NT Outubro 2015

34
Federação Portuguesa de Ténis 1925-2015 FERNANDO CORREIA Em cheio Notícias do ténis EDIÇÃO ONLINE OUTUBRO 2015

description

 

Transcript of NT Outubro 2015

Page 1: NT Outubro 2015

Federação Portuguesa de Ténis 1925-2015

FE

RN

AN

DO

CO

RR

EIA

Em cheio

Notícias do ténis

EDIÇÃO ONLINE OUTUBRO 2015

Page 2: NT Outubro 2015

O ténis português tem magia

e um perfume especial

2 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Federação Portuguesa de Ténis

Rua Ator Chaby Pinheiro, 7A — 2795-060 Linda-a-Velha | Tel.: 214 151 356 | Fax: 214 141 520 | [email protected]

EDIÇÃO ONLINE Direção: Vasco Costa | Coordenação: José Santos Costa

A segunda metade de setembro completou-se com dois eventos impor-

tantes e com mais um feito de João Sousa no principal circuito ATP.

Primeiro evento: o regresso de Portugal ao Grupo I zonal da Taça Davis concretizou-se em Viana do Castelo, cidade que, uma vez mais, recebeu com o coração e ficará no coração. Numa demonstração de classe, a seleção nacional venceu a Bielorrússia, por 3-2. O encontro de pares, com João Sousa e Gastão Elias a superiorizarem-se aos especialistas na variante Max Mirnyi (atual 32.º mundial, número um do mundo em julho de 2003 e vencedor de cinco provas do «Grand Slam») e Ser-gey Betov (70.º) foi um dos momentos mais marcantes.

Segundo evento: a Semana do Ténis & Padel, no CIF, revelou a competitividade no ténis, no ténis em cadeira de rodas e no padel. A terceira edição da iniciativa única em Portugal foi novamente coroada de êxito e fica a vontade de fazer melhor, porque esta é a nossa atitude.

Por último, o feito de João Sou-sa. O número um português da atualidade e de sempre jogou a sexta final em singulares no ATP

Toda a magia

do ténis português Editorial

VASCO COSTA

Presidente da Federação Portuguesa de Ténis

World Tour e acabou por se sagrar vice-campeão em São Petersburgo, na Rússia.

Depois da Taça Davis, o vimara-nense prolongou o seu momento de forma, mostrou novamente que se adapta rapidamente a qualquer superfície (em Viana do castelo, o tenista português mais bem cota-do de sempre jogou em terra batida) e patenteou qualidade, fibra.

Todos estes acontecimentos demonstraram a magia do ténis português. Mostraram que o ténis português tem um perfume espe-cial.

FE

RN

AN

DO

CO

RR

EIA

Page 3: NT Outubro 2015

Em Viana do Castelo, Portugal concretizou o desejado regresso ao Grupo I da Zona Europa/África da Taça Davis, em 2016. O Clube de Ténis de Viana voltou a viver emoções fortes

e a explodir de alegria incontida. Nos dias seguintes, o CIF encheu-se de cor, para a terceira edição

da Semana do Ténis & Padel. Uma iniciativa que congregou os cam-

peonatos nacionais de ténis, ténis em cadeira de rodas e padel. Nas páginas seguintes, as retrospetivas fotográficas

dos dois acontecimentos.

Em cheio

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE

FE

RN

AN

DO

CO

RR

EIA

MA

TIA

S N

OV

O

Page 4: NT Outubro 2015

4 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

FO

TO

S:

FE

RN

AN

DO

CO

RR

EIA

Page 5: NT Outubro 2015

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE

A Semana do Ténis & Padel reuniu no CIF o Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto, o Campeo-nato Nacional de Ténis em Cadeira de Rodas/Taça Angelini e o Cam-peonato Nacional de Padel/Taça Banco BIC. Na quarta edição, em 2016, que se prepara já, está mais próximo a con-cretização do desejo de juntar o Campeonato Nacional de Ténis de

Praia. «Estamos com uma for-te convicção e uma von-tade grande de termos o ténis de praia inseridos na Semana do Ténis & Padel, no próximo ano», disse o presidente da Federação Portuguesa de

Ténis, Vasco Costa. O dirigente da estrutu-ra federativa revelou que está a ser estudada a possibilidade de instala-ção de um campo de areia, para possibilitar a prática do ténis de praia e a realização do Cam-peonato Nacional na quarta edição da Semana

do Ténis & Padel. Para Vasco Costa, a terceira edição da Sema-na do Ténis & Padel foi novamente coroada «de

êxito». «Desde a primeira edi-ção que retomámos o ‘prize-money’ no Cam-peonato Absoluto — 20 mil euros — e, no padel, é o torneio com maior ‘prize-money’ em Portu-

O desejo da areia

gal, com seis mil euros. Também distribuímos mil euros no Campeonato Nacional de Ténis em Cadeira de Rodas, a pro-va mais conceituada no

país», disse. O presidente da Fede-ração Portuguesa de Ténis regozijou-se com o «nível competitivo» dos três campeonatos nacio-nais, ressalvando que, no Absoluto em masculinos, «o torneio é muito impor-tante, porque tem a ver com a transição do esca-

lão júnior para o sénior». «Tivemos os melhores tenistas juniores no Cam-peonato Nacional Abso-luto/Taça Guilherme Pin-to Basto», salientou Vas-co Costa, acrescentando que a Federação Portu-guesa de Ténis vai conti-nuar «a melhorar a Sema-

na do Ténis & Padel».

Page 6: NT Outubro 2015

PUBLICIDADE ………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………

6 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

FO

TO

S:

FE

RN

AN

DO

CO

RR

EIA

Page 7: NT Outubro 2015

PUBLICIDADE ………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE

O encontro que opôs Miguel Deus (na foto) a Diogo Lourenço, na segunda ronda do qua-dro principal em singula-res do Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto, foi o mais longo desta edição da prova rainha da Semana do Ténis &

Padel. Miguel Deus e Diogo Lourenço competiram durante três horas e 50 minutos. O embate foi dado como concluído apenas porque Lourenço desistiu, com Deus a ser declarado vencedor, com os parciais de 7-5, 6-7 (2)

e 4-1. Na primeira eliminató-ria, outros dois encon-tros tiveram duração de aproximadamante três horas: João Barra ven-ceu Luís Faria, por 6-4, 1-6 e 7-5, em duas horas e 53 minutos, e Gonçalo Andrade superiorizou-se a Miguel Semedo, pelos parciais de 6-4, 3-6 e 6-1,

Quase quatro horas

em duas horas e 46

minutos. À semelhança do ano passado, a final feminina, novamente entre Bárbara Luz Medeiros e Inês Mur-ta, foi igualmente longa. Bárbara Luz Medeiros revalidou o título nacio-nal, após 5-7, 6-2 e 6-2, em contenda de duas

horas e meia.

Page 8: NT Outubro 2015

8 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

PUBLICIDADE ………….…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………...………………………

FO

TO

S:

FE

RN

AN

DO

CO

RR

EIA

Page 9: NT Outubro 2015

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

PUBLICIDADE ………….…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………...………………………

Desde 2009 que Gonçalo Pereira regressa a casa com um troféu de cam-peão nacional absoluto

ou de vice-campeão. Nesse ano, no Carcave-los Ténis, Gonçalo Perei-ra, que retirou-se do cir-cuito profissional há meses, conquistou o pri-meiro e único título nacional absoluto em sin-

gulares. Dois anos depois, no Open Village Sports, em Guimarães, Gonçalo Pereira foi vice-campeão em singulares, cedendo o título a Vasco Mensura-

do. Em 2013, no Clube de Ténis do Estoril, e em 2014, no CIF, Gonçalo Pereira e João Domin-gues arrecadaram o título

em pares. O primeiro título nacio-nal absoluto em pares masculinos de Gonçalo Pereira foi obtido em 2011, ao lado de Diogo Cabral. No ano seguinte, outro título, desta vez

Com troféu desde 2009

com Gonçalo Falcão

como parceiro. Em pares mistos, Gon-çalo Pereira e Rita Vilaça somam dois títulos no Campeonato Nacional Absoluto/Taça Guilherme Pinto Basto, este ano, na terceira edição da Sema-na do Ténis & Padel, e no ano passado, na segun-da, que também decorreu

no CIF. O clube de Monsanto será igualmente lembra-do por Cláudia Gaspar, campeã de pares ao lado de Bárbara Luz Medeiros. É o primeiro título nacio-

nal de Cláudia Gaspar. Felipe Cunha e Silva tem também boas recor-dações do CIF, onde con-quistou o primeiro título nacional em seniores, ao lado de alguém que mui-to admira e com quem priva há muitos anos: Frederico Gil (um regres-so aos títulos nacionais, depois da última con-quista, em 2007, em sin-

gulares).

Page 10: NT Outubro 2015

PUBLICIDADE ………….…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………...………………………

10 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

FOTOS: FERNANDO CORREIA

Page 11: NT Outubro 2015

PUBLICIDADE ………….…………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………...………………………

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Prémios de Mérito/Vista Alegre

A Federação Portuguesa de Ténis voltou a distinguir individualidades com os Prémios de Mérito/Vista Alegre, entregues no jantar oficial da Semana do Ténis & Padel, realiza-do novamente na Sala do Arquivo dos Paços

do Concelho de Lisboa. No âmbito da terceira edição da Semana do Ténis & Padel, a Federação Portuguesa de Ténis atribuíu a Pedro Costa Macedo, antigo vice-presidente da estrutura federativa, o galardão a premiar a dedicação ao ténis

social (foto em cima, à esquerda). Joaquim Nunes, coordenador do ténis em cadeira de rodas na Federação Portuguesa de Ténis e «capitão» de Portugal na qualifi-cação europeia para o Campeonato do Mun-do da seleção nacional da modalidade , foi distinguido com o galardão destinado a pre-miar o trabalho desenvolvido na área do ténis adaptado (foto em cima, do lado direi-

to).

O terceiro Prémio de Mérito/Vista Alegre foi atribuído a Célia Lourenço, jornalista da sec-ção Modalidades (ténis) do diário desportivo

A Bola.

Page 12: NT Outubro 2015

Galeria de campeões CAMPEONATO NACIONAL TÉNIS CADEIRA RODAS/TAÇA ANGELINI

12 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

CAMPEONATO NACIONAL DE PADEL/TAÇA BANCO BIC

CAMPEONATO NACIONAL ABSOLUTO/TAÇA GUILHERME PINTO BASTO

FO

TO

S:

FE

RN

AN

DO

CO

RR

EIA

João Domingues (campeão) e Francisco Cabral (vice-campeão)

Carlos Leitão (vice-campeão)

Jean Paul Melo (campeão)

Gonçalo Pereira e Rita Vilaça (campeões) e Raquel Mateus e José Ricardo Nunes (vice-campeões)

João Roque e Gonçalo Nicau (campeões) e Pedro Franchi e Rodolfo Mendes (vice-campeões)

Filipa Mendonça e Helena Medeiros (campeãs) e Joana Brites e Filipa Caldeira (vice-campeãs)

Page 13: NT Outubro 2015

João Domingues e Francisco Cabral

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

CAMPEONATO NACIONAL DE PADEL/TAÇA BANCO BIC

CAMPEONATO NACIONAL ABSOLUTO/TAÇA GUILHERME PINTO BASTO

Bárbara Luz Medeiros (campeã) e Inês Murta (vice-campeã) João Domingues (campeão) e Francisco Cabral (vice-campeão)

Frederico Gil e Felipe Cunha e Silva (campeões) e Rodrigo Magalhães e António Sabugueiro (vice-campeões)

Kátia Rodrigues e Eduardo Carona (campeões) e Sofia Araújo e Gonçalo Serra (vice-campeões)

Gonçalo Pereira e Rita Vilaça (campeões) e Raquel Mateus e José Ricardo Nunes (vice-campeões)

Filipa Mendonça e Helena Medeiros (campeãs) e Joana Brites e Filipa Caldeira (vice-campeãs)

Cláudia Gaspar e Barbara Luz

Medeiros (campeãs)

Sofia Sualehe e Inês Murta

(vice-campeãs)

Page 14: NT Outubro 2015

14 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

PUBLICIDADE…………………………………………………………...……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………...…………………….……………

Depois da Finlândia, a Bielorrússia. Viana do Castelo é a cidade talismã de Portugal na Taça Davis, a maior

competição de ténis entre nações. Na terceira e última etapa

do regresso da seleção nacional ao Grupo I da Zona Europa/África Da Taça Davis, Portugal venceu

a Bielorrússia, por 3-2. À semelhança do que aconteceu na

receção à Finlândia — que a Federação Portuguesa de Ténis,

em parceria com a Câmara Municipal de Viana do Castelo,

recordou numa exposição de fotos a preto e branco captadas pelas

objetivas de Miro Cerqueira e Matias Novo, patente no Museu

do Traje —, a decisiva ronda com os bielorrussos, nos quais pontifica o «gigante» Max Mirnyi, terminou com a festa no Clube de

Ténis de Viana, com enchentes nos

três dias da eliminatória, na qual a qualidade do ténis

português ficou uma vez mais vincada. E a magia

dos intérpretes portugueses.

Viana talismã

Page 15: NT Outubro 2015

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE

PUBLICIDADE…………………………………………………………...……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………...…………………….……………

ASH, PHOTOGRAPHY

MIR

O C

ER

QU

EIR

A

Page 16: NT Outubro 2015

16 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

PUBLICIDADE ………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………

FO

TO

S:

MIR

O C

ER

QU

EIR

A

Page 17: NT Outubro 2015

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

PUBLICIDADE ………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………

Page 18: NT Outubro 2015

18 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

AS

H, P

HO

TO

GR

AP

HY

MIR

O C

ER

QU

EIR

A

MIR

O C

ER

QU

EIR

A

Page 19: NT Outubro 2015

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

AS

H, P

HO

TO

GR

AP

HY

MA

TIA

S N

OV

O

Page 20: NT Outubro 2015

J osé Corrêa de Sampaio como Manuel Cordeiro dos Santos. Ambos figurarão nos anais do

ténis português como os únicos presidentes da Federação Portu-guesa de Ténis que cumpriram dois mandatos. Em julho de 2005, Corrêa de Sampaio foi eleito presidente pela primeira vez, para um mandato de quatro anos. Em dezembro de 2010, foi eleito para o segundo mandato, de apenas dois anos de duração.

— No início do século, foi administrador da Sociedade Anónima Desportiva Futebol Sporting. O que o fez candidatar-se à presidência da Federação

Portuguesa de Ténis? — Um grupo de amigos muito ligados ao ténis contactou-me no sentido de integrar uma candidatu-ra à Federação Portuguesa de Ténis. Aceitei o repto e integrei essa lista, embora, no início, a ideia era ter outra pessoa na pre-sidência. — Tinha alguma ideia do que ia fazer na Federação Portugue-

sa de Ténis? — A ideia era fazer uma aborda-gem diferente aos problemas do ténis, criando uma dinâmica que, aproveitando o contributo de todos — dirigentes, treinadores, árbitros e jogadores — conseguisse pro-porcionar mais e melhor ténis ao país, dando à modalidade o relevo e a importância que o número e qualidade dos seus praticantes já justificava. — Conhecia a realidade da Federação Portuguesa de

José Corrêa de Sampaio presidiu à Federação Portuguesa de Ténis por duas vezes. Na primeira, sucedeu no

cargo a Manuel Valle Domingues. Após quatro anos de mandato, no

qual pretendeu «uma abordagem dife-rente aos problemas do ténis», Cor-rêa de Sampaio cedeu o lugar a um

seu vice-presidente, José Maria Calheiros, que cumpriu dois anos

como presidente da estrutura federa-tiva. José Maria Calheiros manifestou

indisponibilidade para continuar à frente dos destinos da Federação

Portuguesa de Ténis e o presidente seguinte teria de cumprir dois anos,

para acertar com calendário olímpico. «Decidi avançar», revela Corrêa de Sampaio, recordando que «foram

dois anos complicados, sem dinheiro e com pouco tempo para adaptar a

Federação Portuguesa de Ténis aos novos tempos». Ainda assim, enalte-ce a dedicação dos vice-presidentes, que, frisa, «permitiram que não tives-

se sido um mandato perdido». José Corrêa de Sampaio — com expe-

riência no dirigismo desportivo, no Sporting — sempre teve a convicção de a Federação Portuguesa de Ténis «não devia depender tanto de dinhei-

ros públicos», devendo procurar «fontes de financiamento que justifi-

cassem a sua existência». Uma das medidas marcantes foi a

criação do Praticante de Ténis, que

fez triplicar o número de federados.

Testemunhos de presidentes

20 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

«A ideia era uma abordagem diferente a problemas do ténis»

Page 21: NT Outubro 2015

Ténis? Foi inteirado da situa-

ção? — A direção da altura, presidida pelo engenheiro Valle Domingues, disponibilizou toda a informação requerida, pondo-nos ao corrente dos problemas mais cadentes. O engenheiro Valle Domingues é uma pessoa que muito prezo e um grande e distinto «carola» do ténis, que tem servido com múlti-plas capacidades. O mesmo pos-so dizer do doutor José Maria Calheiros e do doutor Vasco Cos-ta. Somos apenas uma cadeia de presidentes que, por norma, fize-ram, a seu tempo, o melhor que lhes foi possível pela modalidade.

— Nesse primeiro mandato, em que incidiam as vossas preocu-

pações? — Demos particular atenção ao fomento e à formação, tendo em atenção os principais objetivos que norteavam o nosso trabalho, não descurando a captação de patrocinadores, preocupação sempre presente durante o man-dato. Os primeiros anos ainda foram de «vacas gordas», com os patro-cínios a atingirem valores conside-ráveis, que permitiram pôr em marcha vários projetos que consi-derávamos muito importantes para as metas que pretendíamos atin-gir. Refiro, entre outros, o Circuito

anos

90

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE

«Demos particular

atenção ao

fomento e à formação,

tendo em atenção os principais

objetivos que

norteavam o nosso

trabalho»

«A ideia era uma abordagem diferente a problemas do ténis»

D.R

.

Page 22: NT Outubro 2015

CIMA, o PNDT (Programa Nacio-nal de Deteção de Talentos) e o Play and Stay. Mais tarde, com os primeiros vapores da crise, a situação deu uma volta de 180 graus e tivemos de fazer nos dois últimos anos uma adaptação penosa à realida-de, quase sem patrocinadores e com cortes significativos nos «dinheiros» do IDP (Instituto do Desporto de Portugal). Sempre foi nossa convicção que o ténis não devia depender tanto de dinheiros públicos para (sobre)viver, antes devia encon-trar, em si próprio, as fontes de rendimento que justificassem a sua existência, sendo a sua pujan-ça ou debilidade resultado do grau de adesão de todos tenistas à sua modalidade. — Mais federados, mais ver-

bas... — Se todos os praticantes se federassem, como seria expectá-vel (estamos a falar de cerca de 150 mil almas), a modalidade podia prescindir até dos dinheiros públicos, se fosse o caso, e ainda assim gerir proveitos suficientes para dar ao ténis uma nova vida, liberto dos sustos permanentes da falta de dinheiro, com capacidade para apoiar, de forma eficaz, atle-tas, clubes e associações. — Apesar de vicissitudes várias, grande parte comuns a

«Sempre foi nossa

convicção que o ténis não devia

depender tantos de dinheiros

públicos para (sobre)viver, antes devia

encontrar, em

si próprio, as fontes de rendimento

que justificas-sem a sua

existência»

22 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

PUBLICIDADE ………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………

direções anteriores, como clas-

sifica o seu primeiro mandato? — Com sucesso na componente competição — equipas da Taça Davis e Fed Cup na 1.ª Divisão da Zona Europa/África, Frederico Gil, Rui Machado e Michelle Larcher de Brito simultaneamente no «top» 100 — e na formação, com aumento significativo do número de cursos ministrados. Foi na captação de federados que os esforços feitos não tiveram o retorno desejado. — Ainda assim, considera que foi gratificante ter presidido à Federação Portuguesa de

Ténis? — Encontrei na equipa da Fede-ração Portuguesa de Ténis e nos meus colegas da direção gente de grande qualidade e sempre muito empenhada, absolutamente essencial para o trabalho desen-volvido durante o mandato e que muito facilitou a minha gestão. Refiro, como reconhecimento da excelente colaboração prestada, os nomes dos vice-presidentes que me acompanharam nesse mandato: doutor Pedro Salinas, engenheiro Miguel Martins, doutor José Maria Calheiros, doutora Patrícia Silva Lopes, doutora Maria João Durão e engenheiro José Vaz Pinto. — José Maria Calheiros veio a suceder-lhe no cargo de presi-

Page 23: NT Outubro 2015

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE

«Se todos os praticantes se federassem, a modalidade

podia até prescindir dos

dinheiros

públicos»

anos

90

PUBLICIDADE ………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………

dente e, simultaneamente, a ser

o seu antecessor… — Quando me foi transmitido pelo doutor José Maria Calheiros, que me tinha sucedido como pre-sidente da Federação Portuguesa de Ténis, a sua indisponibilidade para se manter no cargo por mais dois anos, eu, enquanto presiden-te da mesa da assembleia geral, procurei arranjar candidatos ao

cargo de presidente, no que não fui bem-sucedido. Assim, em desespero de causa, e por empenho de parte da dire-ção cessante, que se mostrou dis-ponível para me acompanhar num segundo mandato, mais curto para passar a coincidir com o calendá-rio olímpico, decidi avançar. — Como foi esse segundo

mandato?

D.R

.

Pedro Pinto, José Corrêa de Sampaio e Alfredo Vaz Pinto

D.R

.

Page 24: NT Outubro 2015

PUBLICIDADE ………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………

«Criou-se a figura do

Praticante de Ténis, que permitiu tripli-car o número de federados. Chegou-se a

ultrapassar os 30 mil

federados»

24 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

— Foram dois anos complica-dos, sem dinheiro e com pouco tempo para adaptar a Federação Portuguesa de Ténis aos novos tempos. Só a carolice, a criatividade e o atrevimento dos vice-presidentes que estiveram comigo na altura —doutor Pedro Salinas, doutora Isa-bel Cunha d’Eça, professor Eduar-do Carona, professor Pedro Costa Macedo, doutora Sofia Belart, doutor Rodrigo Mensurado e dou-tor João Carlos Oliveira (assessor) permitiram que não tivesse sido um mandato perdido, bem pelo contrário. — O que destaca de positivo

desses dois anos? — Na competição, as seleções da Fed Cup e da Taça Davis, excelentemente comandadas por Pedro Cordeiro. Na Fed Cup, a seleção alcan-çou um magnífico quinto lugar, nunca antes conseguido [em 2012, em Eilat, Israel]. Na Taça Davis, Portugal não conseguiu o acesso ao «play-off» para o Grupo Mundial frente à Suí-ça de Federer e Wawrinka [201]. — O que foi feito para ultra-passar as dificuldades económi-

co-financeiras? —. Retomando convicções anti-gas, e para ultrapassar constrangi-mentos na adesão de tenistas à Federação Portuguesa de Ténis,

criou-se a figura de Praticante de Ténis, que permitiu triplicar o número de federados. Chegou-se a ultrapassar os 30 mil federados.

— E noutros domínios? — Lançou-se o portal do ténis e criou-se uma nova imagem, mais moderna e apelativa para a Fede-ração Portuguesa de Ténis. Por iniciativa do Departamento de Formação e Fomento, foi cria-do um circuito para os mais novos — o Smashtour —, que chamou ao ténis de competição/iniciação vários milhares de miúdos por ano. Finalmente, foi possível garantir para a Federação Portuguesa de Ténis a tutela do padel, que, então, dava os primeiros passos em Portugal, tendo o primeiro Campeonato Nacional sido dispu-tado em Cascais, tal como tinha acontecido com o ténis um século antes! — Com percurso no dirigismo no futebol, como considera a sua passagem pelo ténis, com a responsabilidade de gestão da Federação Portuguesa de Ténis

em dois períodos? — O futebol e o ténis são reali-dades diferentes que pouco têm em comum além da pressão da competição, maior no ténis por ser um desporto individual, menor por ter menos visibilidade. Foi, no entanto, uma experiência interes-

Page 25: NT Outubro 2015

PUBLICIDADE ………….………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………….…………………

sante, mais a mais que, não por mérito próprio, claro, nos cinco anos em que fui administrador da SAD, o Sporting ganhou dois cam-peonatos nacionais, duas Superta-ças e uma Taça de Portugal. — No seu quotidiano, o ténis português continua a despertar-

lhe a atenção? — Continuo a seguir o ténis nacional com o maior interesse. E faço uma avaliação positiva do trabalho que a Federação Portu-guesa de Ténis, as associações e os clubes têm vindo a realizar. — Decerto que é motivo de regozijo o facto de João Sousa

estar no «top» 50 mundial… — Ter um jogador, João Sousa,

no «top» 50 é a cereja no topo do bolo e os seus sucessos aju-dam a modalidade a ganhar a notoriedade de que tanto carece, acrescentando ao interesse dos patrocinadores e à adesão dos mais novos. — O que preconiza para o

ténis português no futuro? — O ténis, que, no passado recente, resistiu ao charme do gol-fe, à excitação do râguebi e ao encanto do surf, perdendo e vol-tando a recuperar muitos pratican-tes, vai ter agora que saber aco-modar o padel, mantendo na sua órbita e tirando partido da sua dinâmica e força social, para conti-nuar a crescer conjuntamente.

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE

«Faço uma avalia-ção positiva do trabalho

que a Federação

Portuguesa de Ténis,

as associa-

ções e os clubes têm

vindo a realizar»

D.R

.

anos

90

D.R

.

Page 26: NT Outubro 2015

26 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

da associação vitoriosa de Filipe Rebelo e Pedro Correia, com o primeiro de seis títulos nacionais que a dupla conquistou. Depois de terem sido vice-campeões em 2009 (venceu o par Miguel Lopes/Tiago Figueiredo), Filipe Rebelo e Pedro Correia foram campeões nos cinco anos seguintes, de 2010 a 2014. Um percurso que apenas foi interrompido este ano, por Hen-rique Freitas e Pedro Maio, que impediram Rebelo e Correia de somarem o sexto título nacional consecutivo e o sétimo do par. «A conquista destes títulos deve-se ao trabalho e à dedicação que tenho tido, o esforço que tenho tido para competir o mais possível, para treinar o mais pos-sível, algo que, no ténis de praia, não é assim tão fácil, uma vez que

F ilipe Rebelo é o campeão dos campeões. Ao todo, soma 14 títulos de campeão

nacional, oito em pares masculi-nos e seis em mistos. Os primeiros dois títulos de cam-peão nacional em ténis de praia foram obtidos logo no ano em que se estreou na modalidade, no verão de 2006. «Na altura, estava a passar férias no Algarve e tive conhecimento que havia um tor-neio de ténis de praia no fim de semana. Nem conhecia a modali-dade, mas fui experimentar e fiquei fã. Diverti-me muito, gostei do ambiente e da envolvência do ténis de praia», recorda Filipe Rebelo. No Campeonato Nacional de Ténis de Praia desse ano, Filipe Rebelo juntou-se a Pedro Leão para arrecadar o título em pares masculinos e a Kátia Rodrigues para se sagrar campeã na verten-te mista. «Na verdade, quando comecei a jogar nunca imaginei que viria a ganhar o Campeonato Nacional por 14 vezes. É um número do qual me orgulho e que foi fruto de muito trabalho e algu-ma dedicação à modalidade», refere. Ter sido campeão nacional em ténis de praia motivou Filipe Rebe-lo. «Desde então, comecei a jogar os torneios, tanto a nível nacional como internacional», lembra o jogador português com mais títu-los nacionais no ténis de praia, que, em 2007, voltou a conquistar o título, ao lado de Hugo Anão e a sagrar-se vice-campeão em pares mistos, conjuntamente com Joana Roda. Os dois voltaram a ser vice-campeões em 2008 e campeões em 2009, 2010, 2012, 2013 e 2014. O ano de 2008 marca o início

O campeão dos campeões Kátia Rodrigues e Filipe Rebelo, em 2006

Page 27: NT Outubro 2015

D.R

.

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE

quase não existem infraestruturas fixas», afirma Filipe Rebelo, acres-centando que «não menos impor-tante para estas conquistas» foram os parceiros. «Eles ajudaram-me a conseguir tudo isto. Nos pares masculinos, inicialmente com Hugo Anão e, agora, com Pedro Correia. Nos pares mistos, com Kátia Rodri-gues e, no presente, com Joana Roda. Foram fundamentais na

obtenção destes resultados, uma vez que, além de excelentes atle-tas, são também amigos», subli-nha Filipe Rebelo, que classifica de «especial» o primeiro título, por ser o que «traz mais sensa-ções». «A verdade é que todos os outros títulos foram muito impor-tantes, foram conquistados sem-pre em praias diferentes, cada um com a sua história, com os seus momentos e as diferentes dificul-dades. Portanto, diria que cada um foi também especial», declara, lamentando que, este ano, não tenha sido possível somar mais um título nacional, ao lado de Pedro Correia: «Perdemos na final por 14-12, no ‘match tie-break’ [com Henri-que Freitas e Pedro Maio]. Este ano tem sido o mais difícil desde 2006, não temos tido oportunida-de de treinar nem tão-pouco de jogar, por questões profissionais. Demos o nosso melhor este ano, mas sabíamos que seria muito difícil, até porque os adversários vão sendo cada vez mais mais fortes. Estivemos muito perto de conseguir [mais um título nacio-nal]. Esperamos que, em 2016, consigamos estar melhor prepara-dos para regressar aos títulos. Tenho como objetivo conseguir chegar ao 15.º título nacional!», frisa Filipe Rebelo, que represen-tou Portugal por várias vezes.

Filipe Rebelo tem um total de 14 títulos

nacionais, oito

em pares masculinos

e outros seis em pares mistos.

No ano em que se estreou na modalida-

de, Filipe Rebelo foi

campeão por duas

vezes

O campeão dos campeões

PUBLICIDADE ……………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………………..

Page 28: NT Outubro 2015

peonato Nacional de Padel/Taça Banco BIC, realizado no CIF, em finais de setembro, integrado na terceira edição da Semana do Ténis & Padel, uma iniciativa iné-dita em Portugal, da responsabili-dade da Federação Portuguesa de Ténis. Kátia Rodrigues e Eduardo Carona foram campeões em pares mistos no Campeonato Nacional de Padel/Taça Banco BIC,

D epois do Campeonato Nacional de Veteranos, a Associação de Ténis da

Madeira, conjuntamente com a Federação Portuguesa de Ténis, volta a levar a modalidade à «Pérola do Atlântico», com a organização do Open da Madei-ra de Padel, de 27 a 29 de novembro. A prova nos campos de relva sintética cobertos do Top Cen-ter, no Funchal, inserida no Cir-cuito Padel Portugal, vai distri-buir um total de dois mil euros pelos pares masculinos, femini-nos e mistos. As inscrições para o Open da Madeira de Padel, torneio que tem Fernando Rodrigues como diretor e António Flores Marques como juiz árbitro, estão abertas até 24 de novembro, na Asso-ciação de Ténis da Madeira, através do endereço eletrónico: [email protected]. O sorteio do Open da Madeira de Padel está programado para as 17 horas do dia seguinte ao encerramento das inscrições, na sede da Associação de Ténis da Madeira. O par vencedor em masculi-nos arrecadará a importância de mil euros, enquanto à dupla ven-cedora em femininos será atri-buído o montante de 600 euros. O par misto que se sagrar cam-peão arrecadará um total de 400 euros. Esta prova sucede ao Cam-

Mais emoções na Madeira

28 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Page 29: NT Outubro 2015

pares mistos e José Ricardo Nunes e Pedro Alves triunfaram em masculinos, depois de terem terminado o «round robin» em pri-meiro lugar, em igualdade pontual com Eduardo Carona e Jesus Lizarbe, mas com vantagem no confronto direto. Na competição de pares femini-nos, o título de campeão foi atri-buído à dupla constituída por Fili-pa Mendonça e Helena Medeiros.

O padel

regressa ao Funchal,

no último fim

de semana de novembro, com o Open

da Madeira de Padel

enquanto Helena Medeiros e Fili-pa Mendonça, vice-campeãs no ano passado, conquistaram o títu-lo em duplas femininas. Nos pares masculinos, João Roque e Gonçalo Nicau revalida-ram o título de campeões nacio-nais. Na última prova do Circuito Padel Portugal, realizada no Padel Campo Grande, Kátia Rodrigues e Eduardo Carona venceram em

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE

Filipa Mendonça (natural da Madeira) e Helena Medeiros são as cam-peãs nacionais em título, enquanto Gonçalo Nicau e João Roque detêm os ceptros de campeões

FO

TO

S: F

ER

NA

ND

O C

OR

RE

IA

Page 30: NT Outubro 2015

J ean Paul Melo é o novo campeão nacional de ténis em cadeira de rodas. O luso

-canadiano quebrou a hegemo-nia de Carlos Leitão, que con-quistou o título nos sete últimos anos. No Campeonato Nacional de Ténis em Cadeira de Rodas/Taça Angelini, com um «prize-money» de mil euros, inserido na Semana do Ténis & Padel, no CIF, Jean Paul Melo contou por triunfos os quatro encontros dis-putados, logrando vencer Carlos Leitão, na terceira jornada do «round-robin», por 6-1 e 6-2. Radicado no Canadá, na região francófona, Jean Paul Melo começou a praticar ténis em cadeira de rodas em 2007, três anos depois de um acidente de trabalho, que lhe roubou a vida nas pernas. «Tentei vários desportos, mas escolhi o ténis. Comecei a jogar com um amigo», refere Jean Paul Melo, que, este ano, inte-grou a seleção nacional de ténis em cadeira de rodas, em Antal-ya, na Turquia, na qualificação para o Campeonato do Mundo de Ténis em Cadeira de Rodas. Jean Paul recorda-se das difi-culdades que sentiu nas primei-ras abordagens ao ténis em cadeira de rodas. «Foi difícil no início», sublinha, acrescentando: «Continuei e, agora, divirto-me quando jogo. Posso dizer que,

agora, tenho muito amor pelo ténis em cadeira de rodas». A prática de ténis em cadeira de rodas dá a Jean Paul Melo uma grande vontade de continuar a praticar a modalidade, com um objetivo delineado: «Ser sempre melhor». Com 41 anos de idade, Jean Paul, que compete no Canadá e nos Estados Unidos, apresenta como melhor registo no «ranking» ITF a 142.ª posição, a 12 de agosto de 2013. Porém, a vonta-de de superar barreiras leva-o a fixar uma meta. «Gostaria de estar entre os 100 primeiros. Esse é o meu objetivo», frisa o atual 333.º mundial. Outro dos objetivos definidos por Jean Paul Melo é a participa-ção nos Jogos Paralímpicos do Rio de Janeiro, em 2016. «É um sonho para mim representar Por-tugal», refere o novo campeão nacional de ténis em cadeira de rodas, que sucede a Carlos Lei-tão (campeão de 2008 a 2014) e a Paulo Espírito Santo (de 2004 a 2007). Apesar de viver a milhares de quilómetros, Jean Paul Melo tem conhecimento da realidade do ténis em cadeira de rodas em Portugal. Na opinião do luso-canadiano, a modalidade carece de praticantes. «Temos de falar mais de ténis em cadeira de rodas em Portu-gal», considera Jean Paul Melo. Se «se anunciar mais a modalida-

30 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

O novo campeão

Page 31: NT Outubro 2015

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE

de, o ténis em cadeira de rodas em Portugal cresce» e pode-se «obter mais jogadores a pratica-lo». «O ténis em cadeira de rodas é um desporto muito bom e dá uma qualidade de vida para todos os que têm uma deficiência física e o praticam», refere Jean Paul Melo. Jean Paul Melo regressa a Portugal sempre que lhe é possí-vel, para colaborar na divulgação do ténis em cadeira de rodas. Recentemente, participou no «Bonito serviço! Vem aprender e praticar ténis no Allegro [de Setú-bal] e torna-te uma estrela do ‘court’», uma iniciativa que reuniu dezenas de crianças e jovens.

FE

RN

AN

DO

CO

RR

EIA

Jean Paul Melo é o novo campeão

nacional de ténis em cadeira de rodas.

O luso-canadiano interrompeu a série

de sete títulos conse-cutivos de Carlos

Leitão

Francisco Aguiar, um dos participantes no Cam-peonato Nacional de Ténis em Cadeira de Rodas/Taça Angelini, tem o sonho de participar no

Campeonato do Mundo. Para concretizar esse sonho, e «ser mais ati-vo, integrado e feliz», Francisco Aguiar, de 51 anos e três filhos, necessitava de uma cadeira de

rodas para a prática do ténis. Através da Associação Salvador, a campanha de angariação de fundos para a obtenção da cadeira de rodas para Francisco Aguiar permitiu granjear a verba necessária para a aquisição da

cadeira de rodas.

O sonho de Francisco Aguiar

Page 32: NT Outubro 2015

Neste ano, Matilde Jorge

sagrou-se

campeã nacional

em singulares e nos pares no escalão de sub

-12. Em Vilamoura,

a irmã de Francisca

Jorge foi também

vice-campeã

em pares mistos,

formando dupla com

José Luís Kendall

32 FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

«Ténis foi amor à primeira vista»

Até ao momento, a minha maior alegria no ténis foi… ser campeã nacional de sub-12 e ter jogado no campeonato europeu de equipas.

E a maior tristeza no ténis

foi… de momento não tenho. Se eu mandasse no ténis… arranjava mais apoios para os pra-ticantes, pois tornava o ténis mais acessível a todos.

I rmã de Francisca Jorge, Matilde Jorge tem tido pre-sença assídua na seleção

nacional de sub-12, ao serviço da qual atuou no derradeiro Campeo-nato da Europa Equipas do esca-lão. Treinada por Joaquim Ferreira da Costa, Matilde Jorge é a deten-tora dos cetros de campeã nacio-nal de singulares e pares femini-nos em sub-12. No mesmo esca-lão, reparte com José Luís Kendall o título de vice-campeões em pares mistos. Matilde Jorge é atleta do Clube de Ténis de Guimarães. O ténis é... o meu desporto pre-ferido, pois adoro praticá-lo.

Jogo ténis porque… é a minha vida. Comecei a ver a minha irmã a jogar e foi como se fosse amor à primeira vista.

O que mais gosto no ténis é… estar dentro do campo, a compe-tir.

O que mais detesto no ténis é… sentir que, por vezes, posso fazer mais e não o consigo fazer.

Treinar é… evoluir para ser melhor. O sucesso significa… uma satisfação pessoa e uma recom-pensa pelo trabalho desenvolvido.

No ténis, quero atingir… o «top» 10 do «ranking» internacio-nal.

Depois de vencer um encon-tro… sinto-me realizada, faço as minhas rotinas e falo com o meu treinador.

PR

EM

IER

SP

OR

TS

Page 33: NT Outubro 2015

ténis é… Rafael Nadal… e o João Sousa. O meu torneio preferido é… Roland Garros.

A minha superfície preferida

é… terra batida.

No meu saco, não dispenso… as raquetas, uma toalha, uma água, um chapéu, cordas e elásti-cos.

Matilde Jorge

12 anos

FEDERAÇÃO PORTUGUESA DE TÉNIS

Matilde Jorge representou Portugal no

Nations Chal-lenge 2015, o campeonato da Europa de sub-12, junta-

mente com Carmo Ribeiro

e Mariana

Campino. Portugal foi terceiro no Grupo A da

qualificação. Igualmente no escalão de sub

-12, a tenista do

Clube de Ténis de Guimarães

é a campeã regional em singulares,

pares femini-

nos e mistos de sub-12

«Ténis foi amor à primeira vista»

Em Portugal, o ténis precisa

de… mais apoios financeiros.

Um ou uma tenista de Portugal no "top" 10 mundial seria… o caso de João Sousa, um exemplo a seguir.

Um bom treinador é… aquele que nos ajuda a evoluir. É em quem eu confio. No presente, o meu ídolo no

Page 34: NT Outubro 2015

Associações Regionais

AÇORES ALGARVE ALENTEJO

AVEIRO CASTELO BRANCO COIMBRA

LEIRIA LISBOA MADEIRA PORTO

SETÚBAL VILA REAL VISEU