O ciúme entre - docvadis.pt · consulta ser interrompida e o médico /enfermeiro ter de ... a tão...
-
Upload
truongtuyen -
Category
Documents
-
view
213 -
download
0
Transcript of O ciúme entre - docvadis.pt · consulta ser interrompida e o médico /enfermeiro ter de ... a tão...
Editorial
Porque é que atrasam as consultas? p2
Espaço Informativo
Aprenda a relaxar
Medite, faça uma massagem, pratique exercício, esteja com a natureza, concentre-se na contemplação. p3
O ciúme entre irmãos
É por volta dos 4 anos de idade que surgem os ciúmes pela chegada de um bebé à família. p4
Devo fazer o rastreio ao cancro da
próstata?
O rastreio populacional deste cancro não está recomendado pela Direção Geral de Saúde. p6
Curiosidades
Nozes
Cruas e inteiras podem ser utilizadas na confeção dos mais
variados pratos doces e salgados, quentes e frios. p8
Entretenimento
Para descontrair em casa, na sala de espera ou no intervalo do trabalho. p9
O ciúme entre
irmãos
A chegada de mais um membro à
família pode deixar a criança
insegura e com ciúmes. O mundo
que se resumia a ela e aos pais,
passa agora a ser dividido com um
novo membro, que poderá ser
considerado como um intruso.
Equipa responsável pela elaboração do jornal: Revisão – Dr.ª Susana Catarino;
Edição – Dr.ª Rosa de Pinho, Dr.ª Ana Raquel, SC Sofia Oliveira, Colaboradores –
Profissionais da USF e Médicos Internos
Edição Nº3 Trimestral – Abril de 2016
2 EDITORIAL
Nº3 ABRIL-JUN/2016
Porque se atrasa
a consulta?
Na nossa USF determinamos um tempo médio de
consulta de 20 minutos por consulta que
habitualmente permite atender dignamente o nosso
utente. No entanto, há situações em que a gravidade
da doença ou a complexidade do problema que nos
é apresentando no ato da consulta faz com que o
mesmo se prolongue para alem do tempo definido -
esperamos que não seja o seu caso!
Por vezes no decorrer da consulta o utente diz frases
como as seguintes:
“ Já agora, pode ver estes exames da minha
esposa” ou “ aproveitei e vim com meu pai para
ver se me podia atender também”; estes atos, que
são efetivamente outras consultas, para si parecem
inofensivos e rápidos mas quando somados vários no
mesmo dia, contribuem para o inevitável atraso nas
consultas seguintes.
Do lado de fora do consultório surgem problemas,
dúvidas, questões de outros utentes que não se
encontram naquele momento na consulta mas que
carecem de uma resposta. Quando o Sr. Utente se
encontra nessa posição acaba por pressionar a
secretária clínica de forma a ver o seu problema
resolvido, não se lembrando que por isso a consulta de
outra pessoa vai ser interrompida e consequentemente
vai atrasar aquela e as consultas seguintes. É também
por este motivo que nem sempre a sua chamada
telefónica é passado no momento em que liga ao
profissional de saúde. O seu contacto é registado e o
profissional assim que conseguir devolve a chamada.
Isto também pode atrasar a consulta visto este tempo de
atendimento telefónico estar contemplado ao longo de
todo o horário das consultas.
Com certeza que também já lhe aconteceu, a sua
consulta ser interrompida e o médico /enfermeiro ter de
se ausentar uns minutos para ir dar um parecer a outro
profissional de saúde, ir ver um doente que se está a
sentir mal, ir ver uma ferida na sala de tratamentos...
Como já referido, há situações clínicas difíceis e que por
vezes necessitam de uma outra opinião.
Em relação aos profissionais de saúde, reconhecemos
que todos temos ritmos e formas de trabalhar diferentes
mas isso não significa que alguns trabalhem pior, mas
sim que têm uma forma de trabalhar diferente. Para nós
o mais importante não é a quantidade de trabalho, pois
essa é difícil de controlarmos, mas a qualidade do nosso
trabalho sim, depende de nós.
Nós os profissionais de saúde estamos cá para o
atender da melhor forma possível mas para isso
precisamos da colaboração e respeito mútuo, não só
entre profissionais e utentes mas também no respeito e
cumprimento das regras da USF estabelecidas.
Se como utente quiser dar a sua opinião e contributo,
escreva na nossa caixa de sugestões, disponível na sala
de espera, para que todos juntos possamos melhorar a
nossa performance.
Entretanto, se chegar à USF e tiver de esperar, lembre-
se que já vivemos num mundo recheado de agitações e
stress, e por isso respire fundo e leia um pouco, e pense
que o atraso na consulta tem uma justificação válida.
Dra. Rosa de Pinho
Médica da USF Vale do Vouga
ESPAÇO INFORMATIVO 3
Nº3 ABR-JUN/2016
Aprenda a relaxar
Relaxe!
É uma palavra que cada vez mais ouvimos no dia-a-
dia, e que paralelamente menos conseguimos colocar
em prática, porque no epicentro das múltiplas coisas
que nos afastam da arte de relaxar está precisamente
a nossa mente. Isto acontece quando nos inundam os
pensamentos repetitivos e de preocupação excessiva,
transformando-se na principal fonte de atenção do
cérebro, colocando todo o organismo em estado de
alerta. Com o objetivo de solucionar o problema, a
mente irá trabalhar até à exaustão, começando então
o problema – o stress, causa direta e indireta de
inúmeras doenças e complicações sérias, do corpo e
da mente, e que atingem homens e mulheres de
diferentes idades.
As pressões constantes da vida quotidiana, os
problemas pessoais e profissionais podem sem
dúvida diminuir o bem-estar e a qualidade de vida. As
técnicas de relaxamento são um método de
intervenção psicológica que têm como objetivo
alcançar um estado de relaxamento físico e mental,
ou seja, não só relaxar o corpo mas também e
sobretudo repousar a mente, a fim de atingir um
estado de harmonia, tranquilidade e equilíbrio físico e
emocional. Neste âmbito, existem alguns aspetos de
que por vezes nem nos damos conta, mas que são os
que mais impedem um relaxamento em pleno. Alguns
desses erros são:
Passar demasiado tempo com o
telefone/Tablet/computador
Para muitos, chegar ou estar em casa sentado, ligado
às redes sociais, a ver as novas aplicações, a jogar,
etc., é uma forma de relaxar. O único problema é que
não o é, porque o corpo descansa, mas a mente
continua a ser inundada por informação excessiva. Se
pretende realmente relaxar, deixe de lado as
tecnologias, desligando ou colocando em silêncio os
aparelhos, pois só desta forma poderá desligar um
pouco do mundo e aproveitar o tempo de qualidade
consigo próprio.
Não aproveitar o silêncio
Quando foi a última vez em que esteve sentado a
relaxar totalmente em silêncio? Provavelmente não se
lembra, ou nunca o fez. A maioria das pessoas tende a
ligar a televisão ou colocar música, nem que seja para
ter algum ruído de fundo. No entanto, o silêncio pode
ser incrivelmente terapêutico, ajudando a melhorar o
foco e a criatividade. Desta forma, para usufruir de um
profundo relaxamento, refugie-se no silêncio e esvazie
a mente de qualquer pensamento, concentrando-se
apenas na própria respiração.
Ler livros no Tablet
Ler antes de dormir pode ser uma atividade relaxante,
que ajuda o sono a chegar lentamente e proporciona
uma noite descansada. Com as novas tecnologias,
muitos preferem fazê-lo através de Tablet por exemplo,
acabando por prejudicar o sono, pois a luz azul emitida
estimula demasiado o cérebro. Para um descanso
adequado e um sono tranquilo, prefira o tradicional livro,
deixando as versões tecnológicas para o dia.
Pensar demasiado em relaxar
Pensar demasiado em relaxar pode surtir o efeito
contrário, causando demasiada pressão e ainda mais
stress. Portanto, em vez de estar demasiado focado em
relaxar e estar calmo, procure pensar em coisas
alegres, tenha pensamentos positivos, deixe a mente
4 ESPAÇO INFORMATIVO
Nº3 ABRIL-JUN/2016
viajar para um local em que se sinta feliz, etc. Assim,
a mente focar-se-á em coisa boas e dessa forma,
não haverá lugar para o stress.
Relaxar é algo positivo e agradável, é uma sensação
na qual se experimenta a tão desejada paz de
espírito. Para relaxar de verdade, e porque o bem-
estar é um conceito individualista,é necessário tonar-
se sensível às próprias necessidades fundamentais
de paz, autoconhecimento e reflexão, e estar
disposto a reconhecer tais necessidades, ao invés
de ignorá-las ou subestimá-las, descobrindo assim o
que funciona melhor para si. O segredo para se
conseguir os melhores resultados nas tentativas de
relaxar é precisamente este: simplesmente descobrir
as atividades que o fazem feliz, e quando as praticar,
empenhar a sua energia em obter total bem estar
físico e mental. Não tenha medo de tentar algo novo
ou diferente, pois estará a dar oportunidade a si
mesmo de descobrir as riquezas infindáveis do seu
corpo e mente.
Medite, faça uma massagem, pratique exercício,
esteja com a natureza, concentre-se na
contemplação, estimule os sentidos, seja qual for a
sua forma de relaxar, faça-o diariamente, assumindo
um compromisso pessoal. Muitas pessoas têm que
aceitar a responsabilidade de prazos e deveres que
lhe são impostos por outros. No entanto, é
igualmente importante dar atenção à necessidade de
períodos de descontração solicitados pelo corpo e
pela mente. Envolva-se completamente e com
entusiasmo na atividade escolhida, pois encontrar
técnicas eficazes de relaxamento pessoal, não é
meramente um passatempo, é essencial para o bem-
estar físico e mental de qualquer pessoa. Portanto,
ponha mãos à obra e relaxe!
Enf.ª Marisa Costa
O ciúme entre irmãos
A chegada de mais um membro à família pode deixar a
criança insegura e com ciúmes. O mundo que se
resumia a ela e aos pais, passa agora a ser dividido com
um novo membro, que poderá ser considerado como um
intruso. Começa a sentir-se abandonada, o que
frequentemente gera na criança sentimentos de
culpabilidade e baixa autoestima. Esta culpabilidade vê-
se amplificada pelos sentimentos hostis que
experimenta pelo irmão recém-nascido, sabendo que
são sentimentos negativos.
Sentir-se excluído é comum e esse sentimento pode
gerar uma contradição de sentimentos múltiplos: a
raiva/medo pela perda do posto de "rei da casa" e ao
mesmo tempo o desejo ser amigo do irmão.
Os ciúmes constituem uma reação emocional negativa
que se caracteriza por um sentimento de inveja e
ressentimento generalizado direcionado para a pessoa
que se considera como rival. É uma emoção difícil de
suportar.
É por volta dos 4 anos de idade que surgem os ciúmes
pela chegada de um bebé à família. É possível que os
ciúmes apareçam antes na vida da criança, mas é
especialmente nesta idade que toma forma e cria
situações importantes e às vezes duradouras.
Os ciúmes poderão ter as suas repercussões tanto no
irmão mais velho como no mais novo. O irmão mais
velho poderá tornar-se agressivo e hostil para com o
irmão mais novo, poderá também desenvolver uma
baixa autoestima. O irmão vítima poderá também reagir
e tentar vingar-se tornando-se ele próprio agressor.
Muitos pais procuram como estratégia para resolver a
situação, dizer ao filho que o ciúme não deve existir em
relação ao irmão mais novo e que esse irmão veio para
brincar com ele, ser seu amigo e companheiro nas
brincadeiras. No entanto, esquecem-se que a criança
em causa sente que o bebé veio para dividir o amor da
mãe, do pai, dividir a casa, os brinquedos e até a
atenção dos parentes.
ESPAÇO INFORMATIVO 5
Nº3 ABR-JUN/2016
E como se manifesta o ciúme?
A demonstração do ciúme pode variar de criança para criança. A criança com ciúmes costuma mostrar uma série de condutas características:
1. Algumas ficam desobedientes com choros e birras, nervosas e agressivas com os pais ou com o irmão mais novo. Esta agressividade costuma manifestar-se em obstinação, como oposição sistemática. Esta constitui uma grande arma para atrair a atenção dos adultos.
2. Algumas crianças regridem no comportamento, isto é, podem voltar a usar chucha ou biberão, chupar no dedo, querem voltar a usar o carrinho de bebé, entre outros. Não querem comer sozinhas. Apresentam descontrole dos esfíncteres, (não controlam o xixi nem o cocó). Voltam a falar infantilmente (linguagem ou tom de voz infantil).
A agressividade pode aparecer de forma dissimulada: ignorar o irmão ou negar a sua presença. Outras vezes pode mostrar condutas muito hostis e agressivas ou muito carinhosas pelo seu rival, como por exemplo, pode abraçá-lo até magoá-lo. Noutras situações a agressividade dirige-se de forma indireta para a mãe, aproveitando um descuido da mãe para fazer travessuras.
Outras crianças manifestam os seus ciúmes fazendo uma contínua referência ao seu irmão. Ex: quando vêem um cão dizem que o irmão quer um cão e quando vê os seus amigos de bicicleta, dizem que seu irmão também quer uma bicicleta.
O ciúme é uma reação emocional normal e tem que ser resolvido com muito diálogo e compreensão.
Quando ocorre o ciúme?
O ciúme poderá não ocorrer logo com a chegada do
bebé a casa, mas sim quando o irmão mais novo já é
maior e começa a ser mais interativo.
Os ciúmes também podem ocorrer de um irmão menor
para o irmão maior. Quando o vê como um rival que faz
sempre tudo melhor que ele e é elogiado pelos pais.
Também podem aparecer ciúmes quando o menor
observa que o irmão goza de certos "privilégios" que a
ele são negados. Perante esta situação, o irmão menor
poderá arranjar como estratégia agarrar-se ainda mais à
mãe e comportar-se como se não quisesse crescer, ou
melhor, pelo contrário, proceder de forma agressiva e
manifestar uma atitude constante ao longo de sua vida
de tentar superar os demais.
Por vezes os pais manifestam alguns favoritismos e
preferências em relação aos filhos, mas de forma
inconsciente. De modo que, o incentivar à competição
excessiva entre os irmãos pode favorecer a aparição de
ciúmes.
Também a dependência ou necessidade excessiva de
um dos pais, normalmente a mãe, pode originar este tipo
de sentimento. Aparece habitualmente, em casos de
mães excessivamente protetoras, que não deixam a
criança desenvolver sua autonomia ou em situações em
que a criança apresente atraso no desenvolvimento ou
doença crónica.
Podemos referir ainda que a origem dos ciúmes pode,
em alguns casos, situar-se nos sentimentos de
insegurança e inadaptação da criança. Estes
sentimentos costumam ser consequência de se ter
sentido recusado ou ridicularizado na infância, ou de
uma educação excessivamente negativa baseada no
repúdio e na crítica por parte dos pais.
Mas o ciúme não é tão mau como se pensa. A chegada
do irmão irá criar limites para o mais velho que
aprenderá a viver em sociedade e desenvolverá de
forma positiva o seu relacionamento afetivo e social.
Como deveremos proceder?
Para que o ciúme não se torne um sofrimento para a
criança mais velha, a vinda do irmão tem que ser
esclarecida desde o começo da gravidez, dizendo que
um bebé vai precisar de um espaço para dormir como
ele, de roupas para não sentir frio, vai alimentar-se no
peito da mamã como ele também fez. É certo que ele
não poderá logo brincar com o irmão mas podemos
despertá-lo para pequenas interações afetivas e
construtivas, até ajudando nos cuidados com o irmão.
6 ESPAÇO INFORMATIVO
Nº3 ABRIL-JUN/2016
A mãe deverá permitir que a criança toque na barriga,
faça carinhos e converse com o irmão mais novo.
Acompanhe a mãe na compra do enxoval e na
decoração do quarto. Após o nascimento a criança
deverá visitar a mãe e o irmão na maternidade.
Quando possível, deverá ser evitada uma ausência
prolongada da mãe, porque poderá incutir na criança
o sentimento de que foi abandonado e quem
provocou esse abandono foi o irmão recém-chegado.
No dia da alta, a criança poderá acompanhar o pai
até à maternidade e estar presente na chegada a
casa. Neste sentido a criança sentirá que participou
na chegada do irmão. É importante ter em atenção
que as alterações na rotina da criança, como iniciar a
sua ida para a escola ou a mudança de quarto ou de
quem cuidará dela, deverão ser feitas bem antes do
nascimento ou depois da adaptação com o bebé. É
importante que os pais não esqueçam daquele que,
até o momento, ocupava todos os espaços. É
fundamental elevar a autoestima da criança,
potencializar as suas qualidades e as vantagens de
ser o mais velho. Atribuir-lhe responsabilidades sobre
o irmão também ajuda na integração, já que a criança
sente-se útil.
Assim que a criança se sentir segura do amor dos
pais, valorizada e integrada no novo ambiente
familiar, o ciúme diminuirá e a aceitação do irmão
será natural. Os pais têm que demonstrar interesse
pelas atitudes dos filhos. O diálogo é a melhor
maneira de fazer a criança manifestar e entender as
suas emoções, sentindo-se amada e respeitada tanto
pelos pais quanto pelo irmão. Os pais deverão
identificar e realçar as características positivas de
cada filho, no entanto as habilidades e talentos
deverão ser valorizados e nunca comparados. Sem
que percebam, os pais estão educando os seus filhos
através de seu próprio comportamento. Todo o
comportamento dos pais é observável pela criança
assim como a imitação dos mesmos.
É importante realçar que as experiências vividas na
primeira infância influenciarão de forma marcante a
personalidade futura da criança.
No entanto, as orientações descritas deverão ser
adequadas a cada criança e à sua personalidade e
só os pais conhecem bem as suas crianças.
Dr.ª Ana Rita Andrade
Interna de MGF
Devo fazer o rastreio ao
cancro da próstata?
Várias vezes ouvimos esta pergunta na consulta, pelo
que consideramos necessário desmistificar as
questões em torno do cancro da próstata.
O cancro da próstata ocupa o 2º lugar das causas de
morte mais frequentes por cancro nos homens (logo a
seguir ao cancro do pulmão). O aumento da idade, a
etnia afro-americana e a história familiar (parente de 1º
grau) de cancro prostático são os principais fatores de
risco para desenvolver esta doença.
Pode ser assintomático até fases avançadas da doença
ou decorrer com vários sintomas, como a presença de
sangue na urina, a dificuldade em urinar e o
enfraquecimento do jato. No entanto, estes sintomas
podem estar presentes noutras situações.
O rastreio populacional deste cancro não está
recomendado pela Direção Geral de Saúde, ao
contrário dos rastreios do cancro colo-retal, do colo do
útero ou da mama.
De facto, não existe nenhum exame ou análise fiável
que detete o cancro da próstata. Na prática clínica,
existem três métodos que nos orientam para a
presença de patologia da próstata: o toque retal, a
ESPAÇO INFORMATIVO 7
Nº3 ABR-JUN/2016
determinação dos níveis sanguíneos
do PSA (antigénio específico da
próstata) e a ecografia prostática. A
combinação desses pode permitir a
deteção do cancro em fase precoce.
No entanto, não podemos esquecer os
riscos inerentes a esse rastreio.
Primeiro, o teste PSA é pouco
específico para o cancro da próstata,
pelo que pode estar aumentado na
presença de outras patologias, como a
hiperplasia benigna da próstata ou a
prostatite.
Segundo, um teste PSA elevado ou um
toque retal em que se identifiquem
assimetrias, nódulos, áreas mais
endurecidas ou com outras
irregularidades, implica a realização de
uma biópsia prostática.
A biópsia pode apresentar cerca de 20% de falsos
negativos (não deteta as células cancerosas), o que
pode conduzir a uma falsa segurança no utente e no
médico.
Terceiro, segundo o especialista Otis Brawley, ocorre
sobrediagnóstico em cerca de 50% dos casos (ou
seja, diagnóstico de cancros que clinicamente não se
manifestariam e não teriam impacto na qualidade de
vida do homem) e consequente sobretratamento
(atitudes terapêuticas que diminuem a qualidade de
vida e não aumentam a sobrevivência). Está
demonstrado que o tratamento acarreta vários efeitos
adversos importantes, como a disfunção sexual em
cerca de 55% dos casos e a incontinência urinária em
5%.
Quarto, o rastreio anual com PSA não diminui
significativamente a mortalidade por cancro da
próstata.
Trocando por números, segundo um estudo
publicado pelo Harding Center for Risking Literacy
em 2013, em que se compararam 1000 homens que
não fizeram o rastreio com 1000 homens que fizeram
o rastreio com teste PSA anualmente, com idades
compreendidas entre os 50 e os 69 anos, verificou-
se que: (ver a tabela 1)
Tabela 1: Estudo publicado pelo Harding Center for Risking
Literacy, 2013
Ou seja, aqueles que fizeram o rastreio realizaram mais
exames invasivos e foram submetidos a mais
tratamentos. No entanto, no decorrer do estudo, esse
grupo apresentou um menor número de homens vivos e
sem lesões. Além disso, o número de homens que
morreram foi igual nos dois grupos.
Assim, depois de ponderar os benefícios e os riscos do
rastreio do cancro da próstata (em homens
assintomáticos e com baixo risco), deve decidir de forma
partilhada com o seu médico de família acerca da
realização ou não do rastreio.
Dr.ª Bruna Tavares
Interna de MGF
8 CURIOSIDADES
Nº3 ABRIL-JUN/2016
Superalimento: Nozes
Habitat: regiões temperadas de todo o mundo,
especialmente da Europa, Ásia e América do Norte.
Informação nutricional: 642 Kcal/100g
(colesterol
- 0g; gordura total- 61,9g; gordura saudável -39,1g)
Dose diária recomendada (DDR): 2 a 4 nozes/dia
Benefícios:
Constituem uma fonte de energia abundante para o
funcionamento do coração, pelo que se recomenda
o seu consumo a todos os que sofrem de doenças
do coração (insuficiência cardíaca, angina de peito,
os que se encontrem em risco de ter um enfarte ou
já tenham tido e se encontrem em fase de
recuperação);
O consumo de 80g de nozes por dia durante 2
meses, reduz em 16% o “mau colesterol”- LDL,
contribuindo para que este não se deposite nas
paredes das artérias e as obstrua, contribuindo
também desta forma para a prevenção de enfartes;
Quando o consumo de nozes substitui o de
alimentos como as margarinas, os fritos e os
enchidos, evita também a obesidade
Intervém na formação do tecido nervoso e no
funcionamento dos neurónios, sendo por isso
fundamental o seu consumo por grávidas, crianças,
idosos, pessoas que sofrem de irritabilidade
nervosa, depressão, stress, esgotamento nervoso e
todos os que apresentam doenças neurológicas em
geral (ex.: todas as demências como Alzheimer);
Pela sua pequena quantidade de açúcares e o seu
elevado valor nutritivo, são um dos alimentos mais
aconselhados para diabéticos
Pelo seu grande conteúdo calórico e nutritivo, é
muito recomendável em todas as situações em
que o organismo esteja submetido a um esforço
suplementar: desportistas, estudantes, grávidas,
mulheres a amamentar, convalescença de
doenças e stress físico em geral.
Sugestões de utilização:
Cruas e inteiras podem ser utilizadas na confeção dos mais variados pratos doces e salgados, quentes e frios;
Trituradas podem ser adicionadas a iogurtes, batidos, mueslis e saladas;
Em conjunto com outros frutos secos constituem snacks práticos e muito saudáveis para o meio da manhã/tarde;
Dão origem ainda a um nutritivo óleo de primeira pressão (apenas indicado para pratos frios), pouco comercializado pelo fato de se alterar facilmente.
Enf.ª Ana Almeida
10 ENTRETENIMENTO
Nº3 ABRIL-JUN/2016
ESPAÇO RECEITA Encontre as palavras
1 chávena de chá de óleo 4 ovos grandes 2 chávenas de chá de açúcar 2 chávenas de chá de farinha 3 chávenas de chá de cenoura ralada 1 chávena de chá de nozes picadas 1 colher (chá) de canela 1 colher (sobremesa) rasa de fermento 1 pitada de noz moscada
Misturar os ingredientes no liquidificador, deixando por último a cenoura e a
farinha. Colocar numa forma untada e levar ao forno pré-aquecido.
Sugestão de Enf.ª Marisa Costa
□ Feliz
□ Medo
□ Ciume
□ Coragem
C U X B G U E V P
O E C C E F N U A
R N L I A E A A S
A D B U H M E D O
G T E M F T A A O
E S I E U A L S A
M A F E L I Z E O
FRASE DO DIA
“A beleza ideal está na simplicidade calma e serena.” Johann Goethe
VOUGADAS
Enf. Bruno Costa
Próxima edição em julho de 2016 na sua USF
Bolo de cenoura e
nozes