 29 Reunião do conselho do Secretariado da Evangeli-

zação (São Paulo – Sede Provincial);sETEmBro03 e 04 Reunião do conselho do Secretariado para a Forma-

ção e os Estudos (Guaratinguetá);03 a 07 Reunião da CFMB (Porto Alegre);12 e 13 Reunião do conselho do Departamento das

Paróquias (São Paulo – São Francisco);ouTuBro08 a 11 Reunião do Definitório Provincial – com represent-

ante da comissão preparatória (São Paulo);novEmBro05 a 12 CAPÍTULO PROVINCIAL (Agudos);19 a 24 Congresso Capitular 1ª etapa (Sede Provincial);dEZEmBro06 a 08 Celebração dos Jubileus10 a 14 Congresso Capitular 2ª etapa (Sede Provincial);

novEmBro07 a 10    Reunião do Definitório Provincial (Sede Provincial –

São Paulo);21 e 22     Encontro do Regional do Leste Catarinense

(Florianópolis);21 a 25 Retiro Provincial (Eremitério);22 e 23 Encontro dos frades jovens (Rondinha); 28             Encontro do Regional de São Paulo – Recreativo

(Mongaguá);28 Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Ilhas de S.

Miguel);28 Encontro do Regional de Agudos - Recreativo

(Agudos);28 e 29 Encontro do Regional do Vale do Rio do Peixe;

dEZEmBro03       Ordenações Diaconais (Petrópolis);05 e 06    Encontro do Regional do Espírito Santo -

Comemorativo;06 a 08       Celebração dos Jubileus (São Paulo - Imaculada);07    Abertura da 22ª Exposição Franciscana de Presépios

(Convento São Francisco, São Paulo);12 e 13    Reunião do Conselho da Formação Permanente (São

Paulo);12 a 14   Reunião do Definitório Provincial – com os

coordenadores regionais (Sede Provincial – São Paulo);

17 Ordenação Presbiteral de Frei Laurindo L. Silva Jr.;19 Encontro do Regional do Vale do Paraíba;

PrÉ-AGEndA dA ProvínciA - 2012