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ANO 4 - BELO HORIZONTE - MG - MAIO / JUNHO - 2005 - NÚMERO 15 Jornal do Grupo da Fraternidade Espírita Irmã Scheilla www.gruposcheilla.org.br DE UMA PONTA A OUTRA Na Casa Espírita André Luiz, tarefeiros separam os alimentos coletados para distribuição às famílias companhe a cadeia de assistência e promoção social que se forma desde a doação do alimento na Campanha do Quilo até a distribuição das cestas às famílias cadastradas. Páginas 4 e 5 A Conheça a trajetória de nosso companheiro Jarbas, que retornou ao plano espiritual. Página 7 DEVER CUMPRIDO MOTIVOS PARA FESTEJAR Grupo Scheilla faz 53 anos e convida para o tradicional Jantar Dançante. Página 3 Rodrigo Galvão

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ANO 4 - BELO HORIZONTE - MG - MAIO / JUNHO - 2005 - NÚMERO 15

Jornal do Grupo da Fraternidade Espírita Irmã Scheillawww.gruposcheilla.org.br

DE UMA PONTA A OUTRA

Na Casa Espírita André Luiz, tarefeiros separam os alimentos coletados para distribuição às famílias

companhe a

cadeia de

assistência e

promoção social que

se forma desde a

doação do alimento na

Campanha do Quilo

até a distribuição das

cestas às famílias

cadastradas.

Páginas 4 e 5

A

Conheça a trajetória de nosso

companheiro Jarbas, que

retornou ao plano espiritual.

Página 7

DEVERCUMPRIDO

MOTIVOS PARAFESTEJAR

Grupo Scheilla faz 53 anos e convida

para o tradicional Jantar Dançante.

Página 3

Rodrigo

Galvão

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Editorial

ExpedienteO FRATERNISTA

Publicação bimestral do Grupo daFraternidade Espírita Irmã Scheilla

Comitê EditorialAntônio Carmo Rubatino

Daltro Rigueira ViannaLiziane Vasconcelos Teixeira Lima

Valmor Barros de CamargosEdição

Janaina Barcelos - MTb/MG 6010Repórteres

Flávia Vieira de ResendeJanaina BarcelosMarcelo Guerra

IlustraçõesLucas Rodrigues Alves

Layout e DiagramaçãoLuís André A. Almeida

FotolitoTimes EditorialImpressãoMulticromoTiragem

2.000 exemplares

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

Rua Aquiles Lobo, 52 - FlorestaCEP: 30150-160 - Tel. (31) 3226-3911

Belo Horizonte - MG

O Fraternista - 02

Princípios Fundamentais

da Doutrina Espírita

Pluralidade dosmundos habitados

Ibraim Netto *

* Tarefeiro do Grupo daFraternidade Espírita Irmã Scheilla

Mais de cinco décadas detrabalho árduo, dedicação efraternidade. Em 21 de junho, oGrupo Scheilla completa 53 anose é com alegria que dividimoseste momento com vocês, carosleitores. Sem a participação detodos - tarefeiros, fraternistas,freqüentadores e espiritualidade-, não teríamos chegado aqui. Eé com o esforço de todos quecaminharemos os próximos 50anos, prosseguindo na missão dedivulgar o evangelho e a doutrinaespírita, além da tarefa deassistência e promoção social.

É preciso não deixar achama da fraternidade esvaecer,buscar um mundo voltado paraa prática da caridade e do amor.É preciso reviver o cristianismoprimitivo, resgatar osensinamentos de Jesus etrazê-los para o dia-a-dia,principalmente, para nossafamília. Com a ajuda de Deus,guiados pelo Cristo e amparadospela espiritualidade, continuare-mos, de mãos dadas, nossajornada evolutiva. Parabéns aoGrupo Scheilla e a todos,encarnados e desencarnados,que dele fazem parte.

Na infância da civilização,a humanidade acreditou, por muitotempo, ser o céu um grandecenário no qual se moviam osastros celestes e acima do qual seencontrava a morada dos deuses.Não podia compreender queaquelas luzes e corpos celestestivessem vida própria ou outrafunção além da de trazer vida erecrear as vistas dos que vivemna Terra.

Entre os primeirosastrônomos de expressão, CláudioPtolomeu, que viveu na Gréciaentre 90 e 168 d.C., escreve o livro“Almagesto” no qual, em acordocom a Bíblia Sagrada e com essavisão antiga, afirma a TeoriaGeocêntrica, na qual a Terra seriao centro do universo. Só 14séculos mais tarde, o astrônomopolonês Nicolau Copérnico(1473-1543) escreve o livro“De Revolutionibus OrbiumCaelestium”, no qual sugeririacuidadosamente a TeoriaHeliocêntrica, em que o Sole não a Terra seria o centrodo universo.

Copérnico abre caminhopara os estudos do cientista italianoGalileu Galilei (1564-1642), que,com o advento da luneta nosestudos astronômicos no séculoseguinte, descobre os anéisde Saturno, os satélites de Júpiter,as fases de Vênus, as manchas doSol e escreve o livro “Diálogoacerca dos dois principaissistemas do Universo”, no qualridiculariza o Geocentrismo eafirma, sem nenhuma cautela,o Heliocentrismo.

O alto clero da IgrejaCatólica, que sentia grandeincômodo com Colombo e arecém descoberta das Américas,

por elas não constarem nasescrituras, considerou heresia olivro de Galileu e o excomungou(1633), porque suas descobertasnão se davam em “novas terras”,mas em “terreno sagrado eintocável”.

No século XXI, com oavanço dos estudos astronômicos,não nos resta a menor dúvida deque a Terra é apenas um dospequenos mundos que gravitamno Universo e, dentro da lógicamoderna, nada nos faz aceitarque só neste orbe haja vidainteligente e que toda estainfinita criação divina estejacompletamente vazia.

A quase dois mil anos atrás,o Mestre Jesus já nos afirmava, noEvangelho de João (Jo 14:2), que“Há muitas moradas na casa de meuPai”, abrindo ao entendimentogeral não só a possibilidade demuitos estágios no Plano dosEspíritos, como também que a“casa de meu Pai” é o Universo eque os outros planetas são moradasespirituais que giram no espaçoinfinito. Sugerimos a leitura docapítulo três de “O EvangelhoSegundo o Espiritismo”, no qualAllan Kardec e o espírito de SantoAgostinho discorrem, de formaclara e convincente, sobre essa falade Jesus, o que facilitará oentendimento do 9º PrincípioFundamental da Doutrina Espíritaque, embasado na questão nº 55de “O Livro dos Espíritos”, apontapara a existência de vidainteligente em todo o Universo,ao afirmar a “Pluralidade dosMundos Habitados”.

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O Fraternista - 03

FELIZ ANIVERSÁRIO!Trabalho de assistência social, estudo

e divulgação do evangelhoe da doutrina espírita dura há mais

de cinco décadas

Em junho,o Grupo Scheillacompleta 53 anos,com comemoraçãono tradicionalJantar Dançante, no

dia 25. O encontropretende reunir cerca

de 600 pessoas, dentre tarefeiros,fraternistas, freqüentadores esimpatizantes da Casa, na sedecampestre do Clube Cruzeiro. Acomemoração não é para menos.O Grupo é referência emorganização, auto-suficiência erealização de trabalhos frente aomovimento espírita, tendorecebido, em 2001, o Prêmio BemEficiente, de âmbito nacional, pelotrabalho que realiza.

No cumprimento de suamissão de auxílio ao próximo, oGrupo Scheilla conta hoje comcerca de 1200 voluntários,o que lhe permite assistir umnúmero próximo de 5 mil pessoaspor mês, através da doaçãode alimentos, roupas e remédiospara 150 famílias; da prestação deassistência médica, odontológica,psicológica e, principalmente,espiritual, por meio doatendimento fraterno e dereuniões de tratamento eorientação espiritual. Em busca darenovação de atitudes, o Grupooferece ainda a reeducação doassistido para a aquisição de novoshábitos, através de CursosBásicos para cerca de milparticipantes e 12 reuniõespúblicas semanais, para cerca

de 3 mil freqüentadores, sem falarno trabalho de educação dainfância e juventude, por meioda evangelização infantil emocidade espírita.

Movimento da

Fraternidade

O Grupo Scheilla surgiucomo célula mãe do Movimentoda Fraternidade Espírita (Mofra),nascido na década de 40 emBelo Horizonte, com a finalidadede levar a assistência espiritualpara fora dos centros espíritas,revivendo os ensinamentos doCristo. O Movimento surgiupela inspiração de espíritoscomo Scheilla, José Grosso,Palminha, André Luiz e JosephGleber, hoje mentores da Casa,que se materializaram naresidência do então presidentedo Centro Espírita Oriente,Jair Soares.

Na época, foi traçado pelaespiritualidade um programa detrabalho permanente, o PTP, a serseguido por todas as casas queintegrassem o Mofra, cujas normasconsistiam no ensino da doutrinaespírita e do evangelho, naassistência social espírita, na tarefade passes e na formação deambientes espiritualizantes, tudocom o objetivo de espalhar osensinamentos do Cristo aosseus participantes.

O Centro Espírita Oriente,que funcionava desde 1920, foi aprimeira casa a direcionar os seus

trabalhos segundo as diretrizes doMofra. Em 1952, com a criação doGrupo do Grupo da FraternidadeIrmã Scheilla, o Centro Orientepassou a integrar a estrutura donovo Grupo. Anos depois, foifundada a Organização SocialCristã-Espírita André Luiz(Oscal), que hoje lidera e organizao Movimento, composto por70 casas espíritas espalhadas peloBrasil e duas na Espanha.

Segundo o coordenadorgeral do Grupo Scheilla,Daltro Rigueira Viana, a Oscallidera e organiza o Mofra, masuma de suas referências práticasé o Grupo Scheilla, peladimensão da assistência materiale espiritual que a Casacoloca em prática. “Ensinamos oevangelho, mas principalmentemostramos as obras, daí oporquê de sermos bem vistosdentro do movimento espírita”,conta Daltro.

Só em Belo Horizonte,várias casas originaram-se doGrupo Scheilla, como osGrupos da Fraternidade EspíritaAlbino Teixeira, Irmão Vitor,Irmã Meimei, Irmão Tomaz, IrmãLó e a Fraternidade EspíritaIrmão Glacus, provando quea fraternidade é o amor quese expande, um dos lemase objetivos do Mofra.

Para os interessados emparticipar do Jantar Dançante, oingresso pode ser adquirido naSecretaria do Grupo Scheilla pelopreço de 18 reais.

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O Fraternista - 04

Da campanha

cade

PÃO PARA

Manhã de domingo. Naporta do Grupo Scheilla, ostarefeiros dividem as grandessacolas, onde serão colocadas asdoações. As equipes da Campanhado Quilo, que têm de 10 a 20pessoas, saem com roteiro certo:as ruas dos cerca de 20 bairros,definidas durante a semana. São17 equipes, totalizando em tornode 230 pessoas. Com a equipe denúmero 16, seguimos para obairro Nova Vista. Os tarefeirosse dividem em duplas parapercorrer as ruas selecionadas.

Na rua Colorado, a primeiravisita é a uma casa simples, ondea aposentada Maria das Graçasvive com o marido e os seis filhos.Ela recebe o tarefeiro AntônioQueiroz com um abraço forte,carinho trocado entre velhosamigos. “Faço doações para acampanha há 30 anos. No dia queeles não vêm aqui, até sinto falta!”

Maria das Graças não sabe,mas o alimento que doou podeestar na sacola que ValderezMachado da Silva recebeu nosábado seguinte, na Casa EspíritaAndré Luiz (Ceal), e que servirá

para preparar a refeição deste edos próximos dias para ela, as trêsfilhas e os oito netos. “Só uma filhaestá trabalhando, por isso a cestaajuda muito”, conta ela, queconhece e freqüenta a Casa desdea infância. As doações arrecadadasna Campanha do Quilo vão para amontagem de uma média de 300cestas mensais, distribuídas àsfamílias cadastradas na Ceal.

Um trabalho que JarbasMartins conhece bem. Há 42 anos,

ele participa da Campanha doQuilo. “Sou do tempo em que erapreciso distribuir uma carta aosmoradores explicando o que eraa Campanha e avisar quevoltaríamos no domingo seguinte.Hoje, todo mundo já nos conhecee muitos ajudam.”

Depois que Jarbas e seuscompanheiros de tarefa acabamde percorrer o roteiro, voltam aoponto de encontro com as sacolascheias, que são encaminhadas, nomesmo dia, para a DespensaIrmão Vicente, na Ceal, ondecomeça outra tarefa: oarmazenamento e a distribuiçãodos mantimentos para acomunidade, partes de uma cadeiade atividades da Coordenação deAssistência e Promoção SocialEspírita (ASE) que tem váriosoutros elos. Atualmente,a coordenação da Despensaconta com a ajuda de cercade 60 tarefeiros.

Atendimento personalizado

Assim que os alimentoschegam à Ceal, a equipe daDespensa coloca a mão na massa.Os mantimentos são organizadospor tipo e prazo de validade; o quevem a granel é pesado e separado.“Na segunda-feira, cerca de 80%das cestas já estão prontas paradistribuição no sábado”, informao coordenador da DespensaIrmão Vicente, Paulo RobertoResende, o seu Paulinho, desde1977 na tarefa.

Durante a semana, cadasacola é complementadaconforme a necessidade da famíliaque a receberá. Isso mesmo. Assacolas são personalizadas e

Tarefeiros se reúnem aos domingos em frente ao Grupo Scheillapara iniciar a Campanha

Tarefeiros separam os alimentos na Ceal

Rodrigo

Galvão

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O Fraternista - 05

a do quilo à distribuição de alimentos,

eia envolve vários tarefeiros

O CORPO E O ESPÍRITO

Seu Paulinho é o responsável pela Despensa Irmão Vicente

A origem

da Campanha Quilo

Em 1952, o GrupoScheilla realizava reuniãopública às quintas-feiras. Ojovem Jarbas Franco dePaula, que freqüentava ainstituição há pouco mais deum ano, sugeriu que fossefeita uma campanha paraarrecadar doações parafamílias carentes. O entãopresidente do Grupo, GabrielSândi, autorizou a realizaçãode uma campanha para efeitode experiência. O aviso foifeito em reunião pública.Numa manhã de domingo de1952, um pequeno grupopercorreu algumas ruas dobairro Floresta. Aarrecadação foi tanta que assacolas não foram suficientese a despensa ficou lotada,inaugurando o ciclopermanente da Campanha doQuilo em Minas Gerais.

Rodrigo

Galvão

preenchidas a partir deinformações obtidas por outraequipe dessa cadeia defraternidade: a coordenação deCadastro e Acompanhamento.

Além disso, na sexta-feira,uma turma da Campanha do Quilose desloca ao Ceasa, para recolherfrutas, verduras e legumes,separados em sacolas na manhã desábado, antes da distribuição,enquanto os cadastrados assistem àreunião pública. É que, para receberas doações, a pessoa precisa chegarantes das 9 horas, pois o portão éfechado. As cestas começam a serentregues a partir das 10 horas,assim que acaba a reunião. Cada umé chamado pelo nome que está naetiqueta de cada sacola.

Onde tudo começa

O primeiro passo é dadopor quem chega à Casa em buscade auxílio. Ela conversa com opessoal de Cadastro eAcompanhamento, que preencheuma ficha, repassada às equipes devisita. São distribuídas uma média

de sete senhas de cadastro nasexta-feira para atendimento nosábado. Os tarefeiros, então,visitam a casa dessas pessoas parafazer um diagnóstico e levantarsuas necessidades, baseados numasérie de critérios estabelecidospela coordenação, além, é claro,de levar a prece e o evangelho aesses lares.

“Muitas vezes, encami-nhamos os integrantes da famíliapara outras frentes de trabalhoda Casa, como cursosprofissionalizantes, projetoCriança Integral e orientaçãoespiritual”, exemplifica SérgioLima, coordenador suplente deCadastro e Acompanhamento.

Hoje, há duas equipes devisita com cerca de quatrointegrantes cada. “Não é umtrabalho fácil. É preciso estarpreparado para a realidadeacompanhada nos lares e atentoàs nossas vibrações, além demanter o equilíbrio”, esclareceAntônio dos Santos, componenteda equipe de visita.

A família fica cadastrada por

seis meses no mínimo e poderenovar o prazo. Durante esseperíodo, a equipe de visitaacompanha o desenvolvimentodos integrantes do núcleo familiare sua participação nas atividadesda Casa, para as quais foramencaminhados. “A idéia é que,num dado momento, a família nãoprecise mais do nosso auxílio, econsiga caminhar sozinha”,explica Edwaldo Luiz Lima,coordenador de Cadastro eAcompanhamento. É o que acoordenadora da ASE, LizianeVasconcelos Teixeira Lima,chama de promoção social. Eassim, a cada semana, os elos dessacadeia são percorridos, com aajuda dos tarefeiros e daespiritualidade, que amparatodas as ações.

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O Fraternista - 06

CAMPANHA DOQUILO E DA PAZ

Trecho do livro “Notícias do bem”, pelo espírito Almir Fontoura,psicografia de Wagner Gomes da Paixão.

- Domingo de Sol. Pássaros, faceiros, agitavam os galhos das árvores próximas.No pátio externo da Casa Espírita, companheiros encarnados – a maioria jovens

risonhos – entravam em prece, para o início da Campanha do Quilo em bairropreviamente destacado. Alegria e fraternidade, esperança e fé denunciavam o idealismo

da equipe em serviço de benemerência. Da esfera espiritual, a lhes prestar assistência, destacava-se oIrmão Ambrósio – dedicado seareiro do amor cristão – informando-nos:

- Amigos, o serviço da coleta piedosa será levado a efeito pelos irmãos encarnados; cabe-nos, alémda cobertura vibratória aos samaritanos da boa vontade, a assistência espiritual aos lares.

E concluindo as últimas instruções, destacou:- Estejamos atentos; a tarefa de hoje nos exigirá presteza e paciência.Partimos. A equipe espiritual compunha-se de oito grupos de três entidades cada, acobertando as

duplas de encarnados que se associavam no atendimento de determinadas ruas. Quase ao término dotrabalho, com a costumeira distribuição de recursos fluídicos aos lares visitados, com o auxílio afetivo dedispositivos próprios da Vida Espiritual, fomos convocados a centralizar esforços numa determinadaresidência ainda não visitada pelos irmãos da Terra. Surpreendi-me. Dentro e fora daquele lar ensombradopor nuvens suspeitas, grande assédio de espíritos perturbadores. Instruiu-nos o coordenador da tarefa:

- O caso pede providências rápidas. A horda de malfeitores pode tentar atacar a equipe em serviço,intoxicando vibratoriamente nossos jovens seareiros.

Destacando alguns de nós para assessoria direta aos pedintes fraternais, convocou-nos a realizardeterminada tarefa por dentro da casa em desordem. Entramos, acompanhados pelo Instrutor. Lamentei,apiedado, o estado de obsessão daquele lar, observei o nosso amigo a buscar carrancuda senhora e sussurrar-lhe aos ouvidos algo que não registrei. A reação foi imediata.

- Ah, me lembrei – afirmou, sozinha, a senhora, mal humorada. Hoje é domingo e, antesque os malfadados pedintes do “Quilo” me atazanem com suas palmas, reservareialgo para desencargo da consciência. Afinal hoje é domingo – dia do Senhor –não custa nada... Não demorou muito estava no portão,carregando singelo embrulho, coincidindo com a chegada debela jovem toda sorrisos.

- Já sei - falou, carrancuda, antes que a menina lheenunciasse a missão, com pesado saco de gêneros as costas– é a Campanha do Quilo!

- Receba a mensagem, senhora, com nossa gratidão!...– retornou a samaritana, com jovialidade e ternura.

Apanhando a página espírita, deu uma rabanada ebateu a porta de acesso ao interior da casa. Então,percebemos fenômeno extraordinário. Do gesto degratidão da jovem surgiu singela réstia de luz suave, querevestiu a mensagem e foi sorvida instantaneamente pelasmãos da doadora. As entidades levianas quiseram debochar,mas um gesto de nosso Benfeitor fê-los retroceder, insatisfeitos. Então, perguntei:

- Como explicar a assimilação da réstia de luz pela senhora de má vontade?- Não esqueça, meu amigo, que, com ou sem má vontade, por obrigação ou por convicção, nossa

irmã algo ofertou aos semelhantes, e, por essa humílima abertura, a providência semeia a felicidade e a paz.No tempo, meu caro, a esse pingo de luz outros se juntarão e tornar-se-ão painel vigoroso, e por ele anossa companheira se renovará, abrigando o bem e a luz. Nenhuma migalha se perde para o bem. Tudo,ainda que de modo inconsciente, soma em favor de nossos possíveis méritos. São coisas de Deus!...

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O Fraternista - 07

Jarbas Franco dePaula. Nasceu em 24 desetembro de 1927, emMelo Franco, MinasGerais. Ainda jovem,transferiu-se para BeloHorizonte, e seuprimeiro contato coma Doutrina Espír itaocorreu em 1947.Desde cedo, o seuespír ito responsáveltrabalhou para garantiada subsistência, tendojá em plena maturidade

exercido as funções detesoureiro e auditor fiscal

do INSS. Enamorou-se de OlgaRodrigues, e três meses foram suficientes para perceber que abela moça era a musa dos seus sonhos. Casaram-se em19 de dezembro de 1953 e Efigênia, Alexandre e Allan foramos filhos que alegraram o ninho doméstico.

Ofereceu o seu coração abnegado e bom ao Grupo daFraternidade Espírita Irmã Scheilla e, em face ao espírito sempresolícito, inúmeras atividades e responsabil idades foramgradativamente assumidas por ele. Acompanhou com denodoe eficiência as obras de construção da Casa Espírita André Luize de ampliação do Centro Espírita Oriente, tendo sidoresponsável pela conservação desse importante patrimôniodo Grupo Scheilla.

Por largos anos, coordenou equipes de visitação aoHospital Raul Soares, ao Hospital Mário Pena, à Colônia SantaIsabel, ao Leprosário de Sabará e ao Hospital Espírita AndréLuiz. Amou muito a tarefa de sopa fraterna endereçada aoshomens e mulheres de rua e, naquele espaço físico, participou cortando ou aparando unhas, cabelose barbas dos esquecidos da sociedade.

Orador inigualável na exposição da obras de André Luiz. Foi dirigente de Reunião Mediúnicade Desobsessão desde 1980. Realizou inúmeras viagens pelo Brasil, particularmente em companhiados fraternistas Arym Moisés e Carlos José Horta, para atender aos objetivos de edificação daCidade da Fraternidade, comunidade cristã-espírita.

Foi visitado pela angina e mais recentemente teve aneurisma abdominal, culminando no seudesencarne em 14 de maio de 2005. Uma multidão emocionada acompanhou as melodias entoadaspelo Coral Espírita Irmã Scheilla e, num gesto espontâneo, o médium Oswaldo Miranda entrou emtranse e, por ele, o espírito Jair Soares relembrou as ações abnegadas de quem soube honrar oEvangelho de Jesus e que, com muitos méritos, retornava agora para o mundo espiritual com asensação lídima do dever bem cumprido.

Agenda

Dia 12/06 - domingo, Confra-Scheilla, a partir das 17 horas,salão do Grupo Scheilla.Tema: Lucidez. Palestra deThales Onofri de Oliveira.Harmonização do Coral JoãoCabete e apresentação artísticado Sandro Assumpção.

Dia 21/06 - terça-feira,aniversário do Grupo Scheilla.

De 25/06 - sábado, JantarDançante em comemoração aos53 anos do Grupo Scheilla,a partir das 21 horas, na sedecampestre I do Cruzeiro Espor-te Clube, na Pampulha, coma Banda Vocalize.

Dia 26/06 - domingo, Encon-tro Fraterno Regional da4ª e 12ª Região Fraterna, das9h às 16h30, no GFE IrmãFabíola, em Santa Luzia.Ônibus sairá às 7h30 de frentedo Grupo Scheilla.

Dia 10/07 - domingo, Confra-Scheilla, a partir das 16 horas,salão do Grupo Scheilla.Tema: A Música no PlanoEspiritual. Palestra e apresenta-ção artística de Ibraim Netto.

Célio Alan Kardec de Oliveira

Coordenador geral da Organização Social Cristã-Espírita André Luiz (Oscal)

JUSTA HOMENAGEM

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O Fraternista - 08

O PASSEIO NO CAMPO

Bebel, Carla, Marcos e Gustavo forampassear no campo.

O local é muito bonito. Tem árvoresfrondosas, flores, montanhas bem altase majestosas e um lindo lago, onde se podem verpeixinhos de variadas cores e tamanhos.

Os quatro amigos se sentaram na gramaverdinha, para observarem melhor oambiente. Fizeram silêncio por algunsinstantes e perceberam as borboletase os colibris, que delicadamente tocavamas flores, as cigarras a cantar e atémesmo um coelhinho fofinho que bebiaágua mais adiante.

O ar puro e o cheiro de plantas silvestresdeixaram os pequenos aventureiros cheiosde vontade para jogar bola, nadar e brincar.O sol brilhava no céu azul e a passaradavoava em bandos, cantando alegres. Extasiados comtanta beleza, os amiguinhos se entregaram às maislindas emoções.

Começaram a conversar sobre aimportância de proteger a natureza...

Carla lembrou um filme ecológico a queassistira e contou-o para todos. Foi então queBebel falou emocionada:

- A vida é bela, a natureza é alegree generosa. Basta observarmos a natureza, parapodermos entender e acreditar que o ser humanonão poderia tê-la criado.

Gustavo, que tudo observava, falou:- É interessante escutarmos os nossos

professores da Escola de Evangelizaçãofalarem sobre Deus. Eles nos dizem que,para acreditar na existência Dele,basta nos perguntarmos se o ser humanoconseguiria criar as coisas que conhecemosna natureza e no Universo. Se a nossaresposta for não, então elas foram feitaspor Deus.

Marcos falou, sorridente:- Olhem ali, amigos. Está nascendo um

potrinho! A sua mamãe está fazendo tudo sozinha,como consegue? Quem ensinou aela a dar “à luz” um potrinho?

- Foi Deus - disse Bebel.