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O ENSINO DE ARTE NA REDE PÚBLICA DO ESTADO DO

ESPIRITO SANTO: UMA ANÁLISE DE SUA APLICABILIDADE NO

ESPAÇO ESCOLAR

FONSECA Maria da Penha

Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo

Faculdade Novo Milênio

SILVA Mirtes Angela Moreira

Secretaria de Estado da Educação do Espírito Santo

RESUMO

O Ensino da Arte na Educação Básica enfrenta desafios mesmo depois de dezessete anos de

promulgada a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB nº 9394/96 determinando sua

obrigatoriedade em toda Educação Básica, pois não há professores habilitados atender a demanda das

escolas. No Estado do Espírito Santo investimentos e ações têm sido desenvolvidos, porém constata-se

a carência de profissionais habilitados para a regência de ensino de arte. A Secretaria de Estado da

Educação do Espírito Santo (SEDU), por meio da Assessoria de Esporte e Cultura na Escola tem

realizado de ações de formação continuada visando a construção de conhecimentos em ensino de arte,

tais como cursos, seminários, workshops para professores, concertos musicais didáticos, espetáculos

cênicos didáticos e visitas às exposições de artes visuais, eventos em Educação e Arte. Considerando

que no estado não há número suficiente de professores habilitados em Artes Visuais, menos ainda em

licenciatura em Música, estabeleceram-se parcerias para a Formação Continuada dos professores já

atuantes nas escolas da rede pública estadual. Dentre as ações de formação continuada com o

professor, a que tem envolvido o maior número de professores e que tem alcançado maior efeito

dentro do espaço da escola é a parceria estabelecida com o Serviço Social do Comércio do Espírito

Santo – SESC/ES, cujo setor de cultura tem proposto desde o ano de 2010 a Formação com

professores de Arte em diferentes linguagens artísticas. Não defendemos a polivalência e

consideramos fundamental que o Ensino da Arte seja lecionado por professores habilitados de acordo

com sua formação na linguagem artística, no entanto, esta não é a realidade que vivemos, assim, temos

buscado meios de proporcionar subsídios aos professores para que possam elaborar e desenvolver seus

projetos nas diferentes linguagens. Paralelamente, vamos mudando formas de percepção e valorização

da Arte para a formação do aluno por parte de nossos pares na comunidade escolar e buscando meios

de ampliar espaços para o Ensino da Arte.

Palavras chave: Ensino de Arte. Formação Continuada. Aprendizagem.

RESUMEM

El resumen que la educación del arte en las caras básicas de la educación desafía iguales después

de años del dezessete de promulgó la ley de líneas de la dirección y de bases de la educación nacional

- nº 9394/96 de LDB que determinaba su obligatoriness en toda la educación básica, por lo tanto no ha

calificado a profesores tomar el cuidado de la demanda de las escuelas. En el estado de las inversiones

y de la acción de Espirito Santo se han desarrollado, no obstante es carencia evidenciada de los

profesionales cualificados para la regencia de la educación del arte. La secretaria del estado de la

educación del Espirito Santo (SEDU), por medio del Assessorship del deporte y cultura en la escuela

ha llevado a través de la acción de la formación continuada que tenía como objetivo la construcción

del conocimiento en la educación del arte, tal como cursos, los seminarios, los talleres para los

profesores, los conciertos musicales didácticos, los espectáculos escénicos didácticos y las visitas a las

exposiciones de artes visuales, los acontecimientos en la educación y arte. La consideración de eso en

el estado le no tiene bastante número de los profesores todavía cualificados en los artes visuales,

menos en licenciatura en la música, sociedades para la formación continuada de los profesores de

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funcionamiento ya en las escuelas del estado que la red pública había sido establecida. Entre las

acciones de la formación continuadas con el profesor, el que ha implicado el número más grande de

los profesores y a que ha alcanzado un efecto más grande dentro del espacio de la escuela es la

sociedad establecida con el servicio social del comercio de Espirito Santo - SESC/ES, que sector de

cultura ha considerado desde el año de 2010 la formación con los profesores del arte en diversas

idiomas artísticas. No defendemos la polivalencia y consideramos básico que Ensino del arte es

lecionado de los profesores cualificados de acuerdo con su formación en la lengua artística, sin

embargo, ésta no es la realidad que vivimos, así, ha buscado mitad para proporcionar subsidios a los

profesores de modo que puedan elaborar y desarrollar sus proyectos en las diversas idiomas. Paralelo,

vamos a cambiar formas de opinión y la valuación del arte para la formación de la pupila de parte de

nuestros pares en referente a comunidad de la escuela y a buscar mitad para extender los espacios para

Ensino del arte. Llave de las palabras: Educación del arte. Formación continuada. El aprender.

Palabras clave: Ensino del arte. Formación continuada. Aprendizagem.

INTRODUÇÃO

Nos dias de hoje o Ensino da Arte na Educação Básica enfrenta desafios e busca garantir

seus espaços de atuação. Mesmo após dezessete (17) anos da promulgação da Lei de

Diretrizes e Bases da Educação Nacional LDB nº 9394/96 determinando a obrigatoriedade do

Ensino de Arte na Educação Básica percebe-se que esta não foi contemplada em sua

totalidade nos estados brasileiros.

No Estado do Espírito Santo investimentos e ações têm sido desenvolvidos, porém

constata-se a carência de profissionais habilitados para a regência de ensino de arte, não só em

cidades do interior, mas também na Região da Grande Vitória.

A Formação inicial dos professores se dá na Universidade Federal do Espírito Santo, com

os cursos de licenciatura plena em Artes Visuais e Músicas (presencial) em Vitória; e Artes

Visuais/Educação à Distância via Polos da Universidade Aberta do Brasil – UAB, localizados

pelo interior do Estado. O curso de Licenciatura em Artes Visuais/EAD formou sua primeira

turma, porém ainda não atende a demanda das escolas da rede pública estadual.

Segundo Iavelberg (Disponível em: http://aguarras.com.br/2007/05/04/entrevista-com-

rosa-iavelberg Acesso em 28/03/2011) a docência em arte feita por pessoas consideradas não

capacitadas adequadamente ocorre em prejuízo em um ensino de arte, pois o tempo didático

costuma ser curto, e se neste tempo não se oferece aos alunos a oportunidade de

aprendizagem, por falta de profissionais preparados, privando-o de participação sociocultural

informada e de ações criativas, nas quais, sua subjetividade dialoga com as produções

individuais, coletivas e de artistas em diferentes linguagens artísticas. Além disto, escolhas

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teóricas inadequadas e orientações didáticas equivocadas podem imprimir uma visão

deformada de arte, sem qualidade artística e estética.

A qualidade no ensino de arte no espaço escolar só será possível quando os avanços

teóricos conceituais e metodológicos estiverem a serviço de uma efetiva formação dos

profissionais, tanto inicial quanto continuada, promovendo assim uma mudança de atitude

perante a complexidade do processo ensino aprendizagem da arte.

Em concordância com Iavelberg e a fim de buscar alternativas para amenizar a falta de

professores de arte com conhecimentos específicos na sala de aula levantamos alguns

questionamentos relativos à aplicabilidade do documento curricular em escolas da educação

básica na rede pública estadual: Quais soluções poderiam ser aplicadas para superar o déficit

de professores habilitados? E não habilitados? Como o currículo proposto pelo Currículo

Básico Comum tem sido trabalhado? Como são realizados estudos para sua compreensão,

assimilação e aplicação? Quais recursos são utilizados pelos professores de arte? Quais

linguagens e expressões artísticas são priorizadas? Como o campo das visualidades (novas

mídias) se integram ao currículo? Como avaliam o processo de aprendizagem dos alunos?

Partindo das questões acima levantadas, a Secretaria de Estado da Educação do Espírito

Santo (SEDU), por meio da Assessoria de Esporte e Cultura na Escola tem realizado a

proposição de ações que ampliem os espaços de construção de conhecimentos em ensino de

arte, tais como cursos, seminários, workshops para professores, concertos musicais didáticos,

espetáculos cênicos didáticos e visitas às exposições de artes visuais, eventos em Educação e

Arte como proposta de formação continuada do professor de Arte da Rede Estadual nos

últimos anos.

Serve-nos como aporte teórico pesquisas realizadas por estudiosos sobre o Ensino da Arte,

da manipulação da imprensa escrita (jornais e revistas), catálogos, meios eletrônicos, meios

audiovisuais, material cartográfico e outras publicações específicas sobre a temática.

O corpus empírico é delimitado a partir do diálogo entre o que está proposto no Currículo

Básico Estadual / ARTE e os relatos de experiência no ensino de arte no ensino fundamental e

médio apresentados nos Encontros Regionais de Professores de Arte nas onze

Superintendências Regionais de Educação do Estado do Espírito Santo.

O ENSINO DA ARTE E SUA OBRIGATORIEDADE

Para uma melhor contextualização dos encaminhamentos dados à proposta resgataremos

um pouco da trajetória do ensino de arte a partir da LDB nº 9394/96, com o objetivo de situar

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a área dentro das políticas de educação no tocante de sua obrigatoriedade, dos documentos

que nortearam seu ensino na rede de ensino público e a formação continuada do professor de

arte:

Somente a partir da LDB, Lei nº 9394/96, § 2°, definindo a obrigatoriedade do ensino de

arte no Brasil é que esta foi introduzida na organização curricular da educação infantil, ensino

fundamental e ensino médio.

Esta lei também determina que a formação do professor “far-se-á em nível superior, em

curso de licenciatura, de graduação plena”, admitindo a formação no Curso Normal de nível

médio para as séries iniciais do ensino fundamental e educação infantil; estabelece 300 horas

de prática de ensino (BRASIL, 1997, p. 52, 67-68).

A situação da formação dos professores de Arte no Brasil tem uma

história peculiar. Os conhecidos Cursos de Educação Artística, que surgiram

na década de 70, foram conseqüência da primeira obrigatoriedade

institucional de ensino da Arte na escola brasileira. [...] Na década de 80, o

fracasso dessas licenciaturas curtas e da própria polivalência foi amplamente

discutido pelos professores em seus encontros e associações e os cursos

buscaram reformular seus currículos se adequando às demandas daquele

momento. Os cursos de licenciatura em Arte no Brasil vêm, ao longo de sua

história, caminhando a reboque das políticas educacionais implantadas,

tentando conjugar estas exigências com as necessidades dos professores.

O quadro que se apresenta hoje não é diferente. Depois de passar por um

processo de avaliação da Comissão de Especialistas do Ensino das Artes

(CEEARTES), das Comissões do MEC e da própria Federação de Arte

Educadores do Brasil (FAEB), quase todas as licenciaturas em Arte do país

vêm buscando adequar-se à nova LDB 9394/96 e aos Parâmetros

Curriculares Nacionais divulgados em 1998 (COUTINHO, in BARBOSA,

2002, p. 154).

Os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN/ARTE, lançado em 1998, apresenta

orientações aos professores de arte, inclusive que este tenha momentos de experimentações e

vivências de criação pessoal em arte. Tais momentos lhe propiciam a assimilação de

conhecimentos específicos, a transposição didática nas situações de aprendizagem, evitando

que ele esteja preso a atividades prontas – as famosas receitinhas. Ou seja, o professor de arte

deve, no mínimo, saber sobre arte, saber sobre aprendizagem em arte e ter experiência em

processo de criação pessoal.

Para Iavelberg (2003) sem fascinação pela arte é difícil empreendermos uma formação

continuada. É preciso que o professor se sinta estimulado para envolver-se com o estudo e a

reflexão da arte na escola, e que amplie o pensar crítico, valorizando as atividades em sala de

aula, desenvolvendo práticas de ver e conhecer a arte, assim como frequentar espaços

culturais da cidade e/ou o estado.

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É necessário que o professor seja um estudante fascinado por arte, pois só

assim terá que ensinar e transmitir a seus alunos a vontade de aprender.

Nesse sentido, um professor mobilizado para a aprendizagem contínua, em

sua vida pessoal e profissional, saberá ensinar essa postura a seus estudantes

(IAVELBERG, 2003, p. 12).

Nos anos de 2007 e 2008, a Secretaria de Educação do Estado do Espírito Santo, promoveu

a formação continuada, com o intuito de construir uma proposta curricular que levasse em

conta o contexto local sem perder de vista questões fundamental para os processos de

aprendizagem das áreas de conhecimento.

Foram convidados consultores para todas as áreas de conhecimento, que se propuseram a

desenvolver um trabalho que priorizasse um currículo com foco integrado para o Ensino

Fundamental e Médio, em que professores e gestores pudessem participar efetivamente na

construção curricular.

Após documento escrito e publicado, temos o desafio do art. 3º da Lei nº 11.769, de

18/8/2008, que determina que os sistemas de ensino terão três anos letivos para se adaptarem

a essa exigência, no caso da música o prazo foi agosto de 2011.“§ 6º A música deverá ser

conteúdo obrigatório, mas não exclusivo, do componente curricular de que trata o § 2o deste

artigo”.

Não se pode dizer que aqui se inicia um processo de formação continuada, mas podemos

sinalizar uma nova etapa, com o objetivo de rever e (re) avaliar questões relevantes para o

ensino e aprendizagem de acordo com o contexto no qual está inserido.

A FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR DE ARTE

Sabe-se que é dever do Estado e/ou da instituição de ensino possibilitar aos professores a

formação continuada, não só pela responsabilidade social, mas também pela necessidade das

práticas educacionais estarem articuladas com os rumos desejados para a educação. A

formação habilita o professor a exercer adequadamente sua função e garante ao aluno um

ensino de qualidade.

E nos últimos anos, a escola pública vem conquistando junto às Secretarias de Educação

novas expectativas quanto a um projeto de educação continuada, com o oferecimento de

cursos, convênios com Universidades, programas de extensão e pelas próprias secretarias, as

quais são realizadas de forma presencial ou à distância.

Considerando que não há na rede pública do Estado do Espírito Santo número suficiente de

professores habilitados em Artes Visuais, que são poucos profissionais habilitados com

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licenciatura em Música, que no estado não havia formação em nível superior em Artes

Cênicas/Teatro e que na dança a maioria são os professores de Educação Física que atuam,

estabeleceram-se parcerias para a Formação Continuada dos professores já atuantes nas

escolas da rede pública estadual.

De acordo com Ferraz e Fusari (1992) o professor de arte precisa saber arte e saber ser

professor de arte; saber os conteúdos e os procedimentos a fim de propiciar a si e a seus

alunos momentos de criação e reflexão do/com o objeto artístico. Ou seja, ensinar arte exige

domínio de conhecimentos específicos em arte e dos fundamentos do seu ensino, inclusive da

proposta curricular da instituição à qual se está ligado. Somente a intimidade com o fenômeno

artístico e com o educacional pode possibilitar ao professor o exercício da sua flexibilidade na

articulação dos conteúdos, recursos e técnicas em sala de aula. Teoria e prática juntas podem

estar presentes em um percurso artístico pessoal e provocar a ressignificação da atividade

docente em arte.

Dentre as ações de formação continuada com o professor, desenvolvidas pela

SEDU/Assessoria de Esporte e Cultura na Escola, a que tem envolvido o maior número de

professores e que tem alcançado maior efeito dentro do espaço da escola é a parceria

estabelecida com o Serviço Social do Comércio do Espírito Santo – SESC/ES, cujo setor de

cultura tem proposto desde o ano de 2010 a Formação com professores de Arte em diferentes

linguagens artísticas.

A princípio, em 2010 a Formação em Teatro foi realizada como projeto piloto com carga

horária de 150 horas, envolvendo trinta (30) professores da rede estadual, que foram

selecionados, tendo como um dos critérios de classificação já desenvolver projetos na

linguagem teatral dentro do espaço escolar. Os professores envolvidos participaram de seis

encontros realizados aos finais de semana, na sexta-feira, sábado e domingo. Após a

conclusão dos encontros, os professores desenvolveram um projeto com um grupo em sua

escola de origem e apresentaram nas suas respectivas regionais.

Nos ano de 2011, o SESC/ES Cultura ampliou a formação proposta no ano anterior,

oferecendo além da linguagem do Teatro; o Cinema, a Dança e a Música. Os professores

tiveram conhecimento a partir da publicação de Edital e se inscreveram na linguagem que

mais se identificaram. Foram selecionados trinta (30) professores por linguagem, cada uma

delas com uma proposta de conteúdos específicos à mesma.

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O desenho da formação foi mantido em carga horária e desenvolvimento de projeto junto

aos alunos de suas respectivas escolas. Os projetos de Teatro, Dança e Música foram

apresentados na escola e nas Regionais Estadual de Educação. Dois grupos de Teatro e dois

de Dança foram convidados a se apresentarem nas finais dos JOGOS NA REDE11

, realizado

no mês de novembro em Guarapari/ES.

Os projetos desenvolvidos com a linguagem do Cinema foram apresentados para a

comunidade escolar e ao final do ano participaram da MOSTRA DE CURTAS, realizado no

CINE JARDINS, em Vitória/ES.

No ano de 2012, o SESC/ES Cultura a pedido do SESC Nacional, abriu o Encontro de

Formação a outras Redes de Ensino, envolvendo então também professores de rede municipal

e privada. Com a mesma carga horária da primeira edição, mas sendo realizado apenas aos

sábados e domingos.

Considerando a experiência com a Mostra de Curtas, da Formação de Cinema do ano

anterior e dos resultados obtidos nos projetos realizados pelos professores junto aos seus

alunos na linguagem do Teatro, a Assessoria de Esporte e Cultura/SEDU percebeu a

necessidade da organização da Mostra Estadual de Teatro, realizada no Theatro Carlos

Gomes, em dois dias consecutivos. A mostra foi uma experiência de muita emoção,

apreciação e contemplação, tanto para nós, equipe de técnicos da secretaria, quanto para os

professores e seus alunos, ao terem suas produções realizadas no espaço escolar apresentado

no palco do principal teatro do estado.

EEEFM Arquimino Mattos/ SRE de Guaçuí EEEFM Joaquim Fonseca/SRE de São Mateus

Fonte: do Autor Fonte: do Autor

1 JOGOS NA REDE – ação esportiva e cultural entre os estudantes das escolas do Ensino Médio da rede estadual de

educação. Está previsto no Projeto de Desenvolvimento Integrado de Ações de Esporte e Cultura nas Escolas da Rede

Estadual. Acontece em duas etapas: regional e Final.

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Em 2013, o SESC/ES Cultura ampliou o Projeto de Formação inserindo também o curso

Artes Visuais, com foco na Arte Contemporânea e o curso de Literatura, totalizando agora

seis linguagens. As vagas foram divididas entre SEDU, outras redes de ensino e artistas

plásticos. Nesta proposta foram convidados professores da área de linguagens e códigos da

rede pública estadual, por meio de edital próprio, os quais foram inscritos e selecionados,

conforme distribuição de vagas por regional. A etapa presencial do curso já foi concluída no

mês de julho, estando em realização às etapas regionais de Teatro, Dança e Música.

Durante o mês de agosto, o SESC/ES realizará a etapa regional do Projeto ALDEIA SESC,

no qual são apresentados espetáculos cênicos durante uma semana. Os professores

participantes das turmas de Teatro e Dança, participam de oficinas com os grupos

profissionais e trazem seus alunos para assistirem aos espetáculos de teatro e dança.

No mês de outubro, o SESC/ES Cultura realizará o Seminário “PIC Art”, com palestras,

mesas redondas e apresentação de pôsteres relatando as práticas desenvolvidas pelos

professores que integraram as turmas da Formação em Arte em 2013.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Consideramos fundamental que o Ensino da Arte seja lecionado por professores

habilitados de acordo com sua formação na linguagem artística. Não defendemos a

polivalência, porém, não é esta a realidade do estado do Espírito Santo.

Assim sendo, temos buscado meios de proporcionar subsídios aos professores para que

possam elaborar e desenvolver seus projetos nas diferentes linguagens. Paralelamente, vamos

mudando formas de percepção e valorização da Arte para a formação do aluno por parte de

nossos pares na comunidade escolar e buscando meios de ampliar espaços para o Ensino da

Arte.

Reconhecemos que não existem fórmulas mágicas ou caminhos definitivos e homogêneos,

mas estamos em construção e encontramos algumas respostas para as questões levantadas no

início deste artigo:

Para superar o déficit de professores habilitados nas diferentes linguagens temos

buscado fornecer-lhes subsídios teóricos e práticos;

Garantia do horário de planejamento semanal para estudo e consulta ao Currículo

Básico Comum /ARTE;

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Observou-se o uso de diferentes recursos em sala de aula, tanto para aula teóricas

quanto práticas, pois apesar de poucas escolas possuírem sala ambiente, as escolas possuem

equipamentos de multimídia, inclusive várias com quadro digital;

As novas mídias são bastante utilizadas nas séries finais do Ensino Fundamental e

Médio, inclusive, animação de vídeo, cinema e fotografia;

Com relação à questão “Avaliação”, percebemos durante o acompanhamento da Formação

Continuada deste ano que era um assunto a ser trabalhado e o inserimos como temática do VII

Fórum Estadual de Educação Física Escolar / III Encontro de Professores de Educação Física

e Arte que acontecerá ao final do mês de novembro, em Vitória, envolvendo trezentos

professores.

Defendemos que a proposta curricular em Arte será um instrumento funcional para a

escola se, paralelamente, houver um trabalho de formação continuada, composta de estudos,

relatos de experiência das ações docentes, avaliação da aprendizagem e construção contínua

do conhecimento.

Para tanto, o professor também deve se preocupar com sua formação inicial e continuada,

estar em constante busca na ampliação do conhecimento e consciente de sua importância na

inserção do aluno na arte. Principalmente nos dias atuais, em que as tecnologias e as

informações evoluem de tal forma que podemos nos considerar defasados em muito pouco

tempo, por isso é preciso formar, fundamentar conhecimentos sobre as tecnologias:

conhecimentos técnicos e teóricos. Ser um pesquisador, buscar sua autoformação cultural,

pensar em mudanças para a melhoria de sua prática pedagógica, privilegiar uma concepção da

arte na criação, na vivência, na prática artística, como prática simbólica, a fim de criticar e

refletir sobre a vida contemporânea. A forma como os demais profissionais da educação,

alunos e familiares reconhecerão seu trabalho depende de seu desempenho pedagógico.

“É necessário que o professor seja capaz de construir sua própria competência, movido por

ações de querer, poder, dever e fazer, apropriando-se conscientemente da própria vontade de

construir-se competente” (BUORO, 2002).

É preciso organização e sistematização das propostas de arte, pois por meio delas podemos

conquistar novos espaços no currículo educacional e, quem sabe, mudar o rumo da Arte no

sistema educacional e até mesmo mudar esse sistema, ainda tão engessado e tão distante do

que realmente pensamos e desejamos para o ensino da arte em nosso tempo/espaço/lugar.

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Teoria e prática devem se relacionar com o contexto no qual está inserido. É preciso ter o

espaço de sala de aula como espaço de diálogo crítico e criativo e de produção permanente de

conhecimento.

REFERÊNCIAS

BARBOSA, Ana Mae. Tópicos Utópicos. Belo Horizonte: C/Arte, 1998.

_________.( org.) Arte-educação: leitura no subsolo. São Paulo: Cortez, 1997.

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BARBOSA, Ana Mãe. COUTINHO, Rejane Galvão (org.). Arte-Educação como mediação

cultural e social. São Paulo: Editora UNESP, 2009.

BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretária de Educação Fundamental.

Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte. Brasília: MEC/SEF, 1997.

BUORO, Anamélia Bueno. Olhos que pintam O olhar em construção: uma experiência de

ensino e aprendizagem da arte na escola. São Paulo: Cortez, 1996.

___________. O Olhar em Construção: uma experiência de ensino e aprendizagem da arte

na escola. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2001.

ESPÍRITO SANTO (Estado). Secretaria de Educação. Ensino Médio: área de Linguagens e

Códigos (Currículo Básico Escola Estadual; v. 01) / Secretaria da Educação – Vitória: SEDU,

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FACCI, M.G.D. Valorização ou esvaziamento do trabalho do professor: um estudo

crítico-comparativo da Teoria do Professor Reflexivo, do Construtivismo e da Psicologia

Vigotskiana. Campinas: Autores Associados, 2004.

FUSARI, Maria F. R.; FERRAZ, Maria H. C. T. Arte na educação escolar. São Paulo:

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IAVELBERG (Disponível em: http://aguarras.com.br/2007/05/04/entrevista-com-rosa-

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____________. Para Gostar de Aprender Artes: sala de aula e formação de professores.

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LAKATOS, E. M.; MARCONI, M. A. Metodologia científica. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004.

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FONSECA Maria da Penha

Mestra em Educação pela Universidade Federal do Espírito Santo; Especialização em Abordagens

Contemporâneas em Arte-Educação/UFES; Graduada em Licenciatura Plena Ed Artística - Artes

Plásticas (UFES). Atua na Secretaria do Estado da Educação do Espírito Santo como Coordenadora de

Ação e Formação na Assessoria de Esporte e Cultura na Escola; Professora do Curso de Pedagogia na

Faculdade Novo Milênio e Coordenadora do Polo Arte na Escola/FNM.

Link para o currículo Lattes: http://lattes.cnpq.br/6644156236926277

SILVA Mirtes Angela Moreira

Especialização em Abordagens Contemporâneas em Arte-Educação/UFES; Graduada em Licenciatura

Plena Ed Artística - Artes Plásticas (UFES). Atua na Secretaria do Estado da Educação do Espírito

Santo como Coordenadora de Ação e Formação na Assessoria de Esporte e Cultura na Escola;