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REDE EM REVISTA BRAS I L CULTURAL NOVEMBRO 2018 - N 3º F O R M A Ç Ã O DE P R O F E S S O R E S

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REDEEM REVISTA

B R A S I L C U L T U R A L NOVEMBRO 2018 - N 3º

F O R M A Ç Ã O D E P R O F E S S O R E S

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REDE BRASIL CULTURAL

redebrasilcultural.itamaraty.gov.br

Organizadores Bruno Miranda ZétolaLucas Rangel de Oliveira Brasília, 2018

Agradecimentos

A Divisão de Promoção da Língua Portuguesa doMinistério das Relações Exteriores gostaria deagradecer, inicialmente, a todos os articulistas quetão gentilmente cederam o material reproduzidonesta publicação. Esta é uma publicação doDepartamento Cultural do Ministério das RelaçõesExteriores. Os autores são exclusivamenteresponsáveis pelas opiniões veiculadas nos artigos,que não necessariamente refletem a posição do

Ministério das Relações Exteriores.

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SUMÁRIO 5 APRESENTAÇÃO 7 ENTREVISTA COM MARISA MENDONÇA

Diretora Executiva do IILP 13 O PROFESSOR DE PORTUGUÊS E A MARÉDESCONHECIDA DOS DIVERSOS PORTUGUESES

Tatiana Matzenbacher 17 CENTRO CULTURAL BRASIL -FINLÂNDIA NOPROGRAMA DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DEPORTUGUÊS DA UNIVERSIDADE DE HELSINQUE

Diego Rafael Alves Barros 21 DIÁLOGOS ATLÂNTICOS: UM OCEANO DEAPROXIMAÇÕES

Marcella Lopes Guimarães 25 FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM PBSL

Enilde Faulstich 31 FORMAÇÃO DE PROFESSORES EM LÍNGUA DEHERANÇA

Tatiana Dutra e Mello

35 ALUNO EM REDE 36 NOTÍCIAS 40 AGENDA 44 PUBLICAÇÕES DA REDE

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APRESENTAÇÃO A promoção da língua portuguesano exterior é elemento estratégico para ofortalecimento das indústrias criativasbrasileiras e para a exportação de bens daindústria tradicional. Por isso, asprincipais economias do mundo investemno ensino de seus idiomas. O Itamaratysempre esteve consciente da importânciada difusão da língua brasileira, seja comoingrediente primordial para a divulgaçãoda realidade do Brasil, seja para a vendade produtos culturais brasileiros. Já nadécada de 1940 começou a criar sua redede centros culturais, leitorados e núcleos.Por meio dessa rede, desenvolve-se umadas políticas prioritárias doDepartamento Cultural do Itamaraty noensino da língua: garantir e aprimorar osmecanismos para a formação continuadade professores do português fora do Brasil.Somente com a valorização e com acapacitação permanente dos profissionaisque carregam consigo a responsabilidadede propagar nossa língua e cultura é quese pode, com eficiência, planejar edesenvolver ações de difusão do idioma. Nesta edição da Revista Rede, oleitor encontrará algumas iniciativasrealizadas nessa direção por centrosculturais, leitores e núcleos de estudos.Conhecerá também atividades deformação de professores levadas à frentepelo Instituto Internacional da LínguaPortuguesa e pela Universidade deBrasília, importantes parceiros doItamaraty na difusão do idioma. Domesmo modo, serão apresentados algunsprojetos para o fortalecimento das redesde associações comunitárias que sededicam ao ensino do Português comoLíngua de Herança. Embora não sejamadministradas pelo Itamaraty,desenvolvem trabalhos da maiorrelevância em coordenação com nossas

Embaixadas e Consulados para apreservação e difusão de nossa língua ecultura entre os mais de 3 milhões debrasileiros que se encontram mundoafora. Com essas iniciativas em mente, emdezembro de 2018, realizaremos doisgrandes cursos de capacitação deprofessores de centros culturais, emBuenos Aires e Luanda. O primeiro tempor objetivo apresentar o novo currículodos centros culturais latino-americanos eexaminar estratégias para suaimplementação. O segundo propõeatualizar os professores dos centrosculturais nos PALOPs quanto a abordagenscontemporâneas do ensino de línguaadicional e identificar pontos deconvergência para uma futuraharmonização também de seus currículospedagógicos. Todos esses projetos têm papel centralpara a melhoria da concepção dos nossoscursos e uma melhor organizaçãoadministrativa de nossa rede de ensino deportuguês. Planeja-se, assim, oferecer àrede uma estrutura mais moderna, flexívele economicamente sustentável para aexpansão do português.

Paula Alves de SouzaDiretora do Departamento Cultural

do Ministério das RelaçõesExteriores

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EntrevistacomMarisaMendonça

Doutora em Educação pela Pontifícia UniversidadeCatólica de São Paulo (PUC – SP), a moçambicanaMarisa Mendonça é Diretora Executiva do InstitutoInternacional de Língua Portuguesa (IILP).Durante sete anos assumiu a direção da Faculdadede Línguas da Universidade Pedagógica, emMoçambique. Com grande experiência na área deDidática do Português, atuou como coordenadorageral do Programa de Formação Contínua deProfessores de Português (Programa UniversidadePedagógica-Instituto Camões). Após assumir adiretoria da Faculdade de Ciências da Linguagem,Comunicação e Artes da Universidade Pedagógicade Moçambique e da Escola Superior deContabilidade e Gestão da UniversidadePedagógica, a professora está em seu último ano demandato no IILP.A convite da Rede Brasil Cultural, MarisaMendonça conta um pouco de sua experiência àfrente do IILP.

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Poderia falar um pouco sobre o que é oInstituto Internacional da LínguaPortuguesa (IILP)? O IILP é um órgão da Comunidade de Países deLíngua Portuguesa (CPLP) que tem uma missãomuito específica: promover políticas multilateraispara a língua portuguesa, tendo em conta a suapromoção, divulgação, defesa einternacionalização. O Instituto tem sua sede emPraia, Cabo Verde, em uma zona chamada Platôe ocupa um edifício considerado patrimônioarquitetônico da cidade. A sua estrutura é muitoparecida com a da CPLP, sendo composta porcomissões nacionais de cada um dos estadosmembros que integram o conselho científico doIILP, dirigido por um presidente. Como DiretoraExecutiva, eu participo de reuniões ordinárias eextraordinárias. Além de manter o funcionamentodiário e o desenvolvimento de projetos, tambémrepresento a instituição em fóruns internacionais.O cargo de diretor executivo é nomeado ao níveldos conselhos dos ministros, por uma análise dedois anos e renovável por mais dois, ou seja, nuncaultrapassa quatro anos de atividade e direção noIILP. E qual o papel que a senhora vê nos diasde hoje para a difusão da línguaportuguesa no IILP? Bem, nós já estamos trabalhando em grandesprojetos de difusão, três deles iniciados pelo antigodiretor executivo que era o professor brasileiroGilvan Muller, onde é possível destacar o'Vocabulário Ortográfico Comum', que é umaplataforma virtual gratuita, e que neste momentojá conta com vocabulários nacionais de Portugale Brasil. Além dos dois países, já estamosdesenvolvendo produtos inéditos deMoçambique, Cabo Verde, Timor Leste e de São

Tomé e Príncipe. Portanto, em breve aplataforma disponibilizará ao todo, seisvocabulários nacionais e isto constitui o reflexoda grande riqueza que a língua portuguesarepresenta atualmente. Isto permitiuprincipalmente aos Países Africanos de LínguaPortuguesa (PALOP) e Timor Leste, odesenvolvimento de materiais inéditos, nuncaantes elaborados em seu vocabulário nacionaldevido à regras e princípios científicos rigorosos.Outro projeto que deu um grande salto foi o'Portal do Professor de Português' em línguaestrangeira e língua não materna. O portaloferece seções específicas com materiais de cadaestado membro da CPLP, que incentivam ariqueza linguístico-cultural de cada um,apresentando contextos geográficos. Temosnesta plataforma, o português falado em váriasvozes e toda a carga cultural que estas aulasincorporam em si próprias. Já no projeto deherança temos a revista "Platô". Ela estádisponível virtualmente, e ela é o reflexo do quetem sido os eventos do IILP. Contando com maisde 12 mil organizadores, em mais de 130 países,a última edição da revista foi dedicada ao Portaldo Professor e apresentou ao público de formagratuita, olhares diferenciados sobre aquilo queé um portal.. Ainda contamos com um projetoque se chama “CPLP - Comunidade mais leitora", que é uma estratégia para promoção da leiturae da escrita que se relaciona com a área do ensinosuperior em ciência, tecnologia, educação e comcultura, tocando em subáreas como a formaçãodos professores. Sobre a formação de professores, quaisos avanços que poderiam ser feitospara melhorar essa formação e comoo IILP e o 'Portal do Professor' podemcontribuir para aperfeiçoar oprocesso?

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Eu venepenso que a maior contribuição que oIILP pode dar nesta perspectiva é estimular adivulgação da plataforma do "Portal do Professor",visto que o número de idealizadores mostra queo portal é bastante utilizado. Inclusive, aquilo quejá existe escrito no portal pode ser potencialmenteaproveitado. Outra possiblidade é de que os paísesajudem na promoção dessas formações, dentrode seu território, dentro dos seus contextosgeográficos.Devo dizer que é muito bom que os países olhempara a potencialidade do portal e prevejam arealização destes cursos dentro de cada contextonacional, pois isto deixa como resultado aformação de equipes para inauguração demateriais. São materiais direcionados aoprofessor, mas que podem ser utilizadosdiretamente pelo aprendiz, os princípios didáticosque suportam a produção destes servem para aprodução de materiais de outras disciplinas.Tendo em conta que o instituto é direcionadopara a promoção e para implementações políticas,eu acredito que a questão de formação doprofessor em si, nunca fez parte do universo dasnossas possibilidades, mas também não significaque o IILP não deva contribuir. Comentando sobre a questão demateriais, eu gostaria de ter uma ideiasobre os materiais hoje já existentes,como é a situação em relação ao Portaldo Professor?A este nível de produção de materiais, nossospaíses são absolutamente assimétricos. Eu diriaque Portugal e Brasil, são países onde facilmenteencontramos materiais para o ensino doportuguês como língua estrangeira, até porquetêm escolas vocacionadas para este ensino e temautores que se dedicam especialmente para essaárea. Agora por exemplo, nos Países Africanosde Língua Oficial Portuguesa (PALOPs), temos

grandes diferenças, mesmo apresentando níveisparecidos de desenvolvimento. Os recursoshumanos para este fim, em nível de quantidadee qualidade, estão surgindo agora. É preciso olharpara a potencialidade destes cursos, não pelaprodução de conteúdos do portal, mas, sobretudoporque deixa uma massa "preparada para abraçar"outros desafios. Qual é o estado de internacionalizaçãoda língua portuguesa, ou seja, o quantoos países não falantes de português têmavançado? Bom, é muito interessante essa pergunta por quemuitas vezes se pensa em internacionalização dalíngua. A meu ver, o maior espaço deinternacionalização da língua portuguesa é estaadesão de quase duas dezenas de países a membrosassociados da CPLP. Eu própria não tinha essanoção até estar na função de diretora executiva,não tinha a mínima noção da quantidade e daqualidade de ações que eram desenvolvidas parao português. Por exemplo, o Japão é um dos paísesque mais realiza ações em língua portuguesa,como cursos em várias universidades. É o maiorcentro de divulgação da língua portuguesa forada CPLP. Outro exemplo é a Hungria, onde iremosrealizar um curso de produção de materiais, nacapacitação de elaboradores de materiais para oportal. Com isso, estes países acabam sendo pontode atrações de outros professores, no caso daHungria, não são só húngaros que vão participardo curso, também temos professores dos PALOPs,de Portugal, Itália, Cabo Verde, Romênia eBulgária. Isso é uma forma de internacionalizaçãotambém. Portanto estamos vendo o portuguêsavançar ao redor do mundo, abaixar fronteiras etambém

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fazer parte de um contexto linguístico do qualnão era propriamente muito familiar. A línguaportuguesa é o nosso maior petróleo, eu disse issomuitas vezes e estou absolutamente de acordocom isso. Quais são as prioridades e os objetivosno âmbito de internacionalização dalíngua portuguesa? Esta internacionalização da língua não pode serfeita apenas pelo IILP. Cada um de nossos paísesmembros tem potencial para realizar esta difusão.Nós temos que assumir nossa capacidadeestratégica, pelo simples fato de que os países daCPLP estão localizados em pontos extremamentediferentes do globo. Isso nos faz ter certo"domínio" sobre. Por outro lado, eu acho quetemos de apostar mais na área de negóciosrelacionados ao desenvolvimento do português.É preciso através dos negócios, na área econômica

da CPLP, transportar a língua porque ela é ummeio transversal a todos as áreas. Não só emquestão de literatura e da poesia, mas ela podeser um meio transversal a todas as áreas. Seriaimpensável que se deixasse de olhar para línguaportuguesa como aquele elemento que une atodos dento de uma mesma unidade. Qual a importância que os PALOPs dãopara o IILP, e de que forma eles veem oinstituto? Os PALOP são uma complexidade. Apresentamorganizações, costumes e regulações diferentescom a língua portuguesa. Atualmente, vivo emCabo Verde e a relação que o cabo-verdiano temcom a língua é diferente da relação que osmoçambicanos e são-tomenses têm com a língua,por exemplo. Portanto falar dos PALOPS sobreum todo é completamente impossível, não saberiar

Fachada da Sede do IILP

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saberia responder a pergunta nesses termos. Oque se sente é que os países, independentementede serem PALOPs ou não, tem uma comissãonacional bem orientada e bem formada, inclusiveeles são os que melhor dialogam aproveitam apotencialidades com o IILP. Em meses, a sua gestão da direçãoexecutiva deve se encerrar.Gostaríamos de ouvir um pouco sobrea sua experiência a frente do IILP esobre o legado que estará deixando. Bom, o meu mandato termina em 31 deDezembro deste ano. Foram quatro anos e meioe o que posso dizer é que em todas as instituiçõesque eu geri ao longo da vida, eu as tornei minhasescolas. Logo ao assumir o cargo, desenvolvi aminha perspectiva de gestão em cinco princípios.O primeiro princípio executado foi a"continuidade", priorizei avaliar e perceber osalinhamentos dos projetos iniciados na gestãoanterior, e não desperdiçar nada útil já realizado.Outra questão que eu quis realizar é a questãoda inovação, cada dia nós construímos einauguramos instrumentos de gestãodiretamente direcionados para uma instituiçãocomo o IILP. Ao longo dos anos, criei uma família,entre os colaboradores do IILP e só queria dizerque o grande principio realizado foi manter asutopias sempre presentes, foram elas que nósmoveram, e quando eu digo "nós" é porque atrásde mim, sempre teve uma equipe que me apoioue apoiou toda a minha adrenalina. Sempre acheique quando pensamos nós podemos fazer.Acredito que a atividade do IILP deveria primeiroproteger o desenvolvimento destes projetos quejá existem e que se tenham mostrado úteis paratodos os países e para além dos países da CPLP.Por outro lado, não perder o foco em relação aosplanos de ação, onde estão os eixos culturais de

todo o desenvolvimento, olhando em diferentesdimensões culturais.Mas estes são os focos principais em tentar darpassos concretos, nem que sejam pequeninos. Seo IILP não se relacionar com as áreas da educaçãodo ensino superior e da cultura e vice e versa, osobjetivos e resultados serão sempre muitoinvisíveis. Isto é, o que eu acho que deveria ser ofoco da próxima direção executiva, mas é apenasuma opinião e nada mais do que isso. Entrevista realizada em agosto de 2018 peloDiplomata Wellington Bujokas da Divisão dePromoção da Língua Portuguesa (DPLP)

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O professor de Português e amaré desconhecida dos

diversos portugueses

por Tatiana Matzenbacher Universidade Sorbonne Nouvelle Paris 3

Leitora do Itamaraty e Doutoranda em Linguística Aplicada naUniversidade Saint-Denis Paris 8

Visto que o português é uma língua falada por nove países nos cinco continentes do mundo, nãopodemos dizer que ele não é uma língua global. Estes nove países membros da Comunidade dosPaíses de Língua Portuguesa, a CPLP, trabalham em prol de uma cooperação e também do quechamam de concertação diplomática para estreitar laços e promover a difusão da língua portuguesaem seus espectros sociais, culturais e econômicos. Se acessamos a página da CPLP, vemos que nãofaltam esforços para se estabelecerem parcerias em nível diplomático. Mas no que tange à práticade ensino e aprendizagem do que é o elemento motor da CPLP - a língua portuguesa -, a situação

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é bem diferente e, como diz o poeta, « cada um fica no seu quadrado ». Daí, como fazer uma distinçãosensata entre « fragmentação do português » versus « respeito às particularidades das variações?» A meu ver, esse é o grande ponto que deve migrar dos acordos generalizadores em direção à umaprática efetiva. Na Universidade Sorbonne Nouvelle Paris 3, onde trabalhei por 4 anos, nodepartamento de ensino de línguas estrangeiras, são oferecidos cursos de: francês, inglês, espanhol,árabe, alemão, chinês, italiano, russo e, por fim, português europeu e português brasileiro. Por quenão há a distinção de variantes do inglês e do espanhol, por exemplo? Não há, ainda, um campo dedebate em que se discuta essa evidência. Na Paris 3, há uma bela troca entre colegas do departamentode português, mas as variantes - como inclusive as metodologias - continuam separadas. No momento em que um professor brasileiro se vê diante de uma turma interessada em portuguêseuropeu, há um grande despreparo e sobretudo muito medo. Quando meus colegas vêm me perguntarassustados como proceder, como se tivessem que ensinar uma língua completamente estranha, vejoque não se dão conta de que as diferentes normas do português pertencem ao mesmo sistema, istoé, a esse conjunto formado pelas unidades da língua. As diferenças são evidentes, tanto no campolinguístico quanto no campo sociocultural - e talvez essa seja a preocupação maior, pois o que escutode meus colegas é: « É um pouco vergonhoso mas eu não conheço nada de Portugal! ». Mas, vistoque se trata da mesma língua e de culturas que se entranham nesta língua, é dever do professor terum conhecimento mais amplo, sobretudo porque trata-se de uma língua muito ligada ao camposociocultural. Um professor brasileiro não precisa conhecer tudo sobre Portugal e África Lusófona,mas ele precisa estar minimamente situado no que toca às diferenças culturais e linguísticas doportuguês. Porém, a culpa não é só do professor. As metodologias, os cursos de for-

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Alunos do Leitorado Brasileiro em Paris

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mação, as universidades, bem como o mercado editorial, não só preservam essa distância de umanorma a outra como também a alimentam. Nesse sentido, o Brasil deveria parar de se esconder atrás do velho discurso « tudo isso é porque oensino do português como língua estrangeira é recente » e finalmente buscar mais informação,oferecer mais formações, valorizar os seus profissionais e estabelecer redes de contatos, sobretudoentre setor privado e acadêmico. Mas essas mudanças não acontecerão se não houver uma real açãoe articulação de nós, professores. Falemos com nossos colegas, troquemos experiências e materiais,procuremos as organizações e instituições oficiais, leiamos o que as universidades estão produzindo,mostremos nossas demandas às editoras. Somos nós que estamos nas salas de aula e, por issotambém, valorizemos nossas experiências que já acumulamos. Ninguém melhor do que nós parafazer diagnósticos reais do ensino e aprendizagem do português nos nossos países de acolhimentoe para saber do que precisamos para fazer um bom trabalho.

Alunos do Leitorado Brasileiro em Paris

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Centro Cultural Brasil-Finlândia(CCBF) no programa deformação de professores deportuguês da Universidade deHelsinque

Diego BarrosDiretor do CCBF

A parceria entre o Centro Cultural Brasil-Finlândia (CCBF) e a Universidade de Helsinque,estabelecida em 2012, possui como eixo fundamental o oferecimento de seminários sobre portuguêsbrasileiro para futuros professores e pesquisadores. No início da cooperação institucional em tela,os conteúdos programáticos em português eram ofertados em caráter complementar, apenas duranteo bacharelado. Nos dias atuais, o que se percebe é um cenário completamente distinto: a filologiaportuguesa pode ser escolhida como especialidade já no bacharelado, assim como no mestrado eno doutorado. Tal percurso acadêmico tem formado docentes e pesquisadores, com especialidadeem português brasileiro, que já no bacharelado, assim como no mestrado

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e no doutorado. Tal percurso acadêmico tem formado docentes e pesquisadores, com especialidadeem português brasileiro, que já atuam em escolas e universidades da Finlândia e no exterior. Osseminários sobre português brasileiro, na Universidade de Helsinque, são ministrados até hoje pelasprofessoras do CCBF. Após o primeiro ano de parceria, notou-se a necessidade de realizar eventosque possibilitassem um maior aprofundamento em temáticas fundamentais para o futuro professor,no âmbito do ensino do português. Foi organizado, portanto, o primeiro seminário sobre a Pluralidadeda Língua Portuguesa. O evento, mais conhecido como Pluralidades, reuniu, em sua primeira edição,duas palestrantes portuguesas – Liisa Abreu, da Universidade de Helsinque, e Sofia Palma, doInstituto Camões – e duas palestrantes brasileiras: Bianca Benini e Patricia Carvalho Ribeiro,professoras do CCBF. Dado o sucesso desta iniciativa, e com o objetivo de fortalecer o conteúdoprogramático em português brasileiro na Universidade de Helsinque, as edições seguintes do eventoPluralidades concentraram-se no estudo da diversidade linguística e cultural do Brasil. Para tanto,foram convidados palestrantes internacionalmente renomados, a saber, os professores Marcos Bagno(em 2014) e Lúcia Barbosa, no ano de 2015, ambos da Universidade de Brasília (UnB). Ainda em2015, foi realizado, igualmente na Universidade de Helsinque, o evento Sala de Aula em Foco. Naocasião, professores de português que atuam em escolas e cursos de idiomas na Finlândia expuseramsuas experiências e técnicas de ensino do português como língua estrangeira. O reconhecimento da filologia portuguesa enquanto especialidade, no contexto da formação deprofessores e pesquisadores na Universidade de Helsinque, exerceu influência no percurso acadêmicoda pesquisadora finlandesa Iiris Rennicke, PhD. Sua tese de doutorado, intitulada Variação eMudança nos Róticos do Português Brasileiro, que versa sobre as sonoridades da letra “R” no Brasil,foi a primeira tese publicada após a oficialização da especialidade em português. A pesquisa foi realizada parcialmente no Brasil, sob a co-orientação da professora Thaïs CristófaroSilva, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Esse período de pesquisa na UFMG rendeuà pesquisadora a dupla titulação, ou seja, seu grau de doutora foi concedido por ambas as instituições.“Na prática, eu já desenvolvia minha tese de doutorado tendo como especialidade o portuguêsbrasileiro, apesar do fato de que os estudos em português ainda eram oferecidos de maneiracomplementar, pela Universidade de Helsinque, quando iniciei minha pesquisa”, afirma Rennicke.Ela conta, ainda, que a oficialização da especialidade em português facilitou os trâmites para a suaatuação como pesquisadora visitante na UFMG. “Se [o português] não fosse uma especialidadeoficial, eu teria dificuldades em explicar o porquê de ter escolhido me especializar em línguaportuguesa em um contexto onde esse era apenas um percurso complementar”, conta. SegundoRennicke, esta oficialização facilita a situação dos novos estudantes de filologia, da Universidade deHelsinque, que desejam realizar intercâmbio ou cooperar com universidades brasileiras no decorrerde suas pesquisas, tanto no bacharelado quanto durante o mestrado ou doutorado.

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O elevado status do conteúdo programático, em português brasileiro, no âmbito da formação deprofessores da Universidade de Helsinque tem fortalecido, consequentemente, a própria colaboraçãoentre a universidade e o CCBF. As duas instituições organizam a quinta edição das JornadasPedagógicas de Português, o maior simpósio do gênero nos países nórdicos, a ser realizado pelaprimeira vez na Finlândia, na Universidade de Helsinque, entre os dias 24 e 26 de outubro de 2018.O evento tem como objetivo geral promover a troca de experiências e conhecimentos científicosentre pesquisadores e professores de língua portuguesa que atuam no contexto internacional. Otema central será “O status do Português como uma língua pluricêntrica: contextos e práticas”, eo programa será constituído por conferências, comunicações individuais e mesas-redondas. Osimpósio possui igualmente a função de capacitação e aperfeiçoamento para professores, sobretudopara aqueles com atuação em países distantes dos principais centros de irradiação da línguaportuguesa. Mais uma iniciativa que consolida a atuação do CCBF no contexto da formação deprofessores de português, por intermédio de uma parceria de sucesso com a Universidade deHelsinque e com instituições acadêmicas internacionais.

Fachada do Centro Cultural Brasil-Finlândia

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Diálogos Atlânticos: Um oceano de aproximações

Dra. Marcella Lopes Guimarães Universidade Federal do Paraná

A Embaixada do Brasil em Cabo Verde organizou, de 24 a 26 de abril, nas dependências do CentroCultural Brasil-Cabo Verde, minicurso de produção de material didático. A atividade foi ministradapela Dra. Marcella Lopes Guimarães, professora da Universidade Federal do Paraná, autora decoleção de livros didáticos e leitora crítica da nova Base Nacional Curricular Comum. O minicurso contou com o apoio do Instituto Internacional da Língua Portuguesa (IILP), daUniversidade de Cabo Verde e do Ministério da Educação de Cabo Verde. Participaram das atividadesaproximadamente 30 formandos, incluindo coordenadores e professores da rede pública de ensino,estudantes de licenciaturas e professores do Centro Cultural. A seguir, a Prof.. Marcella relata suas impressões sobre a experiência:

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Em seu texto “Mediterrâneo entre o Oriente e o Ocidente”, Gilles Lapouge postulou o diálogo comoconstitutivo das relações humanas, antes da linguagem. O autor está interessado em destacar diálogosem múltiplas direções que promoveram confrontos, reinterpretações e encontros, baseados nacultura mediterrânica, uma identidade de reunião, como também asseverou Amim Maalouf . Entre22 e 26 de abril de 2018, sob os auspícios da Embaixada do Brasil em Cabo Verde, realizei a travessiapor um oceano de violência, saque e descoberta, o Atlântico, em cujas ondas viajou também a culturamediterrânica, para um diálogo de formação e surpresa, que, se começou em mim, voltou-se paramim como renovação, pela mesma via que Lapouge identificou como principal promotora do diálogoentre as civilizações, a História. Cabo Verde se me apresentou por mão amiga, por olhos conhecidos, diálogo facilitado pela embaixadado meu país. Acolheu-me, entretanto, para além, muito além!, desse olhar amigo. Os primeirosolhos acolhedores foram os das crianças da aldeia SOS, com quem passei a manhã de 23 de abril,explorando o livro É tudo invenção de Ricardo Silvestrin e meu próprio livro Menina com brincode folha . Na ocasião, além de contar histórias, conversamos, escrevemos (um novo volume do livroÉ tudo invenção) e sentamos à mesma mesa. Eu trouxe para o Brasil o resultado desse trabalho. Àtarde, conheci outras crianças e não só cabo-verdianas, com quem conversei sobre a obra AbrindoCaminho de Ana Maria Machado. Esse livro nos permitiu redefinir uma geografia de aproximações,depois do meu desafio: quais os caminhos que haviam convergido para nosso encontro? O resultadoficou nas paredes da Biblioteca Nacional, onde a atividade se deu. Entre 24 e 26 de abril, nas dependências do Centro Cultural Brasil-Cabo Verde ministrei o minicurso “Recursos didáticos para a promoção da consciência história: uma trama interdisciplinar” paraprofessores cabo-verdianos de diferentes disciplinas. O objetivo do curso foi promover uma reflexãosobre o tempo, sobre a consciência histórica como tarefa da escola (e não só da disciplina histórica)e sobre o livro didático, a partir de minha própria experiência como autora e pesquisadora. Alémdas reflexões, fizemos alguns exercícios e debates para que tivéssemos oportunidade – eu, de conhecermelhor os agentes e a realidade que animava a minha proposta; eles, de testarem e realizaremalgumas experiências ao meu lado. O diálogo foi rico e, no último dia, mesmo emocionante com aexploração da cultura material e com o engajamento do grupo. No último dia, algumas horas antesde deixar o país, tive a honra de, ao lado do Senhor Embaixador do Brasil, Dr. João Carlos de AraújoLeitão, entregar os diplomas a meus alunos/colegas de Cabo Verde, que seguiram o mini curso. Em uma semana tão repleta, a embaixada me presenteou ainda com uma experiência completamenteinesperada para mim. Tratou-se de uma visita à Cidade Velha, na tarde de 25 de abril . Lá, descobria Igreja de Nossa Senhora do Rosário que me permitiu uma outra relação com Cabo Verde e a suapaisagem, esta entendida aqui como e com Milton Santos: “A paisagem é um conjunto de formasque, num dado momento, exprimem as heranças que representam as sucessivas relações localizadasentre homem e natureza”. Compreendi a Igreja de Nossa Senhora do Rosário

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como um ponto para o qual convergem heranças e encontros; sua existência manifesta umainterposição cultural em um solo exigente, por sobre o qual cresce uma vegetação corajosa, porquesobrevive com raras chuvas. Trata-se de um templo vivo, ou seja, diversos passados se encontrama cada reunião dos fieis no presente. A minha travessia atlântica me fez encontrar brasileiras e brasileiros que amam esse país irmão;fez-me conhecer pesquisadores universitários, profissionais de diferentes áreas, a infância cabo-verdiana e os mestres que a educam para o futuro! Fui lembrar a estes que a História é uma reservade experiências para o futuro com o qual as crianças (todas) devem sonhar. A Igreja de NossaSenhora do Rosário tornou a paisagem ainda mais consciente dessa reserva: de um diálogo emmúltiplas direções e de oceanos que desafiam limites impostos pelas civilizações, ao realizarem odestino natural de suas águas, de encontrarem-se.

Marcella Lopes Guimarães

UFPR/NEMED/LADIH

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Dra. Marcella Lopes

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Formação de Professores emPortuguês como Segunda

Língua

Professora Doutora Honoris Causa Enilde Faulstich Pesquisas em Língua Portuguesa (L1 e L2) e

Linguística da Universidade de Brasília (UnB)

As línguas recebem as mais diversas denominações de acordo com os papéis sociais e linguísticosque desempenham no espaço de culturas múltiplas. Essas denominações indicam, sob o ponto devista das políticas de línguas, quem é o sujeito do aprendizado, onde está e que língua(s) fala. Porsua vez, a formação de professores de português como segunda língua exige conhecimentosespecializados e metodologias específicas que conduzam o docente para o ensino dessa modalidadeaos diversos públicos que precisam de conhecimento de segundas línguas. Na base da questão, estáo entendimento de o que é segunda língua. Consideraremos, então, o ponto de vista de Palloti(2012), quando afirma que “Con seconda língua ci si riferirá [...] a ogni lingua appresa dopo la prima,

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cioè anche alle terze, quarte lingue ecc.” (p. 13). No planejamento da modalidade de ensino de L2,torna-se necessário considerar requisitos básicos, como a harmonização entre línguas próximas elínguas distantes da primeira língua do aprendiz, a regulação de modelos de ensino, mediante asfalas locais, as políticas legais do estado e o gerenciamento dos sistemas e dos usos linguísticos emface do ensino da língua oral - a fala - e da escrita, em atenção a mudanças, resultantes do contato.O ensino de línguas requer da parte do professor atenção aos direitos de aprendizagem dos estudantes.Essa é uma atitude política, por ser uma habilidade necessária e essencial para que haja, de modoharmonizado, interação de povos com falares diferentes e cooperação entre civilizações. O sucesso do binômio ensino e aprendizagem depende de como as línguas se harmonizam, emvista de os sistemas se posicionarem mais próximos ou mais distantes. É da natureza da harmonizaçãoentre línguas que estas sejam vistas em um quadro de políticas, estruturado e definido como políticade língua, política interna da língua, política externa da língua, políticas linguísticas, políticalinguística interna, política linguística externa (FAULSTICH, 2016). Essa distribuição considera osfundamentos, os princípios e os mecanismos linguísticos, para que os falantes desempenhem papéissociais, interacionais e comunicacionais, sustentados na escolarização. Um planejamento bem feitodeve deixar claro, por meio de objetivos operacionais, em que política de língua se situa e em quepolítica linguística se enquadra. Essas considerações realçam as denominações que recebe o Portuguêsno escopo de Segunda Língua. Ao comparar a formação de professores de L2-L1, o professor de L1,normalmente, já tem um modelo de língua fixado pela tradição; porém, para o ensino de L2, osestratos de formação da L1 podem servir como motivação para a criatividade de materiais de ensinoda L2, mas não de modelos definitivos. Nessa configuração de conhecimentos, em que a abordagemestruturalista ainda está muito presente, a tendência é um esmaecimento do conteúdo do objeto aser transmitido em L2, que, oportunamente, traz de volta dúvidas sobre o que ensinar. Os objetivosdo ensino de L2 devem considerar ‘para quem’ e ‘como deve ser o ensino’, porque o recebedor jádomina outras línguas em que a posição de primeira pode estar ocupada. É, portanto, a diferençaestrutural entre L2 e LI, em vista do recebedor do ensino, que os princípios da programação totalou parcial de um curso deverão ser regulados. Do ponto de vista do funcionamento oral ou escrito,um dos passos iniciais exige que quem seja responsável pelo ensino conheça as diferenças de línguasde grupos culturais ou étnicos. Um planejamento construído no fundo linguístico de segundaslínguas pede distinção entre tipos ou modalidades, porque no dinamismo do ensino há, pelo menos,dois interlocutores diferentes, que convergem para um mesmo fim, o que ensina e o que aprende,em outras palavras, ‘quem é quem’, ‘quem ensina’ e ‘quem aprende’. Essa atitude evita metodologiasque se esfumacem num ensino sem proveito e produzam resultados frustrados. Com o propósito de internacionalizar a Língua Portuguesa, criou-se na Universidade de Brasília,em 1998, a Licenciatura em Português do Brasil como Segunda Língua (PBSL), com a meta deformar professores para ensinar o Português do Brasil – língua, literatura e cultura – a falantes eusuários de outras línguas. O curso planejado em um contexto de Políticas Linguísticas, foi criadocom o ob-

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jetivo principal de atender a comunidades que, no Brasil e no exterior, querem ou precisam aprendero português; além disso, o foco sempre foi difundir o português do Brasil como uma língua decomunicação internacional.

Os aspectos que distinguem esse Curso de outros estão remarcados na orientação curriculardiferenciada, uma vez que o PBSL possui um fluxo de curso específico cujo percurso habilita osprofessores para ministrar aulas em comunidades que não têm o português como língua materna.Desde o início, permanece que as comunidades visadas para receber esse ensino são os índios, ossurdos e os estrangeiros; são contemplados também outros grupos sociais que se identifiquem comoalvo desse conhecimento. O Curso de PBSL já licenciou 250 docentes; muitos já são doutores emestres, ensinam o português como L2 no Brasil e no exterior, como língua estrangeira, e desenvolvemprojetos para ampliar o papel central do ensino de segundas línguas. A motivação principal para aformação de professores para o ensino do português como segunda língua sempre foi o fato de aUnB ser uma universidade inovadora, localizada num espaço territorial brasileiro multicultural emultilíngue, uma vez que todas as embaixadas com que o Brasil mantém relações diplomáticas estãolocalizadas em Brasília. Essa particularidade requer professores com visão linguística organizadapara ensinar língua, com o propósito de ‘falar de língua’ no ensino do português L2, e não de ‘falarsobre língua’. Na base da formação de docentes do PBSL, está o entendimento de que o currículovisa o ensino da língua portuguesa com formação fundamentada e dirigida a grupos linguísticos,sociais e culturais que têm outra L1, no próprio território ou além. Nesse panorama, evidenciamos,ainda, que as línguas são fundamentos de economia porque é por meio

Instituto Central de Ciências (UnB)

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de documentos escritos, e firmados por custos financeiros, que os negócios são feitos. Merece relevoa alocação das línguas nos grandes mercados mundiais, como a União Europeia, o Mercosul, entreoutros, e em comunidades parceiras, como a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP),que tem a mesma língua oficial. Na mira de a CPLP fortalecer mercados profissionais, demos umprimeiro passo, na UnB, sob a responsabilidade do departamento que criou o PBSL, ao elaborar oProjeto de Implantação do Português como Segunda Língua – ensino e aprendizagem. Tendo em vista a orientação do ensino para o desenvolvimento da compreensão e produçãolinguísticas e interculturais, os estudos contrastivos são os recomendados em qualquer planejamentode ensino de segunda língua, para que docentes cumpram a função educacional, ao distinguir ensinoda língua e o ensino na língua; essa distinção se faz quando, no primeiro caso, “o ensino se dá emcircunstâncias muito variadas e responde também a interesses diversos; o ensino na língua estáassentado no uso de um idioma concreto como veículo para o ensino regular obrigatório.” (LAGARES,2018, p. 56); nesse contexto diferenciado, o ensino de português L2 a índios, surdos, estrangeiros efalantes de comunidades biculturais, seguem modalidades de língua planejada por profissionaisaptos para o ensino do português como segunda língua, ou língua segunda, a falantes de outraslínguas das mais diversas comunidades nacionais e internacionais. A meta é atender à crescentedemanda de formação de docentes que possam atuar nos mais diversos contextos públicos e privados,tanto no Brasil quanto no exterior. Nesse processo efervescente de difusão de conhecimentos e de mobilidade acadêmica – docente ediscente -, a Universidade de Brasília lança o Plano de Internacionalização da UnB 2018-2022. Cabedestaque à seção Política linguística (p. 27-31), antecipada pela ‘visão’ fundadora da UnB de “Serreferência nacional em ensino, pesquisa e extensão, com inserção local, regional e internacional,inovadora, inclusiva, transparente e democrática, com gestão eficaz e qualidade de vida.” (p. 5) Referências FAULSTICH, E. Harmonização entre línguas como mecanismo de política linguística no Brasil. In LínguaPortuguesa. Unidade na Diversidade. 1ed. Lublin-Polônia: Editora da Universidade Marie CurieSklodowska, 2016, v. 1, p. 63-78.FAULSTICH, E. Pelo fortalecimento da Língua Portuguesa. Participação. Revista do Decanato de Extensãoda Universidade de Brasília. Ano 5, n 9, agosto 2001 – Edição Especial, p. 70-75LAGARES, Xoán Carlos. Qual política linguística?:desafios glotopolíticos contemporâneos. São Paulo,Parábola, 2018.PALLOTI, Gabriele. La seconda língua. Milão, Edição Bompiani, 2012.PLANO DE INTERNACIONALIZAÇÃO da Universidade de Brasília (UnB), Brasília, maio de 2018.TAVARES DE SOUSA, Socorro Cláudia e Roca, Maria del Pilar (orgs). Políticas linguísticas: declaradas,praticadas e percebidas. João Pessoa, Editora da UFPB, 2015, p. 7-32 .

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Formação de Professores emLíngua de Herança

Tatiana Dutra e Mello

Professora Adjunta na University of San FranciscoCoordenadora do Projeto Contadores de Estórias

A proposta do V Encontro para Formação e Aperfeiçoamento de Professores de Português da CostaOeste, realizado em 3 de novembro no Consulado-Geral do Brasil em São Francisco, manteve-sefiel à do primeiro: abrir espaço para transmissão de novas perspectivas sobre o ensino de portuguêsna costa oeste e promover o debate sobre a situação do ensino da língua atualmente nesta partedos Estados Unidos da América. Em conversa com o senhor José Luis A, um dos participantes do encontro, a professora TatianaDutra e Mello, coordenadora do Projeto Contadores de Estórias, fez uma reflexão valiosa do queaprendeu durante o workshop:

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“Participar do evento de hoje me fez refletir sobre língua de herança de forma que eu não haviapensado ainda. A primeira coisa que vem à mente é sobre a importância da família na conservaçãoda língua de herança. Se não falamos o português com nossas crianças, quem vai falar? É necessáriomanter esse hábito, tanto com a criança somente quanto em situações em que a criança está presentecom falantes de outras línguas. Quando temos vergonha de falar a língua da família na frente deestranhos ou de quem não a entende, a mensagem que passamos é de que a língua precisa serparticular e nunca uma experiência digamos, compartilhada. Explico: ela não merece ser ouvida,nem seus sons, nem seus possíveis significados. Qual é o valor de se manter algo que deve serescondido? Isso vai contra a própria ideia de se manter a língua na família. Expor a criança à eventos culturais e folclóricos que acontecem nas comunidades brasileiras noexterior é algo que também é importante. As crianças não só aprendem sobre as celebrações em simas também sobre o trabalho daqueles que — estrangeiros como os membros da própria famíliadela — criam um outro Brasil no país novo, se adaptando, resistindo e dando exemplo de cidadaniae preservação das origens. Isso também mostra, às nossas crianças, que a cultura daquele país deonde seus pais e avós vieram vale a pena ser vivida e experimentada, e que não deve ser esquecidajá que é o que constrói os cidadãos a ela conectados. Minha filha sempre fica surpresa ao ver asfestas juninas aqui na Califórnia, por exemplo, onde há tantas comidas típicas, trajes e danças donosso Brasil. Ela agora entende que fazer cada festa junina onde vai, e que adora, dá trabalho eenvolve a persistência de muita gente em manter algumas das tradições brasileiras aqui. Foi bom também ver que o empenho dos educadores da nossa escola comunitária aqui no norte daCalifórnia, o IBEC, que continuam empenhados na missão de ensinar a língua portuguesa para ascrianças de nossa comunidade. As escolas de língua de herança como o IBEC também validam apresença das famílias e da própria comunidade brasileira neste estado, nos lembram o quanto énecessário manter a língua portuguesa entre nossos jovens cidadãos binacionais, nos mostram quenós falantes de português somos muitos e valiosos em um estado rico em diversidade cultural.”

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ESTADOS UNIDOS

EVENTOS DE LÍNGUA DE HERANÇA

BÉLGICA

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ALUNO EM REDE

Um cordel apresentoNestes versos vou falar,Sobre um lugar maravilhosoQue nós temos que cuidar. Amazônia é um presenteNão tem nacionalidade,Todo o mundo a reconhecePela sua biodiversidade. Maior floresta mundialTem clima tropical e úmido7 milhões de quilômetrosMaravilha natural do mundo. Tem o rio AmazonasNão existe outro igualDo Peru até o BrasilCorre este rio descomunal

Lá moram os povos indígenas Com milenária cultura

Nesse ecossistemaEles são uma mistura.

Flora e fauna são incríveis

Nesta selva tropical,Onças, peixes e borboletas

Exuberância natural.

A diversidade das espécies Ainda é desconhecida

A beleza amazônica,Estão bem escondidas.

A Amazônia é nossa

Nós temos que preservar,A riqueza do bioma

Devemos aprender a cuidar.

Ana Palacios De La PeñaAluna do CCBP

Centro Cultural Brasil-Peru

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NOTÍCIAS

O Setor Cultural do Vice-Consulado doBrasil em Artigas organizou, no dia 22 deagosto, o evento "Lançamento dos Cursosde Língua Portuguesa Intensivo e EstudosCulturais Brasileiros – 2018". Na ocasião,os convidados puderam assistir à aulainaugural apresentada pelo professor JoséPedro Machado Lopes. Com o tema"Estudos sobre Graciliano Ramos", apalestra ofereceu a oportunidade deconhecimentos sobre a vida e obra doescritor, cuja obra será estudada neste semestre. Cerca de 80 pessoas compareceram ao evento.

Lançamento dos cursos de Língua Portuguesa Intensivo e EstudosCulturais Brasileiros – 2018 homenageia Graciliano Ramos

ARTIGAS

VIENAViena: Inauguração no Espaço Cultural da Embaixada

A Embaixada do Brasil em Viena inaugurou, no dia 2 de junho, uma nova sala em seu EspaçoCultural, destinada à realização de dinâmicas educativas e culturais voltadas para as crianças descen-

dentes de brasileiros residentes naÁustria. As atividades ocorridas noespaço são promovidas pela SociedadeAustro-Brasileira de Educação eCultura Papagaio. A sociedade contacom biblioteca de mais de 300 livrosinfantis, muito deles doados pelaescritora Regina Drummond, queestava presente na inauguração local econtou histórias para as crianças.

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CHILEProjeto "Conta Contos" no CCB-Chile

"O sapo com medo de água", o conto chileno "A tortilla corredora", de Laura Herrera, o conto afro-americano "A Menina e o lobo Caçador", e "Por que há tantas pedras no fundo dos rios?", contocongolês apresentado por meio da técnica de teatro portátil "kamishibai".Na oportunidade, cerca de 40 convidados compareceram à apresentação.

Geografia brasileira no CCB-África do Sul

O Centro Cultural Brasil-África do Sulrealizou, no dia 27 de agosto, palestrainterativa sobre o Brasil e a culturabrasileira para cerca de 60 diplomatas sul-africanos da Chancelaria local. As apresentações tiveram como foco ascaracterísticas gerais do Brasil, comodemografia, território, sistema político,oportunizando também o debate acercade manifestações culturais nacionais, eregionais, bem como arte, festivaispopulares, culinária e esporte. Ao fim doevento, foi realizada aula de samba paraconfraternização dos presentes.

Dando continuidade ao projeto dedifusão da língua portuguesa emSantiago, no dia 4 de agosto, o CentroCultural Brasil-Chile (CCBRACH)realizou mais uma edição do projeto"Conta Contos", no Café LiterárioBustamante. Com apresentação deAnna Bracher, diretora doCCBRACH, e a contadora de históriasMaria Fernanda Carrasco, foram lidosos contos brasileiros "Festa no Céu" e

ÁFRICA DO SUL

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GUIANACCB-Guiana abre as portas para a capoeira brasileira

O Centro Cultural Brasil-Guiana(CCBG) realizou, entre 23 e 28 de julho,oficinas e palestras sobre a capoeirabrasileira. Na abertura das oficinas foiexibido o filme "Besouro", do cineastabrasileiro João Daniel Tikhomiroff.No total, foram ofertadas cincooficinas como "Capoeira na terceiraidade", "Capoeira para crianças","Capoeira para

O Centro Cultural Brasil-Guiné Bissauorganizou, entre 10 e 14 de setembro,Curso de Capacitação para professores delíngua portuguesa. Por meio de oficinase atividades multimodais, foramapresentados novos materiais didáticos enovas metodologias de ensino, voltadaspara ao exame CELPE-Bras. Na ocasião,a palestrante Christiane da Silva Dias,graduada em Português como LínguaEstrangeira, pela Universidade de

Curso de Capacitação para professores de língua portuguesa noCCB-Guiné Bissau

BISSAU

iniciados"; "Oficina de instrumento musical berimbau" e "Oficina de percussão",todas com acoordenação do Mestre Banjo, líder do grupo internacional de capoeira "Mestiçagem", de Macapá,Amapá. O evento buscou despertar o conhecimento e o interesse em praticar a dança brasileira.Com a participação de estudantes do CCBG e representantes de agremiações esportivas deGeorgetown, as oficinas reuniram um público estimado de 150 pessoas.

Brasília (UnB) e mestrado em Linguística pela Universidade Federal em Santa Catarina (UFSC)apresentou alguns módulos durante os cinco dias do curso, entre eles, "Sociolinguística do portuguêsdo Brasil", "Ensino de português do Brasil no exterior" e "Abordagens do ensino de português comolíngua adicional (comunicativa e intercultural)". Os professores do CCB-GB são responsáveis pelomaior projeto de alfabetização de jovens e adultos do país.

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O Centro Cultural Brasil-Guiana(CCBG) realizou, entre 23 e 28 de julho,oficinas e palestras sobre a capoeirabrasileira. Na abertura das oficinas foiexibido o filme "Besouro", do cineastabrasileiro João Daniel Tikhomiroff.No total, foram ofertadas cincooficinas como "Capoeira na terceiraidade", "Capoeira para crianças","Capoeira para

O Centro Cultural Brasil-Guiné Bissauorganizou, entre 10 e 14 de setembro,Curso de Capacitação para professores delíngua portuguesa. Por meio de oficinase atividades multimodais, foramapresentados novos materiais didáticos enovas metodologias de ensino, voltadaspara ao exame CELPE-Bras. Na ocasião,a palestrante Christiane da Silva Dias,graduada em Português como LínguaEstrangeira, pela Universidade de

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Novo Campus da Universidade de Cabo Verde (UCV)

Em parceria com a Universidade de Cabo Verde e o Instituto Internacional da Língua Portuguesa,serão realizadas as "IV Jornadas da Língua Portuguesa em Praia". Local: Universidade de Cabo Verde (UNI-CV)Data: Novembro

CABO VERDE

NICARÁGUA

Leitura de Contos Brasileirospara Crianças

Com intuito de aproximar a literaturabrasileira ao público infantil de Manágua,será realizada "Leitura de ContosBrasileiros para Crianças" no CCBN. Local: Centro Cultural Brasil-NicaráguaData: Novembro

IV Jornadas da Língua Portuguesa

Cidade de Granada em Nicarágua

AGENDA

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O Consulado Brasileiro em Nova York e a "Brazil Ahead" têm o prazer de anunciar o"Teatro Infantilem Português seguido de Oficina de Pais e Filhos Bilíngues. Local: Consulado-Geral do Brasil em Nova YorkData: 17 de Novembro

2º Concurso Interno deRedação do CCBP Dando continuidade aos projetos dedifusão da língua portuguesa noPanamá, o Centro Cultural Brasil-Panamá (CCBP) organizará o "2Concurso Interno de Redação" paraalunos e ex-alunos do Centro. Local: Centro Cultural Brasil-PanamáData: 15 de Novembro

PANAMÁ

ESTADOS UNIDOSTeatro Infantil seguido de Oficina de Pais e Filhos

Bilíngues em Nova York

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CHILE

ARGENTINA

No mês de dezembro, o Centro Cultural Brasil-Chile (CCBCH) realizará mais um encontro do"Conta Contos". Em curso desde 2005, o projeto busca reunir pais e filhos em prol da leitura, como auxílio de contadores de histórias, apresentações teatrais e exposições. Local: Café Literário Parque BustamanteData: Dezembro

Projeto Conta Contos

Café Literário Parque Bustamante

Curso de Formação de Professores Com o intuito de apresentar uma nova propostapedagógica de harmonização curricular, serárealizado o "Curso de Formação de Professores".O curso será ministrado pelos consultores DrNelson Viana, Dr. Leandro Diniz e Dra. AnaCecília Bizon. Local: Centro Cultural Brasil-ArgentinaData: 10 a 14 de Dezembro

Fachada do Centro Cultural Brasil-Argentina

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ANGOLA

Fachada do Centro Cultural Brasil-Angola

Curso de Formação de Professores

No âmbito de divulgação dalíngua portuguesa, será realizadoCurso de Formação deProfessores em Luanda. Comministração da Prof. Christianeda Silva Dias, o curso abordarátemas como sociolinguística doportuguês no Brasil e Abordagensdo ensino de português comolíngua adicional (comunicativa eintercultural).

Local: Centro Cultural Brasil-AngolaData: 10 a 14 de dezembro

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Elaborado pela Embaixada do Brasil em Praia, o"Passaporte Literário" é um projeto que visadespertar o interesse pela leitura brasileira nopúblico jovem. No formato de dez livretosilustrados que simulam passaportes,acondicionados em uma pequena maleta deviagem, oferece um panorama da vida e da obrade dez escritores brasileiros consagrados. Oprojeto foi concebido pela Leitora GildarisPandim e realizado em parceria com osprofessores do Centro Cultural Brasil-CaboVerde.

CABO VERDE2018Coleção "Passaporte Literário"

PUBLICAÇÕES DA REDE

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PERU2018Revista EntreLetras Em 2015 as professoras Solange Lopez e Luiza Castro iniciaram uma oficina de produção escritausando como motivação a elaboração de textos para uma publicação virtual. Desta experiência nasceua Revista Digital EntreLetras, com artigos produzidos por alunos e revisados pelas professoras.Atualmente, as professoras Solange Lopez e Simone Mitma são as responsáveis pela publicação.Em julho passado foi lançado o décimo segundo número. Os demais números da revista podem ser visualizados no link abaixo:https://issuu.com/search?q=revista.entreletras.

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