O Estado Verde - Edição 22417- 30 de dezembro de 2014

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ANO VI - EDIÇÃO N o 370 FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL Terça-feira, 30 de dezembro de 2014 Páginas 6 e 7 Consumidores pagarão mais por cada 100kWh consumidos. O novo sistema valerá para todo o País a partir de janeiro. Semelhantemente aos semáforos, as cores aparecerão na conta de luz, em função das condições da geração de energia no País. Ano começa com energia mais cara BANDEIRA VERMELHA DIVULGAÇÃO O que pensam os formadores de opinião sobre a questão ambiental para o Ano Novo. eu espero que... Página 12 Página 3 DNOCS Mais de um século de política de convivência com a seca O diretor do órgão federal, Walter Gomes de Sousa, concedeu entrevista exclusiva a o Estado Verde. Segundo ele, a água só é valorizada quando deixa de ser abundante. Páginas 9, 10 e 11 ONU O mundo vai celebrar o Ano Internacional da Luz A iniciativa global, encabeçada pelas Nações Unidas, irá ressaltar aos cidadãos do mundo, a importância da luz e das tecnologias ópticas na vida das pessoas e suas relações com o futuro e o desenvolvimento sustentável da sociedade.

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Jornal O Estado (Ceará)

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ANO VI - EDIÇÃO No 370FORTALEZA - CEARÁ - BRASIL

Terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Páginas 6 e 7

Consumidores pagarão mais por cada 100kWh consumidos. O novo sistema valerá para todo o País a partir de janeiro. Semelhantemente aos semáforos, as cores aparecerão na conta de luz, em função das condições da geração de energia no País.

Ano começa com energia

mais cara

BANDEIRA VERMELHA

DIVULGAÇÃO

O que pensam os formadores deopinião sobre a questão ambiental para o Ano Novo.

eu espero que...

Página 12Página 3

DNOCS Mais de um século de política de convivência com a secaO diretor do órgão federal, Walter Gomes de Sousa, concedeu entrevista exclusiva a o Estado Verde. Segundo ele, a água só é valorizada quando deixa de ser abundante.

Páginas 9, 10 e 11

ONUO mundo vai celebrar o AnoInternacional da LuzA iniciativa global, encabeçada pelas Nações Unidas, irá ressaltar aos cidadãos do mundo, a importância da luz e das tecnologias ópticas na vida das pessoas e suas relações com o futuro e o desenvolvimento sustentável da sociedade.

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O “Verde” é uma iniciativa para fomentar o desenvolvimento sustentável do Instituto Venelouis Xavier Pereira com o apoio do jornal O Estado. EDITORA: Tarcília Rego. CONTEÚDO: Equipe “Verde”. DIAGRAMAÇÃO E DESIGN: Rafael F. Gomes. MARKETING: Pedro Paulo Rego. JORNALISTA: Elisangela Alves. TELEFONE: 3033.7500 / 8844.6873Verde

TARCILIA [email protected]

Sempre que um ano está ter-minando, cresce aquela ex-pectativa do que teremos pela frente. Será que virá um ano de paz, cres-cimento, dificuldades, conquistas... As previ-sões da Astrologia, da Numerologia e do Horóscopo Chinês são positivas. Será o Ano do Carneiro, e com a in-fluência do planeta Marte, 2015 promete muita energia e ação.

De acordo com a Numerologia, a soma de 2015 é 8, significa que pode ser um ano marcado pela ética e a honestidade, além de um grande senso de justiça. Em geral é um ano de sorte, que favorece mu-danças em todos os sentidos. Mudança é a palavra-chave deste ano.

Já que estamos falando de mudança, quanto às mudanças climáti-cas, o que esperar? Será que teremos o sonhado acordo vinculante para conter o aquecimento global? E o Governo brasileiro, o que está fazendo com relação à adaptação a alterações do clima? O que nos reserva 2015 sob o ponto de vista do meio ambiente?

Penso que a mudança climática será a grande protagonista do ano, afinal, não é mais uma ameaça distante, ela já está desafiando nossas comunidades e nossa capacidade de proteger a qualidade do ar que respiramos, e da água que bebemos.

Quero ser otimista, mas preocupa-me a possibilidade de mais um ano em que a agenda ambiental passará ao largo das decisões políticas, afinal, com Kátia Abreu no Ministério da Agricultura e o Aldo Rebelo no comando da Ciência, Tecnologia e Inovação, como confiar em Dilma? Depois dessas indicações... Acaba de repercutir em toda a imprensa nacional, o questionamento levantado por Rebelo, sobre a existência do aquecimento global. Se o novo ministro não acredita no fenômeno, imagine como ficarão as pesquisas do País referentes ao tema.

Com relação à dimensão local, 2014 não foi de todo ruim para Forta-leza, apesar do triste evento do viaduto do Cocó, estou mais otimista com as políticas em andamento. Na Cidade, foram criados novos par-ques (só no papel, por enquanto), foi feito o inventário de emissões de gases de efeito estufa e agora, com as ciclofaixas, está mais fácil peda-lar pelas ruas movimentadas da Capital. Minha expectativa para 2015 é que o Prefeito estenda as vias de ciclistas para as regiões periféricas de Fortaleza, nessas, sim, as vias serão de mais valia.

Termino a coluna dessa semana, agradecendo o apoio recebido du-rante o ano que termina, desejando a todos, um feliz Ano Novo, pleno de saúde, harmonia e prosperidade.

FELIZ ANO NOVO!

Coluna Verde

2 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 30 de dezembro de 2014

VERDE

31 DE DEZEMBRO DE 2014Réveillon de Fortaleza 2015 • Aterro da Praia de Iracema. Mais informações no site: www.fortaleza.ce.gov.br.

1o DE JANEIRO DE 2015Dia Mundial da Paz e Dia da Confraternização Universal • Em 8 de dezembro de 1967, o papa Paulo VI escreveu uma mensagem propondo a criação de um Dia Mundial da Paz, a ser celebrado no dia 1º de janeiro de cada ano. Mas o papa não queria que a comemoração se restringisse apenas aos católicos – para ele, a verdadeira celebração da paz só estaria completa se en-volvesse todos os homens, não importando a religião. “A proposta de dedicar à paz o primeiro dia do novo ano não tem a pretensão de ser qualifi cada como exclusivamente nossa. O desejo é que ela encontre a adesão de todos os ver-dadeiros amigos da paz”, dizia, em sua mensagem, Paulo VI. A ideia “pegou” e, desde então, o primeiro dia do ano é reservado à refl exão, é o dia em que trocamos votos de paz, felicidade e saúde para o ano que está começando. Fonte: Ibge.

6 DE JANEIRO DE 2015Dia da Gratidão • Gratidão ocorre sempre que alguém faz algo que o outro gos-taria que acontecesse, sem esperar nada em troca, e isso faz com

que a pessoa que fez a ação sinta- se feliz, assim como a que re-cebeu a ação. Diz-se que a gratidão, assim como a amizade é um senti-

mento muito nobre e traz junto com ele, uma série de outros sentimentos, como amor, fi delidade, amizade e etc... Gratidão atrai muitas graças, mas é

importante não confundir gratidão com bajulação ou lisonjas, com servilismo.

Exposição reúne trabalhos de artistas cearenses no Estoril • Até 6 de janeiro de 2015, quem passar pelo Estoril, poderá conferir na Galeria Mário Barata, a exposição Feliz Natal! A mostra, que tem a curadoria de Dodora Guimarães, é um Cartão de Natal tridimensional, que reúne presépios festivos, animados pelos fes-tejos dos Reisados e das Cantorias. Os presépios são esculpidos em madeira e molda-dos no barro pelos mestres escultores Manoel Graciano (1920-2014), Maria de Lourdes Cândido (MLC, 1942) e Raimundo Caetano Rodrigues (Racar, 1966). Artistas do povo e reconhecidos Mestres da Cultura Cearense – Tesouros do Patrimônio – Manoel Gracia-no e Maria de Lourdes Cândido, ambos de Juazeiro do Norte, são referências nacionais, tendo suas obras em importantes coleções públicas e privadas. Raimundo Caetano é a promessa da tradicional Escola de Juazeiro do Norte. Serviço:Exposição Feliz Natal!Quando: Em cartaz de 12 de dezembro a 6 de janeiro de 2015Onde: Estoril, na Rua dos Tabajaras, 397 – Praia de Iracema.

AGENDA VERDE

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2015 - Ano Internacional da Luz (IYL 2015). É uma iniciativa global que irá ressaltar aos ci-

dadãos do mundo, a importância da luz e das tecnologias ópticas em suas vidas, para seu futuro, e desenvolvi-mento da sociedade. “É uma opor-tunidade única para inspirar, edu-cação e conexão em escala global”. Como afirma o presidente do Comi-tê Gestor IYL 2015, John Dudley, é uma “tremenda oportunidade” para garantir que os formuladores de políticas internacionais e as partes interessadas “fiquem cientes do po-tencial de resolução de problemas, através da tecnologia da luz”. O ob-jetivo é promover o conhecimento sobre o papel essencial que a luz de-sempenha nas nossas vidas.

O Ano será celebrado, em 2015, por decisão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em reconhecimento à impor-tância das tecnologias associadas à luz na promoção do desenvolvimen-to sustentável e na busca de soluções para os desafios globais nos campos da energia, educação, agricultura e saúde. Criado em 2010, o IYL 2015 “é um projeto transdisciplinar de educação e sensibilização com mais de 100 parceiros em mais de 85 pa-íses, acompanhado pelo Programa de Ciências Básicas Internacional

da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura)”.

A ideia da cria-ção do IYL 2015 foi liderada pelo México, e en-tre os 35 paí-ses que apoia-ram a proposta e n c o n t r a m - s e o Chile, Israel, Nova Zelândia, Rússia, Sri Lanka, Estados Unidos, China, Cuba ou a Ucrânia. Ele incorpo-ra sociedades científicas e sindicatos, instituições de ensino e pesquisa, plataformas de tecnologia, organizações sem fins lucrativos e parceiros do setor privado para promover e celebrar o significado da luz e suas aplicações em 2015. O Brasil, também está en-gajado na causa.

O ANO NO BRASILInúmeras atividades estão sendo

planejadas ao redor do planeta, diri-gidas a audiências de todas as faixas etárias e de todos os níveis cultu-rais. Aqui no Brasil, a 67ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que acontecerá entre os dias 12 e 18 de

julho de 2015, no cam-

pus da Univer-sidade Federal de

São Carlos (UFSCar), em São Carlos (SP) e a próxima

edição da Semana Nacional de Ciên-cia e Tecnologia (SNCT), abraçaram a ideia e terão a luz e suas tecnolo-gias como tema.

O SBPC criou um grupo de trabalho que tem proposto e organizado even-tos no País sobre o tema, que ocor-rerão no próximo ano. E a primeira ação da comissão foi o lançamento da versão, em português, do site do Ano Internacional da Luz.

A solenidade de abertura Ano Inter-nacional da Luz será realizada em Paris nos dias 19 e 20 de janeiro. A resolu-ção, publicada pela Assembleia Geral da ONU que cria o IYL, aponta que o

ano de 2015 coincide com a comemo-ração de alguns marcos importantes relacionados à luz o longo da história da ciência:

1. Os trabalhos em óptica de Ibn Al--Haytham em 1015;

2. O comportamento ondulatório da luz, proposto por Fresnel em 1815;

3. A teoria eletromagnética da luz, proposta por Maxwell em 1865;

4. Os trabalhos de Einstein sobre o efeito fotoelétrico (1905) e sobre o vín-culo entre a luz e a cosmologia no con-texto da Relatividade geral (1915);

5. A descoberta da radiação cósmica de fundo em micro-ondas por Penzias e Wilson em 1965.

6. Os trabalhos de Charles Kao (1965) a respeito do uso de fi bras ópticas nas comunicações.

Saiba mais em: http://www.luz2015.org.br

3FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 30 de dezembro de 2014

VERDE

Assembleia Geral das Nações Unidas celebra a luz e suas aplicações como matéria da ciência e do desenvolvimento tecnológico. A ideia de criação do IYL foi liderada pelo México

Será o Ano Internacional da luz2015

POR TARCILIA REGO

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4 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 30 de dezembro de 2014

VERDE

O Instituto Brasileiro de Geo-grafia e Estatística (IBGE) lança o Mapa Político do Bra-

sil. Em versão impressa e digital, o IBGE apresentou, no último dia 18 de dezembro, na escala 1:2.500.000 (1cm=25km), uma representação cartográfica de todo o território bra-sileiro, informando a distribuição espacial das capitais e cidades, com destaque para as de maior popula-ção. Esse mapa é utilizado como re-ferência em projetos geocientíficos, fornecendo suporte aos tomadores de decisão para o macroplanejamen-to do país e para geração de diversos mapas em escalas menores.

O Mapa Político do Brasil 1:2.500.000, devido a sua ampla dimensão (1.800mmX2.260mm), é disponibilizado nas suas versões, impressa e digital, dividido em 4 quadrantes, a fim de possibilitar sua impressão e manuseio. O produto, completo e por quadrantes, no for-mato PDF poder ser baixado através do linkftp://geoftp.ibge.gov.br/ma-pas_tematicos/mapas_murais/Bra-sil2500_2014/.

As cartas imagem proporcionam uma visão atualizada do território, compatível com os requisitos de re-presentação da escala, e apresentam a denominação dos elementos geo-gráficos de maior relevância. Devido à característica simplificada desse produto, a sociedade pode dispor das informações de forma mais rá-pida do que em relação à produção de uma folha topográfica completa.

Fonte: IBGE.Elaborado a partir da Base Car-

tográfica Contínua do Brasil na es-cala de 1:1.000.000 (1cm=10km), o mapa é composto por limites es-taduais e internacionais, feições hidrográficas, pontos extremos, sistema de transporte, vegetação, energia e comunicações. A edição de 2014 traz a atualização da dis-tribuição territorial brasileira, cor-respondente aos 5.570 municípios do Brasil. A versão do Mapa Polí-tico do Brasil ,divulgada hoje pelo IBGE, retrata a situação populacio-nal com base no Censo Demográfico de 2010. Desde 1940, o IBGE pro-duz o Mapa Político do Brasil.

IBGE lança Mapa Político do Brasil

JORNALISTA E ESCRITOR

MELHOR PREVENIR O Estudo de Impacto Ambiental constitui o

instrumento essencial e obrigatório, para toda e qualquer atividade suscetível de causar sig-nifi cativa degradação do meio ambiente (art. 225, § 1º, inc. III, da CF). É este o caminho natural para a avaliação prévia de impactos ambientais. Todavia, não há como negar o caráter eminentemente preventivo, quanto às degradações ambientais, relativamente a essa espécie de instrumento administrativo. Leve-se, pois em consideração a lição dos franceses, como regra de bom senso: refl etir antes de agir para evitar degradações am-bientais importantes. Ou como se diz cá entre nós: melhor prevenir do que remediar.

PREVENÇÃO DE DANOS

O oitavo princípio em que se arrimam os operadores do Direito é o Princípio da Preven-ção de Danos e Degradações Ambientais. Ele decorre da constatação de que as agressões ao meio ambiente são, em regra, de difícil ou impossível reparação. Isto signifi ca dizer que após consumada uma degradação ao meio ambiente, a sua reparação é sempre incerta e, quando possível, excessivamente custosa. Daí a necessidade de atuação preventiva para que se consiga evitar os danos ambientais.

PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO

Ao nos depararmos com este princípio cada vez maior importância deve ser dada à educação ambiental e à exigência legal, mas, sobretudo a consciência cultural, de que o patrimônio ambiental deve ser preser-vado por todos os meios, com vistas a que as gerações futuras, dele possam desfrutar. A ideia de prevenção se tornou importante de tal forma que a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvi-mento, realizada no Rio de Janeiro, em 1992,

adotou, em sua Declaração de Princípios, o denominado Princípio da Precaução.

RIGOROSA PREVENÇÃO

De acordo com o Princípio da Precaução, sempre que houver perigo de ocorrência de um dano grave ou irreversível, a falta de certeza científi ca absoluta não deverá ser utilizada como razão para se adiar a adoção de medidas efi -cazes para impedir a degradação do meio am-biente, sobretudo em função dos custos dessas medidas. Por outras palavras, mesmo que haja controvérsias no plano científi co com relação aos efeitos nocivos de uma determinada ativi-dade sobre o meio ambiente, em atenção ao Princípio da Precaução essa atividade deverá ser evitada ou rigorosamente controlada.

IMPERATIVIDADE DE PREVENÇÃO

Em muitas situações, torna-se imperativa a cessação de atividades potencialmente degradadoras do meio ambiente, mesmo diante de controvérsias científi cas em relação aos seus efeitos nocivos. Nessas hipóteses, o dia em que se puder ter certeza absoluta dos efeitos prejudiciais das atividades ques-tionadas, os danos por elas provocados no meio ambiente e na saúde e segurança da população terão atingido tamanha amplitude e dimensão que não poderão mais ser rever-tidos ou reparados. Serão, portanto, irreversí-veis. Daí a imperatividade da prevenção.

FELIZ 2015

Que o novo ano seja para os meus leitores como o trinar de milhões de pássaros em que a harmonia da natureza se desvenda como um concerto de extraordinária beleza. E que o verde de nossas matas e fl orestas seja um símbolo do verde da esperança que deve brotar em todos os corações. E que essa esperança se torne re-alidade de todos os seus desejos.

PRINCÍPIO DA AVALIAÇÃO PRÉVIA DOS IMPACTOS AMBIENTAIS DAS ATIVIDADES DE QUALQUER NATUREZA

De dois princípios discorreremos hoje. O primeiro trata da avaliação prévia de impactos ambientais e, indiscutivelmente, constitui um dos princípios basilares do ordenamento jurídico em matéria de proteção do meio ambiente. Está arrimado positivamente, de forma expressa, no art. 225, § 1º, inc. IV, da CF, no art. 9º, inc. III, da Lei 6.938/81 e no princípio 17 da Declara-ção resultante da Conferência do Rio de Janeiro, de 1992. Embora intimamente ligada à ideia de prevenção de danos ambientais, a avaliação de impactos no meio ambiente tem conota-ção mais ampla. Confi gura, de fato, mecanismo de planejamento, na medida em que insere a obrigação de levar em consideração o meio ambiente, antes da realização de atividades e an-tes da tomada de decisões que possam ter algum tipo de infl uência na qualidade ambiental.

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VERDE

POR MARCUS NAKAGAWA*

Sustentabilidade e Recursos Humanos na PMEO empreendedor, por meio de

sua Pequena, Micro e Média Empresa - PME pode traba-

lhar diretamente com as questões de sustentabilidade, pensando e atuando também em temas sociais e ambientais, não somente o fi nanceiro. Entendo que a maioria deve pensar “mas, puxa vida, eu mal dou conta da parte fi nanceira, imagina o restante”.

Não conseguimos tangibilizar mensu-rar as outras duas áreas tão bem como a fi nanceira, ou melhor, não aprendemos muito bem a fazer isso. Na nossa atual realidade modernidade e sistema vigen-te temos somente aprendido a apertar botão e adicionar ou subtrair. Infeliz-mente, o questionamento profundo das áreas sociais, que regem os nossos senti-mentos, valores e, algumas vezes, ações, é deixado de lado, e é tratado como um hobby ou uma questão religiosa pontu-al. E a parte ambiental então, nem se fala, faz parte da nossa tríade do legado: plantar uma árvore, escrever um livro e ter um fi lho.

Mas somente com este legado, ter um fi lho, ou criar um fi lho, ou o que deixar para este fi lho?

No dia a dia da “vida real” estes tipos

de questionamentos, muitas vezes, nem fazem parte dos nossos pensamentos. Imagina se você ainda tem uma equipe na sua empresa para gerenciar e uma meta para bater.

Já que tocamos no assunto de pesso-as, os empreendedores não associam que o cuidar bem da equipe, dar o que a lei exige e mais um pouco, educar o fun-cionário, entre outras ações são também assuntos de sustentabilidade, ligados obviamente ao pilar social.

Tanto é que os principais indicadores de sustentabilidade como o GRI (Glo-bal Reporting Initiative), processo para um relatório de sustentabilidade de uma empresa, ou mesmo os Indicado-res Ethos para Negócios Sustentáveis, possuem uma área nas quais são ques-tionadas práticas de trabalho e direitos humanos. No que se refere a direitos humanos, tem muito a ver com as ques-tões de trabalho infantil, trabalho escra-vo ou análogo a escravo, promoção da diversidade e a verifi cação se o produto ou serviço pode afetar ou impactar al-gum ponto da Declaração Universal dos Direitos Humanos.

Já nas práticas de trabalhos, os indi-cadores são referentes à relação da em-presa com os empregados terceirizados; relações com sindicatos; remuneração e

benefícios; compromisso com o desen-volvimento profi ssional; comportamen-to frente a demissões e aposentadoria; saúde e segurança dos empregados e condições de trabalho; qualidade de vida e condições de trabalho.

Estes questionários são uma base para que a empresa faça uma autoaná-lise e verifi que se efetivamente a orga-nização está dando o devido valor para estes temas ou, como na maioria das ve-zes, este não está sendo um tópico prio-ritário. Após esta análise é necessário engajar mais pessoas e buscar pontos de melhoraria e, fi nalmente realizar as ações e monitorá-las.

Se você está achando que para uma PME é muito difícil pensar em ações concretas de sustentabilidade para a área de recursos humanos, está enga-nado, comece a buscar mais informa-ções sobre o tema. Um bom exemplo, que consta no site do Centro Sebrae de Sustentabilidade, é a empresa K-jet, que trabalha há 16 anos na indústria de inje-ção de termoplástico em Belo Horizon-te, sendo que 70% do seu faturamento vem da cadeia automotiva. Nesta em-presa eles usam telhas transparentes que permitem iluminação natural do interior da fábrica, reduzindo o consu-mo energético; fazem gestão efi ciente

hídrica por meio de sistema de captação de água de chuva usada no processo de resfriamento dos equipamentos (en-chem dois reservatórios de 11 mil litros de água); e fazem a contratação de mão de obra local. Até aqui tudo bem, po-rém, como diferencial na área de recur-sos humanos a empresa permite que o funcionário volte para almoçar em casa para que tenha um maior convívio com a família, mais qualidade de vida etc. Além disso, a empresa também realiza treinamentos, remuneração com dife-renciação e tudo o que está na lei.

Realmente é o início do trabalho. Para os empreendedores que não têm um as-sistente ou secretária para ajudar, vai acabar sobrando mais esta função. Se tivermos uma visão de que estamos ge-rando emprego, treinando gente e me-lhorando vidas, conseguimos dizer que o nosso empreendimento está no rumo do tal desenvolvimento sustentável. Um caminhar diário com muita resiliência, sempre acreditando e mostrando os seus valores é que faz valer a pena esta vida de empreendedor.

*Professor da ESPM; idealizador e

presidente do conselho deliberativo da Associação Brasileira dos Profi ssionais de Sustentabilidade (Abraps).

OPINIÃO

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6 FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 30 de dezembro de 2014

VERDE

POR TARCILIA [email protected]

ENERGIA

Foi dada a largada: a conta está mais cara, e a bandeira é vermelha

A Agência Nacional de Energia Elé-trica (Aneel) encerra o ano com a primeira bandeirada tarifária, e o

brasileiro começa 2015 tendo que arcar com o acréscimo de R$ 3 para cada 100 quilowatts-hora consumidos, da conta de luz. A Aneel informou que a partir de 1º de janeiro, passa a valer o Sistema de Ban-deiras Tarifárias (SBT) e fi xa a bandeira de cor vermelha para os consumidores de todos os estados do País, com exceção do Amazonas, Amapá e Roraima, que ainda não estão interligados com o Sistema Na-cional de energia elétrica.

O novo SBT entrará em vigor para si-nalizar os custos de geração de energia elétrica na fatura mensal dos consumi-dores. A sinalização é feita por três ban-deiras, semelhante aos semáforos, que aparecem em função das condições da geração de energia no País, associado ao volume de água armazenada nos reserva-tórios das hidrelétricas, cujo custo é bem menor do que a geração termelétrica.

R$ 800 MILHÕESA bandeira verde indica que as condi-

ções estão favoráveis à geração de ener-gia e que não há acréscimo na tarifa. A amarela indica que as condições da ge-

ração estão menos favoráveis e a tarifa sofre um acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 kWh efetivamente utilizados. Já a bandeira vermelha, indica que as condi-ções estão desfavoráveis.

De acordo com a Aneel, a bandeira vermelha está sendo aplicada porque a oferta de energia para atender a deman-da dos consumidores está ocorrendo com maiores custos de geração, como, por exemplo, o acionamento de grande quantidade de termelétricas, por parte das distribuidoras, portanto, uma fonte mais cara de geração de energia.

Com as bandeiras, haverá, portanto, uma sinalização mensal do custo de gera-ção da energia elétrica que será cobrada do consumidor, com acréscimo das ban-deiras amarela e vermelha. Essa sinaliza-ção dá, ao consumidor, a oportunidade de adaptar seu consumo, se assim desejar.

“O sistema de bandeiras é para o con-sumidor poder reagir ao momento de preço. Para o consumidor conhecer quanto está custando naquele momento e consumir de uma maneira consciente. É uma ferramenta a mais para melhor adequar o consumo. Se estamos em um momento de escassez e custo alto, por exemplo, ele colabora consumindo me-nos e isso tem um benefício para o sis-tema”, declara o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufi no, à imprensa.

No primeiro mês, a cobrança será feita proporcionalmente ao dia do fechamen-to da fatura de cada cliente. Para as con-tas de luz com fechamento previsto para 10 de janeiro, será cobrada a bandeira tarifária apenas sobre os dez dias de ja-neiro. Os demais 20 dias referentes a de-zembro virão com o valor normal.

A agência estabeleceu o ano de 2014 como período de teste e não cobrou dos consumidores os valores adicionais. A di-vulgação da cor da bandeira válida para o mês de fevereiro será feita em 30 de janei-ro. Estimativas do setor indicam que a ar-recadação adicional do setor elétrico pode chegar a R$ 800 milhões por mês quando a cor vermelha estiver estabelecida e R$ 400 milhões com a cor amarela.

COELCEA dona de casa, Terezinha Ferreira,

moradora da Praia de Iracema, disse que não estava sabendo do aumento, muito menos das “bandeiradas”, e não pareceu surpresa. “Já estou acostumada com os aumentos, são tantos... A novidade é esse negócio de bandeira, e eu só quero ver, se um dia, a Coelce vai mandar uma ban-deirinha na minha conta, indicando que a minha luz vai baixar”. Terezinha ironi-za, dizendo que vai “esperar sentada”. A cada mês, a Aneel vai informar qual ban-deira estará em vigor no mês seguinte.

A Coelce, distribuidora de energia elé-trica que atua em todo o estado do Ceará, informa, através da assessoria de im-prensa, que a empresa já está providen-ciando o devido atendimento às novas exigências relativas ao Sistema de Ban-deiras Tarifárias. “Como distribuidora regulamentada, a Coelce cumpre o que a Agência determina, já que é o órgão re-gulador nacional”. A empresa distribui energia elétrica para aproximadamente 9 milhões de habitantes em todos os 184 municípios cearenses e comunicará, na conta de energia, a aplicação das bandei-ras, conforme o novo sistema tarifário.

A Aneel informa (www.aneel.gov.br) que as empresas de energia elétrica pres-tam este serviço por delegação da União na sua área de concessão, ou seja, na área em que lhe foi dado autorização para prestar o serviço público de distribui-ção de energia elétrica. “Cabe à Agência Nacional de Energia Elétrica estabelecer tarifas que assegurem ao consumidor o pagamento de uma tarifa justa, como também garantir o equilíbrio econômi-co-fi nanceiro da concessionária de dis-tribuição para que ela possa oferecer um serviço com a qualidade, confi abilidade e continuidade necessárias”.

SAIBA MAIS- Os consumidores de energia elétrica

no Ceará pagam as tarifas de energia por meio da conta recebida através da Coel-ce, um valor correspondente à quanti-dade de energia elétrica consumida, no mês anterior, estabelecida em kWh (qui-lowatt-hora) multiplicada por um valor unitário, denominado tarifa, medida em R$/kWh (reais por quilowatt-hora), que corresponde ao preço de um quilowatt consumido em uma hora.

- Para facilitar a compreensão do novo sistema, 2013 e 2014 foram anos testes. Em caráter educativo, a Ane-el divulgou, mês a mês, as bandeiras tarifárias que estariam em funciona-mento nesse período.

Consumidores pagarão mais para cada 100 kWh de energia consumidos. O novo sistema valerá para todo o País, a partir de janeiro, com exceção do Amazonas, Amapá e Roraima

POR QUE A ANEEL CRIOU AS BANDEIRAS?Segundo a Aneel, a energia elétrica no Brasil é gerada pre-

dominantemente por usinas hidrelétricas. Para funcionar, es-sas usinas dependem das chuvas e do nível de água nos reservatórios. Quando há pouca água armazenada, usinas termelétricas podem ser ligadas com a fi nalidade de poupar água nos reservatórios das usinas hidrelétricas. Com isso, o custo de geração aumenta, pois essas usinas são movidas a combustíveis como gás natural, carvão, óleo combustível e diesel. Por outro lado, quando há muita água armazenada, as térmicas não precisam ser ligadas, e o custo de geração é menor.

As bandeiras tarifárias são uma forma diferente de apre-sentar um custo que hoje já está na conta de energia, mas geralmente passa despercebido. Atualmente, os custos com compra de energia pelas distribuidoras são incluídos no cálcu-lo de reajuste das tarifas dessas distribuidoras e são repassa-dos aos consumidores um ano depois de ocorridos, quando a tarifa reajustada passa a valer. Com as bandeiras, haverá a sinalização mensal do custo de geração da energia elétrica que será cobrada do consumidor, com acréscimo das bandei-ras amarela e vermelha. Essa sinalização dá, ao consumidor, a oportunidade de adaptar seu consumo, se assim desejar.

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7FORTALEZA - CEARÁ - BRASILTerça-feira, 30 de dezembro de 2014

VERDE

A aplicação das bandeiras é realizada conforme os valores do Custo Margi-nal de Operação (CMO) e do Encargo de Serviço de Sistema por Segurança Energética (ESS-SE) de cada subsiste-ma.

O Custo Marginal de Operação (CMO) equivale ao preço de unidade de energia produzida para atender a um acréscimo de demanda de carga no sistema;, uma elevação deste custo in-dica que a geração de energia elétrica está mais custosa. Um CMO elevado pode indicar níveis baixos de armaze-namento de água nos reservatórios das hidrelétricas e condições hidrometeo-rológicas desfavoráveis, isto é, poucas

chuvas nas bacias dos rios. O CMO também é impactado pela previsão de consumo de energia, de forma que um aumento de consumo, em decorrên-cia, por exemplo, de um aumento da temperatura, poderá elevar o CMO. Quando isso acontece, as usinas terme-létricas entram em operação para com-pensar a falta de água dos reservatórios das usinas hidrelétricas ou o aumento de consumo e, assim, preservar a ca-pacidade de geração de energia dessas hidrelétricas nos meses seguintes.

Já os Encargos de Serviço do Sistema (ESS) são aqueles decorrentes da ma-nutenção da confi abilidade e da estabi-lidade do Sistema Interligado Nacional

(SIN). Os custos de ESS por seguran-ça energética advêm da solicitação de despacho do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) para realizar geração fora da ordem de mérito de custo, ou seja, despachar geração mais custosa (térmicas), visando garantir a futura segurança do suprimento ener-gético nacional.

Juntos, o CMO e o ESS-SE determi-nam a bandeira a ser adotada em cada mês, por subsistema:

• Bandeira verde: CMO + ESS-

-SE menor que R$ 200,00/MWh (du-zentos reais por megawatt-hora);

• Bandeira amarela: CMO + ESS-SE igual ou superior a R$ 200,00/MWh e inferior a R$ 350,00/MWh;

• Bandeira vermelha: CMO + ESS-SE igual ou superior a R$ 350,00/MWh

Uma vez por mês, o ONS calcula o CMO nas reuniões do Programa Men-sal de Operação (PMO) - quando tam-bém é decidido se haverá ou não a ope-ração das usinas termelétricas e o custo associado a essa geração. Após cada reunião, com base nas informações do ONS, a Aneel aciona a bandeira tarifá-ria vigente no mês seguinte.

Fonte: Aneel

COMO FORAM CALCULADOS OS CUSTOS DE CADA BANDEIRA?

Por meio do sistema, o consumidor poderá identifi car a bandeira do mês e reagir à sinalização com o uso inteligente da energia elétrica, sem desperdício.

CONSCIÊNCIA ALTA, CONTA BAIXA

•Atenção! Condições de geração de energia menos favoráveis. A tarifa terá acréscimo de R$ 1,50 para cada 100 quilowatts--hora (kWh) consumidos.

•Condições mais onerosas de geração naquele com maior acionamento de termelétricas, a tarifa sofre acréscimo de R$ 3 a cada 100 kWh.

•Condições favoráveis: signifi ca que os custos para gerar energia naquele mês foram baixos. A tarifa não sofre acréscimo .

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VERDE

Companhia está entre as 20 mais poluidoras do mundo

PETROBRAS

Se já não bastassem as consequências da Operação Lava Jato, agora a empresa tem outra questão para resolver – a ambiental. Acaba de entrar em uma lista negra de emissões de CO2

O problema, agora, é ambien-tal. A Petrobras, além de en-volvida em grande escândalo

de corrupção e lavagem de dinheiro, acaba de ter o nome incluído na rela-ção das 20 empresas mais poluidoras do mundo. A estatal, de acordo com um relatório elaborado pela Thom-son Reuters, divulgado esta semana, aparece na 20ª colocação, com emis-sões de 73,4 milhões de toneladas de dióxido de carbono equivalentes (CO2e). A primeira colocada é a chi-nesa Petrochina, com 310,5 milhões de toneladas de dióxido de carbono e equivalentes.

O estudo analisa as emissões das 500 maiores companhias do mundo, que juntas, representam 28% do PIB (Produto Interno Bruto) global em termos de receita, assim como o es-forço dessas empresas, no sentido de reduzir as emissões de poluentes. Es-sas companhias, afirma o relatório, foram responsáveis por 13,8% das emissões globais de gases de efeito estufa em 2013.

4,96 GIGATONELADAS De acordo com o documento, as

emissões poluentes das 500 maiores empresas do mundo cresceram 3,1% de 2010 a 2013, até 4,96 giga tonela-das por ano de dióxido de carbono. No mesmo período, essas emissões deveriam ter caído 4,2% para haver uma probabilidade de manter a ele-vação média da temperatura global nos 2ºC previstos pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Am-biente (Pnuma).

Só as 20 primeiras colocadas res-ponderam por 56% das emissões

das 500 maiores empresas em 2013, de acordo com o relatório. Para che-gar ao resultado, os pesquisadores analisaram a evolução das emissões de 2010, ano-base para o cálculo das emissões de gases de efeito es-tufa, até 2013, o último ano com da-dos completos.

O mesmo relatório mostrou que a mineradora Vale reduziu suas emis-sões em 23% ,principalmente devido à venda de seus ativos de alumínio e também por alterações em sua infra-estrutura em 2013.

REINCIDENTESEm setembro de 2013, um docu-

mento da organização independen-te, Carbon Disclosure Project (CDP), especializada no reporte climático de empresas, também destacou as duas empresas brasileiras – Petrobras e Vale - entre as maiores poluidoras: a primeira, no setor de energia, e a se-gunda, no setor de materiais.

CRISENo centro daquele que parece ser

o maior escândalo de corrupção e lavagem de dinheiro do País, co-nhecido como Operação Lava Jato, a Petrobras é investigada no Brasil, nos Estados Unidos e na Suíça. O escândalo envolve dezenas de polí-ticos e as maiores empreiteiras do País, algumas com seus principais executivos presos há mais de um mês em Curitiba.

Por causa da Lava Jato, a empre-sa atrasou a divulgação de seu ba-lanço auditado do terceiro trimestre de 2014, que, inicialmente, deveria ter sido publicado em novembro. A Petrobras tentou apresentar um ba-lanço não auditado em 12 de dezem-bro, sem sucesso.

POR TARCILIA REGO

Confi ra a lista das 20 empresas que mais poluíram em 2013:

1-Petrochina Company Limited – 310,5 milhões de toneladas de CO2eq2- China Petroleum & Chemical Corp. – 294,4 milhões de toneladas de CO2eq3- Arcellor Mittal – 207 milhões de toneladas de CO2eq4- NTPC Ltd – 200,9 milhões de toneladas de CO2eq5- RWE AG – 167,2 milhões de toneladas de CO2eq6- GDF Suez – 153,3 milhões de toneladas de CO2eq7- Duke Energy Corporation – 136,1 milhões de toneladas de CO2eq8- Gazprom OAO – 131,8 milhões de toneladas de CO2eq9- Exxon Mobil Corporation – 126 milhões de toneladas de CO2eq10- E.ON SE – 120,7 milhões de toneladas de CO2eq11- Enel SPA – 115,6 milhões de toneladas de CO2eq12- American Eletric Power Comp., Inc – 115 milhões de toneladas de CO2eq13- Nippon Steel – 114 milhões de toneladas de CO2eq14- Holcim Ltd – 102,1 milhões de toneladas de CO2eq15- The Southern Company – 102 milhões de toneladas de CO2eq16- Lafarge S.A. – 92,5 milhões de toneladas de CO2eq17- Posco – 88,1 milhões de toneladas de CO2eq18- Royal Dutch Shell – 83 milhões de toneladas de CO2eq19- EDF – 80 milhões de toneladas de CO2eq20- Petrobras – 73,4 milhões de toneladas de CO2eq

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POR TARCILIA REGO

DNOCS

O diretor do órgão federal, Walter Gomes de Sousa, concedeu entrevista exclusiva ao Estado Verde. Disse que só valorizamos o recurso hídrico, quando ele deixa de ser abundante

Mais de um século de políticade acumulação de águas

A escassez de água doce já é um pro-blema de ordem mundial. Quem é nordestino conhece bem essa rea-

lidade e o seu signifi cado, afi nal, a maior parte da região Nordeste está inserida em zona semiárida e sujeita, de forma quase recorrente, a longos períodos de estia-gem. A falta de chuva, ainda é o grande fantasma que assombra e causa sofrimen-to às populações que ‘enfrentam’, de um jeito ou de outro, sob os impactos da seca.

Com o fenômeno das mudanças cli-máticas, questões ligadas aos recursos hídricos, agora, assombram, também, outras regiões do Brasil e deixam de ser ‘privilégio’ de nordestino. São Paulo, por exemplo, vive grave crise de abastecimen-to de água e tem como pano de fundo as alterações do clima e a falta de planeja-mento hídrico. Se comparada ao Esta-do paulista, e mesmo após as estiagens prolongadas registradas em 2010, 2012 e 2013, a situação por aqui é mais confor-tável considerando que a região, há mais de 100 anos, conta com o apoio técnico do Departamento Nacional de Obras contra a Seca (Dnocs).

O Caderno O Estado Verde teve a opor-tunidade de uma longa e boa conversa com o diretor geral do órgão, Walter Go-mes de Sousa, sobre a água, o papel do Dnocs e do cidadão em geral, nesse con-texto de carência hídrica. O papo com o, também, engenheiro civil, aconteceu na sala da diretoria, ambiente amplo e acolhedor, cercado de boas memórias. Na parede principal, ele nos aponta uma bela fotografi a do Açude do Cedro, cons-truído em 1898 e hoje, tombado pelo pa-trimônio histórico.

Na ocasião, ele destacou a importân-cia do órgão que desde sua criação, em 1909, até hoje, atua em diversas frentes, através de uma política de acumulação de águas, como construção de açudes, poços, perímetro irrigado, cisternas, e

ainda, com projeto voltado à piscicultu-ra. Para Gomes, “enquanto usufruímos da água em abundância pouco a valori-zamos, mas quando o recurso começa a rarear, despertamos para a sua impor-

tância estratégica”. Por exemplo, a falta de água já come-

ça a comprometer a produção de ale-vinos - fi lhotes de peixe – em projetos de piscicultura. Mesmo assim, no Cen-

tro de Pesquisas em Aquicultura e nas 14 estações de piscicultura sob a tutela do Dnocs, “a produção, deste ano, fi cou em torno de 35 milhões de alevinos e o principal laboratório do Ceará, fi ca no município de Pentecoste, produzindo 100 mil quilos de peixes por ano”.

ESTRATÉGIASob o ponto de vista estratégico, o

Dnocs é importante para todos os es-tados do Nordeste, há anos prepara a Região para enfrentar períodos de seca. Aqui no Ceará, ele [Dnocs] man-tém uma forte tradição por concentrar a sede do órgão, que a princípio, poderia estar na Paraíba, Piauí, enfi m, em qual-quer outro Estado. “Há um componen-te político presente, mas, independente disso, queremos fazer da melhor manei-ra, aquilo para o qual nos propomos”, declara Walter.

Desde 1909, o órgão estuda, planeja e implanta e implementa ações de enfren-tamento das cíclicas secas que assolam o Semiárido. Até 1959 foi a única agên-cia governamental federal executora de obras de engenharia na região, cons-truiu grandes açudes, como Orós, Bana-buiú, Araras, Castanhão, no Ceará, Bo-nito e Armando Ribeiro Gonçalves, no Rio Grande do Norte. O último é con-siderado o maior reservatório de água, construído e administrado pelo Dnocs, no Estado vizinho.

Só o Ceará, de acordo com o Setor de Monitoramento Hidrológico, “possui 66 açudes construídos e administrados pela Coordenadoria Estadual, com uma capa-cidade total de 15.625.796.000m3, corres-pondendo a 85% de toda água passível de ser armazenada e monitorada no Estado”.

REESTRUTURAÇÃOO Dnocs conta com profi ssionais téc-

nicos e especialistas nas mais diversas áreas de formação, engenheiros, geólo-gos, geógrafos entre outros. “Mas até o

BETH DREHER

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ano de 2018, o órgão perderá mais de 60% dos funcionários, pois, che-garão à idade limite para aposenta-doria”. Por isso, o Departamento en-tregou um projeto ao Ministério da Integração Nacional (MIN) que visan-do a reestruturação do órgão, propõe a realização de concurso público.

Segundo Walter Gomes, para garan-tir que o conhecimento dessa geração seja repassado para a nova geração é preciso agilidade em todo o processo. “O governo está decidindo e a expecta-tiva é que essas mudanças ocorram, o mais rápido possível, e de forma con-comitante, ou seja, reestruturação e concurso público”, disse.

SEGURANÇA HÍDRICAO dirigente do Dnocs, também falou

sobre Segurança Hídrica e reconhece que é vital para todos os setores sociais e econômicos. Porém, esclarece que não é de responsabilidade do órgão, garantir a oferta de água para o abastecimento humano e para as atividades produtivas em situações de seca, estiagem ou de-sequilíbrio entre a oferta e a demanda do recurso, em quantidade e qualidade. “Atualmente, é uma responsabilidade das companhias de saneamento” e claro que o Dnocs entende que “a água, para o abastecimento humano, sempre será prioridade, depois para uso com irriga-ção, e por fi m, na indústria”.

“A Companhia de Gestão dos Re-cursos Hídricos (Cogerh) e a Agência Nacional de Águas (ANA) controlam a distribuição do recurso natural. Elas de-cidem qual o volume de água sairá para cada situação. É um trabalho sério que vem sendo feito. Acompanhamos agora o que está acontecendo em São Paulo, e a ANA está sendo muito importante nesse momento”, disse, destacando que é preciso a união de algumas institui-

ções, formando parcerias, para que as coisas funcionem de modo

integrado e coordenado. “Outra questão urgente perpassa a educação em

sentido amplo”, ressalta. De acordo com o engenheiro, o cidadão na maioria das vezes desconhece a complexidade de alguns processos, o que difi culta o tra-balho das equipes. Por exemplo: o trata-mento de água. O País está aprendendo a conviver com esgotos. “Tratamento de água de esgoto é caro, além disso, exige tecnologia avançada”.

ÁGUA NÃO TEM PREÇO “No mundo não cabe 7 bilhões de pes-

soas”. Mais uma vez, o quesito educação vai importar e muito na relação do indi-víduo com os recursos naturais é preci-so mudança no padrão de consumo. “A geração do excesso e do consumismo leva a esse exagero até com a natureza. Racionalizar é urgente, sob pena de es-gotarmos de vez, o líquido tão precio-so”, alerta o dirigente, sempre levantan-do a questão da educação ambiental e sustentabilidade hídrica.

“O benefício de ter água não tem

preço. Com

o uso da caixa de água padronizada já se tem controle e uma economia. Va-mos imaginar que um bilhão de pes-soas resolvem fazer a sua parte com o uso consciente da água. No final, isso fará grande diferença em nossos re-servatórios e consequentemente, em nossas vidas. Economias de luz e de água são essenciais.”

Para Walter, a tecnologia, também, virá em nosso favor e trará soluções para o problema da seca que sempre será urgente. Para ele, a principal fa-lha é esquecer o problema no período chuvoso, relaxando no racionamento e quanto ao Dnocs, seria importante “desenvolver um programa educativo voltado à produção, armazenamento, gasto e economia da água. Equacionar o sistema de abastecimento para evitar chegarmos à água do mar”.

CASTANHÃOA água se torna um desafio cada

vez maior e atinge um alto ní-vel de complexidade, que só muita

chuva resolve. Vive-se uma das piores secas da história do Ceará. “São três anos, ainda estamos confortáveis gra-ças ao Açude Castanhão”, diz Walter. “A barragem é mesmo motivo de or-gulho para o cearense”. Mas dirigente demonstra preocupação com a situa-ção do reservatório.

O açude tem 6,7 bilhões de metros cúbicos, está com menos de 2, ou seja, perdeu 4,7 bilhões. “Agora, é torcer para que o ano de 2015 nos surpreen-da, já que os meteorologistas ainda não sabem precisar esses números”. Gomes lembrou que quando foi concluído em 2002, “quase como um milagre, o Cas-tanhão encheu em apenas 29 dias, pois, chovia muito naquele ano”.

De acordo com o Dnocs, o “Ceará en-frentou em 2012 e 2013, a sexta e sétima piores secas desde 1950, quando choveu respectivamente em média no Estado, 352,1mm e 378,3mm, e, vem sendo cas-tigado novamente em 2014, com uma nova seca, porém, menos rigorosa de acordo com a Funceme, quando choveu 24 por cento abaixo da média histórica”.

NÃO NOS ADAPTAMOS A SECA?Questionamos o representante do

Dnocs: por que, mesmo após mais de 100 anos de políticas de ‘enfrentamen-to’ aos longos períodos de estiagem, ainda não nos adaptamos com a situa-ção de seca? “Porque o problema é pe-sado”, responde. Esta é uma questão tão recorrente que causa certa inquietação em toda a população, especialmente no Nordeste do País. Atualmente, são seis-mil caminhões pipa trabalhando só na nossa região, mas, a distribui-ção é lenta e o custo muito alto para o Governo Federal. “Sem falar das distâncias percor-ridas”, destaca.

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O Dnocs está benefi ciando 21.609 fa-mílias cearenses com a instalação de cis-ternas, através do Programa Água para Todos, sob a coordenação do Ministé-rio da Integração Nacional. Deste total, 14.983 cisternas de polietileno já foram implantadas em 12 municípios, enquan-to 6.626 reservatórios estão previstos

para benefi ciar os municípios de Mom-baça (4.374) e Morada Nova (2.234).

Maranguape foi a cidade que mais recebeu reservatórios, somando 3.723 implantações concluídas. As outras cidades benefi ciadas com instalações já fi nalizadas são: Barro (1.081), Cata-rina (488), Ibicuitinga (692), Jardim

(2.841), Maranguape (3.723), Palha-no (419), Russas (2.366), Saboeiro (1.853), São João do Jaguaribe (366), Tabuleiro do Norte (1.154).

O Programa Água para Todos do Go-verno Federal foi criado para realizar repasses de recursos para a implemen-tação de ações que visem garantir acesso

à água para comunidades rurais cujos habitantes se encontram em situação de vulnerabilidade social. Ele prioriza a população que vive na extrema pobre-za, de acordo com os critérios defi nidos no decreto de sua criação (7.535/2011), articulando ações com diversos órgãos e instituições federais.

Dnocs benefi cia 21.609 famílias com a implantação de cisternas no Ceará

Dnocs do passado?É uma das coisas bonitas desse Nordeste.Dnocs de hoje?

Motivo de preocupação já que queremos fazer o melhor.Dnocs do futuro?

É a esperança de deixar o melhor para as gerações futuras.Qual a mensagem fi nal?

Que cada ser humano se conscientize da responsabili-dade com a água. No mundo, ela existe para uso li-

mitado. Quanto mais economizamos mais livramos os outros da sede.

PING PONG

A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos prestou grande homenagem ao Dnocs, com lançamento de um selo.

A homenagem deve-se aos 105 anos de história. O diretor do órgão ressalta o orgulho de fazer parte dessa construção. “É uma

grande responsabilidade tratar o problema da seca, imagine o mo-mento que atravessamos de um longo período de estiagem, sem falar,

das perspectivas meteorológicas que apontam para o ano de 2015 com poucas chuvas”, lamenta.

HOMENAGEM DOS CORREIOS

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Com a proximidade de 2015, fi ca a pergunta: O que esperar do novo ano, ambientalmente falando? O Estado Verde levantou a expectativa de alguns formadores de opinião, aí vão elas.

Antônio Renato de Lima Aragão, Coordenador da Unidade de Meio Ambiente (UMA) da Federação das Indústrias do Estado do Ceará (Fiec).

Maria José Holanda, coordenadora de Educação

Ambiental do Conselho de Políticas e Gestão do Meio Ambiente (Conpam).

Eduardo Frota, empresário e diretor da Ziatech

Júlia Manta, ambientalista e integrante do Movimento Pró- Árvore

Renato Albuquerque FelipeDiretor presidente da Ceneged

Alexandre Costa, físico cearense, integrante do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas (PBMC)

ASPAS VERDES

“Minhas expectativas são as melhores possíveis. Ob-servo que as pessoas estão se capacitando da escola a indústria para o devido tratamento das questões ambientais. Do ponto de vista da indústria, são melhores. O presidente Beto Studart já sinalizou, a partir de 2015, que o tema vai crescer, ainda mais, na Fiec. Estou otimista, cada vez mais, as pessoas internalizam, que as gera-ções futuras, também, devem usu-fruir dos recursos naturais.”

“Como toda educadora ambiental, sou otimista e tenho a visão de que tudo possa ser melhor em 2015. Além do mais, considerando a nova gestão, o governador eleito, por formação e vivência profi ssional, traz a questão am-biental muito forte em seu perfi l. Acredito que ele dará mais ênfase ao tema, e acredito que existe no novo Gover-

no, mais sensibilidade no trato do assunto.”

“A questão ambiental, cada ano, fi ca mais crítica. Observamos durante 2014 a seca que assolou o Estado de São Paulo, não por

coincidência, o desmatamento da fl oresta amazônica teve

um aumento conside-rável. São áreas muito distantes entre si, mas

que formam um mesmo sistema climático do País.

A escassez de chuva, aliada à má gestão do setor elétrico no Brasil, trará impactos fortes ao fornecimento de energia para os

próximos anos. O grande potencial eólico e solar do País desponta como

um caminho a seguir. Porém, essas gerações são soluções paliativas para o cenário atual do setor, e também, esbarram na difi culdade de fi -

nanciamento e de fornecimento de equipamen-tos para curto e médio prazos. Talvez, uma solução

seria ampliar os leilões de energia e fl exibilizar as linhas de fi nanciamento para projetos de energias renováveis.”

Em 2015, desejo que nós, que lutamos em prol das árvores e de um mundo de mais delicadeza e amor, te-nhamos muita força pra continuar, porque as expectati-vas não são boas. Mas que a gente consiga converter esse quadro calamitoso, conseguindo mais mentes e corações pra se unir a nossa causa.

“As ações socioambientais pre-cisam ter maior foco em 2015. As evidências são cada vez mais claras que nosso planeta precisa de ajuda. Uma prova clara é a escassez acelerada dos recursos hídricos. A sociedade precisa repensar seu comporta-mento e as empresas têm papel fundamental em implementar e desenvolver ações sustentáveis e criativas que funcionem de dentro para fora, de modo que a sociedade incorpore. A expansão das energias renováveis passa a ser uma necessida-de eminente e espero que possa ser mais acessível a todas as camadas.”

“Infelizmente, não vejo 2015 com otimismo no que diz respeito às temáticas ambientais. Localmente, o gover-nador eleito já acena para a continuidade das políticas do Governo anterior, que podem ser resumidas como desas-trosas. Em apenas um ano, por conta do acionamento da termelétrica do Pecém, as emissões de CO2 no Ceará cresceram 15%, quando todos os esforços deveriam se voltar para reduzi-las.” Nacionalmente, Dilma sinalizou no sentido de ignorar o necessário cuidado ambiental, ao indicar como ministros Kátia Abreu e Aldo Rebelo. E global-mente, ainda temo que a COP21 (paris 2015), não feche um acordo vinculante com a força necessária para conter o aquecimento global abaixo de dois graus, como espera a comunidade científi ca. Minha única expectativa positiva, vai no sentido de um aumento do grau de consciência ambiental em nossa sociedade. A solução passa pelas ruas, pelas aldeias, pela mobilização dos mais atingidos pelas catástrofes climáticas e ambientais.”