O crescimento da indústria da mídia

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Luci Bonini O CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA DA MÍDIA: nascimento de novas linguagens

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Luci Bonini

O CRESCIMENTO DA INDÚSTRIA DA MÍDIA:

nascimento de novas linguagens

A imprensa de GuttembergSéculo XIX Inovações ténicas na

indústria da imprensa: máquina a vapor e prensa rotativa

Diversificação do jornal ( surgimento dos suplementos)

A transformação das instituições de mídia em

interesses comerciais de grande escala:

Século XIX: Inovações técnicas na indústria da imprensa – máquina a vapor, prensa rotativa – aumentaram a produção de jornais.

Diversificação do Jornal com seus suplementos

Os jornais

As sociedades ocidentais se tornaram mais urbanas, declínio significativo das taxas de analfabetismo.

À medida que a indústria gráfica foi se tornando mais industrializada o mercado foi expandido

Fluxo internacional de informações e de comunicação assumiu uma forma mais organizada;

Desenvolvimento das agências internacionais;

Correspondentes nacionais / internacionais / free – lances.

A Globalização da comunicação remonta o século XIX também:

José de AlencarManuel Antonio de AlmeidaMachado de AssisEuclides da CunhaEça de Queiroz

Correspondentes

O uso da energia elétrica;O telégrafo eletromagnético (1830 – EUA)

sinais telegráficos;1870 – transmissão da fala e o telefone –

Graham Bell;

Estabeleceram o começo de um sistema global de processamento de comunicação e informação:

1920 – O Rádio definitivamente se instala como um grande meio de comunicação

1940 – A televisão.

Marconi (1898) – transmitiu sinais através de ondas eletromagnéticas dispensando o uso de fios;

1898 – Marconi transmitiu sinais a uma distância de 23 Km sobre o mar;

1899 – Através do Canal da Mancha, Westinghouse EUA X Marconi na Inglaterra ampliaram as transmissões para vastas audiências;

Assis Chateaubriand

Publicações: livros, revistas, congressos, simpósios

(Hoje uma descoberta leva menos de 2 anos para chegar ao mercado)

PROGRESSO CIENTÍFICO

“ As sociedades ocidentais se tornaram mais urbanas houve um declínio significativo do analfabetismo. À medida que a indústria gráfica foi se tornando mais industrializada e o mercado foi expandindo: o mercado de impressos passa a competir com as indústrias gráficas” Thompson (2005)

O texto jornalístico difere fundamentalmente dos textos literário e científico, embora seja possível uma análise comparativa promovendo interpenetração quanto às estruturas narrativas de cada um. Se utilizarmos uma visão histórica da gênese do texto jornalístico veremos que tanto o texto literário, quanto o científico cooperaram para que pudéssemos denominar de textos jornalísticos o que se produz hoje.

Pessoa que na Cidade-Luz se interessa pelas coisas brasileiras teve a gentileza de remetter-nos, por um dos ultimos correios, alguns recortes da imprensa parisiense, a proposito das relações commerciaes do nosso paiz com a França.Vejamos, em primeiro lugar, o artigo do Sr. Stéphanne Lauzanne, do "Matin", que é um acerrimo commentario estendido até á nossa vizinha no continente.O artigo intitula-se assim: "Paizes que carecem de honestidade", e... Por que não transcrevel-o na integra? Vamos fazel-o, visto como o assumpto é de grande interesse para todos. Eil-o:"Ha, neste vasto mundo, um certo numero de paizes que nem sempre observam a mais rigorosa honestidade. E estes paizes não são de pequena dimensão: chamam-se a Republica Argentina, o Brasil, etc. Ides ver como elles operam... Antes da guerra, ditos paizes, tendo necessidade de dinheiro, procuram esta excellente polpa que se chama França. Esta emprestou-lhes sommas que se elevaram a cerca de "dois bilhões de francos". Não preciso dizer que se tratava de frances-ouro: não tinhamos outros antes da guerra. Assim, a maior parte dos titulos que nos foram remettidos em troca do nosso ouro estipulavam que se tratava de "emprestimos-ouro e que os juros, bem como a amortização, seriam "em ouro". ........

Os acontecimentos que, no dia 15 de novembro de 1889, culminaram com a proclamação da Republica, foram assim narrados pela "Gazeta de noticias", do Rio, no seu numero de 16 de novembro daquelle anno:"A data de hontem vae ficar assignalada na historia.Extraordinario movimento agitou a população fluminense, desde o romper do dia. O espanto, a surpreza e a ansiedade - eis o que se notava em todos os olhares; em todas as physionomias. O povo invadiu as ruas e praças em busca de noticias sabendo então que o exercito tinha se declarado abertamente em opposição ao ministerio. No nosso numero de hontem, em noticia de ultima hora, entrelinhada, haviamos escripto o seguinte:"No quartel-general estavam reunidos ás 2 horas da madrugada de hoje, o sr. ajudante-general do exercito e diversos officiaes generaes. No quartel achavam-se em fórma um batalhão de infantaria e o regimento, ou parte, da cavallaria. Tratava-se, pois, de um movimento já combinado a que dera causa a ordem recebida pelo 7o. Batalhão para seguir para provincia remota recusando-se esse batalhão a cumprir a ordem. Sabendo, á ultima hora, do que se tramava, reuniu-se em conferencia o ministro até á meia noite estando de promptidão 400 praças do corpo de policia. ........

O interessante é que, enquanto a polícia carioca mantem um apparelhamento perfeito de controle ao noticiario dos jornaes, partem do selo do governo vozes autorizadas condemnando a censura. Ainda hoje, o general Góes Monteiro, ministro da Guerra, declara:- "A imprensa desempenha um grande papel na vida das collectividades, formando opinião, que é uma formidavel força moral, que sobrepuja 90 por cento das forças materiaes".Mais adeante:- "Sou radicalmente contra a censura aos jornaes, e este meu pensamento já é conhecido".......

Desde o inicio da actual campanha, impatrioticamente inspirada pela ambição desmedida do sr. Antonio Carlos, o governo da Republica, pela voz do preclaro presidente Washington Luis, affirmou, imperturbavel e sereno, que tudo correria normalmente, em ordem perfeita, pois a esmagadora maioria dos nossos patricios estava, firme e unida, com o Brasil. ....

Os factos, entretanto, se incumbiram de demonstrar que o governo estava certo. A sinistra scena de sangue occorrida no recinto da Camara e da qual foi protagonista o vice-presidente da "Alliança" e victima imbelle o saudoso deputado pernambucano Souza Filho, não poderia dar razão aos que receiavam o surto da anarchia, a victoria da mashorca, que o governo da Republica saberia facilmente dominar, com a mesma galhardia com que dominára a offensiva contra o mil réis, com a mesma firmeza com que o governo de S. Paulo enfrentou a campanha democratica e alliancista contra o café.