O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NA ESCOLA PÚBLICA PRÁTICAS DE LETRAMENTO

download O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NA ESCOLA PÚBLICA PRÁTICAS DE LETRAMENTO

of 25

Transcript of O ENSINO DA LÍNGUA INGLESA NA ESCOLA PÚBLICA PRÁTICAS DE LETRAMENTO

  • O ENSINO DA LNGUA INGLESA NA ESCOLA PBLICA: PRTICAS DE LETRAMENTO

    Elke Sanches (PDE)

    RESUMO

    Este artigo relata resultados obtidos com a implementao de um material

    didtico para o ensino de lngua inglesa junto a alunos do ensino Mdio de

    uma escola pblica. Objetivando o desenvolvimento da leitura e letramento

    crticos, o estudo descreve como os alunos se posicionam como sujeitos

    diante de um problema social. Como contribuio, este trabalho se apresenta

    como base para pesquisa, reflexo e incentivo para futuros com a mesma

    finalidade: desenvolver a conscincia crtica dos alunos.

    Palavras-chave: leitura crtica, conscincia crtica, letramento crtico

    ABSTRACT

    This paper reports on results obtained from the implementation of a didactic

    material for the teaching of English to high school students of a public school.

    Aiming at the development of critical reading and critical literacy, the study

    describes how students take their positions as subjects in regard to a social

    problem. As contribution, this article presents itself as a base for research,

    reflection and motivation for further assignments with the same purpose: to

    develop the critical awareness of students.

    Keywords: critical reading, critical awareness, critical literacy

    1

  • INTRODUO

    As Orientaes Curriculares do Ensino Mdio (OCEM) bem como as

    Diretrizes Curriculares Estaduais (DCE) destacam o papel do ensino da Lngua

    Estrangeira Moderna na formao do cidado, dando nfase ao

    desenvolvimento do aluno quanto a sua capacidade crtica e senso de

    cidadania atravs da compreenso e reflexo do lugar que ocupa na

    sociedade.

    Seguindo esse pensamento, e sob a orientao da Prof Dr Simone

    Reis, realizei, como professora-pesquisadora, experincia pedaggica em

    uma turma de ensino Mdio. Seus resultados sero apresentados

    sistematicamente neste artigo.

    Tendo em vista a leitura de textos que pretendia levar os alunos a

    refletir sobre a realidade, os objetivos da presente pesquisa so:

    1. identificar respostas que se encaixam em uma dimenso crtica;

    2. constatar, com base nos recursos discursivos, se os alunos se

    colocam como agentes na luta e transformao da sociedade.

    Este estudo de caso descreve e analisa respostas de um grupo de

    alunos buscando compreender como estes se constituem como sujeitos dentro

    da prtica social e em quais relaes, diante de textos relacionados a

    problemas sociais.

    O artigo est organizado em quatro sees: (1) referencial terico; (2)

    metodologia; (3) resultados, e (4) consideraes finais.

    Por meio desta pesquisa, espera-se contribuir para a reflexo de uma

    educao voltada formao da conscincia crtica do aluno, com a finalidade

    de formar verdadeiros cidados atuantes na sociedade.

    2

  • 1. REFERENCIAL TERICO

    1.1. A Leitura

    A leitura um dado cultural: o homem poderia viver sem ela e, durante sculos, foi assim que aconteceu. Todavia, depois que os sons foram

    transformados em sinais grficos, a humanidade, sem dvida, enriqueceu-se

    culturalmente. Surgiu a possibilidade de guardar o conhecimento adquirido e

    transmiti-lo s novas geraes.

    Inicialmente, na histria da leitura, ler baseava-se na decodificao de letras e sons. Mas, bastar algum decifrar palavras para acontecer a leitura?

    Muitas vezes no acrescentamos ao ato de ler algo mais de ns alm do gesto

    mecnico de decifrar sinais. As habilidades decodificativas e cognitivas

    executam importante papel, mas no so o suficiente para desenvolver no

    educando o senso de cidadania.

    Com isso, percebeu-se a necessidade de uma prtica pedaggica que

    abandonasse mtodos de aprendizagem repetitivos, de forma

    descontextualizada, onde a leitura fosse capaz de trazer liberdade e realizao

    ao ser humano, tornando-o um cidado crtico para atuar na sociedade em que

    vive. Saber ler tornou-se cada vez mais importante para o homem.

    No sculo XX, a leitura recebeu, por parte daqueles preocupados com a

    educao e a pesquisa educacional, ateno maior do que qualquer um dos

    outros processos lingusticos.

    Ampliar a noo de leitura pressupe transformaes na viso de mundo

    em geral e na cultura em particular, pois estamos presos a um conceito de

    cultura muito ligado produo escrita.

    A qualidade do ato da leitura no medida pela qualidade intrnseca do

    texto, mas pela qualidade de reao do leitor. A riqueza da leitura est na

    experincia do leitor ao processar o texto; no na sua mensagem, mas na

    srie de acontecimentos que este texto desencadeia na mente do leitor.

    As teorias mais recentes, muitas influenciadas por Freire, propem uma

    concepo de leitura que se distancia dos conceitos tradicionais, defendendo

    que a leitura comea na compreenso do contexto em que se vive: A leitura do

    3

  • mundo precede a leitura da palavra, da que a posterior leitura desta no

    possa prescindir da continuidade da leitura daquele. Linguagem e realidade se

    prendem dinamicamente. A compreenso do texto a ser alcanada por sua

    leitura crtica implica a percepo das relaes entre o texto e o contexto

    (FREIRE, 1983).

    A leitura, entendida como um processo de construo de sentido que

    acontece na relao das informaes explcitas no texto com o conhecimento

    prvio do leitor, pressupe uma multiplicidade de sentidos que so

    estabelecidos por elementos histricos sociais do escritor, do texto e do leitor.

    Essa construo de significados envolve habilidades capazes de possibilitar o

    (KLEIN; MESCKA, 2009).

    Ler significa ser questionado pelo mundo e por si mesmo, significa

    construir uma resposta que integra parte das novas informaes ao que j se

    . O ato de ler deve ter carter libertador, pois o leitor obtm a capacidade de

    perceber que o exerccio de sua conscincia sobre o material escrito, no

    simplesmente reter ou memorizar, mas compreender e criticar. Dessa forma,

    ele capaz de reagir, questionar, problematizar, apreciar com criticidade. Sob

    essa concepo, h a leitura crtica e o letramento crtico.

    1.2. Leitura Crtica

    A leitura crtica refere-se abordagem de textos que objetivam preparar os alunos para o mundo, mostrando-os como questionar, refutar as

    idias trazidas pelos autores. Ler criticamente aprender a desafiar o texto e

    agir contra as idias que desejam manipulao (CORADIM, 2008).

    Nos dias de hoje, as pessoas precisam lidar frequentemente com

    complicados assuntos pblicos e polticos, tomar decises e resolver

    problemas. Para fazer isto de forma eficiente e efetiva, os cidados devem ser

    capazes de avaliar criticamente o que eles veem, ouvem e leem.

    Ler criticamente um processo que vai alm da decodificao de

    informaes, com finalidade de desenvolver outros nveis de interpretao.

    Vrios so os pesquisadores que desenvolvem estudos a respeito da

    leitura crtica. Scott (1988) sugere que duas questes muito importantes na

    4

  • leitura de textos sejam analisadas: quem ganha e quem perde ao se publicar

    os textos e o que no foi mencionado nos textos. A reflexo torna o leitor

    capaz de responder essas questes. Dessa forma, categorias de interesse do

    leitor so extradas. O autor afirma haver a possibilidade de agrupar outras

    categorias, como vantagens e desvantagens.

    Para Meurer (apud CORADIM, 2008), ler de forma crtica significa

    estabelecer, a partir de um determinado texto, associaes mentais que

    possibilitem compreender que em diferentes prticas discursivas os indivduos

    criam, recriam e/ou transformam estruturas sociais de dominao,

    desigualdade e discriminao.

    Ainda, para Meurer, preciso ver o processo de leitura na sua

    abrangncia social e no apenas na sua dimenso cognitiva. Para o autor, h

    uma urgente necessidade de desenvolver e testar formas de incentivar os

    alunos, professores e indivduos, em geral, a se interessarem em contestar ou

    quebrar o crculo do senso comum, daquilo que parece natural, no

    problemtico, mas recria e refora formas de desigualdade e discriminao

    (BRAHIM,2007).

    Taglieger (2000) explica queMuitos professores pensam que as crianas desenvolvero as habillidades de pensar e ler criticamente de forma automtica conforme crescem e se tornam mais experientes em diferentes campos do conhecimento atravs da leitura na escola, e atravs de sua prpria vivncia. Mas esta viso tem sido contestada por vrios estudiosos desta esfera. Stauffer, por exemplo, da opinio que o pensamento crtico deve e pode ser ensinado aos estudantes, e isto , de fato, a responsabilidade da escola em desenvolver cidados que tero habilidade para ler e pensar criticamente. Esta viso sustentada por vrias autoridades no assunto (Mcmillan & Gentile, 1988; Cioffi, 1989; Nickerson, 1989; Wlison,1988; e outros).

    Miquelante (apud CORADIM, 2008) adota a concepo de leitura

    crtica com base na pedagogia crtica freireana e na anlise crtica do discurso,

    de Fairclough.

    1.2.1. Conscincia Crtica da Linguagem

    Tambm conhecida pelos linguistas crticos por conscincia crtica da

    linguagem, a anlise crtica do discurso tem como foco o elo entre linguagem

    5

  • e sociedade, considerando aspectos sociopolticos e culturais do discurso, um

    novo degrau na mais tradicional descrio e elucidao dos fenmenos

    relacionados linguagem. Estudiosos nessa rea esto interessados no

    somente em descrever os diferentes tipos de discurso atravs da anlise de

    elementos lingusticos explcitos no texto, bem como mostrar como estes

    discursos reforam e so reforados pelo status quo e pela estrutura scio-

    econmica da sociedade. Os principais propsitos desses estudos so tornar

    as pessoas conscientes de como a linguagem usada para dominar ou

    reforar desigualdades sociais, tais como aquelas entre pessoas de diferentes

    grupos tnicos, sociais, econmicos ou intelectuais, e analisar mudanas que

    acontecem em organizaes sociais.

    Dentre os estudiosos da anlise crtica da linguagem, Fairclough

    merece destaque. Ele afirma que o significado de um texto construdo no

    apenas a partir das palavras impressas no papel, mas tambm de como estas

    palavras so usadas em um contexto social particular.

    O autor acredita que, para realizar uma anlise crtica do discurso de

    qualquer evento discursivo, preciso focar trs diferentes dimenses: o texto,

    a prtica discursiva e a prtica scio-cultural. A anlise do texto consiste no

    estudo de macro e microestruturas da linguagem produzidas em um certo

    momento discursivo. Nessa anlise, que parte de perspectivas sociais, pois

    leva em conta todo e qualquer evento de linguagem, a gramtica sistmico-

    funcional de Halliday e Hasan utilizada. A anlise da prtica social a

    investigao do evento discursivo em termos do que est acontecendo em um

    certo tempo e em um certo contexto scio-cultural. As dimenses do texto e da

    prtica social so mediadas pela prtica discursiva, que se refere ao processo

    da produo, consumo e distribuio do texto.

    Fairclough declara que as pessoas interagem dentro de convenes

    sociolingusticas, recheadas de ideias baseadas em senso comum. Cabe

    conscincia crtica da linguagem esmiuar o discurso, trazer tona as

    convenes sociais e revelar ideias do senso comum que produzem as

    interaes lingusticas e criam o carter das relaes sociais, mantendo

    poderes conquistados ou rebelando-se contra eles. Esta a conscincia crtica

    da linguagem que no apenas desvenda o que est por trs do discurso, mas

    6

  • tambm habilita o falante/ouvinte e escritor/leitor a escolher o seu prprio

    discurso (BRAHIM,2007).

    1.3. Letramento e Letramento Crtico

    Vivemos tempos nos quais muito se fala em excluso. Em termos

    educacionais, Leffa (1999, p.10) comenta sobre esta problemtica:

    A leitura como comportamento social validado pela comunidade coloca em questo o problema da excluso do leitor, dentro e fora da sala se aula. Na sala de aula, o aluno muitas vezes solicitado a ler um texto que no foi escrito para ele ou seja, um texto que exige pr-requisitos que a prpria instituio escolar e a sociedade sonegaram a determinados alunos. Na medida em que no tem o domnio das prticas sociais previstas pelo discurso hegemnico, o aluno no tem como se inserir na comunidade dos consumidores de texto (leitores e escritores) e permanece um excludo, geralmente condenado reprovao e ao fracasso escolar.

    Tal problemtica faz com que aqueles indivduos que esto margem

    da sociedade, que no dominam a leitura e a escrita, ou que esto mais

    distanciados dos bens culturais, tenham a necessidade de utilizarem as

    prticas letradas, para que sobrevivam com maior igualdade e possam

    defender seus direitos. Dessa forma, a relao letramento e sociedade torna-

    se estreita, pois o letramento interfere de forma favorvel na realidade scio-

    cultural do indivduo, exercendo uma forte influncia sobre o papel da leitura e

    da escrita para sua auto-afirmao na sociedade em que vive.

    O letramento visto como um conjunto de prticas de discurso, ou

    seja, como formas de uso da linguagem e de fazer sentido tanto na fala como

    na escrita. Essas prticas discursivas esto ligadas a vises particulares de

    mundo (crenas e valores) de grupos sociais ou culturais especficos (GEE,

    1986).

    No existe um conceito nico para letramento, pois sua concepo

    modificou-se ao longo do tempo, em diferentes momentos histricos.

    Gee (apud FIGUEIREDO, 2000, p.143), assim como outros

    estudiosos do assunto, debate o mito do letramento propondo uma viso que

    7

  • inerentemente poltica, no sentido de envolver relaes de ordem e poder

    entre as pessoas.

    Cervetti (apud JORDO) explica que o letramento crtico envolve uma

    concepo diferente em relao leitura. Os alunos do letramento crtico

    abordam o processo de significao textual como um processo de construo,

    e no de extrao: ns atribumos sentidos a um texto ao invs de extrairmos

    os significados dele.

    Para Baynham (apud Brahim, 2007, p.16), o letramento crtico pode ser uma ferramenta poderosa para desenvolver o pensamento crtico

    simplesmente porque a lngua poderosa como prtica social. [...] as

    instituies e organizaes sociais so mantidas e reproduzidas atravs da

    linguagem, sendo a mesma o veculo que apresenta o ser humano nas ordens

    sociais.

    Este pensamento vai ao encontro do que propem as Diretrizes

    Curriculares, como podemos constatar: espera-se que o aluno compreenda

    que os significados so sociais e historicamente construdos e, portanto,

    passveis de transformao na prtica social (p.12).

    Fairclough (apud CORADIM), ao desenvolver pesquisas na rea do

    discurso, tambm contribuiu com pesquisas na rea de letramento crtico. O

    termo letramento crtico para esse autor, est relacionado aos discursos

    produzidos pelo indivduo na sociedade atravs de leituras que contribuam

    para o desenvolvimento da sua conscincia crtica e posicionamento frente s

    ideologias sociais. Ao desenvolver tal viso, o indivduo consegue perceber o

    poder que est atrelado s ideologias vigentes, no havendo dissociao entre

    linguagem-discurso-poder. O objetivo do autor contribuir para o estudo da

    linguagem enquanto meio crucial para as relaes de poder e para o

    desenvolvimento de uma conscincia crtica na formao de indivduos

    emancipados.

    8

  • 2. METODOLOGIA

    A presente pesquisa teve a durao de dois bimestres sendo realizada em uma turma de 2 srie do Ensino Mdio do perodo matutino do

    Colgio Estadual Unidade Polo. Situado na rea central do municpio de

    Arapongas, o colgio atende alunos do Ensino Fundamental II, Ensino Mdio e

    Educao de Jovens e Adultos. Foram selecionados dados de 29 alunos com

    idade entre 15 e 17 anos, cuja maioria dos pais de classe operria. Alguns

    destes alunos trabalham meio perodo em lojas comerciais.

    A direo e a equipe pedaggica do colgio sabendo da importncia

    deste trabalho, autorizou, por meio de declarao, a efetivao da pesquisa no

    estabelecimento (Apndice 1). Pais ou responsveis dos alunos forneceram

    termo de consentimento livre e esclarecido (Apndice 2). A pesquisa ocorreu

    em trs momentos. No primeiro momento, deu-se o incio da experimentao e

    os alunos responderam oito questes relacionadas a um texto autntico em

    lngua inglesa, retirado da internet (Apndice 3).

    No segundo momento, ocorreu implementao didtica do caderno

    pedaggico.

    Finalizando, no terceiro momento, houve novamente a leitura de um

    texto autntico, tambm extrado da Internet sobre o qual os alunos

    responderam perguntas (Apndice 4).

    Posteriormente, houve o levantamento das respostas observando-se

    o primeiro e segundo momentos para a identificao de respostas crticas e

    percepo de agentes presentes (Apndice 5).

    A coleta de dados foi efetuada por meio de instrumentos naturalsticos

    e pedaggicos. Para este estudo de caso, utilizei apenas dados extrados dos

    questionrios pertencentes ao primeiro e terceiro momentos. Tanto os textos

    autnticos como o caderno pedaggico citados acima abordam o tema social

    Trabalho Infantil. Elaborado pela professora-pesquisadora e entitulado

    Reading the World, o caderno pedaggico utilizado no segundo momento

    constitudo de 24 pginas e composto das seguintes sees:

    Exploring the Picture and making guesses;

    Checking predictions;

    9

  • Exploring a theme across the movie;

    Understanding grammar;

    Building world knowledge;

    Identifying talks;

    Making comparisons;

    Talking about child labor;

    Reading graphics;

    Making social actions plans.

    Para efeito de anlise, apresentada na prxima seo, baseei-me na

    questo nmero 8, do primeiro momento, e na questo nmero 5, do segundo

    momento (Do you think such social problem can be solved? Who can solve

    it?). Elas so idnticas e tm como objetivo responder as seguintes perguntas:

    a) Que respostas dadas pelos alunos se encaixam dentro de uma

    dimenso crtica diante de textos que pretendem lev-los a refletir sobre

    problemas sociais?

    b) O aluno tem a capacidade de se colocar como agente na luta e

    transformao da sociedade?

    Para a realizao das atividades, os alunos fizeram uso do dicionrio

    e apesar de demonstrarem dficit lingustico, esforaram-se em respond-las

    em lngua inglesa. Portanto, pode-se observar respostas em lngua inglesa,

    portuguesa e mistas. Os excertos so mantidos com a escrita original dos

    alunos. Todos foram consideradas desde que apresentassem sentido. Neste

    caso, o enfoque foi a compreenso do texto e reflexo sobre a realidade que

    os cerca.

    Como professora-pesquisadora, graduei-me em Letras Anglo-

    Portuguesas pela Faculdade de Cincias e Letras de Arapongas (FAFICLA)

    em 1987 e especializei-me em Leitura e Produo Textual em Lngua

    Portuguesa pela Faculdade de Cincias e Letras de Jandaia do Sul (FAFIJAN)

    no ano de 2000. Atuo como professora de lngua estrangeira na rede estadual

    desde 1992 e em lngua portuguesa desde 2003.

    10

  • 3. RESULTADOS

    Nesta seo, apresentam-se os resultados relativos ao

    desenvolvimento de leitura e letramento crtico dos alunos a respeito do tema

    Trabalho Infantil.

    Inicialmente, extraiu-se, analisou-se e classificou-se em quatro

    categorias, respostas relativas questo: Do you think such social problem

    can be solved? Who can solve it? do primeiro e terceiro momentos:

    Tabela 1: ocorrncia de categorias de respostas dos alunos.

    _____________________________________________________________ Momento I Momento III _____________________________________________________________

    Branco 03 01

    Nula 01 01

    Parcial 07 00

    Integral 18 27

    _____________________________________________________________

    Conforme foi esclarecido em seo anterior, no segundo momento

    houve a aplicao do caderno pedaggico com atividades voltadas leitura

    crtica. Portanto, no houve coleta de dados nesse momento.

    Nas respostas dos alunos coletadas no primeiro e no segundo

    momentos, foram identificadas quatro categorias: (1) branco, (2) nula, (3)

    parcial e (4) integral. Em relao ao nmero de respostas classificadas como

    branco e nula, observa-se uma pequena incidncia, revelando interesse por

    parte do aluno em responder a questo apresentada. Analisando o nmero de

    respostas parcias e de respostas integrais do primeiro para o terceiro

    momento, percebe-se considervel progresso, pois verificou-se que os alunos

    11

  • no apresentaram dificuldade de argumentao, deixando assim, de

    ocorrerem respostas parciais no terceiro momento.

    Como respostas nulas, exemplificam-se: Can be solved for that refused. (Ariane). Sim. Can be solved hard family. (Bruna).

    Como respostas parciais: Yes. (Flvia).

    E como integrais: Sim. Poderia conversar com sua famlia ou com o juizado de menores. (Ivan) Yes, everybody. (Danubia).

    As respostas nulas dos alunos demonstram dificuldade lingustica. Os

    alunos recorreram ao dicionrio para responder a questo, porm copiaram

    palavras sem observarem seu sentido lexical dentro do contexto. Embora

    tivessem compreendido a pergunta, faltara-lhes conhecimento para

    expressarem-se de forma coerente na escrita.

    As respostas parciais so assim denominadas pela extenso

    correspondente de resposta questo. Ao responder a pergunta, o aluno

    demonstrara compreenso lingustica, mas no habilidade argumentativa. Para

    emitir sua resposta, o aluno utilizou um mnimo de conhecimento lingustico.

    J as respostas integrais so aquelas em que o aluno responde a

    questo de forma integral, revelando maior habilidade de argumentao.

    3.1. Respostas Integrais

    Respondendo a primeira pergunta: Que respostas dadas pelos alunos se encaixam dentro de uma dimenso crtica diante de textos que pretendem lev-los a refletir sobre problemas sociais?, pode-se observar:

    12

  • Tabela 2: sntese de categorias de respostas______________________________________________________________ Resposta Integral Acrtica Resposta Integral Crtica_______________________________________________________________

    Momento I 06 12_______________________________________________________________

    Momento III 05 22_______________________________________________________________

    Na tabela acima, observa-se que o foco foram as respostas integrais,

    classificadas em acrticas e crticas. As respostas acrticas, apesar de

    apresentarem maior habilidade de argumentao do que as parciais, denotam

    ausncia de criticidade por parte dos alunos. Eles demonstraram estar alheios

    aos fatos da realidade que os cerca e total falta de comprometimento na busca

    de solues para o problema apresentado. Exemplos:

    No, nobody can solve. (Joice). Yes, Dieusibon. (Bruna).

    Das cinco respostas acrticas do terceiro momento, quatro acreditam

    que ningum pode resolver o problema social do trabalho infantil. Tal resposta

    demonstra falta de perspectiva, de discurso emancipatrio que possa contribuir

    para a transformao social, algo que Fairclough se refere em seus estudos de

    forma incisiva.

    No que se refere s respostas crticas, pode-se ilustrar:

    Yes, I think. I think all the people in the world can solved it, doing the children didnt work. (Pamela).Sim, o governo, dando maior oportunidade de emprego, mais escolas pblicas, moradias, etc... (Alisson).

    Todas as respostas integrais crticas revelam o entendimento das

    prticas de linguagem como prticas de (re)significar o mundo e o que

    acontece em sua volta, a forma de perceber a realidade. Uma mudana das

    prticas discursivas os leva a uma mudana de identidade e a diferentes

    leituras do mundo (JORDO, 2007, p.87)

    13

  • Verificou-se tambm o aumento de respostas integrais crticas do

    primeiro (12) para o terceiro momento (22), concluindo-se assim que, no

    segundo momento, por meio da utilizao do caderno pedaggico, os alunos

    puderam desenvolver seu senso crtico. Isso sugere que o letramento crtico

    pode ser usado como instrumento fundamental para que a conscincia crtica

    seja desenvolvida em um contexto social e que as salas de aula so locais

    ideais para tal prtica.

    3.2. Alunos agentes

    Respondendo a segunda pergunta, O aluno tem a capacidade de se

    colocar como agente na luta e transformao da sociedade?, observam-se as

    seguintes ocorrncias:

    Tabela 3: Incidncia de respostas dos alunos a uma pergunta visando a observar o papel do aluno na transformao da sociedade.

    _______________________________________________________________

    Agente ausente Agente presente

    _______________________________________________________________

    Momento I 05 07

    _______________________________________________________________

    Momento II 11 11

    _______________________________________________________________

    Denomina-se agente ausente aquele aluno que ainda no se deu

    conta de seu papel ativo na transformao da sociedade, de sua capacidade

    de tambm perceber-se enquanto sujeito crtico, capaz de agir sobre o mundo

    e seus sentidos. As seguintes respostas dadas pelos alunos podem ilustrar:

    Sim... as pessoas. (Alison). Yes, Conselho tutelar. (Slvia).

    14

  • Tais respostas denotam total alienao, passividade e ausncia de

    comprometimento com os problemas que o cercam. Ele acredita que aquele

    que pode resolver o problema o outro ou os outros, ele no se v como

    agente transformador, como atuante. As respostas so apresentadas em

    terceira pessoa.

    O agente presente aquele que enxerga de forma crtica o que

    acontece ao seu redor e na sociedade, que capaz de transformar aquilo que

    v e o mais importante: que percebe sua capacidade de agir sobre o mundo.

    Essa prtica pode ser reconhecida, segundo Street (1995, apud

    CORADIM, 2008), nas trs dimenses de finalidade do letramento crtico: 1)

    para tornar o cidado consciente da realidade; 2) para promover

    transformao; 3) para dar acesso (incluso).

    Exemplo de respostas onde o aluno se coloca no papel de agente

    presente:

    Yes. All of us.(Pablo).Sure, everybody can solve this problem, having at the thought that is social problem makes children works. (Denise).Sim. Boa parte da conscincia dos pais, outra do governo, pois s vezes a necessidade fala mais alto na explorao. Mas eu acho que mais a conscincia de todos. (Ariane).

    Enquanto o agente ausente expressa-se usando a terceira pessoa do

    discurso, demonstrando certa frieza e distanciamento diante de um problema

    social, o agente presente utiliza os pronomes ns, todos. Ele se une aos outros

    na luta pela soluo de um problema social, assumindo caractersticas de

    grupo, unio, companheirismo.

    O agente presente constroi sua posio de sujeito revelando-nos que

    conhecimentos, relaes sociais e identidades esto sendo constitudos e

    reconstitudos nas prticas sociais. Esse pensamento o mesmo de

    Fairclough (2001, apud TOSCHI, 2008), quando ele diz que nenhum discurso

    neutro, mesmo em uma comunicao informal do cotidiano, cada palavra traz

    uma carga ideolgica scio-culturalmente constituda a ser considerada na

    anlise do discurso.

    15

  • 4. CONSIDERAES FINAIS Esse artigo apresentou resultados para tipos de resposta que os alunos produzem em situao pedaggica voltada para a prtica do letramento

    crtico. De acordo com a anlise realizada, conclui-se que existe potencial para

    a leitura crtica dos alunos ser trabalhada e que pode-se obter um resultado

    promissor, um resultado positivo. Os alunos, em sua maioria, demonstraram

    considervel progresso, mostrando-se maduros e conscientes dos problemas

    sociais, provando atravs de suas interpretaes que foram alm da

    decodificao. Fato de grande satisfao, foi observar a evoluo da aluna

    Ariane, citada anteriormente em dois exemplos, cuja resposta, no momento I,

    foi classificada como nula e, no momento III, como integral crtica. Isso prova

    que o papel do professor na formao do indivduo e no desenvolvimento da

    cidadania real e possvel.

    Com os resultados obtidos, confirma-se o pensamento de Fairclough

    (apud CORADIM, p. 26) que acredita que ler criticamente significa

    compreender o mundo atravs de determinadas relaes e ideologias. Ele

    afirma que todo discurso carrega uma ideologia, pois a ideologia perpassa

    nossas prticas discursivas e sociais e est implcita nas formas de ver,

    pensar, compreender, recriar ou desafiar e tambm em mudar maneiras de

    falar e agir.

    A ao do professor em tornar seus alunos conscientes de sua

    participao na sociedade, de torn-los agentes presentes diante dos

    problemas sociais fundamental para que o valor educacional da

    aprendizagem de uma lngua estrangeira v alm de simplesmente capacitar o

    aprendiz a usar uma lngua estrangeira para fins comunicativos. Esse , alis,

    um valor social a ser desenvolvido no apenas no estudo de lnguas

    estrangeiras, mas nas vrias disciplinas escolares (OCEM, 2009).

    O letramento crtico possibilita que os alunos faam suas prprias

    construes: ler uma informao e construir sentidos a partir dela de forma

    legtima parte do processo de experimentar uma cidadania ativa da qual

    podemos nos beneficiar. atravs da conscientizao de aspectos discursivos

    16

  • da vida humana que a noo de cidadania pode ser experimentada pelos

    nossos alunos, nas escolas e na sociedade em geral (JORDO, 2007).

    Que este trabalho aponte uma nova perspectiva e faa com que o

    professor reflita criticamente sobre sua prtica pedaggica, superando limites e

    que futuras pesquisas possam investigar o ensino da lngua estrangeira por meio do letramento crtico.

    5. REFERNCIAS

    BRAHIM, A. C. S. de M. Pedagogia Crtica, Letramento Crtico e Leitura

    Crtica. Revista X, Campinas, v.1, p.11-31, 2007.

    BRASIL. Ministrio da Educao. Secretaria de Educao Bsica.

    Orientaes Curriculares do Ensino Mdio: linguagens,cdigos e suas tecnologias.. Braslia, DF, 2006. v.1.

    CELANI, M. A. A. Ensino de lnguas estrangeiras: Ocupao ou profisso. In V.

    J. Leffa (Org). O professor de lnguas estrangeiras: construindo a profisso. Pelotas: Educat, 2006.

    CORADIM, J. N. Leitura Crtica e Letramento Crtico: idealizaes, desejos ou (im)possibilidades? 2008. 122f. Dissertao. (Mestrado em estudos da

    Linguagem) Universidade Estadual de Londrina, Londrina

    FAIRCLOUGH, N. Language and Power. London: Longman, 1989.

    FIGUEIREDO, D. de C. Critical Discourse Analysis: Towards a New

    Perspective of EFL Reading. Ilha do Desterro, Florianpolis, n.38, p.139-152, jan./jun.2000.

    FREIRE, Paulo. A importncia do ato de ler. So Paulo: Cortez, 1983.

    17

  • GEE, J. P. Orality and literacy: from the savage mind to ways with words.

    TESOL Quarterly, v. 20, n. 4, p. 719-746, 1986.

    JORDO, C.; FOGAA, F. C. Ensino de Ingls, letramento crtico e cidadania:

    um tringulo amoroso bem-sucedido. Lnguas e Letras, vol 8, n.14, 2007.

    KLEIN, S.E. & MESCKA, P.M., 2009. O livro didtico x leitura crtica. Disponvel em http://www.pesquisa.uncnet.br/pdf/ensinoFundamental/LIVRO_DIDATICO_LEITURA_CRTICA.pdf. Acesso em: 23 out. 2009.

    LEFFA, V. J . Perspectivas no estudo da leitura: Texto, leitor e interao social.

    In: LEFFA, Vilson J. ; PEREIRA, Aracy, E. (Orgs.) O ensino as leitura e produo textual; Alternativas de renovao. Pelotas: Educat, l999.

    PARAN: Diretrizes curriculares da rede pblica de educao bsica do estado do Paran. Lngua estrangeira moderna. Secretaria do Estado da Educao. Curitiba, 2008.

    SCOTT, M. Critical reading neednt be left out. The Especialist, New York, v.9, n. 112,p. 123-137, 1988.

    TAGLIEGER, L.K. Critical Reading and Critical Thinking. Ilha do Desterro, Florianpolis, n.38, p.83-90, jan./jun.2000.

    TOSCHI, I. P. A construo dos sujeitos e das relaes sociais em eventos de leituras de anncios. Londrina, 2008. Disponvel em: http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/pde/arquivos/598-4.pdf. Acesso

    em 07 set. 2009.

    18

  • Apndice 1

    COLGIO ESTADUAL UNIDADE POLO - ENSINO FUNDAMENTAL E MDIOR. Pavo, 831 Centro Fone/Fax: (43) 252-2741 CEP: 86701-290 Arapongas Paran

    Arapongas, 05 de fevereiro de 2009 .

    Profa. Dra. Simone ReisDepartamento de Letras Estrangeiras ModernasUniversidade Estadual de LondrinaCaixa Postal 600186051-990 Londrina-PRFax (43) 3371-4408

    Ref.: Autorizao para realizao da pesquisa O Ensino da Lngua Inglesa na Escola Pblica: Prticas de Letramento.

    Professora Simone:

    Pela presente, autorizo ELKE SANCHES, professora deste colgio, a realizar a

    pesquisa sob sua orientao, intitulada O Ensino da Lngua Inglesa na Escola

    Pblica: Prticas de Letramento, nos termos de seu projeto em fase final de

    aprovao nessa universidade.

    Atenciosamente,

    Maria Aparecida GreccoDiretor

    19

  • Apndice 2

    Termo de Consentimento Livre e Esclarecido

    Arapongas, 13 de maro de 2009.

    Senhores Pais/Responsveis:

    Como proponente do projeto de pesquisa intitulado O Ensino da Lngua Inglesa na Escola Pblica: Prticas de Letramento, orientado pela profa. Dra. Simone Reis, da Universidade Estadual de Londrina, pretendo realizar coleta de dados em uma ou mais turmas de 2 sries do Ensino Mdio deste Colgio. Meu interesse particular estudar a aprendizagem dos alunos, e, assim fazendo, construir uma base de conhecimento sobre minha prpria prtica. Pesquisarei a aprendizagem dos alunos nas minhas aulas durante o perodo em que estiver utilizando o material didtico elaborado por mim visando a prtica da leitura. Para isso, peo sua permisso para coletar dados junto turma na qual estuda o(a) aluno(a) sob sua responsabilidade.

    A pesquisa pode requerer a gravao (udio ou udio e vdeo) de algumas aulas, conversas informais e tambm examinar materiais escritos pelos alunos, incluindo provas. Quando a anlise estiver pronta, comunicarei os principais resultados e podemos conversar sobre eles, inclusive com a participao dos alunos. Se for necessrio, gravarei essa conversa a respeito dos resultados.

    Fica garantida a liberdade do sujeito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa, sem penalizao alguma e sem prejuzo ao seu cuidado ou acompanhamento escolar.

    Fica assegurado que quaisquer dvidas podero ser esclarecidas pela pesquisadora signatria do presente documento e pela orientadora desta pesquisa (vide endereo e telefone abaixo).

    As gravaes em udio e vdeo da coleta de dados da pesquisa sero utilizadas com finalidade especfica para este estudo e sero destrudas aps 5 anos da data da ltima publicao de seus resultados.

    Caso permita a utilizao de dados da aprendizagem do(a) aluno(a) sob sua responsabilidade, peo assinar este documento, em suas trs vias.

    Atenciosamente,

    Assinatura___________________________________________________ Elke Sanches Schmidtke Professora de Lngua Inglesa

    Colgio Estadual Unidade Polo Rua Pavo, 831 Arapongas PR

    Telefone: (43) 3252-2741

    Orientadora da PesquisaProfa. Dra. Simone Reis

    Universidade Estadual de LondrinaDepartamento de Letras Estrangeiras Modernas

    Rodovia Celso Garcia Cid, km 380Caixa Postal 6001 CEP 86051-990 Londrina PR

    Telefone: (43) 3371-4468Eu, ___________________________________________________________________

    responsvel pelo(a) aluno(a)___________________________________________________

    estou ciente do contedo deste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e concordo que

    ele(a) participe da pesquisa sob orientao e responsabilidade da profa. Dra. Simone Reis.

    20

  • Apndice 3

    COLGIO ESTADUAL UNIDADE POLO - ENSINO FUNDAMENTAL E MDIOR. Pavo, 831 Centro Fone/Fax: (43) 252-2741 CEP: 86701-290 Arapongas

    Paran

    Name:___________________________________________________ grade:______

    Read the text and answer the questions:

    Case Studies from around the world:

    *Dieusibon Haiti

    "When I first moved to Port-au-Prince I cleaned dishes, the house, everything. My 'aunt' would beat me whenever I didn't get water. I worked so hard that my body ached and I couldn't move, but she would beat me if I didn't do more work. Her three children went to school...One day my aunt sent me to fetch water. I refused, so she took a pot of boiling water and threw it at me and burned my face and slammed the hot cooking pot on my hand."

    Dieusibon*, 14, ran away and found help from a shelter in Haiti. *Name changed

    http://www.antislavery.org 1) This text is about a social problem. What is it?

    _____________________________________________________________________

    2) Who is Dieusibon? _________________________________________________________________

    3) Why is the word aunt between quotation marks?

    _________________________________________________________________

    4) Her three children went to school... In your opinion, why did Dieusibon mention this sentence? __________________________________________________________________

    5) Why did Dieusibon run away from Port-au-Prince? Do you think there was a good reason for that?

    _________________________________________________________________

    21

  • 6) The author of the text wants to: ( ) convince readers that to live with aunts is not good ( ) tell she was exploited ( ) compare her life to the life of her aunts children. ( ) explain her life in Port-au-Prince.

    7) What effects can such social problem create in the world?

    _______________________________________________________________

    8) Do you think such social problem can be solved? Who can solve it?

    _______________________________________________________________

    22

  • Apndice 4

    COLGIO ESTADUAL UNIDADE POLO - ENSINO FUNDAMENTAL E MDIOR. Pavo, 831 Centro Fone/Fax: (43) 252-2741 CEP: 86701-290 Arapongas PR

    Name: __________________________________________number: ____ grade:____

    Child Labour in Brazil : Leandra: Off on a new journey

    The scorching rays of the sun burn 12-year old Leandra Cristina Da Silva's back as she bends over to pick up something at her feet. She spots an important find. What is so valuable is not a trinket or a toy, but a piece of garbage - a filthy can, rotting food or a soiled rag.

    Until recently, Leandra worked hard for a living. Instead of playing in her backyard or attending school, she labored seven days a week, coated with dust and grime in the filth of the Olinda garbage dump on the outskirts of the coastal town of Recife in northern Brazil. ()

    ()

    Leandra is now a full-time student. Instead of rummaging through mountains of trash, she spends mornings in class and afternoons at Jornada ("Journey"), an arts and crafts course. Her brother and sister are also in school and the family lives in a new house. The garbage dump is out of sight and her mother no longer scrounges for bottles and cans. Leandra is happy at the thought of how far she has come. She is full of hope knowing that from now on, life holds many opportunities. "I feel like a different person. Now my life is changing. I hope it will change even more."

    http://www.un.org/works

    Answer the questions:

    1) This text is about a social problem. What is it? ___________________________________________________________________

    2) Who is Leandra? ___________________________________________________________________

    3) What is so valuable is not a trincket or a toy, but a piece of garbage Explain this sentence._____________________________________________________________________

    4) Why is Leandra full of hope now?

    _____________________________________________________________________

    5) Do you think such social problem can be solved? Who can solve it?____________________________________________________________________

    23

  • Apndice 5

    Respostas dos alunos tarefa de identificar respostas crticas e agentes presentes

    N NOME MOMENTO I MOMENTO III01 Aline Yes. Every bary. Esse problema pode ser

    resolvido se o governo

    ajudasse todas as famlias que

    precisam mais. 02 Alison Yes... As pessoas. Yes. The government.03 Alisson Henrique Yes. We. Sim, o governo, dando maior

    oportunidade de emprego,

    mais escolas pblicas,

    moradias, etc...04 Allan Yes. As pessoas. Yes. The government.05 Altieres A sua prpria famlia. Yes, I do. The people with

    power.06 Ana Carolina Yes. Aunt of the boy. Yes, I do. Everybody.07 Ariane Can be solved for that

    refused.

    Sim. Boa parte da conscincia

    dos pais, outra do governo,

    pois s vezes a necessidade

    fala mais alto na explorao.

    Mas acho que mais a

    conscincia de todos.08 Bruna Yes. Dieusibon. Si. Can be solved hard family.09 Camila (em branco) Yes, with more support of the

    politicians, foundation and

    even we can help.10 Danubia The government. Yes. Everybody.11 Denise Yes, can be solved and we

    can to save this problem.

    Sure, everybody can solve this

    problem, having at the thought

    that is social problem makes

    children works. 12 Flvia Yes. Yes. Everybody.13 Franciele Yes. Yes. Everybody.14 Grace Yes, as authority. No, because nobody can

    solve.15 Yes. Yes. Yes, this problem social pode

    such resolved.

    24

  • 16 Isadora Yes. Dieusibon. Yes. Wast a problem social to be able being to resolve with help of her society.

    17 Ivan Sim. Poderia conversar com sua famlia ou com o juizado de menores.

    Yes, I do. The people with power.

    18 Jenifer Yes. Yes. Everybody.19 Jessica Yes. Dieusibon. Pode sim! Isso vai a partir de

    Leandra e o conselho tutelar da criana.

    20 Joice Yes. No. Because nobody can solve.

    21 Marcos (em branco) (em branco)22 Mariana (em branco) No. Because nobody can

    solve.23 Pablo Can be solves without

    violence. Ourselves.Yes. All of us.

    24 Pamela Yes, I think. I think all the people in the world can solved it, doing the children didnt work.

    Yes, I do. The government.

    25 Rodrigo Yes. We all resolved. Yes, I do. The people with power.

    26 Silivia Yes. Yes. Conselho tutelar.27 Vanessa Yes. No, nobody can solve.28 Willian Can be solved without

    violence.Yes. Government wanted.

    29 Isabel Yes. All of us. Yes. Everybody.

    25

    Child Labour in Brazil : Leandra: Off on a new journey