noviciado completo - franciscanos.org.br · Mensagem de Frei Michael Perry para o Sínodo 2018 ......

60
PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL | MARÇO - 2017 | ANO LXIV • N o 3 | NOVICIADO COMPLETO NOVO “SÃO FRANCISCO”

Transcript of noviciado completo - franciscanos.org.br · Mensagem de Frei Michael Perry para o Sínodo 2018 ......

Pro

vín

cia

Fra

ncis

ca

na

da

im

acu

lad

a c

on

cei

çã

o d

o B

ra

sil

|

ma

rço

- 2

017 |

AN

O L

XIV

• N

o 3

|

noviciado completo

novo “são francisco”

xxx

província franciscana da imaculada conceição do BrasilRua Borges Lagoa, 1209 - 04038-033 | Caixa Postal 57.073 - 04089-970 | São Paulo - SP

www.franciscanos.org.br | [email protected]

MensageM do Ministro provincial “O caminho penitencial da permanente formação” .......................................................... 147

ForMaÇÃo perManente O cuidado da Casa Comum em nosso território provincial ..........................................150 Artigo: “A destruição da Mata Atlântica”, de José E. Diniz Alves ...................................151 Mensagem de Frei Michael Perry para o Sínodo 2018 .....................................................153

ForMaÇÃo e estUdos Ituporanga acolhe 29 jovens .................................................................................................................154 Postulantado Frei Galvão: um ano para pedir com insistência ...................................156 Postulantado de Angola: “É preciso mergulhar no amor de Deus” ..........................161 Informações Gerais sobre a Caminhada Franciscana da Juventude em Rodeio .........................................................................................................................163 Ordenação diaconal de Frei Alan no dia 25 de março ......................................................164 Com a chegada dos angolanos, Noviciado está completo ..........................................166 Fraternidades O novo “São Francisco” ................................................................................................................................170 Pari inicia reforma do telhado ...............................................................................................................179 Artigo: “Praça Padre Bento”, de Frei Almir Guimarães ..........................................................180 Frades se despedem de Paty do Alferes .......................................................................................182 Frei Pedro Engel, vítima da crise da segurança no ES .........................................................184 Concluída a reforma da igreja de Florianópolis ......................................................................185

evangeliZaÇÃo Reunião da Frente de Evangelização da Educação da Província ..............................186 FIMDA: Definitório Geral se reúne com Conferência Africana ....................................187

deFinitÓrio provincial Notícias da reunião do Definitório Provincial em São Paulo, de 14 a 16 de fevereiro ............................................................................................188

oFM Congresso dos Comissários Latino-americanos da Terra Santa .................................195 Europa franciscana: França e Alemanha celebram jubileus ..........................................196

cFMB Frades estudantes se preparam para integrar Missão da CFMB em Roraima ...............................................................................................................197 crB D. Odilo celebra no Dia da Vida Religiosa Consagrada .....................................................198 FaleciMento Frei Vunibaldo Vogel falece no dia 16 em Vila Velha ...........................................................200 agenda .......................................................................................................................................................204

sumário

Fevereiro / 2017 [Comunicações] 147

mensagem

Caríssimos irmãos e irmãs,Que o Senhor lhes dê a Paz e todo o Bem!

neste ano de 2017, o mês de março se abre para nós com este clamor quaresmal: “Dei-xai-vos reconciliar com Deus”

(2Cor 5,20). Nós, neste tempo quares-mal, tempo favorável e salvífico, somos ouvidos por Deus (cf 2Cor 6,2) e a Ele rasgamos o nosso coração (Jl 2,13), a fim de sermos perdoados e reconci-liados no mistério redentor da Cruz do Senhor e Nele transfigurados na manhã da Ressurreição. “Deixar-se re-conciliar” é acolher na fé o amor mise-ricordioso de Deus e também, enquan-to ação humana, predispor o coração à ação misericordiosa de Deus, cuja visibilidade se dá nos três exercícios propostos: a caridade (esmola), a vida de oração (orar) e a vida penitencial (jejum) (cf. Mt. 6,1-6.16.18).

Neste mês de março, minha men-sagem mensal registra duas cartas já enviadas aos confrades por boletim on-line. Duas cartas (Formação Per-manente I e II) com algumas suges-tões provenientes da Ordem, cujo objetivo é oferecer subsídios à nossa permanente formação enquanto Ir-mãos e Menores. São orientações que podem ajudar os guardiães e coorde-nadores das fraternidades, bem como os coordenadores dos Regionais, a ca-minharmos juntos em todas as etapas formativas.

A todos desejo uma santa e aben-çoada Quaresma. Que o Senhor nos abençoe e nos guarde no seu amor!

Frei Fidêncio Vanboemml, OFMMinistro Provincial

o caminHo penitencialda permanente formação

FORMAÇÃO PERMANENTE – I (2017) Capítulos Locais das Fraternidades

Caro Guardião, Coordenador e Irmãos,

Paz e Bem!

No último Capítulo Geral os frades capitulares solicitaram: “O Definitório Geral elabore um subsídio para ajudar os Ministros Provinciais, os Custódios e todos os Frades a animar e avaliar regularmente o quanto honestamente, concretamente e autenticamente, vive-mos como pobres e menores no meio dos pobres para assegurar a todas as Entidades e Fraternidades locais que se tornem comunidades de presença e solidariedade “com” e “no” serviço aos pobres” (Decisão 8).

Este subsídio foi elaborado, impresso e enviado a cada irmão da Fra-ternidade Provincial, com o título: “POBRES E MENORES: ONDE ES-TAMOS? – LINHAS-GUIA PARA A AVALIAÇÃO DE NOSSA VIDA DE POBREZA E MINORIDADE”.

O Subsídio, no prefácio, apresenta as palavras do Ministro Geral que nos convida a concentrar-nos em quatro áreas: ser ‘menores’, viver a pobreza evangélica, ser pobre entre os mais pobres e trabalhar com espírito de fidelidade e devoção (p. 4). E na introdução do mesmo sub-sídio são apresentados dois desafios, o conteúdo e os quatro passos na avaliação (pp 5-7).

No ano passado todos os confrades foram convocados a elaborar em fraternidade o PROJETO FRATERNO DE VIDA E MISSÃO. Esse Pro-jeto, como se sabe, não pode e nem deve ser um texto engessado, es-tático ou formal, uma vez que a nossa vida é dinâmica. Este dinamismo

procede da nossa profissão como Frades Menores: “A regra e vida é observar o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo”. E o Seráfico Pai São Francisco, desde a sua conversão até o seu leito de morte, junto à capelinha da Porciúncula, procurou dinamizar sua vida em conformidade com o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Caros confrades, por meio desta carta convido os Guardiães e Coordenadores das fraterni-dades a fazerem um bom uso desse subsídio nos CAPÍTULOS LOCAIS DAS FRATERNI-DADES. E a partir das quatro áreas temáticas devemos nos questionar “QUEM SOMOS?” (pobres e menores) e ONDE ESTAMOS? (Pobres entre os pobres e trabalhem com fidelidade e devoção); e confrontar continuamente essas quatro áreas com o nosso Projeto Fraterno de Vida e Missão e avaliar nossos valores e as nossas práticas concretas como frades e menores.

Este mesmo exercício também deve ser feito individualmente (retiro mensal). Sonhamos com irmãos e fraternidades que espelhem a sua “autoridade diante do povo com a minoridade, com a fraternidade, com a mansidão, com a humildade, com a pobreza” (Papa Francisco).

Fraternalmente,

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFMMinistro Provincial

FORMAÇÃO PERMANENTE – II (2017)

Nossos Regionais

Caro Coordenador Regional e Confrades!

Uma das ‘instituições’ expressivas na Província foi a criação dos Regionais. Hoje são 12 Regio-nais e mais a missão em Angola. A organização dos Regionais encontra-se legislada nos nos-sos Estatutos Particulares, Artigos 83-85 (pp. 48-50), aprovado em Capítulo e ratificado pelo Governo da Ordem. Além das tarefas do Coordenador e das demais funções, é competência de cada Regional, portanto, de todos os irmãos daquela área geográfica:

• PLANEJAR as atividades comuns... • CELEBRAR os grandes eventos da Vida Franciscana... • REUNIR para oração e convivência fraterna... • REFLETIR e PARTILHAR os Documentos da Igreja, da Ordem e da Província.

A data da primeira reunião do seu Regional está se aproximando. Por isso venho lembrar que no dia 30 de novembro de 2016 os Coordenadores dos 12 Regionais se reuniram com o Defi-nitório Provincial, em São Paulo. É muito importante reler a ata desta reunião que foi publicada em “Notícias do Definitório Provincial” e editada nas Comunicações de Janeiro de 2017 (pp 52-54). Muitas das questões levantadas retratam a realidade do nosso cotidiano, com seus desafios na vida fraterna e na missão evangelizadora. Desafios esses que provocam o irmão, a fraternidade e o Regional a continuamente buscarem o vigor originário da vocação franciscana. Na mesma reunião foram feitos alguns acertos comuns, bem como algumas recomendações a serem trabalhadas em cada Regional.

1. A escolha de uma temática, ou pauta comum (n. 2 e n. 5): Que o subsídio “GRITO DA TERRA, O GRITO DOS POBRES – PARA O CUIDADO DA CRIAÇÃO” seja utilizado nos Regionais. Recordo que a Ordem escolheu para este ano o tema “Frades e Me-nores rumo à Justiça, à Paz e à Integridade da Criação”. Esta temática vai ao encontro da proposta da Campanha da Fraternidade promovi-da pela CNBB: “Fraternidade: Biomas Brasileiros e Defesa da Vida”. Todos os Coordenadores em seu respectivo Regional poderão fazer uso deste subsídio (já enviado às fraternidades!) como momento de formação comum, uma vez que “a Justiça, a Paz e a Integridade da Criação” compõem uma dimensão transversal de toda nossa ação evangelizadora (Plano de Evangelização).

2. O subsídio “Pobres e Menores: onde estamos?” sirva como subsí-dio para os Capítulos Locais das Fraternidades (n. 3), já orientado na carta Formação Permanente I;

3. A possibilidade de organizar o retiro anual por Regional e também a possibilidade de um ou mais Regionais de um estado ou região reu-nirem-se mais demoradamente, tipo 2 dias completos (apresentar propostas para o próximo Definitório).

Fraternalmente,

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFM Ministro Provincial

150 [Comunicações] Março / 2017

formação permanente

o cuidado dacasa comum em nosso território provincial

Olhando no Mapa do Brasil, percebemos que no território onde a Província está presente, nossa vida e missão acontece com absoluta predominância no Bioma da Mata Atlântica. Estamos na serra e no litoral, nos mangues do Rio e da Baixada Fluminense e também entre os Pinheiros do Paraná e Santa Catarina. Temos temperaturas que vão do 0 ºC do inverno lageano e facilmente ultrapassam os 40 ºC no verão de Colatina, do Rio e de Luanda, se pensarmos em Angola.

Aproveitando o ensejo da Campanha da Fraternidade 2017, que tem como tema “Fraternidade: biomas brasileiros e defesa da vida”, proponho para nossa reflexão na Formação Permanente o texto ao lado, que chama a atenção para os graves riscos aos quais a Mata Atlântica está sujeita desde o descobrimento do Brasil. Este texto, junto a todo o material preparado para a CF 2017 deve nos servir de provocação a fim de que sejamos ousados e criativos em nossa missão evangelizadora, fazendo o que estiver a nosso alcance para que o cuidado com a Casa Comum seja uma realidade cada vez mais presente em nosso dia a dia de Frades Menores.

Frei Fidêncio Vanboemmel, OFMMinistro Provincial e Moderador

da Formação Permanente

Março / 2017 [Comunicações] 151

formação permanente

na chegada dos portugueses ao Brasil, a primeira vítima (o pe-cado original) foi uma árvore derrubada para a construção

da cruz que serviu de símbolo para a primeira missa, rezada por Frei Henri-que de Coimbra, no dia 26 de abril de 1500, um domingo, na Praia da Coroa Vermelha, em Santa Cruz de Cabrália, no litoral sul da Bahia. Muitas outras árvores foram abatidas posterior-mente para o comércio do Pau-Brasil, enquanto o bioma como um todo ia definhando e desaparecendo com o progresso da nova civilização luso--brasileira.

Antes da chegada de Pedro Álvares Cabral, a Mata Atlântica cobria cerca de 1,3 milhão de quilômetros qua-drados (km²) do território nacional, abarcando todo o litoral do país desde o Chuí, no Rio Grande do Sul, ao Piauí, além de se espalhar pelo interior até partes do Mato Grosso do Sul e Goiás.

Nos primeiros séculos da coloni-zação lusitana houve o genocídio da população indígena e, ao longo do

a destruição da mata atlânticaperíodo, aconteceu o repetitivo e pro-longado “estupro coletivo seguido de morte” da floresta virgem. Atualmente restam apenas cerca de 163 mil km², ou pouco mais de 12%, da floresta original. E esses remanescentes estão espalhados em áreas de difícil acesso e sem a existência de corredores ecológi-cos para facilitar o intercâmbio da bio-diversidade e a mobilidade dos poucos animais sobreviventes. A Mata Atlân-tica, em sua grandeza, é o bioma mais devastado da história do país.

A Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Es-paciais (INPE) divulgaram os dados do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, no período de 2014 a 2015. Por incrível que pareça, o des-matamento continua a ferro e fogo. O estudo apontou o desmatamento de 18.433 hectares (ha), ou 184 Km², de remanescentes florestais nos 17 Esta-dos da Mata Atlântica no período de 2014 a 2015, um aumento de 1% em relação ao período anterior (2013-2014).

O relatório mostra que o estado de Minas Gerais, que vinha de dois anos de queda nos níveis de desmatamento, voltou a liderar o desmatamento no país, com decréscimo de 7.702 ha (alta de 37% na perda da floresta). A vice-li-

derança ficou com a Bahia, com 3.997 ha desmatados, 14% a menos do que o período anterior. Já o Piauí, campeão de desmatamento entre 2013 e 2014, ocupa agora o terceiro lugar, após re-duzir o desmatamento em 48%, caindo de 5.626 ha para 2.926 ha.

A Fundação SOS Mata Atlântica mostra que, a exemplo dos últimos anos, esses três estados se destacam no ranking por conta do desmatamento identificado nos limites do Cerrado. O Piauí abriga o município Alvorada do Gurgueia, responsável pela maior área desmatada entre todas as cidades do Brasil. Entre 2014 e 2015, foi identifica-do decremento florestal de 1.972 hec-tares no local. Os municípios baianos de Baianópolis (824 ha) e Brejolândia (498 ha) vêm logo atrás, seguidos pelas cidades mineiras de Curral de Dentro (492 ha) e Jequitinhonha (370 ha), lo-calizadas na região conhecida como triângulo do desmatamento, que abri-ga ainda Águas Vermelhas (338 ha), Ponto dos Volantes (208 ha) e Pedra Azul (73).

O gráfico abaixo indica que a taxa de desflorestamento anual da Mata Atlântica está caindo, mas está longe de chegar ao desmatamento zero, sen-do que o ideal seria o desmatamento negativo, ou seja, que houvesse um au-

“A floresta precede os povos.E o deserto os segue”

Chateaubriand

José Eustáquio Diniz Alves*

152 [Comunicações] Março / 2017

formação permanente

mento da cobertura florestal. No ritmo atual, o Brasil deve chegar ao desflores-tamento zero somente quando todo o bioma for destruído!

O Brasil e o mundo possuem uma grande dívida com a Mata Atlântica e precisam reparar o sofrimento que causaram a milhões de milhões de se-res inocentes e indefesos da biodiversi-dade existentes nos 1,3 milhão de km² da área original. Além dos cortes, a perda de cobertura vegetal está relacio-nada com a degradação das nascentes dos rios e com o assoreamento e perda dos recursos hídricos. O desastre da Samarco/Vale/BHP que provocou tan-tos danos em Mariana, Minas Gerais, e em todo o Rio Doce é mais um ele-mento que se soma à catástrofe secular que atinge toda a Mata Atlântica. Os Rios São Francisco e Paraíba do Sul são outros grandes rios que sofrem con-juntamente com a destruição da Mata Atlântica.

Evidentemente existem alternati-vas para reverter o assassinato em mas-sa da Mata Atlântica. Uma iniciativa in-teressante ocorre com o projeto Olhos D’água, do Instituto Terra, do fotógrafo Sebastião Salgado, que busca recupe-

rar áreas da Mata Atlântica, conco-mitantemente com a recuperação das nascentes. O trabalho de recuperação hídrico-florestal promovido pelo Insti-tuto começou na fazenda da família do fotógrafo, onde a terra foi arrasada para garantir a sobrevivência e o progresso da família Salgado. Há 16 anos, a mata não existia e no local só havia pasto.

Numa atitude autocrítica e afinada com os ideais ecocêntricos, Sebastião Salgado conseguiu recuperar 700 hec-tares de Mata Atlântica. O local fica em Aimorés, em Minas Gerais, perto da divisa do Espírito Santo. Ele havia via-jado o mundo inteiro fotografando e, quando voltou ao local de nascimento, comprou a fazenda do pai e, junto com a esposa, decidiu reflorestar o local. Agora, o Instituto espalha o conheci-mento, fornece materiais e financia o projeto para toda a bacia do Rio Doce. Este é um exemplo que pode ser copia-do e ampliado, inclusive como alterna-tiva ao desastre da Samarco/Vale/BHP de 2015.

Uma outra iniciativa é a criação do corredor ecológico Rio das Velhas--Paraopeba, em Nova Lima, na Re-gião Metropolitana de Belo Horizonte

(RMBH). A Associação Comunitária Promutuca defende a manutenção e ampliação de uma faixa de mata em torno do Ribeirão do Mutuca ligando os importantes remanescentes flores-tais separados pelas atividades antró-picas dos dois grandes rios que cor-tam a RMBH. Isto propiciaria a livre mobilidade e o deslocamento entre as espécies animais e a permuta genética entre a fauna e a flora da região. Seria uma forma de reverter, pelo menos em parte, a perda da biodiversidade e o empobrecimento ambiental desta rica área de montanha e fonte de inúmeras nascentes dos afluentes da bacia do rio São Francisco.

O estado de Minas Gerais, gran-de explorador de minérios, foi o líder do desmatamento do que restou da Mata Atlântica, no período 2014-2015. Mas os exemplos do Instituto Terra e do Promutuca mostram que o estado pode se tornar o líder do refloresta-mento, da recuperação das nascen-tes e da revitalização dos rios. Quem sabe, em um futuro próximo, o Estado mude de nome e ao invés de Minas Gerais (MG), passe a se chamar Matas Gerais (MG)!

*JoSé EuStáQuIo DInIz AlvES, Colunis-ta do Portal EcoDebate, é doutor em demogra-fia e professor titular do mestrado e doutorado em População, Território e Estatísticas Públicas da Escola Nacional de Ciências Estatísticas – ENCE/IBGE. E-mail: [email protected]“A destruição da Mata Atlântica, artigo de José Eustáquio Diniz Alves,” in EcoDebate, https://www.ecodebate.com.br/2016/05/30/a--destruicao-da-mata-atlantica-artigo-de-jo-se-eustaquio-diniz-alves/.1985

180.000160.000140.000120.000100.00080.00060.00040.00020.000

1991 1997 2003 20091987 1993 1999 2005 20111989 1995 2001 2007 20131986 1992 1998 2004 20101988 1994 2000 2006 20121990 1996 2002 2008 2014 2015

taxa de desflorestamento anual da mata atlântica

Março / 2017 [Comunicações] 153

formação permanente

Meus queridos irmãos da Ordem dos Frades Menores,Que o Senhor vos dê a paz!

a XV Assembleia do Sínodo dos Bispos para 2018, recentemen-te convocada, promete ser um acontecimento extraordinário

para a vida da Igreja. Como o descreve o Documento Preparatório recentemente publicado:

Em continuidade com este caminho, através de um novo percurso sinodal so-bre o tema: «Os jovens, a fé e o discer-nimento vocacional», a Igreja decidiu interrogar-se sobre o modo de ajudar os jovens a reconhecer e a acolher o convite ao amor e à vida em plenitude, e também pedir aos próprios jovens que a ajudem a identificar as modalidades hoje mais eficazes para anunciar a Boa Notícia. Através dos jovens, a Igreja poderá ou-vir a voz do Senhor que ressoa inclusive nos dias de hoje. Assim como outrora Samuel (cf. 1 Sm 3, 1-21) e Jeremias (cf. Jr 1, 4-10), existem jovens que sabem vislumbrar aqueles sinais do nosso tem-po, apontados pelo Espírito. Ouvindo as suas aspirações, podemos entrever o mundo de amanhã que vem ao nosso encontro e os caminhos que a Igreja é chamada a percorrer.

“Escutando...”. Creio que estas pala-vras são a chave para compreender o que o Papa Francisco está pedindo à Igreja neste Sínodo: entrar numa dinâmica de escuta mútua da voz do Senhor que fala a nós hoje como membros do seu Corpo, em particular a seus membros mais jo-vens. Como o próprio Santo Padre disse na carta por ocasião da apresentação do Documento Preparatório da Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos:

“Eu quis que vocês estivessem no centro da atenção, porque os trago no coração. Exatamente hoje é apresentado o Documento Preparatório, que confio também a vocês como «bússola» ao lon-go deste caminho sinodal. Não tenham medo de ouvir o Espírito que lhes sugere escolhas corajosas, não hesitem quando a consciência lhes pedir que assumam o risco de seguir o Mestre. Também a Igreja deseja colocar-se à escuta da voz, da sensibilidade, da fé de vocês; até das suas dúvidas e das suas críticas. Façam ouvir a sua voz, deixem-na ressoar nas comunidades e a façam chegar aos pasto-res. São Bento recomendava aos abades que, antes de cada decisão importante, consultassem também os jovens porque «muitas vezes é exatamente ao mais jo-vem que o Senhor revela a melhor solu-ção» (Regra de São Bento III, 3)”.

Caros Irmãos Menores, chamados pelo Senhor “a escutar com reverência aos demais com autêntica caridade e res-peito (e) aprender com as pessoas com as quais vivemos (CCGG 93 parágrafo 1), o convite do Papa Francisco deveria ressoar profundamente em nossos cora-ções e nas nossas mentes, e encontrar--nos dispostos a responder com humil-dade e reverência para ouvir os jovens a quem temos o privilégio de servir e a criar espaços onde suas vozes possam ser escutadas, para juntos prepararmos o Sínodo de 2018.

Assim, pois, Irmãos, os convido a compartilhar com os jovens a quem vocês servem, a carta do Santo Padre e o Documento Preparatório do Sínodo. Este material está disponível, em muitas línguas, na página da Santa Sé: www.va-tican.va.

De maneira adequada às pessoas e lu-

gares em que prestam seu serviço, e com a ajuda de seus Ministros Provinciais e Custódios, criem fóruns nos quais nossos irmãos e irmãs jovens em Cristo possam escutar profundamente a voz do Senhor que lhes fala, e possam falar com vocês com toda a liberdade e a partir do coração da fé que cultivam. Depois, recolham o que foi compartilhado e, através de suas Pro-víncias e Custódias, enviem à Cúria Geral, em nome do Secretariado Geral das Mis-sões e Evangelização, para que possamos encaminhar ao Santo Padre e ao Conselho Sinodal. A data final para envio deste ma-terial é 1º de setembro de 2017.

Por favor, não se esqueçam de que no mês de maio de 2017, o Conselho Sino-dal lançará uma pá-gina especialmente para os jovens, de maneira que possam enviar suas contribuições diretamente para a Santa Sé. O endereço desta página será: www.sinodogiovani.va. Talvez no espaço que cria-rem para seus irmãos e irmãs mais jovens possam incluir um modo pelo qual eles possam respon-der ao Santo Padre, por meio desta página. Isto seria certamente algo criativo para demonstrar-lhes o amor do Santo Padre e nosso próprio amor.

Obrigado, irmãos, por tudo o que fa-zem a serviço do Evangelho, anunciando com alegria a Boa Nova do Senhor a to-das as gentes - especialmente aos nossos jovens - de forma que eles possam com-partilhar sua alegria e sua alegria chegue à plenitude. Que o Senhor leve a bom termo esta boa obra que Ele começou em nós (cf l 1,6).

Paz e bem!

Frei Michael A. Perry, OFMMinistro Geral e Servo

convite do ministro Geral para o sínodo dos Bispos 2018

os jovens, a fé e o discernimento vocacional

154 [Comunicações] Março / 2017

formação e estudos

com espírito de gratidão Àquele que chama, a Fra-ternidade de Acolhimento Vocacional de Itupo-ranga recebeu no dia 6 de fevereiro, 29 jovens que desejam fazer a experiência de seguimento de Je-

sus Cristo, a exemplo de Francisco, juntamente com a Fra-ternidade Local.

A gratidão se estende também às Fraternidades da Pro-víncia que, juntamente com os animadores do Serviço de Animação Vocacional Provincial, realizaram o acompa-nhamento desses jovens. As Fraternidades são: Chopinzi-nho, Colatina, Concórdia, Coronel Freitas, Guaratinguetá,

Ituporanga, Lages – Convento, Nilópolis – Aparecida, Rio de Janeiro – Santo Antônio, Santo Amaro da Imperatriz, São Paulo – Largo São Francisco, Sorocaba, Vila Velha.

Observando o Plano de Evangelização, a Fraternidade descobre a leveza de um acompanhamento vocacional des-vinculado do colégio interno. Este modelo de acolhimento vocacional proporciona maior facilidade aos jovens inspi-rados pelo Espírito e chamados por Deus para o seguimen-to do Filho.

Sem o colégio interno, pode-se alargar o acolhimento vocacional. A Fraternidade recebeu já neste ano jovens que

ituporanGa acolHe 29 jovens“deus ama! e, porque ama, chama”! (cencini)

Março / 2017 [Comunicações] 155

formação e estudos

cursam desde o nono ano até o terceiro ano do Ensino Mé-dio, e, também aqueles que já concluíram estas etapas aca-dêmicas e que terão a oportunidade de realizar a experiência de uma segunda FAV durante este tempo de acolhimento.

Foi um passo profético e bem tomado que atualiza a pro-posta do documento da Ordem “Vinde e Vede”, para a ani-mação vocacional: “No projeto provincial de PV, procure-se indicar uma casa, qualificada como FAV. Procure-se também identificar aspectos significativos de nossa vida e missão, presentes em várias Fraternidades da Província, de forma a oferecer aos jovens em busca vocacional a possibilidade de experimentar a riqueza e a variedade de situações em que a Fraternidade se encarna”.

Buscando a formação dos candidatos para o Postulan-tado, conforme o proposto pela Ordem, é proporcionada a cada grupo uma modalidade diferente. Dividido em dois grupos menores, um estuda na escola pública pela parte da manhã e outro participa das formações juntamente com a Fraternidade. O período da tarde e o da noite são dedicados para a formação humana, religiosa e franciscana, para os trabalhos (não mais agrários), para a manutenção da casa e, ainda, para as aulas de reforço de Língua Portuguesa e Infor-mática com os próprios frades, dispensando a contratação de professores.

Destaca-se, ainda, o trabalho pastoral junto às realidades mais necessitadas de Ituporanga: animação vocacional nas turmas de catequese, participação na Pastoral do Hospital Bom Jesus, atenção aos idosos do Abrigo Mão Amiga, co-laboração nos trabalhos da APAE e visitas aos doentes do bairro.

No domingo, 12 de fevereiro, na celebração Eucarística, os jovens vocacionados foram acolhidos pela comunidade de fé que participa da vida da Fraternidade. Na celebração,

o presidente agradeceu mais uma vez ao povo de Ituporanga que benigna-mente acolhe esses jovens nesta terra e que assume, com zelo e dedicação, a missão de participar da formação nesta casa: “Fazer todo o esforço para constituir nas Províncias a FAV, para passar da animação da PV confiada a uma pessoa para a constituição de Fraternidades vocacionais, que – além de apresentar melhor nosso carisma – são um ótimo meio pedagógico no processo de acompanhamento” (Doc. Vinde e Vede).

Fraternidade São Francisco de AssisItuporanga

156 [Comunicações] Março / 2017

formação e estudos

se algum dos dezoito postu-lantes que foram acolhidos na quarta-feira (1º/2) no Seminá-rio Frei Galvão desta Província

Franciscana da Imaculada Conceição tivesse alguma dúvida sobre o Postu-lantado, com certeza não teria mais depois de ouvir o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboemmel, que fez mais do que uma reflexão, mas deu uma verdadeira aula sobre esta etapa formativa.

“Ser postulante significa o quê? Postular. Postular significa o quê? Pedir insistentemente. Não é apenas

o pedido que vocês fizeram hoje de manhã aos confrades e irmãos aqui presentes, mas esse pedido insistente se dá ao longo desse tempo de Pos-tulantado. A quem vocês vão pedir? Não é a mim, não é ao guardião Frei João, não é ao mestre, muito menos à Fraternidade. Vocês vão pedir insis-tentemente, abrindo seus corações, a Deus para viverem plenamente esse ano de graça e de bênçãos”, reforçou Frei Fidêncio, acrescentando que des-ta forma todos os dezoito estarão no final do ano vestindo o hábito francis-cano em Rodeio.

Os jovens Daniel Maciel, Davi Santos Silva, Éverton Junior Gos-chel Brito, Francisco Teixeira Júnior, Franklin Mateus da Costa, Gabriel Antônio Barão, Gabriel Nogueira Alves, Guilherme Plotegher Neto, Josiélio da Silva Oliveira, Lucas Mo-reira Almeida, Lucas Saraiva, Marce-lo Tadeu S. Cardoso, Ramon Veloso da Silva, Roberto Almeida de Jesus, Roberto Rocha da Silva, Sérgio Hide Honna, Thierry Melo de Paula e Yves da Costa Bernardes foram acolhidos durante a Oração da Manhã, apenas na presença da Fraternidade Local,

postulantado Brasil:um ano para pedir com insistência

formação e estudos

postulantes2017

Daniel Maciel

Nascimento: 04/06/1994

Residência: Frei Rogério - SC

Éverton Junior Goschel Brito

Nascimento: 14/09/1999

Residência: Xaxim - SC

Gabriel Antônio Barão

Nascimento: 24/05/1996

Residência: São Paulo - SP

Franklin Mateus da Costa

Idade: 18

Residência: Minas Gerais

Davi Santos SilvaNascimento:

14/04/1996Residência:

São Paulo - SP

Francisco Teixeira Júnior

Nascimento: 22/02/1993

Residência: Itapetininga - SP

Josiélio da Silva Oliveira

Nascimento: 13/01/1990

Residência: Montanha - ES

Gabriel Nogueira Alves

Nascimento: 05/07/1997

Residência: São Paulo - SP

Guilherme Plotegher Neto

Nascimento: 29/01/1989

Residência: Colatina - ES

Lucas SaraivaNascimento: 15/07/1990Residência: Vitória - ES

Lucas Moreira AlmeidaNascimento: 19/01/1999Residência: Vila Velha - ES

Yves da Costa BernardesNascimento: 11/03/1989Residência: Rio de Janeiro – RJ

Marcelo Tadeu S. CardosoNascimento: 28/08/1984Residência: São Paulo - SP

Ramon Veloso da SilvaNascimento: 23/04/1998Residência: Lorena - SP

Roberto Rocha da SilvaNascimento: 02/05/1980Residência: São Paulo - SP

Roberto Almeida de JesusNascimento: 01/06/1982Residência: Cachoeira Paulista - SP

Samuel S. PimentelNascimento: 30/09/1991Residência: São Paulo - SP

Sérgio Hide HonnaNascimento: 5/02/1973Residência: Itaí - SP

Thierry Melo de PaulaIdade: 17Residência: Itanhaém - SP

158 [Comunicações] Março / 2017

dos frades do Seminário São Francis-co de Ituporanga e alguns outros fra-des da Província.

Frei Fidêncio começou a sua refle-xão destacando as frases do comentá-rio inicial feito por Frei Robson Scu-dela, que acompanhou esses jovens como orientador na etapa anterior no Seminário de Ituporanga: “Aque-les que desejarem ter conosco sejam recebidos benignamente...” e “o postu-lantado é tempo de abrir o coração e escutar a Deus”.

Segundo o Ministro Provincial, esta etapa é um tempo para firmar a própria escolha. “Quem de vocês tem clareza absoluta? Eu creio que todos vocês têm clareza absoluta, mas ao mesmo tempo dúvidas vão surgir, questionamentos vão aparecer. Por isso, esse tempo é o de firmar a pró-pria escolha, que se fortalece na me-dida em que se coloca o coração na escuta constante em Deus”, detalhou Frei Fidêncio.

“Francisco não tinha certeza, não

tinha clareza, mas simplesmente sem-pre se colocava de novo na escuta de Deus. Abria as páginas do Evangelho para lhe pedir: ‘Senhor, que queres que eu faça?’. Esse é um caminho de conversão que implica num fortaleci-mento cada vez maior, como também foi lembrado hoje, da graça batismal. E a graça do batismo não é uma gra-ça estática na vida do cristão. A graça

do batismo, para ser plena, é sempre dinâmica. E as pessoas, ao longo da vida, vão dando as respostas a essa graça batismal mediante a vocação: vocação matrimonial, vocação sacer-dotal, vocação para a vida religiosa e tantas outras formas de vida que o Espírito Santo de Deus sempre inspira dentro de sua Santa Igreja”, acrescen-tou o celebrante.

“Também foi dito que o Postu-lantado é um tempo para se identi-ficar com o caminho a ser percor-rido. Identificar-se, portanto, nessa vocação franciscana. Aqui pertinho de nós, temos os Redentoristas em Aparecida; os salesianos em Lorena; e outras congregações. Aqui, em Gua-ratinguetá, temos a vocação francisca-na com sua mística própria. E para se identificar nesse caminho, como São Francisco de Assis, devem abrir o co-ração para escutar Deus”.

Depois, Frei Fidêncio lembrou o quanto é bonita a fórmula que o jo-vem postulante recita durante o rito:

formação e estudos

Março / 2017 [Comunicações] 159

“Eu, [fulano de tal], de livre e espontâ-nea vontade... “Ou seja, apresentam--se de livre e espontânea vontade para serem postulantes dentro da Ordem Franciscana, uma Ordem religiosa específica com 800 anos de história. “Postulantes que aqui não são rece-bidos benignamente por mim, mas pelo próprio Seráfico Pai São Francis-co, que se alegrava quando chegavam irmãos para conviverem com ele o mesmo projeto evangélico”, emendou, animando-os a não desistirem diante das primeiras dúvidas e incertezas.

“Então, ao longo do ano, vocês vão postular no ofício divino, postular na oração, postular com insistência nos encontros formativos, na convi-vência fraterna, no relacionamento com a comunidade, com o povo de Guaratinguetá, com os frades que por aqui passam, vão postular com tantos e tantos romeiros de Frei Galvão. Ou seja, existem tantas formas onde você vai mostrar o que significa ser postu-lante”, ensinou, alertando que postular

significa, em primeiro lugar, compro-meter-se com pedido e, em segundo lugar, implica num querer. “Querer vi-ver o santo Evangelho na disponibili-dade, na alegria para o serviço a Deus e aos irmãos. Significa identificar-se cada vez mais, franciscanamente, com o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo e querer se comprometer com esse Santo Evangelho”, insistiu.

“Depois vocês falaram que que-rem estabelecer esse pacto com o Mi-nistro Provincial. Não é apenas um pacto civil, um contrato civil que vo-cês assinam, mas, mais do que isso, é um pacto sagrado que vocês querem estabelecer com a nossa Província Franciscana da Imaculada Conceição, dentro da qual vocês querem sonhar, viver a vocação e a missão evangeliza-dora”, acentuou.

Depois dessas reflexões, Frei Fi-dêncio perguntou: “Parece que o peso recai somente sobre vocês?” E respondeu que a responsabilidade e o compromisso são de todos nós. “Nós os acolhemos benignamente, os acolhemos como Fraternidade de Guaratinguetá, Seminário Frei Gal-vão, os acolhemos como Província e os acolhemos como Ordem. E nós podemos dizer a vocês, como Igreja e Ordem: ‘vinde e vede!’ O que vocês vão ver? Essa realidade aqui, essa casa, esses espaços, tudo o que acontece aqui, os irmãos que não são os mais

formação e estudos

160 [Comunicações] Março / 2017

santos, mas também não são os piores pecadores, irmãos que Deus coloca ao nosso lado, que também estão na busca do mesmo ideal, da mesma vo-cação. Vinde e vede. Então é o Senhor que faz o convite”, ressaltou, dizendo que era uma alegria para a Província e para a Ordem acolher a eles. “Nós os acolhemos com tanta alegria para vi-vermos, juntos, a partir do Evangelho, uma missão evangelizadora. E nos alegramos e acolhemos com benigni-dade e alegria”.

Os dezoito foram chamados e apresentados ao Provincial pelo guar-dião e Definidor Frei João Francisco da Silva. Interrogados pelo Ministro Provincial, eles fizeram o pedido para

ingressarem neste tempo da forma-ção e ouviram esta resposta: “Com as palavras de Jesus vos recebo, dizendo ‘Vinde e vede’! De bom grado vos aco-lhemos nesta casa de formação para o tempo do Postulantado. Aqui podereis discernir com clareza a vossa vocação e fazer a experiência da nossa vida de fraternidade e de minoridade a serviço da Igreja”. Depois, ajoelhados, rezaram a Oração de São Francisco diante do Crucifixo de São Damião e receberam o Tau e a bênção de Frei Fidêncio.

Concluindo, ele comprometeu-se com eles ao confiar à Fraternidade formadora do Seminário Frei Gal-vão, a missão de ajudá-los a discernir, a fazer a experiência de fraternidade

e minoridade na Ordem dos Frades Menores. “Eu creio que esta é a gran-de tarefa deste ano no Postulantado. Vocês vão postular e a Fraternidade aqui presente vai ajudar nesse pedi-do insistente”, finalizou, chamando à frente do altar da capela os frades que compõem a Fraternidade formadora: Frei João Francisco, o guardião; Frei Jeâ Andrade, o mestre; Frei Leonir Ansolin, vigário da casa; Frei Airton da Rosa Oliveira e os dois novos fra-des: Frei Mário Stein, que veio da Fra-ternidade de Colatina, e Frei Walter Hugo de Almeida, que veio da Fazen-da Esperança.

Moacir Beggo

formação e estudos

Março / 2017 [Comunicações] 161

postulantado de anGola:“é preciso merGulHar no amor de deus”

Alisson Luiz Zanetti, e pelo mestre dos postulantes, Frei Marco Antônio dos Santos.

Foram admitidos para fazer essa experiência de um ano, os jovens: Abel Ndala Cahuma Nganji, Clemen-tino Samuel Miguel, David Vicente da Conceição Gaeita, Lucas Eduardo Maurício, Luiz Antonio Gungo, Silva-

no Kessongo Pinto Leitura e Valódia João Manuel Baptista Domingos.

Frei José Antônio, com suas pa-lavras acolhedoras, admitiu os sete candidatos para fazer a experiência de um ano no Postulantado de Ki-bala, preparando-se para ingressar na Ordem dos Frades Menores. Na homilia contou-nos uma fábula sobre

segredo do fogo. Passado algum tem-po, uma mariposa voltou cega de um olho, afirmando que havia chegado perto demais e que a luminosidade da vela lhe tinha ofuscado, e que conti-nuava sem entender os mistérios da luz. Outra voltou com uma asa quei-mada, reconhecendo que sua experi-ência não fora satisfatória.

formação e estudos

com muita alegria, a Fundação Ima-culada Mãe de Deus de Angola

admitiu, neste dia 1º de fevereiro, sete jovens ao Postulantado Santo Antô-nio, em Kibala. A celebra-ção foi presidida pelo pre-sidente da Fundação, Frei José Antônio dos Santos, e concelebrada pelo guar-dião da Fraternidade, Frei

o fascínio que a chama de uma vela exercia sobre as mariposas. O que as des-lumbrava? Seria a luz ou o calor?

Então, pediram a ajuda da mariposa-rainha. De-pois de meditar sobre o as-sunto, ela aconselhou que cada uma, individualmen-te, procurasse encontrar a resposta. Todas saíram procurando desvendar o

162 [Comunicações] Março / 2017

viver “como as mariposas”, que pro-curam entender o que é a luz da vela. “Não bastam ações como se aproximar da chama para sentir o aquecimento, ou ver de longe para apreciar o seu brilho; é preciso mergulhar dentro da chama para fazer a experiência radical”, ensinou, indicando que a experiência

no Postulantado deve ser total. Segun-do o frade, deve ser assim a nossa expe-riência em Cristo: devemos mergulhar Nele para nos tornarmos um só. Não olhar distante, mas mergulhar dentro do Amor de Deus, porque só assim seremos perseverantes e quem perse-verar até ao fim será salvo.

Que Deus abençõe estes jovens que cotidianamente dão seu sim a Deus. Que abençoe a Fraternidade de Santo Antônio, em Kibala, que os acolhe e os forma no caminho do dis-cipulado de Cristo.

Frei Pedro Isaías L. Vitangui

formação e estudos

Por séculos, as ma-riposas não entenderam por que a luz lhes extasia-va tanto. Até que um dia uma voou na direção de uma lamparina com tanta determinação que mor-reu queimada. Nesse dia, a mariposa-rainha falou: “Somente esta mariposa conheceu o mistério do fogo, mas nós nunca sabe-remos”.

Segundo o presiden-te da Fundação, devemos

O sete jovens rece-beram simbolicamente o Tau Franciscano, si-nalizando o compro-misso com o Cristo e Francisco.

Após a celebração, o dia foi de confra-ternização, no café da manhã, no futebol e durante o almoço, mo-mentos onde celebra-mos a verdadeira festa de nossa vida que é a vida em fraternidade.

Março / 2017 [Comunicações] 163

164 [Comunicações] Março / 2017

formação e estudos

buscar orientação vocacional. “Sen-tia o desejo de servir a Igreja de uma forma mais radical, participava ativa-mente da Paróquia São Judas Tadeu, onde fui coroinha por 7 anos, atuei como coordenador dos coroinhas por três anos, frequentei várias pastorais na Paróquia, era membro do conse-lho paroquial e do círculo bíblico de jovens. Participando das atividades da Paróquia, o pároco sempre me incen-tivava a participar do grupo vocacio-nal do Vicariato oeste da Arquidiocese do Rio de Janeiro, que tinha sua sede em Bangu. Era um padre muito bom que coordenava este grupo, com me-ninos e meninas, e direcionava para o

seminário ou casa religiosa, conforme a busca pessoal de cada um”, conta Frei Alan, até que, com ajuda da in-ternet, fez contato com congregações e ordens religiosas.

“Entrei em contato com os frades a partir do e-mail disponível no site da nossa Província e respondeu um aspirante em nome do Frei Paulo lá do Seminário de Ituporanga. Depois de trocas de e-mail, me pediu que pro-curasse o Frei Hermenegildo Pereira, no Convento de Santo Antônio. No início de junho de 2006, fui acolhido por ele, conversamos durante umas duas horas no jardim do convento lá de cima. Ele, então, me convidou para

Filosofia em Rondinha e Teologia em Petrópolis, onde morou de 2013 a 2014 no Sagrado e, 2015 a 2016, na Fraternidade Nossa Senhora de Gua-dalupe. Professou solenemente na Ordem dos Frades Menores no dia 6 de dezembro de 2014 e, ao concluir o Curso de Teologia, foi transferido para a Paróquia da Rocinha, no dia 22 de dezembro de 2016, onde reside e vai ser ordenado.

comunicações - Como é para você dar esse novo passo na sua vida re-ligiosa?

Frei Alan - Sou feliz como fra-de menor e agradeço por tudo que a

ordenação diaconal

frei alan será ordenado no dia 25

o carioca Frei Alan Maia de França Victor será orde-nado diácono por

Dom Orani João Tem-pesta no dia 25 de março, às 18 horas, na Paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, na Rocinha, Rio de Janeiro. Para ele, esta nova etapa em sua vida é “uma opção preferencial pelo serviço” a Deus e à Igreja como frade menor. Natural do Rio de Janei-ro, onde nasceu no dia 5 de fevereiro de 1980, no bairro de Bangu, um dos mais quentes da capital carioca, é filho de Mari-naldo e Anita Maria de França Victor e irmão de Aline, quatro anos mais nova.

Há dez anos, quando ainda trabalhava numa empresa particular de Banco de Sangue, decidiu

o encontro vocacio-nal no sítio Taquara, reunindo os jovens da Baixada e Frei Paulo Pereira e Frei Florival. Gostei do encontro, da acolhida. No mês de julho retornei ao Con-vento para conversar com Frei Hermenegil-do, que me convidou para participar uma vez por mês dos encon-tros vocacionais. Parti-cipei durante quatro meses. Em novembro fui para o estágio em Guaratinguetá e, em 14 de fevereiro 2007, entrei no Seminário de Ituporanga”, recordou Frei Alan, que fez o Postulantado em 2008, e o noviciado em 2009, professando tempora-riamente no dia 3 de janeiro de 2010.

Frei Alan cursou

Março / 2017 [Comunicações] 165

formação e estudos

Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil me proporcio-nou durante estes anos de formação na caminhada formativa, com os es-tudos, as casas de formação e as fra-ternidades onde morei e conheci nos estágios. Aos confrades que me incen-tivaram a continuar a caminhada du-rante o processo formativo também faço meu agradecimento.

Depois de 10 anos na formação inicial, no último ano de Teologia, é o momento de pensar, discernir em relação a dar mais um passo como frade menor em relação aos ministé-rios ordenados. Fiz o discernimento e apresentei ao mestre o desejo de poder servir a Igreja como frade me-nor sendo ministro ordenado. Esse novo passo na minha vida religiosa é para servir a Igreja, a Província e o povo de Deus como frade menor no serviço da Palavra, no cuidado aos enfermos e pobres, no auxílio à liturgia como diácono nesta Frater-nidade e ao povo bom e religioso da

nossa Rocinha. Coloco-me à dispo-sição para da melhor maneira possí-vel exercer este ministério a serviço do povo. É uma responsabilidade o diaconato. Enquanto sacramento de Cristo-Servo é expressão de uma Igreja servidora, uma Igreja em saí-da como nos pede o Papa Francisco. Como coloquei no convite: “Eis o teu servo, Senhor... Faça-se em mim se-gundo a tua Palavra” (Lc, 1,38), dei-xar Deus agir na minha vida como frade menor no exercício do ministé-rio de diácono da Igreja. Viver a Pala-vra de Deus na minha vida religiosa e ser um instrumento para os irmãos e irmãs.

comunicações - O que significa ser diácono da Igreja para você?

Frei Alan - Ser diácono da Igreja é ser servidor de todos. Pela impo-sição das mãos do bispo, o diácono recebe publicamente, de modo irre-vogável e definitivo, o mandato e a missão do serviço, consagrado pela

graça do sacramento. Pelo testemu-nho de vida sou chamado a construir um mundo mais de acordo com o projeto de Deus. Quero viver o dia-conato a partir da opção preferen-cial pelo serviço, missão e partilha de vida, a exemplo do amor de Jesus Cristo, que não veio para ser servido, mas para servir. Viver o ministério diaconal na Igreja é hoje um tesouro para fecundar a missão evangeliza-dora, como frade menor, no atendi-mento de tantas urgências e neces-sidades, no anúncio do Evangelho e na busca de uma vivência autêntica e comprometida da fé. O diácono é hoje uma presença amorosa de Cris-to Servo na Igreja e na vida da socie-dade, anunciando o Reino de Deus a todas as pessoas. É isso que quero viver como diácono na Igreja, de modo particular na paróquia Nossa Senhora da Boa Viagem, na Rocinha e na Província.

Entrevista a Moacir Beggo

166 [Comunicações] Março / 2017

formação e estudos

na segunda-feira, 6 de feve-reiro, às 18h, a Paróquia São Francisco, na Vila Cle-mentino, em São Paulo (SP),

acolheu a celebração da admissão de 11 noviços franciscanos. Logo no início da celebração, o Ministro Provincial, Frei Fidêncio Vanboem-mel, ressaltou que o fato talvez fosse inédito para a Província, para o no-

viciado e para a Paróquia São Fran-cisco, em São Paulo.

A admissão dos noviços aconte-ce em Rodeio (SC), no próprio no-viciado. O Ministro afirmou que por conta de atrasos da emissão dos vis-tos dos postulantes em Angola, eles só conseguiram viajar agora, e por isso, a admissão aconteceu em duas etapas, em Rodeio e em São Paulo.

Outros 9 noviços foram admiti-dos no dia 14 de janeiro, e o grupo que recebeu o hábito nesta noite seguirá para Santa Catarina ama-nhã, 7, acompanhados do mestre de noviços, Frei Samuel Ferreira de Lima, para darem início a esta eta-pa da formação. Durante o dia, os postulantes puderam conhecer um pouco sobre a vida no noviciado e

noviciado comp letocom a admissão de 11 noviços angolanos e 1 brasileiro, no dia 6 de

fevereiro, na paróquia são francisco de assis, na vila clementino (sp), começou definitivamente o ano de noviciado da turma 116. eles se jun-tam aos noviços brasileiros que foram admitidos no dia 14 de janeiro,

conforme matéria na última edição das comunicações.

Março / 2017 [Comunicações] 167

formação e estudos

às 18 horas, celebraram com a co-munidade e os frades sua admissão. Além dos jovens vindos de Angola, foi acolhido também Rodrigo José da Silva, de Campo Largo (PR), que fez o Postulantado no ano passado e por questões familiares não partici-pou da celebração em janeiro.

A missa foi presidida pelo Mi-nistro Provincial e concelebrada pelo Vigário Provincial, Frei César Külkamp, pelo definidor Frei João Francisco da Silva, por Dom Eva-risto Pascoal Spengler, bispo da Prelazia do Marajó, Frei Valdecir Schwambach, pároco da Paróquia São Francisco, Frei Valdemiro Was-tchuk, missionário em Angola e Frei José Zanchet, do Largo São Francis-

co. Os frades de São Paulo e de Gua-ratinguetá também participaram da celebração festiva.

Antes de sua homilia, Frei Fi-dêncio convidou Frei Valdemiro

para que fizesse a apresentação e chamada dos candidatos. Foram apresentados: Alberto Capingala Martinho Sambei, Angelino So-copia Sicaleta, António Sacaputo

noviciado comp leto

168 [Comunicações] Março / 2017

Maimo, Domingos Macuva Pau-lo, Eduardo José Cavita Camunha, Inoc Joaquim João, João Baptista Culiaquita, João Tchivandja Lino, José Francisco Inito, Silveio Munga Cajonde e Rodrigo José da Silva. Ao

serem perguntados qual era o pedi-do para a Ordem dos Frades Meno-res, eles responderam:

“Sentindo-nos inspirados por Deus, desejamos participar da vida da Família Franciscana na Ordem

dos Frades Menores. De coração vos pedimos que nos revistais das vestes de provação e nos ajudeis a trilhar o caminho da penitência, a viver se-gundo a forma do Santo Evangelho, a observar a humildade e a pobre-za de Nosso Senhor Jesus Cristo, a possuir o Espírito do Senhor, a rezar sempre de coração puro, a alimentar sem cessar o amor fraterno”.

O Ministro Provincial e os de-mais frades rezam pelos postulantes e aceitam o pedido feito.

Em seguida, Frei Fidêncio Van-boemmel deu sequência à celebra-ção com a homilia. Ele falou aos 11 jovens sobre a etapa do noviciado. “Hoje vocês concluíram a primei-ra etapa da formação inicial para a vida religiosa franciscana que cha-mamos de Postulantado. Ao longo

formação e estudos

Março / 2017 [Comunicações] 169

formação e estudos

do período do Postulantado, tanto em Kuibala como em Guaratingue-tá, com a ajuda dos formadores, vo-cês tiveram o tempo necessário para clarear o chamado de Deus e mani-festar o desejo de abraçar a Forma de Vida inspirada por Deus a São Francisco de Assis. Assim, todo o ano formativo do Postulantado foi um exercitar-se (oração, trabalho, estudo, vida fraterna, etc.) para che-gar a este momento: a admissão ao Noviciado”, afirmou o Ministro Pro-vincial.

Frei Fidêncio ressaltou também que o noviciado não é uma casa, mas é a vida, e que esta etapa se completa com os dons e virtudes de cada um, noviços e fraternidade formadora, e que esta nova etapa de vida exige deles criatividade.

Sobre o Evangelho do dia, de Mc 6, 53-56, o frade afirmou: “O tempo do Noviciado também pode ser identificado com o início do Evangelho de hoje: ‘tendo Jesus e seus discípulos acabado de atraves-sar o mar’. E a palavra que eu aqui quero acentuar é ‘atravessar o mar’. O Noviciado é uma travessia, com todos os riscos que isso implica: ter um timoneiro (Mestre e fraternida-de), ter clareza para onde se quer ir (vida franciscana); remar juntos (vida fraterna); sujeito a tempesta-des (importância da fé)”, destacou.

Frei Fidêncio falou ainda que a rotina do noviciado pode parecer cansativa, até mesmo chata, afir-mou, mas que é na simplicidade do cotidiano que o Espírito Santo vai agir. “Cada manhã e cada tarde

é o tempo da graça”, acrescentou.Ao final da homilia, os noviços

receberam das mãos do Ministro Provincial o hábito franciscano e, em seguida, já com as novas vestes, receberam um abraço dos confra-des. Em seguida, eles assinaram a ata do noviciado.

Após a comunhão, Frei Fidêncio chamou o mestre dos noviços, Frei Samuel, agradeceu pelo trabalho re-alizado e, literalmente, entregou nas mãos do confrade os noviços. Os dez frades angolanos cantaram em ação de graças, e a comunidade toda aplaudiu.

Os noviços seguiram na terça--feira, 7, para Rodeio (SC) com o Mestre Frei Samuel.

Érika Augusto

170 [Comunicações] Março / 2017

xxx

o novo “são francisco”o convento no coração de são paulo passa pela maior

reforma desde a sua fundação em 1941.

fraternidades

Março / 2017 [Comunicações] 171

o imponente Convento São Francisco, inaugurado por Frei Dâmaso Venker em 1941, não ficou imune à

ação do tempo e, com a mudança da sede do Provincialado para a Vila Clementino em 2004, isso fi-cou mais evidente ainda na última década. Era a hora de reformar e garantir uma vida mais longa a esta casa que é referência e símbolo da Província Franciscana da Imacula-da Conceição do Brasil. A decisão veio do Governo e do Definitório

O mestre de obras Givaldo: “É mais fácil fazer um prédio novo”.

Provincial, ratificada no último Capítulo Provincial, para dar nova vida ao Conven-to São Francisco no coração de São Paulo, exatamente no ano em que celebra 370 anos da sua inaugu-ração, que se deu na Festa das Chagas de São Francisco, em 17 de setembro de 1647.

“Há mais de 20 anos se fala e se pensa em fazer uma grande reforma do Convento São Francisco. E isso ficou mais forte de-pois que o Provincia-lado saiu daqui. Havia um grande número de quartos da casa em condições muito precárias para acolhimento e para encontros, principalmente no caso dos banheiros, que são poucos por andar e limitados para uso”, ex-plica Frei Mário Luiz Tagliari, que recebeu a transferência para a guar-diania da casa no início de 2016, sabendo que teria pela frente esta árdua missão.

Segundo o frade, a escolha do Definitório e a consequente apro-vação do Capítulo levou em conta a história secular de uma das primei-

ras casas da Província, a facilidade de acesso por estar situado na re-gião central, próximo de metrô, dos terminais de ônibus e dos aeropor-tos, a localização central no territó-rio da Província, e ponto de referên-cia para frades e religiosos de todo o Brasil. Mas esse novo Convento também vai se tornar uma casa de encontros e retiros para grupos me-nores de 40 pessoas, já que disponi-bilizará 35 suítes nos 3º e 4º andares, além de dois dormitórios coletivos para até 10 hóspedes. A Fraterni-

dade local ocupará o sexto e quinto andares com 19 suítes.

“O Convento São Francisco, mês a mês, é deficitário. Suas receitas são sempre menores que as despesas, por ser uma casa muito grande. Só o trabalho dos frades não o susten-ta. Então, mais do que tudo, esta grande reforma visa esta autossus-tentabilidade a partir de encontros, retiros e aluguéis”, acredita o guar-dião, contando que a obra começou para valer no mês de agosto do ano passado. “Mas antes disso tivemos

muitas reuniões para escolher as empresas e assinar contratos”, lem-brou Frei Mário, reconhecendo que o tamanho da obra e o investi-mento chegou a assustar no início. O primeiro orçamento previa um investimento de R$ 2 milhões e 700 mil, mas com a decisão de instalar um novo elevador com a constru-ção da torre para ele, uma central de ar condicionado e aquecimento solar para os quase 60 chuveiros, ele valor será maior. “Era um so-nho antigo dos frades esta reforma,

principalmente dos últimos guardiães, que sabiam que esta obra precisava ser feita, mas o volume dela assusta-va qualquer um, ainda mais se pensarmos no financiamento para fazer isso. Mas o Go-verno e seu Definitó-rio apostaram nesse investimento”, observa Frei Mário.

Para o mestre de obras Givaldo João da Costa, uma obra como esta é mais di-fícil do que construir um prédio novo. “E outro agravante é ter morando na casa 18 frades em meio às

obras”, acrescenta Frei Mário. “Só o fato de construir 53 banheiros em 53 quartos já dá uma dimensão do tamanho desta obra”, indica Frei Mário, que garante não ter perdido nenhuma noite de sono “porque a obra tem seguido o cronograma sem percalços”.

Com isso, a previsão é que até na Páscoa deste ano, 16 de abril, os 18 frades que compõem a Fra-ternidade São Francisco possam se mudar para quinto e sexto anda-res, desocupando, com isso, o 4º e

fraternidades

3º andares para que a obra continue. “Então, a previsão é que até o final de 2017 tenhamos o Convento pronto”, espera o guardião.

Segundo Frei Mário, para que esta obra se iniciasse, os frades se acomodaram no terceiro andar e no 4º e 5º andares da parte velha do con-vento. “Não fácil morar em meio às obras. Apesar de alguns frades doen-tes e idosos, ninguém reclama do ba-rulho das furadeiras e das quebradei-ras durante todo o dia, porque sabem que estão suportando isso em benefí-cio da própria casa e do conforto que terão em breve”, observa o frade.

“Será muito simbólico para a Província concluir esta grande refor-ma enquanto se celebram 370 anos. Com isso, a estrutura da igreja, que foi restaurada em 2009, e todo o conjunto que compõe o Convento estarão prontos para atender as ne-cessidades da Fraternidade local e

uma História de 370 anos1639 (06 de agosto) - Licença pública para a

construção do Convento1640 (05 de janeiro) - Chegada dos primei-

ros sete fundadores a São Paulo: Frei Francisco dos Santos, guardião; Frei Manuel dos Mártires, Frei Salvador do Nascimento, Frei Pedro da Piedade e Frei João da Luz, sacerdotes; e Frei Si-mão do Salvador e Frei José de Santo Antônio, irmãos leigos.

1640 (12 de junho) - Conclusão da Residên-cia Santo Antônio, um recolhimento provisório, na atual Praça do Patriarca

1642 (24 de dezembro) - Doação do atual terreno para a construção do conven-to, de “oitenta braças de chão de com-primento”. No ano seguinte tiveram início as obras.

1647 (17 de setembro) - Inauguração do Convento, que passou a se chamar “São Francisco e São Domingos”.

1677 (24 de dezembro) - Capítulo Pro-vincial em que têm início os cur-sos de Teologia e Filosofia no Convento

1711 a 1806 - O Convento também foi casa de Noviciado

1762 (julho) - Frei Galvão inicia os estudos de Filosofia no Convento

1788 (11 de setembro) - Inauguração da Ca-pela da Ordem Terceira

1827 (27 de novembro) - Cessão de par-te do Convento para a Faculdade de Direito

1870 Um grande incêndio destruiu a cape-la-mor. A imagem de São Francisco foi salva.

1884 Alteração da fachada da igreja com abertura da entrada central como hoje é utilizada.

cronoloGia

fraternidades

provincial e da Paróquia e Santuário”, explica Frei Mário.

a reformaComeçando de cima para baixo,

no 7º andar do edifício, onde funcio-nava o Arquivo Morto da Província, ficará a Casa de Máquinas. Esse es-paço vai abrigar duas grandes con-densadoras (VRF) que vão levar o ar condicionado (frio e quente) para toda a casa e os boilers do sistema de aquecimento de água através de energia solar. Para isso, todo o telha-do foi trocado por painéis solares. “Essa casa, por ser muito alta e em um prédio antigo, o verão é extre-mamente quente, diria uma sauna, e o inverno é extremamente frio. Por isso em cada quarto haverá possibili-dade de ar quente e ar condicionado. Outro desafio era como colocar chu-veiro elétrico em 53 apartamentos. Então foi feita a opção pela energia solar”, explica Frei Mário.

1938 Convento adquire três casas contíguas ao terreno para as novas instalações da casa

1940 Criação da Paróquia1942 (06 de abril) - Demolição do velho

“Salão dos Atos”, onde se estabelecia a Irmandade de São Benedito e o seu cemitério. Com isso, tiveram início as obras do Convento.

1945 a 2004 Sede Provincial1947 (17 de setembro) - Inaugurado o “Tea-

tro São Francisco”, que depois também foi cinema.

1948 Término da construção do novo Con-

vento Franciscano e restauração da parte antiga do prédio.

1951 Reforma da igreja, com renovação do assoalho e pintura.

1955 Fechamento do Cine Teatro São Fran-cisco. Razão: alto custo para manter funcionários e pouco público.

1959 Reformas na sacristia, presbitério e en-trada do Convento.

1971 Reforma geral do telhado da igreja do Convento

1986 Reforma do 5º e 6º andares (Provin-cialado) e nova pintura

1991 Reforma no refeitório

1992 Reforma na Sala de Recreio do 3º pa-vimento

1995 Concluído espaço para a padaria. Reforma da parte elétrica do Con-vento.

1996 Reforma do telhado do Convento1997 Reforma do 1º pavimento para atendi-

mento paroquial. Convento é declara-do Santuário.

1999 Restauração da igreja do Convento2009 Término do Restauro

Pesquisa Ricardo MelittaDepartamento de Patrimônio da Província

cronoloGia

fraternidades

174 [Comunicações] Março / 2017

fraternidades

Descendo, o 6º andar vai ser o ponto de encontro dos frades. O es-paço que já sediou os escritórios da Sede Provincial, os escritórios do Sefras, etc; hoje vai receber a nova capela, a biblioteca, a sala de TV, a cozinha (localizada bem no espaço que era a antiga sala capitular) e um grande salão com espaço conjunto para sala de recreio e refeitório.

Já no quinto andar estarão as 19 suítes para a Fraternidade local. Cada quarto, então, ganhará móveis novos (guarda-roupa, estante e escrivaninha),

banheiro, ar condicionado, cabeamen-to para TV, internet e telefone. “E por causa do barulho da Rua Riachuelo e das constantes festas da Faculdade de Direito, todos os quartos e espaços que fazem limite para o lado da rua terão, na parte interna, janelas antirruído. Isso porque não podemos mexer nas janelas antigas de todas as fachadas do Convento, que são tombadas pelo Pa-trimônio Estadual. As janelas vão ser restauradas e pintadas, tanto a madei-ra como os vidros”, explica o guardião. Segundo o frade, cada andar terá um

quarto para portador de necessidades especiais.

É importante lembrar que entre o prédio da Faculdade e o prédio do Convento construído em 1941, exis-te a construção do Convento antigo, onde estão alguns quartos de frades, a lavanderia, etc. Este espaço tam-bém será reformado e vai ganhar dois dormitórios coletivos (com ca-pacidade para 10 pessoas). “Além disso, teremos um espaço para os funcionários e lavanderia no quarto e quinto andares”, explica Frei Mário.

(1) Empregado da obra trabalha no local que será a nova capela no 6º andar; (2)a surpresa do bom estado da madeira garantiu um teto belíssimo no salão de recreio de refeitório do 6º andar; (3) outro detalhe deste espaço; (4) os novos lavabos, todos combinando com o chão em piso frio de cerâmica como motivos de madeira.

1 2

3 4

Março / 2017 [Comunicações] 175

fraternidades

Abaixo, no 4º e 3º andares fica-rão 35 suítes que serão disponibili-zadas para encontros, retiros e hos-pedagem. Todos os quartos terão a mesma estrutura dos quartos pre-parados para os frades. No terceiro andar, na parte velha, as atuais salas de TV e leitura, a capela interna e a sala de recreio Santa Clara vão ser disponibilizadas para encontros e retiros, assim como o segundo an-dar (o Largo São Francisco está num plano completamente diferente do da Rua Riachuelo, onde se situam

os fundos do Convento, que na ver-dade é o térreo se a entrada foi feita pela frente da Igreja), com o refeitó-rio atual.

Ainda no terceiro andar, na outra parte lateral, onde existiam capelas para missas privadas (três altares com pinturas de Frei Geraldo Ro-derfeld) e o trajeto que leva ao coro da capela principal, haverá uma ex-posição permanente de presépios e, mais atrás, onde havia a sala antiga da biblioteca, será criado um Me-moria Frei Galvão. “O nosso santo

brasileiro, que morou neste Conven-to por 60 anos, merece ser lembrado aqui”, destaca Frei Mário, lembrando que o belíssimo coro, ainda com suas estalas, ficará aberto para visitação e poderá abrigar exposições também. “É importante destacar que com esta mudança, o povo vai poder circular entre os segundo e terceiro andares para visitar a exposição de presépios, o coro, etc, e rezar na capela interna que vai ser mantida”, diz Frei Mário.

No fundo do claustro, onde estão as salas em que funcionam os escri-

(1) Empregados trabalham no sétimo andar que terá telhado de placas solares; (2) os boilers que vão fazer parte da Casa de Máquinas no 7º; (3) banheiro dos quartos; (4) janelas antirruídos na fachada da Riachuelo; e (5) a nova cozinha no 6º andar.

1 2

3 4 5

176 [Comunicações] Março / 2017

fraternidades

tórios do Pró-vocações e Missões Franciscanas não haverá mudança. “A atual sacristia se tornará uma sala penitencial. Com isso, os confessio-nários que foram construídos pro-visoriamente no corredor deixarão de existir, tornando o espaço mais limpo. A nova sacristia ficará atrás da igreja e ocupará também a sala que hoje é usada pela Pia União de Santo Antônio. “Já inauguramos no claustro, ao lado da igreja, os novos

banheiros que foram totalmente cus-teados por um benfeitor do Conven-to”, explica Frei Mário.

Outra grande mudança que está mexendo com o Convento é a cons-trução do novo elevador. “O nosso elevador antigo tem capacidade para 4 pessoas. Quando entra mais uma, ele desliga. Ele é de 1940, quando o con-vento foi inaugurado. Estamos trazen-do mais movimento para a casa, com encontros e retiros, então está sendo

instalado um novo elevador. Já foi feita toda a base, a sapata para a torre que vai abrigar o novo elevador na parte interna do claustro. Instalar esse novo elevador foi um desafio. Como não há condições de quebrar o prédio para fazer um fosso, está sendo levantada uma torre no vão do claustro interno. Ele terá capacidade para transportar 11 pessoas”, acrescenta o guardião.

Fora da antiga clausura, o prédio conta com diversas dependências.

Para o material ser levado até os andares superiores, foi construído um elevador (veja a foto que abre esta matéria)

Começando na parte mais baixa, temos, no porão, a padaria e a marcenaria, que serve simultaneamente de ga-ragem e depósito. No andar térreo está o grande salão São Francisco, com capacidade para mais de 1.000 pessoas, onde foi teatro e cinema até 1955. Foi totalmente refor-mado e hoje abriga o projeto do Sefras com a População de Rua. Um refeitório ofere-ce diariamente 350 almoços e

fraternidades

400 chás à tarde. No primeiro andar se encontra a biblioteca da Paróquia e o Salão Santa Cecília, com capa-cidade para 200 pessoas, e onde se concentram as atividades pastorais da Paróquia. No segundo andar, fora da clausura, temos o salão São Dâ-maso, que serve de auditório médio e que no passado foi Sala Capitular por ocasião dos Capítulos Provinciais e outros eventos. Nos fundos, ficam as salas onde funciona o Pró-Vocações e Missões Franciscanas. Todos esses espaços serão revitalizados.

Moacir Beggo

a história franciscana em São Paulo começa quando a caravana dos sete fundadores embarca no Rio

de Janeiro em 18 de dezembro de 1939 e chega a São Paulo no dia 5 de janeiro de 1640, indo residir numa casa em frente à dita Ermida de Santo Antônio, hoje a atual Praça do Patriarca. Junto com eles, o Custódio Frei Manuel de Santa Maria que voltava a São Paulo, obteve antes as necessárias licenças para a fundação da residência, tanto da autoridade civil como da religiosa.

A primeira licença já fora dada a 6 de agosto de 1639 pelo Capitão Geral do Estado do Brasil, o supramencionado D. Fernando de Mascarenhas. Para pedir a licença eclesiástica, o Custódio dirigiu--se ao Rio de Janeiro em fins de dezem-bro e aos 17 de janeiro de 1640 foi-lhe entregue o documento com a licença do Governador do bispado, P. Pedro Ho-mem Albernaz.

O recolhimento provisório na Er-mida Santo Antônio foi um pedido do Custódio, que fez o mesmo em San-tos, onde outro grupo de frades estava presente. Sob sua orientação, o irmão construtor Frei Simão do Salvador er-gueu rapidamente a construção com a ajuda dos moradores, estando pronta em 12 de junho do mesmo ano para ser

habitada. Teve como padroeiro Santo Antônio.

O novo custódio, Frei Francisco das Neves, que chegou ao Brasil em agosto de 1942, veio a São Paulo e desde logo se convenceu de que o sítio junto à er-mida de Santo Antônio, escolhido pelo antecessor contra o parecer de toda a Comunidade e a Câmara da vila, não era bom para se construir o Convento. Não somente faltava a água, mas também achava-se muito exposto à inclemência do tempo no terreno que hoje é o Vale do Anhangabaú.

O novo terreno foi doado em 1642,

“com oitenta braças de chãos e três fon-tes de água (“embora o rio Anhangabaú que passava nos fundos causasse alguns prejuízos na época das chuvas”), e a construção do novo convento teve início imediato. Quatro anos depois, no dia 17 de setembro de 1647, na Festa das Cha-gas, era inaugurada a nova residência franciscana. Era o maior convento de todos construídos até aquela época, com um andar superior. Imponente era o seu claustro, cujos cinco arcos estavam sobre grossas pilastras. Essas linhas deram ori-gem às famosas arcadas do prédio atual da Faculdade de Direito.

as residências dos frades em são paulo

oda a virtude é de práti-ca difícil. Por isso toda vir-

tude é uma fôrça, pois toda virtude participa da missão do

fermento, do sal e da luz. Toda a virtude difunde o bem. Uma, porém, se torna, dia a dia, mais difícil, e, por isso mesmo, mais necessária e mais preciosa. É a vir-tude da hospitalidade.

Como é difícil fazer cara bonita e sorrir a quem nos bate à porta, com uma valise ou com malas na mão, e dizer-lhe “seja bem-vindo!”. Com a vida movimen-tada de hoje, com os meios rápidos de comunicação, com os compromissos e obrigações que se têm ou se arranjam, por toda a parte, o problema de hospedagem é um problema, com outros, número um. Reconhecemos isso, em nossa pele e em nossas peregrinações. E, por isso, baten-do a uma porta ou abrindo a nossa porta, procuramos não nos esquecer das pala-vras de Cristo: “Eu era peregrino e não me recebestes ... “, e das palavras de São Paulo: “Exercei a hospitalidade”, e de São Pedro: “Exercei a hospitalidade uns com os outros, sem murmuração”, e eu, como bispo, ouço ainda São Paulo, dizendo: “que o bispo seja hospitaleiro”.

Considerando tudo isso e lembran-do-me, vivamente, das dificuldades da hora presente, quero, através de “Vida Franciscana”, fazer um agradecimento e fazer um oferecimento.

O agradecimento é a todos os con-frades e a todas as casas franciscanas, que nos recebem sempre, com tão boa vonta-de. Mas, de modo especial, quero agrade-cer ao Convento de São Francisco, de São Paulo, onde, tantas vezes, bato à porta, e onde, tantas vezes, sou tão bem recebido. Não há dinheiro que pague o quarto e a mesa, e, sobretudo, o altar. Bendito sejas, Senhor, por aqueles que nos recebem! Lembro-me dos guardiães, desde 1948, e lhes sou gratíssimo, nomeando, apenas, o atual guardião, o bondoso Frei Max, que representa a todos os outros guardi-ães precedentes. Os guardiães e vigários, porém, poderiam ser ótimos hospedei-ros, hospitaleiros, mas pouco fariam se não tivessem a ajudá-los, nesta difícil tarefa, os irmãos leigos, não só hospe-deiros, mas com a virtude da hospita-lidade. E é com alegria, e de certo, com o aplauso de todos, que nomeio aqui o dedicado Frei Aparício, sempre em dia e sempre disposto, em sua missão tão ár-

a quem quer que seja. E não gosta-mos que franciscanos que, por aqui passam, batam a outra porta que não à nossa. Há sempre quartos, e sempre boa vontade. E será uma alegria para nós. E como as passagens são raras, estamos oferecendo também a nossa casa, a nossa mesa, para retiros indivi-duais, como já os houve, ou para des-canso, ou, quem sabe, para algum tra-balho que reclame silêncio e solidão. Também silêncio temos aqui, apesar de nossos 18 órfãos, que, há 12 anos, crescendo e substituindo-se, moram conosco.

Não há dúvida, a hospedagem e a hospitalidade não são coisas fáceis, mas sumamente necessárias, sobretudo na si-tuação atual. Por isso estou certo de que o N.P.S.Francisco diria hoje ainda, como São Bento, “hospes tanquam Christus”, “o hóspede seja tratado como Cristo”. E o Seráfico Pai não só hospedava os que batiam à porta, mas até mandava emis-sários que chamassem os ladrões para os hospedar e servir...

Dom Frei Henrique Golland Trindade Texto da “Vida Franciscana”, outubro de 1962

Hospitalidade franciscanadua, recebendo sempre com boa vontade a todos ‘os hós-pedes, simpáticos ou não ... Agradecendo a Frei Max e a Frei Aparício, quero agra-decer a todos os guardiães e a todos os irmãos hospedei-ros. Devo também uma gra-tidão especial a Petrópolis e ao Rio, se bem que, no Santo Antônio, quase não bato, com medo da escada, mais medo, porém, ainda, do ele-vador, metido na rocha. Sei que me receberiam bem.

Quanto ao oferecimen-to, se bem que modesto, é muito sincero. Quero di-zer que nessa casa episco-pal (não há “palácio” aqui, graças a Deus) a nossa casa é de todos os confrades. Temos prazer em receber

Março / 2017 [Comunicações] 179

fraternidades

o pároco e guardião da Fraternidade Santo Antônio do Pari, Frei Germa-no Guesser, iniciou na segunda-feira, 13 de fevereiro, a reforma do telhado

do Convento, que está entre as medidas apro-vadas pelo Definitório Provincial depois dos estudos da Comissão Provincial da Missão e Presença no Bairro do Pari, em São Paulo.

A Paróquia também já pode alugar o 1º andar do prédio que abrigava o Comissaria-do da Terra Santa. Para liberar esse espaço, Frei Germano reformou a antiga sala da Se-cretaria, que voltou a ter atendimento no lo-cal, e criou uma sala ao lado para o funciona-mento do bazar da Paróquia. “Para que tudo isso fosse possível nesta parte do convento, fizemos uma rampa para facilitar o acesso das pessoas”, explicou Frei Germano, que ao mesmo tempo faz melhorias no interior da igreja, dando novos acabamentos para os al-tares das imagens de Nossa Senhora Apare-cida, Santo Antônio e o Crucifixo ao fundo.

O próximo passo é preparar o 2º e 3º an-dares, onde vai funcionar o novo refeitório e cozinha do Convento, ficando o espaço do térreo para uso da Paróquia. “A Sala de TV e recreio já está funcionando no solarium”, disse Frei Germano.

pari inicia reforma do telHado

180 [Comunicações] Março / 2017

a praça em questão fica na ci-dade São Paulo, no bairro do Pari, na região do Brás, ilha

cercada de comércio por todos os lados. Nós, franciscanos da Imacu-lada, conhecemos bem o monumen-tal templo ali erguido, semelhante a uma basílica romana, o convento, a paróquia, tudo situado na praça Padre Bento. Sabemos que Santo Antônio do Pari foi uma das mais importantes casas desta Província, foco de evangelização, centro de difusão da Bíblia, espaço de menta-lização do apreço para com a Terra Santa onde nasceu o Salvador, es-paço pioneiro da pastoral operária. Quantos frades luminosos deram o

melhor que tinham e marcaram ge-rações e gerações. Para começo de conversa, desejo apenas fazer uma “fotografia” de paisagens que andei contemplando em certo domingo de janeiro deste ano.

Estava hospedado num quarto do convento com amplas janelas dando para a praça. Era no primei-ro andar. Na praça estava a estátua do Padre Bento, sentado, como que a observar tudo o que ali se passava. De quando em vez, pombos des-cansavam em sua cabeça... Era um domingo, bem cedo. Talvez 7h30 da manhã. As lojas estavam fechadas e, em dia de domingo, o movimento era reduzidíssimo. Diante de mim,

o Bar Santo Antônio, na esquina da praça com a Barão de Ladário. Um homem de bermuda azul e ca-miseta vermelha cavada, fumando, movimentava-se de um lado para o outro, diante do bar, sentando-se e levantando-se, em cadeiras dispos-tas na calçada. Quem era? De onde vinha? Um porteiro, um morador de algum daqueles minúsculos quartos, sem ninguém, sem família? Estava ali num domingo de manhã. Havia também um homem de certa idade que me parecia um libanês... sentado, sem fumar, nem tomando café... com o olhar perdido, esperan-do a vida passar. Levantava-se, ia até o balcão do bar, conversava com

praça padre Bentofraternidades

Março / 2017 [Comunicações] 181

fraternidades

o balconista. Aquele bar, as mesas na calçada, tudo aquilo era um rei-no que ele possuía sem falar, apenas com sua presença solenemente ma-jestática.

Quantos prédios novos! Altos, envidraçados, bem feitos e mal feitos. As casas foram desapare-cendo. Lojas, centros comerciais, manequins completos ou pela me-tade, expostos nas vitrines, com vestidos de belo colorido e cami-setas luminosas. Quase todas as mercadorias fabricadas na China. Bem perto do bar, uma vitrine no segundo andar com manequins dourados e prateados contemplan-do a praça e olhando o homem da bermuda azul e o libanês solene-mente majestático.

E os pombos, às dezenas e cen-tenas, comendo ração que senhoras idosas teimam em lhes dar. Muitos pombos que, com seus voos, pare-ciam aviões aterrissando. Muitos deles doentes e transmitindo peste.

Homens, relativamente jovens, vinham de uma rua e de outra. Entravam no bar, tomavam café, compravam pão, partiam... Perma-neciam sempre o homem de ber-muda azul e da camiseta vermelha e o libanês com sua postura solene. Verdade que um ou outro homem sentava-se por ali, sempre com ce-lular, conversava com o homem da bermuda azul, depois iam embora. Todos faziam um monólogo. Fala-vam por falar. Nada tinham a se di-zer. As conversas giravam em torno da prisão do Eike Batista e da “lava--jato” e das iniciativas do novo pre-feito da cidade.

Abandonei meu ponto de ob-servação e fui celebrar a missa das 9h. Metade da igreja tomada. Gen-te simples. Boa participação. Falei sobre o evangelho das bem-aventu-ranças. De repente, logo depois da homilia, houve um corte de eletri-

cidade. A operadora deve ter desli-gado para reparos na região. Gritei o que pude gritar para que todos pu-dessem participar comigo da oração eucarística. Poucas crianças, alguns paulistas, muitos nordestinos e meia dúzia de bolivianos. O que será da Paróquia do Pari nos próximos anos? Uma ilha cercada de lojas por todos os lados. Como o Evangelho poderá penetrar por ali?

Voltei para meu posto de obser-vação pelas 10h. Uma unidade mó-vel da polícia havia se instalado no meio da praça. Questão segurança. As pessoas começavam a chegar. Crianças andavam de um lado para o outro. Um chinesinho ou coreano corria atrás de um menino árabe, numa bela confraternização. Mulhe-res encontravam mulheres. A “pom-barada” sobrevoava. Pessoas saíam da igreja, outras iam fazer compras no grande supermercado, morado-res de rua se aqueciam, ainda deita-dos por terra, enrolados em cober-tores. O homem da bermuda azul continuava fumando seus cigarros, gesticulando, conversando com dois outros... Conversando? Não sei. Os dois estavam com os olhos fixos na telinha dos celulares. Não creio que os homens com os celulares es-tivessem prestando atenção na fala do homem da bermuda azul. Cate-quistas muçulmanos com seus trajes longos e seus gorros andavam pela praça conversando com haitianos, paulistas e paulistanos sobre as coi-sas de Alá e do Corão.

O dia passou, a noite chegou. Depois veio a madrugada. Pelas 2 horas da “matina” um roncar suave ou violento de carros, de imensos ônibus, de vans e kombis de todos os lugares. Ninguém consegue dor-mir. Esses veículos trazem fregue-ses para as lojas, as incontáveis lojas. Chegam para comprar na ferinha da madrugada. Não havia lugar al-

gum para estacionamento de carro pelas 5 horas. Tudo tomado. E co-meçavam a circular os ônibus rumo às estações do metrô do Brás, Be-lém, terminal Princesa Isabel, Li-berdade. Uma festa, uma movimen-tação geral, vida pululando, muita vida. Que espaço, em tudo, ocupam a Igreja e os cristãos?

Chega a manhã. Um gari com máscara, varre, cata papéis sobre o gramado. Faz tudo cuidadosamen-te, meticulosamente. Os caminhões de lixo recolhem montes de sacos e caixas de papelão desfeitas. Um car-ro-pipa é levado à praça e um fun-cionário da limpeza espalha jatos de água para lavar tudo... e a praça fica bonita, e a vida canta, as pessoas conversam, encontram-se. Mesmo esses trapos ambulantes, homens e mulheres, descarnados, sujos con-versam, confabulam. Não sei de onde chegam. Vivem perto da pra-ça. Poucos, na verdade, habitam a redondeza do Pari.

Dentro de nossa casa, um pátio interno cheio de flores bonitas e dezenas e dezenas de pássaros. Ro-linhas descem e planam buscando ração que os frades lhes oferecem cada manhã. Há um pássaro preto meio sem educação que não deixa as rolinhas em paz. Espanta a to-das. Quer tudo para si.

Que será de nossa casa do Pari? Frades desejosos de acertar vivem se questionando. Precisam desco-brir caminhos. Devo dizer que de minha janela no primeiro andar vi um espetáculo mais vibrante do que certos filmes e espetáculos teatrais. Vi a dança da vida e tive vontade de viver.

Quem sabe, quanto vocês tive-rem um tempinho, deem uma pas-sada por ali. Trata-se da vibrante Praça Padre Bento!

Frei Almir Guimarães

182 [Comunicações] Março / 2017

fraternidades

“em nome de nosso bispo diocesano, Dom Nelson Francelino Ferreira, e de nossa Diocese de Valença,

padres, leigos e comunidades, que-ro dizer o nosso muito obrigado aos frades da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, pelos frutíferos anos de convívio em nossa Igreja particular.”

Com estas palavras, o Vigário Episcopal, Pe. Betinho, tão conhecido de muitos frades, iniciava seu agra-decimento pelos 80 anos de presença dos frades de nossa Província, não só em Paty do Alferes, mas também em Avelar, Miguel Pereira, Governador Portela e Andrade Pinto.

“Cada frade que aqui passou, mui-tos ou poucos anos, fez história e, por aqui, semeou a Palavra de Deus. Não é possível contar a história quase cente-nária de nossa Diocese, sem dizer este obrigado aos frades franciscanos!”

Estas e outras palavras emo-cionadas marcaram o fim de tar-de e a noite do dia 31 de janeiro na Igreja Matriz Nossa Senhora da Conceição, monumento ar-quitetônico de Paty do Alferes.

Dom Nelson veio presidir a Eu-caristia dizendo ao povo que resumia os sentimentos daquela celebração em três palavras: memória, gratidão e louvor. Concelebraram Frei Gilmar José da Silva, o último pároco, Frei Cláudio César Broca, da penúltima fraternidade, Frei César Külkamp, representando a Província, o novo pároco e o novo vigário paroquial, Pe. Welder Carvalho da Silva e Pe. José Jo-sias Santos Freire, do clero diocesano de Valença, e um bom grupo de pa-dres diocesanos. O povo de Deus che-gava em grande número, de todas as comunidades, além das Irmãs Fran-ciscanas Alcantarinas e os irmãos e irmãs da Ordem Franciscana Secular.

frades se despedem de paty do alferes

Frei Gilmar entrega Planejamento Pastoral ao novo pároco

Março / 2017 [Comunicações] 183

fraternidades

especialmente, o coração deste povo, a quem procuramos servir”. Pediu as bênçãos de Deus para os novos pa-dres da Paróquia e terminou com a saudação de “Paz e Bem”, respondida pelos presentes com muito entusias-mo.

Várias pessoas dirigiram ainda palavras emocionadas de agradeci-mento e, por fim, foi a vez de Frei Gil-mar. Com palavras simples e breves, agradeceu tanto apoio recebido neste período de um ano na Paróquia, tanto do bispo e de seu clero, como de todo o povo. Entregou ao novo pároco um inventário de todos os bens culturais daquela igreja de quase 180 anos e o planejamento pastoral, construído juntamente com as lideranças das pastorais e das comunidades.

Todos seguiram para o Salão Paro-quial onde as homenagens, os abraços chorosos e as fotografias continuaram em meio a uma bela confraternização.

A devolução dos cuidados pasto-rais desta Paróquia, como de outras já realizadas em triênios anteriores, é uma resposta ao mandato dos nossos últimos Capítulos Provinciais. Esta da Paróquia de Paty foi discutida e decidida em conjunto com os frades dos Regionais do Rio de Janeiro, da Frente das Paróquias e do Conselho de Evangelização. É um encaminha-mento que causa dor pelo tempo de convivência e de missão de tantos fra-des com a Igreja local, com seu bom povo cristão, do qual nos despedimos. Mais passos precisam ser dados no re-dimensionamento de nossas presen-ças! Como Província, torcemos para que esta dor seja tão fecunda como a de um parto, parto a preanunciar o nosso maior engajamento evangeliza-dor e missionário, lá onde já estamos e também em novos areópagos para os quais o Espírito nos impele!

Em tudo, Deus seja louvado!

Frei César Külkamp

No início da celebração foram acolhidos os nomes dos párocos des-tes 80 anos, gravados em flâmulas que foram penduradas nas paredes do presbitério, desde Frei Leandro Nowak, em 1937, até o Frei Gilmar. Quando o nome deste último entrou, todos ficaram de pé e aplaudiram demoradamente. No ofertório, en-traram símbolos como a Cruz de São Damião, o hábito e uma sandália, de-monstrando que a marca franciscana permanecerá nesta terra e, principal-mente, no coração do povo.

Frei César dirigiu três palavras de agradecimento: à Igreja de Valença, na pessoa de seu bispo, pela acolhida dos frades nestes 80 anos e pela gene-rosa compreensão no momento em

que os mesmos precisaram devolver o cuidado pastoral de cada paróquia onde atuaram, por último a de Nossa Senhora da Conceição, em Paty do Alferes; ao Frei Gilmar, Frei Valdir Nunes e Frei Leonardo Pinto, mem-bros da última fraternidade evange-lizadora, pela condução organizada de todo este processo transparente com o povo; por fim ao povo queri-do de Paty do Alferes e de Avelar pela abertura, escuta, cuidado e partilha fraterna com os frades, tanto de um projeto de Igreja como do carisma franciscano. “Os frades precisaram se retirar para seguir adiante, pois são itinerantes e missionários. Mas outros irmãos franciscanos continu-am, as Irmãs Alcantarinas, a OFS e,

A OFS e as Irmãs Alcantarinas mantêm o carisma franciscano em Paty

184 [Comunicações] Março / 2017

fraternidades

o bloqueio de batalhões feito por familiares de policiais mi-litares, impendindo a saída da corporação, fez com que o Es-

pírito Santo chegasse à mais grave cri-se de Segurança Pública no Brasil nas últimas décadas. O caos se instalou no Estado e a violência deixou um saldo de 155 mortes em 12 dias, além de muitos feridos, entre eles Frei Pedro Engel. “É com tristeza que confirma-mos que na tarde desta segunda-feira (13), o Convento da Penha foi invadi-do por criminosos que se passavam por fiéis. Além de roubarem o dinhei-ro das ofertas arrecadado nas missas, abordaram e amarraram o Frei Pedro Engel, de 80 anos, enquanto iniciava o fechamento da igreja”, informava o Convento em nota de esclarecimento.

A violência contra o frade ido-so chegou a Roma. Em mensagem ao guardião, o Ministro Geral, Frei Michael Perry, se solidarizou com o frade. “Com tristeza eu soube da vio-lência usada contra o nosso confrade Frei Pedro. Quero expressar minha solidariedade a ele e a todos vocês que

passam por este momento tão difícil por causa da insegurança pública”, disse o Ministro Geral. “Contem com as minhas orações para que a Paz seja sempre reinante neste país abençoado por Deus. Suplico a São Francisco de Assis que interceda por todos vocês e pelas autoridades locais para que cumpram com o seu dever.”, acrescen-ta Frei Michael.

Frei Pedro, que professou como irmão leigo em 4 de maio de 1962, foi assaltado e amarrado por dois bandidos que se passaram por fiéis, um deles chegou a exibir o terço nas mãos. Para agradecer pelas milhares de mensagens que recebeu nas mídias sociais, Frei Engel gravou um vídeo, mostrando os braços com curativos e pedindo orações por sua rápida re-cuperação. Frei Pedro celebrou seu Jubileu de 60 anos de vida religiosa consagrada em 2015.

O guardião Frei Paulo Roberto Pereira havia solicitado reforço ao 38º Batalhão de Infantaria e a Guar-da Municipal na última sexta-feira (10), a fim de garantir a seguran-

frei pedro, vítima da crise da seGurança no es

ça dos fieis que frequentam o local. Apesar do incidente desta segun-

da-feira, as missas continuaram a se-rem celebradas normalmente. “Vive-mos tempos sombrios, mas seguimos crendo numa terra sem males. Pedi-mos a Deus que nos proteja neste mo-mento de tanta insegurança em nosso Estado. Não podemos permitir que nos matem a esperança”, afirma Frei Paulo, que no início do movimento grevista chegou a desmentir notícias dizendo que o Convento da Penha tinha sido assaltado. Dizia então: “Durante todo o dia de ontem, rece-bemos muitos telefonemas revelando preocupação com a integridade da fraternidade franciscana. Ao agrade-cer o cuidado e carinho, informo que estamos todos bem. Ao mesmo tem-po, manifesto minha inquietação com este estado de coisas. Não devemos nos expor a riscos desnecessários, é verdade. Contudo, não devemos nos acovardar, nos submeter à ditadura do medo e, pior, contribuir com ela espa-lhando notícias, vídeos ou mensagens que aumentem a confusão, o desres-peito, o ódio”, dizia Frei Paulo porque em uma das mensagens que circula-ram na internet, alguém dizia que o Convento da Penha tinha sido inva-dido, os freis assaltados e os bandidos passaram a usar o hábito franciscano. Ao final, a voz alertava para que nin-guém fosse ao Convento porque isso implicaria riscos...

Março / 2017 [Comunicações] 185

fraternidades

a celebração da Eucaristia em Ação de Graças, no dia 12 de fevereiro, às 19 horas, mar-cou a conclusão da reforma

interna da igreja da Paróquia Santo Antônio, de Florianópolis. O pároco Frei Vanderley Grassi presidiu a cele-bração e agradeceu especialmente aos colaboradores e benfeitores, lembran-do duas passagens franciscanas.

Na primeira passagem, o santo ouviu o chamado de Deus através das palavras: “Vai, e reconstrói minha igreja!” Sabe-se que este santo ho-mem, no início, reconstruiu pequenas capelas, e, depois, com sua vida, re-construiu a Igreja espiritual que estava em fragilidade em sua época.

Em agosto de 2016, a comunidade da Paróquia Santo Antônio celebrou os 50 anos de sua criação. Naquele momento, a igreja já dispunha do presbitério reformado. Eis que, agora, a comunidade novamente se alegra e agradece aos colaboradores e benfei-tores a conclusão da reforma interna da igreja.

Assim, como Francisco de As-sis inicialmente reconstruiu a igreja material, a comunidade de fé da Pa-róquia Santo Antônio se rejubila pelo crescimento como comunidade de fé, pelas ações de solidariedade e doação, através do almoço franciscano men-sal, a venda de pastéis, as campanhas pela reforma, as ações entre amigos, somados à doação gratuita do tempo de cada voluntário da comunidade. Iniciativas que surgiram por meio do incentivo e dinamismo do pároco Frei Vanderley Grassi.

Atitudes de doação que expressam a reconstrução da igreja espiritual, por meio de obras que possibilitam as reformas na igreja estrutural.

Por último, na segunda passagem franciscana, o Santo de Assis, antes de morrer, recorda que é preciso perse-verança e continuidade na fé. Todos os esforços da reforma da igreja são

atitudes de uma comunidade que cresce na fé, e o crescimento na fé exige continuar a caminhar sempre: “Irmãos, comecemos, pois até agora pouco ou nada fizemos!”

concluída a reformada iGreja de florianópolis

186 [Comunicações] Março / 2017

evangelização

no dia 30 de janeiro de 2017 (manhã e tarde), realizou-se, no prédio novo (ou Prédio III) da FAE, em Curitiba, a

reunião dos Animadores da Fren-te de Evangelização da Educação. Fizeram-se presentes os frades César Külkamp, vigário provincial, Daniel Dellandrea, vice-secretário do Secre-tariado da Evangelização, João Man-nes, coordenador da Frente, Elói Piva e Antônio Everaldo P. Marinho, do ITF de Petrópolis, Thiago A. Hayaka-wa e Nilo Agostini, da USF de Bra-gança Paulista, e Mário José Knapik, Claudino Gilz e Jairo Ferandin, do Bom Jesus/FAE, Curitiba/Rondinha. A reunião iniciou-se às 9h05, com uma oração. Seguiu-se a leitura de um trecho da Laudato Si’, do Papa Fran-cisco, intitulado “Educar para a alian-ça entre a humanidade e o ambiente”, parágrafos 209 a 214.

Os frades presentes elaboraram um breve Regimento para a Frente da Evangelização da Educação, buscan-do contemplar a natureza da Frente, a sua composição, a atuação e a periodi-cidade dos encontros, elementos estes que encabeçam o Plano Operacional. Foi elaborado um texto breve para os itens comuns a toda Frente, sobretudo

no tocante aos objetivos específicos e a algumas estratégias, cabendo a cada Instituição de Educação preencher o que lhe é específico.

Foi tratada, em seguida, a questão das propostas de um Curso de Teolo-gia na modalidade EaD e a da abertu-ra de um novo programa stricto sensu, em nível de Mestrado, ambos na USF. Os frades da Frente de Evangelização manifestaram o seu apoio à criação do Curso à Distância de Teologia, que se realizará em parceria USF/ITF. Com relação ao programa stricto sensu em Teologia (Mestrado), também houve o apoio unânime dos frades da Frente de Evangelização da Educação, sendo este também assumido em parceria USF/ITF. Os frades da Frente suge-rem que ambas as iniciativas se tor-nem uma opção da Província, a ser ultimada/confirmada pelo Definitó-rio Provincial.

Como item seguinte, passou-se a tratar do próximo Encontro Am-pliado da Frente de Evangelização da Educação. Vários temas possíveis foram apontados para este Encontro: Ecologia e sustentabilidade; A presen-ça dos leigos e os frades na Frente da Educação; Cuidado da criação e sus-tentabilidade; Educar para a susten-

tabilidade e a responsabilidade social. O local será Bragança Paulista, junto à USF. Data: na semana de 25 a 30 de setembro de 2017. Participarão deste Encontro pessoas dos 5 setores (ensi-no, pesquisa, extensão, gestão e pasto-ral) de cada Instituição.

Trocamos, outrossim, pareceres sobre o próximo Congresso Francis-cano de Educação, previsto para 2018, em Anápolis, GO, segundo o que foi acordado no último Congresso, reali-zado em Curitiba.

Entre os assuntos finais, Frei César lembrou que realizar-se-á, em nível de CFMB, um encontro de frades na educação já neste primeiro semestre de 2017 e, com os leigos atuantes da educação, no segundo semestre deste ano. Frei César abordou igualmente a questão do pequeno número de fra-des que está se preparando para atuar na Frente de Evangelização da Edu-cação. A secretaria da Evangelização da Ordem, por sua vez, busca realizar um levantamento de todos os frades formados nas mais diferentes áreas, bem como identificar a sua produção. A Ordem também quer saber o que cada entidade está fazendo para qua-lificar os frades. Os frades que estão estudando nos diversos níveis mere-ceram a atenção dos frades da Frente, bem como foi manifestado o interesse por novos frades com possibilidades de abraçarem os estudos em diferen-tes áreas.

Sem mais a destacar eu, Frei Nilo Agostini, subscrevo estas informações e as levo para o conhecimento da Fra-ternidade Provincial e a quem possa interessar.

Frei Nilo AgostiniSecretário “ad hoc”

reunião da frente de evanGelização da educação da província

Março / 2017 [Comunicações] 187

evangelização

de 7 a 12 de fevereiro, foi rea-lizada a Assembleia Anual da Conferência Africana de Mi-nistros Provinciais e Custó-

dios no Convento das Irmãs Dimesse Filhas de Maria Imaculada. Em pauta estiveram as decisões do Capítulo Ge-ral e a programação do Definitório Geral para o sexênio, tendo a presen-ça e animação do Ministro Geral, Frei Michael Perry, e o Definitório da Or-dem dos Frades Menores.

A assembleia discutiu a jovem e crescente presença da Ordem no Continente Africano, os desafios da evangelização e inculturação, o diá-logo interreligioso e ecumênimo, o compromisso da Ordem no serviço da paz, justiça e reconciliação, o so-frimento das vítimas da guerra e os movimentos migratórios.

A Conferência Africana, que abrange toda a África Continental, é composta por seis províncias, cinco custódias e quatro fundações, en-tre elas a Fundação Imaculada Mãe de Deus de Angola, vinculada a esta Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil, tendo como pre-sidente Frei José Antônio dos Santos, que participa da assembleia.

Estão presentes Frei Andre Ma-rhabale, da Província de São Benedito da República Democrática do Congo (RDC); Frei Grégoire Bowa, da Pro-víncia de Santa Maria dos Anjos do Congo (RDC); Frei Virgile Agbessi, da Província do Verbo Encarnado da África Ocidental; Frei Carmelo Elo, da Província de São Francisco da África do Leste; Frei Kamal Labib, da Província da Santa Sagrada Famí-lia do Egito; Frei David Barnard, da Província de Nossa Senhora Rainha da Paz do Sul da África; Frei Manuel Juma, da Custódia de Santa Clara em

Moçambique; Frei Manuel Corullón, da Custódia dos Santos Mártires no Marrocos; Frei Victor Kematcha, da Custódia de São Francisco em Guiné Bissau; Frei Jean-Charles Rakotondra-naivo, da Custódia da Imaculada em Madagascar; Frei Alfigio Tunha, da Custódia do Bom Pastor no Zimbá-bue; Frei José Antônio dos Santos, da Fundacão Imaculada Mãe de Deus de Angola; Frei Kordian Merta, da Fun-dação da República Centro-africana; Frei Kevin Dessinga, da Fundação de Nossa Senhora da África no Congo--Brazzaville (ausente); Frei Peter Tin-do, da Fundação de Jartum no Sudão do Norte; e Frei Federico Gandolfi, da Fundação de Juba no Sudão do Sul.

A maior presença franciscana da Ordem está na República Democráti-ca do Congo (ex-Zaire), com 200 fra-des, depois vem o Egito com 94 frades. A República Democrática do Congo, também chamada de Congo Kinsha-sa, para diferenciar do vizinho Congo (ou Congo-Brazzavile), é o terceiro maior país em extensão territorial do continente africano, limitando-se com o Sudão (a nordeste), República Centro-Africana (ao norte), Congo (a noroeste e a oeste), com o enclave angolano de Cabinda (a oeste), Ango-la (a sudoeste), Zâmbia (ao sul), Tan-zânia (a sudeste), Burundi, Ruanda e Uganda (a leste), além de ser banhado pelo Oceano Atlântico (a oeste).

fimda: definitório Geral se reÚne com conferência africana

pela primeira vez em 2017, os Definidores reuniram--se às 9 horas, do dia 14 de fevereiro, na Sede Pro-vincial, em São Paulo. Frei Fidêncio, após dar-lhes as boas-vindas, convidou-os a invocarem as luzes

do Espírito Santo, aspirando pelo discernimento na condu-ção dos trabalhos e na abordagem dos assuntos previstos na pauta. O moderador das sessões do Definitório foi Frei João Francisco da Silva, e grande parte dos assuntos nelas tratados segue abaixo.

1) reunião dos guardiães e coordenadores das fraternidades – local e temáticaA reunião dos guardiães e coordenadores, marcada para os dias 25 e 26 de abril (completos, com che-gada no dia 24), será em Agudos. Os Definidores discutiram o modo de animação do encontro, cuja temática deverá girar em torno da questão da fé, da mística e da vocação à vida fraterna. Percebe-se que muitos problemas decorrentes de nossas fragilidades humanas deveriam ser resolvidos pelo cultivo mais decidido da espiritualidade que nos caracteriza, lem-brando que a vida religiosa em geral, e a nossa especi-ficamente, têm um caráter curativo e traz um modelo alternativo de vida.

2) encontros regionais - pauta Seguindo orientação da última reunião do Definitó-rio com os Coordenadores dos Regionais, no final do ano passado, os Definidores discutiram pontos que poderão compor uma pauta comum para as reuniões dos Regionais. Nos próximos dias, Frei Fidêncio en-viará aos confrades boletim on-line motivando para os encontros e apresentando a proposta de pauta.

3) missão franciscana da juventude – apreciação e agradecimento de frei diego

Por e-mail do dia 10 de fevereiro, Frei Diego Atalino de Melo manifestou sua alegria e agradecimento pela realização da última Missão Franciscana da Juventu-de, que reuniu cerca de 500 jovens. “Creio que o su-cesso dessa Missão não se reduz ao número elevado

de participantes, mas também a alguns outros pontos que gostaria de socializar com todos vocês:

Envolvimento dos jovens na organização. Muito do que foi feito, criado, pensado e executado partiu dos próprios jovens, que se sentiram motivados para as-sumir com determinação esse evento.

Protagonismo da juventude na condução do en-contro. Aos poucos, tenho procurado me retirar da frente desse evento e deixar que os próprios jovens vão assumindo, de modo que eles mesmos deram a “cara” dessa última edição. Embora saiba da impor-tância de se ter um frade, o objetivo é que o trabalho não dependa única e exclusivamente do frade, muito menos só de mim!

Criação de uma rede de relações com outras con-gregações, paróquias e dioceses. Tendo em vista o tamanho dessa última Missão, tivemos o envolvimen-to de muitas outras instituições, o que gerou uma ri-queza muito grande de relações, bem como pudemos chegar, enquanto carisma franciscano, a lugares até então desconhecidos. Inclusive, em uma das ocupa-ções onde foi realizada a Missão, lugar de grande de-safio social e eclesial, está se pensando em um traba-lho pastoral para os nossos frades de Rondinha.

Maior preparo dos jovens que vão para a missão. Essa última edição foi precedida por 3 encontros de preparação nas próprias paróquias, o que gerou uma melhor qualidade de participação dos jovens missio-nários.

Adesão da Província. Tamanha é nossa alegria ao perceber que tantos frades já programam suas férias para estar conosco durante a Missão. A presença do Governo da Província também reitera que estamos no caminho certo, bem como nos ajuda a corrigir nossos erros.

Alcance vocacional. Neste ano, com a criação do aplicativo das Missões, incluímos um formulário vo-cacional. Grande foi nossa alegria ao percebermos

NOTÍCIAS DA REUNIÃO DO DEFINITÓRIO PROVINCIALSão Paulo, 14 a 16 de fevereiro de 2017

188 [Comunicações] Março / 2017

que, após a missão, vieram muitas respostas e pedidos de acompanhamento vocacional, mostrando, assim, que é importante facilitar os meios para os jovens chegarem até nós.

Por fim, a próxima Missão, que acontecerá em Agudos-Bauru, já está a todo vapor. Partilho que os próprios jovens se dispuseram a estudar os documentos do Sínodo dos Bispos sobre a Juventude e a nos ajudar a fazê-los chegar a todos da Província. Outro motivo de alegria é que, além das nossas 4 paróquias, já temos o pedido de outras 5 paróquias diocesanas de Bauru e região que também querem ser parceiras nessa próxi-ma edição da Missão. Agradeço mais uma vez à Província pelo apoio e parceria nesse trabalho. Reitero que o realizamos na certeza de que o meio juvenil é o espaço propício de onde podem surgir novas vocações. Procuramos le-vá-lo muito a sério, preparando bem o terreno para acolher a semente que está sendo lançada, crendo que os frutos, a seu tempo, virão”.

4) transferências dos confrades 1. Frei Aloísio B. Hellmann – da Fraternidade da

Fazenda Esperança, em Guaratinguetá, para a Fraternidade São Francisco de Assis, de Bragan-ça Paulista, para tratamento de saúde.

2. Frei Ary E. Pintarelli, após serviço junto à Nun-ciatura Apostólica, em Brasília, foi transferido para a Fraternidade São Boaventura, em Rondi-nha, Campo Largo, como atendente conventual;

3. Frei Cristiano Pereira Alves de Morais – da Custódia das 7 Alegrias de Nossa Senhora, MS, para a Fraternidade Santo Antônio, de Kibala, Angola, para o Ano Missionário;

4. Frei Hugo Câmara dos Santos – da Fraternida-de São Boaventura, de Rondinha, Campo Largo, para a Fraternidade Santo Antônio, de Kibala, Angola, para o Ano Missionário;

5. Frei Jorge Henrique lisot Camargo – da Custó-dia das 7 Alegrias de Nossa Senhora, MS, para a Fraternidade da Porciúncula, em viana, Angola, para o Ano Missionário;

6. Frei José Antônio Cruz Duarte, concluído seu serviço junto à Cúria Geral, ligado à OFS, foi transferido para a Fraternidade São Francisco, Noviciado São José, em Rodeio, como guardião, vice-mestre e ecônomo;

7. Frei Paulo limper, que há muitos anos reside e trabalha na Alemanha, foi transferido para a Fra-ternidade São Francisco de Assis, de Bragança Paulista, para tratamento de saúde.

8. Frei Pedro Renato Pereira da Silva – da Custó-dia das 7 Alegrias de Nossa Senhora, MS, para a Fraternidade São Damião, de Malange, Angola, para o Ano Missionário;

9. Frei Roger Strapazzon – da Fraternidade Santo Antônio do Pari, de São Paulo, para a Fraterni-dade do Seminário Monte Alverne, de Malange, Angola, como estagiário;

5) nomeações diversas 1. Frei Edvaldo Batista Soares – animador do SAV

local da Fraternidade Santo Antônio de Santana Galvão, de Colatina;

2. Frei Carlos lúcio nunes Corrêa – animador do SAV do Regional de São Paulo;

3. Frei vanilton Aparecido leme – assistente es-piritual da Fraternidade OFS Santa Clara, de São Paulo;

4. Frei Mário Stein – assistente espiritual da Frater-nidade OFS Nossa Senhora das Graças, de Gua-ratinguetá;

5. Foi nomeada uma equipe de acolhimento e acompanhamento dos vocacionados que se apresentam à Fraternidade São Francisco, no Largo São Francisco, em São Paulo: Frei Alva-ci Mendes da luz, Frei vanilton Aparecido leme, Frei Guido Moacir Scheidt e Frei Ga-briel Dellandrea.

6) frente da comunicação - notícias No que toca à Frente de Comunicação, Frei Gustavo deu algumas informações:1. Migração da Rádio Coroado – Tendo sido cum-

pridos todos os trâmites, a emissora tem até o mês de maio para efetuar sua imigração da faixa AM para FM. No período de dois meses ela funcio-nará nos dois canais. O trabalho agora é pensar a programação e a plástica da emissora nesta nova etapa de sua história.

2. Plano operacional – Num trabalho junto a nos-sos canais específicos de comunicação (Rádios, TV, Editora e portal), estamos propondo a cons-trução de um plano operacional a partir do Plano de Evangelização e outras provocações surgidas

Definitório Provincial

Março / 2017 [Comunicações] 189

no decorrer da caminhada da Frente. O prazo de uma primeira redação está marcado para o dia 31 de maio.

3. Reformulação do site – Depois de 6 anos da úl-tima mudança e diante dos rápidos avanços tec-nológicos, faz-se necessária uma reformulação de nosso site franciscanos.org.br. A ideia é buscar um design mais moderno que proporcione uma nave-gação mais fácil e fluente em diferentes suportes. O jornalista Moacir Beggo está fazendo alguns or-çamentos para este serviço.

7) seminário de ituporanga – acolhimento a candidatos ao ensino médio Devido a falta de clareza e considerando ponderações apresentadas em carta pela Fraternidade do Semi-nário São Francisco, de Ituporanga, os Definidores retomaram a reflexão acerca da viabilidade ou não de se continuar recebendo vocacionados para o En-sino Médio naquela casa de formação, que já acolhe, a cada ano, por um semestre, os Aspirantes. O Defi-nitório concordou que se mantenha a modalidade de recepção de candidatos ao estudo do Ensino Médio em escola pública da cidade, continuando a haver, no seminário, reforço escolar nas matérias mais impor-tantes. Pede, porém, que o assunto seja retomado em reunião da etapa da Formação Inicial.

8) fraternidade do largo da carioca - relatório Os Definidores apreciaram o relatório da Fraternida-de Santo Antônio, do Rio de Janeiro, em que constam os modos pelos quais se procurou o cultivo da vida fraterna e de oração, entre eles a realização dos capí-tulos locais, as celebrações e confraternizações.

9) fraternidade de concórdia - notícias A residência dos frades da Fraternidade de Concór-dia passa por obra de reforma. Por ora, eles estão alo-jados numa casa alugada em frente, localizada bem próximo à igreja. Frei Henrique Ireno Dell’Olivo está desde o dia 10 de fevereiro em Bragança Paulista para uma revisão na saúde. Já a casa de Piratuba passou por reforma no fim do ano passado, para melhoria nos banheiros. É administrada pela Fraternidade de Concórdia.

10) frei jean carlos ajluni oliveira – curso na fae Frei Jean fará curso de pós-graduação em Adminis-tração, com área de concentração em Gestão de Pes-

soas, oferecido pela FAE – Centro Universitário, em Curitiba. O curso é de 2 anos, oferecido no período noturno.

11) teologia ead na usf – parceria com o itf Os Definidores deram sinal verde para que se conti-nuem os estudos em vista da abertura da graduação em Teologia, na Universidade São Francisco, na mo-dalidade do ensino a distância, e também a possibili-dade do mestrado stricto sensu em Teologia, em par-ceria com ITF, de Petrópolis. Em recente reunião da Frente de Educação da Província, o assunto foi abor-dado e os participantes apoiaram que se leve adiante a proposta.

12) fimda – assuntos diversos Os Definidores se detiveram em assuntos ligados à Fundação de Angola, e apreciaram notícias enviadas por Frei José Antônio dos Santos:

1. Projeto “nossos miúdos” – escola de padei-ros – creche. Com o retorno de Frei Márcio de Araújo Terra ao Brasil, procura-se a adaptação à nova realidade. São 14 rapazes, além da pada-ria e da creche. O Conselho da FIMDA pensa em nomear uma comissão para dar continui-dade e encaminhamento ao Projeto como um todo.

2. Dificuldades na obtenção de vistos. Angola e o Brasil continuam dificultando a emissão de vis-tos de permanência. Tanto os brasileiros como os angolanos enfrentam problemas constantemen-te. Surge sempre um documento ou um processo novo para se fazer até a obtenção do visto, mes-mo quando o pedido já tramita na embaixada ou consulado.

3. Reforço em algumas casas. Cinco frades que fazem o Ano Missionário vão ajudar na compo-sição de algumas fraternidades da FIMDA. O Se-minário de Malange, por exemplo, neste ano, está com número grande de seminaristas (capacidade máxima), e precisava de reforço.

4. Conclusão da casa dos frades estudantes de luanda. Em vista do número de frades estu-dantes da FIMDA, faz-se necessário o término da casa de formação de Luanda, com os quartos previstos no andar superior.

Definitório Provincial

190 [Comunicações] Março / 2017

5. Agenda-planejamento das vindas ao Brasil. Para uma melhor e mais eficiente ajuda, em ter-mos de logística, de compra viável de passagens e de encaminhamentos médicos – para os que pre-cisam -, seria importante haver um planejamento com as datas precisas de viagem dos confrades que vêm ao Brasil para férias, com aprovação do Conselho da FIMDA, e comunicação ao Minis-tro Provincial.

13) missão da ordem no sudão do sul - candidato Alguns confrades se dispuseram a atender ao pedi-do do Ministro Geral de um frade para a Missão no Sudão do Sul, expresso em carta de 25 de janeiro, pu-blicada recentemente, por e-mail, aos confrades da Província. O Definitório, porém, levando em conta as necessidades da Província, da Fundação de Angola e a solicitação do Ministro Geral, acolheu o pedido de Frei Leonardo Pinto dos Santos, e o indica como can-didato à Missão no Sudão.

14) frei valdir nunes ribeiro – custódia da terra santaEm carta de 16 de janeiro de 2017, Frei Michael Per-ry, Ministro Geral, afirma que Frei Valdir é chamado, com a permissão do seu Ministro Provincial, a exercer seu fraterno ministério na Custódia da Terra Santa, de acordo com os legítimos superiores daquela Entidade.

15) confrades licenciados – visita de frei césar Recentemente Frei César fez visita fraterna a alguns confrades que estão em licença para morar fora da Fraternidade Provincial, entre eles, Frei Joarez Fo-resti, Frei Weliton Bortolon e Frei Sérgio Silas Da-masceno. Conversou com eles sobre a experiência que fazem, suas dificuldades, esperanças e perspec-tivas de futuro. Conversou também com Valnei Bru-netto.

16) fundação celinauta – recomposição da diretoria Considerando que Frei Joarez Foresti está em perío-do de licença, o Definitório recompôs a diretoria da Fundação Celinauta, que ficou assim constituída: Frei Neuri Francisco Reinisch (diretor-presidente), Frei Nelson Rabelo (diretor vice-presidente), Frei Roberto Carlos Nunes e Frei Mário J. Knapik (diretores assis-tentes).

17) paty do alferes – despedida dos frades - redimensionamento Frei César relatou aos Definidores como foi a celebra-

ção eucarística de despedida dos frades em Paty do Alferes. Confira nestas Comunicações à página 182.

18) encontro do ministro Geral com os novos ministros provinciais e custódios - notícias Frei Fidêncio abordou com os Definidores questões tratadas no Encontro do Ministro Geral e seu Defini-tório com os novos Ministros Provinciais e Custódios eleitos ou reeleitos ao longo de 2016, ocorrido de 16 a 26 de janeiro deste ano, na Cúria Geral, em Roma. Notícia do Encontro Frei Fidêncio publicou na edição de fevereiro das Comunicações, pág. 67 a 69. O Mi-nistro Geral dispôs-se a conversar em particular com todos os Ministros, e na conferência inicial tratou da prática franciscana da autoridade: lavar os pés dos ir-mãos. O modelo franciscano de serviço da autorida-de significa “compartilhar a mesma identidade com todos os irmãos”, e viver, amar, cuidar, de igual for-ma, de cada irmão, sobretudo no que toca o viver em fraternidade, o testemunho da simplicidade de vida e dos valores da justiça e da paz.

19) sínodo dos Bispos 2018 sobre os jovens – pedido do ministro Geral O tema previsto para o Sínodo dos Bispos do ano que vem é: “Os jovens, a fé e o discernimento vocacional”. Atento a isso, o Ministro Geral Frei Michael Perry escre-veu carta aos frades. Em parte dela faz o seguinte apelo:

Caros Irmãos Menores, chamados pelo Senhor “a escutar com reverência aos demais com autêntica caridade e respeito, e a aprender com as pessoas com as quais vivemos (CCGG 93, parágrafo 1º), o convite do Papa Francisco deveria ressoar profun-damente em nossos corações e nas nossas mentes, e encontrar-nos dispostos a responder com humil-dade e reverência para ouvir os jovens a quem te-mos o privilégio de servir e a criar espaços onde suas vozes possam ser escutadas, para juntos pre-pararmos o Sínodo de 2018.

Assim, pois, Irmãos, convido-os a partilhar com os jovens, a quem vocês servem, a carta do San-to Padre e o Documento Preparatório do Sínodo. Este material está disponível, em muitas línguas, na página da Santa Sé: www.vatican.va.

De maneira adequada às pessoas e lugares em que prestam seu serviço, e com a ajuda de seus Ministros Provinciais e Custódios, criem fóruns nos quais nos-

Definitório Provincial

Março / 2017 [Comunicações] 191

192 [Comunicações] Março / 2017

sos irmãos e irmãs jovens em Cristo possam escutar profundamente a voz do Senhor que lhes fala, e pos-sam falar com vocês com toda a liberdade e a partir do coração da fé que cultivam. Depois, recolham o que foi compartilhado e, através de suas Províncias e Custódias, enviem à Cúria Geral, em nome do Se-cretariado Geral das Missões e Evangelização, para que possamos encaminhar ao Santo Padre e ao Con-selho Sinodal. A data final para envio deste material é 1º de setembro de 2017.

Por favor, não se esqueçam de que no mês de maio de 2017, o Conselho Sinodal lançará uma página especialmente para os jovens, de maneira que pos-sam enviar suas contribuições diretamente para a Santa Sé. O endereço desta página será:  www.sinodogiovani.va. Talvez no espaço que criarem para seus irmãos e irmãs mais jovens possam in-cluir um modo pelo qual eles possam responder ao Santo Padre, por meio desta página. Isto seria certamente algo criativo para demonstrar-lhes o amor do Santo Padre e nosso próprio amor.

O Secretariado da Evangelização, com a ajuda de Frei Diego Atalino de Melo, se ocupará em pensar e agili-zar os modos de atender ao pedido do Ministro Geral.

20) congresso continental de formação – são paulo Promovido pelo Secretariado Geral para a Formação

e Estudos, acontecerá em São Paulo, no Centro de Formação Sagrada Família, no bairro Ipiranga, de 3 a 9 de setembro deste ano, o Congresso Continental de Formação. Tomarão parte o moderador da Formação Permanente, o secretário da Formação e Estudos e o animador do SAV de cada Entidade OFM do conti-nente sul-americano. Alguns temas que serão abor-dados: o acompanhamento recíproco na vida frater-na; a Formação Permanente como acompanhamento na vida ordinária; o guardião que ordinariamente acompanha a Formação Permanente: seu papel, sua formação; os que acompanham a promoção vocacio-nal: todos os irmãos e os animadores provinciais: al-guns elementos do primeiro anúncio.

21) 5º encontro continental jpic das américas - aná-polis O Escritório de Justiça, Paz e Integridade da Criação, da Cúria Geral, no dia 20 de janeiro de 2017, divulgou carta-convite para o 5º Encontro Continental JPIC das Américas, que será realizado de 1º a 8 de setem-

bro de 2017, em Anápolis, GO. Participam os anima-dores JPIC das entidades OFM das Américas, outros frades interessados e leigos colaboradores do Serviço. Um dos objetivos do encontro é aprofundar a reflexão sobre o fenômeno da migração, a luta contra a mega mineração e a proposta de um novo estilo de vida.

22) especialização em espiritualidade franciscana – lato sensu A ESTEF (Escola Superior de Teologia e Espiri-tualidade Franciscana, credenciada pelo MEC), de Porto Alegre, RS, está oferecendo curso de especia-lização em Espiritualidade Franciscana na modali-dade de encontros presenciais intensivos: I Etapa: 24-29/07/2017; II Etapa: 08-27/01/2018; III Etapa: 23-28/07/2018 e IV Etapa: 07-26/01/2019. O objeti-vo geral é aprofundar os aspectos fundamentais da vida, carisma, espiritualidade e missão franciscanas, priorizando as fontes franciscanas e clarianas. No currículo, constam as matérias: Igreja e sociedade na Europa dos séculos XII e XIII; História do Movi-mento Franciscano; Fontes biográficas e episódicas de São Francisco; Escritos de São Francisco; Escritos e Fontes Clarianas; Espiritualidade franciscana e liturgia; Filosofia Franciscana; Pedagogia Franciscla-riana; Missão Franciscana; Seminário optativo (1); Seminário: História do Franciscanismo na AL e no Brasil; Teologia Franciscana; Metodologia de Pesqui-sa e Produção Científica; Trabalho de Conclusão de Curso. Alguns confrades serão convidados a fazer o curso. As matrículas vão até 7 de julho.

23) curso jpic em roma – “escravidões do século XXi” Em colaboração com a Pontifícia Universidade An-tonianum, o Escritório JPIC da Ordem oferece curso, de 8 a 14 de maio de 2017, em Roma, com o tema geral: “As escravidões do século XXI – novas amea-ças à dignidade humana”. Serão tratadas questões relativas aos movimentos migratórios, ao tráfico de seres humanos, à exploração sexual e do trabalho, e à realidade dos refugiados. O curso destina-se aos ani-madores JPIC das entidades da Ordem.

24) capítulo das esteiras da conferência da família franciscana do Brasil - convite O Definitório tomou ciência da carta de Frei Éderson Queiroz, sobre o Capítulo das Esteiras da CFFB:

Brasília, 11 de agosto de 2016.

Definitório Provincial

Março / 2017 [Comunicações] 193

“Quero mandar-vos todos para o paraíso”

tEMA: “levar ao mundo a misericórdia de Deus”

lEMA: “é preciso voltar a Assis!”

Irmãos e Irmãs,

O Senhor lhes dê a paz!

Há 800 anos passados, em tempos de grandes con-flitos, de divisões no seio da humanidade, Fran-cisco de Assis apresenta-se ao Papa Honório como emissário de Jesus, pedindo-lhe a graça da Indulgência da Porciúncula, que mais tarde tornou-se carinhosamente conhecida como Perdão de Assis.

Numa feliz coincidência estamos celebrando os 800 anos do Perdão de Assis, dentro do Ano Santo Ex-traordinário da Misericórdia, convocado por um ou-tro Francisco, o Francisco de Roma, sucessor de Pe-dro, de Bento, de Honório III.

É preciso voltar a Assis, ao Cristo pobre. Mergulha-dos na Misericórdia, tornarmo-nos artífices da Mi-sericórdia, num mundo em conflito, numa Igreja em conflito, em meio a pessoas em conflito. É preciso ser um “oásis de misericórdia”! Celebraremos ainda o jubileu de ouro da criação da Conferência da Famí-lia Franciscana do Brasil. Somos filhos do Concílio Vaticano II que nos incitou a retornarmos às origens. Nestes 50 anos, quantas graças e bênçãos! Uma histó-

Definitório Provincial

Francisco sentia-se circundado por Deus, pelo Deus da Mise-ricórdia, que o humanizou e o divinizou; pacificado, tornou-se um artífice da paz. Esta histó-ria começou no encontro com o leproso e sedimentou-se num outro encontro, com o Cruci-ficado de São Damião. Desde então, nunca mais Francisco foi o mesmo. Destes encontros era preciso construir uma Cultura de Encontros! Assim, foi ao en-contro do Papa, foi ao encontro do povo e do lobo de Gubbio, foi ao encontro do Sultão, foi... Um homem “em saída”, uma Igreja “em saída”, uma Ordem “em saída”, uma humanidade “em saída” na busca de unir os cora-ções pela Misericórdia!

Num tempo em que a Miseri-córdia era comercializada, com locais determinados para ser concedida, em tempos pré-es-tabelecidos, o Pobrezinho quis que a Porciúncula se tornasse, pelos méritos da Senhora Po-brezinha, a Senhora dos Anjos, a Casa da Misericórdia! E que, os que ali passassem fossem “um Oásis de Misericórdia” para todas as criaturas.

194 [Comunicações] Março / 2017

ria da qual todos somos partícipes. A Conferência da Família Franciscana do Brasil, no desejo de voltar ao Espírito das Origens, deseja celebrar este evento cheio de graça e ternura, num grande encontro, o Capítulo das Esteiras. Por isso, venho convidá-los a preparar o coração, a mochila e tomar a estrada que nos leva à Casa da Mãe Aparecida, a Senhora Pobrezinha, a Senhora dos Anjos. Ali será a nossa Porciúncula. Para esta grande celebração do Capítulo das Esteiras, convido todos os Frades, Irmãs Clarissas, Irmãs e Irmãos da toR, a ordem Franciscana Secular, os muitos e diversos Movimentos Francisclarianos, os simpatizantes de Francisco e Clara, que se juntem a nós, e, assim, possamos celebrar, na alegria da frater-nidade, este grande evento salvífico. Reuniremo-nos em Aparecida nos dias 03 a 06 de agosto de 2017.

Concluo esta carta com as palavras do Papa Francis-co, na Porciúncula, no dia 4 de agosto passado:

“Queridos irmãos e irmãs, o perdão, de que São Fran-cisco se fez «canal» aqui na Porciúncula, continua ain-da a «gerar paraíso» depois de oito séculos. Neste Ano Santo da Misericórdia, torna-se ainda mais evidente como a estrada do perdão pode, verdadeiramente, re-novar a Igreja e o mundo. Oferecer o testemunho da misericórdia, no mundo atual, é uma tarefa a que ne-nhum de nós pode subtrair-se. O mundo tem necessi-dade de perdão; demasiadas pessoas vivem fechadas no rancor e incubam ódio, porque são incapazes de per-dão, arruinando a vida própria e a dos outros, em vez de encontrar a alegria da serenidade e da paz. Peçamos a São Francisco que interceda por nós, para que nunca renunciemos a ser sinais humildes de perdão e instru-mentos de misericórdia”.

Com fraternura,

Frei Éderson Queiroz

Presidente da Conferência da Família Franciscana do Brasil – CFFB

Participarão do Capítulo: Frei Fidêncio, Frei César, Frei João Francisco, Frei José Francisco, Frei Gusta-vo Medella. E são convidados a participar também os representantes do Ministro Provincial junto à CFFB, além de outros confrades interessados. Os que dese-jarem hospedagem na Fraternidade de Guaratinguetá deverão, com antecedência, entrar em contato com Frei João Francisco, guardião.

25) proposta orçamentária da província – 2017 - aprovação Às 14h30, da tarde do dia 15, Frei Mário Tagliari e Frei Raimundo Castro apresentaram ao Definitório a proposta orçamentária da Província para 2017, que foi aprovada pelo Definitório, embora, “conser-vadoramente”, se preveja um déficit mensal de R$ 32.432,00. Meios serão buscados para se reverter tal previsão. Percebe-se que despesas crescentes têm feito com que o fluxo de caixa da Sede Provincial diminua significativamente. E percebem-se também certas disparidades entre fraternidades no que se refere a quanto auferem financeiramente e a quanto partilham com a Província, bem como disparidades entre frades despojados e frades que retêm recursos consideráveis.

26) chácara de araçoiaba da serra - venda Frei Mário e Frei Raimundo, ainda pelo Economato, também informaram que se efetuou a venda da Chá-cara de Araçoiaba da Serra, SP.

27) agenda 2017 – acréscimos e alterações Confira na última página destas Comunicações.

28) dispensa concedida pela santa sé Em 29 de novembro de 2016, o Papa Francisco conce-deu a Sílvio Tadeu Mascarenhas a dispensa do celiba-to e de todas as obrigações do estado clerical, ligadas à sagrada Ordenação.

29) autorizações de viagem Por motivos diversos, receberam autorização para viajar ao Exterior: Frei Neuri Francisco Reinisch e Frei Elias Dalla Rosa.

encerramentoAo final da sessão matutina do dia 16 de fevereiro, Frei Fidêncio, encerrando a reunião do Definitório Provincial, agradeceu aos Definidores o trabalho desenvolvido a par-tir de pauta bem “recheada”. Lembrou a necessidade de estarmos atentos às nossas muitas fragilidades humanas, mas também a procurarmos solução para os conflitos lo-cais, com resposta evangélica, a partir das próprias fra-ternidades. Convidou os Definidores à oração Ave-Ma-ria, e, por fim, invocou sobre todos a bênção de Deus.

Frei Walter de Carvalho Júnior secretário

Definitório Provincial

Março / 2017 [Comunicações] 195

ofm

aconteceu nos dias 06 a 10 de fevereiro p.p. o Congres-so dos Comissários Latino Americanos da Terra Santa,

no Convento São Francisco Sola-no, em Lima, Peru. Lima é a terceira maior cidade da América, com cerca de 12 milhões de habitantes. Apesar do clima úmido e ameno, lá nunca chove. Dá apenas uns chuviscos, com menos de 8 milímetros ao ano. É um fenômeno exótico, em que a Cordi-lheira dos Andes impede a formação de nuvens, formando uma parede en-tre a cidade e o Oceano Pacífico. A ve-getação de grande porte sobrevive do orvalho da manhã. As vegetações de pequeno porte, sobretudo os jardins públicos, sobrevivem da irrigação, quase que diariamente, atrás do poder público da cidade.

Fizeram-se presentes os Comissá-rios: do Brasil (6), do México (3), de Honduras, da Colômbia, do Chile, do Peru, do Paraguai, da Argentina, de Porto Rico (Caribe), da Bolívia, do Equador e também, como convi-dados, um Comissário da Espanha (Madri) e o Comissário de Portugal.

Igualmente, estiveram presentes o Custódio da Terra Santa, Frei Fran-cisco Patton e o responsável pelos Comissários de todo o mundo, vindo de Jerusalém, Frei Marcelo Ariel Ci-chinelli.

O Congresso foi muito fecundo, sobretudo pela partilha de cada na-ção, onde se dedicam os Comissários em prol da divulgação dos Lugares Santos, no trabalho com as zeladoras, coletas da Sexta-feira Santa e pere-grinações à Terra Santa. Modéstia à parte, o nosso Comissariado (Pro-víncia da Imaculada Conceição) é o campeão nas coletas, destinadas à manutenção dos Lugares Sagrados. E no que tange às fragilidades, aparece a sobrecarga de atividades de alguns comissários, com outras atividades, e algumas dioceses, que nada enviam para os Comissariados e às Nunciatu-ras Apostólicas. O próximo Congres-so acontecerá em fevereiro de 2019 na Cidade do México.

Frei Ivo Müller

conGresso dos comissárioslatino-americanos da terra santa

O primeiro dia foi dedicado à inaugu-ração do Congresso, bem como a duas ex-posições sobre realida-de atual da Custódia da Terra Santa e seu novo Vademecum. Os de-mais dias foram preen-chidos com as apresen-tações das atividades de cada comissário. Na quinta, dia 09, tivemos um dia de passeio, vi-sitando o velho Con-vento de São Francisco (século XVI), incluin-do uma série de cata-cumbas sob a Igreja, a Catedral de Lima, o Museu da Arte Inca e a Basílica de Santa Rosa de Lima (tumba).

196 [Comunicações] Março / 2017

ofm

frei Pacífico, poeta e um dos compa-nheiros de Francisco de Assis, fun-dou a primeira Casa Franciscana na

França em Vézelay (1217), antes de con-tinuar o caminho até Saint Denis (Paris). Depois de oito séculos, a Família Fran-ciscana na França conta com mais de 3 mil membros na atualidade (OFM, OFM Conv, OFMCap, Clarissas Franciscanas, simpatizantes leigos de todas as idades).

Os primeiros Irmãos Menores, envia-dos por Francisco de Assis, tiveram um enorme impacto na história da França e nos países vizinhos. Basta recordar os reis da França e de Nápoles (por exemplo, São Luiz, Rei de França - que foi amigo de São Boaventura e protetor dos irmãos profes-sores da Universidade de Paris -, e atual Patrono da OFS; o bispo de São Luís de Anjou e outros muitos santos e beatos fran-ciscanos, sem esquecer o apoio que deram para a criação da Custódia da Terra Santa.

Em 22 de fevereiro, teve início o Jubi-leu com uma Roda de Imprensa na Basí-lica-Catedral de Saint-Denis, próxima de Paris, com a participação de Monsenhor Jean-Pierre Grallet, franciscano e arce-bispo de Estrasburgo; de Frei François--Xavier Bustillo, custódio OFMConv, e porta-voz do jubileu; de Frei Jean-Bap-tiste Auberger, um especialista das Fontes Franciscanas; e da Sra. Christine Bisset, representante da OFS.

De 1º de março a 4 de outubro, a Fa-mília Franciscana convida a todas as pes-soas interessadas a participar das diversas comemorações na França, na alegria da Fraternidade universal.

Mais informações (en francês): www.jubile800ans.franciscains.fr

A Alemanha faz memória dos 500 anos da Reforma Luterana ocorri-da em 1217. A Primeira Ordem de São Francisco recorda a divisão acon-tecida entre Conventuais e Observantes em 1517 com a bula papal “Ite vos”. Dez anos depois nasceu outro ramo da Ordem: os Capuchinhos.

“1517-2017” é uma oportunidade para parar e pensar: De onde vie-mos, onde estamos hoje, para onde vamos, 500 anos depois da separação na Igreja e na Ordem? De 12 a 14 de junho de 2017, terá lugar na casa de retiro franciscano, em Hofheim, o “Primeiro Capítulo das Esteiras dos Irmãos Menores na Alemanha” (OFM, OFM Conv, OFM Cap).

juBileus na alemanHa: 500 anos

europa franciscanaa frança celebra 800 anos da presença franciscana e a alemanha reflete sobre os 500 anos da reforma luterana e da bula “ite vos”, que dividiu a ordem franciscana.

Março / 2017 [Comunicações] 197

cfmB

desde o dia 04 de Fevereiro, Frei Malone Rodrigues e Frei Renieverton Telles de Oliveira estão participando do curso sobre a Realidade Amazônica, em Manaus.

O curso está sendo realizado no Instituto de Teologia, Pas-toral e Ensino Superior da Amazônia (ITEPES). O regional Norte 1 visa oferecer aos missionários informações sobre a realidade local, concentrando sua reflexão no ser humano,

frades estudantes se preparam para inteGrar missão da cfmB em roraima

no meio ambiente e na ação pastoral da Igreja na Amazônia. Entre as disciplinas ministradas estão a Realidade sócio política e econômica, Antropologia Cultural, História da Amazônia, Missiologia, Inculturação, Identidade Eclesial e Desafios Pastorais. Há também visitas pasto-rais às periferias atendidas pela Igreja, como a Colônia A. Aleixo e comunidade ribeirinha no Careiro da Várzea. Frei Malone Rodrigues, 25 anos, vem da Província São Francisco de Assis, e é natural de Alegrete, Rio Grande do Sul. Frei Renieverton Telles de Oliveira, 26 anos, vem da Província Santa Cruz, e é natural de Dia-mantina, Minas Gerais. Ambos, vão integrar a fraternidade Irmão Francisco e imã Clara, em Boa Vista, Roraima. Lá vão residir na fraterni-dade juntamente com Frei Pedro Bruxel, que é

da Província São Francisco, Frei João Bosco, que pertence à Província Santa Cruz, e Frei Duvan Tabarquino, que é da Custódia São Benedito. O trabalho em Roraima é uma Missão Interprovincial, mantida pela Conferência dos Fra-des Menores do Brasil (CFMB).

Frei Malone Rodrigues

amor é pãolonge de mim reter o amor no peito,Amor é pão que deve ser partido,o pão guardado é fel e, insatisfeito,Quem não o faz tem coração sofrido.

Esta é a lei forte de Jesus, irmão,Que nos chegou pelo Evangelho santo,Esse é o nosso cantar, nossa canção,Partir o pão, gesto nobre e de encanto.

não temos nada, tudo é nosso enfim,A lei suprema entre nós – partilhar,Alegres como flores num jardim.

Religião quer dizer sempre amor,Religião é comungar na dor,De quem padece e está em nossa estrada.

(Frei Walter Hugo de Almeida)

198 [Comunicações] Março / 2017

crB

na Festa da Apresentação do Senhor, na quinta-feira, 2 de fevereiro, o Cardeal Dom Odilo Pedro Scherer encon-

trou-se, às 15 horas, com os religiosos e religiosas, seminaristas, sacerdotes e bispos, durante Ação de Graças pelo Dia da Vida Religiosa Consagrada na Capela Sagrada Família, no bairro do Ipiranga, ocasião em que também ce-lebrou os seus 15 anos de ordenação episcopal.

Dom Odilo falou da importância da Vida Religiosa Consagrada na Ar-quidiocese e pediu que os religiosos e religiosas “se sintam em casa”. “Hoje é a festa de apresentação do Senhor no templo, mas é inevitável não falar daquela que levou Jesus ao templo,

aquela que trouxe Jesus ao mundo e, portanto, dedicou sua vida inteira a Deus. Por isso, Maria é a consagrada por excelência. Foi consagrada, não no sentido dos religiosos, mas no sentido originário daqueles que ade-rem a Deus pela fé. A vida religiosa consagrada é uma forma particular de adesão a Deus, com a dedicação a um carisma particular na Igreja. A consagração do cristão acontece no batismo e pode ser vivida em todos os estágios”, acrescentou.

Dom Odilo reforçou que a Vida Religiosa Consagrada é necessária à Igreja para que ela possa desempe-nhar bem a sua missão de testemunha do Evangelho: “Vós sereis testemu-nhas do Evangelho…”, citou. “Quero

registrar o meu apreço por todo o bem que vocês fazem, pela sua presença na Arquidiocese, pelas múltiplas formas de testemunho do Evangelho que vo-cês prestam nas suas comunidades religiosas e as muitas formas de ação pastoral”, frisou, lembrando que até a Proclamação da República, apenas cinco ou seis Ordens religiosas eram responsáveis pela evangelização em São Paulo.

“Sintam-se em casa na Arquidio-cese, sintam-se participando da mis-são da Igreja de São Paulo, do servi-ço e da missão ao povo de Deus, da animação da vida eclesial nas muitas formas de evangelização”, enfatizou, mas o Cardeal também partilhou com os religiosos suas preocupações e so-

dia do reliGiosodom odilo fala de suas preocupações e sonhos aos religiosos e

adianta que vai convocar um sínodo arquidiocesano

Março / 2017 [Comunicações] 199

crB

nhos, principalmente com a pastoral vocacional e a vida eclesial.

“Primeiro peço uma renovada atenção à pastoral vocacional para o sacerdócio e para a vida consagrada. A Igreja não vive sem aqueles que de-dicam sua vida aos outros. Será que este é um tempo fadado a não ter vo-cações? Será que Deus parou de ouvir as nossas preces?”, questionou, infor-mando que nos próximos dias haverá uma reunião para pensar de que ma-neira se poderá fazer o trabalho voca-cional. “Sonho com uma primavera de vocações nas nossas paróquias, dioceses, enfim na Igreja”, confessou.

Dom Odilo também propõe uma renovada animação na vida eclesial

se apresentam para a crisma e que menos de 20% dos jovens procuram a Igreja para se casar. “O que é isso? Há muita coisa para ser pensada. Há pouca catequese. Poucos se apresen-tam para a continuação da vida cristã”, atestou.

Dom Odilo informou que este ano vai convocar o Sínodo Arqui-diocesano para se “repensar muita coisa” e convocou os religiosos e re-ligiosas para esta empreitada. “Conto com vocês! Vamos pedir a Deus que nos ajude a encontrar o rumo. Não é motivo de desespero, de desânimo, não! A gente sabe que isso tudo está dentro de um contexto cultural, mas nós, de toda maneira, não podemos

cruzar os braços e dizer ‘é assim mes-mo, vamos esperar tempos melhores’. Não! Vamos arregaçar as mangas e fa-zer a nossa parte. Conto com vocês”, convidou.

O encontro foi motivado pela Conferência dos Religiosos do Brasil, Regional São Paulo, e reuniu os bispos Dom Julio Endi Akamine, recém-no-meado Arcebispo de Sorocaba; Dom José Roberto Fortes Palau, bispo auxi-liar da Região Ipiranga; Dom Antônio Celso de Queiros; Pe. Rubens Pedro Cabral, OMI, coordenador da CRB-SP.

Dom Odilo lembrou especial-mente a Congregação das Irmãzinhas da Imaculada Conceição, que acolheu os religiosos e disse que o lugar onde

na Arquidiocese de São Paulo. “É só uma ideia que ainda está no estágio inicial, mas que não pode ser pos-tergada. É só olhar as estatísticas de batiza-dos, para ver a queda. O que significa isso? Está esfriando a fé da Igreja? Estamos per-dendo o elo da fé na transmissão de uma geração para outra?”, questionou, lembran-do que somente 35%

viveu Santa Paulina não poderia ser mais pro-pício para o encontro. Também fez questão de agradecer a D. Júlio pelo serviço evangelizador que prestou na Arqui-diocese.

O Ministro Provin-cial, Frei Fidêncio Van-boemmel, representou a Província Franciscana da Imaculada Concei-ção no encontro.

Moacir Beggo

200 [Comunicações] Março / 2017

falecimento

pouco depois das 21h00 da quinta-feira (16), na presença de Frei Djalmo Fuck, de Frei Leandro Costa e de Frei Na-

zareno Lüdtke, faleceu Frei Vunibaldo Vogel, na Fraternidade Divino Espíri-to Santo, em Vila Velha, após sentir-se mal. Há anos ele tinha problemas no sistema urinário, decorrentes de doen-ça da próstata, apresentava cardiopatia e tinha também sintomas de esclerose, com frequentes esquecimentos.

A Missa de Exéquias de Frei Vu-nibaldo foi celebrada no dia 17, às 14h30, no Santuário do Divino Espí-rito Santo.

família de sacerdotesNatural de Maratá, no município

de Porto União (SC), Frei Vuni, como era chamado pelos seus confrades e amigos, nasceu no dia 12 de fevereiro de 1931 e foi batizado como Sebaldo

dados pessoais, formação e atividades

Nascimento: 12.02.1931 (86 anos de idade) .

Natural de Maratá, município de Porto União, SC.

Vestição: 19.12.1951 – Rodeio Primeira Profissão: 20.12.1952 (64 anos de Vida Franciscana)

Profissão Solene: 20.12.1955 Ordenação Presbiteral: 16.12.1957 (59 anos de Sacerdócio)

1953 – 1954 – Curitiba – estudos de Filosofia;

1955 – 1958 – Petrópolis – estudos de Teologia;

02.02.1959 – professor no seminário de Luzerna;

Fevereiro 1960 – Rio de Janeiro – Santo Antônio – curso de Pastoral;

27.11.1960 – Rio de Janeiro – Ipanema – Colégio;

18.01.1962 – Jaborá – coordenador da fraternidade, reitor do juvenato, proc. UMF e Voc.

17.12.1966 – Rio Negro – seminário – guardião;

26.04.1968 – confirmado em Rio Negro – seminário – guardião e reitor do juvenato;

21.12.1968 – Duque de Caxias – vigário da casa;

05.07.1971 – Xaxim – vigário paroquial;

06.02.1973 – São Paulo – São Francisco – vigário paroquial. Em 27.12.1976 – vigário da casa;

17.04.1980 – Quissamã – vigário paroquial de Conceição de Macabu. Em 09.08.1983 – guardião em Quissamã, continuando a ser vigário paroquial em Macabu.

21.01.1989 – Campo Grande, MS, a serviço da Custódia das 7 Alegrias de Nossa Senhora;

10.01.1995 – Vila Velha – Penha – vigário da casa e atendente conventual;

20.12.2006 – Vila Velha – Santuário – atendente conventual.

frei vuniBaldo voGel 12/02/1931 + 16/02/2017

Alfredo Vogel. Ele era o sexto filho dos doze de Nicolau e Maria, gaúchos e colonos da cidade de Montenegro.

Além do irmão Frei Afonso, que é frade e reside atualmente na Fraterni-dade de Xaxim (SC), Frei Vunibaldo tinha seis tios sacerdotes. O ambiente religioso na família e a visita desses tios influenciaram a vocação religiosa de Frei Vuni, como conta em sua ficha autobiográfica.

Em fevereiro de 1943, ingressou no Seminário São João Batista, em Luzerna (SC), depois continuou os estudos da formação inicial no Semi-nário Frei Galvão (Guaratinguetá), no Seminário Rio Negro (PR), e no Seminário Santo Antônio (Agudos, SP), até vestir o hábito franciscano em 19 de dezembro de 1951 e receber o nome de Frei Vunibaldo, um santo alemão. Frei Vuni cursou Filosofia em Curitiba e Teologia em Petrópolis,

Março / 2017 [Comunicações] 201

falecimento

professando solenemente na Ordem em 1955. Foi ordenado presbítero no dia 16 de dezembro de 1957.

Frei Vuni trabalhou muitos anos com a formação e foi missionário no Mato Grosso. Ao retornar à Provín-cia, manifestou o desejo de trabalhar e residir numa região quente. “Sou bas-tante friorento”, confessava, revelando que um dos seus sonhos era trabalhar no Convento da Penha. De poucas palavras, mas muito fraternal, Frei Vuni não gostava de falar de sua vida e dos seus trabalhos: “É um hábito meu”, dizia, fazendo um pedido bem ao seu estilo na sua ficha autobiográ-fica: “Peço desculpas pela minha bre-vidade. Desejaria ter um ‘necrológio’ bem curtinho”.

Frei Vunibaldo gostava de repetir o dito latino: Repentina mors, clerico-rum sors. E foi o que lhe aconteceu. Recomendemos nosso confrade ao Senhor, rezando por ele, que, por tan-tos anos, serviu, com generosidade e dedicação, aos irmãos e à Igreja.

depoimento de frei clarêncio neotti

Frei Vunibaldo partiu para a eter-nidade como sempre sonhou e dizia diariamente. Apagou-se serenamente, tendo os Confrades em torno. Assis-tiu na TV o noticiário da noite, como sempre fazia, na sala da Fraternidade. Quando começou a novela, levantou--se e foi dormir. Pouco depois voltou sem camisa e disse que estava sentido dores na nuca e no peito. Sentou-se na poltrona e com leve suspiro morreu, na presença de seu guardião Frei Djalmo e dos confrades Frei Nazareno e Frei Leandro. Frei Clarêncio já tinha se re-colhido. Frei Florival está fora de Vila Velha. Frei Djalmo lhe deu a Unção.

Frei Vunibaldo completou 86 anos no último dia 12, quando ganhou du-rante a Missa vespertina duas camisas e uma orquídea. Como a cidade ainda estava tumultuada pela greve da Polí-

cia Militar, combinamos fazer o almo-ço de aniversário no próximo sábado, dia 18, juntamente com os confrades do Regional. Todos os ingredientes para uma feijoada tinham sido com-prados hoje.

Ele esperava morrer de repente. Repetia muitas vezes o dito medieval: Repentina mors clericorum sors. Aliás, ele tinha algumas dezenas de frases la-tinas do tempo do seminário, que nem o Alzheimer conseguiu apagar. Há exatamente um ano deixara de cele-brar. Mas atendia as confissões todas as sextas-feiras. E atendia bem, como se não tivesse o Alzheimer. Neste último ano concelebrou muitas vezes, embo-ra, terminada a Missa não sabia mais que tinha concelebrado. Mas na conce-lebração dizia as palavras da Consagra-ção sem nenhuma dificuldade.

Volta e meia repetia que queria morrer em Vila Velha. Usava sempre a mesma expressão: “Minha carcaça ficará aqui”. Isso ele disse ao último Visitador e repetiu ao Ministro Pro-vincial. A nós acrescentava: “Mas se me transferirem, preciso obedecer!” Queria muito, e dizia isso a nós, que queria ser sepultado ao lado da capela São Francisco, no Campinho da Pe-

nha, onde está sepultado Frei Aurélio. E eu brincava com ele que o caixão seria levado numa carroça com dois cavalos enfeitados como em Santa Catarina vinham os noivos para o ca-samento na capela.

Será sepultado hoje, dia 17, no Parque da Paz, na Ponta da Fruta, ce-mitério que faz limites com a Casa de Retiros do Projeto Santa Clara, para onde será levado logo depois da Missa de Corpo Presente que celebraremos no Santuário às 14h30.

Frei Vunibaldo trabalhou doze anos seguidos no Convento da Penha e já estava quase outros tantos no San-tuário. Dono de voz-tenor era comum ouvi-lo cantarolar velhos hinos em la-tim, e apesar do Alzheimer, cantava estrofes inteiras. Hoje mesmo entrou na cozinha pontualmente às 17h00 para comer sua sopa, cantando “Voce mea ad Dominum clamavi, voce mea ad Dominum deprecatus sum”, o mes-mo salmo que cantou São Francisco agonizante. Terminada a sopa, comi-da sua banana e sua laranja, me disse a mesma frase que costumava dizer todos os dias: “Se todos tivessem um prato de sopa assim, o mundo seria bem melhor!”. Descanse em paz!

202 [Comunicações] Março / 2017

notícias e informações

O Pai está bem!!!Sem dorSem fomeSem tristezaSem alegriaSem orgulhoSem falarSem verSem rezarSem planosSem ambiçãoSem força Sem defesaSem propriedadeSem máquinas Sem lavoura Sem dinheiroSem trabalhoSem diversão Sem pescarSem cachorroSem espingardaSem casa

Sem roupasSem calçadosSem chapéu Sem bengalaSem fazer o bemSem fazer o malSem mais nada Deixa Tudo para nós Deixa o bom exemploA BÊNÇÃO DE PAIO PEDIDO DE PERDÃO SEJA FEITA A TUA VONTADE, Ó DEUS. PAI,OBRIGADO PELO NOSSO PAI, VICTORIO NOÉ DALLA ROSA.

(Escrito por Plauto Dalla Rosa, irmão de Fr. Elias.)

Na madrugada de 30 de janeiro, assisti-do pelo filho mais novo, Plauto, no Hospital de Apoio de Brasília, partiu para a Casa do Pai o Sr. Victorio Noé Dalla Rosa, pai de Frei Elias Dalla Rosa.

Com um tumor no duodeno, após in-tervenção cirúrgica, suportou com muita paciência e fé por seis meses a enfermidade. Por 50 dias, alimentou-se apenas com duas a três colherinhas de óleo de Coco e a Eucaris-tia diária. Com extrema lucidez e presença de espírito recebeu os sacramentos minis-trados por Dom Leonardo Ulrich Steiner. Deixa a esposa Amélia, 11 filhos, netos e bis-netos que agradecem aos céus e rezam para que Deus o recompense e nos acompanhe.

Papai, descanse em Paz!

Frei Elias Dalla Rosa

você se reconHece nesta foto ou conHece alGuém?

sine proprio!

falecimento

victorio noé dalla rosa

álBum da província

Março / 2017 [Comunicações] 203

xxx

(22 de março – dia da água)

água cristalina que brota das fontes da terrado seio terreno que nenhum ser humano vêescondida e secreta grandeza da criação de deuságua do batismo que nos faz participantes da redenção

o compromisso de sermos límpidos cristãos

água que proporciona o vigor de um corpo felizágua que choveu sobre a terra trazendo o indesejável dilúvioágua do mar vermelho que libertou os hebreuságua da festa de caná que se transformou em vinhocausando alegria e felicidade aos convivas da festaágua do poço de jacó, lá a samaritana conheceu o filho de deus

água e sua misteriosa força de incompreensãoágua que jogamos fora sem lhe dar importânciado seu vigor temos a saúde, de sua profundeza a mortecomo a água límpida, assim também seja nossa fésem angústias, rancor, má vontadeassim veremos a água em sua preciosidade

ajuda-nos, francisco, a encontrar o valor da águasejas louvado, senhor, pela agua irmã, pura e casta,tu que és a água verdadeiraQue limpou a alma da samaritana no desertoe que hoje quer limpar a nossa...

frei carlos l. nunes corrêa

província franciscana da imaculada conceição do Brasil(*) As alterações e acréscimos estão destacados

março 04 Encontro do Regional Baixada e Serra Fluminense

(Sagrado);06 Encontro do Regional do Espírito Santo (V. Velha –

Santuário)06 e 07 Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto

Vale do Itajaí (Ituporanga);12 Romaria penitencial Frei Bruno (Joaçaba);13 Encontro do Regional de Pato Branco

(Chopinzinho);13 Encontro do Regional do Vale do Paraíba

(Guaratinguetá – Seminário)13 e 14 Encontro Regional do Leste Catarinense (Angelina);20 Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Rodeio);20 Encontro do Regional de Curitiba (Bom Jesus);20 Encontro do Regional São Paulo (Santos);25 Ordenação diaconal de Frei Alan Maia de França

Vitor (Rocinha RJ)27 Encontro do Regional de Agudos (Agudos)27 Conselho da Formação Inicial;27 Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada

Fluminense (S. Antônio);27 a 31 CFMB: Assembleia (Recife/Ipojuca);28 a 29 Reunião do Conselho e Assembleia do SAV

(Rondinha);28 Conselho da Formação e Estudos;

aBril01 e 02 Caminhada Franciscana da Juventude (Rodeio);20 a 23 Retiro Anual dos Benfeitores Franciscanos (Agudos)23 Ordenação diaconal de Frei Vanderlei da Silva

Neves (Xaxim);25 e 26 Reunião dos guardiães e coordenadores das

Fraternidades; 27 e 28 Reunião do Definitório Provincial;

maio01 a 05 Reunião do CAD e SIFEM (Campo Grande);03 Último dia para a Inscrição no Capítulo das Esteiras

da CFFB;21 Encontro do Regional de Curitiba (Aldeia);29 Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada

Fluminense (S. João de Meriti);

JunHo05 e 06 Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto

Vale do Itajaí (Curitibanos);20 a 22 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo);21 Reunião do Definitório com os coordenadores dos

Regionais (São Paulo);26 e 27 Encontro Regional do Leste Catarinense (Angelina);

JulHo04 a 05 Reunião do Conselho do Secretariado de

Evangelização (Vila Clementino)10 Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Balneário

Camboriú);

aGosTo03 a 06 Capítulo das Esteiras da CFFB: por ocasião dos

800 anos do Perdão de Assis, 50 anos da Criação da Conferência da Família Franciscana do Brasil – CFFB;

14 a 18 Retiro e reunião do Definitório Provincial (Guaratinguetá);

22 a 25 CFMB: encontro de ecônomos (Caldas Novas – GO);

28 Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada Fluminense (Rocinha);

28 e 29 Encontro do Regional do Planalto Catarinense e Alto Vale do Itajaí (Lages);

seTemBro01 Dia Mundial de Oração pelo Cuidado da Criação;01 a 09 Encontro Continental JPIC (Anápolis);02 e 03 Coleta anual pela evangelização na Amazônia;03 a 10 Congresso Continental para a Formação e os

Estudos (São Paulo);04 Dia da Amazônia;07 a 10 Encontro Interobediencial do Irmãos Leigos

Franciscanos (Vila Velha)11 a 13 Reunião da Frente das Paróquias, Santuários e

Centros de Acolhimento (Agudos);18 Encontro do Regional de Curitiba (S. Boaventura);18 a 22 CFMB: assembleia (São Luís – MA);25 Encontro do Regional do Vale do Itajaí (Gaspar);

ouTuBro09 a 13 Curso de Franciscanismo (Rondinha);17 a 19 Reunião do Definitório Provincial (São Paulo);23 e 24 Encontro do Regional do Leste Catarinense

(Florianópolis);

novemBro13 Encontro do Regional do Rio de Janeiro e Baixada

Fluminense (Niterói);20 Encontro do Regional do Vale do Itajaí - recreativo

(Vila Itoupava);28 a 30 Reunião do Definitório Provincial;21 e 22 Reunião do Conselho do Secretariado de

Evangelização (Vila Clementino)29 Reunião do Definitório com os coordenadores dos

Regionais;

deZemBro01 e 02 Celebração dos Jubileus;04 e 05 Encontro do Regional do Planalto Catarinense e

Alto Vale do Itajaí – recreativo;13 Encontro do Regional de Curitiba - recreativo

(Caiobá);18 e 19 Encontro do Regional do Leste Catarinense –

recreativo;

Janeiro08 Profissão dos noviços;15 Vestição dos noviços;18 a 21 Missões Franciscanas da Juventude (Agudos e

Bauru)

JulHo12 a 15 Encontro Nacional de Juventude (Vila Velha).

2018