O Canto do dodô

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O CANTO DO DODÔ Raridade que leva à morte

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O Canto do dodô. Raridade que leva à morte. Raphus cucullatus. Ilhas Maurício; Endêmico; Sucesso evolutivo? Ingenuidade ecológica? Por que? Incapacidade de voar; Nidificava no chão; Comida de marinheiros; Passáro estúpido. Raphus cucullatus. Como era o canto do Dodô? - PowerPoint PPT Presentation

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O CANTO DO DODÔ

Raridade que leva à morte

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Raphus cucullatus Ilhas Maurício; Endêmico; Sucesso evolutivo? Ingenuidade ecológica? Por que? Incapacidade de voar; Nidificava no chão; Comida de marinheiros; Passáro estúpido

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RAPHUS CUCULLATUS

Como era o canto do Dodô?

O canto do Dodô, se é que ele cantava, desapareceu da memória humana

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O que restou do Dodô? Três ou quatro esqueletos misturados em

museus; Sortimento de outros ossos; Uma pata decepada e ressequida; Alguns textos sobre sua aparência e

gravuras de 1600; As “taxidermias” em museus são apenas

bonecos de gesso, arame e penas de aves domésticas.

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O colapso nas ilhas

Desde 1600, segundo Diamond;

171 espécies e subespécies de aves

foram extintas;

A primeira e mais famosa: Dodô;

Desse total, 155 em ilhas (mais de 90%);

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Ilhas pequenas x grandes

Uma ave em uma ilha pequena tem maior possibilidade de ser extinta que uma ave em uma ilha grande.

Por quê?

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A ilha Maurício: ex-lar do Dodô Em 1507 marinheiros portugueses chegaram

pela primeira vez em Maurício;

Mesmo que tenham encontrados Dodôs, parecem que não lhes deram atenção – não existem relatos dessa época;

1598: Holandeses utilizam a ilha como pasto para domésticos e, também se alimentam de Dodôs e tartarugas.

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Dodofagia 1601 – relato de Van Neck

Papagaios-cinza são comuns lá, além de outras aves, e também um tipo grande, maior que nossos cisnes, de cabeça grande, metade da qual é coberta de pele, como um capuz. Essas aves carecem de asas e em seu lugar têm apenas três ou quatro penas enegrecidas. O rabo consiste em algumas plumas finas e curvas, de cor cinza. Nós as chamávamos de walckvögel, pelo motivo de que, quanto mais eram fervidas mas duras e intragáveis se tornavam.

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Dodôfagia Walckvögel: pássaro repulsivo em holandês;

“os Dodôs eram tão grandes e pesados que um par deles mais do que alimentou a população.”

“munidos de paus, redes e mosquetes ... nos três dias em que estiveram fora capturaram mais meia centena de aves, entre elas cerca de vinte Dodôs, todos os quais foram levados a bordo e salgados.”

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Ingenuidade ecológica

Quanto à cor ... Visto que os holandeses capturam e comem muitos deles todos os dias. Não apenas esses; em geral, todas as aves de lá são tão brandas que rolas, pombos silvestres e papagaios podem ser mortos com paus e capturados com as mãos.

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Maurício: a bioinvasão Portugueses e holandeses; Cabras; Galinhas; Gado; Veado; Gatos; Cachorros; Porcos; Macacos.

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OCASO de uma espécie

1662 – Volquard Iversen (holandês)

Naufragou perto de Maurício

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OCASO de uma espécie “Quando prendemos um pela perna, emitiu um

grito e os outros vieram correndo para ajudar o prisioneiro e também acabaram sendo apanhados.”

Foram resgatados cinco dias depois;

Ninguém nunca mais relatou avistameto de Dodôs.

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Volquard Iversen matou o Dodô?

Matou Raphus cucullatus?

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Extinção: a batalha pela sobrevivência

O ponto crucial é o que ou quem mata o último indivíduo?

Quando a morte do último indivíduo se torna eminente a espécie já perdeu batalhas demais na guerra pela sobrevivência.

O próprio acaso age agora contra ela.

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Raridade, prelúdio da extinção Espécies comuns se tornam raras antes

de seu desaparecimento total;

Espécies raras correm risco adicional inerente de extinção.

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Raridade: questões Por que algumas espécies são

intrinsecamente raras?

Por que outras se tornam raras?

Quais os problemas específicos afligem as raridades?

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O que é extinção?Imagine, por exemplo, que o último Dodô não pereceu na ilhota

de Irvensen. Imagine um único sobrevivente, um fugitivo solitário correndo a esmo em Maurício no final do século XVII. Imagine que esse fugitivo seja uma fêmea. Corpulenta, perplexa e incapaz de voar, teria sido engenhosa o suficiente para escapar e resistir enquanto as outras aves sucumbiam. Ou então apenas teve sorte.

Talvez tivesse passado a vida inteira nas montanhas bambous, perto do litoral sudeste, onde as diversas formas de ameaças

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O que é extinção?

trazidas pelos humanos demoraram a penetrar. Ou talvez tenha se escondido no escoadouro de um regato nos desfiladeiros do Rio Negro. Mas o tempo e as adversidades haviam finalmente cobrado seu preço. Imagine que seu último filhote foi devorado por um porco selvagem e que seu último ovo fértil foi comido por um macaco.

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O que é extinção?

Que seu companheiro foi morto a pauladas por um esfomeado marinheiro holandês e que ela não tem a menor chance de encontrar outro. Nos últimos seis anos, por mais tempo que uma ave seria capaz de lembrar, ela nem sequer avistou outro membro de sua espécie.

O Raphus cucullatus tornara-se tão raro que estava sendo levado à morte. Mas esse indivíduo de carne

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O que é extinção?

e osso ainda vivia. Imagine que tivesse trinta anos, talvez 35, uma idade vetusta para a maioria das aves, mas não impossível para um indivíduo de uma espécie de corpo tão grande. Seu andar gingado ocultava o fato de que não conseguia mais correr. Estava começando a ficar cega e seu sistema digestivo empacava. Na escuridão de uma madrugada de 1667, digamos, durante uma tempestade de chuva, ela procurou refúgio debaixo de

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O que é extinção?

uma fria saliência de rocha na base de uma das escarpas do rio Negro. Recolheu a cabeça contra o corpo, afofou as penas para se aquecer, apertou os olhos em paciente tormento. E esperou. Não sabia, e ninguém mais sabia, mas era o único dodô sobre a Terra. Quando a tempestade passou, não abriu mais os olhos. Isso é extinção.

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A extinção do Dodô – o marco

Houve extinções antes do Dodô; Também registramos várias após;

Mas foi a primeira vez que o homem se deu conta de que ele havia provocado o desaparecimento de uma espécie;

Homo sapiens: eu, você, nós.

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O Capitão Tasman

1642 Rumores de um novo continente mais ao

sul ou, ao menos, uma grande ilha; Por um erro, o capitão aportou em outro

local, uma ilha menor; Tasmânia Relata “pegadas que não diferiam muito

das garras de um tigre”

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A descrição

Didelphis cynocephalus

Thylacinus cynocephalus

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histórico 1803: chegada dos Britânicos;

1820: apenas quatro tilacinos haviam sido avistados;

1824: “existe um animal que parece uma pantera que vem causando danos terríveis contra os rebanhos.”

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... e as mortes dos carneiros “tigres” – Tilacinos; Cães que se tornaram ferais; Roubos pelos “Bushrangers” – os foragidos

que viviam no mato;

Tilacinos levaram a culpa pelas matanças que cometeram e por outras das quais eram inocentes;

1830: início da caça por recompensa.

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Como eliminar uma espécie:

Empresa Van Diemen´s Land Company;

uma empresa de criação de bovinos e ovinos;

Lança o primeiro programa de caça premiada;

O programa concebido para exterminar os cães selvagens e diabos-da-tasmânia mas os tilacinos (hienas, segundo terminologia à época) eram o alvo principal;

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Exterminando uma espécie:

“5 xelins por cada hiena macho, 7 xelins por cada hiena fêmea (prenhe ou não) e metade dos valores acima para diabos e cães selvagens machos ou fêmeas”

Tais valores eram equivalentes a cerca de um dia de trabalho;

1 tilacino morto = um dia de trabalho.

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Sistema de recompensa progressiva

“Após a destruição de vinte hienas, a recompensa pelas vinte seguintes aumentará para 6 e 8 xelins, respectivamente, e daí para frente 1 xelim adicional por cabeça será pago por cada sete animais mortos, até o máximo de 10 xelins por macho e 12 xelins por fêmea.”

O que mantém o equilíbrio dinâmico entre presa e predador?

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Um sensato em 1863

“Quando a ilha comparativamente pequena da Tasmânia se tornar mais densamente povoada e suas florestas primitivas forem cortadas por estradas da costa leste para a oeste, a quantidade desse animal singular irá rapidamente diminuir, seu extermínio chegará ao ápice e, como aconteceu com o lobo na Inglaterra e na Escócia, ele será considerado um animal do passado.”

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A terra pristina e o lucro imediato: de quem é a terra?

Ovinoculturos ainda relatavam morte de 30 a 50 mil ovelhas por ano;

Outros reclamavam a perda de 20% do rebanho;

Não era justo arcarem com o prejuízo sozinhos (pagamento particular de recompensa de caça), o governo deveria se responsabilizar;

O programa público de caça de Tilacinos foi iniciado.

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Registros de um massacre No primeiro ano: 81 Tilacinos mortos; No seguinte: mais de cem; Manteve-se assim por uma década; 1900: máximo de 153 Tilacinos mortos; Em seguida houve uma acentuada queda; 1905: último ano com mais de 100 Tilacinos; 1908: 17 Tilacinos; 1910: nenhum; Nunca mais se pagou recompensa por Tilacino; Eliminamos a espécie em algum momento entre 1905 e 1909.

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Cancelamento do programa

Em 1912 o programa foi cancelado por falta de Tilacinos.

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A caça como fator único? Perda de habitats; Quantidades imensas de carneiros e

gados para pastar; Cercas; Competição com cães selvagens;

Caça, perda de habitat, competição.

Peste?

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P E S T E Por volta de 1910 um mal semelhante à

cinomose aparentemente afligiu vários predadores:

“Quoll” ou gato marsupial do leste (Dasyurus

viverrinus); Gato marsupial de cauda manchada (Dasyurus

maculatus); É possível que tenha atingido o Tilacino.

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O ocaso do Tilacino 1930: Wilf Batty abate um tilacino a tiros e posa para uma

fotografia com a carcaça na cerca;

1931: morre o tilacino no zoológico de Londres (adquirido por 150 libras – já valiam mais vivos como atração zoológica);

Hobart Domain Zoo (dois filhotes haviam sido trazidos com a mãe em 1924);

Cresceram e envelheceram em cativeiro: Um morreu em 1935 e outro em 7 de setembro de 1936;

Sua morte foi registrada pela Câmara de Vereadores de Hobart que observou que esforços seriam empreendidos para obter outro pelo valor máximo de 30 libras.

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Tilacino: uma espécie protegida em 7 de setembro de 1936 morre o

último Tilacino;

Em julho de 1936, dois meses antes da morte do último indivíduo conhecido, o governo da Tasmânia declarou o Thylacinos cynocephalus uma espécie protegida.

Homenagem póstuma

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Tilacino: uma espécie relictual A Tasmânia é uma ilha continental; Em oposição às ilhas oceânicas; Tilacinos colonizaram a Tasmânia; Tal colonização permitiu sobreviverem até o

séc. XX; Os colonizadores australianos não tiveram

“problemas” com Tilacinos na Austrália; Por que? Os Tilacinos nunca existiram na Austrália?

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Tilacino: uma espécie relictual Ubirr, sítio sagrado aborígene no Parque

Nacioanl Kakadu – Austrália;

Uma primitiva figura desenhada na rocha: É esguia; Vagamente canina; Possui listras escuras descendo pela parte

posterior das costas;

um Tilacino

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Tilacino: uma espécie relictual

Um Tilacino na Austrália; A figura data de 5 ou 10.000 anos atrás; O que quer que tenha eliminado os Tilacinos na

Austrália, não os seguiu para a Tasmânia. Registros fósseis comprovam que os Tilacinos

sobreviveram na Austrália até 1.000 a. C.; Em algum momento entre essa data e a chegada dos

europeus, eles foram eliminados.

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Tilacino: uma espécie relictual O que os dizimou no continente e os manteve

na Tasmânia? Caça pelos aborígenes? Competição com cães selvagens (Canis dingo)?

Sobreposição de nicho

Placentário x marsupial Canis dingo nunca chegou na Tasmânia

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