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JANEIRO/FEVEREIRO 2015 - Suplemento REVISTA PORTUGUESA DE HIPERTENSÃO E RISCO CARDIOVASCULAR ISSN: 1646-8287 SUPL. NÚMERO 45 Tradução Portuguesa das Guidelines da Sociedade Europeia de Hipertensão para a Auto-medição da Pressão Arterial (AMPA): relatório síntese da Segunda Conferência Internacional de Consenso sobre Auto-medição da Pressão Arterial GuidelinesAMPA_Final.indd 1 2/11/2015 5:56:29 PM

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JANEIRO/FEVEREIRO 2015 - Suplemento

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Tradução Portuguesa das

Guidelines da Sociedade Europeia de Hipertensão para a Auto-medição da

Pressão Arterial (AMPA): relatório síntese da Segunda Conferência Internacional

de Consenso sobre Auto-medição da Pressão Arterial

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EDITORIAL

A hipertensão arterial (HTA) é o principal factor reversível para as doenças cardiovasculares (CV) que são a principal causa de morbi-mortalidade em Portugal.

O objectivo principal do tratamento da HTA é prevenir, regredir ou pelo menos atrasar as lesões nos diferentes órgãos e sistemas e consequentes eventos de morbi-mortalidade. Para atingir este desiderato, são fundamentais quatro premissas chave: 1) o diagnóstico correcto e precoce, 2) a prescrição de terapêutica adequada (incluindo necessariamente as medidas não farmacológicas e os fármacos indicados em cada doente concreto), 3) a adesão do doente às múltiplas prescrições e 4) a vigilância regular lifetime.

O reconhecimento de que a medição da pressão arterial (PA) no consultório/hospital, frequentemente designada de pressão casual, não reflete de forma precisa a PA de cada indivíduo (ritmo circadiano, ambiente diverso do habitat natural) levou ao desenvolvimento de métodos alternativos de medição da PA que têm como principal objectivo melhorar a precisão da avaliação da PA, principalmente pela multiplicação das medições e pela possibilidade destas serem efectuadas em condições mais próximas do dia-a-dia dos pacientes.

A auto-medição da pressão arterial (AMPA) é um desses métodos que tem tido um desenvolvimento exponencial nos últimos anos, com a multiplicação de aparelhos disponíveis de forma avassaladora e a custos cada vez menores o que banalizou o seu uso de forma muito alargada pela população. O seu potencial no diagnóstico e seguimento dos doentes com HTA – desde que usado de forma criteriosa para permitir a sua validação - tem vindo a ser demonstrado em múltiplos estudos e é amplamente reconhecido de forma que a Sociedade Europeia de Hipertensão (SEH) decidiu em 2008 publicar as suas “Guidelines para a auto-medição da pressão arterial” com o objectivo de uniformizar a sua utilização na prática clínica.

Ciente da importância deste documento para todos os colegas que lidam com doentes com HTA e procurando corresponder a várias solicitações/sugestões no seguimento do enorme sucesso da tradução em 2014 das Guidelines da ESH/ESC, decidiu a Direção da SPH traduzi-lo para português as com o objetivo de o tornar mais acessível.

Para além da sua publicação neste suplemento que é distribuído gratuitamente a mais de 5.000 médicos, a tradução pode ser consultada e descarregada livremente no site da SPH (www.sphta.org.pt).

Fernando Pinto Presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão

A tradução das Guidelines para a Auto-Medição da Pressão Arterial (AMPA) teve o apoio da na forma de um unrestricted grant

Editor Chefe / Editor-in-ChiefProf. J. Braz Nogueira

Editor Adjunto / Deputy EditorDr. Vitor Ramalhinho

Conselho Científico Nacional e InternacionalNational and International Scientific BoardProf. Manuel CarragetaProf. Ricardo Seabra GomesProf. Luís MartinsProf. Fernando PáduaProf. Gorjão ClaraProf. Pereira MiguelProf. Martins PrataProf. José BarbasProf. Rocha GonçalvesProf. Victor GilProf. Luciano RavaraProf. Salgado BorgesProf. Rui CarrapatoProf. Jose JuanateyProf. Josep RedonProf. Fernando NobreProf. Pinto CarmonaProf. Agostinho MonteiroProf. Massano CardosoProf. Luz RodriguesProf. Jorge PolóniaProf. Manuel BichoProf. José Luís MedinaProf. Davide CarvalhoProf. Luís SobrinhoDr. Alcindo Maciel BarbosaDr. João SaavedraDr. Oliveira SoaresDr. Soares FrancoDr. Vital MorgadoDr. Mariano PegoDr. Rasiklal RanchhodDr. Lacerda NobreDr. Pastor Santos SilvaDr. António Jara

Conselho Redactorial / Editorial BoardProf. Pinto CarmonaProf. Agostinho MonteiroProf. Massano CardosoProf. Jorge PolóniaProf. Manuel BichoProf. José Luís MedinaProf. Davide CarvalhoDr. Luís Calçada CorreiaDr. José NazaréDr. Jorge CotterDra. Teresa FonsecaDr. João MaldonadoDr. Carlos MoreiraDr. Mesquita BastosDr. José Alberto SilvaDra. Paula AmadoDra. Paula AlcântaraDra. Teresa RodriguesDr. Pedro Marques da SilvaDr. Fernando PintoDr. Pedro Guimarães Cunha

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Guidelines da Sociedade Europeia de Hipertensão para a Auto-medição da Pressão Arterial (AMPA): relatório síntese da Segunda Conferência Internacional de Consenso sobre Auto-medição da Pressão Arterial Gianfranco Paratia, George S. Stergioub, Roland Asmarc, Grzegorz Biloa, Peter de Leeuwd, Yutaka Imaie, Kazuomi Kariof, Empar Lurbeg, Athanasios Manolish, Thomas Mengdeni, Eoin O’Brienj, Takayoshi O hkubok, Paul Padfieldl, Paolo Palatinim, Thomas Pickeringn, Josep Redono, Miriam Reveraa, Luis M. Ruilopep, Andrew Shennanq, Jan A. Staessenr, Andras Tislers, Bernard Waebert, Alberto Zanchettiu e Giuseppe Manciav, em nome do Grupo de Trabalho da Sociedade Europeia de Hipertensão sobre Monitorização da Pressão Arterial

Este documento resume as evidências disponíveis e fornece recomendações relativamente ao uso da auto-medição da pressão arterial na prática clínica e em investigação, actualizando as recomendações anteriores sobre este tópico emitidas em 2000. Os principais temas endereçados incluem a metodologia da auto-medição da pressão arterial, os seus limites de diagnóstico e de terapêutica, as suas aplicações clínicas em hipertensão, com referência a populações especiais, e a sua aplicação em investigação. A secção final refere os problemas relacionados com a implementação destas recomendações na prática clínica. J Hypertens 26:1505–1530 © 2008 Wolters Kluwer Health | Lippincott Williams & Wilkins.

Journal of Hypertension 2008, 26:1505–1530

Palavras-chave: Hipertensão arterial, risco cardiovascular, auto-medição da pressão arterial

Abreviaturas: AAMI, American Association for the Advancement of Medical Instrumentation; AMPA, auto-medição da pressão arterial; BHS, British Hypertension Society; DCC, doença cardíaca coronária; DRC, doença renal crónica; DRT, doença renal estadio terminal; HTA-BB, hipertensão de bata branca; HTA-M, hipertensão mascarada; MAPA, monitorização ambulatória da pressão arterial; OMS, Organização Mundial de Saúde; PAA, pressão arterial em ambulatório; PAC, pressão arterial de consultório; PAD, pressão arterial diastólica; PAS, pressão arterial sistólica; PE, pré-eclampsia; SEH, Sociedade Europeia de Hipertensão; TFG, taxa de filtração glomerular; TMPA telemonitorização da pressão arterial em ambulatório.

aDepartment of Clinical Medicine and Prevention, University of Milano-Bicocca; Centro Interuniversitario di Fisiologia Clinica e Ipertensione, Milan and Department of Cardiology, S.Luca Hospital, Istituto Auxologico Italiano, Milan, Italy, bHypertension Center, Third University Department of Medicine, Sotiria Hospital, Athens, Greece, cL’Institut CardioVasculaire, Paris, France, dDivision of General Internal Medicine, Department of

Internal Medicine, University Hospital Maastricht, Maastricht, The Netherlands, eDepartment of Clinical Pharmacology and Therapeutics, Tohoku University Graduate School of Pharmaceutical Sciences and Medicine, Sendai, fDivision of Cardiovascular Medicine, Department of Internal Medicine, Jichi Medical University School of Medicine, Tochigi, Japan, gPediatric Department, Consorcio Hospital General, University of Valencia, Valencia, Spain, hFirst Department of Cardiology, Evagelismos General Hospital of Athens, Athens, Greece, iDivision of Hypertension and Vascular Medicine, Department of Internal Medicine, University Clinic Bonn, Bonn, Germany, jConway Institute of Biomolecular and Biomedical Research, University College Dublin, Ireland, kDepartment of Planning for Drug Development, Tohoku University Graduate School of Pharmaceutical Sciences and Medicine, Sendai, Japan, lDepartment of Medical Sciences, University of Edinburgh, Western General Hospital, Edinburgh, UK, mClinica Medica 4, University of Padova, Padua, Italy, nColumbia University Medical College, New York, New York, USA, oHypertension Clinic, Internal Medicine, Hospital Clinico, University of Valencia, Valencia, pHypertension Unit, 12 de Octubre Hospital, Madrid, Spain, qMaternal and Fetal Research Unit, Kings College London, Division of Reproduction and Endocrinology, St. Thomas Hospital, Westminster Bridge Road, London, UK, rLaboratory of Hypertension, Campus Gasthuisberg, Leuven, Belgium, s1st Department of Medicine, Semmelweis University, Budapest, Hungary, tDivision de Physiopathologie Clinique MP14, Lausanne, Switzerland, uCentro Interuniversitario di Fisiologia Clinica e Ipertensione and Istituto Auxologico Italiano, Milan, Italy and vClinica Medica, Department of Clinical Medicine and Prevention, University of Milano-Bicocca; Centro Interuniversitario di Fisiologia Clinica e Ipertensione, Milan and Istituto Auxologico Italiano, Milan, Italy

Correspondência para Gianfranco Parati, MD, Department of Cardiology, Ospedale San Luca, Istituto Auxologico Italiano, via Spagnoletto 3, 20149 Milan, ItalyTel: +39 02 619112980; fax: +39 02 619112956;e-mail: [email protected]

Recebido 30 de Abril de 2008 Aceite 14 de Maio de 2008

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Introdução A necessidade de desenvolver guidelines actuais deve-se ao facto de a Auto-medição da Pressão Arterial (AMPA) estar a revelar-se cada vez mais importante no diagnóstico e seguimento da hipertensão arterial. A difusão acelerada desta técnica foi favorecida por vários factores, incluindo o progresso tecnológico e a maior disponibilidade de dispositivos de AMPA, o aumento da percepção da importância de medição regular da PA, e reconhecimento da utilidade da AMPA em guidelines internacionais sobre hipertensão [1-3].

A importância da AMPA na prevenção cardiovascular, relacionada com o envolvimento mais profundo dos pacientes na sua gestão a longo prazo e pela maior disseminação desta abordagem entre a população, nem sempre é acompanhada por conhecimentos adequados acerca da utilização apropriada desta técnica, o que acentua a necessidade de recomendações mais precisas (Caixa 1).

Objectivo e âmbito destas guidelinesO objectivo das presentes guidelines é o de actualizar as recomendações publicadas no primeiro documento de Consenso sobre a AMPA, publicado no ano 2000 [4]. À semelhança do documento anterior, este trabalho é também escrito para fornecer informação a médicos e a outros prestadores de cuidados de saúde acerca do uso da AMPA na prática clínica tendo por base as evidências disponíveis e as opiniões de especialistas. Um Anexo a este artigo, que será publicado online, será dedicado a informação direcionada aos pacientes e a programas de formação. Estas guidelines não pretendem lidar com os aspectos tecnológico, económico e de saúde pública relacionados com a utilização da MRPA.

MétodosA AMPA é uma área em que os dados de estudos clínicos controlados e aleatorizados com robustez suficiente são ainda limitados. Este facto impede uma classificação formal das recomendações baseada nas evidências recolhidas. Não obstante, o Writing Committee esforçou-se por estabelecer recomendações objectivas, através da análise de dados publicados e da criação de task forces especializadas

para preparar e discutir documentos separados acerca de tópicos específicos.

Os dados publicados foram recuperados através da identificação de artigos publicados em Inglês acerca do tema da AMPA em bases de dados digitais (Medline e Embase; Cochrane) e na literatura pessoal de cada membro. A busca foi executada em publicações utilizando as seguintes palavras-chave: PA residencial, auto-medição da PA, monitorização da PA, determinação da PA; com os subtítulos: validade, fiabilidade, métodos, instrumentação, educação do paciente, auto-cuidado, validação, relevância clínica, valor prognóstico e dispositivos. Foram apenas selecionados métodos não-invasivos, estudos clínicos e de coorte com sujeitos normotensos e pacientes hipertensos tratados e não tratados.

O material relacionado com a utilização da AMPA foi dividido em diversos tópicos e cada um atribuído a uma task force específica. Para cada um dos temas, diversas questões foram definidas e analisadas num documento inicial. Estes documentos foram apresentados na Conferência de Consenso após a sua revisão pelo Writing Committee. A cada apresentação seguiu-se uma discussão aberta a todos os participantes, e os manuscritos foram actualizados. Por fim, foram novamente revistos pelo Writing Committee, por peritos e por organizações relevantes, dando lugar a este documento final.

Contexto: questões gerais relacionadas com a medição da pressão arterial dentro e fora do consultório – validade da Auto-medição da Pressão Arterial na avaliação de pacientes hipertensosA medição da Pressão Arterial de Consultório (PAC) tem sido a pedra angular do diagnóstico e seguimento da hipertensão dos últimos 100 anos, sendo a maioria das evidências da importância clínica da hipertensão e os benefícios do tratamento resultantes de estudos que utilizam esta técnica [5]. No entanto, a medição da PAC tem limitações relevantes. Nomeadamente o facto de, frequentemente, uma única leitura da PAC não representar a PA verdadeira de um paciente. Isto porque a medição única de uma variável como a PA, que se altera continuamente, é caracterizada por erros aleatórios. É também possível existir um erro sistemático relacionado com a reacção de alerta do paciente ao procedimento de medição e à envolvente (i.e. efeito de bata branca) e com a impossibilidade da PAC recolher informação da PA durante actividades diárias normais e durante o sono.

No seguimento do trabalho pioneiro de George Pickering e Maurice Sokolow no anos 60, várias técnicas foram desenvolvidas para medir a PA fora do consultório, numa tentativa de superar as limitações da PAC. Duas dessas técnicas tornaram-se frequentemente utilizadas na prática clínica: monitorização ambulatória da pressão arterial de 24 horas (MAPA; extensivamente documentada noutros estudos [6]) e AMPA, cujas características específicas estão descritas na Caixa 2.

Caixa 1. Racional para as guidelines actuais

(1) Necessidade de uma definição precisa do fenótipo da PA:a. Medições da PA frequentes e exactas dentro e fora do

consultório são essenciais para o diagnóstico, seguimento, tratamento, epidemiologia e investigação da hipertensão [1]

(2) Difusão rápida a nível mundial da medição da PA fora do consultório.(3) Aumento continuado da venda de dispositivos electrónicos de medição

da PA criados para auto-medição.(4) Lacunas no conhecimento tanto em médicos como em pacientes acerca

do uso apropriado da AMPA.

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São frequentemente encontradas diferenças relevantes entre a PAC e medições da PA fora do consultório no mesmo indivíduo, o que se pode traduzir num desacordo entre ambos os métodos relativamente ao diagnóstico de hipertensão. Tal desacordo pode ser caracterizado pela presença de valores elevados da PAC e valores normais de PA fora do consultório (i.e. hipertensão de bata branca (HBB), também conhecida como ‘hipertensão clínica isolada’) [7] ou, alternativamente, valores elevados de PA fora do consultório e valores normais de PAC (i.e, hipertensão mascarada ou ‘hipertensão ambulatória isolada’) [8]. Ambas as condições serão subsequentemente discutidas em mais detalhe.

O custo e a disponibilidade têm uma grande influência na escolha do método de medição da PA. A medição da PAC tem custos inferiores quando comparado com a MAPA e, idealmente, deveria ser realizada em cada visita ao consultório. O uso da MAPA na prática clínica regular está restrito a condições específicas, devido ao custo dos aparelhos e à exigência de pessoal qualificado para a gestão da MAPA. Pelo contrário, o custo dos dispositivos de AMPA já não limita a sua utilização frequente na prática clínica, pelo menos nos países desenvolvidos. Além disso, as especificações dos aparelhos de AMPA em meios com poucos recursos publicada recentemente por um comité ad-hoc da OMS – Sociedade Europeia de Hipertensão (SEH) poderão ajudar na introdução da monitorização da PA fora de consultório nos locais em que os recursos no sector da saúde sejam escassos [9].

Auto-medição da Pressão Arterial e prognósticoAs evidências existentes [10-23] suportam a ideia de que o valor prognóstico da AMPA é igual ou superior ao da PAC, método que se mantém como referência na estratificação e diagnóstico clínico no que concerne a hipertensão (Tabela 1).

Valor preditivo da mortalidadeA auto-medição da pressão arterial (AMPA) verificou-se estar mais associada ao risco de mortalidade cardiovascular que a PAC em dois estudos populacionais [10, 19, 20], enquanto num outro estudo revelou não ser um preditor significativo da mortalidade cardiovascular em pacientes hipertensos [18]. Num estudo com doentes renais crónicos (DRC), a AMPA revelou-se mais fortemente associada ao risco de mortalidade por todas as causas [21]. Um outro estudo populacional revelou que a AMPA sistólica tem um valor preditivo superior para a mortalidade cardiovascular quando comparada com a AMPA diastólica [11].

Valor preditivo da morbilidadeQuando comparada com a PAC, a AMPA foi mais fortemente associada ao risco de AVC num estudo populacional (não existe informação relativamente a outros resultados). [12-15, 24], enquanto outro estudo populacional não revelou nenhuma superioridade de prognóstico na AMPA relativamente ao risco de eventos cardiovasculares [23]. Em pacientes hipertensos, verificou-se que a AMPA prevê eventos cardiovasculares (mas não mortalidade) melhor do que a PAC [18]. Em pacientes com DRC, a AMPA tem valor preditivo superior na progressão para doença renal estadio final de (DRT) [21] e em eventos cardiovasculares compostos [25], do que a PAC.

Outras análisesEm alguns estudos, o valor preditivo da AMPA foi documentado sem ser comparado com a PAC, fornecendo provas a favor da capacidade da PAR como preditor da mortalidade [17], incapacidade [16], lesão de órgãos-alvo [26-36] ou a sua regressão [31, 37, 38]. Pouco é sabido acerca da utilidade da auto-medição da frequência cardíaca (FC), um parâmetro que é geralmente fornecido nos

Caixa 2. Resumo das vantagens e limitação da AMPA (alterados com o acordo de [9])

Vantagens• Possibilidade de medições frequentes ao longo do

dia e durante vários dias, semanas ou meses• Análise dos efeitos do tratamento em diferentes

alturas do dia e durante períodos mais longos• Inexistência de reacção de alerta à medição da PA• Baixo custo relativo• Maior facilidade de utilização (dos dispositos

semi-automáticos)• Envolvimento do paciente na gestão da hipertensão• Possibilidade de armazenamento digital,

impressão, download ou teletransmissão dos valores de PA (em alguns dispositivos / sistemas)

• Melhoria do compromisso dos pacientes relativamente ao tratamento

• Melhoria do controlo das taxas de hipertensão

Limitações• Necessidade de formação do paciente (reduzida

para dispositivos automáticos)• Possibilidade de utilização de aparelhos imprecisos• Erros de medição• Fiabilidade limitada dos valores de PA reportados

pelos pacientes• Possível aumento da ansiedade, resultando em

monitorização excessiva• Alterações ao tratamento decididas

autonomamente devido aos resultados da monitorização sem aconselhamento médico

• Limites de normalidade e objectivos terapêuticos ainda em discussão

• Inexistência de medições nocturnas

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Nome do Estudo População Medicamento

Calendário da Medição

Número médio de medições

Resultado

Ohasama [10,11] População geral com idade ≥ 40 anos (-) e (+) De manhã 21 Mortalidade cardiovascular, não-cardiovasculare por todas as causas

Ohasama [12] População geral com idade ≥ 40 anos (-) e (+) De manhã 1 – 25 Morbilidade total por AVCOhasama [13] População geral com idade ≥ 40 anos (-) e (+) De manhã 25 Morbilidade total por AVCOhasama [14] População geral com idade ≥ 40 anos (-) e (+) De manhã 25 Morbilidade total, hemorrágica e isquémica,

por AVCOhasama [15] População geral com idade ≥ 40 anos (-) e (+) De manhã e de

noite47 Morbilidade total por AVC

Kahoku [16] Idosos em lares com idade ≥ 65 anos (-) e (+) De manhã e de noite

20 Mortalidade cardiovascular, não-cardiovasculare por todas as causas

Kahoku [17] Idosos em lares com idade ≥ 75 anos (-) e (+) De manhã e de noite

20 Deficiência, mortalidade cardiovascular e portodas as causas, morbilidade por AVC ecardiovascular

SHEAF [18] Pacientes hipertensos tratados comidade ≥ 60 anos

(+) De manhã e de noite

27 Mortalidade cardiovascular e por todas ascausas, morbilidade cardiovascular total

PAMELA [19,20] População geral com idades entre 25 –74 anos

(-) e (+) De manhã e de noite

2 Mortalidade cardiovascular e por todas ascausas

CKD Veterans [21] Veteranos com doença renal crónica (+) De manhã, de tarde e de noite

n.d. Morbilidade por doença renal estadio terminal,mortalidade por todas as causas

Flanders [22] População geral com idade ≥ 60 anos (-) e (+) De manhã 3 Principais eventos cardiovasculares (mortecardiovascular, enfarte do miocárdio e AVC)

Didima [23] População geral com idade ≥ 18 anos (-) e (+) De manhã e de noite

12 Mortalidade e morbilidade cardiovascular total

Tabela 1. Auto-medição da pressão arterial e resultados

aparelhos automáticos de medição de PA. A FC fora do consultório é mais reprodutível do que a FC clínica, mas nos estudos que utilizaram a FC obtida através da MAPA 24-h esta vantagem não se traduziu numa melhoria da previsão de risco, quando comprada com a mais convencional FC em repouso [39-41]. No único estudo disponível sobre a relevância em termos de prognóstico da auto-medição da FC [42], a um aumento na FC na auto-medição de 5 batimentos / min corresponde um aumento de 17% do risco de mortalidade. No entanto, este resultado não foi confrontado com o valor preditivo da FC clínica.

Em conclusão, as evidências disponíveis apoiam fortemente a AMPA como ferramenta válida para uma avaliação prognóstica. As áreas que necessitam de mais investigação incluem o significado prognóstico de outros parâmetros derivados da AMPA, tais como a frequência cardíaca ou a pressão de pulso, e a relação entre a AMPA e alguns resultados específicos [ex. doença das artérias coronárias (DAC)]. Estudos prospetivos adicionais em populações ocidentais parecem ser necessários.

Aspectos metodológicosAs recomendações que se seguem baseiam-se em documentos publicados anteriormente [1, 2, 4] assim como em dados mais recentes. A menos que haja indicação em contrário, este documento referir-se-á ao uso de aparelhos automáticos com uma braçadeira

insuflável para o braço (ver secção Selecção de dispositivos e validação) (Caixa 3).

Condições de medição e procedimentosA PA é um fenómeno hemodinâmico variável, o qual é influenciado por diversos factores, entre os quais as próprias circunstâncias em que a medição é efectuada. Assim, a variabilidade considerável que pode existir na PA em cada momento dependendo da actividade, estado emocional, factores de stress ambiental, factores farmacológicos e outras variáveis fisiológicas [7,43,44] do indivíduo deve ser sempre

Caixa 3. Principais questões relacionadas com a metodologia da MRPA

• Necessidade de supervisão médica e de formação ao paciente• Calibração frequente dos dispositivos automáticos é desnecessária• Necessidade de validação independente• Necessidade de validação específica em populações especiais (idosos,

crianças, grávidas, grávidas com pré-eclampsia, doença renal estadio terminal)

• Necessidade de garantir a qualidade dos estudos de validação• Importância da certificação da qualidade• Debate acerca da utilidade da verificação da fiabilidade dos aparelhos

em cada paciente na sua primeira utilização

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considerada quando se efectua a medição da PA. Se estas influências forem ignoradas ou o seu impacto desconsiderado, pode resultar em diagnósticos incorrectos e numa gestão inapropriada da condição do paciente.

Os efeitos destes factores podem ser minimizados através da execução das medições em condições o mais estandardizadas possível e ao tomá-los em consideração aquando da interpretação dos resultados da AMPA. As condições da AMPA devem ser semelhantes àquelas recomendadas para a PAC [6]. O paciente deverá estar relaxado e sentado (a maioria dos dados sobre AMPA foi obtida através de medições quando sentados), com as costas apoiadas, a braçadeira no nível do coração, as pernas descruzadas, numa sala silenciosa e com temperatura ambiente confortável e com pelo menos 5 minutos de descanso antes da medição. Os pacientes não devem falar antes nem durante a medição da PA. Sempre que não seja possível assegurar condições óptimas, este facto deve ser reportado juntamente com a medição da PA [45].

Apoio do braçoCaso o braço sobre o qual está a ser efectuada a medição não esteja apoiado, um exercício isométrico ocorre, aumentando a PA (até 10%) e a frequência cardíaca [46]. É por isso essencial que o braço esteja apoiado durante a medição e, de preferência, apoiado numa mesa (na posição sentada).

Posição do braçoQuando o braço (i.e. a braçadeira) está posicionado abaixo ou acima do nível do coração, a PA será sobrestimada ou subestimada, respectivamente. A magnitude deste erro pode ser tão elevada como 10 mmHg, nas posições sentada e de pé, ou 5 mmHg, na posição de decúbito dorsal. A posição inapropriada do antebraço torna-se ainda mais importante quando são utilizados medidores de PA de pulso, uma vez que introduz uma margem de erro superior, para além da precisão reduzida que caracteriza estes aparelhos [47]. Devido a este facto, alguns aparelhos de pulso têm um sensor embutido que indica a posição correcta [48].

Selecção do braçoÉ recomendado que a medição da PA em ambos os braços seja feita aquando da primeira medição em consultório por forma a excluir doença arterial oclusiva [49, 50]. Em indivíduos que apresentem uma diferença consistente e significativa entre ambos os braços (ex. > 10 mmHg na PA sistólica e / ou > 5 mmHg na PA diastólica) em medições sucessivas, o braço com a PA mais elevada deve ser utilizado em medições futuras [6]. Durante a AMPA, as medições devem ser efectuadas sequencialmente sempre no mesmo braço.

Braçal e braçadeiraO tamanho do braçal é importante para obter estimativas de PA correctas. Um braçal demasiado pequeno pode levar à sobrestimação, e um demasiado grande à subestimação, da PA [51]. O comprimento

da braçadeira insuflável deverá cobrir 80 a 100% da circunferência do braço e a sua largura cerca de metade desse comprimento [6]. Até à data ainda não foi encontrada uma solução satisfatória para esta questão do tamanho do braçal. Tamanhos diferentes são recomendados para pacientes com braços de diferentes circunferências assim como para crianças de idades distintas [52] (Caixa 4); antes da utilização inicial de um aparelho de medição da PA, é necessário assegurar que as dimensões do braçal são adequadas. Para cada medição, a braçadeira deverá ser enrolada em volta do braço com a zona central colocada sobre a artéria braquial.

A metodologia para medição da PA em indivíduos obesos será discutida com mais detalhe numa secção dedicada ao tema mais à frente neste documento.

Relatório dos dadosÉ importante assegurar que as leituras da PA são reportadas correctamente, tendo sido demonstrado anteriormente que a AMPA reportada pelos pacientes nem sempre corresponde aos valores resultantes da medição [53]. Para além da PA, também os valores de FC medidos em casa devem ser registados. Isto porque,

Caixa 4. Dimensão recomendada do braçal para adultos, crianças e adolescentes

Dimensão recomendada da braçadeira em adultos British Hypertension Society

Tipo de braçadeira Para quem Dimensão (cm)

Pequena Braços adultos magros e crianças

12 x 18

Normal Maioria dos braços de adultos

12 x 26

Grande Braços de pacientes obesos 12 x 40

American Heart Associationa

Tipo de braçadeira Circunferência do braço (cm)

Dimensão (cm)

Adultos pequenos 22 - 26 12 x 22Adultos 27 – 34 16 x 30Adultos grandes 35 – 44 16 x 36Adulto (coxa) 45 - 52 16 x 42

Dimensão recomendada da braçadeira em criançasIdade Largura

(cm)Comprimento (cm)

Circunferência máxima do braço (cm)b

Recém-nascido 4 8 10Lactente 6 12 15Criança 9 18 22

________________________________________a Dados de [6].b Calculado de forma a que mesmo no maior braço o braçal circundasse o

braço em pelo menos 80%. Modificado de [51].

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como anteriormente mencionado, a FC ambulatória não só fornece informações sobre risco cardiovascular [42] como também é um dado importante na interpretação dos valores de PA medidos em casa (pode sugerir a existência de factores que influenciam a BP, como por exemplo, stress físico ou emocional, arritmias, etc.).

Para uma discussão mais aprofundada sobre o reporte de dados, consultar a secção Auto-medição da Pressão Arterial e telemedicina.

Incapacidade do pacientePoucos pacientes são incapazes de executar a AMPA quando são utilizados dispositivos de medição automática oscilométrica. Esta técnica poderá ser inadequada para pacientes com incapacidades físicas ou mentais, a não ser que as medições sejam executadas por outra pessoa (ex. um familiar), o que poderá, no entanto, afectar os valores de PAA [54].

Nível de educação do pacienteA AMPA é mais adequada para os pacientes hipertensos que pretendem contribuir para o seu seguimento. Actualmente, a AMPA é praticada frequentemente por pacientes por sua própria iniciativa utilizando dispositivos comprados sem procurar aconselhar-se com um médico [55, 56]. Este facto origina problemas recorrentes, tais como a utilização de aparelhos pouco exactos e existência de erros na metodologia de medição. O conhecimento dos pacientes acerca do tamanho apropriado da braçadeira é também muito reduzido. Esta situação pode desencorajar os prestadores de cuidados de saúde primários relativamente ao uso mais frequente da AMPA na sua prática diária [57]. Esta atitude poderia registar melhorias caso os próprios médicos estivessem ao corrente dos pontos fortes e limitações da AMPA, da precisão e fiabilidade dos equipamentos utilizados pelos seus pacientes, e bem informados acerca dos dispositivos automáticos existentes no mercado. A formação adequada dos pacientes relativamente à metodologia e interpretação da AMPA poderá reduzir a probabilidade de erros durante a medição [55] e permitir uma observação fiável da PAA.

Não existe actualmente uma abordagem estandardizada no que concerne a educação dos pacientes relativamente à AMPA. Talvez o envolvimento de membros das equipas de saúde seja necessário, tais como enfermeiros em clínicas de cuidados de saúde primários, enfermeiros especializados ou farmacêuticos [58], ou mesmo uma combinação de diferentes métodos [56]. Recursos adicionais tais como CD-ROMs, folhetos (cfr. o artigo sugerido no website do Journal of Hypertension), ou o acesso a websites dedicados poderão ser úteis na demonstração da AMPA aos pacientes.

Selecção do dispositivo e validação Os monitores disponíveis para AMPA podem teoricamente incluir esfigmomanómetros de coluna de mercúrio, manómetros aneróides e dispositivos electrónicos semi-automáticos (Caixa 5). Os esfigmomanómetros de coluna de mercúrio são complexos,

implicando a formação do paciente no que concerne o método auscultatório para além de que o mercúrio contribui para a poluição ambiental. Sendo assim, estes dispositivos não só não são recomendados, como nem sequer são comercializados em vários países [59, 60]. Os manómetros aneróides também requerem competências técnicas por parte do paciente e formação pelo médico, para além de poderem tornar-se imprecisos com a utilização continuada [61].Por estas razões, também estes aparelhos não são recomendados para uso rotineiro. Recentemente, foram desenvolvidos dispositivos manuais sem mercúrio baseados no método auscultatório e no uso de transdutores electrónicos. Apesar de também exigirem formação ao paciente, estes podem revelar-se úteis para indivíduos em quem medições automáticas não são possíveis, por exemplo, devido a arritmias ou à imprecisão das medições oscilométricas.

Todos os dispositivos automáticos e semiautomáticos actualmente disponíveis para a AMPA fazem uso da técnica oscilométrica. São populares entre os pacientes principalmente devido à sua simplicidade. Estes dispositivos são largamente publicitados e vendidos em farmácias e mesmo em supermercados, habitualmente sem instruções ou sem nenhum tipo de formação por parte de um profissional de saúde qualificado. Consequentemente, são vários os tipos de dispositivos deste género que são actualmente produzidos e comercializados, muitos dos quais sem terem sido objecto de uma avaliação independente para a sua utilização em prática clínica (ver www.dableeducational.org). Existem três categorias destes aparelhos: dispositivos que medem a pressão arterial no braço, no pulso e no dedo.

Caixa 5. Dispositivos para AMPA: selecção e validação

• Dispositivos auscultatórios (aneróides ou de mercúrio) não são recomendados para efectuar medições em casa, excepto em circunstâncias específicas (ex. arritmia).

• Dispositivos de dedo não são recomendados• Dispositivos de pulso não são recomendadosa

• Apenas dispositivos automáticos oscilométricos de braço validados são recomendados

• A equivalência dos dispositivos deve ser analisada (o mesmo dispositivo com nomes diferentes em países diferentes)

• Deverão existir braçadeiras de adulto de tamanho pequeno e grande opcionaisb

_________________________________________________________________________________________________________

a Sob avaliação para utilização em condições especiais (indivíduos idosos, indivíduos obesos). Os monitores de pulso com sensores posicionais parecem ser mais precisos. b A questão da braçadeira ainda não está resolvida (diferentes tamanhos de braçadeiras ou uma braçadeira ajustável?)

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Dispositivos de dedoDispositivos que medem a PA no dedo não são recomendáveis, uma vez que a vasoconstrição periférica, a alteração da PA na zona distal da medição, e o efeito particularmente relevante da posição do membro na PA, resultam em medições incorrectas [62].

Dispositivos de pulsoOs monitores automáticos de pulso são populares entre os pacientes, uma vez que a medição é obtida prontamente sem a necessidade de remoção da roupa. Estes aparelhos são, no entanto, sujeitos às mesmas limitações dos dispositivos de dedo, incluindo a zona distal e a posição do membro. A medição com dispositivos de pulso é fortemente influenciada, não só pelo nível a que o pulso se encontra mas também a sua flexão ou hiperextensão. Adicionalmente, os dispositivos de pulso são por natureza menos precisos devido à dificuldade em produzir um algoritmo exacto para a estimativa da pressão arterial sistólica (PAS) e pressão arterial diastólica (PAD), uma vez que existem duas artérias a contribuir para o sinal oscilométrico. Assim, continuam a existir forte reservas relativamente ao uso de dispositivos de pulso na prática clínica. No entanto, tem sido defendida a existência de estudos adicionais para explorar a utilização de dispositivos de pulso em medições efectuadas em populações específicas, tais como indivíduos obesos ou idosos, nos quais a AMPA medida no braço é de difícil execução [63].

Dipositivos de braçoOs monitores que medem a PA no braço (na artéria braquial) são apontados como os mais fiáveis na prática clínica e na investigação e, como tal, o seu uso é recomendado na AMPA. A maioria das recomendações gerais sobre medição da PA é aplicável a estes dispositivos, incluindo a necessidade de existência de braçadeiras de tamanhos apropriados. Os dispositivos electrónicos de braço validados deveriam assim ser os preferidos para a AMPA, especialmente aqueles que permitem o armazenamento, transmissão ou impressão das medições. Possíveis excepções são os pacientes aos quais não é possível medir a PA com estes dispositivos (pacientes com arritmia; em alguns pacientes, não é possível medir automaticamente a PA, sem razão aparente).

Validação dos dispositivosOs valores de PAS e PAD obtidos a partir de dispositivos oscilométricos são calculados através de algoritmos específicos a cada dispositivo que não são divulgados pelos fabricantes. Devido a esta heterogeneidade e à comercialização de uma panóplia de dispositivos, os pacientes devem assegurar-se de que o dispositivo que adquirem foi validado de acordo com critérios pré-definidos. Tendo por base a experiência de estudos que utilizaram protocolos de validação anteriores da American Association for the Advancement of Medical Instrumentation (AAMI) e da British Hypertension Society (BHS) [64], o Grupo de Trabalho da Sociedade Europeia de Hipertensão (SEH) sobre Monitorização da Pressão Arterial

desenvolveu um protocolo simplificado e actualizado, sem sacrificar a integridade dos protocolos anteriores. Este ‘Protocolo Internacional’ foi desenhado com o intuito de ser aplicável à maioria dos dispositivos de medição da PA disponíveis no mercado tendo já sido utilizado em diversos estudos [65]. Para além da validação ‘standard’, o Writing Committee recomenda também a validação independente de dispositivos para uso em populações específicas (crianças, mulheres grávidas, pacientes com hipertensão associada à gravidez, pessoas idosas, pessoas obesas, etc.).

Para além da validação da fiabilidade clínica, os dispositivos deveriam também ser submetidos a uma certificação técnica da sua qualidade com base nas restantes características que tornam a sua utilização segura, fácil e clinicamente útil na gestão da doença. Recentemente foi proposto um Protocolo de Certificação de Qualidade para dispositivos previamente validados, o qual deverá fornecer informações objectivas sobre a precisão e a qualidade dos monitores de PA.

O Writing Committee aceitou a necessidade de definir procedimentos para assegurar a exactidão dos próprios estudos de validação, pelo que uma proposta desses mesmos procedimentos está actualmente sob preparação pelo Grupo de Trabalho da SEH sobre Monitorização da Pressão Arterial.

Uma vez que apenas uma minoria dos dispositivos de auto-medição da PA no mercado satisfizeram os critérios independentes de validação, é necessária uma monitorização contínua dos aparelhos que são comercializados, com distribuição da informação acerca dos dispositivos validados aos compradores e aos fornecedores de cuidados de saúde. A SEH apoiou a criação de um website sem fins lucrativos onde são divulgadas listas actualizadas de dispositivos de medição de PA validados (www.dableeducational). Outros websites, tais como o da British Hypertension Society (www.bhsoc.org) também publicam informação sobre a validação de dispositivos.

Equivalência de dispositivosA necessidade de revalidação de dispositivos sobre os quais são efectuadas alterações menores que não impliquem a alteração do algoritmo de medição tem sido repetidamente contestada pelos fabricantes [66]. O Writing Committee apoia o procedimento de equivalência de dispositivos proposto pelo dablEducational Trust [67]. Os fabricantes são compelidos a publicar em websites dedicados declarações de equivalência do algoritmo de medição nos diferentes modelos.

Calibração dos dispositivos: testar a precisão do dispositivo em sujeitos individuaisO surgimento de erros de calibração é improvável nos dispositivos electrónicos devido à estabilidade comprovada dos transdutores de pressão electrónicos [68]. Se o dispositivo gera uma medição, é então provável que a mesma seja exacta.

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Leituras repetidamente anómalas indicam uma avaria e deverão promover a necessidade de calibração ou substituição. A calibração regular ao longo do tempo não é, portanto, recomendável. No entanto, uma vez que outros componentes, tais como os tubos e o braçal se podem deteriorar e afectar a precisão, os dispositivos individuais devem ser periodicamente analisados e os seus componentes substituídos caso seja necessário.

individuais aquando da sua primeira utilização. No entanto, fazê-lo, poderia promover uma oportunidade de educação e formação dos pacientes, que ficam frequentemente impressionados pelas leituras mais elevadas no consultório. Apesar de este procedimento não ser totalmente preciso, poderia ser útil para verificar se as medições estão a ser feitas correctamente (incluindo a selecção do tamanho ideal da braçadeira).

Características tecnológicas Os dispositivos para AMPA devem ser simples, preferencialmente automáticos, com um monitor digital de leitura fácil, e devem ser operados através de um único botão (Caixas 6 e 7). Deverão ter memória suficiente para permitir aos médicos aceder às medições armazenadas anteriormente (i.e, pelo menos 500 leituras).

A existência de um software incluído que execute uma análise preliminar automática dos dados e os interprete pode também ser útil. Em particular, os dispositivos que calculem as médias para o período após o calendário de diagnóstico recomendado estar completo (ver em baixo) devem ser preferidos. Outras características que podem ser úteis a alguns pacientes incluem sinais acústicos durante a insuflação e deflação da braçadeira, sistemas para detecção de movimentos do braço ou corporais ou de batimentos cardíacos irregulares, indicação de valores de PA muito elevados, cálculo separado das médias matinais e de tarde, dupla memória (permitindo o uso por dois indivíduos da mesma família), alarmes programáveis para recordar os pacientes de fazer a medição, adaptador AC / DC para poupar a bateria em caso de utilização frequente, conectividade externa com um computador, possibilidade de impressão, medições nocturnas automáticas, possibilidade de selecção de períodos específicos de tempo para efectuar uma análise estatística (ex. antes e depois de uma alteração à terapia).

Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial e telemedicinaOs valores de PAA são habitualmente manuscritos em cadernos ou folhas de registo, sendo frequentemente imprecisos e/ou ilegíveis [53, 69] para além de não permitirem uma compreensão imediata da duração e do controlo da PA. Estes factos podem desencorajar os médicos do seu uso na tomada de decisões clínicas. A necessidade de funções de armazenamento, análise e relatório automáticos dos dados da AMPA, levou ao desenvolvimento de sistemas de telemonitorização da PAA (TMPA) [70]. A TMPA baseia-se no registo das medições da PA obtidas em casa pelo paciente e a sua transferência para um computador remoto através do telefone (fixo ou móvel) ou de uma conexão à Internet. A geração automática de relatórios destes dados auxilia o médico na tomada de decisões terapêuticas, que poderão ser comunicadas ao paciente sem necessidade de consultas adicionais na clínica. Estão disponíveis no mercado diversos sistemas de TMPA, com modalidades diferentes na transmissão de dados e relatório, e características adicionais tais como alertas para executar as medições e/ou tomar a medicação.

Caixa 6. AMPA: Características tecnológicasRecomendadas: Facilidade de utilização, de preferência completamente automático Monitor digital facilmente legível Memória suficiente Possibilidade de cálculo das médias do período, de acordo com o

calendário de diagnóstico Existência de braçadeiras de diferentes dimensõesOpcionais: Detecção automática de movimentos do braço ou de batimentos

cardíacos irregulares Cálculo de médias diurnas e nocturnas Aviso e calendarização das medições de PA Medições nocturnas automáticas

Vantagens:- Fornecem impressões com: PA sistólica e diastólica PA média Frequência cardíaca Hora da medição Data da medição- Eliminam os erros de observador- Eliminam o enviesamento de observador- Eliminam preferência do dígito final- Formação/treino mínimo- Armazenam dados para análise e comparação futura- Fornecem indicações de tendência

Desvantagens:- Exactidão pouco fiável mas a melhorar- Todos usam a medição oscilométrica - PA sistólica e diastólica através da utilização de um algoritmo conhecido apenas pelo fabricante- A medição oscilométrica não é possível em alguns indivíduos- A medição oscilométrica não é exacta perante arritmias- Mais caros do que dispositivos aneróides ou de mercúrio- Subestima a PA na pré-eclâmpsia

Caixa 7. Vantagens e desvantagens de dispositivos de PA oscilométricos automáticos

Apesar de ser sabido que, por razões desconhecidas, os dispositivos oscilométricos podem não ser fiáveis em alguns indivíduos, ainda não se chegou a um acordo relativamente à necessidade de testar a precisão do dispositivo através da comparação do seu resultado com a leitura do esfigmomanómetro de mercúrio em pacientes

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A TMPA partilha a maioria das vantagens da AMPA tradicional, enquanto introduz melhorias na qualidade do relatório de dados e facilita a sua interpretação. Pode também ter um efeito benéfico no controlo da PA e no cumprimento do tratamento [71] e ser útil na identificação mais célere dos pacientes que demonstram estar a responder ao tratamento [72]. Alguns relatórios preliminares sugerem também a possível utilidade da TMPA na identificação de auto-titulação da medicação anti-hipertensora pelos pacientes [73]. A TMPA pode também ser importante para comparar terapêuticas anti-hipertensoras em estudos clínicos [74]. A principal desvantagem da TMPA é o custo elevado de aquisição e manutenção do sistema, em parte compensado pela redução dos custos de gestão do paciente quando comparado com os cuidados de saúde habituais. Este facto é particularmente importante perante a possibilidade de a TMPA ser reembolsada pelos sistemas nacionais de saúde. Uma

Calendário da monitorização residencial de PA

Número de pacientes Dias Leituras matinais Leituras vespertinas Total de leituras

Ohasama [10] 1789 28 1 0 28

SHEAF [18] 4938 4 3 3 24

PAMELA [20] 2051 1 1 1 2

Flanders [22] 391 1 3 0 3

Didima [23] 665 3 2 2 12

Tabela 2. Calendário da monitorização ambulatória de PA em estudos de eventos

outra limitação inclui a necessidade de dar formação aos pacientes e exigir uma conexão telefónica ou de Internet. A inclusão da TMPA em sistemas integrados de cuidados domiciliários de monitorização cardiovascular poderá estimular a sua difusão, particularmente em condições que requeiram um acompanhamento próximo, tais como insuficiência cardíaca crónica.

Procedimentos do utilizador: frequência e timing da monitorização ambulatória da pressão arterialA definição do calendário ideal para a AMPA deverá considerar a sua relação com o risco cardiovascular (‘abordagem baseada nos eventos’) e a sua capacidade para fornecer uma avaliação fiável e reprodutível da PAA ‘habitual’ de cada indivíduo (‘abordagem clínica’) [75] (Caixa 8).

Abordagem baseada nos eventosEm estudos de eventos [10-18, 20-24], tem sido utilizada uma grande variedade de calendários de AMPA (Tabela 2). Independentemente do calendário de monitorização, a AMPA é um preditor importante do risco cardiovascular (ver Monitorização Ambulatória da Pressão Arterial e prognóstico), mesmo quando são apenas consideradas duas [10, 20] ou três [76] medições da PAA. No entanto, quando o período de monitorização é alargado a alguns dias e o número de medições aumenta até 15, e por vezes, 25 [12], o valor preditivo melhora [10, 23]. Para além disso, uma única medição matinal da PAA provavelmente transmite uma imagem incompleta da PAA devido às diferenças significativas entre leituras consecutivas [77] e entre as medições efectuadas de manhã e de tarde [78, 79], que podem ter impactos diferenciados no prognóstico. Assim, para obter o valor preditivo óptimo da AMPA, deverá ser utilizada a média de pelo menos 12 medições, efectuadas de manhã e de tarde.

Abordagem clínicaEstudos de curto prazo têm sido utilizados para investigar o calendário óptimo de medições tomando em consideração a reprodutibilidade da PAA, a sua estabilidade ao longo do tempo e a sua relação com os valores da MAPA. A reprodutibilidade da PAA

Caixa 8. Procedimentos de utilizaçãoCondições de medição:

• 5 mins de descanso, 30 mins sem fumar ou ingerir cafeína• Posição sentada, costas apoiadas, e braço apoiado sobre a mesa• Braçadeira posicionada correctamente• Imóvel, pernas descruzadas, sem falar, relaxado• Repetição da medição com intervalos de 1 – 2 minutos• Anotação dos resultados nos dispositivos sem memória

Frequência e repetição da medição:• Avaliação inicial, avaliação do tratamento, e no acompanhamento a

longo-prazo antes de cada ida ao consultório/clínica• 7 dias de medições• Duas medições em cada sessão• Leituras diárias de manhã e de tarde (antes de tomar a medicação

e em jejum)• O primeiro dia de cada sessão de monitorização não deve ser tido

em consideração• Acompanhamento a longo-prazo: uma a duas medições por semana

(em discussão)

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depende do número de medições utilizado para fazer a média [79], e o seu valor máximo foi atingido em diferentes estudos utilizando 5 ou 6 [80, 81] até 30 [79] medições ao longo de alguns dias de monitorização, com a estabilidade a ser atingida nos primeiros 2 a 5 dias [77, 79-82]. Um calendário de 7 dias com duas medições diárias da PAA, de manhã e de tarde, foi assim considerado apropriado para estudos clínicos farmacológicos [83].

Ainda que a PAA seja reconhecidamente desprovida do efeito de bata-branca [6, 84, 85], os valores da PAA no primeiro dia de monitorização revelaram-se mais elevados e mais instáveis em diversos estudos, sendo que a reprodutibilidade da PAA melhorou quando estes não foram considerados [12, 23, 77, 82]. Além disso, a PAA média do primeiro dia não indicou diferenças na eficácia dos medicamentos [86]. Estas desvantagens do primeiro dia de AMPA são persistentes em sessões de AMPA subsequentes num dado paciente.

A fiabilidade da AMPA foi também verificada através de uma comparação com os valores médios da PAA. Ainda que alguns autores tenham sugerido que poucas leituras possam ser suficientes para obter os melhores resultados [87], outros parecem acreditar que é necessário um grande número (42 ao longo de 7 dias) de medições largamente editadas [88].

Calendário recomendado da AMPATomando em consideração estas observações, o calendário óptimo da AMPA a ser utilizado na tomada de decisões deverá representar o nível habitual da PAA, manifestar-se num nível de PAA reprodutível e ter suficiente valor preditivo [89]. Tendo por base os dados anteriores, para alcançar tal valor, será desejável obter um mínimo de 12 leituras e um máximo de 25 leituras ao longo de alguns dias. O Writing Committee concorda com a sugestão anterior do Grupo de Trabalho da SEH sobre Monitorização da Pressão Arterial [6], segundo o qual a PAA deveria ser monitorizada durante 7 dias, com pelo menos duas leituras efectuadas de manhã e outras duas leituras de tarde. Na tomada de decisões clínicas, a média de todas as medições deverá ser usada, com excepção das leituras do primeiro dia, que deverão ser ignoradas.

Este calendário deverá ser utilizado na fase inicial, na fase de tratamento e na fase de acompanhamento. Por outras palavras, é aconselhável ao paciente a monitorização da sua PAA seguindo este calendário de 7 dias imediatamente antes de cada visita ao consultório. Ainda existe algum debate acerca desta questão [89, 90], uma vez que ainda não foi encontrado um consenso acerca de se e como é que a PAA deve ser monitorizada nos restantes períodos, i.e, entre visitas. É necessário ter em conta que a monitorização da PA durante um longo período de tempo pode levar a comportamentos desnecessários e compulsivos de medição da PA em alguns pacientes. Para além disso, a ocorrência de uma leitura de PA elevada pode traduzir-se no aujo-ajustamento da dosagem do medicamento ou em

idas desnecessárias às Urgências. Ainda assim, alguns especialistas são da opinião que a AMPA durante um longo período de tempo pode permitir uma avaliação mais precisa da estabilidade da PAA, aumentar o compromisso dos pacientes perante o tratamento e manter as suas capacidades de medição da PA em níveis adequados, tal como será detalhado em duas secções seguintes.

Limiares de diagnóstico e de terapêuticaApesar de a associação entre a PA e o risco cardiovascular ser contínua, é crucial para a tomada de decisões clínicas definir os limiares da AMPA acima dos quais a hipertensão deve ser diagnosticada (limiares de diagnóstico). Outro tema relevante prende-se com a questão da definição, ou não, de objectivos terapêuticos para a AMPA e, em caso afirmativo, quais deverão ser. É mundialmente consensual que os limiares de cut-off aplicáveis à esfigmomanometria convencional não podem ser directamente extrapolados para a AMPA, uma vez que estudos em populações aleatórias [10-16, 19,20,24,91] e em pacientes hipertensos [18, 21, 38] demonstraram que a PAA é inferior à PAC. As recomendações actuais relativamente a estes limiares baseiam-se nos dados obtidos em meta-análises [92,93], em estudos observacionais e estudos clínicos, fazendo também referência às guidelines anteriores [3,4,6,94-102].

Revisão das evidênciasMeta-análises Na meta-análise de todos os dados obtidos em artigos publicados, os limiares foram definidos através da análise da distribuição relativa dos valores de PAA e PAC e da identificação dos níveis de PA correspondentes. Dependendo do método utilizado, os limiares de PAA identificados foram 137/89 mmHg (cut-off de dois DP), 135/86 mmHg (cut-off do percentil 95), 129/84 mmHg (que corresponde a uma PAC = 140/90 mmHg, método da regressão) e 125/79 mmHg (que corresponde a uma PAC = 140/90 mmHg, método do percentil) [92]. Numa meta-análise de dados de pacientes individuais, os percentis 95 da PAR foram 136/85 mmHg (de manhã), 139/86 mmHg (de tarde) e 137/85 mmHg (diário) [93].

Diversos estudos longitudinais em populações [10-16, 19,20, 24,91] ou em coortes de pacientes [18, 21,38] tentaram encontrar uma justificação para os limiares de cut-off de diagnóstico da PAA em termos de mortalidade [10,11,19,20,91] ou em termos de endpoints fatais/não-fatais [12,13,15,16,18,21,23-25,38]. Os limiares sugeridos diferem ligeiramente entre os estudos (Tabela 3) variando entre 125 e 138 mmHg para a PAS e 83 e 85 para a PAD [10,11,23,24,91]. Resultados semelhantes foram obtidos em pacientes hipertensos em tratamento [18]. Alguns estudos sugeriram que os limiares da PAA em pacientes de alto-risco poderão ser inferiores a 135/85 mmHg [13,21].

Estudos clínicosAté à data, foram completados e publicados poucos estudos acerca

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do uso da AMPA. Em dois deles (THOP e HOMERUS), um tratamento farmacológico anti-hipertensor foi ajustado com base na PAA ou na PAC, e o mesmo limite (140/90 mmHg) utilizado para ambos. Os resultados de ambos os estudos confirmaram que o limite de cut-off da PAD deverá ser inferior na medição da PAA do que na medição da PAC [103,104]. O estudo HOMED-BP, cujos resultados ainda não estão disponíveis, tem como enfoque a definição de objectivos terapêuticos da PAA através da selecção aleatória de indivíduos para dois grupos: um com um objectivo de PAA de 125-134/80-84 mmHg e um segundo com um objectivo de PAA inferior a 125/80 mmHg [105,106].

Até à data, existem apenas evidências indirectas relativamente a limites operacionais na gravidez [107]. Foram também propostos limites de referência para a PAA em crianças e adolescentes [108]. Estas questões são discutidas em mais detalhe ao longo deste trabalho.

Proposta para limiares de diagnóstico e terapêuticos Limiares de diagnósticoOs dados acima apresentados são consistentes com a ideia de que a hipertensão deve ser diagnosticada por AMPA a partir de valores de 135 mmHg de PAS ou 85 mmHg de PAD em adultos, indivíduos de maior idade e mulheres (incluindo grávidas), pelo menos até que estejam disponíveis mais dados das populações especiais. Ainda que tenha sido proposta a utilização de valores inferiores a 120/80 mmHg e a 130/85 mmHg da AMPA para caracterizar os estados óptimo e normal, respectivamente, o Writing Committee acordou que estes não deverão ser recomendados até que estejam disponíveis mais dados.

Limiares de terapêuticaOs níveis-alvo de PAA que devem ser atingidos com os tratamentos farmacológicos anti-hipertensores são ainda desconhecidos, estando a ser analisados pelo estudo actualmente em curso HOMED-BP [105].

No entanto, o objectivo da PAA para o tratamento deveria ser, logicamente, abaixo do limiar utilizado no diagnóstico da hipertensão, isto é, deveria ser inferior a 135 mmHg para a PAA sistólica e inferior a 85 mmHg para a PAA diastólica. Tal como recomendado para a PAC [1], poderão ser aconselháveis objectivos de PAA mais reduzidos nos tratamentos de pacientes de alto risco, tais como pacientes com diabetes mellitus, antecedentes de acidente vascular cerebral, doença cardíaca coronária ou doença hepática. No entanto, não estão ainda disponíveis dados que suportem estas conclusões.

O risco de eventos cardiovasculares é significativamente influenciado pelas variações, ainda que pequenas, na PAC atingida [109-112], sendo que a redução na PAC se traduz numa redução, ainda que menor, da PAR. Tendo por base os rácios ambulatória/consultório observados no efeito de redução da PA [103], é expectável que uma diminuição da PAA sistólica de 2 mmHg tenha o mesmo efeito de redução do risco que uma diminuição da PAC sistólica de 3 mmHg, isto é, um decréscimo de 20% na ocorrência de AVCs. Deve portanto ser enfatizado que mesmo que as dificuldades em atingir os objectivos terapêuticos [105] sejam frustrantes para os pacientes e os médicos, cada mmHg de redução na PAA é importante, uma vez que contribui para a prevenção de complicações cardiovasculares, especialmente em pacientes de alto risco.

Indicações clínicasImplicações da AMPA no diagnóstico da hipertensãoTal como acima discutido, é consensual o uso de 135/85 mmHg como o valor de cut-off no diagnóstico da hipertensão, que corresponde a uma PAC de 140/90 mmHg. Se desenharmos uma linha de regressão para demonstrar a relação entre a PAC e a PAA, é visível que, apesar de ambos os valores estarem correlacionados, a dispersão é ainda considerável. Isto significa que cada indivíduo pertence a uma das quatro categorias definidas na Figura 1. Indivíduos com uma PAC

Acrónimo Ano Amostra Número Idade Leituras Limite

Ohasama [10,11,91] 1997 – 2006 P 1913 (58,6) 60,8 (> 40) M (28) <137 / 84

Kahoku [16,17] 1999-2005 P P 1186 (57,5)461 (58,4)

73,5 (> 65)80,0 (> 75)

M/N (5)M/N (5)

125-134/...< 135/…

Rave [38] 1999 DM 77 (48,0) 37 M/N(2) < 138/83

SHEAF [18] 2004 HTA 4939 (51,1) 70 M/N (4) < 135/85

PAMELA [19,20] 2005-2006 P 2051 (49,4) 51,2 ( 25-75) M/N (1) < 135/83Agarwal [21] 2006 DRC 217 (3,7) 67,4 M/T/N (7) < 130/…

P indica amostra da população. DM, HTA e DRC referem-se a pacientes com diabetes mellitus, hipertensão e doença renal crónica, respectivamente. Número indica o número de pacientes envolvidos com a proporção de mulheres entre parêntesis. M, T, N referem-se a manhã, tarde e noite, respectivamente, com o número de dias de medição entre parêntesis

Tabela 3. Limiares propostos em estudos prospectivos de coorte

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de 140/90 mmHg ou superior e uma PAA de 135/85 mmHg ou superior são descritos como tendo hipertensão sustentada (não-controlada), enquanto aqueles que apresentam ambos os valores abaixo dos limites de diagnóstico podem ser considerados normais (normotensão sustentada ou hipertensão controlada se com medicação). O fenómeno da ‘HBB’ [5,7,42,43], no qual os valores de PA medidos em ambiente clínico (i.e, a PAC) normalizam em medições da PA fora do consultório, foi demonstrado há muitos anos utilizando a MAPA [113] e mais tarde também se evidenciou utilizando a AMPA [85,114].

Recentemente, o termo ‘hipertensão mascarada’ foi usado para descrever pacientes com PAC normal mas medições fora do consultório elevadas (Fig. 1). Mais uma vez, o estudo inicial baseou-se na MAPA [8] mas o efeito é igualmente visível utilizando a AMPA [115].

A prevalência destas duas condições na população geral é relativamente consistente na literatura (15-20% HBB e 10-15%

de Hipertensão mascarada [116,117]). Apesar de a grande parte da informação ter sido obtida utilizando a MAPA, estimativas semelhantes são obtidas quando se considera a AMPA [118], mesmo que os resultados utilizando as duas técnicas não se sobreponham por completo [85, 119].

Alguns estudos dedicaram-se à questão das implicações da HBB e da hipertensão mascarada no prognóstico. A relevância da HBB para o prognóstico ainda é debatida, mas é certo que, no mínimo, aumenta ligeiramente o risco cardiovascular [117]. Pelo contrário, a hipertensão mascarada tem sido consistentemente associada a um risco elevado, semelhante ao de pacientes com hipertensão persistente, nos quais quer a PA do consultório quer a PA ambulatória são elevadas [116, 120].

Apesar da relevância clínica óbvia da HBB e da hipertensão mascarada, até à data não existe ainda um consenso relativamente à abordagem clínica ideal a ambas as condições perante a inexistência de informação. A medição da PA fora do consultório é, por definição, essencial à sua identificação e, de facto, a suspeita de HBB e hipertensão mascarada estão entre as principais indicações para a MAPA ou a AMPA [1,3,6].

Auto-medição da pressão arterial no seguimento de longo-prazo da hipertensãoUma aplicação importante da AMPA reside na possibilidade da sua utilização de longo-prazo no seguimento dos pacientes sob terapêutica anti-hipertensora [121, 122], com a consequente redução da necessidade de check-ups médicos [123] (Caixa 9). Várias guidelines nacionais e internacionais [6, 99-102] recomendam a utilização da AMPA no seguimento da hipertensão.

Avaliação do controlo da PA: HBB e Hipertensão mascarada em pacientes hipertensos em tratamentoA AMPA tem a vantagem de fornecer informação acerca do controlo da PA fora do consultório, permitindo a identificação de pacientes em tratamento anti-hipertensor que evidenciem HBB e hipertensão mascarada [124].

A HBB (i.e, a presença de valores de PAA controlados apesar de valores de PAC elevados) é muito frequente em pacientes em tratamento anti-hipertensor [18], o que significa que muitos dos pacientes que parecem ser resistentes ao tratamento no consultório podem muito bem ter a PA fora do consultório controlada. Apesar de todas as guidelines recomendarem a utilização de medições de MAPA, nestes pacientes, para que se possa confirmar ou rejeitar a hipótese de hipertensão resistente [125], a AMPA poderá também ser útil.

A identificação de pacientes em tratamento com níveis controlados de PAC e níveis anómalos de PA fora do consultório pode ser ainda mais importante uma vez que esta condição parece ser muito

Caixa 9. Indicações para utilização da AMPA em pacientes hipertensos em tratamentoTodos os pacientes sob medicação anti-hipertensoraAvaliação da hipertensão de bata brancaAvaliação da hipertensão mascaradaAvaliação da hipertensão resistenteMelhoria do cumprimento e adesão ao tratamentoMelhoria das taxas de controlo da hipertensão

ambos os valores abaixo dos limites de diagnóstico podem ser considerados normais (normotensão sustentada ou hipertensão controlada se com medicação). O fenómeno da ‘HBB’ [5,7,42,43], no qual os valores de PA medidos em ambiente clínico (i.e, a PAC) normalizam em medições da PA fora do consultório, foi demonstrado há muitos anos utilizando a MAPA [113] e mais tarde também se evidenciou utilizando a AMPA [85,114]. Fig. 1

______________________________________________________________________________________________

Recentemente, o termo ‘hipertensão mascarada’ foi usado para descrever pacientes com PAC normal mas medições fora do consultório elevadas (Fig. 1). Mais uma vez, o estudo inicial baseou-se na MAPA [8] mas o efeito é igualmente visível utilizando a AMPA [115].

A prevalência destas duas condições na população geral é relativamente consistente na literatura (15-20% HBB e 10-15% de Hipertensão mascarada [116,117]). Apesar de a grande parte da informação ter sido obtida utilizando a MAPA, estimativas semelhantes são obtidas quando se considera a AMPA [118], mesmo que os resultados utilizando as duas técnicas não se sobreponham por completo [85, 119].

Figura 1

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comum (42-50% dos pacientes com PAC controlada registaram valores elevados de PAA em alguns estudos [18, 126]) e está associada a riscos cardiovasculares semelhantes à hipertensão sustentada não-controlada [18]. Esta condição é frequentemente apelidada de ‘hipertensão mascarada’ tal como na abordagem de diagnóstico a pacientes que não estão a ser tratados, ainda que os mecanismos responsáveis por este fenómeno possam ser diferentes em pacientes em tratamento e pacientes que não estão a ser tratados. A sua prevalência elevada em pacientes em tratamento pode ser parcialmente explicada pelo facto de a PAC ser frequentemente medida durante o período de efeito máximo dos medicamentos, enquanto a PAA pode ser medida quando o efeito já se desvaneceu, provocando uma discrepância entre ambas as medições de PA que é particularmente evidente quando são utilizados medicamentos de curta duração.

Se considerarmos as dificuldades existentes na identificação em ambiente clínico de pacientes com HBB e hipertensão mascarada, então idealmente a AMPA deveria ser executada em todos os pacientes sob tratamento anti-hipertensor, mesmo que apresentem PAC controlada. A recomendação de executar a AMPA revela-se ainda mais relevante em pacientes cuja probabilidade de terem hipertensão mascarada é elevada [i.e. pacientes com idade superior a 60 anos e com PAC sistólica normal-alta (130-140 mmHg), fumadores ou pacientes do sexo masculino com mais de 70 anos] [127], assim como em pacientes com PAC normal-alta que apresentam risco elevado de desenvolvimento de doenças cardiovasculares (factores de risco múltiplos, lesão de órgãos-alvo, morbilidade associada, tais como diabetes mellitus ou doença hepática), ou com doenças cardiovasculares já diagnosticadas.

Utilização da AMPA na melhoria da adesão ao tratamento e ao controlo da PAUma das causas mais importantes da hipertensão não-controlada é a fraca adesão à terapêutica. De facto, o sucesso das alterações do estilo de vida em pacientes com doenças crónicas é bastante superior quando se encoraja os pacientes a estar activamente envolvidos no seu tratamento. A AMPA, sendo o método de medição da PA que requer maior cooperação do paciente, pode ser especialmente eficaz na alteração da percepção dos pacientes relativamente à sua hipertensão, podendo encorajá-los a executar as alterações de estilo de vida necessárias e a cumprir a terapêutica anti-hipertensora. De facto, foi demonstrado que a utilização da AMPA está associada a um maior cumprimento do tratamento [128], o que torna esta abordagem especialmente útil nos pacientes com hipertensão resistente ao tratamento devido ao incumprimento da terapêutica [129]. Uma meta-análise de estudos controlados e aleatorizados que comparou a AMPA com métodos habituais demonstrou que a MRPA se traduziu num controlo da PA mais eficaz do que as medições de PA habituais no sistema de saúde [121], e que este resultado ocorreu mais cedo do que com medições no consultório [130].

De destacar que, tal como confirmado por um registo recente, a AMPA é cada vez mais aceite e utilizada por prestadores de cuidados primários, não só para avaliar a resposta ao tratamento anti-hipertensor e para fazer o seguimento no longo-prazo dos pacientes hipertensos, mas também para melhorar a adesão à terapêutica pelo paciente [56].

Tomando em consideração as dificuldades existentes na definição das características dos pacientes que exibam discrepâncias entre o controlo da PAC e da PAA, a importância para o prognóstico da hipertensão mascarada em pacientes hipertensos sob tratamento, e os benefícios prováveis em termos do envolvimento do paciente e o cumprimento da terapêutica, o Writing Committee recomenda a utilização da AMPA em todos os pacientes com hipertensão em tratamento (Caixa 10).

Aplicações específicas da AMPACriançasNos últimos anos, tem-se assistido a um interesse renovado na medição da PA em crianças e adolescentes após o reconhecimento de que, para além da presença da hipertensão secundária, na maior parte dos casos causada por doenças renais, a hipertensão essencial é comum nos adolescentes (Caixa 11). Além disso, os riscos de longo-prazo para a saúde de crianças e adolescentes hipertensos podem ser substanciais. A hipertensão nas crianças tem características específicas, incluindo um valor preditivo muito reduzido da PAC, a utilização de percentis populacionais em vez de limites únicos para o diagnóstico da hipertensão, a associação a um largo espectro de doenças subjacentes, a predominância da hipertensão secundária nos primeiros anos de vida, com um aumento da taxa de hipertensão essencial na adolescência [131]. Adicionalmente, tanto a HBB como a hipertensão mascarada já foram também descritas em crianças [131].

Da mesma forma, tal como na população adulta, também nas crianças e adolescentes, a variabilidade da PA, o enviesamento

Caixa 10. Utilidade da AMPA de longo-prazo em pacientes hipertensos em tratamentoVantagens:

(1) Melhoria na avaliação dos efeitos da medicação(2) Detecção da relação causal entre os efeitos adversos e a

resposta da PA aos medicamentos anti-hipertensores(3) Melhoria na adesão ao tratamento(4) Detecção do efeito de bata branca e da hipertensão mascarada

Limitações:(1) Possível causa de ansiedade(2) Risco de auto-medicação

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Percentis para rapazes (n=347) Percentis para raparigas (n=420)

Altura (cm) N 50 95 N 50 95

120-129 23 105/64 119/76 36 101/64 119/74130-139 51 108/64 121/77 51 103/64 120/76140-149 39 110/65 125/77 61 105/65 122/77150-159 41 112/65 126/78 71 108/66 123/77160-169 45 115/65 128/78 148 110/66 124/78170-179 91 117/66 132/78 46 112/66 125/79180-189 57 121/67 134/79 7 114/67 128/80

Reproduzido com permissão de [108]

Tabela 4. Limites propostos da PAR em crianças para uso clínico

do observador e o efeito de bata-branca limitam a fiabilidade das medições no consultório [6]. Assim, a MAPA tem-se tornado o instrumento utilizado no diagnóstico da hipertensão nesta população [132]. No entanto, a existência de dados que atestem a precisão dos dispositivos oscilométricos em crianças é muito limitada (ver www.dableeducational.org).

A disponibilidade crescente de equipamentos para efectuar a AMPA traduziu-se no aumento do interesse em medições regulares da PAA, no entanto, continua a ser escassa a informação sobre a AMPA em crianças e adolescentes. Especificamente, os factores que têm limitado a utilização da AMPA nesta população incluem

a inexistência de dados acerca da validação dos monitores da PAA, inexistência de valores de referência, pouca informação sobre a reprodutibilidade, e dificuldades em obter cooperação por parte das crianças.

AparelhosEntre os poucos estudos de validação de monitores oscilométricos na faixa etária pediátrica, alguns produziram resultados positivos, enquanto outros falharam o protocolo de validação (ver Apêndice A, Leituras sugeridas).

Limiares de diagnósticoA PAC aumenta de forma gradual durante a infância e adolescência, nas fases de crescimento e maturação, sendo que a adolescência é um período de rápido crescimento durante o qual a massa corporal e a PA se alteram rapidamente [133]. Por estas razões, a Task Force For Blood Pressure in Children introduziu valores de referência da PA para crianças e adolescentes de acordo com o sexo, idade e/ou altura [52]. No entanto, nas crianças e adolescentes, a MAPA diurna, a AMPA e a PAC podem variar largamente, provavelmente devido ao elevado nível de actividade física frequente nesta população [134]. Curiosamente, em crianças mais novas, a PAC parece ser inferior à PAA, sendo que esta diferença se reduz com o aumento da idade e desaparece após os 12 anos [135]. Até à data, apenas um estudo procurou definir os valores de PAA normais numa população de idade entre 6 e 18 anos [108] (Tabela 4).

A reprodutibilidade da AMPA quando comparada com a PAC e MAPA foi analisada num estudo recente em crianças e adolescentes [136]. Tal como demonstrado anteriormente para os adultos [82], verificou-se que a AMPA apresenta maior reprodutibilidade do que a PAC e reprodutibilidade semelhante quando comparada com a MAPA [136].

CalendárioNão existem recomendações no que concerne a frequência e a altura em que a AMPA deve ser medida nas crianças. No seguimento das

Caixa 11. Questões pendentes relacionadas com a AMPA em populações especiais

População Questões pendentes

Crianças • Valores de referência incertos• Poucos dispositivos validados• Calendário da AMPA• Valor diagnóstico

Idosos • Variabilidade da PA• Cumprimento/execução das medições por parte do

paciente

Obesos • Necessidade de validação das braçadeiras e dos aparelhos de pulso

Arritmias • Fiabilidade dos dispositivos automáticos• Utilidade da incorporação de software que indique

arritmiaGravidez • Necessidade de validação específica de dispositivos

digitais• Importância da posição sentada• Inexistência de limites estabelecidos ou algoritmos de

seguimentoDRT e diabetes • Precisão reduzida dos dispositivos oscilométricos

(devido à rigidez arterial típica destas doenças?)• Necessidade de atingir um nível mais agressivo de PA

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conclusões verificadas nos adultos [77, 82], também nas crianças e nos adolescentes, períodos mais reduzidos de AMPA (leituras duplas matinais e de tarde em pelo menos 3 dias, mas de preferência 7 dias) produzem uma avaliação fiável do nível de PA em casa [136].Concluindo, ainda que a medição da PAC continue a ser o método recomendado para a avaliação da PA em crianças e adolescentes, a AMPA parece ter um potencial considerável na prática clínica e na investigação focada nesta população. No entanto, são necessárias mais evidências relativamente à sua metodologia e utilidade clínica.

Pessoas idosasExistem várias características da hipertensão em pessoas idosas que tornam a monitorização da PA fora do consultório particularmente importante nesta população. Em primeiro lugar, a prevalência de HBB é superior em pacientes hipertensos idosos do que em pacientes hipertensos mais novos [137]. Em segundo lugar, os indivíduos idosos apresentam uma variabilidade da PA mais pronunciada quando comparados com indivíduos de menor idade [138], o que por si só, pode ser associado com um risco cardiovascular elevado [139], especialmente quando esta variabilidade está relacionada com um aumento excessivo da PA durante a manhã [140]. Em terceiro lugar, nos indivíduos de maior idade, a autorregulação da circulação em órgãos-alvo durante reduções pronunciadas da PA fica debilitada e a medicação excessiva anti-hipertensora para reduzir a PAC pode causar hipotensão sintomática, penalizando o cumprimento do tratamento.

Apesar de a MAPA parecer ser a técnica mais apropriada para diagnosticar os problemas acima mencionados, a AMPA também se pode revelar um instrumento útil para ultrapassar estas características e atingir o nível óptimo individual de controlo da PA nas 24 horas em idosos [141]. O papel que a AMPA desempenha em indivíduos de maior idade (mas também noutros pacientes, por ex. pacientes com apneia obstrutiva do sono) poderá aumentar com o aparecimento de dispositivos que permitam medições da PA durante a noite [142, 143].

Os dados obtidos a partir de estudos prospectivos alargados e estudos clínicos utilizando a AMPA em indivíduos idosos são bastante limitados. Sendo assim, até que esteja disponível mais informação, o limite da AMPA para o diagnóstico da hipertensão e o objectivo da PAA com medicação anti-hipertensora deverão ser semelhantes aos níveis utilizados para os restantes adultos, isto é, 135/85 mmHg.

A utilização da AMPA na população idosa poderá ser difícil devido a limitações físicas e intelectuais. Dispositivos integrados de AMPA, com a capacidade de executar várias leituras automáticas da PA e a possibilidade de armazenamento e análise dos dados, deverão ser preferidos nesta população. A assistência de uma terceira pessoa (por ex. um familiar) poderá ser necessária em alguns casos. A AMPA nesta população deverá ser medida tanto na posição sentada como de pé, sempre que há suspeitas de hipotensão ortostática.

Indivíduos ObesosA avaliação clínica da hipertensão em indivíduos obesos [144] é mais complicada devido ao facto de as discrepâncias entre a PA de consultório e fora do consultório serem mais comuns neste grupo do que na população não-obesa. De facto, a severidade da obesidade parece estar associada a uma maior prevalência da HBB e da hipertensão mascarada, uma vez que a obesidade é um dos principais factores associados a uma PAA mais elevada do que a PAC [118, 145].

Outra dificuldade relevante na medição da PA (tanto no consultório como ambulatória) em indivíduos obesos está relacionada com tamanhos inapropriados da braçadeira, que podem afectar sobremaneira a exactidão da medição. A utilização de uma braçadeira de tamanho normal pode traduzir-se na sobrestimação da PA em indivíduos obesos. Apesar de ser possível ajustar a medição de acordo com o tamanho da braçadeira utilizando a medida da circunferência do braço, é melhor e mais simples a utilização da braçadeira de dimensão correcta [146]. O tamanho apropriado da

Auscultatório (mercúrio) Intra-arterial

Gravidez PE Gravidez PE

Indivíduos (n) 597 176 8 30

Sistólicaa -1.13 (5.80) -4.60 (8.04) 4.11 (10.95) -17.76 (10.12)

Diastólicaa -1.20 (6.03) -5.16 (7.19) 3.00 (8.00) -8.17 (6.59)

Tabela 5. Meta-análise de 10 estudos nos quais a validação dos dispositivos de MRPA foi feita em grávidas com e sem pré-eclampsia (PE)

a Diferença média da pressão resultante de medição oscilométrica e, auscultatória ou intra-arterial, respectivamente.

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braçadeira para indivíduos obesos depende não só da circunferência do braço mas também do seu formato. Um braço de formato cónico, comum em indivíduos obesos, torna difícil a inserção da braçadeira no braço, levando a uma medição da PA imprecisa. A utilização de dispositivos de pulso pode evitar estas dificuldades, representando uma alternativa para a AMPA em indivíduos obesos, ainda que seja necessária investigação adicional e melhorias tecnológicas.

Pacientes com arritmiasA aplicação da AMPA em pacientes com arritmias levanta questões importantes. Na fibrilação auricular ou extrassístoles ventriculares e supraventriculares frequentes, o volume de ejecção varia dependendo do intervalo entre pulsações anterior o que provoca uma grande variação na PA de batimento para batimento, tornando a medição correcta da PA difícil ou mesmo impossível. Na fibrilação auricular, este fenómeno é mais evidente em pacientes sem controlo da frequência do que naqueles em a frequência é controlada. Além disso, a utilização de bloqueadores-beta ou outros medicamentos antiarrítmicos em pacientes com arritmias pode frequentemente ser a causa de bradiarritmia, que também pode afectar a exactidão da leitura.

De modo geral, não existe um método aceite universalmente para a medição da PA em pacientes com arritmias, e os dispositivos são muito variáveis relativamente à sua capacidade para medir a PA correctamente [147, 148]. Especificamente, a medição da PA é praticamente impossível com dispositivos oscilométricos, cujo software é na maioria dos casos, incapaz de calcular os valores de PAS e PAD correctamente, especialmente em casos de fibrilação auricular, a não ser que a frequência cardíaca esteja a ser adequadamente controlada através de tratamento. A investigação de novas soluções tem sido contínua, no entanto ainda não existem dispositivos que possam ser considerados válidos neste contexto. Um desenvolvimento que poderia ser interessante é a disponibilização de dispositivos de AMPA com algoritmos de detecção de arritmias, que serviriam de sistema de alerta precoce de arritmias [6]. No entanto, a exactidão diagnóstica destes algoritmos requer validação utilizando protocolos especificamente desenhados para o efeito.

Devido aos problemas acima mencionados dos monitores de PA automáticos, o método auscultatório mantém-se a opção mais viável para a AMPA em pacientes com arritmias, se treinados apropriadamente. Existem vários aspectos a considerar quando a PA auscultatória é medida nestes pacientes. Em pacientes com fibrilação auricular, a PAS é frequentemente sobrestimada e a PAD subestimada, pois o primeiro som de Korotkoff não é representativo da PAS. No entanto, esta variabilidade poder ser ultrapassada caso a taxa de deflação não seja superior a 2 mmHg por batimento e caso sejam efectuadas mais de 3 medições. Na presença de bradiarritmia (i.e., resposta ventricular inferior a 40-45 batimentos /min) é importante que a taxa de deflação seja inferior do que para frequências cardíacas normais, pois uma taxa de deflação excessiva

provocará a subestimação da PAS e a sobrestimação da PAD. Em resumo, a AMPA pode ser por vezes utilizada em pacientes com arritmias, quando a probabilidade dos resultados da AMPA serem afectados pela perturbação no ritmo é reduzida. Dispositivos com uma função de detecção de arritmia podem ser úteis neste grupo de indivíduos mas requerem mais testes. Nos pacientes que apresentam arritmias frequentes ou persistentes, a AMPA não deve ser usada como ferramenta de diagnóstico única até que seja desenvolvida e validada uma metodologia de avaliação da PA nestes pacientes.

AMPA na gravidezApesar de permitir a avaliação da hipertensão na gravidez, erros de amostragem da PA, como os encontrados na prática clínica, podem frequentemente resultar em erros de diagnóstico. Num inquérito a todas as mulheres com eclâmpsia no Reino Unido, apenas em ligeiramente mais de metade foi detectada hipertensão e proteinúria antes da convulsão, apesar de 85% terem sido vistas por um médico na semana anterior. Ainda que a pré-eclâmpsia envolva muito mais do que hipertensão, um aumento da PA é um método credível para identificar esta condição, e a vigilância da PAA, associada aos cuidados pré-natais, pode antecipar a sua detecção.

A AMPA, apesar de actualmente não ser frequentemente utilizada neste contexto, tem um potencial considerável na melhoria do seguimento em mulheres grávidas. Não só pode reduzir o número de consultas pré-natal sem aumentar a ansiedade [149], como é também vantajoso para mulheres que tiveram pré-eclâmpsia anteriormente, e estão particularmente preocupadas com a possibilidade de recorrência.

Não existem limites estabelecidos ou algoritmos para gestão da hipertensão com a AMPA em pacientes grávidas. No entanto, foram recentemente estabelecidas guidelines comunitárias para profissionais da saúde em visitas ao domicílio [150]. As diferenças entre a PAA e a PAC deverão ser semelhantes às apresentadas por mulheres não-grávidas e devem ser consideradas quando se indicam limites de referência. Da mesma forma, considerando o potencial risco de saúde imediato para mãe e filho, a AMPA deverá ser implementada e um mecanismo de mesmo-dia auto-referência deverá estar em prática na maternidade local ou com o profissional de saúde adequado.

A AMPA é quase exclusivamente executada com dispositivos oscilométricos. Existe alguma preocupação relacionada com o facto de apenas alguns monitores de PA oscilométricos serem comprovadamente precisos perante pré-eclâmpsia, onde a hemodinâmica alterada resulta frequentemente na subestimação da PA. Assim, apenas os dispositivos fiáveis devem ser recomendados. Todavia, existem poucos dispositivos que tenham sido validados para uso durante a gravidez por estudos metodologicamente aceites (ver Apêndice A, Leitura sugerida). Foi observada uma tendência para subestimar a PA, especialmente perante pré-eclâmpsia,

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mas o grau de erro não impede forçosamente a sua utilização na prática clínica. Alguns dispositivos apresentam, de facto, um erro inaceitavelmente elevado, pelo que se mantém a recomendação de avaliação específica de cada dispositivo a ser utilizado na população obstétrica.

Tal como recomendado para a PAC, também a AMPA deve ser executada com a mulher em posição sentada ou deitada de lado num ângulo de 45º, com o braço ao nível do coração.

AMPA e insuficiência renal crónicaÉ provável que os pacientes com redução da taxa de filtração glomerular (TFG) tenham concomitantemente também hipertensão, exibindo uma redução da queda nocturna da PA e, frequentemente, PA nocturna mais elevada do que a diurna [151-153]. Esta constatação é frequente em pacientes que fazem hemodiálise e diálise ambulatória peritoneal contínua [154, 155] após um transplante renal [156-158]. Para além da doença renal em si, a medicação frequentemente utilizada nestes pacientes (eritropoetina [159] e ciclosporina [160]) também contribuem para o aumento da prevalência e da gravidade da hipertensão.

Já foi claramente demonstrado que em pacientes com doença renal crónica, um controlo adequado da PA reduz a velocidade do declínio da função renal [151], e da morbilidade e mortalidade cardiovascular. Assim, uma avaliação correcta da PA é fundamental para uma gestão eficaz de pacientes com função renal debilitada.

Neste contexto, a AMPA é o método recomendado para obter valores da PA fiáveis e detectar pacientes com hipertensão não-controlada. O melhor valor de prognóstico da AMPA quando comparado com a PAC foi demonstrado recentemente, em termos de previsão de eventos cardiovasculares compostos, com a PAC sistólica a revelar-se um preditor independente da DRT em pacientes com insuficiência renal crónica [21, 25].

Adicionalmente, em pacientes em hemodiálise, a PAA, e não a PA pré-diálise ou pós-diálise, combina a elevada sensibilidade e a especificidade do diagnóstico da hipertensão, utilizando a MAPA como standard de referência. A PAA está também mais correlacionada com a hipertrofia do ventrículo esquerdo em pacientes em hemodiálise, do que a PA da diálise peritoneal [35].

Em pacientes em hemodiálise, a AMPA deve ser utilizada para medir a PA no período entre as diálises. Apesar da PA pré-diálise parecer estar relacionada com a água corporal total e não com o aumento de peso no período entre as diálises [161], a PA pós-diálise depende da ultrafiltração. A AMPA permite fornecer informação útil na selecção das melhores condições de diálise.

Por último, é importante notar que a precisão dos dispositivos oscilométricos quando utilizados em pacientes DRT é inferior

devido à rigidez arterial, e apenas alguns destes dispositivos foram validados com sucesso nestes pacientes [162].

AMPA em pacientes com diabetesTambém é frequente encontrar problemas com a precisão dos dispositivos oscilométricos de AMPA devido a rigidez arterial em pacientes com diabetes [163]. No entanto, a AMPA já foi estudada nestes pacientes e concluiu-se ser semelhante ou superior do que a PAC a prever medições da MAPA [164]. A utilidade da AMPA nesta população está intimamente relacionada com a sua capacidade de detecção da hipertensão mascarada. De facto, os pacientes diabéticos têm uma elevada prevalência (47%) de hipertensão mascarada, detectada através da AMPA, e estão em maior risco de desenvolver lesões cerebrais ou renais [119, 165 – 167]. Por isso, a monitorização da PA fora do consultório deve ser efectuada em pacientes diabéticos cuja PAC seja normal, em especial em pacientes em tratamento, devido à possibilidade de obtenção de informação dos valores de PA mínimos.

Auto-medição da pressão arterial (AMPA) vs. Monitorização ambulatória da pressão arterial (MAPA)A MAPA foi a primeira técnica fora do consultório que se demonstrou provocar melhorias significativas do seguimento de pacientes hipertensos [103]. No entanto, a MAPA é actualmente recomendada apenas em alguns pacientes, devido ao custo dos dispositivos de MAPA, à necessidade de pessoal clínico com formação, e à interferência que implica nas rotinas dos pacientes [1,6]. A AMPA partilha muitas das vantagens da MAPA e tem custos menos elevados, o que sustenta a recomendação do seu uso na prática clínica [1,3]. De facto, nas últimas guidelines da SEH acerca da medição da PA [6], a MAPA e a AMPA foram claramente propostas como técnicas com sinergias e não como técnicas alternativas, capazes de fornecer informações complementares da PA em condições distintas e em diferentes períodos de tempo. Ainda que alguns estudos não tenham encontrado diferenças estatisticamente significantes entre a AMPA e a MAPA diurna [77, 168], foram reportados valores inferiores de PA com a AMPA do que com a MAPA diurna [169 – 171], particularmente em crianças e adolescentes [134].

Reprodutibilidade e valor diagnósticoTanto a AMPA como a MAPA apresentam reprodutibilidade semelhante, e melhor do que a da PAC [82, 172-174], apesar da correlação entre ambas não ser tão elevada [88, 170]. A AMPA tem tendência a ser mais correlacionada com a MAPA 24-h do que com a MAPA diurna ou nocturna [88]. Foi também demonstrada a existência de uma correlação significativa, mas limitada, entre os efeitos de bata-branca baseados na AMPA e na MAPA [103]. Também a existência de HBB e de hipertensão mascarada diagnosticadas utilizando a MAPA ou a AMPA se revelaram semelhantes em diversos estudos [115, 116, 168]; no entanto, numa comparação directa entre ambos os métodos, apenas metade

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dos pacientes foram diagnosticados com hipertensão mascarada tanto pela MAPA como pela AMPA, enquanto nos restantes o diagnóstico foi feito por um método mas não pelo outro [115, 116]. Adicionalmente, é importante mencionar que na maioria dos pacientes em que o diagnóstico de hipertensão mascarada foi feito por apenas um dos métodos, a discrepância entre os dois métodos foi reduzida (< 5 mmHg), sugerindo que esta discrepância resultou do facto dos valores de PA estarem perto dos valores de cut-off de diagnóstico [103, 168].

A ideia de que a MAPA e a AMPA podem ter valores diferentes no diagnóstico da HBB levou à proposta de um algoritmo através do qual a AMPA é utilizada em indivíduos, de resto considerados de baixo-risco, com hipertensão ‘de consultório’. Caso a AMPA se revele normal, uma MAPA deverá ser requerida para confirmar o diagnóstico de HBB. A eficiência em termos de custos desta abordagem ainda não foi testada, mas já foi demonstrado que a PAC e a PAA podem sugerir hipertensão sustentada em quase 40% dos pacientes que apresentam HBB de acordo com a MAPA [175]. Assim, ainda não é possível fazer uma recomendação firme no que concerne o papel da MAPA e da AMPA no diagnóstico da HBB e da hipertensão mascarada. Uma abordagem individualizada, tomando em consideração as características do paciente (valores de PA, risco

cardiovascular, lesões de órgãos-alvo) e a disponibilidade da AMPA e MAPA parece ser uma opção razoável. Em caso de desacordo entre os dois métodos, a MAPA deverá provavelmente sobrepor-se devido à enorme quantidade de resultados existentes.

Valor prognósticoBastantes estudos, mas não todos [176], documentaram que os níveis médios de AMPA [22, 116, 177, 178] e MAPA [22, 116, 178, 179] estão mais correlacionados com a lesão de órgãos do que a PAC. Comparações directas entre a MAPA e a AMPA não identificaram diferenças significativas entre ambas em termos de correlação com o índice de massa ventricular esquerda ou microalbuminúria [25, 28]. Da mesma forma, a HBB e a hipertensão mascaradas quando diagnosticadas por qualquer um dos métodos apresentam relações semelhantes com o índice de massa ventricular esquerda e a espessura da parede [116]. A superioridade da MAPA em relação à PAC na previsão do risco de eventos mórbidos encontra-se bem documentada [6], apesar de terem sido publicados alguns estudos que apontam para uma relação mais próxima entre a AMPA e eventos cardiovasculares do que da PAC (ver Auto-medição da pressão arterial e prognóstico). O valor preditivo na mortalidade da elevação selectiva e combinada da PAC, MAPA e AMPA foi avaliado no estudo PAMELA: o aumento selectivo da AMPA vs. a MAPA

Característica MAPA AMPAPA diurna ++ ++PA nocturna e dipping ++ -PA matinal ++ +Variabilidade da PA 24-h ++ ±Variabilidade da PA longo-prazo ± ++Diagnóstico da HBB e HM ++ ++Efeito placebo - -Reprodutibilidade ++ ++Valor prognóstico ++ ++Envolvimento do paciente - ++Formação do paciente ± ++Envolvimento do médico ++ +Aceitação do paciente ± ++Efeitos da monitorização do tratamento

Informação extensa do perfil de PA diurna, não pode ser repetida frequentemente

Apropriada para monitorização de longo-prazo, informação limitada do perfil de PA diurna

Melhoria do controlo da hipertensão

+ ++

Custo Elevado Baixo

Disponibilidade Baixa Elevada

Tabela 6. Comparação das características principais da MAPA e MRPA

MAPA, monitorização ambulatória da pressão arterial; PA, pressão arterial; AMPA, auto-medição da pressão arterial; HM, hipertensão mascarada; HBB, hipertensão de bata branca

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ou vice-versa comporta um maior risco. No entanto, a capacidade preditiva de morte não é mais elevada na AMPA e MAPA do que na PAC [20].

Os dados disponíveis indicam que a MAPA tem um valor prognóstico semelhante ou superior à AMPA, especialmente quando consideramos o valor prognóstico da MAPA nocturna.

Controlo da PA com tratamentoEstudos comparativos do tratamento anti-hipertensivo baseado na MAPA e AMPA em vez da PAC mostraram, em ambos os casos, um tratamento medicamentoso menos intenso e menor controlo da PA com custos semelhantes [103, 170]. No entanto, estes estudos foram limitados pela utilização dos mesmos limites de normalidade para a PAC e a AMPA. Perante uma comparação directa das decisões de terapêutica sugeridas pela MAPA ou pela AMPA, não foi verificada diferença na variação da PA [180]. Foi reportado uma concordância relativamente baixa (75%) entre a MAPA e a AMPA na avaliação da hipertensão não-controlada, com a AMPA a classificar uma menor proporção de pacientes com HBB do que a MAPA [178].

As considerações acima mencionadas sugerem que a AMPA deverá ser considerada, não como um substituto, mas antes como um complemento à MAPA (Tabela 6) [168]. Do ponto de vista clínico, a obtenção de informação sobre a PAC, AMPA ou MAPA, pode constituir o procedimento clínico ideal. A sua reduzida sensibilidade e valor preditivo positivo (vs. a MAPA) são limitações relevantes da AMPA quando considerada como um teste de rastreio.

Auto-medição da pressão arterial: aplicações da investigação Considerando a existência de dispositivos oscilométricos, completamente automatizados e validados, para medição da PA, torna-se cada vez mais atractiva a inclusão da AMPA na avaliação dos efeitos de redução da PA dos medicamentos anti-hipertensores [4, 125] (Caixa 12). A AMPA apresenta diversas vantagens sobre a PAC nesta questão:

(1) A AMPA fornece múltiplas leituras da PA, aumentando a precisão e a reprodutibilidade das medições quando comparadas com as medições no consultório [79, 130, 181]. O desvio padrão (DP) da diferença média entre ambos os conjuntos de medições (um índice de estabilidade das medições) baseada na AMPA é cerca de metade do que considerando a PAC [182]. (2) Devido à sua maior precisão e reprodutibilidade, a AMPA aumenta o poder estatístico de estudos comparativos, tornando possível a redução do número de pacientes a incluir nos estudos clínicos [181].(3) A AMPA poder ser útil como um guia de iniciação e triagem do tratamento anti-hipertensor num contexto de investigação [103].(4) A AMPA ajuda na identificação de pacientes com HBB ou

hipertensão mascarada, e por isso define de melhor forma o nível de PA de normalização atingido por vários regimes terapêuticos [116, 183, 184].(5) O efeito placebo, frequentemente observado na medição convencional da PA em ambiente clínico, é reduzido ou mesmo inexistente quando é usada a AMPA [80, 130], facilitando sobremaneira a concepção e a execução de estudos clínicos.(6) A AMPA permite analisar a duração do efeito dos medicamentos anti-hipertensores, através da medição da PA no seu mínimo, antes da primeira dose diária, e outra vez quando é esperado que o medicamento faça efeito por completo, por exemplo a meio do dia ou de tarde [141, 185]. Com base nestas medições, é possível calcular o rácio manhã/tarde (M/T), que poderá fornecer informação semelhante ao rácio vale/ pico, um índice frequentemente usado para reflectir a duração do efeito dos medicamentos anti-hipertensores [130, 141].(7) A AMPA pode ser realizada durante semanas ou meses, recolhendo informação valiosa em relação às variações de PA que ocorram durante todo o estudo clínico.(8) A implementação da AMPA em estudos clínicos pode ser motivador para os pacientes, contribuindo para um aumento do cumprimento do tratamento e do controlo da PA [121].

A fiabilidade da AMPA aumenta com o número de leituras de PA disponíveis para análise [79, 89], pelo que deve ser implementado um calendário de monitorização adequado. Para que os resultados dos estudos com base na AMPA sejam comparáveis, é aconselhável a utilização de um calendário estandardizado, a não ser que existam razões específicas para que seja modificado. Uma vez que os resultados dos estudos clínicos deverão ser replicados na prática, na investigação deverá ser utilizado um calendário idêntico ao calendário recomendado em contexto clínico (ver acima).

Caixa 12. Utilidade da AMPA em estudos clínicos Vantagens:

(1) Disponibilização de várias medições da PA, aumentando a reprodutibilidade

(2) Redução do número de pacientes a ser incluído(3) Guia de tratamento (iniciação e titulação)(4) Identificação de pacientes com HBB ou Hipertensão mascarada(5) Minimização do efeito placebo(6) Análise da duração do efeito de medicamentos anti-hipertensores

(rácio M/T)(7) Possibilidade de medição da PA durante um período de tempo

prolongado(8) Melhoria do cumprimento(9) Avaliação da fadiga e tonturas inexplicáveis (PAS < 100 mmHg)(10) Permite a análise do tempo que demora até os medicamentos anti-

hipertensores fazerem o efeito máximo (dias ou semanas)

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Apenas os monitores electrónicos de PA validados deverão ser utilizados em estudos clínicos, dando preferência aos que possuem capacidade de armazenamento das leituras anteriores, possibilidade de impressão dos valores de PA ou de realização de um download para um computador, de forma a evitar a existência de enviesamento no reporte [52, 186]. Por esta razão, deverá ser utilizado o mesmo dispositivo para medição da PA em casa e no contexto clínico.

ConclusãoEste trabalho resume a informação actualmente disponível em trabalhos publicados acerca da utilização da AMPA na prática clínica e em investigação. A existência de uma grande quantidade de dados adicionais desde então, tornou necessário fazer uma revisão substancial das recomendações anteriores sobre este tópico, emitidas em 2000 [4]. Durante a revisão dos dados, foi frequente depararmo-nos com dados heterogéneos. De facto, no âmbito da AMPA, existem não só áreas em que as evidências são claras e convincentes, mas também áreas em que a incerteza impera e onde são necessários estudos adicionais. O progresso nesta área resultará de mais investigação, fazendo uso do rápido desenvolvimento tecnológico dos dispositivos de medição de PA. O aumento da recolha de dados sobre o seguimento da hipertensão através de estudos populacionais e amostras aleatórias potenciará o conhecimento nesta área, explorando o valor acrescentado da informação adquirida através da AMPA.

A implementação das recomendações dos peritos sobre a AMPA na prática clínica requer uma interacção frequente com os prestadores de cuidados de saúde. Vários países estão actualmente a testar este modelo de maior interacção, o que se deverá traduzir na partilha de objectivos e métodos da AMPA entre os investigadores e os prestadores de cuidados de saúde a nível local, e na consequente difusão desta abordagem. Por fim, a existência de progressos nesta área terá também de resultar da uma maior cooperação entre os investigadores e os fabricantes de dispositivos. Se por um lado, os investigadores devem identificar e propor qual a informação que os dispositivos de medição de PA devem fornecer aos médicos, por outro lado, os fabricantes devem estar receptivos a essas mesmas sugestões e procurar integrá-las nos dispositivos de AMPA de forma a torná-los mais adequados às necessidades clínicas, tanto em termos de desenvolvimento do software como do hardware.

Este trabalho estaria incompleto se não fosse acompanhado de um conjunto de instruções para os pacientes/utilizadores. Essas informações estão a ser preparadas e serão publicadas num outro paper.

Na enumeração das áreas em que seria útil mais investigação, os tópicos seguintes, já mencionados no documento de Consenso sobre a AMPA de 2000, deverão ser considerados:

(1) Desenvolvimento e fabrico de uma ‘braçadeira ajustável’, a ser

aplicada em adultos, de forma a evitar a inexactidão provocada pela utilização de braçadeira incorrecta.(2) Maior atenção deverá ser dada a parâmetros hemodinâmicos para além da PA, cuja relevância na avaliação cardiovascular tem vindo a aumentar, tais como a frequência cardíaca, pressão de pulso, PA central e velocidade da onda de pulso.(3) É necessário promover a existência de um só protocolo internacional standard para a validação de todos os dispositivos de medição da PA com o objectivo de permitir uma comparação entre estudos realizados em países diferentes mas de acordo com a mesma metodologia. Esta uniformização deverá ser acompanhada de procedimentos para revisão dos trabalhos de validação, para assegurar a sua fiabilidade sem qualquer enviesamento.(4) Determinação dos valores de referência da AMPA não só para a PA sistólica e diastólica mas também para a frequência cardíaca e pressão de pulso, que parecem estar independentemente relacionados com o prognóstico cardiovascular.(5) Estudos prospectivos adicionais para avaliar os valores prognósticos dos limites de normalidade propostos para a AMPA.(6) Estudos para determinar os valores de referência da PAA e a utilidade de diagnóstico da AMPA em populações específicas (crianças, grávidas, idosos, pacientes com diabetes ou doença renal crónica). Estes estudos poder-se-ão completar com uma avaliação da adequação da AMPA e da validade dos dispositivos nestes grupos específicos. (7) São necessários mais estudos focados na comparação do valor prognóstico das medições da PAC, AMPA e MAPA. Estes estudos poderão utilizar marcadores de lesões de órgãos-alvo e a progressão da hipertensão como endpoints para além da, ou em vez da, mortalidade e morbilidade. É também desejável uma avaliação do impacto do prognóstico dos diferentes protocolos da AMPA e da frequência de medição. (8) São necessários estudos acerca do papel que a AMPA desempenha na hipertensão resistente e a sua comparação com o papel das medições da PAC e MAPA, para permitir a definição da estratégia de seguimento apropriada. (9) São necessários estudos longitudinais para definir o valor-alvo da AMPA em pacientes hipertensos em tratamento com base no prognóstico.

Por último, as evidências recolhidas até à data relativamente à importância clínica da AMPA na prática diária deverão promover o reembolso dos custos associados a esta abordagem por parte das seguradoras e dos sistemas de saúde públicos e privados.

AgradecimentosO Writing Committee está muito grato a:(1) Sociedade Europeia de Hipertensão pelo seu apoio e patrocínio;(2) o Blood Pressure Monitoring Journal e o Journal of Hypertension pelas suas contribuições e patrocínios;(3) Microlife Ltd, Novartis France, Novartis Italy, Omron Japan Ltd, pela sua contribuição e apoios financeiros;

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(4) Mariaconsuelo Valentini MD, Stefano Omboni MD, Licia Pietrobon PhD, Luca Grappiolo MSc, pela sua ajuda na organização da Consensus Meeting em Verbania.

Revisores do documento: Denis L. Clement (Department of the Dean, Ghent University Hospital, Ghent, Belgium), Eamon Dolan (Cambridge University Hospitals NHS Foundation Trust, Addenbrookes Hospital, Cambridge, UK), Robert Fagard (Hypertension and Cardiovascular Rehabilitation Unit, Faculty of Medicine, University of Leuven, Belgium), Tine W. Hansen (Research Center for Prevention and Health, Copenhagen, Denmark), Jean-Michel Mallion (Service de Cardiologie et hypertensionarterielle, CHU, Grenoble, France), Martin G. Myers (Division of Cardiology, Sunnybrook Health Sciences Centre, Toronto, Canada), Stefano Omboni (Italian Institute of Telemedicine, Varese, Italy), Mariaconsuelo Valentini (Department of Clinical Medicine and Prevention, University of Milano-Bicocca and Department of Cardiology, S. Luca Hospital, Istituto Auxologico Italiano, Milan, Italy), Paolo Verdecchia (Department of Cardiology, Hospital S. Maria della Misericordia, Perugia, Italy), Ji-Guang Wang (Centre for Epidemiological Studies and Clinical Trials, Ruijin Hospital, Shanghai Jiaotong University Medical School, China), William B. White (Department of Medicine, University of Connecticut School of Medicine, Farmington, USA).

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Apêndice ALeituras sugeridas para serem disponibilizadas no website do Journal of HypertensionIntrodução(1) Parati G, Bilo G, Mancia G. White coat effect and white coat hypertension: What do they mean? Cardiovasc Rev Rep 2003; 24:477–484.(2) Ibrahim MM, Tarazi RC, Dustan HP, Gifford RW Jr. Electrocardiogram in evaluation of resistance to antihypertensive therapy. Arch Intern Med 1977; 137:1125–1129.(3) Kleinert HD, Harshfield GA, Pickering TG, Devereux RB, Sullivan PA, Marion RM, et al. What is the value of home blood pressure measurement in patients with mild hypertension? Hypertension 1984; 6:574–578.(4) Verdecchia P, et al. Reliability of home self-recorded arterial pressure in essential hypertension in relation to the stage of the disease. In: Germano G, editor. Blood pressure recording in the clinical management of hypertension. Rome: Ediziono Pozzi; 1985. pp. 40–42.(5) Asmar R. Proceedings from the First International Consensus Conference on Self-Blood Pressure Measurement. Blood Press Monit 2000; 5:91–92.(6) O’Brien E, De Gaudemaris R, Bobrie G, Agabiti Rosei E, Vaisse B, and the participants of the First International Consensus Conference on Blood Pressure Self-Measurement. Devices and validation. Blood Press Monit 2000; 5:93–100.(7) Staessen J, Thijs L, and the participants of the First International Consensus Conference on Blood Pressure Self-Measurement. Development of diag-nostic thresholds for automated self-measurement of blood pressure in adults. Blood Press Monit 2000; 5:101–109.(8) Herpin D, Pickering T, Stergiou G, de Leeuw P, Germano G, and the participants of the First International Consensus Conference on Blood Pressure Self-Measurement. Clinical applications and diagnosis. Blood Press Monit 2000; 5:131–135.(9) Imai Y, Poncelet P, DeBuyzere M, Padfield PL, Van Montfrans GA, and the participants of the First International Consensus Conference on Blood Pressure Self-Measurement. Prognostic significance of self-measurements of blood pressure. Blood Press Monit 2000; 5:137–143.

Aspectos Metodológicos(10) Mancia G, Ferrari A, Gregorini L, Parati G, Pomidossi G, Bertinieri G, et al. Blood pressure and heart rate variabilities in normotensive and hypertensive human beings. Circ Res 1983; 53:96–104.(11) British Hypertension Society. Blood pressure measurement [CD-ROM] 1998. Available from BMJ Books, BMA House, Tavistock Square, London WC1H 9JR.(12) Société Franc¸aise d’Hypertension Artérielle. La prise de la pression artérielle au cabinet médical [CD-ROM] 1998. Available from Société Franc¸aise d’Hypertension Arteérielle.(13) O’Brien E, Petrie J, Littler WA, de Swiet M, Padfield PD, Dillon MJ, et al. Blood pressure measurement: recommendations of the British Hypertension Society, 3rd edn. London: BMJ Publishing Group; 1997.(14) Silverberg DS, Shemesh E, Jaina A. The unsup-ported arm: a cause of falsely raised blood pressure readings. BMJ 1977; 2:1331.(15) Grassi G, Foglia G, Dell’Oro R, Seravalle G, Boari S, Mancia G. Reproducibility of home blood pressure monitoring by a new oscillometric wrist device. J Hypertens 2001; 19(Suppl 2):22–23.(16) Myers M. Reporting bias in self-measurement of blood pressure. Blood Press Monit 2001; 6:181–183.(17) Krecke HJ, Lutkes P, Maiwald M. Patient assess-ment of self-measurement of blood pressure: results of a telephone survey in Germany. J Hypertens 1996; 14:323–326.

(18) Patyna WD, Borsch B, Patyna M, Mitrovic V. Information deficits concerning blood pressure self-measurement. Dtsch Med Wochenschr 2004;129:2466–2469.(19) Grim CM, Grim CE. A curriculum for the training and certification of blood pressure measurement for healthcare providers. Can J Cardiol 1995; 11 (Suppl H):38H–42H.(20) Lopez LM, Taylor JR. Home blood pressure monitoring: point-of-care testing. Ann Pharmacother 2004; 38:868–873.(21) The Cardiovascular Institute. Hypertension and self-blood pressure measurement [CD-ROM] 2002. Available from The Cardiovascular Institute, The Cardiovascular Institute, 21 bd Delessert, 75016, Paris, France.(22) O’Brien E. Ave atque vale: the centenary of clinical sphygmomanometry. Lancet 1996; 348:1569–1570.(23) O’Brien E. Will mercury manometers soon be obsolete? J Hum Hypertens 1995; 9:933–934.(24) O’Brien E. Will the millimetre of mercury be replaced by the kilopascal? J Hypertens 1998; 16:259–261.(25) O’Brien E, Atkins N, Staessen J. State of the market: a review of ambulatory blood pressure monitoring devices. Hypertension 1995; 26:835–842. (26) O’Brien E, Atkins N. Validation and reliability of blood pressure monitors. In: White W, editor. Blood pressure monitoring in cardiovascular medicine and therapeutics. US: Humana Press Inc.; 2007.(27) Association for the Advancement of Medical Instrumentation. American National Standard for electronicorautomatedsphygmomanometers. Washington DC: AAMI, 1987.(28) European Society of Hypertension: http://www.eshonline.org/newsletter/2002/Newsletter_nr12.pdf (29) British Hypertension Society: http://www.hyp. ac.uk/bhs/bp_monitors/automatic.htm

MRPA e telemedicina(30) Friedman RH, Kazis LE, Jette A, Smith MB, Stollerman J, Torgerson J, Carey K. A telecommu-nication system for monitoring and counseling patients with hypertension. Impact on medication adherence and blood pressure control. Am J Hypertens 1996; 9:285–292.(31) Parati G, Omboni S, Paintoni L, Andolfo S, Angioni L, Belforti S, et al. Telemonitoring of home blood pressure improves blood pressure control in hyper-tension. J Hypertens 2004; 22(Suppl 2):S137

Procedimentos do utilizador(32) ParatiG,RavogliA,MuttiE,SantucciuC,OmboniS, Mancia G. Ambulatory blood pressure monitoring in the evaluation of antihypertensive drugs. J Hypertens 1994; 12(Suppl 8):S9–S15.(33) Mancia G, Parati G. Ambulatory blood pressure monitoring and organ damage. Hypertension 2000; 36:894–900.(34) Trazzi S, Mutti E, Frattola A, Imholz BPM, Parati G, Mancia G. Reproducibility of noninvasive and intra-arterial blood pressure monitoring. Implica-tions for studies on antihypertensive treatment. J Hypertens 1991; 9:115–119.(35) Parati G, Mutti E, Ravogli A, Trazzi S, Villani A, Mancia G. Advantages and disadvantages of non-invasive ambulatory blood pressure monitoring. J Hypertens 1990; 8(Suppl 6):S33–S38.(36) Garcia-Vera MP, Sanz J. How many self-measured blood pressure readings are needed to estimate hypertensive patients’ ‘true’ blood pressure? J Behav Med 1999; 22:93–113.(37) Celis H, De Cort P, Fagard R, Thijs L, Staessen JA. For how many days should blood pressure be measured at home in older patients before steady levels are obtained? J Hum Hypertens 1997; 11:673–677.

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(38) Sega R, Cesana G, Milesi C, Grassi G, Zanchetti A, Mancia G. Ambulatory and home blood pressure normality in the elderly: data from the PAMELA population. Hypertension 1997; 30(Pt 1):1–6.

Limiares de diagnóstico e de terapêutica(39) Asia Pacific Cohort Studies Collaboration. Blood pressure indices and cardiovascular disease in the Asia Pacific region. A pooled analysis. Hypertension 2003; 42:69–75.(40) Verdecchia P, Reboldi G, Angeli A, Gattobigio R, Bentivoglio M, Thijs L, et al. Angiotensin-convert-ing enzyme inhibitors and calcium channel blockers for coronary heart disease and stroke prevention. Hypertension 2005; 46:386–392.(41) Casas JP, Chua W, Loukogoergakis S, Vallance P, Smeeth L, D’Hingorani A, et al. Effects of inhibitors of the renin-angiotensin system and other anti-hypertensive drugs on renal outcomes: systematic review and meta-analysis. Lancet 2005; 366:2026–2033.(42) Blood Pressure Lowering Treatment Trialists’ Collaboration. Blood pressure dependent and inde-pendent effects of agents that inhibit the renin-angiotensin system. J Hypertens 2007; 25:951–958.(43) Staessen JA, Birkenha¨ger WH. Evidence that new antihypertensives are superior to older drugs. Lancet 2005; 366:869–871.(44) Staessen JA, Thijs L, Byttebier G, Clement D, O’Brien ET, Palatini P, et al. Determining the trough-to-peak ratio in parallel-group trials. Hypertension 1997; 29:659–667.(45) Medical Research Council Working Party. MRC trial of treatment of mild hypertension: principal results. BMJ 1985; 291:97–104.(46) Benediktsson R, Padfield PL. Maximising the benefit of treatment in mild hypertension: three simple steps to improve diagnostic accuracy. QJM 2004; 97:15–20.

Indicações Clínicas(47) Parati G, Ulian G, Sampieri L, Palatini P, Villani A, VanasiaA,etal.,onbehalfoftheStudyonAmbulatory Monitoring of Blood Pressure and Lisinopril Evalu-ation (SAMPLE) Study Group. Attenuation of the ‘whitecoateffect’byantihypertensivetreatmentand its relationship to regression of target organ damage. Hypertension 2000; 35:614–620.(48) O’Brien, E. Unmasking hypertension. Hypertension 2005; 45:481–482.(49) Messerli FH, Coliga D. Masked hypertension and white coat hypertension: therapeutic navigation between Scylla and Charybdis. J Am Coll Cardiol 2005; 546:516–517.(50) VerberkWJ,KroonAA,KesselsAGH,deLeeuwPW. Home blood pressure measurement: a systematic review. J Am Coll Cardiol 2005; 46:743–751.(51) Stewart MJ, Gough K, Reid M, Webb DJ, Padfield PL. White coat hypertension: a comparison of detection using ambulatory blood pressure monitor-ing or home monitoring of bloodpressure.J Hypertens 1996; 14:1507.(52) Bjorklund K, Lind L, Zethelius B, Andren B, Lithell H. Isolated ambulatory hypertension predicts cardiovascular morbidity in elderly men. Circulation 2003; 107:1297–1302.(53) Llisterri JL, Gil VF, Rodriguez G, Orozco D, Garcia A, Merino J. Interest of home blood pressure measurements(HBPM)toestablishdegreeofhyper-tensive control. Blood Press 2003; 12:220–224.(54) Julius S. Home blood pressure monitoring: advan-tages and limitations. J Hypertens 1991; 9(Suppl 3): S41–S47.

Aplicações específicas da AMPA: Crianças(55) Lauer RM, Anderson AR, Beaglehole R, Burns TL. Factors related to tracking of blood pressure in children. Hypertension 1984; 6:307–314.(56) Stergiou GS, Yiannes NG, Rarra VC. Validation of the Omron 705 IT

oscillometric device for home blood pressure measurement in children and adolescents: The Arsakion School Study. Blood Press Monit 2006; 11:229–234.(57) Wong SN, Tz Sung RY, Leung LC. Validation of three oscillometric blood pressure devices against auscultatory mercury sphygmomanometer in chil-dren. Blood Press Monit 2006; 11:281–291.(58) Soergel M, Kirschstein M, Busch C, Danne T, Gellermann J, Holl R, et al. Oscillometric twenty-four-hour ambulatory blood pressure values in healthy children and adolescents: a multicenter trial including 1141 subjects. J Pediatr 1997; 130: 178–184.(59) de Man SA, Andre´ JL, Bachmann HJ, Grobbee DE, Ibsen KK, Laaser U, Lippert P, Hofmann A. Blood pressure in childhood: pooled findings of six European studies. J Hypertens 1991; 9:109–114.(60) Wuhl E, Hadtstein C, Mehls O, Schaefer F; Escape Trial Group. Home, clinic, and ambulatory blood pressure monitoring in children with chronic renal failure. Pediatr Res. 2004; 55:492–497.(61) Bald M, Hoyer PF. Measurement of blood pressure at home: survey among pediatric nephrologists. Pediatr Nephrol 2001; 16:1058–1062.(62) Stergiou G, Christodoulakis G, Giovas P, Lourida P, Alamara C. Home blood pressure monitoring in children: how many measurements are needed? [abstract]. J Hypertens 2007; 26:S136.(63) Klahr S, Levy AD, Beck GJ. The effects of dietary protein restriction and blood-pressure control on the progression of chronic renal disease. N Engl J Med 1994; 330:877–884.(64) Wingen AM, Fabian-Bach C, Schaefer F, Mehls O. Randomised multicentre study of a low-protein diet on the progression of chronic renal failure in children. European Study Group of Nutritional Treatment of Chronic Renal Failure in Childhood. Lancet 1997; 349:1117–1123.

Aplicações específicas da AMPA: Pessoas idosas(65) Kario K. Clinician’s manual on early morning risk management in hypertension. London: Science Press; 2004. pp. 1–56.(66) O’Sullivan C, Duggan J, Lyons S, Thornton J, Lee M, O’Brien E. Hypertensive target-organ damage in the very elderly. Hypertension 2003; 42: 130–135.(67) Staessen JA, Richart T, Birkenhager WH. Less atherosclerosis and lower blood pressure for a meaningful life perspective with more brain. Hypertension 2007; 49:389–400.(68) Forette F, Seux ML, Staessen JA, Thijs L, Babarskiene MR, Babeanu S, et al., Systolic Hyper-tension in Europe Investigators. The prevention of dementia with antihypertensive treatment: new evidence from the Systolic Hypertension in Europe (Syst-Eur) study. Arch Intern Med 2002; 162:2046–2052.(69) Sakakura K, Ishikawa J, Okuno M, Shimada K, Kario K. Exaggerated ambulatory blood pressure varia-bility is associated with cognitive dysfunction in the very elderly and quality of life in the younger elderly. Am J Hypertens 2007; 20:720–727.

Aplicações específicas da AMPA: AMPA na gravidez(70) Waugh J, Habiba MA, Bosio P, Boyce T, Shennan A, Halligan AW. Patient initiated home blood pressure recordings are accurate in hypertensive pregnant women. Hypertens Pregnancy 2003; 22:93–97.(71) Brown MA, Buddle ML, Bennett M, Smith B, Morris R, Whitworth JA. Ambulatory blood pressure in pregnancy: comparison of the SpaceLabs 90207 and Accutracker II monitors with intraarterial recordings. Am J Obstet Gynecol 1995; 173:218–223.(72) Franx A, Van der Post JAM, van Montfrans GA, Bruinse HW. Comparison of an auscultatory versus an oscillometric ambulatory blood pressure monitor in normotensive, hypertensive and preeclamptic pregnancy. Hypertens Pregn

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1997; 16:187–202.(73) Franx A, Elfering IM, Merkus HMWM, van Montfrans GA. Validation of automated blood pressure recording in pregnancy. Br J Obstet Gynaecol 1994; 101:66–69.(74) Gupta M, Shennan A, Halligan A, Taylor D, de Swiet M. Oscillometric blood pressure monitoring in pregnancy and preeclampsia. Br J Obstetr Gynaecol 1997; 104:350–355.(75) Golara M,BenedictA,JonesC,RandhawaM,Poston L, Shennan AH. Inflationary oscillometry provides accurate measurement of blood pressure in pre-eclampsia. Br J Obstet Gynaecol 2002; 109:1143–1147. (76) Kwek K, Chan YG, Tan KH, Yeo GS. Validation of an oscillometric electronicsphygmomanometer in an obstetric population. Am Heart J 1998; 11:978–982.(77) Modesti PA, Costoli A, Cecioni I, Toccafondi S, Carnemolla A, Serneri GGN. Clinical evaluation of the QuietTrak blood pressure recorder according to the protocol of the British Hypertension Society. Blood Press Monit 1996; 1:63–68.(78) Natarajan P, Shennan AH, Penny J, Halligan AW, de Swiet M, Anthony J. Comparison of auscultatory and oscillometric automated blood pressure monitors in the setting of preeclampsia. Am J Obstet Gynecol 1999; 181:1203–1210.(79) O’Brien E, Mee F, Atkins N, Halligan A, O’Malley K. Accuracy of the SpaceLabs 90207 ambulatory blood pressure measuring system in normotensive pregnant women determined by the British Hyper-tension Society protocol. J Hypertens 1993b; 11 (Suppl 5):S282–S283.(80) Penny JA, Shennan AH, Rushbrook J, Halligan AW, Taylor DJ, de Swiet M. Validation of the QuietTrak ambulatory blood pressure monitor for use in pregnancy. Hypertens Pregn 1996; 15:313–321.(81) Penny JA, Shennan AH, Halligan AW, Taylor DJ, de Swiet M, Anthony J. Blood pressure measure-ment in severe preeclampsia. Letter. Lancet 1997; 349:1518.(82) Reinders A, Cuckson AC, Jones CR, Poet R, O’Sullivan G, Shennan AH. Validation of the Welch Allyn ‘Vital Signs’ blood pressure measurement device in pregnancy and preeclampsia. Br J Obstet Gynaecol 2003; 110:134–138.(83) Reinders A, Cuckson AC, Lee J, Shennan AH. An accurate automated blood pressure device for use in pregnancy and preeclampsia: Microlife 3BTO-A. Br J Obstet Gynaecol. 2005; 112:915–200.(84) Shennan AH, Kissane J, de Swiet M. Validation of the SpaceLabs 90207 ambulatory blood pressure monitor for use in pregnancy. Br J Obstet Gynaecol 1993; 100:904–908.(85) Shennan AH, Halligan A, Gupta M, Taylor D, de Swiet M. Oscillometric blood pressure measure-ment in severe preeclampsia: validation of the SpaceLabs 90207. Br J Obstet Gynaecol 1996b; 103:171–173.(86) Quinn M. Automated blood pressure measurement devices: a potential source of morbidity and preeclampsia. Am J Obstet Gynecol 1994; 170:1303–1307.(87) Shennan AH, Waugh J. The measurement of blood pressure and proteinuria in pregnancy. Preeclampsia. vol. 21. London: RCOG Press; 2003. pp. 305–324.

Special applications of HBPM: HBPM in chronic renal failure(88) van der Borne Tielemans Ch, Collart F, Vanherwe-ghem JL, Degaute JP. Twenty-four-hour blood pressure and heart rate patterns in chronic hemo-dialysis patients. Am J Kidney Dis 1993; 22:419–425. (89) Cottone S, Panepinto N, Vadala A, Zagarrigo C, Galione P, Volpe V, Cerasola G. Sympathetic overactivity and 24h blood pressure pattern in

hypertensives with chronic renal failure. Ren Fail 1995; 17:751–758.(90) Jones MA, Kingswood JC, Dallyn PE, Andrew M, Cheetham A, Burwood R, Sharpstone P. Changes in diurnal blood pressure variation and red cell and plasma volumes in patients with renal failure who develop erythropoietin induced hypertension. Clin Nephrol 1995; 44:193–200.(91) Farmer CK, Goldsmith DJ, Cox J, Dallyn P, Kingswood JC, Sharpstone P. An investigation of the effect of advancing uraemia, renal replacement therapy and renal transplantation on blood pressure diurnal variability. Nephrol Dial Transplant 1997; 12:2301–2307.(92) Chazot C, Charra B, Laurent G, Didier C, Vo Van C, Terrat JC, et al. Interdialysis blood pressure control by long haemodialysis sessions. Nephrol Dial Transplant 1995; 10:831–837.(93) Dionisio P, Valenti M, Bergia R, Caramello E, Stramignoni E, Berto IM, et al. Influence of the hydration state on blood pressure values in a group of patients on regular maintenance hemodialysis. Blood Purif 1997; 15:25–33.(94) Goldsmith DJ, Covic AC, Venning MC, Ackrill P. Ambulatory blood pressure monitoring in renal dialysis and transplant patients. Am J Kidney Dis 1997; 29:593–600.(95) Clausen P, Feldt Rasmussen B, Ladefoged J. Circadian variation of blood pressure in patients with chronic renal failure on continuous ambulatory peritoneal dialysis. Scand J Clin Lab Invest 1995; 55:193–200.(96) Nakamura I, Tsuzuki K, Ito S. Twenty four hour monitoring of blood pressure and heart rate in patients with chronic renal failure or renal transplant recipients: analysis by the cosinor method. Acta Paediatr Jpn 1995; 37:52–57.(97) Marx MA, Gardner SF, Ketel BL. Diurnal blood pressure variation in kidney pancreas transplant recipients. Am J Hypertens 1996; 9:823–827.(98) Hohage H, Bruckner D, Arlt M, Buchholz B, Zidek W, Spieker C. Influence of cyclosporine A and FK506 on 24h blood pressure monitoring in kidney transplant recipients. Clin Nephrol 1996; 45:342–344.(99) Schwertfeger E, Keller E, Grotz W, Schollmeyer P, Rump LC. Pharmacokinetic profile of cyclosporine A after conversion to Sandimmun Optoral: influence on ambulatory blood pressure in renal transplant patients. Clin Nephrol 1996; 45:349–351.

HBPM versus ABPM(100) Diviso´n JA, Puras A, Aguilera M, Sanchis C, Artigao LM, Carrio´n L,et al. Home self-measure-ments of blood pressure and relationship with diagnosis of hypertension and target organ damage: comparative study with ambulatory monitoring. Med Clin (Barcelona) 2000; 115:730–735.(101) Mengden T, Battig B, Vetter W. Self-measure-ment of blood pressure improves the accuracy and reduces the number of subjects in clinical trials. J Hypertens 1991; 9(Suppl 6):S336–S337.(102) Pickering TG. Self monitoring of blood pressure. In: Ambulatory monitoring and blood pressure varia-bility (part 1). London: Science Press; 1990. p. 8.5.(103) Longo D, Dorigatti F, Palatini P. Masked hyper-tension in adults. Blood Press Monit 2005; 10:307–310.(104) Mancia G, Carugo S, Grassi G, Lanzarotti A, Schiavina R, Cesana G, Sega R. Prevalence of left ventricular hypertrophy in hypertensive patients without and with blood pressure control: data from the PAMELA population. Pressioni Arteriose Monitorate E Loro Associazioni. Hypertension 2002; 39:744–749.(105) Stergiou GS. Ambulatory or home blood pressure monitoring for treatment adjustment? Am J Hyper-tens 2006; 19:475–476.(106) Nordmann A, Frach B, Walker T, Martina B, Battegay E. Comparison of self-reported home blood pressure measurements with automatically stored values and ambulatory blood pressure. Blood Press 2000; 9:200–205.

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A tradução das Guidelines para a Auto-Medição da Pressão Arterial (AMPA) teve o apoio da na forma de um unrestricted grant

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