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JORNAL O CABISTÃO | NOVEMBRO DE 2008 JORNAL O CABISTÃO | NOVEMBRO DE 2008 Arraial do Cabo conta sua história e mostra a sua arte O CABISTÃO Novembro de 2008 Ano I Nº 01 Um jornal dinâmico feito por jovens de Arraial do Cabo Arraial é habitada há 7 mil anos P. 4 Rendas, estátuas, bonecas, artesanatos, entalhos e miniaturas são atrativos para turistas brasileiros e estrangeiros e fonte de renda local Entrevista com Reinaldo Fialho P. 3 NESTA EDIÇÃO: Rendeiras são patrimônio do Cabo P. 5 Como prevenir a gravidez na adolescência P. 6 RENDA: DODOCA; COPOS: MARCELO RAMOS; PORCELANA: ANETE GOUVEA; MOSAICO: MONICA MARINHO; PAPEL MACHÊ: MARLENE BRASIL Logo que chegou à Marina dos Pescado- res de Arraial do Cabo, o grupo encon- trou Luciano Menezes. O seu barco pas- seio tem capacidade para 24 pessoas. De- vido ao fraco movimento nessa época do ano, ele estava saindo com apenas seis pessoas. Seu barco tem seu sobrenome: Sezenem, Menezes ao contrário. Além de barcos de passeios, existem no cais homens que compram peixes para limpar e revender. Luiz Carlos é um de- les. Cabista, no momento mora em Cabo Frio. Seu apelido é índio (por parecer e ter uma avó indígena). Ele trabalha em Arraial do Cabo com o Gilson ou Burun- ga, que, no momento da nossa visita, também limpava peixes do lado oposto da mesa. Burunga veio da África do Sul sozinho e em Arraial fez uma família. – Aqui é bom demais, eu não saio daqui, diz Gilson. Os dois limpavam peixes conhecidos como olho de Cão, roncador e outros. Um comprador de Cabo Frio esperava os peixes serem limpos. Pesquisadores de universidades federais no cais Gabriela Azevedo também estava no cais. Ela conta que frequenta Arraial por causa da pesquisa que realiza em seu mestrado em biologia marinha, na Universida- de Federal Fluminense (UFF). Ela mergulha na praia do Forno, no pon- to de Fortaleza. Sua pes- quisa é sobre o peixe sa- bonete verde (peixe sa- bão). Está há um ano nessa busca pela comparação entre os estudos referentes à espécie no Brasil e no Caribe. Trabalha observando o comportamento alimentar, a conservação e as fases etárias do peixe. É com Valmir de Carvalho ou Piú- ma, que Gabriela sai à procura da es- pécie. Piúma conduz o barco Poupee, que não é dele. Além de conduzir o Poupee, ele também mora nele, lá tem cama, fogão, pia. Gente vinda de vários lugares que mora até em barco Valmir é natural de Piúma, Espíri- to Santo, por isso o sobrenome. Ele Mora em Arraial há dez anos e tem várias histórias emocionantes de suas aventuras. Já levou uma família de barco para passar o carnaval na Bahia. Conheceu muitos lugares viajando de barco a trabalho e so- zinho, às vezes du- rante dias. O grupo que visi- tou o cais na parte da tarde encontrou entre os turistas que vinham de seus passeios, o professor Carlos Ernesto, da Universi- dade Federal de Viçosa (UFV). Ele estava com um grupo de 25 alu- nos pós-graduandos, aos quais havia mi- nistrado o estudo de pedogeomorfolo- gia, revelando as belezas geológicas pre- dominantes nas ilhas. Restaurante flutuante e Pontal do Atalaia Adriana também era uma das turis- tas no final da tarde no cais. Moradora de Campo Grande, Rio de Ja- neiro, ela ficou deslumbrada com o res- taurante flutuante e o Morro do Atalaia, que proporciona uma visão fascinante da região. A turista ressaltou a pre- ocupação com a suposta chegada da Petrobras, que afetaria a beleza do lugar. Ao sair, verificamos a construção de um cercado de peixe, onde os pes- cadores poderão comercializar o pes- cado. Mas também constatamos a pre- sença de lixo em lugares inapropria- dos do cais. O cais fica dentro do centro históri- co de Arraial do Cabo e tem três piers: um para embarcações turísticas e os ou- tros dois para embarcações pesqueiras. Um lugar simples, mas cheio de his- tórias. Várias etnias reunidas vivendo em um mar rico em belezas e diversida- des de peixes. Para uns, é arte, é prazer; para ou- tros, é estudos; e, para muitos, é tra- balho, sobrevivência. Mas, acima de tudo, amor pela natu- reza que os cerca. No cais do porto, tem trabalhador Dois grupos de alunos do Curso de Comunicação Comunitária visitaram o cais de Arraial no dia 11 de outubro. A visita fazia parte de um exercício de redação. Após observar o local, os grupos registraram o que viram. Confira! FOTO: GUSTAVO NASCIMENTO O pescador Piúma e a pesquisadora Vanessa Um lugar cheio de histórias. Várias etnias reunidas em um mar rico de diversidades de peixes. 8 Arraial do Cabo: ancoradouro abriga de navios salineiros a plataformas petrolíferas Desde que a Companhia Nacio- nal de Álcalis faliu, surgiram co- mentários em Arraial do Cabo de que a Petrobras viria para a cida- de, ocupando o terreno da antiga empresa. Será que os boatos são verdadeiros? O presidente do Porto do For- no, Átila Szabos Angermann, diz que não é bem assim. Ele fala que a Petrobras já está em Arraial do Cabo por meio de uma empresa ter- ceirizada que presta serviços à es- tatal e que não passará disso. O motivo seria o fato de a Petrobras já ter esgotado todas as expan- sões em Macaé. Segundo Átila, o Porto do For- no já está recebendo trabalhos dos quais Macaé não está dando con- ta, devido ao excesso. Ele consi- dera que o Porto já esta trabalhan- do para a empresa, mas sem usar o nome da Petrobras. O que diz a Petrobras De acordo com Assessoria de Imprensa da Petrobras, existe a possibilidade de uma plataforma ser construída no alto mar de Ar- raial do Cabo. Entretanto, ainda não há nada de concreto. No mo- mento, há apenas estudos sobre esta possibilidade. Os pescadores se dividem quan- to a uma futura presença da em- presa na cidade. Para alguns, a ins- talação de uma empresa desse por- te traria mais oportunidades e não afetaria a pesca. ‘’A plataforma ficaria longe da principal área de pesca (...). Arrai- al do Cabo tem tanta gente desem- pregada e isso dará muito mais oportunidade para a nossa popu- lação”, diz um pescador. Para outros, além desses pon- tos positivos há também os nega- tivos. ‘’Por mais que se criem em- pregos, a área de exclusão de pes- ca atrapalharia o nosso trabalho”, sustenta. vem? E a Petrobras, até de outros continentes

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JORNAL O CABISTÃO

| NOVEM

BRO DE 2008

JORNAL O CABISTÃO

| NOVEM

BRO DE 2008

Arraial d

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ovembro de 2008

Ano I Nº 01

Um

jornal dinâmico feito por jovens de Arraial do Cabo

Arraial éhabitada há 7m

il anos P. 4

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Entrevistacom

ReinaldoFialho P. 3

NESTA EDIÇÃO:

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ôniodo Cabo P. 5

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Logo que chegou à Marina dos Pescado-

res de Arraial do Cabo, o grupo encon-

trou Luciano Menezes. O seu barco pas-

seio tem capacidade para 24 pessoas. De-

vido ao fraco movim

ento nessa época doano, ele estava saindo com

apenas seispessoas. Seu barco tem

seu sobrenome:

Sezenem, M

enezes ao contrário.A

lém de barcos de passeios, existem

no cais homens que com

pram peixes para

limpar e revender. Luiz Carlos é um

de-les. Cabista, no m

omento m

ora em Cabo

Frio. Seu apelido é índio (por parecer eter um

a avó indígena). Ele trabalha emA

rraial do Cabo com o Gilson ou Burun-

ga, que, no mom

ento da nossa visita,tam

bém lim

pava peixes do lado opostoda m

esa. Burunga veio da África do Sul

sozinho e em A

rraial fez uma fam

ília.– A

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ais, eu não saiodaqui, diz Gilson.

Os dois limpavam

peixes conhecidoscom

o olho de Cão, roncador e outros.U

m com

prador de Cabo Frio esperava ospeixes serem

limpos.

Pesquisadores de universidadesfederais no cais

Gabriela Azevedo tam

bém estava no

cais. Ela conta que frequenta Arraial por

causa da pesquisa que realiza em seu

mestrado em

biologiam

arinha, na Universida-

de Federal Fluminense

(UFF). Ela m

ergulha napraia do Forno, no pon-to de Fortaleza. Sua pes-quisa é sobre o peixe sa-bonete verde (peixe sa-bão). Está há um

ano nessa busca pelacom

paração entre os estudos referentesà espécie no Brasil e no Caribe. Trabalhaobservando o com

portamento alim

entar, aconservação e as fases etárias do peixe.

É com Valm

ir de Carvalho ou Piú-m

a, que Gabriela sai à procura da es-pécie. Piúm

a conduz o barco Poupee,que n

ão é dele. Além

de conduzir oPoupee, ele tam

bém m

ora nele, lá temcam

a, fogão, pia.

Gente vinda de vários lugares

que mora até em

barcoValm

ir é natural de Piúma, Espíri-

to Santo, por isso o sobrenome. Ele

Mora em

Arraial h

á dez anos e tem

várias histórias emocionantes de suas

aventuras. Já levou um

a família de

barco para passar o carnaval na Bahia.Conheceu m

uitos lugares viajando debarco a trabalho e so-zin

ho, às vezes du-

rante dias.O grupo que visi-

tou o cais na parte datarde encontrou entreos turistas que vinhamde seus passeios, o

professor Carlos Ernesto, da Universi-

dade Federal de Viçosa (UFV).

Ele estava com um

grupo de 25 alu-nos pós-graduandos, aos quais havia m

i-nistrado o estudo de pedogeom

orfolo-gia, revelando as belezas geológicas pre-dom

inantes nas ilhas.

Restaurante flutuantee Pontal do A

talaiaA

driana também

era uma das turis-

tas no final da tarde no cais.M

oradora de Campo Grande, Rio de Ja-

neiro, ela ficou deslumbrada com

o res-taurante flutuante e o M

orro do Atalaia,

que proporciona uma visão fascinante

da região. A tu

rista ressaltou a pre-

ocupação com

a suposta chegada da

Petrobras, que afetaria a beleza do

lugar.A

o sair, verificamos a construção

de um cercado de peixe, onde os pes-

cadores poderão comercializar o pes-

cado. Mas tam

bém constatam

os a pre-sen

ça de lixo em lugares inapropria-

dos do cais.O cais fica dentro do centro históri-

co de Arraial do Cabo e tem

três piers:um

para embarcações turísticas e os ou-

tros dois para embarcações pesqueiras.

Um

lugar simples, m

as cheio de his-tórias. Várias etnias reunidas vivendo emum

mar rico em

belezas e diversida-des de peixes.

Para uns, é arte, é prazer; para ou-tros, é estudos; e, para m

uitos, é tra-balho, sobrevivência.

Mas, acim

a de tudo, amor pela natu-

reza que os cerca.

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as petrolíferas

Desde que a Companhia Nacio-

nal de Álcalis faliu, surgiram

co-m

entários em A

rraial do Cabo deque a Petrobras viria para a cida-de, ocupando o terreno da antigaem

presa. Será que os boatos sãoverdadeiros?

O presidente do Porto do For-no, Á

tila Szabos Angerm

ann, dizque não é bem

assim. Ele fala que

a Petrobras já está em A

rraial doCabo por m

eio de uma em

presa ter-ceirizada que presta serviços à es-tatal e que não passará disso. Om

otivo seria o fato de a Petrobrasjá ter esgotado todas as expan-sões em

Macaé.

Segundo Átila, o Porto do For-

no já está recebendo trabalhos dosquais M

acaé não está dando con-ta, devido ao excesso. Ele consi-dera que o Porto já esta trabalhan-do para a em

presa, mas sem

usar onom

e da Petrobras.

O que diz a PetrobrasD

e acordo com A

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prensa da Petrobras, existe apossibilidade de um

a plataforma

ser construída no alto mar de A

r-raial do Cabo. Entretanto, aindanão há nada de concreto. No m

o-m

ento, há apenas estudos sobreesta possibilidade.

Os pescadores se dividem quan-

to a uma futura presença da em

-presa na cidade. Para alguns, a ins-talação de um

a empresa desse por-

te traria mais oportunidades e não

afetaria a pesca.‘’A

plataforma ficaria longe da

principal área de pesca (...). Arrai-

al do Cabo tem tanta gente desem

-pregada e isso dará m

uito mais

oportunidade para a nossa popu-lação”, diz um

pescador.Para outros, além

desses pon-tos positivos há tam

bém os nega-

tivos. ‘’Por mais que se criem

em-

pregos, a área de exclusão de pes-ca atrapalharia o nosso trabalho”,sustenta. vem

?E a Petrobras,

até

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JORNAL O CABISTÃO

| NOVEM

BRO DE 2008

JORNAL O CABISTÃO

| NOVEM

BRO DE 2008

2O C

abistão: um jornal jovem

EDITORIAL

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End.: Praça da Independência, 25 - Centro - Arraial do Cabo - RJ // Tel. (21) 2622-1341

Historinhas reais do C

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“ – Alô, eu poderia falar com o Ruand?

- Oi, é o Ruand.- Tudo bem

, Ruand? Aqui é do Projeto Res-surgência. Estam

os te ligando para falarsobre um

curso de comunicação com

uni-tária que vam

os iniciar na próxima se-

mana aqui em

Arraial.- Ah, sim

. Tudo bem. M

as como é isso?

- A idéia é possibilitar aos alunos conhe-cim

entos teóricos e práticos em jornal

impresso, rádio e vídeo para que poten-

cializem a com

unicação em Arraial. U

ma

comunicação que seja feita pelos própri-

os moradores da cidade. Que fale sobre a

realidade daqui, sobre a Reserva Extrati-vista M

arinha, as manifestações culturais,

a vida da cidade e tudo o que quiseremdivulgar. O curso é gratuito. O que acha?- Ah, tá. Legal.- Estam

os convidando os jovens interes-sados para um

a reunião amanhã, às 19h,

no Centro Cultural Manoel Cam

argo para ex-plicarm

os melhor o curso. Você pode ir?

-Posso sim, estarei lá.

-Ótimo, então nos vem

os lá.Foi m

ais ou menos assim

que come-

çou a divulgação do curso de comunica-

ção comunitária do Projeto Ressurgência,

no mês de agosto.

Na noite marcada, cerca de 30 jovens

atenderam ao cham

ado e participaram da

reunião. Na semana seguinte, outro en-

contro, com outros 30 jovens. E assim

aturm

a foi formada.

Esse jornal que apresentamos à po-

pulação de Arraial do Cabo é um

dos re-sultados dos três prim

eiros meses de au-

las. Os assuntos, os textos, as fotos sãoproduções dos alunos. Inclusive o nom

e,O Cabistão, foi aprovado por eles em

uma

calorosa votação, na qual outros cinconom

es concorreram.

O curso de Comunicação Com

unitárianasceu para isso. Para gerar m

obiliza-ção, debate, e, sobretudo, divulgação dopensam

ento e da realidade da cidade deA

rraial do Cabo. Nasceu também

para serum

espaço de troca de idéias sobre o meio-

ambiente da cidade, e sobre com

o podemos

gerenciar com qualidade nossa Reserva

Extrativista Marinha. A

edição nº 1 de OCabistão é a prim

eira expressão do es-forço de cerca de 60 alunos do curso parapensar e divulgar as diversas realidadesde A

rraial do Cabo.

Nosso m

uito obrigadaA

proveitamos esse editorial para

agradecermos a todos que colaboraram

com o curso até o m

omento. E para agra-

decermos tam

bém ao Colégio M

unicipalFrancisco Porto, que carinhosam

enteabriu as portas para que as aulas do Cur-so de Com

unicação Comunitária sejam

realizadas lá.O Projeto Ressurgência conta com

re-cursos do Program

a Petrobrás Am

bien-tal. A

té a próxima edição!

• Equip

e:

Ad

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F.

Silva

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lessand

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Toza

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/Alessandra Koblischek / Alexandro C

. Viana /A

linne Kristine S. de França / Ana Karen C

.Silva / Analice Karoline S. de C

ézar / AndrelleM

otta de F. Melo / Anita Raim

undo de Mello /

Ayron P. Freixo / C

amila da Silva M

outinho /C

láudio Henrique de F. M

elo / Clebio Julio

Rodrigues / Daniela V. dos Santos / D

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liveira / Déborah dos S. C

arvalho / Dora B.

Barreiros / Fabiano Felix (Feliz) / Gabriel N

eves/ G

abriel Novaes / G

isele Mendonça / G

isellyR. M

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ento/ G

ustavo Filardis / Hiram

Jethro B. Moyano /

Isabela N. Abel / Izabelle C

. da Gam

a / IsraelVianna de M

. Miranda / Jéssica Q

ueiroz /Jéssica de Jesus / Jéssica M

iranda / JoãoH

enrique Oliveira / Jonatas S. Ribeiro / Joel

Santiago / Juliana Aguida de Andrade / KeylaM

aylaine G. Vieira /

Leandro Rhian R. da Silva / Leilane Noem

e R.de Souza / Levi Ribeiro de Britto/ Ligia Barreto F.da Silva / Livia R. C

avalcanti / Lorena do N.

Santos / Lorena Brites / Luis Carlos / M

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s S. Oliveira

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Casarões / M

aria Gabriela V. Sá e Benevides /

Mayara de L. M

endonça / Natalia Regina de

S. Brito / Olívia de O

. Vidal / Otávio das N

.Azevedo / Pâm

ella M. da Silva / Paula G

oulartde C

. Pereira / Paulo Vitor Mureb / Pedro

Henrique A

. Oliveira / Pedro M

. Andrade / RafaelElias B. e M

iranda / Rafael Otávio F. L. D

ias /Reginalice Félix / Renan C

astro / Ruand PortoFelix / Rubens de O

liveira / Sabriny Lúcia dosSantos Ferreira / Sheila da Silva Francisco / TalithaSilva de França / Tayron C

arlos Alvarenga / Thiagode Azevedo / Thiago Ram

alho Batista Franco /Vinicius Fonseca / Vinicius de S. Pereira / Viviannede Azevedo L. de Souza W

ellyson V. Côrtes da

Silva / Yuri Luis B. Moyano / Yuri V. G

aldino

Prod

ução: N

úcleo P

iratinin

ga de C

omunicação

Jornalista resp

onsável: Claudia Santiago • D

iagramação: José C

arlos Bezerra• A

ssistentes: Raquel Junia / Sheila Jacob

• Realização: Sage / Coppe / U

FRJ • Novembro de 2008

• Patrocínio:

7

Convênios e parcerias geralmente

são firmados entre órgãos públicos ou

entre estes e órgãos privados com ob-

jetivo de realizar uma ação de com

uminteresse. Essas parcerias beneficiamo m

unicípio conveniado oferecendocursos, especializações, palestras, en-tretenim

ento, conhecimento, lazer, e

até mesm

o oportunidades de empre-

go para a população.Diversas instituições, universida-

des e empresas brasileiras com

o Pe-trobras, SENA

I, SESI, CEFET, UFRJ

e outras, apostam nessa ação com

oform

a de ajudar a proteger o meio

ambiente, form

ar cidadãos consci-

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O bairro Prainha, um dos m

ais antigosde Arraial do Cabo, é um

“prato cheio” paraquem

deseja curtir um dia de praia. O local

oferece ótimas opções quando se trata de

gastronomia. O único problem

a que afetaum

melhor rendim

ento dos quiosques é afalta de infra-estrutura básica com

o: ilu-m

inação e segurança, que ajudariam a pro-

mover eventos noturnos na orla da praia.

À beira mar há quiosques com

o o da“Tina e Gil”, onde é possível se alim

entarcom

qualidade e pouco custo. Apesar da

Ap

roveite n

ossas d

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fira o m

enu

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Ca

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especialidade da casa ser frutos do mar, o

cardápio apresenta comidas caseiras, boli-

nhos de aipim e petiscos. A bebida vai ao

gosto do cliente, cervejas, sucos, caipifru-tas, entre outras bebidas geladas.

Para aqueles que procuram um

ambi-

ente diferente dos que geralmente se en-

contra nas cidades praianas, vale a pena vi-sitar os dois restaurantes orientais – Hissãoe Yoshiaki.

Alguns dos alimentos são im

portados doJapão: o arroz, as algas e o salm

ão, por exem-

plo. Alguns cozinheiros têm descendência

chinesa e japonesa. Os pratos mais pedidos

são sushi, sorvete frito.Os donos sugerem

macarrão com

legumes

para quem vai experim

en-tar a culinária oriental.

Na tabela de preçosestão: panhaque: R$30,00; rolinho prim

ave-ra (5 unidades): R$ 8,00;sushis: R$ 4,50. O saquêé a bebida que acom

pa-nha quase todos os pra-tos.M

ais adiante na mes-

ma rua, encontram

os diversos bares quecham

am m

uita atenção por estarem sem

-pre lotados. Um

deles é o bar da “Tia Iva”,

Por A

lessandra Tozatto

entes e aptos a atenderem o m

erca-do de trabalho.

Programa de Leitura

traz bibliotecas volantesNa Região dos Lagos há diversos

projetos realizados por meio de con-

vênios e parcerias. U

m exem

plo é o Programa de

Leitura da Petrobrás, que incentivaos alunos das escolas públicas m

u-nicipais ao hábito da leitura atravésda biblioteca volante – um

cami-

nhão adaptado – que leva os livrosaté eles. Isso ocorre em

Arraial do

Cabo, Cabo Frio, São Pedro d´Aldeia,

Araruam

a e Búzios.Outro bom

exemplo é a vinda

do CEFET Campos, por m

eio da Uni-

dade de Ensino Descentralizada

(UNED LA

GOS), para Cabo Frio e oCEFET Quím

ica de Nilópolis em A

r-raial do Cabo. A

mbos oferecem

en-sino técnico gratuito de qualidadepara jovens e adultos.

No início deste ano, o SESI, compatrocínio da Petrobras, qualificou emArraial cerca de 100 pessoas no Pro-gram

a Cozinha Brasil. No curso foidiscutido o aproveitam

ento total dosalim

entos nas escolas municipais, a

fim de que os alunos pudessem

rece-ber alim

entação mais nutritiva.

Destacam-se tam

bém os cursos já

realizados de Imperm

eabilização e Ins-talação Elétrica Predial oferecidos pelo

SENAI, curso de eletrônica na Unida-de M

óvel do Cefet Campos, Pós gra-

duação em adm

inistração escolar eEducação Infantil, pela UCAM

.H

á alguns anos, Arraial tem

in-vestido esforços nesse tipo de par-ceria, já que a m

aior parte não geracustos para os cofres públicos m

u-nicipais e atende toda a sociedade.Esse ano, na área de Educação, fo-ram

firmadas parcerias im

portantes,com

o o “Projeto Ressurgência”, pa-trocinado pela Petrobrás e gerenci-ado pela Coppe – U

FRJ. O Ressur-gência está trazendo novas oportu-nidades a jovens e adultos, ofere-cendo cursos, com

o o de comuni-

cação e o de pós-graduação.

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Lanchonete Só Delíciasalgados (variedades) e refrigeranteDe R$ 1,00 a R$ 1,20 (salgados)De R$ 0,60 a R$ 2,00 (bebidas)Cia dos CaldosRefeição: Prato feito R$ 7,00Anchova: R$ 50,00 para 4 pessoasRestaurante M

eu XodóRefeição: A La carteM

assas e saladas: R$10,00Frutos do M

ar: R$ variado

Praia dos Anjos

. QuitutesFrutos do m

ar, frango e carneR$ 21,00 o kilo. Água na bocaFrutos do m

ar e ChurrascoR$ 29,00 o kilo. Ki - Bum

BumPF - R$ 5,00Petiscos - de R$ 7,50 aR$ 22,00 Caldos - R$ 5,50. Shan’s (m

assas)Preços variados. Casa dos AnjosCom

ida caseiraem

torno de R$ 8,00

. Nosso BarCarnes, Petiscos, Frutos do m

arPreços variados. Pensão Bom

ApetiteCom

ida caseira e quentinhaPrato feito: R$ 4,99. Casa da vovó (Pizzaria)Preços variados. Prazeres da terraPratos caseiros -de R$ 8,00 a R$ 15,00Pratos infantis - R$ 4,00. Viagem

dos saboresPrincipalm

ente frutos do mar

Preços variados

. Trem do cabo

comida m

ineiraR$ 19,90 o kilo. Chateau du m

ondRestaurante, pizzariae chopperia carne,frango, frutos dom

ar, massas, saladas

e sobremesas

. Saint Tropezm

assas, carne, frutos dom

ar, petiscos, bebidas -Preços variados. Garrafa de Nansencarnes, saladas, frutos

do mar, m

assas, aves,sobrem

esas

Praia Grande

Bar e Restaurante do IdenirRefeição: R$ 18,00Quentinha: R$ 7,00Bacalhau do TudoCom

ida portuguesa A La CarteValores: variadosBolinho de bacalhau: R$ 2,50Lom

bo de porco imperial: R$ 45,00

FO

TO C

LAU

DIA S

AN

TIA

GO

considerado o ponto de encontro dos mo-

radores, do pessoal da “pelada” no fim da

tarde. Pausa para descanso dos

repórteres de O C

abistão

MA

RC

US O

LIVE

IRA

,tem

17 anos. Seu padrinhoe seu pai são atuantes navida política da cidade.

Seu padrinho foi candidatoem

Arraial do Cabo e seu paiem

Cabo Frio, no ano de 2008.A

mbos queriam

seu voto,m

as para não tomar um

parti-do, preferiu não votar.

Indo à Cabo Frio acompa-

nhar sua avó que iria votar,pediu para irem

a um condo-

mínio de am

igos. Lá ela con-seguiu um

voto para seu pa-drinho, que não se elegeu porum

voto.Agora, se M

arcus votasse emArraial, sua avó não iria ao lo-cal, assim

, não conseguiria umvoto extra. Seu padrinho per-deria de qualquer jeito.

YU

RI G

ALD

INO

,tem

18 anos. Ele não per-

deu a oportunidade de noscontar a sua história.

Um atropelam

ento sofrido aos8 anos de idade, em

Arraial doCabo, por sorte, não m

udou suavida.Ao se perder dos pais em

umchurrasco, Yuri resolveu ir paracasa com

um am

igo e de bicicle-ta. Na estrada principal foi atro-pelado por um

carro vermelho,

sofreu pequenas escoriações semconseqüências graves.

Este relato mostra a necessi-

dade de atenção dos pais nos mo-

mentos de descontração.Histórias com

o a do Yuri de-vem

ser prevenidas, pois podemter um

fim trágico e, até m

esmo,

retirar vidas de forma precoce.

Culin

ária: restauran

tes para todos os b

olsos e paladares

Educação: da u

niversidade às b

ibliotecas

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JORNAL O CABISTÃO

| NOVEM

BRO DE 2008

JORNAL O CABISTÃO

| NOVEM

BRO DE 2008

3

Jo

ve

ns p

recisam ser in

centivad

os

Ap

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o rico

histó

rico d

e ma

nifesta

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ltura

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lares, a

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preserv

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mo

dev

eria. A

lém d

isso, fa

ltam

incen

tivo

s pa

ra a

cultu

ra d

as n

ov

as g

eraçõ

es.

acabou, acabou a brincadeira de roda, depeão. Não se vê m

ais os biblioquês, os con-tadores de história. O m

aior contador dehistória que tinha era o Leonel Vieira deAguiar. Ele lia aqueles rom

ances e era cha-m

ado pelas casas para ele contar as histó-rias. Organizava tam

bém as festas, com

oas pastorinhas, que era um

grupo de ho-m

ens e mulheres que cantavam

. Era uma

homenagem

ao nascimento de Jesus Cris-

to. Era sempre um

casal que dizia um ver-

so e o outro respondia.Tinha um

versinho de um padeiro e um

acostureira assim

: “Minha barba tem

pio-lho, eu não sei quem

vem catar. Nem

que-ro arranjar um

a cabrocha para ser meu

par.” E a moça respondia: “ sai daí ô ve-

lho, velho impertinente. Vem

fazer ver-gonha no m

eio da gente.” Eram esses ver-

sinhos, uma brincadeira boa.

Aqui tinha tam

bém um

programa de ca-

louros. Tinha sempre um

divertimento, o

futebol era muito concorrido. Tudo isso aca-

bou. A cultura aqui em

Arraial do Cabo ago-

ra? Aquele jogo ali de cartas que tem

napraça, o passeio de barco, pescaria.

As procissões que tinham

aqui das ima-

gens de Santo não se vêem m

ais. Dificil-m

ente. Todo santo, no dia dele, saía em

Reinaldo Fialho preserva um acervo

histórico em sua própria casa.

Muitos dizem

que ele tem um

museu,

mas Reinaldo diz que não chega a tanto.

Nesta entrevista, ele fala

sobre as manifestações culturais

tradicionais em Arraial do Cabo.

Um

a destas era a Folia de Reis.“Eles dançavam

em frente às casas

citando versinhos como: senhor dono

desta casa, faça sua gentileza, abrelogo sua porta...”, recorda.Para Reinaldo, o povo de Arraial, hoje,não é m

ais interessado em cultura

como era antes.

procissão. Era sempre acom

panhado deNossa Senhora.

O Cabistão: As pessoas te pro-

curam para saber da cultura do

local ou só quando precisam para

um trabalho?R

einaldo - Só quando precisa fa-zer algum

trabalho.

O Cabistão: Dizem que você tem

umm

useu...R

einaldo - Para um m

useu não estáorganizado. Eles dizem

que é museu, m

aseu não. Porque eu trabalhei no Rio de Ja-neiro, conheço m

uitos museus. Estive m

ui-tas vezes no Teatro M

unicipal, então eusei o que é. M

as estou com 78 anos de

idade, não dá mais pra eu ficar lim

pando.M

as eu tenho um acervo m

uito grande. OPríncipe Dom

João de Bragança, bisnetoda Princesa Isabel esteve aqui na m

inhacasa, veio conhecer o m

eu ‘museu’. Eu dis-

se: “Excelência, minha casa não é digna

de receber uma personalidade com

o o Se-nhor. M

inha casa é simples”. A

í ele disse:“Não, m

as eu quero conhecer o seu mu-

seu. Eu sou simples tam

bém”. Levei-o até

lá, ele adorou e disse que vai fazer umlivro sobre a exploração de petróleo.

O Cabistão: A renda tam

bém era

uma cultura aqui em

Arraial?

Reinaldo - Consta que a m

elhor ren-deira daqui era m

inha avó. Ela ensinouas filhas todas. Elas faziam

renda e ven-diam

para Cabo Frio. Não d

ava pra

vend

er aqui. O

meu

filho R

onaldo

andou in

centivan

do muitas m

ulheres afazer renda.

O Cabistão: Hoje ainda existem

pessoas que fazem a renda?

Reinaldo - Hoje tem

a Dodoca e ou-tra m

enina. Não sei se tem m

ais alguma.

“Todo Santo, no dia dele, saía em

procissão. Era sem

pre acompanhado de N

ossa Senhora”

FO

TO C

LA

UD

IA SA

NT

IAG

O

Reinaldo Fialho conta que oVóga, prim

eiro jornal editadon

essa região foi feito porfuncionários da Em

presa Álcalis.

Outra cultura característicade A

rraial do Cabo é a restinga.Dela se tirava quase tudo: m

adeirapra fazer o casebre, palha paracobrir a casinha, barro para cobrir acasa, ranso para fazer travesseiro,cupim

pra fazer colchão. Tinham

uitos frutos, muitas plantas

ornamentais, tinha plantas pra

fazer chá contra doenças. Tinham

uita caça, caça pequena, otatu, o tam

anduá, o cachorro dom

ato. Tinha m

uitas aves, am

arreca irerê, o jassanam.

O Cabistão: Os jovens são interes-sados por cultura atualm

ente aqui emA

rraial do Cabo?Reinaldo - Eu acho que não. O povo

de Arraial do Cabo no passado era diferen-

te do povo de hoje. A cultura do passado

PP PPPor Alessandra K

or Alessandra K

or Alessandra K

or Alessandra K

or Alessandra K

oblischek,oblischek,oblischek,oblischek,oblischek,

Cam

ila Moutinho, D

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outinho, Débora

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arvalho, Lívia Cavalcanti,

Carvalho, Lívia C

avalcanti,C

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Carvalho, Lívia C

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arvalho, Lívia Cavalcanti,

Clebio Rodrigues

Clebio Rodrigues

Clebio Rodrigues

Clebio Rodrigues

Clebio Rodrigues

e Sab

riny Ferreirae Sa

briny Ferreira

e Sab

riny Ferreirae Sa

briny Ferreira

e Sab

riny Ferreira

Muitas H

istórias

FO

TO C

LAU

DIA S

AN

TIA

GO

6

A saúde dos hospitais públicosanda m

al. O município de Arraial do

Cabo não fugiu a esta regra. A cida-de convive há m

uito tempo com

umdoente agonizante, em

estado decom

a induzido chamado H

GAC.O H

ospital Geral de Arraial do

Cabo permanece na fila à espera de

um bom

médico que não lhe im

putea extrem

a unção e, sim, exam

ine oseu estado com

sensibilidade e ad-m

inistre um tratam

ento correto queo restabeleça.

Este mesm

o profissional precisapossuir as devidas qualidadestécnicas e adm

inistrativas param

udar o quadro deste paci-ente tão nobre e tão queridoe que já fez tanto por estem

unicípio.Agora ele anda desanim

a-do e desacreditado, m

as con-tinua buscando forças para so-breviver.

A gravidez precoce é cada vez mais co-

mum

. Dados do IBGE mostram

que o nú-m

ero de casos de adolescentes que engra-vidam

aumentou consideravelm

ente nosúltim

os anos. Estima-se que o núm

ero giraem

torno de 700 mil os casos de gravidez

na adolescência, entre 12 e 19 anos, a cadaano no Brasil. M

uitas dessas jovens aca-bam

passando por problemas em

ocionaise sociais, devido às difi-culdades que surgem

e aopreconceito.

Alguns fatores expli-cam

o aumento desse nú-

mero. O principal deles é

a pouca informação so-

bre o uso correto dem

étodos contraceptivose a falta de dinheiro paraconsegui-los.

Especialistas dizemainda que um

bom diálogo entre adoles-

centes e seus pais é fundamental para di-

minuir a probabilidade de um

a gravidezprecoce, e tam

bém reduzir o índice

de doenças sexualmente transm

issíveis.

O papel da escolaAlém

do ambiente fam

iliar, a escola tempapel im

portante na conscientização de jo-vens, pois oferece inform

ações sobre pre-venção e o tem

po certo em que o corpo

está pronto para gerar um filho.

Para Suely Osório, da Secretaria de Saú-de de Arraial do Cabo, o tem

a da gravidezprecoce envolve questões sérias, com

o abaixa auto-estim

a, as famílias desestrutu-

radas, a falta de perspectivas, pouco inte-resse e com

prometim

ento da escola emrelação ao universo dos adolescentes, e afalta de políticas públicas e form

ação da

rede social para prevenção. Além disso,

“não adianta só dar informação. Os ado-

lescentes precisam dialogar com

outraspessoas”, afirm

a.Dados da Unesco e do M

inistério daSaúde m

ostram que a gravidez precoce e

as dificuldades que se seguem respon-

dem pela terceira causa de óbitos entre

as mulheres jovens do Brasil. Perde ape-

nas para homicídios e acidentes de trans-

porte. A Unesco também

identificou quea gravidez é responsável pelo abandono

dos estudos de 25% de m

e-ninas entre 15 e 17 anos, oque a torna principal causade evasão escolar.

Nossa cidade

Em A

rraial do Cabo, aquantidade de jovens queengravidam

precocemente

também

é preocupante. Re-latos com

o o de A.L., de 15anos, ilustram

as dificulda-des por que passam

essas jovens. “Eum

orava numa república e estava fazen-

do faculdade. Tive que voltar para a mi-

nha cidade, pois o pai da minha filha não

quer assumir. Para com

pletar, minha m

ãenão quer m

ais falar comigo”.

É importante que a adolescente co-

mece o pré-natal assim

que diagnosticara gravidez. Tam

bém receber apoio da fa-

mília e auxílio de um

profissional da áreade psicologia. De acordo com

Suely Osó-rio, as seis unidades de Program

a de Saú-de da Fam

ília e Policlínicas do município

de Arraial do Cabo estão sensibilizadas eprontas para acolherem

as adolescentes grá-vidas. Para prevenir a gravidez precoce, a Se-cretaria de Saúde de Arraial do Cabo ofereceàs jovens m

étodos contraceptivos gra-tuitos. Suely lem

bra que o uso da cami-

sinha é sempre o m

ais indicado.

A saúde dos nossos hospitais

Afin

al, p

or q

ue o

s ho

spita

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rede p

úb

lica sã

o co

nsid

erad

os v

ilões n

um

a sa

úd

ed

ebilita

da

e tão

com

plex

a?

O paciente HGAC está na UTI, m

ascontinua sendo m

onitorado graçasa valorosos e corajosos profissionaisda saúde do m

unicípio que se man-

têm confiantes no seu pronto resta-

belecimento.

Esses profissionais apostam que

o paciente saia desta situação do“com

a” burocrático administrativo,

receba alta e volte, o mais breve pos-

sível, a atender os seus usuários.Assim

, proporcionará aos profis-sionais oportunidade de am

pliar seusserviços oferecendo um

a melhor qua-

lidade de saúde à população do nos-so m

unicípio.

Maternidade precoce, problem

a real

Hospital sub-utilizado em

Arraial

Co

mo

preven

ir gravid

ezn

a a

do

lescência

Situ

açã

o ca

da

dia

ma

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ente ex

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Sheila

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iníciu

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iníciu

s Pe V

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s Pe V

iníciu

s Pe V

iníciu

s Pereiraereiraereiraereiraereira

Para obter informações

sobre os programas

relacionados à gravidezprecoce em

Arraialdo Cabo, ligue para

o Programas de Saúde

da Família

(22) 2622-1650.

Por Joel Santiago

FO

TO: G

AB

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Entrevista: R

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m estu

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Saúde: falta de edu

cação sexual e in

fluên

cia da mídia

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JORNAL O CABISTÃO

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BRO DE 2008

JORNAL O CABISTÃO

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BRO DE 2008

4 Em 1503 aportou a prim

eira ex-pedição da Coroa Portuguesa ao Bra-sil, na Praia do Cabo da Ram

a, atual-m

ente conhecida como Praia dos A

n-jos, em

Arraial do Cabo. Lá foi cons-

truída a primeira feitoria do país com

o objetivo de povoar e proteger essaárea do litoral.

Engana-se, porém, quem

acreditaque essas foram

as primeiras pesso-

Arraial é habitada

Cid

ad

e tenta

preserv

ar sa

mb

aq

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nd

e foi en

con

trad

o,

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utro

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oyano, Jessica Miranda,

Moyano, Jessica M

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Pâmella Santos e Tayron C

arlosayron C

arlosayron C

arlosayron C

arlosayron C

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as a pisarem em

solo cabista. A re-

gião já fora habitada por índios Ta-m

oios e por Tupis, que tinham suas

aldeias nos altos dos morros e só des-

ciam em

busca de alimentos. Estim

a-se que essa população possa ter che-gado a 50 m

il habitantes.Entretanto, ainda é errôneo afir-

mar que esses foram

os primeiros

povos a ocupar nossa região. Há cer-

ca de 7 mil anos, sedentários aqui

viviam em

comunidades que, segun-

do vestígios encontrados em escava-

ções, já dominavam

o fogo e dividi-

am as tarefas por gênero. Ou seja, já

tinham um

início de sociedade. Oshom

ens caçavam (geralm

ente pássa-ros, répteis, entre outros) e pesca-vam

; as mulheres coletavam

os fru-tos da restinga.

Uso

s e costu

mes

Essa mesm

a sociedade tinha o cos-tum

e de depositar em um

mesm

o lu-gar os restos de com

ida, artefatos decerâm

ica – quebrados ou inteiros -,enfeites que usavam

pelo corpo, etudo m

ais. Nesses amontoados, eram

enterrados também

os habitantes fa-lecidos. Em

um ritual próprio, enter-

ravam as pessoas em

posições parti-culares. Tem

-se o registro de um es-

queleto adulto encontrado na posi-ção de nascim

ento.Nesses rituais, os corpos, antes de

serem enterrados, eram

enfeitadoscom

colares feitos com conchas e den-

tes de animaise e objetos de cerâm

i-ca. M

esmo em

milhares de anos, eles

se mantêm

conservados o suficientepara serem

estudados e hoje são co-nhecidos com

o Sambaquis.

Os sambaquis são depósitos orgâni-

cos construídos há cerca de 5.000 anos,constituídos basicam

ente por conchas(algum

as gigantes, se comparadas às atu-

ais), mariscos, adornos feitos de dentes

de animais e carvão de fogueiras – o que

sugere que já usavam o fogo para se pro-

teger do frio e cozinhar seus alimentos –

além de esqueletos de diversos anim

ais.Os sam

baquis eram feitos pelos sam

-baquieiros – povos sedentários que seestabeleceram

na Região dos Lagos háaproxim

adamente 7 m

il anos e se ex-tinguiram

há 2 mil anos.

Não se sabe ao certo o motivo que

levou ao fim da existência dos sam

ba-quieiros. Eles podem

ter sido mortos

ou expulsos por indígenas Tupis e Jêsvindos do norte.

Alguns arqueólogos supõem

queos sam

baquis tinham caráter religi-

oso. Que eram pontos de encontro

entre grupos familiares, com

o se fos-se um

a praça. Eram tam

bém locais de

rituais e sepultamentos.

Vida em sociedade

Os sambaquieiros viviam

em so-

ciedade. Estima-se que um

a mesm

acultura ocupava as áreas que hojeconhecem

os como Restinga de M

as-sam

baba, Pontal do Atalaia e Ilha

do Farol. Essa ultima abriga os sam

-baquis con

siderados mais an

tigosda região, datando de, aproxim

ada-m

ente 5.500 anos.Lá estava estabelecida um

a dasm

aiores comunidades sam

baquiei-

ras do litoral, com cerca de 300

pessoas.

O Instituto de Estudos do Mar Alm

i-rante Paulo M

oreira (IEAPM), em

par-

ceria com a M

arinha, com o

Museu Nacional e o M

useude Arqueologia e Etnogra-fia da U

SP são os respon-sáveis pelas pesquisas nes-ses sítios arqueológicos.

A M

arinha controla oacesso à ilha. Na praia – porvezes eleita a m

ais bela doBrasil – só se pode ancorarcom

autorização, a fim de prote-

ger as áreas de escavação – uma vez que

cerca de 90% dos sam

baquis do litoraljá foram

alterados ou destruídos.Os sam

baquis são quebra-cabeçaspré-históricos capazes de nos dar m

ui-tas inform

ações sobre o ambiente e os

humanos de sua época.

Sua preservação é de suma im

por-tância para o resgate histórico danossa identidade, en

quanto cida-

Sítio

s arq

ueo

lóg

icos rela

tiva

men

te desco

nh

ecido

s e sujeito

s à d

egra

da

ção

Ossos m

ilenares em sam

baquis

Conheça nossos sam

baquis

História m

ilenar: nas areias das nossas praias, vestígios de uma civilização esquecida

FO

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M

há 7 mil anos

5

Ren

deira

s são

pa

trimô

nio

do

Ca

bo

Arra

ial é cid

ad

e arteira

Dodoca recebeu os alunos do Cursode Com

unicação em sua casa. Ela conta

que havia pessoas em Arraial do Cabo

que faziam rendas, porém

, quem as

compravam

era de fora. A renda eravendida no m

unicípio de Cabo Frio.“Não tinha quem

comprasse, em

Arraial”, diz Dodoca. A

rendeiraafirm

a que hoje não trabalha mais com

renda por questões de saúde, mas

conta que ainda vai pegar trabalhosantigos para term

inar,pois ela diz que sedistrai. H

oje, Dodocaestá fazendo m

uitocrochê.

Durante a entrevistaela m

ostra as produçõesde sua época m

ais ativa.“Segura hein. Vai deixar cair? Ficabonitinho”, diz, m

uito cuidadosa comseus trabalhos. Para Dodoca, desde quecom

eçou a trabalhar, nada mudou na

renda em si. M

as confessa que inovouos pontos. “Era tudo estreitinho assim

Da

trad

icion

al ren

da

a m

inia

tura

s de fa

róis e tra

ba

lho

s com

pra

ta, o

artesa

na

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e Arra

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ab

o co

nq

uista

ma

is turista

s estran

geiro

s do

qu

e bra

sileiros

mosaicos, casas em

miniaturas, res-

tauração de móveis antigos, páti-

na, pintura artística de paredes e ar-tesanatos em

geral.Eunice conta que o artesanato lo-

cal é, na maioria das vezes, vendi-

do a estrangeiros que vêm visitar a

cidade, já que os produtos mais pro-

curados pelos brasileiros são as ar-tes vindas de fora, com

o bruxinhas,fadas e etc.

Na loja dela há apenas artesana-

tos produzidos na região. De cada

produto vendido na loja, a Artesar-

te, Eunice fica com 20%

do valor. “As

vezes nem cobro para incentivar os

artistas”, conta. As obras m

aisvendidas são os abajures em

for-m

ato de farol feitos de madeira, os

imãs de geladeira e os chaveiros. Ela

destaca as bonecas feitas de papel ma-

chê, os panos de prato, as porcela-nas e os faróis. “D

ezembro e janei-

ro são os melhores m

eses para a ven-da, turista do carnaval quase nãocom

pra”, diz. Em 2008 as vendas

foram m

uito fracas.Se você se interessa por arte

vale a pena visitar a Artesarte do

cabo localizada no centro históri-co- Praia dos A

njos, na rua SantaCruz n° 7 loja 1.

Do

do

ca é u

ma

rend

eira a

ntig

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e Arra

ial d

o C

ab

o. T

em 75 a

no

s de id

ad

e e 60

de ren

da

.

Eunice de Lima trabalha há oito

anos com artesanato em

Arraial do

Cabo. Ela diz que o povo de Arraial

mostra-se desm

otivado quando o

assunto é cultura, por isso montou

a sua loja. É assim que ela pretende

manter viva a cultura cabista.A

o lado da loja de Eunice, n

aPraia dos A

njos, há outra loja de ar-tesanato. O trabalho das duas lojasé coordenado por ela e outros doisartesãos: Leonardo M

urebi e JuarezSardou. Eles trabalham

com prata,

e eu emendei a argola. Fui aum

entandopara trás”.

Dodoca aprendeu a rendar com um

asenhora cham

ada Otólia, já falecida. Aprofessora era um

a simples conhecida

que fez sua paixão por essa arte serdespertada.

Ela comenta que nunca fez renda

com a intenção de vender, m

as sempre

pelo fato de gostar. “Nunca fiz não,m

inha filha. Mas, naquela época, havia

pessoas que faziam aqui no Cabo pra

viver, pra comer”, com

enta.A

rendeira já ensinou muitas

pessoas na região,

porém, afirm

a que seucorpo não perm

ite mais

dar aulas de renda. Mas

lembra que há um

aescola de renda naColônia dos Pescadores.

Dodoca conta que,antigam

ente, as mulheres eram

proibidas de ensinar porque osportugueses, ainda na época doAm

érico Vespúcio, se aproximavam

para paquerá-las, com a desculpa de

aprender a fazer renda.

Os oito filhos da rendeiratam

bém não ficaram

de fora,até hoje seguem

a carreira dam

ãe. “São oito meninos. São

oito pulos. Por oito mil gados

bonitos que eu dou”, cantarola.M

esmo form

ados em outras

profissões eles se identificamcom

a arte da renda.

Conselho de Dodoca

Dodoca termina a entrevis-

ta com conselhos de vida, afi-

nal, além de rendeira ela é um

asenhora m

uito vivida e pre-ocupada com

essa nova ge-ração. “A

idade vai chegandoe eu tam

bém vou m

e emba-

lando devagar. Fui caindo mi-

nha filha”. Canta.“H

oje vocês têm um

mun

dom

aravilhoso. Tenha cuidado minha

filha. Goste da sua mãe, goste do

seu pai. Procure arranjar umas

pessoas que elas gostem tam

bém”,

Dodoca se despede com um

a dasgargalhadas m

ais suaves e cativantesda história.

PP PPPor A

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relle Mo

tta C

laud

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ae Ye Ye Ye Ye Yuri B

ran

ouri B

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“A idade vai chegando

e eu também

vou me

embalando devagar.

Fui caindo m

inha filha”D

odoca

é mulh

erren

deira

. Tem 75 a

nos

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ad

e e 60 de ren

da

.U

ma

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ora

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e bem

com

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a. U

m p

atrim

ôn

iocu

ltura

l da

cida

de.

Por A

lessandra Koblischek, D

éboraC

arvalho e Sabriny Ferreira

FO

TO: C

LAU

DIA S

AN

TIA

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Obra produzida

pelo senhor Lafayete

FOTO: CLAUDIA SANTIAGO

dãos, enquanto humanos, enquan-

to espécie animal do m

undo. A his-

toria da região, do país e do mun-

do está impressa nas rochas sob os

nossos pés.

Fontes: O Globo Ciência (28/04/2002,29/04/2002, 16/12/2006, 24/04/2008).

ww

w.arraialdocabo-rj.com.br/

ww

w.confracaiaqueunamar.org

Resistên

cia cultu

ral: trabalh

o e arte são riquezas dos p

ovos