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NOVO MOMENTO PARA AS CIÊNCIAS DA VIDA # 07 I Setembro 2011 Newsletter Life Sciences SAÚDE Mercado em alta no Brasil OPORTUNIDADES Setores mais aquecidos da indústria farmacêutica e hospitalar PROFISSÕES Descubra onde estão as carreiras promissoras GESTÃO Hospitais investem na estrutura gerencial NOVOS DESAFIOS O que o mercado espera dos especialistas da área BRASIL

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NOVO MOMENTO PARA AS CIÊNCIAS DA VIDA

# 07 I Setembro 2011

Newsletter Life Sciences

SAÚDEMercado em alta no Brasil

OPORTUNIDADES Setores mais aquecidos da indústria farmacêutica e hospitalar

PROFISSÕES Descubra onde estão as carreiras promissoras

GESTÃO Hospitais investem na estrutura gerencial

NOVOS DESAFIOSO que o mercado espera dos especialistas da área

BRASIL

MERCADO DAS CIÊNCIAS DA VIDA EM ALTA

Mariana RorizGerente da expertise Hays Life Sciences em São [email protected]

A EQUIPE

Newsletter Life Sciences - 07 Setembro 2011 02

Os negócios ligados à saúde humana vivem in-tenso aquecimento no Brasil. Além do momen-to econômico favorável, fatores como fusões e aquisições, quebra de patentes e a consoli-dação dos medicamentos genéricos, assim como o investimento em tecnologia e desen-volvimento de novas drogas, contribuíram para sofisticar esse segmento no País.

O impacto da movimentação no mercado foi além da mera intensificação da busca pelos profissionais usuais. Novas especializações começam a ser demandadas, como farmae-conomia, economia da saúde, acesso a merca-dos e desenvolvimento de negócios.

No setor de medicamentos, as áreas de maior expansão e oferta de novas oportunidades são relacionadas aos dermocosméticos, genéri-cos e biofármacos. Nos demais segmentos, destacam-se a indústria de equipamentos médicos, pesquisa clínica e as redes de hospi-tais e laboratórios privados.

Nesse contexto, um dos grandes desafios é en-contrar profissionais capacitados para compor ou complementar as equipes das empresas em expansão. Segundo os especialistas da HAYS, as posições mais difíceis são aquelas que demandam profissionais com formação em Medicina, para atuar, por exemplo, como médico do trabalho, em pesquisa ou na indús-tria farmacêutica.

Outra tendência forte no setor é a migração de profissionais provenientes de outros mercados, atraídos pelas possibilidades reais de cresci-mento. Para isso, investimento em um plano de carreira estruturado e na qualidade de vida dos colaboradores são diferenciais de atração e retenção.

Para todas as áreas, junto com as novas espe-cialidades, o mercado busca pessoas dinâmi-cas, com iniciativa, que conseguem pensar fora da caixa e oferecer soluções inovadoras e

criativas.

Esses movimentos ocorrem como reação direta à necessidade de encontrar alternativas para tornar as corporações mais competitivas, com maior conhecimento do mercado e de seus concorrentes.

HAYS PHARMA AGORA É HAYS LIFE SCIENCES

Em todo o mundo, a área de expertise Hays Pharma agora se chama Hays Life Sciences (Ciências da Vida). De acordo com Thomas Hagemann, responsável pelo marketing global da Hays Life Sciences, a alteração tem como objetivo comunicar ao mercado toda a gama de subsetores nos quais a empresa atua - além da conhecida indústria farmacêutica -, como equipamentos médicos, biotecnologia, hospi-tais e laboratórios, CROs, entre outros.

“É uma área em contínuo crescimento, que oferece muitas oportunidades, especialmentena área de tecnologia e equipamentos médi-cos, mercado que movimenta bilhões de dólares”, afirma Hagemann.

De acordo com o diretor da HAYS em São Pau-lo, Gustavo Costa, o Brasil vive um momento único de amadurecimento do mercado das atividades relacionadas às ciências da vida. “As grandes companhias europeias e americanas descobriram que os países em desenvolvi-mento oferecem consideráveis vantagens de custo e já se movimentam para transferir para cá algumas etapas da operação”, diz.

No Brasil, a área dedicada ao mercado da saúde existe desde 2008 no escritório da HAYS em São Paulo, e vem recrutando profissionais de média e alta gerência para os segmentos de vendas, marketing e funções clínicas do merca-do farmacêutico e similares, em toda a cadeia de indústrias, varejo, serviços e hospitais.

Foto: HAYS Recruiting experts worldwide

NOVAS OPORTUNIDADES NO SETOR DE PESQUISAS CLÍNICAS

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Indústrias farmacêuticas e laboratórios vem investindo cada vez mais em pesquisa e desenvolvimento de novas drogas, biotecnolo-gia e novos métodos de análises clínicas, principalmente no que se refere à oncologia ou à descoberta da cura para doenças raras. Esse movimento resultou na terceirização de muitos serviços, em decor-rência dos altos custos, da exigência de grande especialização téc-nica e dos prazos para viabilização de novos produtos e serviços.

Para atender essa demanda, o setor conta com as CROs, Contract Research Organisations, empresas capacitadas para o gerencia-mento completo de projetos voltados à pesquisa e desenvolvimen-to de novos produtos e serviços para farmacêuticas e laboratórios em geral. Podem contribuir na manipulação de dados estatísticos, acompanhamento de estudos, monitoramento médico, treinamento de equipes, procedimentos regulatórios, entre outras atividades.

Para Vitor Harada, diretor da ICON do Brasil, CRO de origem irlandesa, fundada em 1990 e presente em cerca de 40 países, o segmento caminha para a consolidação. “A oferta atualmente é bem pulverizada, porém a tendência é que, a médio prazo, aumen-tem os processos de fusões e aquisições e a presença de CROs globais”, afirma.

Quanto ao mercado de trabalho, o ritmo de contratações vem reto-mando os índices registrados antes da crise de 2008. “Os salários estão inflacionados, devido à escassez de capacitação técnica. O segmento tem absorvido com avidez farmacêuticos, biomédicos e enfermeiros e, quando contratados, a ascensão desses profissio-nais costuma ser rápida. Esse é um dos atrativos do setor ”, pontua Mariana Roriz, gerente da área de expertise Hays Life Sciences.

De acordo com Harada, a boa formação técnica não é suficiente para obter sucesso em uma CRO. “Buscamos profissionais detalhis-tas, com alto nível de comprometimento, poder de decisão e, so-bretudo, éticos. Boa gestão de tempo, comunicação e inglês fluente também são características imprescindíveis”, complementa.

Segundo os especialistas, o perfil dos profissionais que conduzirão projetos nas CROs é tão importante que muitos clientes chegam a entrevistá-los antes do fechamento do contrato, a fim de checar, além do preparo técnico, a aderência a seus valores, missão e cul-tura organizacional.

BIOFÁRMACOS EM ASCENSÃO NO BRASIL

SAIBA COMO FUNCIONAM OS BIOFÁRMACOS

Foto: HAYS Recruiting experts worldwide

Nas últimas três décadas, o uso da biotecnologia cresceu em todo o mundo. Fortes investimentos no setor e avanços tecnológicos são os principais responsáveis por essa expansão.

Embora a produção dos biofármacos ainda tenha forte concen-tração em países desenvolvidos, a indústria farmacêutica está direcionando cada vez mais recursos para a produção desses medicamentos no Brasil.

Alexia Franco, diretora da HAYS no Rio de Janeiro, acredita que o segmento de biofármacos é muito promissor e deve atrair cada vez mais profissionais, como médicos e biomédicos. Ela observa, no entanto, que as posições em aberto para a especialidade ainda são escassas.

“Como a produção dos biofármacos envolve muita complexidade, atuar no setor demanda um preparo técnico muito mais apurado do que as áreas de saúde convencionais. Os profissionais que desejam ingressar no mercado devem buscar capacitação”, complementa.

Os biofármacos são medicamentos obtidos por meio da manipu-lação industrial de microorganismos ou células modificadas geneti-camente. O lançamento desses medicamentos é considerado um marco para a descoberta de tratamentos inovadores de doenças consideradas raras ou de difícil cura. Permite diagnósticos mais pre-coces e, com isso, tratamentos mais precisos e eficientes.

• Os biofármacos são medicamentos utilizados geralmente para o tratamento de doenças crônicas, como hepatites A e B, câncer, artrite e psoríase;

• O remédio biológico tem por objetivo chegar até moléculas es-pecíficas do sistema imunológico, as responsáveis pela doença;

• O desenvolvimento do medicamento biológico começa com a modificação genética de uma célula (ou microorganismo), que fica conservada por um determinado tempo. Réplicas são culti-

vadas ao longo do processo de fabricação;

• Posteriormente dá-se início à colheita da proteína. O material é purificado, estabilizado e formulado. Em seguida, passa por testes clínicos e, finalmente, é produzido;

• No Brasil, a ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) possui regras rígidas no que se refere aos biofármacos. Não é permitido o registro destes remédios no cadastro de produtos genéricos.

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MAIOR PODER DE COMPRA ALAVANCA DERMOCOSMÉTICOS

Foto: HAYS Recruiting experts worldwide

O dermocosmético é o cosmético cuja composição mais se aproxima de um medicamento. Vendido exclusivamente em farmácias, é prescrito como complemento terapêutico dos tratamentos dermatológicos e atua nas camadas mais profundas da pele, capaz de promover modificações fisiológicas no paciente. A comercialização desses produtos é regulamentada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).

SAIBA MAIS

SETOR DE EQUIPAMENTOS MÉDICOS BUSCA PROFIS-SIONAIS QUALIFICADOS

Nos últimos anos, o mercado de dermocosméticos se expandiu para além das fronteiras dos consultórios dos dermatologistas. O setor vem registrando altas taxas de crescimento, apostando em um ritmo acelerado de inovações e na maior exposição nos pontos de venda, com uma estratégia comercial mais agressiva na popu-larização do produto nas farmácias.

O mercado consumidor também vem se consolidando. Em geral, é composto predominantemente por mulheres das classes A e B, acima de 25 anos, preocupadas com o bem-estar e com a ma-nutenção da aparência jovem. As cidades de São Paulo e Rio de Janeiro concentram 33% do mercado, de acordo com especialistas.

“Com a melhora do poder aquisitivo das classes C e D, a perspec-tiva é de que a penetração do produto, muito em breve, também atinja altos índices entre mulheres dessas faixas de renda”, prevê a gerente da área de expertise Hays Life Sciences, Mariana Roriz.

Segundo ela, o setor apresenta uma grande concentração de indústrias de grande porte, com destaque para as multinacionais, que oferecem carreiras promissoras para os brasileiros. “Todas as empresas que atuam com dermocosméticos estão investindo na ampliação de seus portfólios de produtos, que oferecem muita rentabilidade. Com uma maior competitividade, a necessidade de expandir as áreas de vendas e marketing é iminente no setor. Profissionais com formação nas áreas de saúde ou com vivência no segmento tem sido muito procurados”, complementa.

A indústria de equipamentos médicos no Brasil vem passando por fortes transformações desde a última década. Com a crise mundial, agravada a partir de 2008, muitos investimentos estrangeiros vem sendo direcionados para os países em desenvolvimento. E o Brasil já está sentindo os impactos destes novos incentivos.

Até um passado recente, a maior parte dos equipamentos utiliza-dos por hospitais e redes de laboratórios chegava ao País por meio de distribuidores. Este cenário vem se modificando gradualmente. Muitas empresas, inclusive as multinacionais globais, estão in-vestindo na ampliação de suas divisões de healthcare e, sobretudo, em infraestrutura para produção local de seus produtos. Promover pesquisas em território nacional também é uma das prioridades do setor.

A expansão da indústria no Brasil reflete imediatamente nos custos de produção, além de criar oportunidades de trabalho e novas pos-sibilidades de negócios, com destaque para a exportação.

Com esse cenário promissor, o setor tende a absorver cada vez mais profissionais. Segundo Reynaldo Goto, gerente de marketing da Divisão de Healthcare da Siemens, unidade da empresa respon-sável pelo desenvolvimento de soluções em diagnósticos para o setor, a indústria de equipamentos médicos, hoje, é responsável por mais de 100 mil postos de trabalho e esse número tende a crescer.

As empresas oferecem oportunidades para profissionais de inúme-ras especialidades, como engenheiros, bioquímicos, especialistas em tecnologia e programação, vendas e outros. “Qualificação téc-nica é importante para o exercício da função, porém outras carac-terísticas são determinantes para um profissional do setor, como a ética, o bom relacionamento interpessoal e muita intimidade com inovações tecnológicas. Ele também deve conhecer profundamente as regras do negócio, que são muito rígidas, pois, afinal de contas, lidamos com vidas”, esclarece o executivo.

Goto também observa a falta de preparo de alguns profissionais para enfrentarem os desafios das divisões de healthcare, porém, para ele, vários esforços estão sendo realizados pelas empresas a fim de superar esse desafio. “Devido à necessidade de treinamento e atualização constante, o investimento em capacitação de pessoas já é muito elevado dentro das empresas, o que constitui um exce-lente diferencial para a carreira do colaborador”, destaca.

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GENÉRICOS MARCAM UM NOVO MOMENTO DA INDÚSTRIA BRASILEIRA

ÁREAS INSTITUCIONAIS E DE ACESSO: RELAÇÕES COM O GOVERNO EM DESTAQUEAs áreas de relações institucionais e de acesso estão ganhando cada vez mais destaque no segmento da saúde. As demandas que dependem de um diálogo mais próximo com o Governo são cada vez mais frequentes e complexas, o que gera a necessidade de intervenções eficientes da indústria junto a órgãos públicos e entidades regulatórias.

A atuação da área de relações institucionais é estratégica, des-tinada a análises de questões que envolvem o universo público e o privado. As áreas de acesso são mais encorpadas, pois realizam interface com toda organização. Impacto de políticas macroeconômicas nas vendas do setor, aspectos regulatórios e precificação são alguns dos temas do dia a dia dos profissionais.

Para Reynaldo Goto, gerente de marketing da divisão de Health-care da Siemens, ambas as áreas exigem profissionais com muito conhecimento técnico do negócio da empresa, visão co-mercial, poder de persuasão e habilidade política. De acordo com o executivo, administradores de empresa, advogados e médicos são os mais procurados para ocuparem as posições.

Ambiente desafiador e em constante evolução e boas oportu-nidades de crescimento são alguns dos principais atrativos das posições hoje oferecidas no mercado.

PESQUISA APONTA POPULARIDADE DOS GENÉRICOS

Foto: Divulgação

O mercado de medicamentos genéricos vem mostrando-se extre-mamente promissor no Brasil. Desde 1999, quando o programa foi lançado, a expansão das indústrias responsáveis pela reprodução de remédios cujas patentes já expiraram ou foram quebradas por força de lei é muito representativa no setor farmacêutico.

Embora alguns médicos ainda apresentem resistência na prescri-ção desses medicamentos aos pacientes, os consumidores vem demonstrando que aprovam a nova modalidade de tratamento, estimulados por sua eficácia e custos 35% mais baixos do que as versões patenteadas. Pesquisa divulgada em agosto deste ano pela Proteste - Associação Brasileira de Defesa do Consumidor, revela que 83% dos consumidores não possuem restrições aos produtos.

OPORTUNIDADES

A indústria de genéricos tem um potencial muito grande de cresci-mento e de absorção de novos talentos. De acordo com a líder da expertise Hays Life Sciences, Mariana Roriz, esse segmento apresenta grande demanda de recrutamento para as áreas de vendas e marketing.

“No Brasil, os fabricantes de genéricos tem uma atuação comer-cial bem mais agressiva do que no exterior, devido aos incentivos governamentais. Grandes investimentos em divulgação, além de ações nos estabelecimentos de varejo facilitam a popularização dos medicamentos a preços baixos, mesmo com a persistente desconfi-ança dos médicos na hora da prescrição”, afirma.

A IMS Health, instituto que avalia a performance do mercado farmacêutico no Brasil e no mundo, informa que a indústria de genéricos cresceu 33% em 2010.

Pesquisa realizada pelo instituto revela que foram comer-cializados no País 444,3 milhões de unidades de genéricos, aproximadamente 21% de todos os medicamentos vendidos no período. O faturamento corresponde a R$ 6,2 bilhões.

Segundo a organização, o ano de 2011 promete ser promissor. A entrada do medicamento anti-hipertensivo valsartana e de biogenéricos no mercado para o tratamento de doenças como a artrite, reumatóide, psoríase, hepatite e câncer (esses últimos ainda em fase de aprovação na ANVISA) devem alavancar ainda mais os resultados do setor.

Fonte: Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo.

Foto: Divulgação

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HOSPITAIS PROFISSIONALIZAM GESTÃO

NOVOS DESAFIOS PROFISSIONAIS

Foto: Divulgação

Foto: Divulgação

A estabilização da economia e a melhora do poder aquisitivo dos brasileiros, assim como as fusões e aquisições e a expansão das redes privadas de laboratórios e hospitais, fazem do mercado da saúde um dos mais promissores no momento.

Com a concorrência acirrada, há uma tendência forte de maior profissionalização da gestão nessa área. Embora a administração hospitalar, essencialmente, siga uma vertente mais humanista, para manter-se em um mercado competitivo, é necessário que o negó-cio seja rentável e sustentável. O maior desafio é, portanto, manter a ética e a qualidade em uma operação que gere receitas.

Embora o corpo clínico ainda seja considerado o “coração” da ope-ração, áreas de back office hoje atuam como diferencial estratégico nas redes particulares. O segmento, inclusive, oferece oportuni-dades para profissionais com formações acadêmicas diversas.

“A gestão da saúde está passando por um momento de oxigena-ção. Muitos dos novos líderes, em especial nas áreas administrativas e de suporte, são oriundos de segmentos como marketing, varejo e hotelaria”, afirma Claudio Tonello, diretor corporativo de marketing da Rede D’Or, maior operadora independente de hospitais do Brasil.

Segundo ele, para atuar na área é preciso ter disponibilidade para aprender e muito jogo de cintura. “A gestão de parceria é essen-cial para o sucesso do negócio. Empreendedorismo, flexibilidade e espírito executor são as nossas principais expectativas”, reforça Tonello.

A retenção de médicos e de outros profissionais da área também é um desafio, pois grande parte dos especialistas trabalha em sis-tema de “corpo clínico aberto”, ou seja, atua em diversos hospitais.

Para Gustavo Costa, diretor da HAYS em São Paulo, a utilização de talentos de outros mercados na gestão hospitalar é um diferencial, porém a atração desses profissionais é difícil em uma economia aquecida.

“Remuneração não é o principal atrativo para contratar ou reter os profissionais da saúde, independentemente da posição a ser ocupada. Perspectivas de realização de projetos inovadores, ética, idoneidade, transparência quanto aos valores e cultura da empresa, flexibilidade e bom clima organizacional são diferenciais a serem observados. Programas de treinamento e intercâmbio de novos conhecimentos também devem fazer parte dos pacotes de benefí-cios oferecidos”, recomenda Costa.

Mesmo com os ventos promissores que sopram para a indústria farmacêutica no Brasil e na América Latina, ainda existem muitos desafios a serem enfrentados pelos profissionais. Uma atuação mais eficiente junto ao setor público e a formação de equipes de alta performance são dois pontos cruciais para que o ritmo de cresci-mento continue satisfatório.

Gustavo Mizraje, gerente geral da Novo Nordisk no Brasil, empresa de origem dinamarquesa e líder mundial na fabricação de produtos que tratam do diabetes, acredita que o diálogo com o Governo é algo que precisa ser aperfeiçoado no País.

O executivo considera a ampliação do atendimento Sistema Único de Saúde, o SUS, e a expansão da rede de Farmácias Populares excelentes oportunidades para a indústria, porém a burocracia e a política pública de preços ainda impedem que produtos inovadores cheguem à população. “O fornecimento ao Governo ainda prevê a aquisição de medicamentos que circulam há mais tempo no mer-cado, consequentemente, mais simples e de baixo custo”, ressalta.

RETENÇÃO

Para Gustavo Costa, diretor da HAYS em São Paulo, o perfil de profissional solicitado pela indústria é muito específico e os candi-datos selecionados nos processos de recrutamento na maioria das vezes ainda não atendem as exigências de imediato. “A retenção também é uma missão que deve ser enfrentada pelas empresas de uma forma mais incisiva”, alerta.

Com a percepção de que a alta rotatividade não é benéfica para o negócio, a Novo Nordisk já vem investindo em um plano de car-reira mais robusto. De acordo com Mizraje, os colaboradores da empresa são engajados no tema life-changing careers (“carreiras

que mudam vidas”), programa que prevê o desenvolvimento e gerenciamento da carreira por meio de treinamentos, avaliações constantes de desempenho, ações que visam a qualidade de vida, entre outros benefícios. Transparência no plano de sucessão e pos-sibilidade de intercâmbio profissional entre os países da América Latina também são diferenciais para o executivo.