o Bras Pre Vestibular

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D o m C a s m D o m C a s m u r r o u r r o M a c h a d o d e A s s i s

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D o m C a s m u r r oD o m C a s m u r r o

M a c h a d o d e A s s i s

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• Capítulos curtos

• Ironia

• Técnicas narrativas inovadoras: digressão, metalinguagem, intertextualidades e discurso dirigido ao leitor

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Dom Casmurro

O Enredo:

- O enredo é um pretexto para uma profunda reflexão sobre a condição humana. Dom Casmurro é uma obra atemporal.

- Bentinho, viúvo e solitário, narra a história de sua união com Capitu, destruída pela dúvida e pelo ciúmes.

- À primeira vista, o romance trata sobre o adultério feminino,mas, na verdade, o seu tema é a dor do ser humano diante da dúvida.

- A suspeita de Bentinho não se confirma, nem é negada, o que aumenta a proporção da dor.

- O adultério fica, então, como uma relação de casualidade.

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Dom Casmurro

O narrador:- 1ª pessoa : personagem narrador : Bentinho.

- Desejo de unir as duas pontas da vida: “a velhice e a adolescência”.

- Escrever sobre a própria história foi o meio encontrado pelo narrador de fugir:

* da própria solidão * da angústia da dúvida * da incapacidade de fugir de si mesmo, tentando escrever

sobre política, filosofia...

- O narrador não sustenta os determinismos que comprovem e/ou justifiquem o adultério de Capitu.

- Constrói uma “teia” de indícios e contraprovas, deixando ao leitor a função de resolver a problemática da obra.

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• Memória serve de vínculo entre a narrativa e a suposta verdade dos fatos – falha

• Tom amargo, pessimista• Narrador atribui ao leitor o papel de melhor

explicar a angústia de Bentinho• Título

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Dom Casmurro

Capitu – O Centro do Enigma

- A construção do enredo se dá com base em fatos ou marcas linguísticas que revelam e negam possibilidades.

- Nesse grande enigma, que é Dom Casmurro, Capitu está no centro, cercada por personagens masculinos: Bentinho, Escobar, Ezequiel.

- Na relação entre eles, paira uma dúvida que não é sanada pelo autor.

- Os indícios do adultério de Capitu estão no livro, assim como as marcas que negam o mesmo.

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Dom Casmurro

Capitu

“Olhos de ressaca”

Dissimulada

Oblíqua

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Bentinho

Indeciso

“Carola”

Inseguro

Dom Casmurro

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Escobar

“Olhos fugitivos”

“ Não falava claro, nem fitava de rosto”

Freqüentes visitas a Capitu

Bonito

Dom Casmurro

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Ezequiel

Diferente dos pais

Semelhança com Escobar

Forte

Dom Casmurro

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Leitor

Não houve adultério

Dúvida sem fim

Houve adultério

Dom Casmurro

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“Dom Casmurro” : uma pseudo-autobiografia

• Foco narrativo: 1ª pessoa (Bentinho é narrador-personagem)• Subjetividade intensa: personagens são projeções de sua alma atormentada

• Narrador problemático: emocionalmente: mutilado e dividido entre

passado / presente estilisticamente: digressivo e impressionista

• Técnica narrativa: elementos de discurso jurídico

• Proceder narrativo: calunioso, ao incriminar a mulher

enganoso, ao tentar convencer sobre fato incerto

“Dom Casmurro” : uma pseudo-autobiografia

• Foco narrativo: 1ª pessoa (Bentinho é narrador-personagem)• Subjetividade intensa: personagens são projeções de sua alma atormentada

• Narrador problemático: emocionalmente: mutilado e dividido entre

passado / presente estilisticamente: digressivo e impressionista

• Técnica narrativa: elementos de discurso jurídico

• Proceder narrativo: calunioso, ao incriminar a mulher

enganoso, ao tentar convencer sobre fato incerto

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Personalidade sugerida nos olhos:Personalidade sugerida nos olhos:

segundo José Dias,

“olhos de cigana oblíqua

e dissimulada”

( ardilosa, hipócrita,

enigmática )

segundo José Dias,

“olhos de cigana oblíqua

e dissimulada”

( ardilosa, hipócrita,

enigmática )

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( ( envolventes, envolventes, fascinantes,fascinantes, destrutivamente destrutivamente sedutores sedutores ))

( ( envolventes, envolventes, fascinantes,fascinantes, destrutivamente destrutivamente sedutores sedutores ))

Segundo Bentinho,

“olhos de ressaca”

Segundo Bentinho,

“olhos de ressaca”

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• Assunto: o adultério (real ou imaginário) traz as mesmas conseqüências: destrói a casa e a vida de todos.

• Tema: o real pode ser o que lhe parecer real.

• Assunto: o adultério (real ou imaginário) traz as mesmas conseqüências: destrói a casa e a vida de todos.

• Tema: o real pode ser o que lhe parecer real.

“Meu Senhor, livrai-me do ciúme! É um monstro de olhos verdes, que escarnece do próprio pasto que o alimenta. Quão felizardo é o enganado que, cônscio de o ser, não ama a sua infiel! Mas que torturas infernais padece o homem que, amando, duvida, e, suspeitando, adora.” (Shakespeare)

“Meu Senhor, livrai-me do ciúme! É um monstro de olhos verdes, que escarnece do próprio pasto que o alimenta. Quão felizardo é o enganado que, cônscio de o ser, não ama a sua infiel! Mas que torturas infernais padece o homem que, amando, duvida, e, suspeitando, adora.” (Shakespeare)

Intertextualidade: “Otelo”, de ShakespeareIntertextualidade: “Otelo”, de Shakespeare

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11 – Quanto às personagens femininas dos romances "O Guarani" e "Dom Casmurro", assinale o que for correto.

01)Capitu era forte, decidida e dissimulada e Cecília era frágil, meiga e quase divinizada. 02) As duas mulheres fazem parte da alta sociedade e são descritas de forma idealizada pelo narrador. 04) Nenhuma das personagens é descrita de forma objetiva, embora uma seja idealizada e a outra não. 08) De acordo com os narradores, a inocência é a principal característica das duas personagens. 16) Devido à perspectiva unilateral assumida pelo narrador de "Dom Casmurro", o leitor não tem a real descrição da personagem Capitu.

21 = 1 + 4 + 16

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Identifique as opções em que o fragmento confirma que Capitu pode ter cometido adultério.

01) Como vês, Capitu, aos quatorze anos, tinha já idéias atrevidas, muito menos que outras que lhe vieram depois; mas eram só atrevidas em si, na prática faziam-se hábeis, sinuosas, surdas, e alcançavam o fim proposto, não de salto, mas aos saltinhos. Não sei se me explico bem. Supondo uma concepção grande executada por meios pequenos.

02) Ouvimos passos no corredor; era D. Fortunata. Capitu compôs-se depressa, tão depressa que, quando a mãe apontou à porta, ela abanava a cabeça e ria. Nenhum laivo amarelo, nenhuma contração de acanhamento, um riso espontâneo e claro.

04) Assim, apanhados pela mãe, éramos dois e contrários, ela encobrindo com a palavra o que eu publicava pelo silêncio.

08) Antes de examinar se efetivamente Capitu era parecida com o retrato, fui respondendo que sim. Então ele disse que era o retrato da mulher dele, e que as pessoas que a conheceram diziam a mesma cousa. Também achava que as feições eram semelhantes, a testa principalmente e os olhos. Quanto ao gênio, era um, pareciam irmãs. (...) Na vida há dessas semelhanças assim esquisitas.

16) Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas.

07 = 1 + 2 +4

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(UFRS) Leia o fragmento abaixo, extraído de "Dom Casmurro", de Machado de Assis."Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o

desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver, tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas...As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã."

Sobre esse fragmento, são feitas as seguintes afirmações. I - Capitu revela-se uma mulher forte e dissimulada, capaz de sair-se bem em situações

difíceis, o que a torna uma personagem ainda mais ambígua.II - O jogo de contrastes e o uso de figuras de linguagem mostram que a história não se esclarece para Bento Santiago, embora provoque no leitor a certeza do adultério.III - O romance, como o fragmento, se constrói como um grande jogo de fatos, aparências, e de fantasias criadas em torno dessas aparências.

Quais estão corretas?a) Apenas I.b) Apenas I e II.c) Apenas I e III.d) Apenas II e III.e) I, II e III.

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(UERJ) OLHOS DE RESSACA

Enfim, chegou a hora da encomendação e da partida. Sancha quis despedir-se do marido, e o desespero daquele lance consternou a todos. Muitos homens choravam também, as mulheres todas. Só Capitu, amparando a viúva, parecia vencer-se a si mesma. Consolava a outra, queria arrancá-la dali. A confusão era geral. No meio dela, Capitu olhou alguns instantes para o cadáver tão fixa, tão apaixonadamente fixa, que não admira lhe saltassem algumas lágrimas poucas e caladas.As minhas cessaram logo. Fiquei a ver as dela; Capitu enxugou-as depressa, olhando a furto para a gente que estava na sala. Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la; mas o cadáver parece que a retinha também. Momento houve em que os olhos de Capitu fitaram o defunto, quais os da viúva, sem o pranto nem palavras desta, mas grandes e abertos, como a vaga do mar lá fora, como se quisesse tragar também o nadador da manhã.

(ASSIS, Machado de. "Dom Casmurro". Capítulo 123. São Paulo: Martin Claret, 2004.)

O personagem-narrador do romance Dom Casmurro encontra-se, no capítulo transcrito, angustiado pela dúvida: o possível adultério de sua esposa, Capitu, com seu melhor amigo, cujo velório ora se narra.O título "Olhos de Ressaca" pode ser justificado pela seguinte passagem:a) "Capitu olhou alguns instantes para o cadáver"b) "olhando a furto para a gente que estava na sala."c) "Redobrou de carícias para a amiga, e quis levá-la;"d) "como se quisesse tragar também o nadador da manhã."

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O Guarani

• Publicado em 1857 (inicialmente em folhetins e no mesmo ano em volume).

• O Guarani é considerado a “epopéia da formação da nossa nacionalidade”, dentro do propósito romântico de afirmação nacional e exaltação patriótica.

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1)Classificação de O Guarani• a) Forma literária: prosa (em vários trechos, é

muito poética).• b) Gênero literário: narrativo (há também

trechos épicos e líricos).• c) Espécie literária: romance.• d) Escola literária: Romantismo.2) Ambiente• Florestas do Sudeste brasileiro, sobretudo as

que ficavam mais próximas da cidade do Rio de Janeiro.

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3)Tempo• Aquele em que o romance é situado: século XVII. 1604 –

União Ibérica (Portugal vivia sob o domínio Espanhol)• Aquele em que o romance é narrado: cronológico, com a

inserção de flash-backs.4) Foco Narrativo• 3ª pessoa onisciente• A metalinguagem, muito usada por Manuel Antônio de

Almeida e Machado de Assis, também se faz presente em José de Alencar:

Demorei-me em descrever a cena e falar de algumas das principais personagens deste drama porque assim era preciso para que bem se compreendam os acontecimentos que depois de passaram. Deixarei porém que os outros perfis de desenhem por si mesmos.

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5)Personagens• a) Principais: Peri e Cecília• b) Secundários: D. Antônio de Mariz, D.

Lauriana, Isabel, Álvaro, D. Diogo de Mariz, Loredano (Frei Ângelo di Luca), Rui Soeiro, Bento Simões, Aires Gomes, Mestre Nunes, João Feio, índios Aimorés.

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6)Temas• Miscigenação das raças no Brasil;• Fundação do Rio de Janeiro (romance

histórico-indianista);• Imposição do cristianismo;• Idealização do índio aos moldes do cavaleiro

medieval;• A conquista do sertão brasileiro;• Presença da natureza, idealização,

religiosidade, volta ao passado, nacionalismo, indianismo, amor e morte.

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7)Estrutura da Narrativa• A narrativa é formada de 54 capítulos,

distribuídos em quatro partes:• a) Os Aventureiros• b) Peri• c) Os Aimorés• d) A Catástrofe

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(FUVEST) Assim, o amor se transformava tão completamente nessas organizações*, que apresentava três sentimentos bem distintos: um era uma loucura, o outro uma paixão, o último uma religião.

............ desejava; ............. amava; .............. adorava (*organizações = personalidades)

Neste excerto de O Guarani, o narrador caracteriza os diferentes tipos de amor que três personagens masculinas sentem por Ceci. Mantida a sequência, os trechos pontilhados serão preenchidos corretamente com os nomes de:

a) Álvaro / Peri / D. Diogob) Loredano / Álvaro / Peric) Loredano / Peri / D. Diogod) Álvaro / D. Diogo / Perie) Loredano / D. Diogo / Peri

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(FUVEST) Leia o fragmento da obra O Guarani, de José de Alencar para responder ao teste.

"De um dos cabeços da Serra dos Órgãos desliza um fio de água que se dirige para o norte, e engrossado com os mananciais que recebe no seu curso de dez léguas, torna-se rio caudal.É o Paquequer: saltando de cascata em cascata, enroscando-se como uma serpente, vai depois se espreguiçar na várzea e embeber no Paraíba, que rola majestosamente em vasto leito.Dir-se-ia que vassalo e tributário desse rei das águas, o pequeno rio, altivo e sobranceiro contra os rochedos, curva-se humildemente aos pés do suserano. Perde, então, a beleza selvática; suas ondas resvalam sobre elas: escravo submisso, sofre o látego do senhor."

Considere as afirmações abaixo e assinale alternativa correta:I. O texto é predominantemente descritivo e carregado de recursos de linguagem poética. Um exemplo é a prosopopéia "curva-se humildemente aos pés do suserano".II. O narrador mostra a relação entre os rios Paraíba e Paquequer a partir de uma analogia com o mundo feudal, na qual o primeiro surge como "rei das águas" e o segundo, como "vassalo".III. No modo de qualificar a paisagem, há uma forte conotação de hierarquia.

(A) Estão corretas todas as afirmações.(B) Estão corretas as afirmações I e II.(C) Estão corretas somente as afirmações I e III.(D) Estão corretas somente as afirmações I, II e III.(E) Está correta somente a afirmação III.

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(FUVEST) A oposição Natureza / Cultura é o eixo mais importante de sustentação da narrativa e de caracterização de personagens de O guarani, de José de Alencar. A partir dessa oposição, podem-se determinar várias relações antitéticas, de acordo com o ponto de observação adotado.Assinale a alternativa em que essa oposição não se expressa:

(A) Peri e os demais índios aimorés representam o homem em seu estado natural, enquanto D. Antônio de Mariz e os aventureiros representam a cultura própria da civilização européia.(B) Peri em si mesmo simboliza a oposição Natureza / Cultura, pois é o indígena livre que transita com adequação e elegância entre os brancos europeus.(C) Índios aimorés contrapõem-se pela violência antropofágica ao mundo organizado pelas leis cavalheirescas que definem as relações entre D. Antonio de Mariz e os aventureiros.(D) A fortificação de muralhas de pedras que caracteriza a casa da família Mariz é símbolo de contraste entre a exuberante paisagem natural e a arquitetura do homem branco colonizador.(E) Álvaro, espécie de cavaleiro medieval, lembra a honra e lealdade determinada pelas relações culturais do branco europeu e Loredano, vilão da narrativa, simboliza a insubordinação, deslealdade e ambição que se alastram num espaço primitivo, selvagem, do tempo da colonização brasileira.

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(FUVEST) Ao final da narrativa, Ceci decide permanecer na selva com Peri: "— Peri não pode viver junto de sua irmã na cidade dos brancos, sua irmã fica com ele no deserto, no meio da floresta." A decisão de Ceci traduz:

(A) a supremacia da cultura indígena sobre a branca européia.(B) a capacidade de renúncia da mulher que, por amor, submete-se a intensos sacrifícios.(C) a impossibilidade de Peri habitar a cidade, entre os civilizados.(D) o entrelaçamento da civilização branca européia e da cultura natural indígena.(E) o reconhecimento de que o ambiente natural é o espaço perfeito para a realização amorosa.

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1. D. Antônio de Mariz, o fidalgo português de O Guarani, só permite Peri salvar sua filha Cecília sob duas condições.

Assinale o item que as contempla.a) Tornar-se cristão e levar Ceci até o filho D. Diogo,

em Portugal.b) Jurar fidelidade à Coroa portuguesa e levar a

filha à sua irmã.c) Esquecer a sua cultura e dedicar-se totalmente a

Ceci.d) tornar-se cristão e levar Ceci à sua irmã, na

corte.e) Casar-se com Ceci e batizar o primeiro filho deles

com o seu nome.

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Romance Urbano – com descrições regionais –

Século XX: ±1910 a ±1970

Preâmbulo + 12 Capítulos

Ambiente:

Manaus (Porto dos Remédios, Centro comercial) Líbano, São Paulo, Miami (apenas citadas)

Tempo: Presente x Passado

(do futuro para o passado)

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Dois Irmãos, romance de Milton Hatoum, narra história de ódio familiar.

Escrito em estilo enxuto e ao mesmo tempo repleto de sutilezas, a obra vale-se das frases curtas, ligeiras, com pouca fantasia ou adjetivação, imprimindo clareza e sobriedade. O vocabulário é comum, condizendo com a literatura contemporânea. Isso garante inteira identidade entre o autor e o leitor.

ESCOLA LITERÁRIA: LITERATURA CONTEMPORÂNEA - Dois irmãos foi publicado em 2000; pertence, pois, ao Modernismo brasileiro. É obra da literatura contemporânea, do Pós-Modernismo como querem alguns, seguindo a linha da literatura que valoriza a linguagem simples, mas com elevado grau de arte e de correção gramatical.

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O ROMANCE MODERNO EM DOIS IRMÃOS (literatura contemporânea)

 Romance memorialístico: o tempo sustenta a narração, com suas idas e vindas cronológicas. Uma narrativa dramática que está sempre a anunciar a tragédia que virá e o anúncio do segredo que tanto atormenta Nael: a identidade paterna.

Busca do pai/ da identidade (característica da literatura contemporânea)

Através das lembranças deste narrador-testemunha, sem nome (só no capítulo 9 é que se revela esse nome), com raízes incertas, sem pai, tentando ajuntar os retalhos de outras histórias para chegar a sua, busca-se definir uma identidade onde já não restam muitas coisas: estão quase todos mortos.

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ENREDO• O romance Dois irmãos, de Milton Hatoum, tem como pano de fundo a cidade de Manaus,

que no início do século XX, recebeu estrangeiros de várias nacionalidades entre eles os libaneses, como o jovem Halim e o viúvo Galib com sua filha Zana ainda menina (seis anos). O viúvo Galib é dono de um restaurante perto do porto, onde Halim conhece Zana, apaixonam-se e casam gerando três filhos: Rânia, que nunca vai casar, e os gêmeos Yaqub e Omar, que viverão num permanente conflito.

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O NARRADOR

Nael, filho da empregada (espécie de agregada) da família libanesa, conta a história de dois irmãos de personalidades opostas e ódio inevitável, Yaqub e Omar (tema, aliás, já explorado por Machado de Assis em Esaú e Jacó).

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Mas a narrativa, que aparentemente se centra na rivalidade entre os irmãos, mostra-se aos poucos uma história complexa, uma última tentativa de Nael descobrir a identidade de seu pai, pois, como o leitor vai descobrindo ao longo da história, a mãe de Nael, Domingas, era apaixonada por Yaqub, mas fora abusada pelo inconsequente Omar, privando o filho, o narrador, da certeza sobre suas origens, se fora o amor ou o abuso, o irmão ambicioso e trabalhador ou o rebelde e violento.

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PERSONAGENS:Os personagens masculinos emergem quase como dependentes do clã feminino, no sentido de parecerem mais frágeis que estes personagens: Halim, que sem as atenções de Zana perde o ânimo; Omar, que sempre foi cercado do amor materno e dependente financeiramente, e Yaqub, que é marcado pela preferência da mãe pelo Caçula. Mas, mesmo as figuras femininas sendo dotadas de mais força, estão à mercê dos conflitos entre os irmãos. Com o diferencial de Nael, o narrador, que se mostra dependente apenas de sua dúvida.

As personagens criadas por Milton Hatoum, em Dois irmãos, são todas PLANAS, LINEARES ou estereotipadas, isto é, não evoluem psicologicamente nem mudam de caráter ou de personalidade.

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TEMÁTICA CASA DEMOLIDA - O tema principal do romance é o drama familiar demolindo as vidas e, por consequência, o lar. O enredo é centrado na história de dois irmãos gêmeos -Yaqub e Omar - e suas relações com a mãe, o pai e a irmã. Moram na mesma casa Domingas, empregada da família, e o filho dela (que, mais tarde, se torna o narrador), um menino cuja infância é moldada justamente por esta condição: ser o filho da empregada.

AMOR INCESTUOSO -Apesar de não está escrito com todas as letras, deduz-se que o amor doentio da mãe (Zana) pelo filho mais novo (Omar) tem muito de incesto: ela o quer só para si, ignorando, a partir de certo momento, a relação com o próprio marido. Na mesma linha, classifica-se o amor de Rânia pelos irmãos gêmeos.  

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FOCO NARRATIVO

NARRADOR-PERSONAGEM- A história é narrada na primeira pessoa, mas o narrador não é o herói principal. Nael (o nome só é revelado quase no fim da história) valeu-se do que viu, do que ouviu e, principalmente, do que lhe contaram sobre a família de que fez parte. A função do narrador é olhar para o passado e tentar juntar pedaços do que lhe foram contando até formar a história como um todo.

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ESPAÇO (AMBIENTE - CENÁRIO)

Milton Hatoum aborda os vários conflitos familiares, tais como o confronto entre pai e filho, a figura materna como o símbolo de acolhimento e ternura, a figura da irmã solitária e abandonada, além de fazer um retrato representativo de suas memórias pessoais da infância em Manaus e um belo retrato das tradições amazonenses no pós-guerra.

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TEXTO 2“ ‘Há mais de meio século’, continuou. ‘Eu era moleque, e eles uns curumins que já carregavam tudo, iam dos barcos para o alto da praça, o dia todo assim. Eu vendia tudo, de porta em porta. Entrei em centenas de casas de Manaus, e quando não vendia nada, me ofereciam guaraná, banana frita, tapioquinha com café. Em vinte e poucos, por aí, conheci o restaurante do Galib e vi a Zana... Depois, a morte do Galib, o nascimento dos gêmeos...’ ”HATOUM, Milton. Dois irmãos. São Paulo: Companhia das Letras, 2000, p. 133.

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Com relação ao TEXTO 2 e ao romance Dois irmãos, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S).

01. No Texto 2, o narrador principal da história (Nael, filho de Omar) cede espaço para um narrador secundário (Halim, pai de Omar) resumir sua saga de imigrante libanês.02. A narrativa apresenta um drama familiar e a conflituosa relação entre os dois irmãos gêmeos, Yacub e Omar.04. Nael, personagem/narrador perturbado pela dúvida quanto à sua filiação, reconstrói a memória da família libanesa, que é, também, a sua própria memória/identidade.08. O excerto apresenta os principais elementos da narrativa de Hatoum: romance ambientado em Manaus; o narrador, Galib, é mascate, conhece Zana, filha do dono de um restaurante, e é pai dos gêmeos Yacub e Omar (foco da discórdia familiar).16. São recorrentes, em obras de ficção ou que representam diferentes culturas, as disputas entre irmãos gêmeos, a exemplo de Caim e Abel, Esaú e Jacó, mas que, diferentemente de Yacub e Omar, encontram uma saída harmoniosa para o conflito.32. Embora os dois irmãos sejam gêmeos, Omar é chamado de “o caçula”, o que denuncia o tratamento desigual dado, pela mãe, aos dois personagens principais e criticado pela irmã dos gêmeos, Rânia.64. Nael, o narrador, é filho da índia Domingas e de Omar, filho de imigrante libanês. Nael simboliza a mistura das raças resultante dos processos de imigração, que se deu de forma tranquila e equilibrada.1 + 2 + 4 = 7

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Estrutura da obra

• Gênero Textual • 3º fase do modernismo• 25 contos • Narrador – 1º pessoa do singular Tempo e Cenário

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“Criava as mais falsas dificuldades para aquela coisa clandestina que era a

felicidade. A felicidade sempre iria ser clandestina para mim. Parece que eu já pressentia. Como demorei! Eu vivia no ar... Havia orgulho e pudor em mim. Eu

era uma rainha delicada.As vezes sentava-me na rede,

balançando-me com o livro aberto no colo, sem tocá-lo, em êxtase puríssimo.

Não era mais uma menina com um livro: era uma mulher com seu

amante.”

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Temas:

•Traços da psicologia feminina•Solidão•Desmascarar o ser humano:

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• Prosa intimista ou introspectiva;• Ação mais interna (mente) do que externa;• Limites entre conto e crônica são rompidos;• Traços autobiográficos (felicidade clandestina, restos de

carnaval);• Monólogo interior – fluxo de consciência• Percepção incomoda da realidade diante de fatos inusitados;• Narrativa epifânica ou prosa de epifânia: percepção súbita

da realidade a partir de um fato banal – processo de reflexão

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• 01. (PUC-PR) Felicidade Clandestina reúne 25 contos que tematizam a adolescência, a infância e a família de Clarice Lispector. Sobre essa obra, marque a alternativa correta.I. São contos muito diferentes do resto da obra da autora, que nunca usa sua vida como referência para a ficção.II. O cotidiano, sempre presente em sua obra, nesses contos é deixado de lado, para que se trate apenas do aspecto tecnológico.III. A epifania, constante da obra de Clarice Lispector, nesse livro está ausente, porque as personagens têm plena consciência de tudo.IV. As personagens feminina são, na maioria, meninas, que passam pelo processo de amadurecimento e se tornam adulta.V. As cenas descritas são comuns, mas não apresentam detalhes.

a) Somente a alternativa IV está correta.b) As alternativas I e II estão corretas.c) As alternativas IV e V estão corretas.d) Somente a alternativa II está correta.e) Todas as alternativas estão corretas.

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(PUC–PR) Observe o seguinte fragmento do conto Felicidade Clandestina, do livrocom o mesmo nome, escrito por Clarice Lispector:“Mas que talento tinha para a crueldade. Ela toda era pura vingança, chupando balas com barulho. E como essa menina devia nos odiar, nós que éramos imperdoavelmente bonitinhas, esguias, altinhas, de cabelos livres. Comigo exerceu com calma ferocidade o seu sadismo. Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que ela me submetia: continuava a implorar-lhe emprestados os livros que ela não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía As Reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grande, meu Deus, era um livro pra se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o. E completamente acima de minhas posses. Disse-me queeu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria”.

Fonte: Clarice Lispector, Felicidade Clandestina

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• Na relação entre as personagens se verificam as seguintes temáticas presentes no todo da obra de Clarice Lispector:

a) A desigualdade social, presente no fato de não se dividir um bem material, o livro, e a competitividade entre as mulheres.b) A importância da leitura como fator de inclusão social, já que, entre as personagens, a mais rica impede o acesso da mais pobre ao livro desejado.c) A complexidade e as contradições dos relacionamentos humanos, que envolvem, no caso da narradora, a servidão voluntária em nome de um benefício eventual e, no caso da antagonista, a compensação dos traumas de sua “inferioridade” pelo exercício do poder.d) A agressividade natural das crianças e a intertextualidade com a obra de Monteiro Lobato, principal influência literária sofrida por Clarice Lispector.e) A religiosidade – presente na expressão “era um livro grosso, meu Deus” - e a crençanos valores cristãos como o perdão, que, ao final, a narradora dirigirá à sua antagonista.

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• 11. (UFOP) Sobre Felicidade Clandestina, de Clarice, são feitos os seguintescomentários:I. Os contos formam, em seu conjunto, uma única história, que tem como protagonista uma mulher à procura do(s) sentido(s) da vida, em situações simples e corriqueiras do cotidiano.II. O conto que dá nome ao livro é um exemplo dos tormentos psicológicos que asprotagonistas experimentam, mesmo em outras narrativas, em sua busca de ascensão social.III. Cada conto apresenta uma situação do cotidiano de homens, mulheres e crianças, sob a perspectiva de um certo espanto pela revelação de aspectos, características e novidades, antes insuspeitadas.IV. O mar, os animais domésticos, as situações corriqueiras e os sentimentos mais anais são alguns dos elementos utilizados para a construção das histórias curtas que compõem o livro.Com base nos comentários feitos, é correto afirmar:a) Apenas as afirmativas I e II estão corretas.b) Apenas as afirmativas I e IV estão corretas.c) Apenas as afirmativas II e IV estão corretas.d) Apenas as afirmativas III e IV estão corretas.

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• 09. (UNIBRASIL-PR)“Na minha ânsia de ler, eu nem notava as humilhações a que me submetia:continuava a implorar-lhe emprestados os livros que não lia. Até que veio para ela o magno dia de começar a exercer sobre mim uma tortura chinesa. Como casualmente, informou-me que possuía. As reinações de Narizinho, de Monteiro Lobato. Era um livro grosso, meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele, comendo-o, dormindo-o,E, completamente acima de minhas posses. Disse-me que eu passasse pela sua casa no dia seguinte e que ela o emprestaria.Até o dia seguinte eu me transformei na própria esperança de alegria: eu nãovivia, nadava devagar num mar suave, as ondas me levavam e me traziam.No dia seguinte fui à sua casa, literalmente correndo. Ela não morava numsobrado como eu, e sim numa casa. Não me mandou entrar. Olhando bem pra meus olhos, disse-me que havia emprestado o livro a outra menina, e que eu voltasse no dia seguinte para buscá-lo”

•(LISPECTOR, Clarice. Felicidade Clandestina.)

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• Sobre o texto de Clarice Lispector seria CORRETO afirmar que:a) A narradora do conto demonstra seu descontentamento com o idéia de que a leituraseja capaz de transformar as atitudes de sua antagonista, pois mesmo após ter lidodiversos livros, inclusive os de Monteiro Lobato, a mesma não demonstra qualquersensibilidade aprimorada.b) A felicidade clandestina citada no título está relacionada ao fato de que a verdadeiraansiedade da protagonista era rever a garota que, muitas vezes, a tratava de maneirahumilhante, mesmo que para isso tivesse de usar como desculpa em fato corriqueiro,como o empréstimo de um livro, estabelecendo uma relação de amizade quasesadomasoquista entre ambas.c) A narradora do conto é um exemplo claro das personagens claricianas, pois em suaintrospecção e em seu amor pela leitura é capaz de suportar até mesmo as pioreshumilhações para ter em sua posse um objeto ao qual atribui poderes quasetranscendentais, capazes de gerar uma epifania na protagonista.d) A personagem central parece sentir-se secretamente aliviada ao constatar que o livrojá tinha sido emprestado a outra escola, uma vez que o mesmo era “um livro grosso,meu Deus, era um livro para se ficar vivendo com ele”. Dessa sensação vem o título queClarice Lispector dá ao texto, uma vez que a protagonista sabe que deveria lerobrigatoriamente a obra e o fato de escapar da mesma é felicidade clandestina.e) A verdadeira crueldade exposta no texto de Clarice é representada pela continuainsistência da protagonista em torturar sua colega, pedindo-lhe repetidamente oempréstimo do livro que já sabia estar de posse de outra pessoa, humilhando assim aamiga que prometera o que não poderia cumprir.

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FERREIRA GULLAR

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Em Muitas vozes, Ferreira Gullar retoma uma das características marcantes da produção poética de João Cabral de Melo Neto — o maior poeta da geração de 1945 —, a preocupação com a própria poesia, isto é, um questionamento sobre o fazer-poético (até mesmo a péssima poesia é capaz de comover o leitor),

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• ConcretismoConcretismo• NeoconcretismoNeoconcretismo• Modernista da 3ª geração (formal, sonetos)

para contemporâneocontemporâneo• Muitas vozes remeta às ‘muitas vozes’ que o

autor teve durante sua carreira (poesia tradicional, concretista, neoconcretista, sociais, políticos, pessoal, contemporânea – simples, cotidiano)

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* Em Muitas vozes, Ferreira Gullar retoma o verso livre, mais propriamente, o verso neoconcretista, como podemos verificar na primeira parte do poema “O que se vê”:

olho o piso brancoa pedra branca o branco

de pedrado piso

do banheiro

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Em Muitas vozes, Ferreira Gullar homenageia o poeta

francês com o poema “Fotografia de Mallarmé”: é uma foto premeditada como

um crime

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O pessimismo, a melancolia e a angústia diante da morte, permeados pela ironia, como em “Nova concepção da morte” e “Morrer no Rio de Janeiro”. Como ia morrer, foi-lhe dado o aviso na carne, como sempre ocorrer aos seres vivos;um aviso, um sinal, que não lhe veio de fora, mas do fundo do corpo, onde a morte mora,

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A família também está presente em Muitas vozes.

A lembrança do pai, a internação de um dos filhos (Ferreira Gullar tem um filho esquizofrênico que vive hoje em uma fazenda em Pernambuco), podem ser notadas nos poemas “Meu pai” e “Internação”: meu pai foi ao Rio se tratar de um câncer.

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O erotismo e lirismo se misturam na poética de Ferreira Gullar, ora leve, ora pesado. Um exemplo do primeiro é o poema “Thereza”:

Sem apelo no vórtice do dia no abandono do chão na lâmina da luz feroz.

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Observe as seguintes afirmativas acerca de “Muitas Vozes”, de FerreiraGullar:I. O livro destoa da orientação geral da obra do poeta, que preferiu deixar a

temática social em segundo plano para focalizar assuntos familiares e reflexões filosóficas acerca da vida e da morte.

II. O poeta opta, preferencialmente, por trabalhar, com sensações auditivas e visuais nos poemas de “Muitas Vozes”, excluindo a discussão sobre o cotidiano e o fazer poético.

III. Os poemas de “Muitas Vozes” refletem um amadurecimento temático e da vida de Ferreira Gullar, após um hiato de doze anos sem publicar poemas inéditos, tal amadurecimento reflete-se na tematização da angústia existencial.

Está(ão) correta(s) as afirmativas:a) Ib) IIc) IIId) I e IIe) I e III

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O poema que se segue integra o volume intitulado Muitas Vozes, publicado por Ferreira Gullar no ano de 1999.

Ouvindo apenase gato e passarinhoe gatoe passarinho (na manhãveloze azulde ventania e arvoresvoando)e cãolatindo e gato e passarinho (sórumoresde cãode gatoe passarinhoouçodeitadono quartoàs dez da manhãde um novembrono Brasil)

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Acerca do poema acima reproduzido, considere as seguintes afirmativas:I. No plano da linguagem poética, pelo menos um dos procedimentos empregados

pelo autor em Muitas Vozes encontra-se exemplificado em “Ouvindo apenas”;o texto especializado (a linguagem de base visual).

II. O sujeito lírico de “Ouvindo apenas” mantém-se desligado do mundo objetivo, mostrando-se insensível a estímulos físicos.

III. O emprego de quadras e tercetos isométricos associa “Ouvindo apenas” ao modelo estrutural do soneto.

IV. O poema justapõe dois registros da realidade: fora dos parênteses, os elementos da realidade são relacionados de forma objetiva; dentro dos parênteses, fica evidenciada a atuação do componente subjetivo.

V. Embora use recursos do fazer poético concretista, Ferreira Gullar harmoniza a ousadia formal com a representação da emoção.

Assinale a alternativa correta.a) Somente as afirmativas I e III são verdadeirasb) Somente as afirmativas I, IV e V são verdadeiras.c) Somente as afirmativas II, III e IV são verdadeiras.d) Somente as afirmativas II, III e V são verdadeiras.e) Somente as afirmativas II, IV e V são verdadeiras.