O Estado Verde - Edição 22408- 16 de dezembro de 2014

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ANO VI - EDIÇÃO N o 368 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 16 de dezembro de 2014 Páginas 5,6 e 7 Página 8 EMPREENDEDORISMO Um negócio que deve ir além da paixão é da vontade de fazer Alguns empreendedores arriscam-se, muito mais com fervor, do que com pragmatismo ou capacitação técnica. Misturam passionalidade e razão no dia a dia da empresa, às vezes funciona e outras, não. Com o Aldenir Ferreira ‘deu certo’. DE NOVO Prefeitura de Fortaleza reinaugura o Pajeú Mais uma vez, a área é requalificada. O parque é o mesmo, mas com as intervenções, a paisagem muda e ganha até novos equipamentos como um paraciclo. Uma forma de incentivar o uso da bicicleta. ACORDO CLIMÁTICO Finalmente, delegados participantes da COP 20, em Lima, chegaram a um consenso sobre os passos a serem adotados para o enfrentamento das mudanças climáticas. A grande decisão será em Paris. Página 3 E n f i m , 1 9 6 p a í s e s c o n c o rd a m e m redu z ir e m issõ e s

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Jornal O Estado (Ceará)

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ANO VI - EDIÇÃO No 368FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL

Terça-feira, 16 de dezembro de 2014

Páginas 5,6 e 7 Página 8

EMPREENDEDORISMOUm negócio que deve ir alémda paixão é da vontade de fazerAlguns empreendedores arriscam-se, muito mais com fervor, do que com pragmatismo ou capacitação técnica. Misturam passionalidade e razão no dia a dia da empresa, às vezes funciona e outras, não. Com o Aldenir Ferreira ‘deu certo’.

DE NOVOPrefeitura de Fortalezareinaugura o PajeúMais uma vez, a área é requalificada. O parque é o mesmo, mas com as intervenções, a paisagem muda e ganha até novos equipamentos como um paraciclo. Uma forma de incentivar o uso da bicicleta.

ACORDO CLIMÁTICO

Finalmente, delegados participantes da COP 20, em Lima, chegaram a um consenso sobre os passos a serem adotados para o enfrentamento das mudanças climáticas. A grande decisão será em Paris.

Página 3

Enfim, 196 países

concordam em reduzir emissões

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O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Rafael F. Gomes. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Jessica Fortes e Elisangela Alves. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCILIA [email protected]

POLÍTICA AGRÍCOLA PARA FLORESTAS PLANTADAS

Publicado no Diário Ofi cial da União (12/12), o Decreto n° 8.375 que defi ne a Po-lítica Agrícola para Florestas Plantadas. De acordo com o texto, consideram-se fl ores-tas plantadas, as fl orestas compostas pre-dominantemente por árvores que resultam de semeadura ou plantio, cultivadas com enfoque econômico e fi ns comerciais.

É parece que o negócio fl orestal termina o ano com uma boa notícia. A expectativa agora é com a criação de uma Diretoria de Florestas Plantadas dentro da estrutura do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abas-tecimento para abrigar as demandas do setor e conduzir o planejamento previsto no decreto.

Atualmente, o Brasil possui pouco mais de 7 milhões de hectares de fl orestas plantadas, principalmente com espécies dos gêneros Eucalyptus e Pinus, que re-presentam 0,8% do território nacional. As fl orestas plantadas são responsáveis por abastecer quase a metade do mercado brasileiro de madeira.

ABRAPSHoje, o presidente da Associação Brasi-

leira de Profi ssionais de Sustentabilidade (Abraps), Alexandre Mac Dowell, reúne-se em São Paulo, com associados, para o encontro de encerramento das atividades deste ano. Gostaria de estar lá e assistir palestra do diretor de planejamento da Re-port Sustentabilidade, Álvaro Almeida, que irá lançar o 2º Estudo da Report sobre Ma-terialidade no Brasil.

O documento produzido pela Report - empresa dedicada a integrar a sustentabi-lidade ao mundo dos negócios - comprova que as empresas estão investindo para aprimorar o sistema de identifi cação dos temas relevantes para a gestão e para a defi nição do conteúdo dos relatórios anu-ais e de sustentabilidade.

As quatro empresas que participaram do estudo foram selecionadas a partir das su-gestões não só da Report, mas, também, de empresas parceiras que indicaram casos considerados representativos. Na seleção, foram adotados critérios como o vínculo da materialidade com a estratégia do negócio, o envolvimento da alta admi-nistração e a participação de stakeholders, entre outros.

APRENDA A PEDALARBela iniciativa, a Escola Bike Anjo (Eba)

que ensina pessoas a pedalar. Acontece em 17 cidades brasileiras, em Fortaleza, é organizada pela Associação Ciclovida todo segundo domingo do mês, na Praça Luiza Távora. Saiba mais: http://www.bike-elegal.com/video/1482/escola-bike-anjo--em-fortaleza-_ce_. A Ciclovida reúne pes-soas que apoiam a utilização da bicicleta como meio de locomoção.

Refl exão: “A sociedade atribuirá maior valor àquelas companhias que exercerem um papel de agente de transformação so-cioambiental.” João Paulo Ferreira, vice--presidente Comercial e de Sustentabilida-de da Natura.

Durante a COP20, no Peru, líderes de governos, empresas e organizações inter-nacionais discutiram a necessidade de precifi car o carbono e de ter transparência na descarbonização da economia. O evento foi organizado pelo Banco Mundial, WBCSD e IETA (International Emissions Trading Association). Na ocasião, foi lan-çada a iniciativa Coalizão de Lideranças para Precifi cação do Carbono.

Segundo o setor fi nanceiro, colocar um preço no carbono proporciona uma motivação para investimentos e um crescimento econômico sustentável. Inde-pendentemente do mecanismo utilizado, o preço do carbono deve ser parte de qualquer política que visa intensifi car a mitigação das mudanças climáticas. Além disto, a precifi cação do carbono também melhora a efi ciência da economia, per-mitindo o aumento dos investimentos do governo ou reduções de impostos em outras áreas. Será?

DESCARBONIZAÇÃO DA ECONOMIA

Coluna Verde

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 16 de dezembro de 2014

VERDE

18 DE DEZEMBRO DE 2014Dia Internacional dos Migrantes • Baseada nos dados do Centro Re-gional de Informação das Nações Unidas (UNRIC), a ONU - Organi-zação das Nações Unidas lembra que embora vivamos em um perío-do de grande mobilidade humana, a migração continua a ser vista de forma negativa, quer pelas popu-lações, quer pela mídia. Inclusive a ONU mostra preocupação com a tendência de alguns estados em criminalizar a migração irregular.

20 DE DEZEMBRO DE 2014Dia Internacional da Solidariedade Humana • O Dia Internacional da Solidariedade Hu-mana celebra-se anualmente no dia 20 de dezembro e não por acaso, no momento do ano em que as pessoas olham para o fu-turo e estabelecem resoluções para o novo ano que se aproxima.Sobre o tema, o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, coloca que a interdepen-dência global aprofunda-se, abrangendo as dimensões econômica, social e am-biental. “À luz destas realidades, como po-demos conceber soluções para um futuro mais seguro, sustentável e próspero?” Por isso, a solidariedade é crucial para resolver os problemas no mundo in-terligado em que vivemos.

21 DE DEZEMBRO DE 2014É Verão no Hemisfério Sul • De acordo com o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos (CP-TEC), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) o verão começa, ofi cialmente, às 21h03 (horário de verão em Brasília) do dia 21 de dezembro, no Hemisfério Sul. A expressão verão vem do latim vulgar (veranum, i.e., veranuns tempus), é a estação que sucede a primavera e antecede o outono. Basicamente, caracteri-

za-se por dias mais longos do que as noites.Ocorrem mudanças rápidas nas condi-

ções diárias do tempo, levando à ocor-rência de chuvas de curta duração e forte intensidade, principalmente no

período da tarde.Engloba, também, os meses de

janeiro, fevereiro e março, com pico em janeiro, considerado o mês de alta temporada e de fé-

rias, no Brasil.

AGENDA VERDE

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Mais de trinta horas após o combinado, delegados de 196 países que participavam da

Conferência do Clima (COP20), final-mente chegaram a um consenso sobre os passos a serem adotados para o en-frentamento do fenômeno. É a primei-ra vez na história que todas as nações concordaram em reduzir emissões.

O documento aprovado na madru-gada de domingo batizado de “Cha-mamento de Lima Para Ação sobre o Clima” foi considerado fraco por ambientalistas e comemorado por re-presentantes de governos. Enquanto representantes de movimentos am-bientais não gostaram de transferir im-portantes decisões para o ano de 2015, representantes de governos, avaliam a cúpula como mais um passo significati-vo para o desenho de um acordo global, no fim do ano que vem, em Paris.

O presidente da cúpula, o ministro pe-ruano Manuel Pulgar Vidal, encerrou a reunião afi rmando que o texto fi nal de Lima “dá esperança ao mundo”, mas, como reconheceu Christiana Figueres, a secretária da Convenção de Mudança Climática da ONU, “resta muito a fazer” para que o acordo de 2015 seja efetivo

para enfrentar este problema.

PLANOS QUANTIFICÁVEISSegundo o texto, todos os países desen-

volvidos deverão apresentar à ONU, em março do ano que vem, planos “quantifi -cáveis” de redução de Gases do Efeito Es-tufa (GEE) de uma maneira “clara, trans-parente e compreensível por todos”. Os demais países, em junho.

A compilação fi nal de todas as pro-postas e sua adequação à meta global de manter a elevação da temperatura do pla-neta no limite máximo de dois graus Cel-sius será feita em junho do ano que vem em uma reunião de cúpula já convocada pelo secretário-geral Ban Ki-Moon para a sede das Nações Unidas, em Nova York.

AGENDA 2015A agenda climática de 2015 começará

antes disso, em fevereiro, com uma reu-nião de diplomatas marcada para a sede europeia da ONU, em Genebra. O obje-tivo é que o acordo “pós-Kyoto” já esteja completamente alinhavado a tempo da realização da COP-21 em Paris, quando deverá ser ofi cialmente celebrado.

No início de novembro, um mês antes da COP21, em Paris, a ONU fará uma compi-lação da carta de intensões de cada nação.

Esses compromissos devem ser “am-biciosos” e “justos de acordo com as circunstâncias nacionais” e devem estar acompanhados de informação detalhada das ações que cada país vai desenvolver para que essa diminuição de emissões seja cumprida. A partir daí, será possível avaliar se as metas voluntárias podem impedir um aumento de temperatura global superior a 2 graus Celsius, em re-lação aos níveis pré - industriais.

RESPONSABILIDADES COMUNS O documento manteve a ideia de “res-

ponsabilidades comuns, mas diferen-ciadas” surgida há 20 anos, defendida pelas nações mais pobres. O conceito estabelece que os países desenvolvidos devem ter planos mais ambiciosos no corte de emissões do que as nações em desenvolvimento. Por isso foi conside-rado uma vitória para os emergentes China e Índia, países conhecidos como muito poluidores.

IRRITADOS Os ambientalistas irritaram-se, tam-

bém, com o fato de que as metas serão voluntárias e não poderão ser con-testadas sem o aval dos países que as propuseram. “Fica totalmente a cargo de cada país, se este, quer ou não, for-necer informações”, critica o represen-tante da Union of Cornerned Scientists (em português, União dos Cientistas Preocupados). “Não é o que esperáva-mos”, disse em coletiva a imprensa no encerramento da COP 20.

Para o chefe da unidade política do Greenpeace Alemanha, Stefan Krug, a decisão de como devem ser feitas as con-tribuições nacionais fi cou muito fraca. “Também não se sabe quando os países irão chegar a um padrão comum onde se possa comparar o que estão fazendo”.

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VERDE

Pela primeira vez, nações entram em consenso sobre reduzir emissões responsáveis pelas mudanças climáticas em curso; metas só virão em 2015. Para ambientalistas, o acordo é fraco

Enfim, um acordo: países concordam em reduzir emissões

CLIMA

POR TARCILIA [email protected]

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4 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 16 de dezembro de 2014

VERDE

De 17 a 19 de dezembro será reali-zada a Exposição “Ceará Faz Ciência”, com diversas atividades que irão de-monstrar, na prática, de que modo ci-ência e tecnologia podem ser aplicadas como ferramenta de inovação e desen-volvimento social. O evento marcará a realização da Semana Nacional de Ci-ência e Tecnologia (SNCT) no Estado. A exposição aberta ao público acon-tecerá no Hotel Oásis Atlântico, em Fortaleza, das 9h às 17h. É uma rea-lização do Governo do Estado, através da Secretaria da Ciência, Tecnologia e Educação Superior (Secitece), que co-ordena a SNCT no Ceará.

O evento contará com programação variada. No campo das tecnologias as-sistivas, a Universidade do Trabalho Digital (UTD) irá demonstrar a utili-zação de um leitor de telas de compu-tador que facilita a aprendizagem para pessoas com defi ciência visual. “Numa realidade em que uma impressora de braille custa R$ 20 mil, a forma mais vi-ável de produzir e consumir informação é com o uso do computador”, explica o professor João Bosco Farias, que utiliza a plataforma para ministrar o curso de Iniciação Digital voltado às pessoas com defi ciência visual na UTD.

Outra solução para a inclusão a ser mostrada na exposição é uma bengala capaz de captar informações aco-pladas a um piso tátil e en-viá-las em áudio para um smartphone. A tecnologia intitulada “Caminho Di-gital” pode ser usada em aeroportos, shoppings e

em outros lugares de difícil movimen-tação para quem é cego. O projeto será apresentado pelo Instituto Federal do Ceará (IFCE).

A exposição contará ainda com a par-ticipação dos Centros Vocacionais Tec-nológicos do Instituto Centec, que leva-rão diversos materiais promocionais e projetos como o Metrô Solar Sustentá-vel, Objetos Virtuais de Aprendizagem, Dramaturgia no Ensino Fundamental, Manta de Isolamento Térmico com Cai-xas TetraPak e ainda práticas do labora-tório de Matemática.

As tecnologias voltadas à aprendi-zagem poderão ser vistas também nos projetos de robótica educacional para jovens do Instituto de Tecnologia da Informação e Comunicação (ITIC), que estimulam o interesse por áreas técni-cas e engenharia e podem ser realizadas com baixo custo em escolas públicas.

O projeto Corredores Digitais irá pro-mover uma rodada de picthes - apresen-tações rápidas em que os jovens atendi-dos pelo projeto terão que conquistar o interesse dos presentes pelo seu negócio inovador. Os selecionados terão suas empresas incubadas pelos Corredores Digitais durante 12 meses.

Exposição marca a realização da

Semana Nacional

“CEARÁ FAZ CIÊNCIA”

JORNALISTA E ESCRITOR

POLÍTICA DE ESTADOO ponto fulcral do Princípio da Ga-

rantia do Desenvolvimento Econômico e Social Ecologicamente Sustentado, consoante a compreensão de estu-diosos e doutrinadores do tema, é a inclusão da proteção ao meio ambien-te no processo de desenvolvimento global. Isto feito não apenas de forma periférica, em políticas públicas sazo-nais e circunstanciais, ao saber de in-teresses fortuitos de governos. Porém, deve ser objeto de política insertiva permanente, como política de Estado. Destarte, a defesa do meio ambiente deve acostar-se constitucionalmente ao patamar de outros valores econô-micos e sociais protegidos pelo orde-namento jurídico dos países.

CONCILIAÇÃO DE VALORES

Consoante a lição do professor Ál-varo Luiz Valéry Mirra, a defesa do meio ambiente, segundo o princípio em tela, busca determinar a concilia-ção entre diversos valores igualmen-te relevantes, como o exercício das atividades produtivas e do direito de propriedade; o crescimento eco-nômico; a exploração dos recursos naturais; a garantia do pleno empre-go; a preservação e a restauração dos ecossistemas e dos processos ecológicos essenciais; a utilização racional dos recursos ambientais; o controle das atividades potencial-mente poluidoras e a preservação da diversidade e da integridade do patrimônio genético dos países.

OPÇÃO FUNDAMENTAL

O estudioso do assunto, acima refe-

rido, chama a atenção para o fato de que no confronto entre os diversos va-lores citados e os interesses que deles resultam, não se pode mais relegar a proteção do meio ambiente a questão de importância secundária. Não vale, para secundarizá-lo, nem mesmo o argumento tradicionalmente utili-zado de que se pretende buscar a satisfação de necessidades de igual relevo, porém mais imediatas. Não se pode, portanto, admitir o abando-no, ainda que temporário, da prote-ção do meio ambiente. A opção fun-damental da sociedade, que deve ser respeitada in totum, tem sido feita pela preservação do meio am-biente em primeiro lugar. Tal ideia se assenta, sobretudo, numa visão das necessidades das gerações futuras.

COESÃO DE PRINCÍPIOS

Vale lembrar, por pertinente, o que se disse anteriormente a respeito da importância dos princípios como ele-mentos reveladores dos valores tidos como dignos de proteção na socie-dade. De modo que o Princípio da Garantia do Desenvolvimento Econô-mico e Social Ecologicamente Susten-tado se coaduna perfeitamente com o Princípio da Participação Popular na Proteção do Meio Ambiente, posto que este arrima aquele como um es-teio da sociedade quanto à proteção efetiva do meio ambiente. Ambos os princípios, relembre-se, fi ncam raízes na Constituição Federal brasileira, as-sim como nos diversos documentos elaborados em fóruns internacionais que trataram do tema ao longo das três últimas décadas.

PRINCÍPIO DA GARANTIA DO DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO E SOCIAL ECOLOGICAMENTE SUSTENTADO

O Princípio da Garantia do Desenvolvimento Econômico e Social Ecologica-mente Sustentado é o quinto de que tratamos neste espaço, nos quais se arri-mam tantos quantos operam no Direito, relativamente às questões ambientais. Consagrado na Conferência das Nações Unidas de 1992, sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, constitui um princípio que ex-posa hodiernamente a visão política dominante quanto à problemática ambien-tal. Esta visão consolidou-se na expressão desenvolvimento sustentável, larga-mente empregada em todos os fóruns de debates ambientais.

SERVIÇOSemana Nacional de Ciência e Tecnologia - Exposição “Ceará Faz Ciência”Programação gratuitaData: 17 a 19 de dezembroHorário: 18h30 (dia 17) e de 9h às 17h (dias 18 e 19)Local: Hotel Oásis Atlântico (Avenida Beira Mar, 2500 – Meireles | Fortaleza-CE)Informações: 85 3101-6466

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VERDE

POR JESSICA FORTESEDIÇÃO: TARCILIA REGO

EMPREENDEDORISMO

Não existe um mês ruim para a microempresa de Aldenir Ferreira. Impulsionado pelo sonho e pela vontade de fazer,ele abriu o próprio negócio. Mas, antes de iniciar um empreendimento, é fundamental buscar capacitação e apoio técnico

Um negócio que deveir além da paixãoNem sempre a paixão acontece

no contexto de romance, embo-ra implique, também, em uma

emoção profunda ou mais abrangente. É o caso de alguns empreendedores de sucesso que arriscam-se, muito mais, com fervor do que com pragmatismo e capacitação técnica, ao administrar um empreendimento. Misturam passionali-dade e razão no dia a dia do negócio. Na maioria das vezes não dá certo, outras vezes funciona e torna-se um ‘case’ de sucesso, a exemplo do empreendedor Aldenir Ferreira, mais conhecido como J Aldenir Bordados.

Uma pesquisa da Global Entrepre-neurship Monitor (GEM), patrocina-da no Brasil pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e realizada pelo Instituto Bra-sileiro de Qualidade e Produtividade

(IBQP), em parceria com a Fundação Getúlio Vargas (FGV), realizada em 2013, mostrou que sete em cada dez brasileiros que abrem uma empresa to-mam a iniciativa após perceber momen-to favorável para ganhar dinheiro sendo donos do próprio negócio.

Em 2002, apenas 42% das pessoas abriam uma empresa por acreditarem na demanda do mercado, enquanto os demais viam o empreendedorismo como necessidade, principalmente por não encontrar emprego. Em 2013, esse índice que mede o empreendedorismo por oportunidade subiu para 71%, o maior em 12 anos.

É o caso de Aldenir Ferreira, que vis-lumbrou uma grande oportunidade de trabalhar por conta própria. Ele passou de vendedor de tecidos, em uma conhe-cida rede local, a microempresário, em curto espaço de tempo. Segundo o em-preendedor, vender sempre foi a sua vo-cação, para não dizer, paixão e por isso.

Continuamente, destacava-se entre os melhores vendedores de tecidos da ca-deia de lojas em que trabalhava.

Conta o empreendedor que muitas clientes iam até a loja para comprar len-çóis e outras “roupas” de cama e que-riam produtos diferenciados, mas quase nunca encontravam. Na época, Aldenir e a esposa confeccionavam algumas ‘coisas’ em casa e o vendedor sempre oferecia o serviço para as suas clientes. “Elas queriam comprar lençóis com de-terminada qualidade, mas não os en-contravam. Então, eu as aconselhava a comprar um tecido mais nobre que eu me encarregaria de fazer o acabamento das peças. Ali estava uma oportunidade de ganhar um dinheiro extra e de agra-dar as clientes. Elas topavam e eu acabei conquistando clientela”.

A qualidade do serviço, unida a propa-ganda boca a boca, aumentou a deman-da pelos ‘lençóis do Aldenir’ e o vende-dor teve que comprar novas máquinas

e contratar mão de obra para trabalhar no empreendimento que começava a nascer. Mas, ainda, nada de tecnologia. “Comprei máquinas de costura e come-cei o negócio com quatro funcionários. Inicialmente na informalidade, pois continuava no meu emprego”.

Em pouco tempo, as coisas ganharam outras proporções, cresceram signifi ca-tivamente e Aldenir percebeu que a hora era de trabalhar por conta própria, de ser o próprio patrão. “Eu percebi que se eu aperfeiçoasse e fi zesse um trabalho com mais qualidade, ainda, investindo em tecnologia, eu poderia, além de fazer os serviços de acabamento, ampliar o negócio. Por exemplo, bordando peças, fabricando guardanapos, entre outros produtos para noivas. Saí do emprego e resolvi dedicar-me, integralmente, a fábrica. Abri, formalmente, a empresa, contratei mais profi ssionais e tornei-me conhecido no ramo que escolhi”.

Atualmente, o empreendedor, que

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VERDE

está há 12 anos no mercado de bordados, tem 23 funcionários e se diz realizado. “Não existe um mês ruim, todos os me-ses eu tenho muitos negócios, já aconte-ceu de eu precisar até recusar um pedido, por que não tinha como atender. Eu fi co muito feliz em ser referência neste servi-ço, tenho clientes de todo o Brasil e por isso procuro atender a todos da melhor forma possível e oferecer um produto de qualidade”. Aldenir comprou maquiná-rios mais modernos e computadoriza-dos, também.

OUSADIA PODERIA TERCUSTADO CARO

O negócio de Aldenir deu certo, graças ao conhecimento de mercado e a vonta-de de ser diferente dos demais, no entan-to, o risco de começar uma empresa sem uma consultoria, ou sem conhecimento é muito grande. Ele reconhece o risco e lembra a importância de procurar ajuda profi ssional na hora de ini-ciar um negócio. “Não é por que minha história deu certo, que qualquer pessoa pode arris-car assim”.

Segundo a articuladora de Atendimento Integra-do do Sebrae no Ceará, Alice Mesquita, muitas empresas começam por impulso e acabam falin-do, por falta de conhe-cimento. Ela conta que

há alguns anos, o número de pessoas que abriam o próprio negócio por impulso era muito alto, em função disso, a mor-talidade de muitas empresas se dava em até dois anos. Isso acontecia, principal-mente, por que as pessoas não pesquisa-vam a atividade, antes.

“Hoje é diferente, a maioria pesquisa e vai atrás de conhecer a atividade mais a fundo e prepara--se para atuar nas áreas, ad-ministrativa e de pro-dução. No entanto,

ainda é grande o número de pessoas que desconhece a gestão empresarial: não sa-bem precifi car, muito menos, sabe com-prar mercadorias. Tudo isso impacta de forma negativa sobre o negócio que deixa de ter bons resultados”, explica.

No caso de Aldenir, embora ele tenha arriscado investir sem ter buscado uma consultoria técnica, ele tinha conheci-mento do mercado, muita vivência com vendas, conhecia fornecedores e, de for-ma inerente, sabe gerenciar. Porém, Ali-ce explica a importância de buscar capa-citação junto ao Sebrae que oferece apoio para quem quer iniciar um negócio, ou mesmo para os empresários que já estão em atividade e buscam mais qualifi cação e competitividade.

“O ideal é que o empreendedor pre-pare-se para inserir-se em uma ativi-

dade, capacite-se, saiba destacar-se no mercado que está cada vez

mais competitivo. O Sebrae, como agente de capaci-

tação e de promoção do desenvolvimento

com sustentabilida-de, fornece toda a

orientação ne-cessária para

ajudar esses empreen-

dedores, d e s d e b o a s

ideias de negócio, até treinamentos para quem já tem uma empresa e quer melho-rar o desempenho”, encerra.

O QUE É BOM PODE FICAR AINDA MELHOR

Outro exemplo de sucesso é o de Karina Coragem. Ela trabalhava na área comer-cial de uma empresa e costumeiramente frequentava a academia de ginástica, foi neste ambiente que vislumbrou uma boa oportunidade de ganhar um dinheiro a mais. Percebeu que as ‘meninas’, além de estarem cada vez mais preocupadas com o corpo, também, estavam preocupadas com as roupas que vestiam para malhar. “Foi, então, que eu apostei no segmento e abri uma loja de moda praia e fi tness, em parceira com minha irmã”, explica.

A loja foi aberta há um ano, mas segun-do Karina, algumas coisas não funciona-vam bem, em especial, aquelas relacio-nadas à gestão comercial do negócio. A microempresária resolveu procurar o Se-brae para tentar descobrir como melho-rar a performance do empreendimento. “Tive uma consultoria, participei de pa-lestras e descobri a importância de ter um bom sistema de informação que foi implantado. Hoje, controlo diariamente toda a movimentação da empresa atra-vés de planilhas, isso deixou tudo mais organizado”, comemora. O sucesso da loja é tanto que Karina prepara-se para inaugurar a segunda loja, em janeiro, em um famoso shopping, recém-inaugurado

em Fortaleza.

IRATUÃ FREITAS

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7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 16 de dezembro de 2014

VERDE

Abrir e administrar uma empresa exige várias habilidades e conhecimentos. É necessário entender o mercado, o público e fazer um bom planejamento de negócio. Uma boa gestão considera estratégias de marketing, um fl uxo de caixa controlado e passa também por criatividade e inovação.

A articuladora de Atendimento Integrado do Sebrae no Ceará, Alice Mesquita, explica que o Sebrae criou um roteiro para facilitar a abertura da sua empresa. Para ter acesso às informações, basta contar com o Sebrae, seja no ambiente online ou no atendimento presencial e aproveitar as dicas.

VAI ABRIR UM NEGÓCIO?Para tornar um negócio realidade, é preciso perfi l empreendedor, conhecer a realidade do mercado e organizar um plano de negócios.

- DesperteO primeiro passo para alcançar o sucesso é descobrir se você já tem as características do empreendedor.

- ReúnaColete informações para dar subsídio consistente à criação da empresa.

- ConheçaA terceira iniciativa é organizar as informações coletadas. Construa um plano de negócios e defina estratégias para posicionar corretamente a emprei-

tada no mercado.

- ConsulteInforme-se, aprenda sobre gestão financeira, identifique se o projeto trará retorno financeiro.

- FormalizeEsta é uma das etapas mais importantes, pois a empresa formal tem mais chances de fechar parcerias, acessar a linhas de crédito, exportar e receber

subsídios do governo. É mais segurança para os investimentos feitos na empreitada, que viverá em conformidade com as leis federais e estaduais.A informalidade é um risco para o empreendedor. Por exemplo, as mercadorias podem ser apreendidas pelo poder público e fica limitada a possi-

bilidade de crescimento e de divulgação.

FONTE: SEBRAE

O QUE VOCÊ PRECISA SABER PARA INICIAR BEM

SERVIÇOS

J Aldenir Bordados: http://jaldenirbordados.blogspot.com.br/ Rua José Carlos Gurgel Nogueira, 348 – Papicu.Fortaleza/CETelefone: (85)3067-2643/ 3055-2643

Sebrae CE: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ufs/ce Avenida Monsenhor Tabosa, nº 777 - Praia de Iracema.Fortaleza, CearáTelefone: (85)3255 6600

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Magda Maia, da Seuma. “O Seminário é o primeiro passo para a construção de uma política que comtemple a fauna urbana”.

Os principais inimigos dos botos marinhos são as redes de pescas utilizadas de forma indiscriminadas

8 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 16 de dezembro de 2014

VERDE

O boto-cinza é o mamífero marinho que mais morre na costa cearense. Mas essa situ-

ação crítica, quem sabe, poderá mu-dar. Para discutir sobre as espécies que vivem na Cidade, a Prefeitura de Fortaleza, através da Secretaria de Ur-banismo e Meio Ambiente (Seuma), promoveu o I Seminário Municipal de Fauna Urbana, iniciativa para a cons-trução da Política de Fauna do Mu-nicípio de Fortaleza. O evento aconte-ceu dia 12 de dezembro, no auditório do Centro de Humanidades da Univer-sidade Federal do Ceará (UFC).

Por trás do objetivo principal do seminário, a mobilização da sociedade civil organizada, das universidades e do poder público, em torno do debate que fundamentará a construção da Política Municipal de Fauna Urbana. Por isso, o encontro contou com apre-sentações dessas três esferas de estu-dos e propostas de outros segmentos, para alimentar o debate.

Segundo a coordenadora de Políti-cas Ambientais, Magda Maia, da Seu-ma, a ideia do Seminário, desenvolvi-do com metodologia participativa, é o primeiro passo da constituição de uma legislação que comtemple as espécies faunísticas do município de Fortaleza. “Tal política passa por um diagnóstico da fauna urbana e o fortalecimento de parcerias institucionais para o cuida-do com os animais. Além da definição de responsabilidade por parte de três esferas do poder público”.

ALÉM DE CÃES E GATOSHoje, muitas cidades e têm uma

fauna que vai além de cães e gatos. De acordo com a professora de direito constitucional, Ana Maria D’avila Lopes, da Universidade de Fortaleza (Unifor), a fauna urbana é composta por uma fauna silvestre doméstica e

exótica. Ela assinalou que há muita legislação sobre fauna silvestre, mas há poucas normas em relação às out-ras duas. “Os casos que surgem são re-solvidos por decisões judiciais”, disse.

Indagada sobre os impactos ambien-tais de obras como as de mobilidade sobre a fauna urbana, a professora Ana D’avila explicou que “quando se fala de desenvolvimento, tem que ser sustentável, ou seja, tem que cuidar do meio ambiente, mas não se pode co-locar esse cuidado acima da qualidade de vida”.

Em 2011, nossa reportagem apurou uma inquietação por parte dos ambi-entalistas de Fortaleza quanto à revi-talização da Beira Mar. O projeto apre-sentado previa a engorda da praia, com a construção de um aterro hidráulico de aproximadamente 1.130m na faixa costeira e o de um espigão de 230m de comprimento. Tal fato poderia dificul-tar, ainda mais, a sobrevivência do bo-

to-cinza da costa cearense, que utiliza a Enseada do Mucuripe como princi-pal “habitat natural” no Estado e onde vivem cerca de 50 golfinhos.

Naquela época, a bióloga, Ana Caro-lina Meirelles, coordenadora do Pro-grama de Mamíferos Marinhos da Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), apreensiva, disse à nossa equipe, que o mamífero marinho é a espécie que “mais morre na costa cearense”. Por ano, morrem cerca de 80 botos e os principais inimigos destes mamíferos marinhos são as redes de pescas uti-lizadas de forma indiscriminadas.

A bióloga da Aquasis participou do I Seminário. Mais confiante com a possibilidade de construção da nova política, voltada às espécies que vi-vem na Cidade, Carolina Meirelles destacou o pioneirismo da Prefeitura de Fortaleza. “É crucial a intenção da Prefeitura em construir uma política

de fauna urbana. Está sendo pioneira, nisso. Como Fortaleza é um município quase totalmente urbano, não existia essa preocupação”.

SAIBA MAISInédito na esfera pública, o en-

contro foi embasado nas Legislações Federal e Municipal: Constituição Federal de 1988, Lei Complementar Nº140 e Plano Diretor de Fortaleza. Aconteceu após a promoção de uma ação visando mobilizar a sociedade em prol da preservação de espécies marinhas ameaçadas de extinção, como tartarugas e o boto-cinza. Uma corrente humana de abraço e pro-teção simbólicos a esses animais foi formada no Aterrinho da Praia de Iracema, no dia 29 de novembro.

A iniciativa da Seuma contou com a parceria da UFC, da Universidade Estadual do Ceará (Uece), da Unifor e das organizações não governamentais Aquasis e Grupo de Proteção às Tarta-rugas (GTAR/Verdeluz).

Fortaleza começa a construir Política Municipal de Fauna

BIODIVERSIDADE

Inicialmente, o objetivo é mobilizar a sociedade civil organizada, universidades e poder público em torno do debate. Este é o primeiro passo

QUEIROZ NETTO

CAROL MEIRELLES

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9VERDE

FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 16 de dezembro de 2014

POR ELISANGELA [email protected]

ÁREAS VERDES

A área é a mesma, mas com as intervenções a paisagem mudou e ganhou até novos equipamentos como um paraciclo. A nova proposta incentiva o uso da bicicleta

Prefeitura de Fortaleza inaugura o novo Parque Pajeú

Mais Uma vez, o Parque Pajeú é requalifi cado. A Prefeitura de Fortaleza, em parceria com a

Câmara dos Dirigentes Lojistas (CDL), inaugurou o novo Parque Pajeú. O es-paço conta com uma área de mais de 15 mil metros quadrados e foi adotado pela CDL, através do Programa de Adoção de Praças e Áreas Verdes. A solenidade ocorreu no último dia 11, no auditório Gervásio Pegado, na sede da entidade, no Centro da Cidade.

Quem passou por lá percebeu a mu-dança, que vai desde o paisagismo, in-tervenções de manutenção e a instala-ção de novos equipamentos. Entre as ações da reforma estão: pintura de ban-cos e muros, limpeza do Riacho Pajeú, reforço na iluminação, reforma de todo o piso e instalação de um ‘paraciclo’ ou suporte físico onde a bicicleta é presa.

Esta é a segunda vez que a Câmara de Diretores Lojistas adota o local. No início dos anos 1990, a área foi adotada e a parceria reverteu-se em uma ma-nutenção que deu origem a iniciativas como a implantação de uma exposição permanente no parque, de esculturas de artistas cearenses, em 1997, por isso, também é chamado por muitos de Parque das Esculturas.

ENGAJAMENTODurante a solenidade de entrega

da área revitalizada, o prefeito Ro-berto Cláudio disse que a administ-ração pública municipal sempre teve o cuidado de envolver a região cen-tral da Cidade em grandes eventos e ações a exemplo do Natal de Luz, o Liquida Fortaleza e agora, a entrega do Parque Pajeú, em parceria com a CDL. “Este é um espaço privilegiado de Fortaleza, por isso, é um motivo de orgulho para nós”, declara.

O prefeito reconhece a importância

do engajamento do maior número de cidadãos nos processos de revitalização da Cidade. Quanto mais pessoas enga-jadas nessas atitudes, maiores são as chances de sucesso. Num gesto de co-laboração, a população passa a cuidar e se interessar por esse patrimônio que é de todos. Espaços adotados reduzem o custo do poder público e faz surgir uma cultura de solidariedade.

Para a titular da Secretaria de Ur-banismo e Meio Ambiente (Seuma), Águeda Muniz, o balanço é positivo e o projeto é vitorioso. Ela aponta que 40% dessas áreas já foram adotadas, o

objetivo é chegar aos 50% do total de 475 praças da Cidade. Segundo Águe-da, 163 estão em processo de adoção, e 22, totalmente adotadas. “Através do voluntariado, que é uma das premissas do século XXI, as pessoas, sejam elas, físicas ou jurídicas, juntam-se ao poder público para melhorar esses ambien-tes”, afi rma. Cabe à Prefeitura, o paga-mento da iluminação e da água.

“A questão é antes de tudo ambiental, representa o encontro das pessoas em espaços públicos de qualidade. Traduz principalmente o sentimento de per-tencimento, tão importante para o ser

humano. Que em 2015 mais adotantes possam surgir.”

CIDADANIA SUSTENTÁVELDurante o evento, ao ser indagado

se acredita na adesão da população quanto ao uso de bicicletas, Roberto Cláudio disse que considera a questão uma mudança cultural, portanto, de longo prazo. “O importante é que a Prefeitura comece a oferecer a estru-tura para que essa mudança de hábito aconteça”, destaca.

A nova requalifi cação do espaço, con-ta com a instalação de um ‘paraciclo’.

JUKA RODRIGUES

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10 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 16 de dezembro de 2014

VERDE

A Prefeitura de Fortaleza coloca à disposição das entidades da iniciati-va privada e da sociedade civil orga-nizada termos de cooperação, a fim de promover melhorias urbanas me-diante adoção de praças, parques, jardins, canteiros, áreas verdes e demais espaços públicos, buscando melhorias urbanas, ambientais e paisagísticas.

Quem pode adotar área?Pessoas físicas, entidades da ini-

ciativa privada, pessoas jurídicas de direito público ou privado que atuem no ramo empresarial, industrial, co-mercial ou de prestação de serviços e outras entidades atuantes no setor econômico, sociedade civil organi-zada, associação de moradores, so-

ciedade amigos de bairros, centros comunitários, clube de serviços, bem como terceiros interessados.

Objetivo do Programa?A iniciativa visa exclusivamente

permitir que tanto cidadãos como empresas passem a cuidar de áreas verdes do município de Fortaleza, contribuindo com exemplos de cida-dania e responsabilidade social, sen-do permitido em contrapartida que as empresas participantes tenham seus logotipos estampados nestes lo-cais, em placas, com o slogan: “Esta área é conservada pela empresa tal”.

Como adotar uma Praça?Para saber, visite http://www.

fortaleza.ce.gov.br/sites/default/files/livro_final.pdf e acesse a Car-tilha do Programa Adoção de Pra-

ças e Áreas Verdes que traz todas as informações.

PROGRAMA ADOÇÃO DE PRAÇAS E ÁREAS VERDES

Trata-se do primeiro estacionamento de bicicletas da região central. Com acesso gratuito aos cidadãos, o equi-pamento faz parte do Projeto Cidada-nia Sustentável – Para Viver a Cidade, promovido pela Secretaria de Cidada-nia e Direitos Humanos de Fortaleza (SCDH), que visa à conscientização para um consumo sustentável de recur-sos como água, energia elétrica, telefo-nia e combustível.

Nesse primeiro momento, o projeto incentiva o uso da bicicleta como meio de transporte sistemático e oferece melhores condições de estacionamento para quem utilizar o modal, incenti-vando a redução da poluição, utilização do combustível fóssil e do tempo gasto no trânsito. Ao todo, serão disponibili-zadas 70 vagas gratuitas para estacio-namento de bicicletas, especialmente em regiões do Centro e de grande cir-culação: Parque das Crianças, Praça da Estação, Praça José de Alencar, Praça do Ferreira e Praça do CDL.

A iniciativa contará com uma cartilha educativa prevista para circular a par-tir do dia 19 (quinta-feira). O conteúdo será instrutivo e diverso, sobre o uso das bicicletas e segurança, entre outros aspectos.

EXEMPLO VEM DE CASAO titular da SCDH, Karlo Kardozo,

deu o ‘tom’, realmente ‘verde’ à inaugu-ração, ao chegar pedalando uma bici-

cleta. Ele chamou a atenção de todos os presentes ao adotar a velha premissa de que o bom exemplo sempre deve vir de casa. Kardoso, que afi rma usar o meio de transporte diariamente, há quase um ano, foi o primeiro cidadão a utilizar o paraciclo do Parque Pajeú.

O executivo destaca a importância do “Cidadania Sustentável”, sob vários aspectos, dentre eles, o econômico e o social e disse que um dos motivos para iniciar o projeto naquela área é o fato de que existem muitas secretarias in-staladas na região central, além do in-tenso fl uxo de pessoas. “Assim, vamos começar fazendo o dever de casa, ou seja, utilizar a bicicleta, mostrando que quando mudamos de atitude, toda a so-ciedade ganha”, encerra.

BICICLETASA bicicleta faz parte da cultura e do

imaginário humano. Quando o pod-er público estimula, oferecendo in-fraestrutura e condições, é natural que as pessoas sintam-se acolhidas. De acordo com o assessor de projetos da SCDH, Rodrigo de Oliveira, que é um dos responsáveis pela fi nalização do projeto, houve um estudo e pesquisa por um período de oito meses, em que várias pessoas foram ouvidas. Por essa razão, ele acredita que a adesão ao uso da bicicleta já está acontecendo.

“O Plano Diretor Cicloviário (PDC) contempla 524 km de malha ciclo

viária, começou pelo Centro, mas, irá se estender por toda Fortaleza. Eu uso bicicleta diariamente, e posso dizer que a experiência em relação à Cidade é out-ra. Mudam as relações no trânsito, fa-cilita a interação entre as pessoas, isso, não acontece quando circulamos em carros totalmente fechados”, confessa o entusiasmado Rodrigo, que também, integra o Movimento Ciclovida.

“As parcerias são importantes, as mobilizações dos ciclistas demonstram esse interesse em discutir, aprimorar e criticar o que está sendo feito, no in-tuito de melhorar a mobilidade urbana. Nesse sentido, o poder público precisa dialogar com diversos grupos, a fi m de encontrar soluções efetivas para a ci-dade, que tem pressa em melhorar a qualidade de vida dos seus mais de 3 milhões de habitantes”.

CONTRADIÇÃONossa reportagem procurou ouvir a

sociedade civil organizada, sobre o as-sunto. O representante da Associação dos Ciclistas Urbanos de Fortaleza (Ci-clovida), Celso Sakuraba, destaca que o movimento inicial sobre questões ligadas a mobilidade urbana e ao uso de bicicletas surgiu com a pressão so-cial de grupos organizados. A primeira iniciativa aconteceu, exatamente, após a pintura de uma ciclovia na Rua Ana Bilhar, no Bairro Varjota, sentido Cen-tro. Desde então, o poder público vem

discutindo e buscando alternativas para a mobilidade, já que se trata de uma questão de extrema relevância e urgência que atinge os grandes centros urbanos, Fortaleza é um deles.

Para Sakuraba, a Prefeitura é con-traditória. Projetos da administração municipal, como as bicicletas compar-tilhadas, as ciclo faixas de lazer, além do PDC, são iniciativas positivas, mas segundo o ciclista, o problema da pre-feitura é que de um lado ela estimula o processo de mobilidade e do outro, prejudica. Ele cita como exemplo des-sas contradições, o Viaduto do Cocó e os túneis construídos recentemente, na Capital. “Como vou utilizar a minha bicicleta como meio de transporte, se em uma determinada altura cairei em um túnel ou em um viaduto? Isso acon-tece nas avenidas Santos Dumont e An-tônio Sales”, pontua.

SAIBA MAIS O Parque Pajeú foi construído na ad-

ministração municipal de Lúcio Alcân-tara, dentro do Plano de Metas Gover-namentais (Plameg Fortaleza - 1979 a 1983). O principal objetivo foi humani-zar a cidade de Fortaleza, por meio da preservação e proteção de áreas de grande potencial histórico, ecológico e paisagístico, tentando dessa manei-ra evitar a degradação ambiental, tão prejudicial ao ambiente natural e ao urbano, também.

NAYANA MELO

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FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 16 de dezembro de 2014

VERDE

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A Secretaria Nacional de Irrigação (Senir) do Ministério da In-

tegração Nacional (MI) de-baterá a primeira versão da proposta da regulamenta-ção da Política Nacional de Irrigação (Lei 12.787/2013) com agricultores benefi ciá-

rios de projetos públicos do setor. As reuniões serão re-alizadas na segunda-feira (15/12), em Fortaleza (CE), e na terça-feira (16), em Petrolina (PE). Na capital cearense, a Senir se reu-nirá com representantes dos projetos públicos de

irrigação coordenados pelo Departamento Na-cional de Obras Contra as Secas (Dnocs).

De acordo com a coor-denadora de Tecnologia e Operações Agrícolas do Dnocs, Gleyce de Sousa Costa, a reunião será reali-

zada no auditório da Admi-nistração Central, no perío-do de 8:30 às 16 horas, sob a coordenação de Cristiano Zinato, do Grupo de Traba-lho que elaborou a versão inicial, e terá a participação de técnicos e dirigentes dos distritos e associações que

gerenciam os projetos de ir-rigação do Dnocs.

A fi nalidade é discutir o texto da minuta e con-seguir contribuições para seu aprimoramento. Para o secretário nacional de Irri-gação, Pedro Mousinho, é importante que o MI esteja

próximo dos agricultores irrigantes. “Desejamos re-ceber contribuições dos participantes. E aprovei-taremos para apresentar o texto da regulamentação da lei àqueles que ainda não tiveram acesso à proposta”, explica Mousinho.

Política Nacional de Irrigação será debatida no Dnocs

INTEGRAÇÃO NACIONAL

INDICAÇÃO DE LEITURA

O IBGE acaba de lançar o livro “O Censo entra em campo: o IBGE e a história dos recenseamentos agropecuários”. A publicação reúne artigos que fornecem uma visão abrangente da maneira como os censos agropecuários foram execu-tados, tratando tanto de aspectos metodológicos quanto do contexto histórico e social. O lançamento aconteceu dia 10 de dezembro, du-

rante o 42° Encontro Nacional de Economia, em Natal (RN).

O Brasil realizou o seu primeiro Censo Agropecuário em 1920. Os censos seguintes foram realizados em 1940, 1950, 1960, 1970, 1975, 1980, 1985, 1995-1996 e 2006, e todos contribuíram para a evolução da própria agropecuária brasileira.

A publicação também contém um apêndice com perfis de perso-

nalidades importantes na história do IBGE, produzido por Marco Aurélio Martins Santos, e é acom-panhada por um DVD com infor-mações complementares. A publi-cação completa pode ser acessada na página ftp://ftp.ibge.gov.br/Censos/o_censo_entra_em_cam-po.pdf e também poderá ser comprada na loja virtual do IBGE: http://loja.ibge.gov.br/.

Obra conta a história dos recenseamentos agropecuários no Brasil

IBGE

Conflitos socioambientais amea-çam conservação dos ecossistemas costeiro-marinhos, os meios e modos de vida e os direitos socioterritoriais das comunidades tradicionais. Esse foi o assunto debatido no Seminário “Desafios para a Democratização da Justiça na Zona Costeira do Ceará” que reuniu de 9 a 10 de dezembro, re-presentantes do Instituto Terramar, da Universidade Federal do Ceará

(UFC), do Ibama e populações dos territórios afetados.

Segundo a coordenadora de Re-lações Institucionais do Terramar, Rosa Maria Martins, o encontro foi fundamental para fortalecer as or-ganizações comunitárias da região, formadas por sujeitos, com direitos básicos negados, mas que atuam de maneira resistente no processo de de-fesa dos territórios costeiros.

“No Ceará, estes ecossistemas es-tão sendo fortemente ameaçados pe-los impactos ambientais causados por projetos que demandam grande quantidade de recursos naturais e lançam nos rios, mares e manguezais esgotos, agrotóxicos e lixos urbanos”, disse a coordenadora. Os conflitos são gerados a partir da instalação de complexos turísticos, parques eólicos e cultivos de camarão.

DEFINIÇÕESNo encontro, a troca de experiência

foi importante para as comunidades entenderem o contexto geral dos con-flitos socioambientais vivenciados na Zona Costeira. Como resultado, surgiu uma agenda de articulação para o pró-ximo ano entre os movimentos e reu-niões com os órgãos de justiça Estadu-ais e Federais para discutir a situação particular de cada comunidade.

Justiça na Zona Costeira é debatida em seminário DESAFIOS

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FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 16 de dezembro de 2014

VERDE

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SOCIEDADE CIVIL Dia 19 acontece mobilização nacional em favor das florestas

Segundo o Sistema Nacional de Informações Florestais (Snif), o Brasil é um país com aproxima-damente 463,2 milhões de hec-

tares (54,4% do seu território) de cobertura fl orestal, naturais e plantadas, representando a segunda maior área de fl ores-

tas do mundo, atrás apenas da Rússia. Desses 463,2 milhões de hectares 456,1 milhões de hec-tares são fl orestas nativas e 7,1 milhões de hectares de fl orestas plantadas (2012).

Se no Brasil, apesar de tradicio-nalmente não sermos um mode-lo de sociedade preservacionista, ainda somos privilegiados com grandes áreas verdes. Mas já ima-ginou o que é viver em um país sem fl orestas? Esta é a realidade em Malta, Ilhas Marshall e Nau-ru – considerada a menor repú-blica independente do mundo. A pequena extensão territorial é um dos aspectos que estas três nações têm em comum e em territórios muito pequenos a cobertura ve-getal não chega a caracterizar- se como fl oresta.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Agri-

cultura e Alimentação (FAO), para uma área verde ser consi-derada fl oresta deve ter no míni-mo 0,5 hectare (cinco mil m²) e 20 metros de largura dominados por árvores de, no mínimo, 5 me-tros de altura, cujas copas sejam capazes de sombrear pelo menos 10% do solo.

Mas não ter fl oresta não signifi -ca que um país não possa vir a ter. É o caso do Catar, na Península Arábica, que tinha 0 km² de fl o-restas em função do clima desér-tico, mas promoveu um fl oresta-mento nas suas áreas mais férteis durante a década de 1990 e hoje, tem 0,1% de seu território fl ores-tado. O país árabe é conhecido ofi cialmente como um emirado do Oriente Médio e um dos esta-dos mais ricos da região, devido às receitas oriundas do petróleo e do gás natural.

SAIBA MAIS SOBRE FLORESTAS

POR TARCILIA [email protected]

Sem florestas não há vida. Por isso vista sua camiseta verde e participe do movimento pelas

florestas. Grupos organizados sairão em marcha, em várias cidades do País, para, pacificamente, reivindicar mais atenção às florestas. Fortaleza tam-bém está participando do movimento. Os organizadores alertam que a situa-ção dos ecossistemas florestais brasi-leiros só tende a piorar e a Amazônia,

por exemplo, “já está quase num pon-to irreversível”, como vem alertando cientistas de todo o mundo.

As mobilizações estão agendadas para acontecer dia 19 (sexta), em mais de 40 localidades, espalhadas por todas as regiões do Brasil, com exceção de Brasília, que devido ao recesso de fi nal de ano dos parlamentares, antecipou--se e realizou a mobilização na tarde de ontem (15), em frente ao Congres-so Nacional. Em Fortaleza, o encontro será na Praça da Gentilândia, no Bairro Benfi ca, a partir das 18 horas.

SERVIÇOSMOBILIZAÇÃO NACIONAL EM FA-

VOR DAS FLORESTAS#DESMATAMENTOZERO #REFLORESTAMENTO #VAMOSLASANTAREMMais informações: https://www.

facebook.com/events/1574210532790397/?ref=3&ref_newsfeed_story_type=regular

*A noticia foi sugerida pelo leitor do caderno O estado Verde, Luiz Fernando Moraes.

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