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38 O ENVELHECIMENTO DA PELE CAUSADO PELA EXPOSIÇÃO SOLAR NA CIDADE DE SALVADOR: AVALIAÇÃO E ABORDAGEM DA FISIOTERAPIA DERMATO-FUNCIONAL MARIANA ALVES BRAGA 1 MILENA ALVES MEDRADO 2 MYLANA ALMEIDA 3 RAFAELA SILVA DOS SANTOS 4 Resumo: A camada de ozônio que funciona como proteção da atmosfera contra os raios ultravioletas está sendo destruída no dia a dia pela ação do homem no seu processo evolutivo. Tornando os seres vivos mais suscetíveis à radiação ultravioleta (UV) e aos efeitos indesejáveis causados pela mesma na pele. Sendo um destes efeitos o Fotoenvelhecimento. Para este estudo, foi elaborado um questionário contendo questões objetivas e subjetivas, preparadas especificamente para a pesquisa, para ser aplicado em 200 estudantes do Centro Universitário Jorge Amado com idade entre 18 e 39 anos, na cidade do Salvador - BA, com o objetivo de avaliar a predisposição ao envelhecimento precoce da pele, devido à excessiva exposição solar sem métodos de proteção adequados, além dos conhecimentos a respeito dos riscos à exposição solar. Palavras-Chave: Fotoenvelhecimento. Exposição solar. Radiação ultravioleta. Fisioterapia Dermato-Funcional. Summary: The ozone layer that acts as protection against ultraviolet rays atmosphere is being destroyed day by day by the action of man in the evolutionary process. Making living beings susceptible to ultraviolet (UV) radiation and undesirable effects caused by it on the skin. Being one of the effects Photoaging. For this study we designed a 1 Fisioterapeuta. Pós Graduanda em Fisioterapia Dermato-Funcional pela Universidade Gama Filho. Email: [email protected] 2 Fisioterapeuta pela EBMSP. Especialista em Ergonomia Aplicada à saúde do trabalhador pela PU-M.G; Mestre em Gestão do Conhecimento pela UFSC 3 Fisioterapeuta pelo Instuto Baiano de Ensino Superior - IBES. Email: mylanaalmeida@ yahoo.com.br 4 Fisioterapeuta pelo Centro Universitário Jorge Amado. Email: rafaela_silva27@ hotmail.com

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O envelhecimentO da pele causadO pela expOsiçãO sOlar na cidade de salvadOr: avaliaçãO e abOrdagem

da fisiOterapia dermatO-funciOnal

Mariana alves Braga1

Milena alves Medrado2

Mylana alMeida3

rafaela silva dos santos4

Resumo: A camada de ozônio que funciona como proteção da atmosfera contra os raios ultravioletas está sendo destruída no dia a dia pela ação do homem no seu processo evolutivo. Tornando os seres vivos mais suscetíveis à radiação ultravioleta (UV) e aos efeitos indesejáveis causados pela mesma na pele. Sendo um destes efeitos o Fotoenvelhecimento. Para este estudo, foi elaborado um questionário contendo questões objetivas e subjetivas, preparadas especificamente para a pesquisa, para ser aplicado em 200 estudantes do Centro Universitário Jorge Amado com idade entre 18 e 39 anos, na cidade do Salvador - BA, com o objetivo de avaliar a predisposição ao envelhecimento precoce da pele, devido à excessiva exposição solar sem métodos de proteção adequados, além dos conhecimentos a respeito dos riscos à exposição solar. Palavras-Chave: Fotoenvelhecimento. Exposição solar. Radiação ultravioleta. Fisioterapia Dermato-Funcional.

Summary: The ozone layer that acts as protection against ultraviolet rays atmosphere is being destroyed day by day by the action of man in the evolutionary process. Making living beings susceptible to ultraviolet (UV) radiation and undesirable effects caused by it on the skin. Being one of the effects Photoaging. For this study we designed a

1 Fisioterapeuta. Pós Graduanda em Fisioterapia Dermato-Funcional pela Universidade Gama Filho. Email: [email protected]

2 Fisioterapeuta pela EBMSP. Especialista em Ergonomia Aplicada à saúde do trabalhador pela PU-M.G; Mestre em Gestão do Conhecimento pela UFSC

3 FisioterapeutapeloInstitutoBaianodeEnsinoSuperior-IBES.Email:[email protected]

4 Fisioterapeuta pelo Centro Universitário Jorge Amado. Email: [email protected]

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questionnaire with objective and subjective, prepared specifically for the research to be applied to 200 students of the University Center Jorge Amado aged between 18 and 39 years in the city of Salvador - BA, with the objective of evaluating predisposition to premature aging of the skin due to excessive sun exposure without adequate protection, apart from knowledge about the risks of sun exposure. Keywords: Photoaging. Exposure to sunlight. ultraviolet radiation. Physiotherapy Dermato-Functional.

INTRODUÇÃO

O sol é fonte de energia e vida, porém seus benefícios e malefícios irão depender do tempo e forma de exposição, período do dia e localização geográfica. O espectro solar que atinge a superfície da terra é formado por radiações ultravioletas (UV), radiações visíveis (Vis) e infravermelhas (IV). (FLOR apud DE PAOLA, 2007, p. 153).

A radiação ultravioleta é não ionizante e está diretamente relacionada a efeitos indesejáveis, diretos e/ou indiretos à pele. (FILHO, 2007, p. 34).

Quanto menor o comprimento de onda, maior será a energia de radiação solar. Com isso, a radiação ultravioleta A (UVA) é a mais energética, por possuir um menor comprimento de onda, o que facilita a penetração na pele, chegando à camada mais profunda da derme além de contribuir para o fotoenvelhecimento. (FLOR apud OSTERWALDER, 2007, p. 153). Dessa forma, são induzidas reações fotoquímicas, como o bronzeamento, por gerar uma fotoxidação da melanina, que se situa na camada mais externa da epiderme. (FLOR apud DE PAOLA, 2007, p. 153).

“[...] A pele envelhecida pelo sol apresenta-se amarelada, com pigmentação irregular, enrugada, atrófica, com telangiectasias e lesões pré-malignas”. (MONTAGNER apud LANDAU, 2009, p. 264).

A cor da pele é classificada em 3 tipos: branca, parda e negra. Com isso, Fitzpatrick criou uma classificação dos fototipos cutâneos (FTC), subdividido em seis grupos:

Quadro IClassificação dos fototipos cutâneos de acordo com Fitzpatrick (FTC)

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FTC Cor básica da pele Resposta à exposição solarI Branco-pálida Não bronzeia, queima com

facilidadeII Branca Bronzeia com dificuldade,

queima-se com facilidadeIII Branca Bronzeia-se após a primeira

queimadura solarIV Castanho-clara/

oliva Bronzeia-se com facilidadeV Castanho Bronzeia-se com facilidadeVI Negra Fica mais Escura

Fonte: FITZPATRICK, 2006.

Com isso percebeu-se a necessidade de se estudar sobre as possíveis causas do envelhecimento extrínseco, riscos e melhores meios de prevenção. Visto que Salvador trata-se de uma cidade litorânea e as pessoas têm hábitos de exposição solar, levando ao fotoenvelhecimento e outras patologias associadas. Então foi realizada uma revisão bibliográfica a respeito do tema proposto e a partir daí foi criado um questionário contendo 15 questões objetivas e 3 questões subjetivas, sendo este último, raça, idade e sexo, para ser aplicado em adultos jovens entre 18 e 39 anos, de ambos os sexos, alunos da Unijorge e que residam na cidade do Salvador.

A população escolhida para esse estudo pode apresentar riscos ao fotoenvelhecimento e a patologias associadas, pois 64,8% da população estudada não sabe o fator de proteção adequado para seu tipo de pele bem como a diferença entre radiação ultravioleta A (UVA) e radiação ultravioleta B (UVB), correspondendo a 69,4% da população de estudo. E cerca de 3,1% da população não sabem os riscos causados pela exposição solar. Fatores estes que são indispensáveis para promover uma proteção ideal no dia a dia.

O objetivo do estudo foi de discorrer sobre os efeitos causados pela exposição solar sem os métodos de prevenção adequados e avaliar a predisposição na população de estudo ao envelhecimento precoce da pele, devido à excessiva exposição solar sem métodos de proteção adequados bem como seus conhecimentos a respeito dos riscos à exposição solar e dos métodos de prevenção.

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METODOLOGIA

O referencial teórico foi retirado de bases de dados como Scielo, Bireme, Medline entre os anos de 1999 a 2007, utilizando como descritores: fotoenvelhecimento, radiação ultravioleta, envelhecimento extrínseco, exposição solar.

Foi realizado um estudo de corte transversal de caráter descritivo e analítico. Sendo utilizado como local de estudo o Centro Universitário Jorge Amado. A quantidade de indivíduos da população de estudo foi escolhida de forma aleatória, apresentando como critério de inclusão, pessoas entre 18 e 39 anos, de ambos os sexos, diferentes fototipos cutâneos, que residam em Salvador, alunos da Unijorge e que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Excluindo aqueles que possuíam idade inferior a 18 anos e superior a 39 anos, que não residam em Salvador, que apresentem alguma patologia de pele e que não assinaram o termo de consentimento. Os voluntários responderam a um questionário contendo 15 questões objetivas e 3 subjetivas, estas sobre: raça, sexo e idade, preparadas especificamente para a pesquisa. Perguntou-se aos entrevistados por quanto tempo, antes de se exporem ao sol, utilizam o protetor solar; quantas vezes aplicam protetor solar diariamente; se fazem algum tratamento de manchas na pele por conseqüência da exposição solar; se utilizam algum cosmético ou hidratante após exposição; se já tiveram alguma queimadura solar; se sabem a diferença entre bloqueador e protetor solar; qual fator de proteção que costumam utilizar; qual marca utilizam; por quanto tempo ficam expostos ao sol quando vão à praia; qual o horário que costumam se expor ao sol, quando vão à praia e em qual classificação de pele se encaixam. As perguntas mais importantes para análise da pesquisa são: se a população de estudo utiliza protetor solar diariamente; se sabe qual o fator de proteção solar ideal para seu tipo de pele; se sabe quais os riscos ao se expor ao sol e a diferença ente raios UVA e UVB.

Seguindo os critérios de inclusão e exclusão os entrevistados receberam informações sobre o estudo, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido, sendo entregue pelos

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pesquisadores ao entrevistado o questionário, solicitando que ele mesmo preencha, sem a interferência do pesquisador.

Nos resultados foi utilizado o teste F que é uma análise de dados de amostras, a qual consiste em comparar os resultados encontrados e se há diferença significativa entre elas, com a intenção de verificar se existiam equivalências entre as variâncias das amostras. A partir do teste F podemos escolher qual procedimento do teste t (t de Student) para amostras não pareadas poderíamos escolher, ou seja, se através do teste F verificássemos que as variâncias eram equivalentes ou diferentes – para se testar a hipótese da diferença das médias entre as amostra, ou seja, um processo paramétrico. Os testes paramétricos assumem que as variáveis se comportam segundo um modelo normal, de modo que as amostras tenham uma boa aproximação com tal modelo. O nível de confiabilidade adotado durante todo o processo de teste das hipóteses e estimação dos parâmetros foi de 95%.

O projeto foi encaminhado ao comitê de ética e pesquisa do Hospital Santo Antonio, localizado em Salvador para apreciação, sendo aprovado pelo referido comitê em 14 de outubro de 2010.

RESULTADOS

O questionário foi aplicado em 200 estudantes, alunos do Centro Universitário Jorge Amado, seguindo os critérios de inclusão e exclusão já mencionados, correspondendo a 100% da população estudada.

Os resultados mostraram que a faixa etária predominante foi de 21 a 29 anos, correspondendo a 38% da amostra. Em relação ao sexo, houve um predomínio do sexo feminino de 71,4% e o sexo masculino de 28,6%.

No que se refere ao uso de protetor solar diariamente, os resultados mostraram que estudantes classificados pelo fototipo cutâneo I (FTC I), em uma proporção de 50% utilizam protetor solar às vezes, e 10% nunca utilizam. Os classificados pelo FTC II 60,4% utilizam protetor às vezes e 11,3% disseram utilizar. Os de FTC III, o que corresponde a 52,9%, utilizam às vezes e 29,4% utilizam protetor solar. De FTC IV, 58,6% utilizam às vezes e

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31% nunca utilizam. Os de FTC V, 49% utilizam às vezes e 34,7% nunca utilizam. Já os de FTC VI, 42,9% nunca utilizam e 21,4% utilizam protetor solar diariamente. Como pode ser visto abaixo na figura 1.

Figura 1

SIM NUNCA AS VEZES0

10

20

30

40

50

60

70

%

40

10

50

11,3

28,3

60,4

29,4

17,6

52,9

10,3

31

58,6

16,3

34,7

49

21,4

42,9

35,7

EM QUAL CLASSIFICAÇÃO DE PELE VOCÊ SE ENCAIXA?FTC IFTC II

FTC IIIFTC IV

FTC VFTC VI

USA PROTETOR SOLAR DIARIAMENTE?CLASSIFICAÇÃO DA PELE x

Fonte: Dados da pesquisa de campo

Em relação ao número de aplicações do protetor solar, 51,5%

dos estudantes entrevistados, aplicam pelo menos uma vez ao dia, o protetor solar e 39,8% não aplicam protetor solar em nenhum momento do dia; 70% dos que utilizam, pelo menos uma vez ao dia, o protetor são os estudantes de FTC I e os que não utilizam são os estudantes classificados pelo FTC VI. Demonstrados na figura 2 abaixo.

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Figura 2

SIM NUNCA AS VEZES0

10

20

30

40

50

60

70

%

40

10

50

11,3

28,3

60,4

29,4

17,6

52,9

10,3

31

58,6

16,3

34,7

49

21,4

42,9

35,7

EM QUAL CLASSIFICAÇÃO DE PELE VOCÊ SE ENCAIXA?FTC IFTC II

FTC IIIFTC IV

FTC VFTC VI

USA PROTETOR SOLAR DIARIAMENTE?CLASSIFICAÇÃO DA PELE x

Fonte: Dados da pesquisa de campo

Quando questionados por quanto tempo antes de se expor ao

sol eles aplicam o protetor solar, 33,7% aplicam pelo menos meia hora antes de se expor, 16,8% 1 hora antes, 30,1% aplicam na hora de se expor e 19,4% não aplicam protetor solar. Sendo os que aplicam, por meia hora antes de se expor, a maioria, 52,9% são os de FTC III e os que aplicam na hora de se expor, 51,7%, são os de FTC IV.

Quando comparados quanto à escolha do fator proteção solar (FPS), 55,6% utilizam o FPS 30, utilizado em maior proporção pela população classificada pelo FTC III 64,7%, fator 8 representa 1,5% da população, 13,3% utilizam fator 15. Fator 45 é utilizado por 6,6%, fator 50 por 9,7%, outros protetores por 2,6% e os que não utilizam nenhuma proteção representa 10,7%.

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Quanto ao conhecimento a respeito do fator de proteção ideal para o seu tipo de pele, 64,8% não sabem responder qual fator de proteção ideal, sendo que 72,4% desta amostra são indivíduos de FTC IV e 35,2% sabem qual fator utilizar.

Figura 3

1 VEZ 2 OU MAIS VEZES NENHUMA0

10

20

30

40

50

60

70

%

70

5

25

54,7

39,6

58,8

23,5

17,6

51,7

6,9

41,442,9

49

10,7

EM QUAL CLASSIFICAÇÃO DE PELE VOCÊ SE ENCAIXA?FTC IFTC II

FTC IIIFTC IV

FTC VFTC VI

QUANTAS VEZES APLICA PROTETOR DIARIAMENTE?CLASSIFICAÇÃO DA PELE x

Fonte: Dados da pesquisa de campo

Quando perguntado sobre a utilização de marcas de protetores solares 49% utilizam sundow, onde 58,8% são de FTC III. Dos que utilizam nívea 7,2%, 11,3% natura, 6,7% Avon Sun, 2,1% utilizam cenoura & bronze e 23,7% outros protetores.

De acordo com os resultados, 15,2% ficam por 30 minutos expostos ao sol, 12% por uma hora, 11% por uma hora e meia, 16,8% por duas horas e 45% dos estudantes ficam expostos ao sol por mais

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de 2 horas, onde 55,3% são os de fototipo cutâneo V. Já os de FTC I representam apenas 30% dos que se expõem por mais de 2 horas.

De acordo com a amostra, 96,9% sabem os riscos de se expor ao sol, incluindo todos os fototipos cutâneos. Dos que se classificaram com FTC I, 100% sabem dos riscos de se expor ao sol. E 3,1% não sabem dos riscos envolvidos com a exposição solar.

Dos estudantes entrevistados, 67% se expõem ao sol no período entre 10 e 15 horas, 83% indivíduos possuem fototipos cutâneos V e 28,3% se expõem antes das 10 horas, 4,7% após as 15 horas - como pode ser visto na figura 4.

Figura 4

ANTES DAS 10 HORAS DA MANHÃ

ENTRE 10 HORAS E 15 HORAS

APÓS AS 15 HORAS0

20

40

60

80

100

%

EM QUAL CLASSIFICAÇÃO DE PELE VOCÊ SE ENCAIXA?FTC IFTC II

FTC IIIFTC IV

FTC VFTC VI

QUAL HORÁRIO FICA EXPOSTO AO SOL QUANDO VAI A PRAIA?

CLASSIFICAÇÃO DA PELE x

Fonte: Dados da pesquisa de campo

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Quanto à utilização de cosmético ou hidratante após exposição solar, 72,4% dos entrevistados utilizam, e 27,6% não; dos que utilizaram algum cosmético, 94,1% são de FTC III, e os que não utilizaram, o que corresponde a 44,8%, são de FTC IV. Quanto à diferença entre protetor e bloqueador solar, 51% sabiam da diferença entre os dois, e 49% não sabem; dos que sabiam, 70,6% são de FTC III, e os que não sabiam correspondem à 58,6%, são de FTC IV.

Quanto à realização de tratamentos de manchas relacionadas à exposição solar, 11,7% já realizaram tratamento e 88,3% não realizaram nenhum tipo de tratamento. Como demonstrado na figura 5.

Figura 5

SIM NÃO0

20

40

60

80

100

%

20

80

11,3

88,7

17,6

82,4

10,3

89,7

6,1

93,9

14,3

85,7

EM QUAL CLASSIFICAÇÃO DE PELE VOCÊ SE ENCAIXA?FTC IFTC II

FTC IIIFTC IV

FTC VFTC VI

FEZ OU FAZ TRATAMENTO POR CAUSA DE MANCHAS NA PELE DEVIDO A EXPOSIÇÃO SOLAR?

CLASSIFICAÇÃO DA PELE x

Fonte: Dados da pesquisa de campo

48

Quando se refere à diferença entre radiação UVA e UVB, 30,6% sabem da diferença e 69,4% não sabem da diferença. Como demonstrado na figura 6.

Figura 6

SIM NÃO0

20

40

60

80

100

%

10

90

35,8

64,2

23,5

76,5

31

69

30,6

69,4

39,3

60,7

EM QUAL CLASSIFICAÇÃO DE PELE VOCÊ SE ENCAIXA?FTC IFTC II

FTC IIIFTC IV

FTC VFTC VI

SABE A DIFERENÇA ENTRE RAIOS UVA E UVB?

CLASSIFICAÇÃO DA PELE x

Fonte: Dados da pesquisa de campo

E em relação à queimadura solar 33,2% já tiveram algum tipo de queimadura relacionada ao sol, e 66,8% não tiveram queimaduras. Dos entrevistados que já tiveram queimadura solar, 65% foram dos que se classificaram com FTC I, e os que não tiveram nenhum tipo de queimadura, são os classificados com o FTC VI, como pode ser visto abaixo na figura 7.

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Figura 7

SIM NÃO0

20

40

60

80

100

%

65

35

49,1 50,9

29,4

70,6

31

69

20,4

79,6

7,1

92,9

EM QUAL CLASSIFICAÇÃO DE PELE VOCÊ SE ENCAIXA?FTC IFTC II

FTC IIIFTC IV

FTC VFTC VI

JÁ TEVE ALGUMA QUEIMADURA RELACIONADA AO SOL?

CLASSIFICAÇÃO DA PELE x

Fonte: Dados da pesquisa de campo

DISCUSSÃO

No que se refere ao uso de protetor solar diariamente, os resultados mostraram que estudantes classificados pelo fototipo cutâneo I (FTC I) utilizam mais protetor solar diariamente quando comparados aos estudantes com FTC II e IV. Já os classificados com FTC III, comparando-os com os de FTC I, não foram encontradas diferenças significativas, porém quando comparados ao FTC II, os de FTC III apresentam maior probabilidade de utilizar protetor solar diariamente, com P < 0,05, temos uma proporção equivalente de estudantes de FTC I, V e VI que utilizam protetor

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solar e quando observamos quantas vezes o protetor solar é aplicado, estudantes classificados pelo FTC I e III aplicam com mais frequência, pelo menos uma vez ao dia, do que estudantes classificados com outros fototipos cutâneos. Inclusive quando questionados por quanto tempo antes de se expor é aplicado protetor solar, os que se classificaram como FTC I e III disseram aplicar no mínimo 30 minutos antes se expor ao sol.

Flor (2007) mostra que o grau adequado de proteção está relacionado com a forma com que a estrutura aplicada absorve e reflete a radiação e com as modificações estruturais de cada indivíduo, causando implicações sobre a utilização adequada do produto, assim como quantidade de produto e de vezes que deve ser aplicado.

O fator de proteção mais utilizado pelos estudantes com FTC III é o FPS 30, com 64,7%, seguidos pelo FTC IV, II, I, com uma porcentagem de 62,1%, 60,4% e 55% respectivamente. Flor (2007) explica que o FPS está relacionado ao tempo em que o indivíduo pode ficar exposto ao sol sem causar eritema, ou seja, quanto maior o fator de proteção, maior pode ser o tempo de exposição. Se uma pessoa com FTC I permanecer exposta ao sol por dez minutos sem proteção, esse tempo pode aumentar para 300 minutos, quando utilizado protetor FPS 30 (10 min.x 30 FPS = 300 minutos).

Em relação ao conhecimento sobre o fator de proteção ideal para seu tipo de pele, os estudantes disseram não saber, com uma porcentagem de 70% para indivíduos de FTC I, 72,4% para os com FTC IV, 71,4% para FTC V, FTC VI com 60,7%, 58,8 para os com FTC III e 56,6% para FTC II. Já a marca mais utilizada pela população de estudo, foi SUNDOW, com 45% para FTC I, 58,8% para FTC III, 55,8% para FTC II, 50% para FTC IV, FTC V com 34,7% e FTC VI com 57,1%, seguidas das marcas, Natura, Nívea, Avon Sun e Cenoura & Bronze, respectivamente; 23,7% disseram utilizar outras marcas, não mencionadas no questionário.

Ao tempo de exposição solar quando vão à praia, 55,3% (FTC V), permanecem por mais de 2 horas, seguidos de FTC II com 47,1%, FTC IV com 46,4%, FTC VI com 42,9% e FTC I com 30%. Sendo que o horário de preferência para exposição solar é entre 10 e 15 horas, principalmente por estudantes com FTC V. Porém,

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quando questionados quanto ao conhecimento sobre os fatores de riscos associados à exposição solar, estudantes de FTC I e III disseram estar ciente dos riscos, com uma porcentagem de 100% cada um, para os dois tipos de classificação. E 98% para os de FTC V, 96,6% para FTC IV e 92,5% para FTC II.

Souza (2004) traz em seu artigo que, em países desenvolvidos, as campanhas contra a exposição solar sem meios de proteção adequados, vieram se intensificando ao longo dos anos, mostrando os riscos causados pela exposição solar e a importância da fotoproteção, fator este que teve como conseqüência a redução e/ou estabilização do índice de mortalidade por melanoma. Já no Brasil, apesar das campanhas sobre os riscos e ao incentivo à fotoproteção, esse índice de mortalidade esta sendo de crescimento. O que nos indica que se faz necessária a criação de campanhas efetivas para intensificar a conscientização sobre os efeitos nocivos da exposição solar, tanto o fotoenvelhecimento, quanto ao risco de melanoma.

Quando se trata de tratamentos de manchas na pele por conseqüência da exposição solar, a maioria não realiza ou realizou tratamentos de pele, com 88,3% dos entrevistados. Mas, 72,4% relatam utilizar hidratante ou algum cosmético após exposição solar, com predomínio de estudantes com FTC III e I, respectivamente.

Dados importantes como saber a diferença entre protetor e bloqueador solar, a maioria disse saber da diferença com uma porcentagem de 51%, com um maior conhecimento entre a população de FTC III e I. Já com relação à diferença entre radiação ultravioleta A e ultravioleta B, a maioria não sabe responder, com um predomínio entre os FTC I, III e V. Fatores estes que são indispensáveis para promover uma proteção ideal durante a exposição. Este não conhecimento favorece ao Fotoenvelhecimento e a outras patologias associadas, como o melanoma.

Contudo, a maioria relata não ter sofrido nenhuma queimadura solar, porém indivíduos com FTC I, 65% relataram já ter sofrido algum tipo de queimadura por conseqüência da exposição solar, seguido pelo FTC II, com 49,1%.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS A exposição solar é um fator a que todos os seres vivos estão

expostos durante seu tempo de vida, a destruição da camada de ozônio além de causar alterações no planeta, está relacionado também com questões de saúde. O estudo permitiu através dos resultados obtidos na pesquisa, que as pessoas não têm conhecimento sobre os tipos de radiação a que estão expostas e que permanecem em exposição ao sol durante longos períodos sem proteção adequada. Desta forma, essa população apresenta riscos para fotoenvelhecimento e patologias como câncer de pele que estão diretamente associadas à exposição solar.

O estudo é valido, pois permite entender como a exposição solar pode acelerar o envelhecimento da pele, tornando o estudo importante para a fisioterapia Dermato-Funcional, possibilitando através do conhecimento, adequar os melhores tratamentos para os danos causados à pele, através da aplicação de microcorrente galvânica, para melhorar as atrofias e linhas de expressão, a limpeza facial como tratamento de rotina para revitalizar a pele, o peeling para promover o clareamento da pele, a renovação celular melhorando com isso as manchas apresentadas no fotoenvelhecimento bem como a utilização diária e constante de fotoprotetores, não só visando os filtros solares, mas também a utilização de chapéus, óculos e guarda-sol. Além da intervenção primária, em longo prazo, nesta população de estudo, através da divulgação de folders explicativos, intensificando as medidas de proteção solar e os danos causados pelas radiações.

REFERÊNCIAS

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