O futuro da Segurança Pública no Brasil e o legado dos grandes eventos

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O FUTURO DA SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL E O LEGADO DOS GRANDES EVENTOS Publicado por Employee Communications en Headline News el 11-sep-2014. Paulo Cunha, presidente da Motorola Solutions no Brasil, recentemente publicou um artigo sobre o futuro da segurança pública no Brasil e o impacto a longo prazo quando é aplicada a eventos tão visíveis como a recente Copa do Mundo e as Olimpíadas em 2016. O artigo foi publicado em um importante website brasileiro, Telequest, que fala sobre as tendências do mundo digital. Por Paulo Cunha A Seleção Brasileira de Futebol não conquistou o almejado "hexa", mas os brasileiros podem, sim, comemorar os resultados da Copa do Mundo. O País foi considerado por diversos veículos de comunicação, nacionais e internacionais, como um dos lugares mais seguros e também um dos melhores para assistir aos jogos. Agora, o Brasil inicia uma nova etapa para a organização da Olimpíada e, para garantir ainda mais qualidade em termos de infraestrutura e segurança para todos, é necessário focar nos investimentos em segurança pública. Diante desse cenário, coloco como reflexão o legado que o primeiro evento deixou para a população brasileira, principalmente em termos de segurança, e quais as perspectivas nessa área para depois de 2016. . Um dos pontos bastante comentados durante o mundial foi o fator "se sentir seguro", mencionado por turistas e cidadãos. Essa questão, que deveria estar entre as prioridades dos governos, muitas vezes é negligenciada sem que sejam criadas políticas públicas estruturadas, com metas e investimentos definidos em curto, médio e longo prazo. Hoje, o que percebemos é que, principalmente em época de eleições, os pontos-foco dos candidatos estão relacionados à educação e à saúde. Não há dúvidas de que esses dois setores são extremamente críticos e devem ser prioridade em qualquer país, mas a segurança é o que define como o cidadão se sente em relação a sua própria cidade e o que torna o país atrativo para morar e, principalmente, para investir. . A segurança pública ganhou visibilidade e destaque devido aos importantes eventos mundiais sediados pelo Brasil: Copa do Mundo e Jogos Olímpicos. Esse é um efeito da modernização trazida pela Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), deixada como legado da Copa do Mundo. O desafio de integrar as 12 cidades-sede não só geograficamente, mas também em termos de comunicação da Polícia Federal, Exército, Força Nacional de Segurança e Forças Policiais de cada Estado, foi um aprendizado que

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Paulo Cunha, presidente da Motorola Solutions no Brasil, recentemente publicou um artigo sobre o futuro da segurança pública no Brasil e o impacto a longo prazo quando é aplicada a eventos tão visíveis como a recente Copa do Mundo e as Olimpíadas em 2016. O artigo foi publicado em um importante website brasileiro, Telequest, que fala sobre as tendências do mundo digital.

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O FUTURO DA SEGURANÇA PÚBLICA NO BRASIL E O LEGADO DOS GRANDES EVENTOS

Publicado por Employee Communications en Headline News el 11-sep-2014.

Paulo Cunha, presidente da Motorola Solutions no Brasil, recentemente publicou um artigo sobre o futuro da segurança pública no Brasil e o impacto a longo prazo quando é aplicada a eventos tão visíveis como a recente Copa do Mundo e as Olimpíadas em 2016. O artigo foi publicado em um importante website brasileiro, Telequest, que fala sobre as tendências do mundo digital. Por Paulo Cunha

A Seleção Brasileira de Futebol não conquistou o almejado "hexa", mas os brasileiros podem, sim, comemorar os resultados da Copa do Mundo. O País foi considerado por diversos veículos de comunicação, nacionais e internacionais, como um dos lugares mais seguros e também um dos melhores para assistir aos jogos. Agora, o Brasil inicia uma nova etapa para a organização da Olimpíada e, para garantir ainda mais qualidade em termos de infraestrutura e segurança para todos, é necessário focar nos investimentos em segurança pública. Diante desse cenário, coloco como reflexão o legado que o primeiro evento deixou para a população brasileira, principalmente em termos de segurança, e quais as perspectivas nessa área para depois de 2016. . Um dos pontos bastante comentados durante o mundial foi o fator "se sentir seguro", mencionado por turistas e cidadãos. Essa questão, que deveria estar entre as prioridades dos governos, muitas vezes é negligenciada sem que sejam criadas políticas públicas estruturadas, com metas e investimentos definidos em curto, médio e longo prazo. Hoje, o que percebemos é que, principalmente em época de eleições, os pontos-foco dos candidatos estão relacionados à educação e à saúde. Não há dúvidas de que esses dois setores são extremamente críticos e devem ser prioridade em qualquer país, mas a segurança é o que define como o cidadão se sente em relação a sua própria cidade e o que torna o país atrativo para morar e, principalmente, para investir. . A segurança pública ganhou visibilidade e destaque devido aos importantes eventos mundiais sediados pelo Brasil: Copa do Mundo e Jogos Olímpicos. Esse é um efeito da modernização trazida pela Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC), deixada como legado da Copa do Mundo. O desafio de integrar as 12 cidades-sede não só geograficamente, mas também em termos de comunicação da Polícia Federal, Exército, Força Nacional de Segurança e Forças Policiais de cada Estado, foi um aprendizado que

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ficará para o próximo governo. . Para que isso acontecesse de maneira rápida e segura, foi necessário um sistema de comando de comunicação crítica. E foi a partir desse momento que esse tema se tornou um elemento integrado e integrador em âmbito nacional. Integrado por conta do sistema de radiocomunicação, usado para unir as diversas forças estaduais e federais. Integrador porque esse projeto formou um conjunto de sistemas que permite ter a melhor visualização do contexto e do comando. . Trata-se de um primeiro balanço, que terá seus próximos capítulos em breve, mas já começou a ser escrito durante esse grande evento. A pergunta é: "O que os próximos governos vão fazer para expandir um sistema como esse?" Percebemos que existe uma vontade política, mas transformar esse tema em uma questão de Estado não exige somente esforços isolados. É necessário que essa vontade saia do individual e passe para o coletivo, de modo que a questão seja vista pelos governantes como uma necessidade nacional para ser implementada em um sistema único de segurança nacional. Se, em cinco anos, conseguíssemos gerar estímulos aos governos estaduais e federais para a convergência de esforços e investimentos a fim de que essas múltiplas agências comecem a trabalhar em conjunto, colocando o cidadão em foco, as referências conquistadas nos Estados-sede seriam marcos históricos no Brasil. Muitos falam das arenas construídas para a Copa do Mundo, mas, para o cidadão, o conceito de integração em segurança pública em diversas forças, em conjunto com as TICs, são os grandes diferenciais que colocam o Brasil em uma posição de destaque. . Hoje, o Brasil investe cerca de US$ 500 milhões por ano em TIC nas policias estaduais (fonte: Leis Orçamentárias Anuais Estaduais). Isso é pouco, principalmente considerando que o Estado de São Paulo representa 42% do total. Nos Estados Unidos, por exemplo, esse investimento já está na ordem dos trilhões de dólares. . Nos Jogos Pan-Americanos de 2007 a integração da tecnologia já foi mostrada com a importância que traz para o cidadão em termos de segurança, mas infelizmente esse evento não deixou legado para o País. Com a Copa do Mundo, já vemos que o governo amplia mais sua visão nessa área e já percebemos uma Polícia Militar e Civil com equipamentos de última geração com monitoramento intensivo por meio de câmeras e rádios digitais que permitem a tomada de decisão em tempo real. Para as Olimpíadas, certamente o investimento será reforçado e modernizado e a tecnologia de banda larga deverá estar entre as melhorias. . Essa tecnologia permite acesso imediato a informações armazenadas em bancos de dados remotos, consultas e transmissões de imagem em tempo real, localização dos agentes em campo, rastreamento de suspeitos de delitos, soluções de vídeo-vigilância e

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uma variedade de recursos tecnológicos avançados. Isso resulta em maior eficiência na prestação dos serviços e diminui significativamente os riscos de incidentes, além de auxiliar na mitigação de ações criminais. Estamos trabalhando, desde 2012, com o Exército Brasileiro em um trial de LTE, na faixa de 700MHz, cujos resultados têm sido bastante positivos. . Esta geração de oficiais em campo, que usa tablets, smartphones e está conectada o tempo todo com a tecnologia, reforça que este é o momento exato para o investimento em segurança pública dentro de uma rede de LTE. Isso porque hoje vemos que o uso da tecnologia, adicionado ao maior acesso digital, garante uma melhor forma de trabalhar no dia a dia, gerando mais eficácia no atendimento à população. O LTE para a segurança pública é um acelerador nos grandes eventos, fazendo com que as informações sejam geradas e recebidas de formas mais instantâneas tanto para quem está no trabalho de campo quanto para aqueles que estão nas centrais de comando. . É disso que o País precisa e é para isso que o desenvolvimento da tecnologia ocorra. Ou seja, para deixar um uma herança importante para a população, assim como para criar mais efetivos de trabalho nas ruas, com inclusão digital por meio de equipamentos de ponta. Esperamos pelos próximos passos com o novo governo e temos uma previsão muito otimista para os novos rumos da segurança pública no País, que deve se aperfeiçoar muito até 2016 e deixar a população ainda mais confiante após os Jogos Olímpicos.