O Cortiço ( com gabarito)

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Literatura Roteiro de leitura: O Cortiço, de Aluísio Azevedo GABARITO 1. Classifique o tipo de narrador do romance e relacione o ponto de vista desse narrador aos propósitos do estilo naturalista. A obra é narrada em terceira pessoa, com narrador onisciente (que tem conhecimento de tudo), mas distanciado e racional, como propunha o movimento naturalista. 2. Escreva as principais características das seguintes personagens do romance: Miranda - comerciante português. Principal opositor de João Romão. Mora num sobrado aburguesado, ao lado do cortiço. Jerônimo português “cavouqueiro”, trabalhador da pedreira de João Romão, representa a disciplina do trabalho. Capoeira Firmo mulato e companheiro que se envolve com Rita Baiana. Rita Baiana mulata bela, generosa, sensual e provocante que promove os pagodes no cortiço. Representa a mulher brasileira. Piedade portuguesa que é casada com Jerônimo. Representa a mulher europeia. Pombinha – mocinha recatada e virginal, que espera pelas “regras” femininas para poder se casar com o noivo. Acaba sendo corrompida pela “cocote” francesa Léonie. 3. Escreva, de modo bem sucinto, a trajetória dessas personagens. O livro narra inicialmente a saga de João Romão rumo ao enriquecimento. Para acumular capital, ele é avaro, explora os empregados e se utiliza até do furto para conseguir atingir seus objetivos. Comprando um pequeno estabelecimento comercial, consegue se aliar a uma negra escrava fugida de nome Bertoleza, proprietária de uma pequena quitanda. Para agradá-la, falsifica uma carta de alforria que asseguraria à negra a tão desejada liberdade. O pequeno estabelecimento, mantido pela esperteza de João Romão e o trabalho árduo de Bertoleza, começa a crescer. Aos poucos o português começa a construir e alugar pequenas casas, o que leva a edificação de um grande cortiço: a "Estalagem São Romão." Logo se ergueriam novas pendências, como a pedreira (que servia emprego aos moradores) e o armazém (onde os mesmos compravam seus artigos de necessidade). O crescimento só não agrada ao Senhor Miranda, dono de um sobrado vizinho, menos rico mas mais fino e invejado por João Romão em relação ao seu prestígio em sociedade, principalmente quando se torna Barão. Numa das festas do cortiço, feita de música e gritos, Jerônimo se encanta com a dança de Rita Baiana, o que provoca ciúmes em Firmo, amante da moça. Há uma violenta briga, e Firmo fere o jovem

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LiteraturaRoteiro de leitura: O Cortiço, de Aluísio Azevedo 

GABARITO 1. Classifique o tipo de narrador do romance e relacione o ponto de vista desse narrador aos propósitos do estilo naturalista.                A obra é narrada em terceira pessoa, com narrador onisciente (que tem conhecimento de tudo), mas distanciado e racional, como propunha o movimento naturalista.               2. Escreva as principais características das seguintes personagens do romance:Miranda - comerciante português. Principal opositor de João Romão. Mora num sobrado aburguesado, ao lado do cortiço.

Jerônimo – português “cavouqueiro”, trabalhador da pedreira de João Romão, representa a disciplina do trabalho.

Capoeira Firmo – mulato e companheiro que se envolve com Rita Baiana. Rita Baiana – mulata bela, generosa, sensual e provocante que promove os pagodes no cortiço. Representa a mulher brasileira.

Piedade – portuguesa que é casada com Jerônimo. Representa a mulher europeia. Pombinha – mocinha recatada e virginal, que espera pelas “regras” femininas para poder se casar com o noivo. Acaba sendo corrompida pela “cocote” francesa Léonie. 

3. Escreva, de modo bem sucinto, a trajetória dessas personagens.                O livro narra inicialmente a saga de João Romão rumo ao enriquecimento. Para acumular capital, ele é avaro, explora os empregados e se utiliza até do furto para conseguir atingir seus objetivos.  Comprando um pequeno estabelecimento comercial, consegue se aliar a uma negra escrava fugida de nome Bertoleza, proprietária de uma pequena quitanda. Para agradá-la, falsifica uma carta de alforria que asseguraria à negra a tão desejada liberdade. O pequeno estabelecimento, mantido pela esperteza de João Romão e o trabalho árduo de Bertoleza, começa a crescer. Aos poucos o português começa a construir e alugar pequenas casas, o que leva a edificação de um grande cortiço: a "Estalagem São Romão." Logo se ergueriam novas pendências, como a pedreira (que servia emprego aos moradores) e o armazém (onde os mesmos compravam seus artigos de necessidade). O crescimento só não agrada ao Senhor Miranda, dono de um sobrado vizinho, menos rico mas mais fino e invejado por João Romão em relação ao seu prestígio em sociedade, principalmente quando se torna Barão.                Numa das festas do cortiço, feita de música e gritos, Jerônimo se encanta com a dança de Rita Baiana, o que provoca ciúmes em Firmo, amante da moça. Há uma violenta briga, e Firmo fere o jovem português com uma navalha, fugindo logo depois. Jerônimo vai parar num hospital. Jerônimo volta do hospital e, numa emboscada, mata Firmo, agora morador do cortiço rival. Enquanto o jovem português larga a mulher para viver com Rita Baiana, o pessoal do "Cabeça-de-gato" entra em guerra com os moradores do cortiço de João Romão para vingar a morte de Firmo. 4. Explique de que modo do destino de Pombinha confirma a tese determinista com que o autor traça as ações do enredo do romance.Pombinha era uma moça decente e recatada, mas, por influência do meio decadente em que vive, deixa-se seduzir pelos apelos de Leónie e acaba se prostituindo.               5. a) Qual foi o estopim da guerra entre os moradores dos dois cortiços?Quando Jerônimo volta do hospital, numa emboscada, mata Firmo, agora morador do cortiço rival. Enquanto o jovem português larga a mulher para viver com Rita Baiana, o pessoal do "Cabeça-de-gato" entra em guerra com os moradores do cortiço de João Romão para vingar a morte de Firmo.b) Que fato inesperado põe fim a esse conflito?Um incêndio misterioso acaba com o conflito e destrói grande parte do cortiço do velho comerciante português. 6. Como João Romão consegue afastar Bertoleza de sua vida?

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Isso se dá através de uma carta enviada aos proprietários da negra fugida, revelando seu esconderijo. Estes não demoram a aparecer no cortiço com o intuito de levá-la de volta. Bertoleza, percebendo a traição, suicida-se com a mesma faca de limpar peixes que usou a vida inteira para preparar as refeições de João Romão e os clientes do seu armazém. “Nesse momento parava à porta da rua uma carruagem. Era uma comissão de abolicionistas que vinha, de casaca, trazer-lhe respeitosamente o diploma de sócio benemérito."