O IMORTAL - O CONSOLADOR · me nos ensina o capítulo VIII ... “Acharás o que buscas” -...

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O IMORTAL JORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 56 Nº 664 Junho de 2009 R$ 1,50 “A vida é imortal, não existe a morte; não adianta morrer, nem descansar, porque ninguém descansa nem morre.” Marília Barbosa “Nascer, morrer, renascer ainda e progredir continuamente, tal é a lei.” Allan Kardec A importância da Evangelização Infantil numa perspectiva espírita Maria José Barbosa (foto) , baiana de Vitória da Conquista, co- nhecida carinhosamente como Zezé, que vive em Londres desde 1982, fala em entrevista concedi- da à jornalista Katia Fabiana Fer- nandes sobre o tema Evangeliza- ção Infantil, tarefa a que se dedica há muitos anos na capital da In- glaterra. A Evangelização da criança é, segundo ela, um movimento que, apesar da importância de que se re- veste dentro da Doutrina Espírita, precisa ainda ganhar forças e ampliar-se para assim cumprir a meta de preparar nossos filhos, os homens do futuro. A tarefa obviamente não é fácil, porque exige de- dicação e amor de todos que a ela se aplicam, mas é al- tamente compensadora, visto que a educação das crianças é a “base de uma Humanidade com mais amor e respeito ao próxi- mo”. Págs. 8 e 9 40 anos atrás o homem chegava à lua Há quarenta anos a Apollo 11 levou o homem à lua, um feito que será festivamente comemorado este ano, escolhido como Ano In- ternacional da Astronomia pela 62ª Assembleia Geral da ONU. A ini- ciativa da escolha foi da IAU – União Astronômica Internacional. Essa conquista da Humanida- de, meritória sob todos os pontos de vista, é uma consequência na- tural da Lei do Progresso, confor- me nos ensina o capítulo VIII – Livro Terceiro – que trata das Leis Morais, de O Livro dos Espíritos. Pág. 16 Curso de evangelizadores começa dia 7 de junho Realiza-se em Londrina, em cinco etapas, todas aos domingos, o 1º Curso para Formação de Evangelizadores organizado pelo Departamento de Infância e Ju- ventude (DIJ) da USEL – União das Sociedades Espíritas de Lon- drina, com instrutores radicados na cidade (fotos). A Revue Spirite há 140 anos ............................. 15 Arthur Bernardes de Oliveira ............................. 7 Celso Martins .................................................... 13 Christina Nunes ................................................. 10 Crônicas de Além-Mar ...................................... 12 De coração para coração ..................................... 4 Divaldo responde ................................................ 5 Editorial ............................................................... 2 Édo Mariani ......................................................... 5 Emmanuel ........................................................... 2 Espiritismo para crianças .................................. 14 Eugênia Pickina ................................................ 12 Grandes vultos do Espiritismo ........................... 7 Histórias que nos ensinam ................................ 13 Jane Martins Vilela ........................................... 13 Joanna de Ângelis ............................................... 2 Jorge Hessen ..................................................... 10 José Viana Gonçalves ....................................... 12 Luis Roberto Scholl ............................................ 5 Palestras, seminários e outros eventos ............. 11 Ainda nesta edição A opinião do jornal O Imortal Com a multiplicação das edi- toras que se dizem espíritas, em sua maioria visando o lucro, mes- mo que seja para convertê-lo em obras assistenciais, houve uma proliferação de obras de caráter duvidoso, de origem mediúnica ou não. E grande parte das edito- ras não cuida da revisão doutri- nária, que é uma necessidade com relação a qualquer texto publicável, seja uma simples mensagem, seja uma obra de por- te. Editorial, pág. 2 O objetivo do curso é a formação e recicla- gem de evangelizadores para a infância e juven- tude, um setor em que as necessidades são sempre maiores do que os recur- sos humanos disponí- veis. Há Casas Espíritas em que n ã o existe a ativi- dade de Evange- lização Infantil por falta de pes- soas habilitadas para a tarefa, ca- rência essa que o curso pretende suprir, aprimo- rando, por outro lado, o trabalho que já é realizado nessa área. O curso inicia-se no dia 7 de junho, às 14h, com término pre- visto para as 18h, esquema que se repetirá nos dias 14, 21 e 28 de junho. Não haverá taxa de ins- crição. Págs. 8 e 9 Rádio espírita na internet é uma realidade Duas excelentes opções de ouvir rádio por meio da internet estão disponíveis para os internautas do mundo todo. A primeira – a Web Rádio Espírita Campinas – completou 2 anos de existência no mês passado. Trata- se de uma emissora da ADE – Associação de Divulga- dores do Espiritismo de Campinas. O site da emissora é: www.radioespirita.org.br A outra, que estreou em fevereiro deste ano, é a Rádio Fraternidade, de Uberlândia, fundada e dirigida pelo jornalista Rubens de Castro, cujo site é: www.radiofraternidade.com.br Veja como é possível sintonizá-las. Pág. 3

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O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITA

Diretor Responsável: Hugo Gonçalves Ano 56 Nº 664 Junho de 2009 R$ 1,50

“A vida é imortal,não existe a morte;não adianta morrer,

nem descansar,porque

ninguém descansanem morre.”

Marília Barbosa

“Nascer,morrer,renascerainda e

progredircontinuamente,

tal é a lei.”Allan Kardec

A importância da Evangelização Infantilnuma perspectiva espírita

Maria José Barbosa (foto),baiana de Vitória da Conquista, co-nhecida carinhosamente comoZezé, que vive em Londres desde1982, fala em entrevista concedi-da à jornalista Katia Fabiana Fer-nandes sobre o tema Evangeliza-

ção Infantil, tarefa a que se dedicahá muitos anos na capital da In-glaterra.

A Evangelização da criança é,segundo ela, um movimento que,apesar da importância de que se re-veste dentro da Doutrina Espírita,

precisa ainda ganhar forçase ampliar-se para assimcumprir a meta de prepararnossos filhos, os homens dofuturo.

A tarefa obviamentenão é fácil, porque exige de-dicação e amor de todos quea ela se aplicam, mas é al-tamente compensadora,visto que a educação dascrianças é a “base de umaHumanidade com maisamor e respeito ao próxi-mo”. Págs. 8 e 9

40 anos atrás ohomem chegava à lua

Há quarenta anos a Apollo 11levou o homem à lua, um feito queserá festivamente comemoradoeste ano, escolhido como Ano In-ternacional da Astronomia pela 62ªAssembleia Geral da ONU. A ini-ciativa da escolha foi da IAU –União Astronômica Internacional.

Essa conquista da Humanida-de, meritória sob todos os pontosde vista, é uma consequência na-tural da Lei do Progresso, confor-me nos ensina o capítulo VIII –Livro Terceiro – que trata das LeisMorais, de O Livro dos Espíritos.Pág. 16

Curso de evangelizadorescomeça dia 7 de junho

Realiza-se em Londrina, emcinco etapas, todas aos domingos,o 1º Curso para Formação deEvangelizadores organizado peloDepartamento de Infância e Ju-ventude (DIJ) da USEL – Uniãodas Sociedades Espíritas de Lon-drina, com instrutores radicadosna cidade (fotos).

A Revue Spirite há 140 anos ............................. 15Arthur Bernardes de Oliveira ............................. 7Celso Martins .................................................... 13Christina Nunes ................................................. 10Crônicas de Além-Mar ...................................... 12De coração para coração ..................................... 4Divaldo responde ................................................ 5Editorial ............................................................... 2Édo Mariani ......................................................... 5Emmanuel ........................................................... 2Espiritismo para crianças .................................. 14Eugênia Pickina ................................................ 12Grandes vultos do Espiritismo ........................... 7Histórias que nos ensinam ................................ 13Jane Martins Vilela ........................................... 13Joanna de Ângelis ............................................... 2Jorge Hessen ..................................................... 10José Viana Gonçalves ....................................... 12Luis Roberto Scholl ............................................ 5Palestras, seminários e outros eventos ............. 11

Ainda nesta edição

A opinião do jornalO Imortal

Com a multiplicação das edi-toras que se dizem espíritas, emsua maioria visando o lucro, mes-mo que seja para convertê-lo emobras assistenciais, houve umaproliferação de obras de caráterduvidoso, de origem mediúnica

ou não. E grande parte das edito-ras não cuida da revisão doutri-nária, que é uma necessidadecom relação a qualquer textopublicável, seja uma simplesmensagem, seja uma obra de por-te. Editorial, pág. 2

O objetivo do cursoé a formação e recicla-gem de evangelizadorespara a infância e juven-tude, um setor em que asnecessidades são sempremaiores do que os recur-sos humanos disponí-veis. Há Casas Espíritas

em quen ã oexis tea ativi-dade de Evange-lização Infantilpor falta de pes-soas habilitadaspara a tarefa, ca-rência essa que ocurso pretendesuprir, aprimo-

rando, por outro lado, o trabalhoque já é realizado nessa área.

O curso inicia-se no dia 7 dejunho, às 14h, com término pre-visto para as 18h, esquema quese repetirá nos dias 14, 21 e 28de junho. Não haverá taxa de ins-crição. Págs. 8 e 9

Rádio espírita nainternet é uma

realidadeDuas excelentes opções de ouvir rádio por meio da

internet estão disponíveis para os internautas do mundotodo. A primeira – a Web Rádio Espírita Campinas –completou 2 anos de existência no mês passado. Trata-se de uma emissora da ADE – Associação de Divulga-dores do Espiritismo de Campinas. O site da emissoraé: www.radioespirita.org.br

A outra, que estreou em fevereiro deste ano, é aRádio Fraternidade, de Uberlândia, fundada e dirigidapelo jornalista Rubens de Castro, cujo site é:www.radiofraternidade.com.br

Veja como é possível sintonizá-las. Pág. 3

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O IMORTALPÁGINA 2 JUNHO/2009

EditorialEMMANUEL

Sobre os sistemas, ou ideias,concorrentes dentro do movi-mento espírita, Kardec diz queos pontos de vista devem ser de-fendidos, explanados, mas queisso não deve ser motivo paracismas, porque as ideias geraise os objetivos maiores são osmesmos. É preciso, diz ele, dartempo ao tempo, porque as me-lhores doutrinas prevalecerão evão reunir o maior número deadeptos – o insulamento seria jáum indício de que o sistema nãoé bom. No entanto, quando setrata de ideias que têm porconsequência o mal, que redun-dam em prejuízo de pessoas oudo movimento, deve-se comba-tê-las. Ou seja, é um dever detodo espírita consciencioso eilustrado combater as ideias per-niciosas.

Mas que tudo seja feito parao bem, como diria Paulo. E mais,com caridade, ou seja, com com-portamento fraterno, porque atradução de caridade é amor fra-terno e, como a definem os Es-píritos Superiores, ela é benevo-lência, indulgência e perdão. Épreciso, portanto, que a defesada verdade não se torne uma“caça às bruxas”, um movimen-to inquisitorial que objetive des-truir doutrinas e relegar autores

Cuidado com a hora vazia, semobjetivo, sem atividade.

Nesse espaço, a mente engen-dra mecanismos de evasão e deli-ra.

Cabeça ociosa é perigo à vista.Mãos desocupadas facultam o

desequilíbrio que se instala.

Mediunidade é instru-mentovibrátil e cada criatura conscientepode sintonizá-lo com o objetivoque procura.

Médium, por essa razão, não serásomente aquele que se desgasta nointercâmbio entre os vivos da Terrae os vi-vos da Espiritualidade.

Cada pessoa é instrumento vivodessa ou daquela realização, se-gundo o tipo de luta a que se su-bordina.

*“Acharás o que buscas” - ensi-

na o Evangelho, e podemos acres-centar - “fa-rás o que desejas.

Assim sendo, se te relegas àmaledi-cência, em breve te consti-tuirás em veí-culo dos gênios in-felizes que se dedicam à injúria eà crueldade.

Se te deténs na caça ao prazerdos sentidos, cedo te converterásno intér-prete das inteligênciasmagnetizadas pelos vícios de va-riada expressão.

*Se te confias à pretensa

superiorida-de, sob a embriaguezdos valores inte-lectuais mal apli-cados, em pouco tempo te faráscanal de insensatez e loucura.

Todavia, se te empenhas na boavontade para com os semelhantes,

Sobre o silêncio de quem deve falarao anátema. Mesmo porque averdade, segundo o Espiritismo,está em tudo aquilo que é afeitoao bem, e não há duas maneirasde fazer o bem, como repetemtantas vezes os Espíritos Supe-riores.

É, no entanto, um dever com-bater a propagação do mal, sejapor atos, seja por ideias. Hercu-lano Pires tantas vezes o disse,e sempre defendeu a crítica, ex-plicando que crítica é um exa-me rigoroso, e não, como enten-de o senso comum, um falar malde algo ou de alguém.

De fato, com a multiplicaçãodas editoras que se dizem espí-ritas, em sua maioria visando olucro, mesmo que seja paraconvertê-lo em obras assistenci-ais, houve uma proliferação deobras de caráter duvidoso, deorigem mediúnica ou não. Egrande parte das editoras nãocuida da revisão doutrinária, queé uma necessidade com relaçãoa qualquer texto publicável, sejauma simples mensagem, sejauma obra de porte. O problemainerente ao objetivo de lucro éque, provavelmente sem inten-ção, seja isso que tem gerado osdescuidos com a revisão. Entãopublica-se primeiro, depois vê-se do que se trata...

É interessante notar que mui-tas editoras são de propriedadedos autores ou dos médiuns, ouvinculadas a instituições queeles dirigem. Isso, em princípio,não apresentaria nenhum proble-ma se os editores se dispusessema se submeter ao escrutínio dacrítica para prevenir a publica-ção de ideias duvidosas. Mas, in-felizmente, são pessoas geral-mente avessas à crítica, seja an-tes, seja depois da publicação.

Kardec ensina que o fato denão se aceitar a crítica constituium indício de orgulho e um dossinais da fascinação, no caso dosmédiuns. Mas todos sabem, porexperiência, que o destino dosfascinados é o insulamento, em-bora inicialmente suas obraspossam atingir grande númerode pessoas, muitas das quaisatraídas por nomes por elas uti-lizados.

Pergunta-se então, com ra-zão: Se o erro é o oposto da ver-dade e a verdade é expressão dobem, então o erro não deve sercombatido?

Se sim, por que o silêncio emtorno de obras, autores e mé-diuns que têm se afastado expli-citamente da doutrina e semei-am ideias perniciosas que influ-enciam os incautos?

Um minuto com Joanna de ÂngelisGrandes males são maquinados

quando se dispõe de espaço men-tal em aberto.

*Se, por alguma circunstância,

surge-te uma hora vazia, preenche-a com uma leitura salutar, ou umaconversação positiva, ou um tra-

Examina o teu desejoimperceptivelmente terás o cora-ção impe-lido pelos mensageirosdo Eterno Bem ao serviço que pos-sas desempenhar na construção dafelicidade comum.

*Observa o próprio rumo para

que não te surjam problemas decompa-nhia.

Desce à animalidade e encon-trarás a extensa multidão daquelesque te acompanham com propósi-tos escuros, na retaguarda.

Eleva-te no aperfeiçoamentopró-prio e caminharás de espíritobafejado pelo concurso daquelespioneiros da evolução que te pre-cederam na jornada de luz, guian-do-te as aspirações para as vitóri-as da alma.

Examina os teus desejos e vi-gia os próprios pensamentos, por-que onde si-tuares o coração aí avida te aguardará com as asas dobem ou com as algemas do mal.

JOANNA DE ÂNGELIS, men-tora espiritual de Divaldo P. Fran-co, é autora, entre outros livros, deEpisódios Diários, do qual foi ex-traído o texto acima.

balho que aguarda oportunidadepara execução, ou uma ação quete proporcione prazer...

O homem, quanto mais preen-che os espaços mentais com asideias do bem, mediante o estudo,a ação ou a reflexão, mais aumen-ta a sua capacidade e conquistamais amplos recursos para o pro-gresso.

Estabelece um programa de re-alizações e visitas para os teus in-tervalos mentais, as tuas horas va-zias, e te enriquecerás de desconhe-cidos tesouros de alegria e paz.

Hora vazia, nunca!

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EMMANUEL, que foi omentor espiritual de FranciscoCândido Xavier e coordenador daobra mediúnica do saudoso mé-dium mineiro, é autor, entre outroslivros, de Mediunidade e Sinto-nia, do qual foi extraído o textoacima.

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O IMORTALJUNHO/2009 PÁGINA 3

O rádio é um instrumento decomunicação dinâmico, que possuicomo principal característica a pos-sibilidade de ser acompanhado en-quanto se executa praticamentequalquer outra tarefa.

Desde Cairbar Schutel, em 1936,muitos espíritas têm-se utilizado des-se meio de comunicação para a pro-pagação do Espiritismo. Contudo, aolongo do século XX, os investimen-tos necessários para se implantar umsistema de radiodifusão, aliados aosentraves burocráticos de uma conces-são pública, fizeram com que essamídia permanecesse distante das pos-sibilidades da imensa maioria dosnúcleos espíritas.

Atualmente, porém, o cenário émuitíssimo diferente. Graças à de-mocratização dos meios de comu-nicação oferecidos pela Internet,qualquer pessoa ou instituição podecriar e manter uma Rádio via Inter-net, as chamadas “WEB Rádios”.Foi nesse contexto que no dia 1º demaio de 2007, a WEB Rádio Espí-rita Campinas (WREC), uma emis-sora da ADE – Associação de Di-vulgadores do Espiritismo de Cam-pinas, iniciou oficialmente suastransmissões pela rede mundial decomputadores.

A WREC iniciou suas operaçõescom o programa semanal “OpiniãoEspírita”, que originalmente foi pro-duzido e veiculado no canal de TVa Cabo Comunitária de Campinas eRegião nos anos de 2006 e 2007. Noformato mesa-redonda, a linha edi-torial do programa consiste em dis-cutir assuntos que dizem respeito aoEspiritismo, sejam eles tomados di-retamente do meio espírita, ou ain-da de notícias e reportagens veicu-ladas pela grande imprensa. Paratanto, todos os domingos a partir das19h, uma equipe de comunicadoresda ADE Campinas se reúne para dis-cutir um tema previamente selecio-nado durante a semana (fotos).

DERMEVALCARINHANA JÚ[email protected]

De Campinas

A WEB Rádio no exterior“O Espiritismo nos tribunais”,

“Se a morte não existe, por que aspessoas morrem?” “Excesso de Es-piritismo faz mal?”, “DeclaraçãoUniversal dos Direitos Humanos”,“Desavenças pessoais no centro es-pírita: o que fazer?”, foram algunsdos quase cem programas que já fo-ram ao ar e que se encontram dispo-níveis na página de Internet daWREC, que pode ser acessada no en-dereço www.radioespirita.org.br.

Atualmente, além do Brasil, aWREC conta com ouvintes registra-dos de países como EUA, Porto Rico,Canadá, Argentina, Austrália, Japãoe União Europeia (França, Inglater-ra, Suíça, Áustria, Espanha, Portugal,Alemanha e Holanda).

No dia 3 de agosto de 2007 foi avez da estreia de “Observatório Es-pírita”, programa inspirado no site“Observatório da Imprensa”, veícu-lo jornalístico focado na crítica damídia, com presença na internet des-de 1996. Tal como esse, o programa“Observatório Espírita” se propõe arealizar uma apreciação crítica daimprensa espírita, ressaltando, sobre-tudo, os belíssimos trabalhos dedica-dos à propagação do Espiritismo.

Sem se preocupar na análise deopiniões pessoais, mas sim as ideiasexpressas nos periódicos, o progra-ma tem como objetivo principal ofe-recer um panorama geral da impren-sa espírita. É assim que semanal-mente dois periódicos são selecio-nados e comentados ao vivo pelaequipe do programa, que vai ao ar

WEB Rádio Espírita Campinas: Espiritismo via internet

todas as sextas-feiras a partir da20h30. Desde seu início, já passa-ram pela mesa de discussões cercade quinze diferentes periódicos es-píritas, entre jornais, revistas e bo-letins, tanto impressos como tam-bém virtuais, com destaque para:jornal “Verdade e Luz” (USE-Ribei-rão Preto, SP), jornal “Correio Fra-terno” (Editora Correio Fraterno,São Bernardo do Campo, SP), “Jor-nal Espiritismo” (ADE Portugal),revista eletrônica “O Consolador”(Londrina, PR), jornal “O Imortal”(Cambé, PR), “Revista Espírita Har-monia” (ADE Santa Catarina), re-vista “Reformador” (Federação Es-pírita Brasileira), jornal “O Clarim”e “Revista Internacional de Espiri-

tismo” (Casa Editora “O Clarim”,Matão, SP), Gazeta “Pensador”(Agência de Notícias Espíritas daParaíba), Jornal “ComunicAção”(ADE Paraná), jornal “Despertador”(Associação Espírita Despertador,São Paulo, SP), jornal “Abertura”(Instituto Cultural Kardecista deSantos, Santos, SP).

Como ouvir a WEB Rádio?Em sua grande maioria, os perió-

dicos são enviados gratuitamente pe-los editores, o que facilita em muitoa tarefa da equipe do programa emter acesso ao material produzido pelaimprensa espírita. Como contrapar-tida, e com o objetivo de se cultivara transparência e a ética espírita, oseditores são regularmente informados

Como nasceu e funciona a WEB Rádio criada pela Associação dos Divulgadoresdo Espiritismo de Campinas, há dois anos na rede mundial de computadores

sobre as datas em que os periódi-cos serão apreciados no programa.Muitos deles tornaram-se até ou-vintes cativos do programa, cola-borando de maneira crítica com asdiscussões do programa, fechando,dessa forma, um ciclo de contribui-ção à cultura espírita.

Por fim, em 2009, além da es-treia de mais um programa, “Noscaminhos do saber”, a equipe técni-ca da WREC está iniciando a im-plantação de uma WEB TV, que pos-sibilitará a transmissão de filmes,documentários, entrevistas e outrosprogramas espíritas.

Há duas maneiras de ouvir a pro-gramação da Rádio. O internauta podeparticipar e ouvir a programação AOVIVO nos seguintes horários:• Domingo das 19h às 20h - Progra-ma Opinião Espírita• Sextas das 20h30 às 21h10 - Pro-grama Observatório Espírita.

Fora dos horários citados, ouseja, a qualquer hora, o ouvinte podeouvir os programas anteriores aces-sando a lista completa divulgada nosite, tanto em relação a um progra-ma quanto ao outro.

Para saber mais sobre a WEBRádio Espírita Campinas, acesse osite www.radioespirita.org.br

Depois de haver funcionado emcaráter experimental de dezembro de2008 a 31 de janeiro de 2009, estreouno dia 1º de fevereiro de 2009 na redemundial de computadores, com o pro-pósito de divulgar o Consolador Pro-metido e colaborar na construção deum mundo melhor, a Rádio Fraterni-dade, de Uberlândia (MG), sob a di-reção do jornalista Rubens de Castro.

Posta a ideia no ar, vários compa-nheiros se somaram à equipe, ajudan-do na estruturação do site, no layout,na criação da logomarca e na parte deprogramação. “O interessante é que es-ses companheiros foram chegando e

Rádio Fraternidade, maisum sucesso na internet

piração do Alto: “Quando surgiu aideia da rádio e a colocamos comoideal, acordei numa manhã comesse propósito e o mais interessanteaconteceu: parecia que tinha che-gado de uma reunião no Plano Es-piritual e com o nome já definido”.

O site da Rádio é: http://www.radiofraternidade.com.br/fra-ternidade/

Nele o internauta poderá ver todaa programação da emissora, que apre-senta uma qualidade excelente de some conteúdo, e sintonizar o programapreferido, que vale a pena acompa-nhar. (Angélica Reis, de Londrina.)

ajudando cada um com o seu conheci-mento”, diz Rubens de Castro.

Com pouco mais de quatro mesesno ar, a página da emissora já atingiu30 mil acessos. “Isso ultrapassa to-das as nossas expectativas”, diz o con-frade. Dentre os que sintonizaram aRádio, muitos o fazem na expectativade uma palavra de conforto e de es-clarecimento, em face das dúvidas, daspreocupações, do desespero que aco-metem tantas pessoas, o que demons-tra quão importante é divulgar a Ter-ceira Revelação pelo mundo todo.

De acordo com Rubens de Castro,o nome da Rádio também foi uma ins-

Gustavo Montagner (e), Carlos Garcia e Dermeval CarinhanaMarcia Bonfim (e), Marcus Sibineli (São Paulo), Carlos Garcia,

Éder Fávaro (São Paulo) e Dermeval Carinhana

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O IMORTALPÁGINA 4 JUNHO/2009

De coração para coração

Há no meio espírita muitosmaçons, do mesmo modo que exis-tem entre os maçons muitos espí-ritas.

Perseguida de forma contun-dente e sistemática pela Igreja deRoma, a maçonaria encontrou noseio do Espiritismo uma acolhidaque se verificou também no senti-do inverso, de tal modo que as re-

lações entre um e outra são anti-gas e fraternais.

Em uma época não muito dis-tante, havia no Rio de Janeiro umperiódico católico que punha emdestaque em todas as edições estafrase: “Eis os nossos inimigos” e,em seguida, os nomes Maçonaria,Espiritismo e Comunismo, o quefez também com que muitos ati-

vistas do comunismo no Brasilmantivessem relações estreitascom confrades nossos, como com-panheiros de sofrimento comumque procuram reunir-se para so-mar forças.

Lemos na Revista Espírita de1864 (Edicel, págs. 121 a 126) trêscomunicações ali postas por Kar-dec que comentam as relações en-tre o Espiritismo e a franco-maço-naria.

Na primeira delas, Guttemberg(Espírito) diz que todo maçom ini-ciado é levado a crer na imortali-dade da alma e no Divino Arquite-to e a ser benfeitor, devotado, so-ciável, digno e humilde. Ali se pra-tica a igualdade na mais larga es-cala, havendo, pois, nessas socie-dades uma afinidade evidente como Espiritismo. Asseverando quemuitos maçons são espíritas e tra-balham muito na propaganda des-ta crença, Guttemberg prevê que nofuturo o estudo espírita entrarácomo complemento nos estudosabertos nas lojas.

Na segunda mensagem, o Es-

A maçonaria e o EspiritismoASTOLFO O. DE OLIVEIRA FILHO - [email protected]

De Londrina

Ana pergunta-nos se os Espí-ritos podem interferir por meio dossonhos para ajudar um ente queri-do com mensagens e conselhos?

Sim, isso é possível e não ape-nas por meio dos sonhos, masigualmente nas ocasiões em quenos colocamos em sintonia comeles, como se dá nos momentos deprece e quando nos concentramosnas leituras elevadas. Aliás, o pen-samento de que os Espíritos quenos amam podem visitar-nos e aju-

dar-nos é abonado até por adver-sários do Espiritismo no Brasil,como o frei Boaventura Kloppen-burg, que o expõe com clareza noseu livro “Espiritismo e Fé”.

É isso que os imortais quise-ram acentuar quando, em respos-ta à questão n. 459 d´O Livro dosEspíritos, informaram que os Es-píritos influem sobre os nossospensamentos e as nossas ações detal modo que, frequentemente,são eles que nos dirigem.

O Espiritismo responde

pírito de Jacques de Molé afirmaque as instituições maçônicas fo-ram para a sociedade um encami-nhamento à felicidade. Numa épo-ca em que toda ideia liberal eraconsiderada crime, os homens pre-cisavam de uma força que fosseemancipada por suas crenças, suasinstituições e a unidade de seu en-sino. “Nessa época - diz Molé - areligião ainda era, não mãeconsoladora, mas força despóticaque, pela voz de seus ministros,ordenava, feria, fazia tudo curvar-se à sua vontade.” Concluindo,Jacques de Molé profetiza: “O Es-piritismo fez progressos, mas, nodia em que tiver dado a mão à fran-co-maçonaria, todas as dificulda-des estarão vencidas, todo obstá-culo retirado, a verdade estaráesclarecida e o maior progressomoral será realizado e terá trans-posto os primeiros degraus do tro-no, onde em breve deverá reinar”.

Na terceira mensagem, o Espí-rito de Vaucanson observa queGuttemberg foi contemporâneo domonge que inventou a pólvora –

invenção essa que transformou avelha arte das batalhas –, enquan-to a imprensa trouxe uma nova ala-vanca à expressão das ideias,emancipando as massas e permi-tindo o desenvolvimento intelec-tual dos indivíduos. A franco-ma-çonaria, contra a qual tanto grita-ram, contra a qual a Igreja romananão teve anátemas em quantidadesuficiente, e que nem por isso dei-xou de sobreviver, abriu de par empar as portas de seus templos aoculto emancipador da ideia. “Emseu seio – diz ele - todas as ques-tões mais sérias foram levantadase, antes que o Espiritismo tivesseaparecido, os veneráveis e os grão-mestres sabiam e professavam quea alma é imortal e que os mundosvisível e invisível se intercomuni-cam.” Segundo Vaucanson, o Es-piritismo encontrará no seio daslojas maçônicas numerosa falangecompacta de crentes, sérios, reso-lutos e inabaláveis na fé, porque oEspiritismo realiza todas as aspi-rações generosas e caridosas dafranco-maçonaria.

Quando formos escrever noplural o nome de alguma destascores – azul, cinza, rosa, vinho,branco, pastel, verde, creme, ama-relo, gelo, vermelho –, como de-vemos proceder?

Existe uma regra bem simplesaplicável ao caso:1.) Se o vocábulo for adjetivo, elevariará normalmente (azul – azuis;branco – brancos; amarelo – ama-relos).2.) Se o vocábulo for um subs-tantivo (creme, pastel, rosa, gelo,abacate, cinza, vinho), permane-cerá invariável.

Pílulas gramaticaisExemplos: Vestidos amarelos. Ter-

nos azuis. Tons azulados. Carros gelo.Ternos cinza. Tons pastel. Laços rosa.Blusas vinho. Balões abacate.

A mesma regra aplica-se aoscompostos: Bandeiras verde-ama-relas. Automóveis verde-abacate.

Na dificuldade em saber se ovocábulo é adjetivo ou substanti-vo, eis uma regra prática:1.) substantivo é tudo o que temosou desejamos ter: automóvel, casa,avião, sítio, chácara, computador,irmão, pai. Designa os seres e osobjetos em geral. Assim, pastel, rosa,cinza, creme são substantivos.

2.) adjetivo é tudo o que somosou desejamos ser: bonito, feio,baixo, alto, claro, escuro, bondo-so, agressivo. Define os atribu-tos dos seres e dos objetos emgeral. Desse modo, amarelo, azul,verde são adjetivos.

*No tocante ao assunto há, ain-

da, os chamados casos especiais,em que o vocábulo não varia noplural: marinho, azul-marinho,azul-celeste e ultravioleta.

Exemplos: Ele comprou cin-co ternos azul-marinho. Tonsazul-celeste. Tintas ultravioleta.

Na edição de maio, dois co-chilos passaram despercebidos narevisão:

1) No artigo O jogo de azarcomo fonte de recursos, em vezdo trecho seguinte: “Com efeito,nas festas organizadas pela Igreja,como as comemorações do Mês deMaria, é sido muito forte, sobretu-do nas comunidades do interior, orecurso aos bingos, esquecidos to-dos dos malefícios inerentes a essamodalidade de jogo”, leia-se:

“Com efeito, nas festas orga-nizadas pela Igreja, como as co-memorações do Mês de Maria,tem sido muito forte, sobretudonas comunidades do interior, orecurso aos bingos, esquecidos

todos dos malefícios inerentes aessa modalidade de jogo”.

2) Na matéria O Espiritismoresponde, no lugar deste trecho:“É nisso que se revela o caráterconsolador do Espiritismo, queprocura nos tempos modernoscumprir a prometa feita por Je-sus acerca do Consolador, que oPai enviaria em seu nome paradar continuidade à tarefa inicia-da com o Evangelho”, leia-se:

“É nisso que se revela o caráterconsolador do Espiritismo, que pro-cura nos tempos modernos cumprira promessa feita por Jesus acercado Consolador, que o Pai enviariaem seu nome para dar continuidadeà tarefa iniciada com o Evangelho”.

Errata

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O IMORTALJUNHO/2009 PÁGINA 5

Por que sofremos?plenamente no ‘aqui’ e ‘agora’, en-frentar o mundo em vez de fugir aele, realizar-se no presente em veze de protelar a realização enclau-surando-se e furtando-se às expe-riências da vida”.

Portanto, na afirmação de umdos maiores cultores do Espiritismo,aprendemos que o sofrimento dehoje não é castigo de Deus. Tam-bém não é por culpa dos outros. Osúnicos culpados somos nós mes-mos. Construímos o nosso destinoaté aqui, na horizontalidade evolu-tiva, isto é, buscamos apenas as con-quistas do mundo transitório.Aprendemos a viver em busca dafelicidade efêmera, dos caprichosque nos conduziram ao orgulho eao egoísmo. Agora, sob a tutela davisão da imortalidade, compete-nosdirigir os valores que amealhamosna verticalidade em direção deDeus, orientando as forças moraispara as vitórias eternas no rumo daelevação espiritual pelo sentimen-to, como nos adverte ErmanceDufaux em seu utilíssimo livro “Re-forma Íntima sem Martírio”.

Até aqui colhemos os frutos queplantamos e com os quais nosdeliciávamos. Hoje já não os apreci-amos porque a semeadura não foi boae por isso sofremos. Tais frutos nãomais satisfazem o nosso atual pala-dar espiritual e por isso sofremos denovo. Embora já tenhamos uma vi-são diferente, por hábito arraigadoainda plantamos erros, e quando che-ga a colheita, ainda sofremos.

O sofrimento, no ensinamentode Emmanuel, não é um mal; é “apedagogia divina” que nos ensina

Encontramos no excelente livro“O Espírito e o Tempo”, de autoriade José Herculano Pires, filósofo,profundo conhecedor do Espiritis-mo, “o metro que melhor mediuKardec”, na feliz expressão de Em-manuel, o texto abaixo que nos aju-da a entender por que sofremos: “Arazão dos sofrimentos e da infelici-dade, do desespero humano, é sim-plesmente a violação das leis. Osespíritos foram criados ‘simples eignorantes, ou sem conhecimento’(item 114 “Livro dos Espíritos”) ese destinam à perfeição onde atin-girão ‘a felicidade eterna, sem per-turbações’. Se todos seguissem na-turalmente as leis de Deus, atingi-riam a perfeição sem dificuldades.Mas há um momento de queda. Nãoa de Adão e Eva no Paraíso, mas ode cada um diante de si mesmo, noprocesso natural do desenvolvimen-to. A aquisição do conhecimentogera perturbações. Uns se deixamlevar pelas fascinações exteriores epelo incitamento de outros, desli-gando-se das leis naturais e crian-do suas próprias leis, as da condutaartificial. ‘Esta é a grande figura daqueda do homem e do pecado ori-ginal: uns cederam à tentação e ou-tros a resistiram’ diz o item 122 deo ‘Livro dos Espíritos’.”

Mais adiante ele continua: “Ohomem no mundo é, portanto, umespírito em evolução”. E aconse-lha ainda: “Jesus é o nosso mode-lo. Porque ensina ao homem viver

a plantar certo, plantar semente deboa qualidade, para que a colheitaseja mais palatável aos nossos sen-tidos espirituais.

Não mais se justifica agasa-lharmos em nosso seio a posse desentimentos efêmeros, verdadei-ros clichês, e repetição do que fa-

zem os outros que ainda teimamviver na horizontal. Para não so-frermos é importante a nossatransformação, aprendendo a“ser” e não a “estar”.

Fomos criados por um projetodivino. A felicidade é o nosso des-tino e para alcançá-la é necessário

A morte na infância

– Por que a vida se interrom-pe com tanta frequência na infân-cia? “A duração da vida da crian-ça pode representar, para o Espí-rito que nela está encarnado, ocomplemento de uma existênciainterrompida antes do términodevido, e sua morte, quase sem-pre, constitui provação ou expia-ção para os pais.” (Questão 199,de O Livro dos Espíritos.)

A morte de crianças, seres re-cém iniciados na vida física, de-safia há séculos a inteligênciahumana, que busca razões filosó-fico/religiosas para os motivosdesta ocorrência.

À luz das religiões tradicio-nais fica difícil, senão impossí-vel, entender Deus que, aparen-temente de forma injusta, retirado seio familiar seres ainda nãocomprometidos perante a lei di-vina, na visão da unicidade daexistência.

No Espiritismo, doutrina quedemonstra as múltiplas existên-cias do Espírito - reencarnação–, encontra-se explicações lógi-cas para tal ensejo, compreenden-do a perfeita justiça e misericór-dia divina na morte das crianças.

André Luiz¹ afirma que “Mui-tas existências são frustradas noberço, não por simples puniçãoexterna da Lei Divina, mas porquea própria Lei Divina funciona paratodos nós, desde que todos existi-mos no hausto do Criador”.

cia anterior a problemas do sui-cídio associado ao homicídio,sendo esta dolorosa forma de de-sencarne a tradução inevitável nociclo do resgate.

Excetuando os casos de Es-píritos missionários ou em está-gios de provação, as existênciasinterrompidas no alvorecer davida física “(...) representam cur-sos rápidos de socorro ou trata-mento no corpo espiritual dese-quilibrado por nossos própriosexcessos e inconsequências (...)”.

Deus, justo e bom, oportunizaa todas as criaturas a possibilida-de de recomeço, sendo a escolada vida o educandário que mere-ce o nosso apreço. O corpo físi-co, como instrumento de mani-festação do Espírito, faz jus aorespeito e cuidados necessáriospara o seu bom aproveitamento,cabendo-nos o aperfeiçoamentoem amor e sabedoria, aprimo-rando a Vida na busca da aproxi-mação com o Criador.

Importante ressaltar que a cri-ança que desencarna recebe todoo amparo dos benfeitores espiri-tuais e recomeça na erraticidadea preparação para uma nova exis-tência no plano físico, na maio-ria das vezes com uma carga me-nor de comprometimentos.

¹ Todos os textos e palavrasdestacadas em itálico foram ex-traídos do livro Evolução emDois Mundos, de André Luiz/Francisco Xavier e Waldo Viei-ra, Federação Espírita Brasileira,22. ed.- 2004, p.261-265.

A lei de causa e efeito é inexo-rável a todas as criaturas. Quandoa lei divina é violada, se faz neces-sário a reparação inevitável peloagente causador, para o seu próprioprosseguimento evolutivo.

“Frequentemente, através dosuicídio, integralmente deliberado,ou do próprio desregramento, ope-ram em nossa alma calamitososdesequilíbrios (...)” que “(...) de-terminam processos degenerativose desajustes nos centros essenciaisdo psicossoma (...)”, afetando nocampo da natureza íntima do ser,que necessitam de reajustes atra-vés dos processos cármicosreencarnatórios.

Frente ao impacto da desencar-nação provocada, a alma entra em“pavoroso colapso” e “indescri-tíveis flagelações”, que podemconduzir estas mentes perturbadas,já na dimensão espiritual, para pro-cessos de loucura profunda.

Torna-se imperioso, após certoperíodo na erraticidade, a reinte-gração deste Espírito no plano car-nal, como enfermos graves, embreves períodos de vida física,para, com a colaboração dos encar-nados, se reabilitarem gradativa-mente dos débitos adquiridos con-juntamente.

Então renascem Espíritos com-prometidos em corpos com debili-dades físicas ou mentais, para tra-tamento e recuperação do corpoespiritual em distonia.

Quando ocorre a morte aci-dental ou violenta de crianças,muitas vezes, são reações de umEspírito comprometido em existên-

LUIS ROBERTO SCHOLL [email protected]

De Santo Ângelo, RS

ÉDO [email protected]

De Matão, SP

Divaldo responde– Como você vê a oficializa-

ção do casamento entre homos-sexuais e a adoção de filhos porparte deles?

Divaldo Franco – A questãoé momentosa, em face das ocor-rências desse gênero que não maispodem permanecer ignoradas pelasociedade. O homossexualismosempre esteve presente no proces-so histórico, aceito em um perío-do, noutro combatido, despreza-do em uma ocasião e noutra igno-rado, mas sempre presente... Pen-

so que se trata de uma conquistaem relação aos direitos humanosa legalização de algo que perma-necia à margem, dando lugar a si-tuações graves e embaraçosas.

Quanto à adoção de filhos,penso que, do ponto de vista psi-cológico, será gerado algum con-flito na prole em relação à ima-gem do pai ou da mãe, conformeo caso, que se apresentará confu-sa e perturbadora. O tempo de-monstrará o acerto ou o equívo-co de tal comportamento.

(Extraído de entrevista concedida ao jornal O Imortal, publicadaem maio de 2008.)

desenvolvermos esse projeto e issosó será possível se nos dispuser-mos, com estoicismo e responsa-bilidade, a entender que o objeti-vo do sofrimento é nos ensinar enos conduzir à prática do “Amar aDeus sobre todas as coisas e aopróximo como a nós mesmos”.

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O IMORTALPÁGINA 6 JUNHO/2009

No dia 14 de maio de 2009, uma comitiva doLar Infantil Marília Barbosa, da cidade de Cambé,realizou uma visita à sede da Federação Espírita doParaná, em Curitiba.

A comitiva cambeense foi presidida pelo confra-de Hugo Gonçalves, presidente do Centro EspíritaAllan Kardec, de Cambé, diretor do jornal O Imor-tal e também diretor-presidente do Lar InfantilMarília Barbosa, entidade que há 56 anos presta ser-viço na área da educação e amparo à criança. ComHugo estavam seu filho Cairbar Gonçalves Sobri-nho, diretor comercial deste jornal, e seu neto HunoelSantos Gonçalves.

A comitiva foi recebida com toda a atenção e cor-tesia pelo confrade Francisco Ferraz Batista, presi-dente da Federação Espírita do Paraná (FEP), e peloconfrade José Vergílio Góes, secretário executivo dapresidência da Federação (fotos).

Foi um encontro bastante fraterno em que os vi-

O IMORTAL na internetAlém de circular com seu formato impresso, o jornal O

Imortal pode ser visto também na internet, bastando para issoacessar o site www.oconsolador.com, em cuja página inicialhá um link que permite o acesso do leitor às últimas ediçõesdo jornal, sem custo algum.

Para contactar a Redação do jornal, o interessado deve uti-lizar este e-mail: [email protected].

Comitiva do Lar é recebida naFederação Espírita do Paraná

Bom senso é a palavra exata nes-sas conquistas do céu, em todos ostempos – É oportuno ainda indicarque o leitor estude as questões 55 a58 da obra em referência, que tra-tam da habitação dos diferentes glo-bos do espaço, sua constituição físi-ca e fonte de calor nos diferentesmundos. Simplesmente extraordiná-rias tais questões no estudo em tela.

Nesse ponto, para concluir aabordagem – inesgotável por si só –a lembrança espontânea direciona-

Os 40 anos da conquista lunar(Continuação do artigo publicado na pág. 16.)

se ao grande Camille Flammarion(1842-1925), o “Poeta dos Céus”.Contemporâneo e amigo de Kardec,autor clássico da literatura espíritacom obras notáveis versando sobre opostulado da pluralidade dos mundoshabitados, e tendo sido o orador de-signado para proferir as últimas pala-vras à beira do túmulo (4) do Codifica-dor do Espiritismo, denominou-o “obom senso encarnado”.

Aliás, bom senso é a palavra exa-ta nessas conquistas do céu, em todos

os tempos, como em todos os outrosdesafios humanos.

Podemos, pois, criar um link in-teressante nessa questão toda: esta-belecer uma ponte de Galileu a Gus-mão, de Camille a Dumont e deste aArmstrong, culminando com o im-portante evento previsto para agos-to no Brasil, comemorativo dos 300anos do balão no importante AnoInternacional da Astronomia, insti-tuído pela ONU. (Orson PeterCarrara, de Matão-SP.)

sitantes puderam, além de assegurar apoio à solici-tação levada à direção da FEP, conhecer toda a in-fraestrutura da Federação e conferir de perto o tra-balho que vem sendo realizado pela Casa Máter doEspiritismo em nosso Estado. (Marcel Gonçalves,de Ibiporã.)

Hugo e Francisco, presidente da FEP

Flagrante da reunião na FEPHunoel, Cairbar, Hugo, Francisco Ferraz e José Vergílio

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O IMORTALJUNHO/2009 PÁGINA 7

Grandes Vultos do EspiritismoMARINEI FERREIRA REZENDE - [email protected]

De Londrina

Leonora Piper, a grande médium

Leonora E. de Piper, maisconhecida por Madame Piper,foi uma das mais célebres mé-diuns dos nossos tempos. Suaencarnação ocorreu no ano de1859, nos Estados Unidos daAmérica do Norte, e sua desen-carnação no dia 3 de julho de1950. Foi médium por mais de40 anos; as atas das suas sessõesatingiram mais de 3.000 pági-nas. Nas investigações que tive-ram lugar — as mais prolonga-das da História do Espiritismo— foram despendidos mais de150.000 dólares.

Comentando a mediunidadede Leonora E. Piper, escreviaCharles Richet, em seu Tratadode Metapsíquica, que MadamePiper sempre demonstrou perfei-ta complacência com todas as in-vestigações científicas. Aceita-ra todo o gênero de vigilância,apesar dos receios e das afron-tas. Richard Hodgson, antigomembro da Sociedade de Inves-tigações Psíquicas de Londres eum dos mais criteriosos investi-gadores dos fenômenos espíri-ta, dada a sua fama de incréduloe tenaz descobridor de fraude,depois de 15 anos de incessan-tes pesquisas, chegou à conclu-são de que os fenômenos eramverídicos e que Madame Piperera médium de invulgar facul-dade.

Nada conseguindo descobrirque pudesse constituir motivo desuspeita, o Doutor Hodgson pla-nejou uma viagem à Inglaterra,onde Madame Piper não tinhaqualquer conhecido, amigos ouparentes.

Em 1898 um novocéptico assiste às sessões

de Madame PiperEssa viagem teve início em 9

de novembro de 1889. No decur-so de 88 sessões, Madame Piperrevelou, a todos os que tiveram aventura de presenciar os fenôme-nos produzidos por seu intermé-dio, centenas de fatos que pude-ram ser comprovados em seusmínimos detalhes. Na oportunida-de conseguiram registrar 41 casosde revelação de ocorrências commembros das famílias das pesso-as presentes, todos eles verifica-dos com minúcia.

Regressando aos Estados Uni-dos em 1890, Madame Piper des-frutou de extraordinária fama pe-los feitos produzidos na Inglater-ra. Prosseguindo em sua missão,vários fenômenos tiveram lugar,graças ao Espírito de George Pele,jovem escritor e advogado que emvida havia presenciado alguns fa-tos e desencarnara em 1882, de-vido a uma violenta queda.

Em 1898, ao regressar de suasegunda viagem à Inglaterra, apa-receu em cena nos Estados Uni-dos um novo céptico. Com a aju-da secreta do Doutor Hodgson, eleassistiu incógnito a 17 sessões.Procedia com a mais incrível cau-tela a fim de que a médium não secertificasse da sua presença. A car-ruagem usada para seu transporteera completamente fechada.

As sessões foram suspensasdevido ao estado de saúde

de Madame PiperEle descia do veículo coberto

com uma capa, entrava sorratei-ramente na sala e tomava assentopróximo a Madame Piper, perma-necendo ali sem dizer palavra.Sem muita delonga, a médiumdisse ao misterioso visitante comoele se chamava, bem como onome do seu genitor, fornecendouma série de pormenores sobresua vida e os membros de sua fa-mília. Pela primeira vez na vida,o visitante, James H. Hyslop, ca-

Livros demais

Uma coisa me chamou de-mais a atenção na entrevista con-cedida à Katia Fabiana Fernan-des pela nossa confreira OdalisCarmenaty Franco, cubana radi-cada em Barcelona, Espanha, epublicada na revista eletrônica OConsolador de 26 de abril últi-mo.

Indagada se conhecia o mo-vimento espírita brasileiro, elarespondeu que não o conhecia osuficiente, mas “tinha um senti-mento de perplexidade ante a su-premacia das obras mediúnicasde estilo novelão sobre as obrasde estudo e análises da doutri-na”.

E eu tenho certeza de que damissa ela não conhece nem o pa-dre-nosso. Nem imagina, supo-nho, a quantidade de porcaria

espíritas e que, por acaso, exa-minem uma dessas obras, quenós, espíritas, somos um bandode pacóvios que engolem qual-quer coisa; que acreditam em ca-rochinhas e que vivem à cata debobagens.

É preciso pôr cobro a essesabusos. A liberdade que a Dou-trina nos concede não nos auto-riza a errar tanto. Vamos pararcom isso. Vamos respeitar aDoutrina, servindo-a sem perso-nalismo e vaidades tolas.

Temos matéria de estudo, jápublicada e de boa qualidade,em quantidade suficiente para osnossos próximos quinhentosanos. Pensemos bem antes decomprar qualquer livro. E inter-roguemos antes: Quem está pu-blicando? Quem é o autor? Quemensagem nos traz?

Se continuarmos a comprarpor comprar estaremos concor-rendo para que esses abusos nãocessem.

tedrático da Universidade deColumbia, ficou assombrado econfuso. Ante a evidência, Hyslopconvenceu-se da realidade dosfenômenos, principalmente apóster confabulado com o Espírito deseu próprio pai.

A Sra. Piper, sensitiva quetambém se notabilizou pelos seusdons criptestésicos, socorreu-se,por seu turno, de um médiumcego, que possuía dons curativos.- «Ce médium donnait des con-sultations médicales.» Mais tarde,a Sra. Piper, por intermédio de umEspírito, fazia diagnósticos e pres-

ARTHUR BERNARDESDE OLIVEIRA

[email protected] Guarani, MG

que se publica, quase diariamen-te no país, de obras ditas mediú-nicas de nenhum valor doutriná-rio e numa linguagem de estudan-te primário que desserve a lingua-gem e compromete o idioma.

Já em 1901, o admirável LéonDenis se preocupava com isso. Eperguntava: “será que tudo o quevem, por toda parte, vem comoverdade, como luz, como esperan-ça? E ao lado das consolações quecaem na alma como o orvalho quebeija a flor, de par com o jorro deluz que dissipa as angústias e ilu-mina a rota não haverá tambémerros e decepções?”

E numa triste lamentação, va-ticinava: “O Espiritismo será oque dele fizerem os homens”.

De repente, multiplicaram-seas editoras. E, para produzir, to-cam a publicar coisas. Sem ne-nhum critério; sem qualquer exa-me, livros mal escritos, cheios deerros de linguagem e de lógica,dando impressão aos que não são

crevia medicamentos: «Audébut le Dr. Phinuit, quand il -pparaissait, se bornait à donnerdes conseils médicaux ou àformuler des diagnostiques.»(M. Sage, Madame Piper).

Madame Piper continuousuas sessões até 31 de julho de1911, quando os Espíritos reco-mendaram que deveriasuspendê-las devido ao seu es-tado de saúde. Em 1924, entre-tanto, realizou algumas sessõesespeciais que foram as derradei-ras. (Fonte: Anuário Espírita de1967.)

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“A educação da criança é a base de umaHumanidade com mais amor e respeito ao próximo”

A Evangelização Infantil é umtema de suma importância dentroda Doutrina Espirita, um movi-mento que precisa ainda ganharforças e ampliar-se para cumprir apreciosa meta de evangelizar asnossas crianças, os homens do fu-turo, uma tarefa difícil mas desen-volvida com muita dedicação eamor pelos voluntários dessa área.

Esta entrevista tem a felicidadede trazer este assunto à tona e con-versar com uma experiente evan-gelizadora, Maria José Barbosa(foto), conhecida carinhosamentecomo Zezé, que vive em Londreshá 27 anos e tem verdadeiro amorao seu trabalho com os pequenos.

– Zezé, onde você nasceu?Em Vitória da Conquista, Bahia.– Onde você mora atualmen-

te?Em Londres, desde 1982.– Que fato levou você a sair

do Brasil?O motivo foi a morte da minha

filha. Saí do Brasil em 1978, mo-rei em Beirute por muitos anos edepois me mudei pra Londres.

– Qual é sua formação escolar?Terminei o ginásio, mas não

pude concluir o clássico.– Que cargos ou funções já

exerceu no Movimento Espírita?Já passei por todas as funções

existentes numa casa espírita, depoisde começar no Fraternity há 17 anos.

– Atualmente qual é sua ati-vidade?

Sou vice-coordenadora do gru-po SWCSS (1), coordenadora do es-tudo dos pais, do estudo de mediu-nidade e também da evangelizaçãono Reino Unido.

– Quando você teveseu primeiro contactocom o Espiritismo?

Comecei a estudar aDoutrina Espirita há 17anos em Londres, quando seiniciava o Fraternity Spiri-tist Group. Isso ocorreu emconsequência da morte deuma amiga muito querida.

– Houve algum fatoou circunstância especialque haja propiciado essecontacto?

Sim. Um desdobra-mento quando estive muito doente.

– Qual foi a reação de sua fa-mília?

Minha formação é evangélica,mas quando me tornei espírita mi-nha família me deu e ainda me dá omaior apoio.

– Dos três aspectos do Espi-ritismo - ciência, filosofia, religião- qual o que mais a atrai?

A Religião e a Filosofia.– Que autores espíritas mais

lhe agradam? Na parte de educação, Valter

Barcelos; depois, Chico Xavier.– Que livros espíritas que te-

nha lido você considera indispen-sáveis ao confrade iniciante?

Os livros do Chico Xavier, do Di-valdo Franco, O Livro dos Espíritos eO Evangelho segundo o Espiritismo.

– Quando você começou a seinteressar pela Evangelização In-fantil?

Já vem de encarnação passada,pois é muito forte em mim o amorpela criança.

– Qual é a importância daEvangelização Infantil no Movi-mento Espírita e na sociedade?

A educação da criança é a basede uma Humanidade com maisamor e respeito ao próximo. Jesusdisse: “O meu mandamento é este:

Que vos ameis uns aos outros, assimcomo eu vos amei” (João 15:12).

– Você acredita que esta ati-vidade vem sendo bem desenvol-vida dentro do Movimento ou ain-da faltam iniciativas que possamimpulsionar mais o trabalho?

A estrada é longa e há muito tra-balho para fazer. Eu acredito que éum trabalho de coração. É um tra-balho difícil de ser compreendidoe aceito pelas casas espíritas e tam-bém valorizado como educação doEspírito, mas isso vai passar pois aobra é do Cristo e não nossa.

– Como é desenvolvida emLondres a Evangelização Infan-til? Qual é a participação dos paisnesta atividade?

Hoje eu a vejo como um movi-mento muito mais ativo. Estamossempre fazendo trabalho com evan-gelizadores de outros grupos, traba-lhando a integração com outras ca-sas, divulgando o trabalho dosevangelizadores. A evangelização éfeita no idioma inglês e todos sãofilhos de brasileiros.

– Qual seria sua mensagemcomo evangelizadora aos pais es-píritas?

Tomando como base o pensa-mento dos Espíritos, é fundamentalque se forme uma nova sociedade,

que se tome consciência daimportância de trazer o fi-lho para a evangelização erefletir na missão comopais, educadores e exem-plificadores na formaçãoda personalidade e moraldos filhos. Cabe aos pais,principalmente os consci-entes dos postulados espí-ritas, assumir o papel deorientador da família.

– Como você vê a dis-cussão em torno do abor-to? No seu modo de ver

as coisas, os espíritas deveriam sermais ousados na defesa da vidacomo tem feito a Igreja?

Devemos fazer campanha de ori-entação nas casas espíritas. Nós espí-ritas temos a obrigação de trabalharneste movimento com mais empenho.

– Você tem tido contato como movimento espírita no Brasil?

Tenho contato com todo movi-mento no Brasil e fora, graças a nossaquerida Elsa (2) que muito me ajudaneste trabalho da evangelização. Onosso querido Joca (3) nos dá muitoapoio, bem como nossos queridosevangelizadores, pois sem eles eu nãopoderia dar continuidade a este traba-lho de evangelizar, que é tão lindo.

– Como você vê o nível da cri-minalidade e da violência que pa-rece aumentar em todo o mundo e como nós, espíritas, podemos co-operar para que essa situação sejarevertida?

Fazendo uma campanha deevangelização nas casas espíritas,mostrando aos pais a importância dea criança ser evangelizada, pois umacriança evangelizada aprende a res-peitar o próximo. Vamos tomar osensinamentos do Cristo, a moralevangélica cristã, que há de reno-var o mundo, aproximar os homense torná-los irmãos, e há de fazer bro-

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tar em todos os corações a carida-de e o amor ao semelhante.

– A preparação do adventodo mundo de regeneração emnosso planeta já deu, como sabe-mos, seus primeiros passos. Da-qui a quantos anos você acreditaque a Terra deixará de ser ummundo de provas e expiações,passando plenamente à condiçãode um mundo de regeneração?

Quando nos tornarmos espíritasde verdade, pois estamos na escolacom certeza há milhões e milhões de anos e temos uma longa estradapela frente. Mas vamos aprendercom Chico Xavier: “A vida é cursoavançado de aprimoramento atravésdo esforço e da luta”.

– O que o Espiritismo é paravocê? Qual é a importância delena sua vida?

Mostrou-me um caminho novocom a transformação dos meus va-lores morais. Estudando o Espiritis-mo eu posso ver o outro com umirmão e me aceitar com os meus de-feitos e saber que posso melhorartodos os dias. Hoje o Espiritismo étudo para mim e, por isso, procuroservir trabalhando em favor davida. ”Não te esqueças de que a mar-cha para o Cristo é feita igualmentepor fileiras. Todos devemos chegarbem, entretanto, os que se desgar-ram têm de chegar bem por contaprópria”, são palavras de Paulo deTarso no livro Paulo e Estêvão.Notas:1. SWCSS é a sigla da instituiçãoSir William Crookes Spiritist So-ciety, situada em Londres.2. Elsa Rossi, de Londres, é a2a Secretária do Conselho Espíri-ta Internacional.3. Joca ou João Dalledone é o pre-sidente da British Union of Spiri-tist Societies – Buss (União das So-ciedades Espíritas Britânicas).

KATIA FABIANAFERNANDES

[email protected] Londres, Inglaterra

Maria José Barbosa:

Inicia-se no dia 7 de junho,domingo, às 14h, o 1º Cursopara Formação de Evangeliza-dores organizado pelo Departa-mento de Infância e Juventude(DIJ) da USEL, entidade quecongrega as Casas Espíritas deLondrina, com vistas à forma-ção e reciclagem de evangeli-zadores para a infância e juven-tude e à busca de integração enormatização do estudo da Dou-trina Espírita.

A coordenadora do DIJ, JenaiOliveira Cazetta, declarou o se-guinte, a respeito do evento:“Sentimos a necessidade de cadavez mais estudar essa doutrinalibertadora para que não hajamais nenhuma confusão com asoutras doutrinas espiritualistas epara que possamos preparar no-vos trabalhadores dentro daspróprias Casas Espíritas”.

Em meio a tantos percalçosno Movimento, estes eventos,entende ela, “são uma das for-

Começa dia 7 o curso de formação de evangelizadores

mas de integração e união entreas Casas e uma troca de experi-ências entre os trabalhadores”.“Devemos lembrar que a CasaEspírita não se resume a pales-tras, passes ou grupos mediúni-cos; devemos fortalecer e fazercrescer o Movimento, investin-do no preparo de novos traba-lhadores, incluindo a enriquece-dora tarefa de Evangelização deCrianças e Jovens, pois estesserão os futuros administrado-res e participantes do Movimen-to Espírita.”

O curso será desenvolvidoem cinco domingos

O tema do curso – “E agora,por que te deténs?” (Atos 12:26)– apela aos espíritas para que nãodeixem que as atribuições diáriase mundanas os impeçam de serinstrumentos de Jesus e de Kar-dec, num momento em que a hu-manidade clama por melhora enossos jovens são alvo de inúme-ras vicissitudes.

A base teórica do curso fun-damenta-se nos quatro pilares da

na, no horário de 14h às 18h, comexceção do último dia, quandose realizará no período das 10hàs 12h, seguido de um almoçoconfraternativo.

A coordenação geral do even-to estará a cargo de Jenai Olivei-ra Cazetta, Elaine de Martini,Kátia Cilene Pereira, que com-põem o DIJ da USEL, e Elisân-gela Dias de Toledo, representan-te do DIJ da Federação Espíritado Paraná em Londrina.

Nas Casas Espíritas de Lon-drina os interessados podem re-tirar o formulário para forma-lização de inscrição. Em casode dúvidas, eis os endereços te-lefônicos e eletrônicos paracontato:Elisângela – [email protected] fones 3304-6744 e 9921-1317;Jenai – [email protected] fones 3304-2792 e 8811-4253;Elaine – [email protected] fones 3324-4693 e 9145-0533.

O curso conta com o apoio da5ª União Regional Espírita e estáaberto à participação de qualquerpessoa, ainda que resida fora deLondrina.

Educação: “Aprender a Ser”,“Aprender a Conhecer”, “Apren-der a Fazer” e “Aprender a Con-viver”, tão bem explanados nolivro Reflexões Pedagógicas à Luzdo Evangelho, de Sandra Borba,livro, aliás, indicado na seção Li-vros que Recomendamos destarevista. Seu foco é o ensino daDoutrina Espírita.

O curso será desdobrado emcinco etapas, todas aos domingos.

O encerramento dar-se-á na ma-nhã de 5 de julho próximo.

Eis os tópicos a serem estu-dados e seus coordenadores (fo-tos):7 de junho – “Ser Evangeliza-dor”. Coordenadores: Elaine deMartini e Alessandra Guisseli-ne.14 de junho – “A Literatura In-fanto-Juvenil”. Coordenadora:Kátia Cilene Pereira.21 de junho – “O Evangelizan-do”. Coordenadores: ElisângelaDias Toledo, Jenai OliveiraCazetta e Eunice de OliveiraCazetta.28 de junho – “Planejar paraConquistar”. Coordenadora:

Maria Irene Pellegrino de Olivei-ra Souza.5 de julho – “Avaliar para Promo-ver”. Coordenadora: Maria IrenePellegrino de Oliveira Souza.

Um almoço confraternativomarcará o final do evento

O curso será ministrado noCentro Espírita Nosso Lar, na RuaSanta Catarina, 429, em Londri-

Dividido em cinco etapas, todas desenvolvidas aos domingos, o objetivo do curso é preparar e reciclarevangelizadores que possam atuar junto à criança e ao jovem nas Casas Espíritas de Londrina

ANGÉLICA REIS [email protected]

De Londrina

Maria José Barbosa

Jenai, Katia e Elaine Maria Irene Elisângela Dias Toledo

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O IMORTALPÁGINA 10 JUNHO/2009

Quando pensamos nos milhares deespíritas de pouca cultura, humildes ematerialmente pobres, porém verdadeirosvanguardeiros da Terceira Revelação;quando imaginamos que o edifício dou-trinário se mantém firme em face do amordesses lídimos baluartes do Evangelho,impossível não nos entristecermos quan-do se trombeteia em nossas hostes os ex-cessos de consagração das elites culturais.

“A presença do elitismo nas ativi-dades doutrinárias (...) vai expondo-nos à dogmatização dos conceitos es-píritas na forma do Espiritismo parapobres, para ricos, para intelectuais,para incultos (...)” (1)

Chico Xavier já advertia em 1977,“É preciso fugir da tendência à‘elitização’ no seio do movimento espí-rita (...), o Espiritismo veio para o povo.É indispensável que estudemo-lo juntocom as massas mais humildes, social eintelectualmente falando, e deles nosaproximarmos. (...) Se não nos preca-vermos, daqui a pouco estaremos emnossas casas espíritas apenas falando eexplicando o Evangelho de Cristo àspessoas laureadas por títulos acadêmi-cos ou intelectuais (...)” (2)

Acompanhamos com muita reservao surgimento de várias associações dejornalistas, psicólogos, pedagogos, escri-tores, magistrados, médicos. Esse espí-rito corporativista é inaceitável sob a óti-ca cristã. Aliás, corporações essas quepromovem elegantes eventos (quasesempre se cobrando taxas de inscrição)para aguçar a vaidade de alguns confra-des que não perdem a oportunidade deatrair para si os holofotes da “fama”.

Os eventos gratuitos devem ser re-alizados, obviamente, porém urge con-siderar que esses simpósios sejamestruturados sobre programação abertaa todos e de interesse da Doutrina, nãopara ser uma ribalta de competição paraintelectuais com titulação acadêmica,como um “passaporte” para traduzirem“melhor” os conceitos kardequianos.

Caso contrário, consigna o editori-alista da Revista O Espírita, “ChicoXavier, Divaldo Franco, tanto quanto nopassado Léon Denis, que era caixeiro-viajante, não poderiam participar des-ses conclaves, sob pena de se sentiremdesambientados e constrangidos, pornão terem titulação conferida pelas uni-versidades do mundo. Para não falarmosdo próprio Cristo, que não passou dacondição de modesto carpinteiro”. (3)

Sinceramente, não conseguimoscompreender o Espiritismo, sem Je-sus e sem Kardec para todos, com to-dos, e ao alcance de todos, a fim deque o projeto da Terceira Revelaçãoalcance os fins a que se propõe.

É ainda Chico Xavier que ensina:“Por mais respeitáveis os títulos aca-dêmicos que detenhamos, não hesite-

mos em nos confundir na multidãopara aprender a viver, com ela, a gran-de mensagem. (...)”. (4)

Reenfatizamos as admoestações deChico Xavier: “Precisamos conversardesapaixonadamente sobre o nosso mo-vimento. É preciso que nós, os espíritas,compreendamos que não podemos nosdistanciar do povo. É preciso fugir datendência à “elitização” no seio do mo-vimento espírita. É necessário que os di-rigentes espíritas, principalmente os li-gados aos órgãos unificadores, (5) com-preendam e sintam que o Espiritismo veiopara o povo e com ele dialogar. É indis-pensável que estudemos a Doutrina Es-pírita junto com as massas, que amemosa todos os companheiros, mas, sobretu-do, aos espíritas mais humildes social eintelectualmente falando e deles nosaproximarmos com real espírito de com-preensão e fraternidade. Se não nos pre-cavermos, daqui a pouco estaremos emnossas casas espíritas apenas falando eexplicando o Evangelho de Cristo às pes-soas laureadas por títulos acadêmicos ouintelectuais e confrades de posição soci-al mais elevada. Mais do que justo evi-tarmos isso, a “elitização” no Espiritis-

mo, isto é, a formação do “espírito de cú-pula”, com evocação de infalibilidade,em nossas organizações”. (6)

Portanto, devemos buscar a sim-plicidade doutrinária, evitar tudo aqui-lo que lembre castas, discriminações,evidências individuais, privilégiosinjustificáveis, imunidades, priorida-des. Que repensemos as associaçõesde profissionais A, B, C...

Aliás, amigo leitor, você conhecealguma associação espírita de carpin-teiros, marceneiros, lavadeiras, passa-deiras, garis, pedreiros, serventes?Referências:(1) Editorial da Revista O Espírita,ano 11, número 57 - jan/mar/90.(2) Entrevista concedida ao Dr. JarbasLeone Varanda e publicada no jornaluberabense O Triângulo Espírita, de20 de março de 1977, e publicada nolivro intitulado Encontro no Tempo,org. Hércio M. C. Arantes, EditoraIDE/SP/1979.(3) Editorial da Revista O Espírita,ano 11, número 57 - jan/mar/90.(4) Cf. Entrevista concedida ao Dr.Jarbas Leone Varanda e publicada nojornal uberabense O Triângulo Espí-

rita, de 20 de março de 1977, e publi-cada no Livro intitulado Encontro noTempo, org. Hércio M. C. Arantes,Editora IDE/SP/1979.(5) Fazemos uma justa ressalva parapreservar a Federação Espírita Brasi-leira, que tem orientado de forma gran-diosa como as federativas estaduaisdevem proceder. Lamentavelmenteessas, que se perdem muitas vezes noslabirintos das promoções de shows deelitismo, patrocinam eventos para es-

O Espiritismo veio para o povo e com ele dialogar

Crônicas da vida invisível

A personagem desta crônica soueu, de forma que este segundo casopode e deve, sim, ser tomado comoum testemunho.

Vivi, pouco tempo atrás, dez diasde um pesadelo que passei com meufilho mais velho, vitimado pela for-ma mais branda (graças a Deus!) dainfame epidemia de dengue que con-tinua aterrorizando os cariocas.

Dez dias de terror. De noites maldormidas. De dias, manhãs e noitesdurante as quais se contaram, no míni-mo, por dia, cinco horas de pé em plan-tões de pronto-socorro infantil, debai-xo da pressão esmagadora da aflição,do indizível martírio físico e emocio-nal, e não apenas pelo meu filho, maspelo próprio fato de presenciar tanto –mas tanto! – sofrimento de mães e paise de suas crianças. Pequenos prostra-dos por febres escaldantes, surtos de ná-usea, submetidos a hemogramas diári-os – e, a cada um deles, a torturanteexpectativa pelos seus resultados. Mãesem desespero mergulhadas em lágri-mas; pais nervosos; crianças em cujosrostinhos se retratam tristeza indescri-tível, desconsolo, mal-estar, perplexi-dade pela compreensível ausência deentendimento das razões pelas quaisestão flageladas por tanta agonia, comose participando de horrendo reallityshow ou filme de terror!

Em meio a tanta agonia, fragili-zada como todos os demais, e por

custasse a encontrá-lo de novo, se nãoescolhesse aleatoriamente aquela obraespecífica para ocupar o meu tempodurante o período de espera por atendi-mento. E, de pronto, compreendi a res-posta amorosa deste Amigo querido domundo maior que nunca, nunca!, emmomentos de grande aflição, me dei-xou desprovida deste tipo de sinal fra-terno e zeloso de sua presença!

Com efeito, aquele pequeno retra-to dizia: Aí está! O sinal que pediu, masnão apenas da minha presença: da detodos que, daqui, do mundo maior, es-tão não apenas ao seu lado, mas am-parando cada mãe, pai ou pequeno afli-to nesta fase de intenso sofrimento paraos habitantes desta cidade!

Algum tempo depois, com onovo hemograma em mãos, o médi-co plantonista confirmava orestabelecimento do meu menino esua alta para a próxima quinta-feira.

É esta, pois, a crônica da vida in-visível de hoje, cujo especial conteú-do é compartilhado fraternalmentecom todos vocês, por intermédio des-te testemunho, na intenção de se con-firmar que, de fato, não nos achamossozinhos nos nossos momentos maisdifíceis! Há, indubitavelmente, umuniverso repleto de vida insuspeitada,e muito maior, no qual habitam todosestes incansáveis seres amigos que nosamam, nos amparam e nos encorajam,zelando com profunda ternura e com-paixão para que não esmoreçamos, epara que não se extinga nunca a cha-ma da esperança nos nossos corações!

Amor a todos!

conseguinte solidária em toda a imen-sa carga de aflição; e em sendo espíri-ta convicta desde os idos da adolescên-cia, bem como habituada a manter coma assistência do invisível contato cons-tante em razão do trabalho literário de-senvolvido sob as suas diretrizes, mepus, muito naturalmente, a atormentara Espiritualidade em busca de socor-ro. Afinal, também sou mãe. Humana.E também me contorci de angústia ede desamparo, em meio às lágrimasamargas, a cada resultado de exame, acada vez que via no meu filho, sempretão alegre e bem disposto, o maltratoimpiedoso dos sintomas da virose.

Depois do sétimo ou oitavohemograma, tive as cordas emocionaisafrouxadas, e fraquejei. Imersa em lá-grimas incontidas, como em bem-vin-da explosão de uma válvula de escape,mentalizei funda quanto sentida preceao enfim baquear na cama para o de-sassossegado repouso noturno. Cobrei(praticamente exigi!) do meu mentorespiritual que me presenteasse com umsinal qualquer da sua presença e do seuamparo, como em tantas vezes já fezno passado. Um alento que fosse! Quese fosse fato o processo de convales-cença do menino, que me sinalizassede alguma forma positiva que ofere-cesse algum reconforto após tantos diasde flagelação emocional.

Pedia, destarte, por mim e também,de entremeio, por todas as crianças –lembrando-me do intenso sofrimentocoletivo presenciado naquela unidade deatendimento pediátrico do bairro ondemoro. Esgotada de forças físicas e emo-

CHRISTINA [email protected]

Do Rio de Janeiro

JORGE [email protected]

De Brasília

píritas endinheirados, e cobram taxase se perdem na sua tarefa unificacio-nista. Conhecemos federativa que che-ga a gastar R$. 100.000,00 (cem milreais) para promover evento para5.000 (cinco mil) pessoas, como se oEspiritismo necessitasse desses even-tos “grandiosos”. Precisamos retornarà simplicidade doutrinária, conformenos advertiu Bezerra de Menezes atra-vés de Ivone Pereira.(6) Idem.

Acessando o site www.oconsolador.com você pode, além de ler a edi-ção semanal da revista eletrônica O Consolador, ter acesso a biografias devultos espíritas, a uma biblioteca virtual, a mensagens de voz, a músicasclássicas e a estudos espíritas diversos. E pode, igualmente, ler as ediçõesdo jornal O Imortal, bastando para isso clicar no link Jornal O Imortalque aparece na página inicial do site.

As edições do jornal, a partir de janeiro de 2006, estão à disposição doleitor no endereço eletrônico mencionado.

Leia o jornal OImortal na internetwww.oconsolador.com

cionais, adormeci, melhor dizendo, des-maiei, neste estado de profundamentalização dirigida aos mentores eaos médicos do espaço. E só fui desper-tar na manhã seguinte, ainda interior-mente exaurida, para mais um dia demaratona às voltas com hemogramas ecom filas de atendimento intermináveis.

Antes de sair com meu filho, resolvide repente que deveria levar um livro paraamenizar o cansaço do tempo de esperaque se faria extenso quanto exasperante,como o fora nestes muitos dias, não ha-veria nem dúvidas. Afobada com a hora,e já totalmente esquecida do ardente ape-lo espiritual dirigido ao mentor na noitepassada, passei a mão a esmo num volu-me qualquer da minha biblioteca espíri-ta particular, cuja quantidade de livros jáse torna incontável depois de todos estesanos de labor na área espiritualista; to-mei da bolsa, e saímos.

Chegamos ao pronto-socorro, abar-rotado, como era de se esperar. Pegueiuma senha cuja numeração já ultrapas-sava de muito os setecentos números,busquei assento para o meu filho. Eumesma me mantive em pé após as pri-meiras providências, e enfim me dis-pus a esperar lendo o livro que trouxe-ra, obra da autoria de Herculano Pires,de conteúdo interessantíssimo sobre otema da reencarnação. Abri a esmo. Eme tomei de grato espanto!

Nem me lembraria mais depois detanto tempo daquele esboço mediúnico,justo o retrato em miniatura do meumentor espiritual, recebido há pelo me-nos três anos atrás, e que guardara nomeio das páginas daquele livro! Talvez

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O IMORTALJUNHO/2009 PÁGINA 11

Eventos no Paraná

Cambé – Todas as quartas-feiras,às 20h30, o Centro Espírita AllanKardec promove um ciclo de pa-lestras, com palestrantes especial-mente convidados. A primeira pa-lestra de junho ocorre no dia 3, acargo de Sônia Janene, de Londri-na. Nas demais semanas, falarãoGilson Luiz Ribeiro, no dia 10;Gilberto Coutinho, no dia 17; ePedro Garcia, no dia 24.– O Lar Infantil Marília Barbosa(Rua Dinamarca, 1.288) promoveno próximo dia 21 de junho, a par-tir das 12h, o 4º Almoço DulceGonçalves, que tem como objetivoarrecadar fundos para a entidade.O almoço será servido no local econtará com o cardápio: 2 tipos decarnes (frango e porco), 2 tipos dearroz, saladas e sobremesas à von-tade. A bebida será inclusa e o pre-ço é de R$ 15,00 para adultos ouR$ 8 para crianças de 7 a 10 anos.

Curitiba – O conselheiro da Fede-ração Espírita do Paraná AlanRobertson Archetti realiza um semi-nário com o tema “Repensando oLar”, no Centro Espírita Paz, Amore Caridade (Rua Cleto da Silva, 747– Boqueirão), que acontece no dia6 de junho, das 14h30 às 18h30. Se-rão abordados: compromissos afe-tivos; ambiente doméstico estrutu-ra familiar; alterações afetivas, etc.– Maria Helena Marcon coordena oseminário “Estratégias do Modeloe Guia na Exposição Doutrinária”,nos dias 17 e 18 de junho, na SedeHistórica da Federação Espírita doParaná, localizada na Rua AlamedaCabral, 300. O evento será realiza-do das 19h30 às 21h30 e deve serabordado temas como o ensino oral:as parábolas; o acolhimento: o am-biente, o conforto, a disposição paraouvir; a autoridade: a moral, o sa-ber, o fomento da verdade, etc.

Londrina – Inicia-se no dia 7 dejunho, domingo, às 14h, o 1º Cur-so para Formação de Evangeliza-dores com o objetivo de formar tra-balhadores para atuar nas casas es-píritas de Londrina e região. O cur-

FEP, realizam o seminário “Aten-dimento Espiritual à Luz dos Ensi-namentos de Jesus”, no dia 7 de ju-nho. O Evento acontece no CentroEspírita Jesus e Verdade, localiza-do na Rua Tiradentes, 981, das 8hàs 12h e será abordada a importân-cia da Doutrina; os aspectos davivência dos Ensinos de Jesus,além da ação espiritual nos diálo-gos e nas vivências.

Eventos em outrasregiões do País

Brasília – Encontram-se abertas,apenas pela página eletrônicawww.100anoschicoxavier.com.br,as inscrições para o 3º CongressoEspírita Brasileiro. Este evento,programado para os dias 16, 17 e18 de abril de 2010, em Brasília,está incluído no “Projeto Centená-rio de Chico Xavier”, patrocinadopela Federação Espírita Brasileira.

São José do Rio Preto – O 9º En-contro Regional de Evangelizado-res, Educadores e Juventude Espí-rita será realizado nos dias 6 e 7 dejunho. O tema deste ano será “AArte na Evangelização do Espíri-to”. O evento será realizado na As-sociação Espírita Cirineia, que ficana Rua Nabor Mendes, no 448, SãoDeocleciano III. Informações pelotelefone (17) 3212-5215.

Rio de Janeiro – A vida de Dival-do Pereira Franco é contada no tea-tro pelo ator Renato Prieto, atravésdo espetáculo “O semeador de es-trelas”, baseado no livro da escrito-ra Suely Caldas Schubert. Com tex-to de Cyrano Rosalém, a peça apre-senta de forma bem-humorada eemocionante a vida do conhecidomédium e expositor espírita baiano.Está em cartaz no Teatro PrincesaIsabel, que fica na Avenida Prince-sa Isabel, 186, em Copacabana. Oespetáculo ficará em cartaz até 26de julho. As apresentações são desexta a domingo, às 19h30. Outrasinformações, pelos telefones (21)2275-3346, do teatro, ou 2208-5282, da produção, ou na páginawww.renatoprieto.com.br.

Camargo (Bem-Aventurados os Bran-dos e Pacíficos) - Núcleo Espírita IrmãScheilla; 27/6/2009 – Sábado -15h:Leda Negrini de Almeida (Quem SeElevar Será Rebaixado) - ComunhãoEspírita de Londrina.

Arapongas – O Centro Espírita Fé,Luz e Caridade, localizado na RuaDrongo, 833, comemora neste mês61 anos de existência com um ciclode palestras, de acordo com a seguin-te programação:Dia 2 de junho – Júpiter Villoz daSilveira, de Londrina.Dia 9 – Allan Kardec Moreira, deFaxinal.Dia 16 – Ivone Csucsuly, de Maringá.Dia 23 – Coral Espírita Estrelas daPaz, de Arapongas.Dia 30 – Lúcia C. da Silva, de Ma-ringá.Dia 7 de julho – José Antônio Vieirade Paula, de Cambé.As palestras ocorrerão sempre às 20h.

Campo Mourão – Realiza-se no dia13 de junho o seminário “A Constru-ção do Destino”, coordenado pelo as-sessor de comunicação social da FEP,Carlos Augusto de São José. O eventoacontece no Centro Espírita Caminhei-ros do Bem, localizado na AvenidaComendador Norberto Marcondes,2.223, das 14h30 às 17h30 e abordaráos princípios evolutivos, justiça e mi-sericórdia; estados da alma e felicida-de. Outras informações pelos telefones(44) 3016-2021 ou (44) 9108-0782.

Cascavel – Um seminário com otema “O Ser Espírita na gestão dequalidade e no exercício do bem”,coordenado pelo presidente da 14ªRegião e membro da coordenadoriado estudo da Doutrina Espírita daFEP, Ubiratan Cezar Archetti será re-alizado no dia 7 de junho. O eventoacontece no Centro Espírita Paz,Amor e Luz, localizado na Rua Sal-gado Filho, 2.509, das 8h30 às 12h.Mais informações pelos telefones(45) 3228-3050 ou (45) 9975-7225.

Guarapuava – Maria da GraçaRozetti e Valdecir José Rozetti, quefazem parte da Coordenação do Se-tor de Atendimento Espiritual da

Palestras, seminários e outros eventos

so será realizado com aulas teóricase práticas no Centro Espírita NossoLar. (Leia sobre esse evento a repor-tagem especial publicada nas págs.8 e 9 da presente edição.)– Todos os domingos, às 8h30 da ma-nhã, espíritas e simpatizantes da Dou-trina Espírita de Londrina e regiãopodem ouvir o programa Além daVida, transmitido pela Rádio Londri-na AM (560 khz). O programa é pro-duzido por voluntários espíritas queabordam diversos temas de acordocom a Doutrina Espírita, além detransmitir mensagens de reflexão.– A 5ª URE promove no dia 6 de ju-nho, das 14h30 às 18h30, o seminá-rio “Despertando a Coragem”, queserá apresentado por Marcelo GarciaKölling e Márcio Cruz Santos, am-bos de Curitiba. O evento vai ser re-alizado no Centro Espírita Meimei(Rua Iapó, 130 – Vila Nova). Entreos enfoques abordados no seminárioestarão: a análise sobre crenças e mi-tos: como as crenças influenciamnosso comportamento; conceito decoragem; necessidade da coragemface aos desafios da vida; Jesus e aspermissões para a coragem, etc. Maisinformações pelos telefones (43)3324-2249 ou 9987-8011.– Inicia-se no dia 4 de junho, quinta-feira, às 14h, no Centro Espírita Nos-so Lar, o estudo do livro Tramas doDestino, de Manoel Philomeno deMiranda, psicografado por DivaldoFranco. O estudo faz parte da pro-gramação do Grupo de Estudos Es-píritas Abel Gomes – GEEAG, coor-denado por Astolfo O. de Oliveira Fi-

lho. O mesmo livro será também es-tudado às terças-feiras, das 18h30 às19h45, a partir do dia 9 de junho, nomesmo local.– No dia 7 de junho, domingo, reali-za-se mais uma reunião do Círculo deLeitura “Anita Borela de Oliveira”,que ocorrerá excepcionalmente às18h30. O local será a residência deCélia Cazeta de Oliveira, localizadana Rua João XXIII, 742. A obra emestudo é o romance O Amor JamaisTe Esquece, de Lucius, psicografadopelo médium André Luiz Ruiz.– Inicia-se no dia 5 de junho mais umCiclo de Palestras promovidas pelaUSEL – União das Sociedades Espíri-tas de Londrina, conforme a seguinteprogramação: 5/6/2009 – Sexta - 20h:Pedro Vanderlei (Jesus no Lar) - C.E.Nosso Lar; 6/6/2009 – Sábado -15h:Dogomar Ferraz (Amar a si mesmo) -C.E. Fabiano de Cristo; 6/6/2009- Sá-bado -20h: Alceu Moraes (Conhece-tea Ti Mesmo) - C.E. Amor e Caridade;7/6/2009 – Domingo -9h30: MariaEloíza Ferreira (Fidelidade) - C. E.Meimei; 9/6/2009 – Terça -20h: Wil-son Marconi (O Jugo Leve) - Socieda-de de Divulgação Espírita Maria deNazaré; 12/6/2009 – Sexta -20h: MariaIrene Pellegrino (Por que a reforma ín-tima?) - C.E. Aprendizes do Evange-lho; 13/6/2009 – Sábado -15h: JoséAntônio Vieira de Paula (Estudo doEvangelho segundo Espiritismo) - Nú-cleo Espírita Hugo Gonçalves; 16/6/2009 - Terça- 20h: Paulo Fernando deOliveira (Sócrates e Platão) - C.E. AllanKardec; 17/6/2009 – Quarta -20h: OsnyGalvão (Aprendendo a Perdoar) - C.E.Nosso Lar; 18/6/2009 – Quinta -19h50:Ilza Maria Lima Braga (Piedade) - Cen-tro de Estudos Espirituais Vinha de Luz;19/6/2009 – Sexta -20h: WantuilSantana (Depressão) - C. E. Caminhode Damasco; 20/6/2009 - Sábado-10h:Luiz Cláudio A. Pereira (Lei da socie-dade) - Núcleo Espírita Benedita Fer-nandes; 20/6/2009 – Sábado -20h:Carlos Alberto Babugia (Os EspíritosProtetores) - Centro Espírita AnitaBorela de Oliveira; 23/6/2009 – Terça -20h: Oswaldo Santos (Os PrimeirosCristãos) - C. E. Bom Samaritano; 26/6/2009 – Sexta -20h: Jonatas Beranger(Fé) - Centro Espírita Maria de Nazaré;27/6/2009 – Sábado -14h30: Roberto

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O IMORTALPÁGINA 12 JUNHO/2009

ELSA [email protected]

De Londres (Reino Unido)

A dúvida seria se iríamos de tremou de ônibus. Feita a escolha basea-da no preço das passagens, rumamospara Victoria Coach Station, a rodo-viária de Londres. Num ônibus con-fortável, seguimos para Cambridge.O propósito da viagem seria visitaro local onde pela primeira vez Di-valdo Pereira Franco ira falar. Tínha-mos já preparado os sanduíches, aágua, “biscuits”, uvas. O dia era belocom muito sol. Já tínhamos o com-bustível da alegria e expectativa emretornar a Cambridge após 12 anos,quando lá estivemos pela última vez.

Éramos cinco trabalhadoresvoluntários da BUSS que estáva-mos nesta viagem de pouco maisde duas horas de ônibus.

Como todos os anos, a BUSS,British Union of Spiritist Societies,a nossa federativa britânica, orga-niza todos os eventos com o tribu-no amigo Divaldo. Desta feita,Cambridge surgiu como uma dasmelhores opções. Feita a busca dolocal, ficou acertado que da Uni-versidade de Cambridge, a segun-da universidade na história domundo acadêmico de fala inglesa,Divaldo iria falar em um Hall doCaius & Gonville College, que éconsiderado um dos Colleges me-dievais mais antigos de Cambrid-

ge. Fundado em 1348, ele está si-tuado no quarteirão histórico, pre-servado, onde não entram ônibusde linha comercial ou turismo nemcarros.

Chegando a Cambridge, já ía-mos respirando história desde aentrada da cidade. Parques verdes,muitas bicicletas utilizadas pelosestudantes do mundo todo, muitagente jovem, alegre, abrilhantavamcomo flores ao sol o visual de nos-so dia. Caminhamos até o rio Cam.Sobre as águas do Rio Cam os fa-mosos “punts”, os barcos chatosque as pessoas usam para os pas-seios, barcos esses que fazem par-te de inúmeras pinturas a óleo dosmais renomados artistas da histó-

Crônicas de Além-Mar

800 anos de fundação da Universidade de Cambridge

ELSA ROSSI, escritora e pales-trante espírita brasileira radicada emLondres, é 2ª Secretária do Conse-lho Espírita Internacional, diretorado Departamento de Unificaçãopara os Países da Europa, organis-mo do Conselho Espírita Internaci-onal e secretária da British Unionof Spiritist Societies (BUSS).

ria da Inglaterra e do mundo. Aspontes de pedras milenares, as pra-ças, os relógios antigos, as torres,os Colleges... Um verdadeiro mu-seu histórico a céu aberto. Cadaentrada de cada College expressa-se um “oh My God!” (Oh meuDeus!), que maravilha!

Passamos pelo Christ College,fundado em 1448, o King´s Colle-ge fundado em 1441, EmmanuelCollege, fundado em 1554, DarwinCollege o Queens College, comseu salão medieval com mais de550 anos de história, Jesus Colle-ge, fundado em 1496, SidneySussex College fundado em 1596,The Homertown College, fundadoem 1830, St Edmunds College,fundado em 1896, Selwin Colle-ge, o Girton College, fundado em1869, que foi o primeiro Collegea aceitar estudantes femininas pararesidir em suas dependências. Nósnos encantamos com o pátio inter-no do Trinity College, fundado em1546.

Contornamos ruelas, visitamoso Market, entramos no Caius &Gonville College, visitamos as“Chapels”, que são metade ainda

“capelas para serviço religioso” ea outra metade, após a porta de vi-dro transparente, um café comenormes vitrais que deixam pene-trar a luz do sol, através do colori-do dos vidros.

Ir a Cambridge é tomar um ba-nho de história, onde Darwin,Erasmus de Rotterdam, famososcientistas, autores de descobertase experiências científicas que che-gam até nossos dias, viveram. E énesse palco de glória educativa queDivaldo levará a mensagemconsoladora de Jesus, através daDoutrina Espírita, iniciando o 1o.Movimento “Você e a Paz” no Rei-no Unido, neste ano de 2009.

Para mais informações sobre oseventos da BUSS, visite o novoweb site www.buss.org.ukNegação ou aceitação

Os bebês chegam ao mundochorando. Isso porque nosso des-tino perpassa ainda pelas cruelda-des intrínsecas ao mundo. Talvez,por isso, Jean Claude Guillebaudexpressou: o mal está irredutivel-mente em mim.

Sabemos. É necessário reco-nhecer na subjetividade humana aorigem do mal, enraizado, sobre-tudo, no egoísmo e seus diversosapêndices. E, no micro e no macro,o egoísmo pode justificar a camu-flada ofensa, a fofoca, a rejeiçãoindeclarável, a opressão domésti-ca, as servidões, a intolerância ét-nica e religiosa, as guerras, asmúltiplas maldades.

Diabolus é o desvalor que se-para, pois é própria da genealogiado mal provocar a des-ligação. Emesmo que neguemos a existên-cia do demônio, não podemos pro-var a inexistência da aptidão de-moníaca que mora no ser huma-no, pois ele também é demens.

Mas no limite, o bem se trans-

perança. Sim, pois a esperança sealimenta do inesperado. Se tu nãobuscares o inesperado, não en-contrarás, dizia Heráclito.

Como possuímos o funestoprivilégio subjetivo de experimen-tar (e causar) a crueldade huma-na, também temos aptidão para obem e o belo, para as pequenasatitudes alegres e generosas docotidiano.

Sim, o ser humano também ésapiens. Existem muitas sementesde bondade em nós e tudo podecrescer a partir delas...

É dito por muitos e confio nis-so: o máximo de religação é oamor. Paracelso sabia disso quan-do afirmou: toda medicina é amor.

Claramente, o médico que ha-bita em nós prescreveria uma re-ceita simples para a vitalidade dasaúde, para a qualidade da vibra-ção da nossa essência: ame paraviver, ame o frágil e o fraco, por-quanto tudo que é significativo navida é tecido pela fragilidade.

Talvez por isso o forte (mau)persiga o fraco (bom) – e, atrás doseu móbil, exista o medo. Medodo amor, medo da re-ligação.

forma em mal e o mal se transfor-ma em bem. Sim, porque tanto omelhor da bondade como o pior damaldade habitam o ser humano...

Resta-nos bem escolher, embo-ra afirmem o bem condenado a serfraco. Isso, então, impele uma prá-tica de resistência, pois podemos re-sistir à crueldade do mundo. Masde que maneira? Pela compaixão,tolerância e amor, criando-recrian-do a re-ligação entre ego e Self,mas também com o ambiente quenos cerca, com os felizes e os infe-lizes que vivem conosco.

Sócrates afirmou no Teeteto: Éimpossível que o mal desapareça.Porém, podemos, com coragem, evi-tar sua vitória definitiva. Além dis-so, como a afirmação socrática se ex-plica também pelo contexto social ehistórico de Atenas (Sócrates foicondenado à morte em 399 a.C., aos71 anos de idade pela democraciaateniense), do ponto de vista da evo-lução humana, ouso discordar, o des-tino da comunidade planetária estáfadado ao bem e ao belo.

Mas, por enquanto, essa práti-ca de resistência se concilia, certa-mente, à esperança atada à deses-

EUGÊNIA PICKINA [email protected]

De Londrina

Inspiração divina

Eu sei que não é meu nada que escrevoAs poesias, particularmente.

Elas vêm e invadem minha menteE não posso evitá-las, nem me atrevo.

Reconheço não ter qualquer relevoPara tanto escrever ultimamente.

Eu devia ficar muito contente,Mas, ao contrário, ostentar não devo.

Eu simplesmente ponho no papelDádivas essas que me vêm do céuSurgindo de repente, em profusão.

Por isso guardo esta lição de ouro:Esses versos são bênção e tesouroE neles ponho a alma e o coração!

JOSÉ VIANA GONÇALVESDe Campos dos Goytacazes, RJ

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O IMORTALJUNHO/2009 PÁGINA 13

“...Era triste a paisagem,O céu era nevoento...

Cansado de remorso e sofrimento,Sentara-se a chorar...”***

Parece-nos assim, sombria, apaisagem moral do planeta, o pla-neta azul, que nos abriga.

Prantos e desespero por todolado, sofrimentos diversos, amar-gura na densa noite da época emque vivemos.

Uma senhora, magrinha, espí-rito em provas, lutadora, com insu-ficiência renal crônica, fazendohemodiálise três vezes por semana,tendo que ficar na máquina o diainteiro no hospital, aguardando na

fila de transplantes, nos disse quemudou à pressas de um bairro po-bre de Londrina, onde seu filho foiassassinado por traficantes de dro-gas e, agora, morando num bairrona periferia de Cambé, viu sua casasendo invadida por uma mulher des-vairada e um comparsa, achando elaque ambos estavam drogados, arre-bentando tudo dentro de sua casa,aos gritos e impropérios, simples-mente porque a mulher cismou quesua filha, de 15 anos, teve um casocom o marido dela! Segundo a mãe,a jovem simplesmente tinha atendi-do a um pedido dele, que entrara nobar ao lado da casa e viera pedir umpapel para anotar algumas coisas.

Se não fossem os vizinhos acu-direm e chamarem a polícia, disseela, não sabe o que poderia teracontecido.

Falta de amor. Falta de compai-xão.

Precisamos olhar com miseri-córdia, ter olhos de compaixão, ter-mos mais amor.

A mensagem do Cristo não seapagou. Continua chamando as cri-aturas a amar, quando ouvimos:“Amai-vos uns aos outros”.

O ser humano é que está comdificuldades demais, mas não deve-mos jamais desanimar, o tempo pas-sa veloz e as coisas mudam, as cri-anças crescem e nós haveremos deamadurecer, e esse tipo de situaçãoque narramos, um dia não maisexistirá. O Socorro Divino sempreampara.

“... Nisso, nobre mulherde planos superiores,

Nimbada de celestes esplendores,Que ele não conseguia divisar,

Chega e afaga a cabeça do infeliz.Em seguida, num tomde carinho profundo,

Quase em oração, ela lhe diz:– Meu filho, por que choras?

...”***

A humanidade está na noite,mas jamais devemos esquecer quea aurora a sucede.

Caminhemos com esperança,

coragem e sustentando, com o co-nhecimento espírita que abraçamos,a esses pobres irmãos do caminho,que na vida só conhecem aflições.

Tudo há de passar, não importaquanto tempo demore, não estamossolitários, o infinito amor de Deuspor tudo vela, e Jesus, o governa-dor espiritual do planeta, está a pos-tos. Como à criança a quem os paisimpõem limites e dizem: Chega!,também um voz imperiosa e docehá de sustar as dores que observa-mos, quando elas tiverem cumpri-do sua tarefa de reerguer os espíri-tos rebeldes através do sofrimento.Haverá um momento em que o Di-vino Amor sustará essa situaçãomoral dolorosa e o “basta” surgirá.Os espíritos que têm agressividadee instintos destrutivos não mais po-derão prejudicar aqueles que jáamam e são mansos e humildes unscom os outros. Foi assim que acon-teceu com os espíritos que tiveramque sair do planeta sob a égide daestrela Capela, como narra Emma-nuel em “A Caminho da Luz”.

Uma aurora de amor há de bri-lhar no Mundo.

“... Amo-te, filho meu,amo-te e quero

Ver-te, de novo, a vida

Brilhe vossa luzJANE MARTINS VILELA

[email protected] Cambé

Maravilhosamente revestidaDe paz e luz, de fé e elevação...

... Terás o coraçãoNas águas do bendito

esquecimentoNuma nova existência

de esperançaLevar-te-ei comigo

A remançoso abrigo...”***

Tenhamos fé e coragem, equando virmos a aparente vitóriados ímpios, provocando sofrimen-tos no caminho, trabalhemos umpouco mais, dentro das nossas pos-sibilidades, que, emborapequeninas, podem ser uma réstiade luz a afagar um coração quechora.

“... – Sois divina mulher,irradiando amor

Ou anjo celestial de quempressinto a luz?!

No entanto, ela a fitá-lo,frente a frente

Respondeu simplesmente:– Meu filho, eu sou Maria,sou a mãe de Jesus.”***

*** (Maria Dolores, “Retratode Mãe”, psicografia de FranciscoCândido Xavier)

Histórias que nos ensinam

Três ou quatro vezes tive a opor-tunidade de acompanhar as tarefasde nosso querido Jerônimo Men-donça em nossa região e no interiordo Estado de São Paulo. E em tãopouco tempo, pude aprender muitocom ele. Sempre conduzido naque-la cama especialmente construídapara um tetraplégico cego, com dis-túrbios cardíacos tão importantesque, se levantasse um pouco maissuas costas, ou as abaixasse, difi-cilmente conseguiria respirar. Essetipo de maca que o carregava paratodo lugar tecnicamente recebe onome de Trendenlenburg.

Quando assisti à sua primeirapalestra, estranhei o fato de, apósa explanação, ele sempre cantaruma música que nada tinha de dou-trinário. Era um canto infantil cha-mado “O Pica-Pau”, que dizia:Pica-pau é um passarinho muitoalegre e gentil, que habita as flo-restas majestosas do Brasil... Compenacho na cabeça, que lhe dá tommarcial, dentre todos os passari-nhos, com certeza é o general.

Incomodado com aquela situ-ação, um dia perguntei-lhe o por-quê daquela canção depois de umapalestra de teor tão profundo.

E Jerônimo, sempre sorrindo,contou-me então:

“Há muito tempo, enquantorepousava, apareceu-me um Men-tor amigo que disse precisar de

JOSÉ ANTÔNIO V. DE [email protected]

De Cambé

minha ajuda. E levou-me para umaregião do mundo espiritual, muitopantanosa, obscura. Fiquei umpouco assustado, mas antes que ti-vesse tempo de questionar qual-quer coisa, o Guia disse-me: “Je-rônimo, cante!” Eu não entendidireito... Mas ele repetiu, em for-ma de intimação.

Mais assustado ainda, a únicacanção que me veio à mente foiesse folclore infantil que minhamãe tinha me ensinado quando euainda era muito pequeno.

Qual não foi minha surpresaquando, imediatamente após iniciara melodia, começaram a surgir Es-píritos que vinham do fundo daque-le lodo, como que a espiar de ondevinha aquela música, aquele som.

Foi então que meu Benfeitorme falou sem deixar margens paraperguntas: “Jesus não disse quetoda ovelha conhece a voz de seupastor? Pois então, esses foramovelhas suas, em épocas negativas,quando você os liderava.”

“Então – concluiu Jerônimo –nunca mais deixei de cantar essamelodia, onde quer que fosse, paratirar do umbral minhas antigas com-panhias, para que eles, reconhecen-do minha voz, me vendo nesse cor-po mutilado, percebessem que asLeis Divinas nunca esquecem nin-guém e, quando nos alcançam, nãochegam para nos castigar, mas paranos erguer a planos melhores.”

(Lembramos que em novembrodeste ano serão completados 20anos de sua desencarnação.)

As boas notícias

“Sinceramente não suportomais assistir ao telejornalismo. Nemo nacional, nem o exterior. É só cri-me e mais crime. Falcatrua e falca-trua. Sexo e sangue. Também nãoleio jornais. Não ouço emissoras deRádio. Não compro revistas.”

Assim desabafava comigo umsenhor durante uma viagem de ôni-bus no tumulto do Rio de Janeiro,onde nasci, cresci, vivo e acho queaqui morrerei, só Deus sabendocomo, onde e quando.

De certa forma, dei-lhe razão.Sobretudo no que diz respeito àtelevisão. Justamente na hora dojantar ou do almoço – lá vem aque-la multidão de notícias macabras,escabrosas; e o telejornalista ain-da é obrigado a dizer-lhe, com umsorriso empostado: “Boa tarde!”.Ou então: “Boa noite!”

Coitado do André Trigueiro,confrade espírita da GloboNews!Conheci-o pessoalmente num Cen-

noticiário sobre os moços que tra-balham de dia e estudam à noite; arespeito dos médicos e demais pro-fissionais da saúde que lutam con-tra as garras da morte em muitoshospitais; em torno de operáriosque suam o suor do próprio rostopara obterem o pão de cada dia;acerca de donas de casa que traba-lham no lar, e até fora deles, du-rante todos os dias do ano inteiro...

Ah! Existem muitas pessoasdando o melhor delas mesmas paraedificação de uma sociedade maisjusta e solidária... Coveiros e ad-vogados, escritores e lavadeirasdomésticas, juristas e limpadoresdas vias públicas, jovens universi-tários e técnicos debruçados noslivros e nos tubos de ensaio e den-tro das oficinas e dos escritórios,no bulício das grandes cidades eno remanso das aldeias distantes,com boa vontade, contribuindopara o equilíbrio da sociedade! Sóraramente a mídia nos mostra isto.

(Caixa Postal 61003, Vila Mi-litar, Rio de Janeiro, RJ, CEP21615-970)

CELSO [email protected]

Do Rio de Janeiro

tro Espírita promovendo um admi-rável painel sobre a destruição daNatureza. E como o rapaz conheceo texto de “O Livro dos Espíritos”!E como luta denodadamente atrásdos bastidores para conservação doplaneta aviltado pela ganância da talde globalização, que outra coisa nãoé do que o capitalismo selvagemmatando vidas e pisando sobre asmais verdes esperanças de um futu-ro melhor. Eu, que fui professor em1961, de Matemática e Português, doEliakim de Araújo, no então cursode admissão do Ginásio Comercialdo Colégio Leopoldo, em NovaIguaçu, RJ; eu, que fui amigo doDeolindo e da dona Delta, os paissaudosos de Paulo HenriqueAmorim; eu, que fui colega de tur-ma do Carlos Nascimento, na 5ª Sé-rie do Curso Primário no Grupo Es-colar Rangel Pestana, sob a tranquilamestra Professora Marina de Olivei-ra Dutra, em 1953, também em NovaIguaçu, RJ. Eu imagino com que ale-gria e com que satisfação e com queentusiasmo eles levariam ao ar notí-cias alegres, novidades alvissareiras,

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O IMORTALPÁGINA 14 JUNHO/2009

Fósforos de CorAndando pela rua, Laurinha ia

remoendo seus pensamentos.Estava chateada porque dese-

java muito um vestido novo quetinha visto numa loja e não podiacomprar.

Pediu à mãe, insistiu, implorou,mas a resposta tinhasido sempre a mesma:

— Não, minha fi-lha. Não temos di-nheiro agora. Quemsabe em outra oca-sião?

A garota bateu opé, exigente:

— Não. Queroagora! Depois, aque-le vestido não estarámais na loja. E ele élindo, mamãe. Euquero, quero e quero!

— Pois não o terá,Laurinha. No mo-mento estou compouco dinheiro e nãoposso gastar o que te-nho para atender umcapricho seu.

A menina chorou, fez birra,bateu o pé, gritando inconformada:

— Mas eu quero!Porém, apesar de toda a pres-

são de Laurinha, a mãe não cedeu,continuando firme.

Ela falou com o pai, julgando

amanheceu com febre. Dona Isa-bel, cuidadosa e preocupada, nãopermitiu que a filha fosse à escola,obrigando-a a permanecer nacama.

Como a febre não diminuísse,a mãe levou Laurinha ao médico.Ela estava com princípio de pneu-monia.

Por mais de uma semana, a ga-rota ficou na cama, tomando remé-dios e reclamando por não podersair de casa e ir à escola.

— Vou ficar boa logo, mamãe?— perguntava ela. — A festajunina da escola está se aproximan-do e não quero faltar!

— Vamos ver. Depende devocê, minha filha. Se tomar os re-médios direito, ficar de repouso nacama, quem sabe?

Aquela semana custou a passar.Laurinha, embora inconformada,teve que obedecer.

Para passar o tempo, jogava da-mas com os amigos, via televisão,

e, quando estava sozi-nha, lia, lia muito.

Ela, que nunca ti-nha se interessadomuito por leituras, leulivros que falavamdas coisas que são re-almente importantesem nossa vida e quedevemos valorizar,como a família, a saú-de, a educação.

Ao mesmo tempo,Laurinha não podedeixar de notar queseus pais estavam gas-tando bastante comela: tinham que pagara consulta médica,comprar remédios eaté uma alimentaçãomelhor que ela estava

precisando para se recuperar.Preocupada perguntou à mãe:— Mamãe, a senhora disse que

estava sem dinheiro e agora estátendo que gastar tanto comigo!Onde arrumou dinheiro?

— É que a saúde, minha filha,

Na vida tudo depende de es-forço próprio.

Jesus diz que, com fé, conse-guiremos tudo o que desejarmosrealizar.

Então, quando você tiver umsonho ou quiser realizar algumacoisa, não desista. Mesmo diantedas dificuldades, continue tentan-do.

As vitórias são lentas,conseguidas palmo a palmo.

Observe a lição da vida.Um prédio levanta-se tijolo a

tijolo.Uma floresta inicia-se de al-

gumas sementes.Os livros mais famosos foram

escritos letra a letra.O maior rio é formado de um

conjunto infinito de gotinhas.Assim, diante de uma tarefa

de matemática, de um brinquedocomplicado de montar, de umapágina difícil de entender, de umquebra-cabeça que exige atenção,nunca diga:

— Não posso!— Não consigo!Quando temos boa-vontade e

perseverança, enfrentamos qual-

Você Consegue!que seria mais fácil. Aproximou-se dele dengosa, como sempre fa-zia quando desejava alguma coi-sa, sentou-se no seu colo e pediu,com voz suplicante:

— Papai, eu posso comprar umvestido que vi na loja? É lindo!

Todavia, a resposta foi a mes-ma: Não.

Laurinha foi para o quarto amu-ada, chorou, mas teve que se con-formar porque os pais não iriammudar de ideia.

Alguns dias depois, Laurinha

quer problema com otimismo.As dificuldades são desafios

que a vida nos apresenta para nos-so crescimento. E também sãoproporcionais ao nosso aprendi-zado. Cada fase representa umaconquista que precisamos alcan-çar para atingir a fase seguinte.

Jamais desista de um sonhopelas dificuldades que sua reali-zação apresente. Utilize sua inte-ligência, sua força, sua criativi-dade para vencer os obstáculos.

Diante de um problema mai-or, lembre-se sempre de fazeruma prece pedindo a ajuda de Je-sus e dos bons espíritos, e encon-trará a resposta que precisa.

Então, nunca desista!Esforce-se e conseguirá.Trabalhando, você vencerá.E sentirá orgulho, a justa sa-

tisfação de ter conseguido che-gar ao fim de uma tarefa.

Talvez suas tarefas agora se-jam pequenas, mas estará se pre-parando para realizar outras tare-fas, maiores e mais complicadas,mais tarde, quando crescer.

Por isso, vamos em frente.— VOCÊ CONSEGUE!

é muito importante para nós e paraisso sempre daremos um jeito. Édiferente de comprar uma roupa,que não é necessária e podemospassar sem ela.

Uma semana depois, a garotaestava diferente, mais tranquila,mais serena.

Chegou o dia da festa juninada escola.

Laurinha, recuperada, arrumou-se e foi toda feliz para a festa en-contrar com os colegas e amigos.

Lá, passeando entre os postesiluminados, as barracas enfeitadas,as bandeirinhas, ela olhou para amãe, sorridente e disse:

— Sabe, mamãe, aprendi mui-to nesses dias. Aprendi que exis-tem coisas que são realmente im-

portantes. Como a saúde, porexemplo. Fiquei brava por não con-seguir comprar aquela roupa novaque eu desejava tanto, mas agoranem me lembro mais dela!

Olhando uma colega que risca-va fósforos de cor, ela explicou:

— Aprendi que tem coisas navida que são como fogos de artifí-cio: depois de queimar, não sobramnada. São belos, luminosos, colo-ridos, mas é só para um momento.Não duram.

Parou de falar, olhou para a mãecom olhar carinhoso e agradecido,completando:

— Mas o amor, este dura parasempre.

TIA CÉLIA

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O IMORTALJUNHO/2009 PÁGINA 15

A Revue Spirite há 140 anos

Revista Espírita de 1869 (Parte 6 e final)

Concluímos nesta edição o es-tudo da Revista Espírita de 1869.Fica, assim, encerrada a publica-ção do texto condensado dos 12volumes que compõem a citadapublicação. As páginas citadas re-ferem-se à versão publicada pelaEdicel.

*74. A Revista reproduz carta

que o sr. Guilbert, presidente daSociedade Espírita de Rouen, en-viou no dia 14-4-1869 à Socieda-de Espírita de Paris. Na missiva,os confrades de Rouen deram umamostra do seu apreço pelo traba-lho realizado em Paris, contribu-indo com mil francos para a CaixaGeral do Espiritismo, que, segun-do eles, necessitaria do concursomoral e material de todos os espí-ritas. (Págs. 153 e 154)

75. O número de maio de 1869se encerra com a transcrição de umacomunicação recebida do Espíritode Allan Kardec em abril de 1869na Sociedade Espírita de Paris e trêsavisos. O primeiro diz respeito àLivraria Espírita, cujo catálogo dasobras ali expostas seria enviado atodas as pessoas que o pedissem.O segundo comunica que foraminúmeros os testemunhos de sim-patia recebidos pela sra. Allan Kar-dec das várias partes da França edo estrangeiro, em razão dopassamento do Codificador do Es-piritismo. A sra. Amélie Boudetaproveitou a oportunidade paraagradecer e expressar a todos seussentimentos de reconhecimento. Oderradeiro aviso reitera a informa-ção já divulgada na edição de abrilde que o escritório de assinaturas eexpedição da Revista Espírita foratransferido para a sede da LivrariaEspírita, na rua de Lille, no 7, ondefuncionava também a SociedadeParisiense de Estudos Espíritas.(Págs. 154 a 157)

76. Na edição de junho de1869, além do artigo intitulado “Ocaminho da vida”, escrito por Kar-dec, mais tarde incluído no livroObras Póstumas (11a. edição daeditora da FEB, págs. 170 a 175),a Revista transcreve outra comu-nicação recebida do Espírito deAllan Kardec e duas notas relaci-onadas com o Codificador. (Págs.159 a 176)

77. A primeira trata do dólmenque vários integrantes da Socieda-de Espírita de Paris e outros con-frades decidiram erguer no túmulode Kardec, para que ficasse consa-grado por um monumento impere-cível o lugar onde repousariam osseus restos mortais. O monumen-to, por alusão aos antigos druidas,se comporia de duas pedras de gra-nito bruto, erectas, encimadas poruma terceira posta sobre as duasprimeiras. Na face inferior da pe-dra superior seria gravado o nomeAllan Kardec, com esta epígrafe:“Todo efeito tem uma causa; todoefeito inteligente tem uma causainteligente; a potência da causa in-teligente está na razão da grandezado efeito”. (N.R.: O dólmen foi afi-nal erguido e tem sido visitado pormuita gente no cemitério Père-Lachaise, em Paris; contudo, alémda frase citada, posta na parte cen-tral do monumento, figura na pe-dra superior uma frase bem conhe-cida: “Nascer, morrer, renascerainda e progredir sem cessar, tal éa lei”, cuja autoria é atribuída poralguns aos espíritas do interior daFrança.) (Págs. 173 e 174)

Foram sete as comunicaçõestransmitidas pelo Espírito deAllan Kardec e publicadas na

Revista Espírita de 1869

78. A segunda nota evoca a ideiade Kardec a respeito de um museuonde fossem reunidos as primeirasobras de arte espírita, os trabalhosmediúnicos mais notáveis e os retra-tos dos adeptos mais devotados, parainformar ao público que seis dos qua-dros citados pelo Codificador pode-riam – até que fosse adquirido umlocal apropriado – ser apreciados naresidência da sra. Allan Kardec, to-das as quartas-feiras, das 14 às 16horas. Seu autor, o sr. Monvoisin, ti-nha ainda em suas mãos os dois ou-tros quadros referidos por Kardec eque ele havia generosamente doadopara integrar o acervo do citado Mu-seu. (Págs. 174 a 176)

79. Embora nada tenha a vercom os trabalhos da lavra de Kar-dec, é digna de registro a nota pu-blicada pela Revista em outubro de1869 sobre o surgimento do primei-ro jornal espírita do Brasil, “O Echod’Além Túmulo”, fundado e diri-gido por Luiz Olympio Telles deMenezes, em Salvador-BA. Na edi-ção de dezembro do mesmo ano, aRevista enaltece a iniciativa e a co-

ragem dos responsáveis pelo perió-dico, como se pode ver no trechoseguinte: “O Echo d’Além Túmuloaparece seis vezes por ano, em ca-dernos de 56 páginas in-4o., sob adireção do Sr. Luiz Olympio Tellesde Menezes, ao qual nos apressamosimediatamente a endereçar vivasfelicitações, pela iniciativa corajo-sa de que nos dá prova. É necessá-rio, com efeito, uma grande cora-gem, a coragem da opinião, paralançar num país refratário como oBrasil um órgão destinado a popu-larizar os nossos ensinamentos”. Oautor dessa nota jamais imaginouque o Brasil, tão refratário ao Espi-ritismo em 1869, se tornaria no sé-culo seguinte o maior país espíritado mundo. (Págs. 199 e 200)

80. São sete as comunicaçõestransmitidas por Allan Kardec (Es-pírito) que figuram na Revista Es-pírita de 1869. A 1a. comunicaçãoocorreu em abril de 1869 (págs. 154a 156). A 2a. mensagem, psicogra-fada a 30-4-1869, diz que o exem-plo é o mais poderoso agente de pro-pagação (págs. 179 e 180). A 3a. foitransmitida em 20-6-1869 e tem portítulo “A regeneração” (págs. 191 e192). A 4a., datada de 14-9-1869,intitula-se “O Espiritismo e a litera-tura contemporânea” (págs. 192 a194). A 5a., intitulada “O Espiritis-mo e o espiritualismo”, foi recebi-da também em 14-9-1869, na casade Anne Blackwell (págs. 194 e195). A 6a. comunicação, dada a 21-9-1869, tem por título “Os aniver-sários” (págs. 195 a 197). A 7a. eúltima, recebida em novembro de1869, trata do tema “Os desertores”,mesmo assunto que Kardec desen-volveu quando encarnado em umartigo que integra o livro “ObrasPóstumas” (págs. 197 a 199).

Numa de suas mensagens,Kardec disse que para ser

digno da Doutrina é precisoquerer sempre

81. Das sete mensagens atribuí-das ao Espírito de Allan Kardec ex-traímos, de forma resumida, os con-ceitos e observações que se seguem:I – Não basta querer hoje, amanhã,depois de amanhã: para ser dignoda Doutrina é preciso querer sem-pre. A vontade que age por impul-sos não é mais vontade: é caprichono bem; mas quando a vontade seexerce com a calma que nada per-turba, com a perseverança que nadadetém, eis aí a verdadeira vontade,

inquebrantável em sua ação,frutuosa em seus resultados (pág.155). II – Sede confiantes em vos-sas forças: elas produzirão grandesefeitos se as empregardes com pru-dência; sede confiantes na força daideia que vos une, pois ela éindestrutível. Pode-se ativar ou re-tardar o seu desenvolvimento, masé impossível detê-la (pág. 155). III– Nossos trabalhos como Espíritossão muito mais extensos do quepodeis supor e os instrumentos denossos pensamentos nem sempreestão disponíveis (pág. 179). IV –O que vos aconselho antes de maisnada é a tolerância, a afeição, a sim-patia de uns para com os outros etambém para os incrédulos (pág.180). V – As brochuras, os jornais,os livros, as publicações de toda aespécie são meios poderosos de in-troduzir a luz por toda a parte, maso mais seguro, o mais íntimo e omais acessível a todos é o exemploda caridade, a doçura e o amor (pág.180). VI – As Humanidades são to-das chamadas a se unirem e a seidentificarem na perfeição, pois to-das partem da ignorância e da in-consciência de si mesmas e avan-çam indefinidamente para um mes-mo objetivo: Deus, para atingirema felicidade suprema pelo conheci-mento do amor (pág. 191). VII –Tal como a terra, que se modificapela cultura e pelos tratos que rece-be, e ainda pelos cataclismos perió-dicos que sobre ela se abatem, asHumanidades se transformam eprogridem pelo estudo perseveran-te e pela permuta de pensamentos;mas os cataclismos morais que re-generem o pensamento são neces-sários para determinar a aceitaçãode certas verdades (pág. 191). VIII– É necessária uma conjugaçãoimensa de esforços para que novosprincípios sejam aceitos. Assimtambém, para avançar, o homemtem de quebrar as cadeias que oprendem ao pelourinho do passadoatravés do hábito, da rotina e dospreconceitos (págs. 191 e 192). IX– Na Terra, o passado e o futuro sãoos dois braços de uma alavanca quetem no presente o seu ponto deapoio. Enquanto a rotina e os pre-conceitos dominam, o passado estáno apogeu. Quando a luz se faz, aalavanca se move e o passado quejá escurecia desaparece, para darlugar ao futuro que alvorece (pág.192). X – O Espiritismo é, de suaprópria natureza, modesto e poucorumoroso. Existe pelo poder da ver-

dade e não pelo barulho feito emseu redor por adversários e parti-dários (págs. 192 e 193). XI – Uto-pia ou sonho de uma imaginaçãodesordenada, após um breve suces-so ele teria desaparecido sob a cons-piração do silêncio, ou do ridículo,que, segundo se pretende, tudo ani-quila em França. Mas o silêncio sódestrói as obras sem consistência eo ridículo só mata o que é mortal(pág. 193). XII – Alguém é materi-alista, católico ou livre-pensadorpor sua vontade ou sua convicção,mas basta existir para ser espíritaou estar sujeito ao Espiritismo. Pen-sar, refletir, viver são realmente atosespíritas, e isto prontamente se jus-tifica após alguns minutos de exa-me por aqueles que admitem umaalma, um corpo e um intermediá-rio entre essa alma e esse corpo(pág. 193). XIII – Admitir esses trêsprincípios constitutivos do ser hu-mano é admitir uma das bases fun-damentais da Doutrina, é ser espí-rita ou pelo menos ter um ponto decontato com o Espiritismo, umacrença comum com os espíritas(pág. 193). XIV – Os Espíritos con-servam no Espaço suas simpatias eseus hábitos terrenos. Os Espíritosdos americanos mortos são aindaamericanos, como os desencarna-dos que viveram na França são ain-da franceses do Espaço. Daí as di-ferenças dos ensinos em alguns cen-tros (pág. 195). XV – (Dirigindo-se a Anne Blackwell) Traduzi asminhas obras! Só se conhecem naAmérica os argumentos contra a re-encarnação. Quando as demonstra-ções em favor desse princípio ali setornarem populares, o Espiritismoe o Espiritualismo não tardarão ase confundir e se tornarão, por suafusão, na Filosofia natural adotadapor todos (pág. 195). XVI – A gló-ria dos conquistadores se extinguecom a fumaça do sangue que elesderramaram, com o esquecimentodas lágrimas que fizeram correr. Ados regeneradores aumenta semcessar, porque o espírito humano,engrandecendo-se, recolhe as fo-lhas esparsas em que estão inscri-tos os atos gloriosos desses homensde bem (pág. 197). XVII – Se é jus-to censurar os que tentaram explo-rar o Espiritismo ou desnaturá-lo,quanto mais culpáveis são os que,não contentes de abandoná-lo, sepuserem a combatê-lo! É sobretu-do para os desertores dessa catego-ria que precisamos apelar à miseri-córdia divina (pág. 198).

MARCELO BORELADE OLIVEIRA

[email protected] Londrina

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O IMORTALPÁGINA 16

O IMORTALJORNAL DE DIVULGAÇÃO ESPÍRITARUA PARÁ, 292, CAIXA POSTAL 63CEP 86.180-970TELEFONE: (043) 3254-3261 - CAMBÉ - PR

Foi em 1969, portanto há qua-renta anos, que a Apollo 11 levouo homem à Lua (foto). Uma gran-de conquista humana, sem dúvida,bem própria do avanço da tecnolo-gia, consequência natural da Lei doProgresso, conforme o capítuloVIII – Livro Terceiro – que tratadas Leis Morais, especialmente nasquestões 779 a 785 – classificadasno subtítulo Marcha do Progresso,em O Livro dos Espíritos.

O empolgante tema das con-quistas e das pesquisas no Uni-verso remete-nos ao capítulo VI– Uranografia Geral, de A Gêne-se – dada à publicidade em 1868–, obra integrante da CodificaçãoEspírita de Allan Kardec. Referi-do capítulo, conforme indicou oCodificador em nota de rodapé nopróprio capítulo, reúne uma sériede comunicações ditadas à Soci-edade Espírita de Paris (1) em1862 e 1863, sob o título de Es-tudos Uranográficos, e que foramassinadas pelo físico, matemáti-co e astrônomo Galileu Galilei(1564-1642). O citado capítulotraz importantes subtítulos comestudos sobre O Espaço e o Tem-po, A matéria, As leis e as for-ças, Os sóis e os planetas, Ossatélites, Os cometas, A Via-Lác-tea, entre outros atraentes temasali reunidos.

Por outro lado, em O Céu e oInferno, obra igualmente integran-te da Codificação Espírita e publi-cada em 1865, temos o capítulo IIIcom o significativo título O Céu,que fora antes publicado na Revis-ta Espírita (2), exemplar de marçodo mesmo ano, com o instigantetítulo Onde é o Céu?

E não é só. Entre outras impor-tantes matérias, o capítulo III de OEvangelho segundo o Espiritismotraz elucidativos textos ligados àtemática em referência.

Tais referências, que com ên-fase indicamos ao leitor para leitu-ra na íntegra, são muito oportunas

ORSON PETER [email protected]

De Matão, SP

no momento em que a 62ª As-sembleia Geral da Organizaçãodas Nações Unidas elegeu 2009como Ano Internacional da As-tronomia, por iniciativa da IAU– União Astronômica Internaci-onal, ficando a UNESCO (3) de-signada agência líder nas come-morações. As atenções do mun-do estarão voltadas para o Bra-sil, porque a XXVII AssembleiaGeral da IAU será realizada nacidade do Rio de Janeiro, de 3 a14 de agosto de 2009, reunindo,aproximadamente, 3.000 cien-tistas de 150 países. É grande aexpectativa em torno do maiorevento da área das ciências promo-vido em território brasileiro.

Interessante repetição do númeronove na sequência das conquistasterrenas quanto à exploração do

céu: 1609, 1709, 1909, 1969

O evento visa a comemorar da-tas importantes que se alcançam em2009, coincidentemente em núme-ros redondos, gerando muito júbilono meio científico da astronomia,como abaixo descrito:

1) No distante ano de 1609, háquatrocentos anos, Galileu construiua primeira luneta astronômica, des-velando os segredos do céu, nuncavistos anteriormente, como as luasde Júpiter, por exemplo. As desco-bertas foram publicadas no livro“Siderus Nuntius” (“Mensageiro dasEstrelas”) em 1610.

2) Em 1709, cem anos depois,o sacerdote e inventor luso-brasi-leiro Bartolomeu Lourenço de Gus-mão, natural de Santos (SP), fez emLisboa a primeira demonstração pú-blica bem sucedida de um balão aar quente. Ele foi, pois, o primeirohomem a elevar um objeto do solomovido pelo calor e, por isso, trans-formou-se no Primeiro Cientistadas Américas. Pela façanha, Gus-mão é considerado o Pai daAerostação.

3) Dois séculos depois, em 1909,Alberto Santos-Dumont, Pai da Avi-ação, apresentou seu último inven-to aeronáutico, o Demoiselle nº 20,

que entrou na História como o pri-meiro avião popular do mundo. Foio Demoiselle, verdadeiramente, amáquina eficaz de voo que levou ohomem ao céu.

4) E sessenta anos mais tarde, em1969, no dia 20 de julho – exatamen-te no aniversário de Santos Dumont,nascido em 1873 – a Apollo 11, quin-ta missão tripulada do ProgramaApollo, conduziu o homem ao sololunar. Tripulada pelos astronautasNeil Armstrong, Edwin Aldrin eMichael Collins, a missão cumpriuo objetivo final do presidente JohnKennedy que, em discurso de 1962,estabeleceu o prazo do fim da déca-da para que o programa espacialamericano realizasse esse feito. Valeressaltar, portanto, que estamos, naHumanidade, completando 40 anosda chegada do ser humano à Lua.

Interessante observar a repetiçãodo número nove na sequência dasconquistas terrenas quanto à explo-ração do céu: 1609, 1709, 1909,1969. E, em 2009, a instituição, pelaONU, do Ano Internacional da As-tronomia. Isso nos remete, de ime-diato, à extraordinária abordagem deAllan Kardec constante da RevistaEspírita de julho de 1868 com o tí-tulo A Ciência da Concordância dosNúmeros e a Fatalidade.

A lei da concordância das datasnão é uma quimera, é uma das que

nos serão reveladas mais tarde

Allan Kardec foi questionado,

à época, sobre a possível exis-tência de uma ciência quantoà coincidência de datas e a con-cordância numérica. Na maté-ria em questão o Codificadorcolocou sua opinião pessoal esubmeteu o assunto aos Espí-ritos, que forneceram uma res-posta brilhante. Destacamospequeno trecho, mas indica-mos ao leitor consultar a ínte-gra da abordagem. Diz o Espí-rito na resposta ao questiona-mento de Kardec: “(...) A leida concordância das datas nãoé uma quimera, é uma das quevos serão reveladas mais tar-

de, e vos darão a chave das coisasque vos parecem anomalias. Por-que, crede-o bem, a Natureza nãotem caprichos; marcha sempre comprecisão e com segurança. Aliás,essa lei não é tal qual imaginais;para a compreender na sua razãode ser, no seu princípio e na suautilidade, necessitais adquirirideias que ainda não possuís, e quevirão a seu tempo. No momento,esse conhecimento seria prematu-ro, razão por que não vos é dado;seria, pois, inútil insistir. Limitai-vos a recolher os fatos; observaisem nada concluir, com receio devos enganar. Deus sabe dar aoshomens o alimento intelectual àmedida que estão em condiçõesde o suportar. Trabalhai sobretu-do no vosso adiantamento moral,o mais essencial, porque é por esteque merecereis possuir novas lu-zes. (...)”. (grifos deste autor)

Mais que coincidências numé-ricas está o esforço humano em to-dos os tempos. Homens e mulhe-res lutam pelas conquistas que fa-zem avançar a humanidade. A As-sembleia Geral da IAU – UniãoAstronômica Internacional (5),com grande júbilo para a comuni-dade científica brasileira – queterá a honra de sediar o evento –e internacional, é demonstrativoclaro desse esforço. Realmente,desde Galileu até à conquista lu-nar e às maravilhosas conquistasespaciais da atualidade, não hácomo permanecer indiferente.

Principalmente porque tudo issonos liga à grandeza da Revela-ção Espírita (os números entreparênteses correspondem àsquestões, em transcrições parci-ais, de O Livro dos Espíritos):

- O véu se levanta para ele àmedida que se depura; contudo,para compreender certas coisas,precisa de faculdades que aindanão possui. (18)

- A Ciência lhe foi dada para oseu adiantamento em todos oscampos, mas ele não pode ultra-passar os limites fixados por Deus.(19)

- (...) se Deus o julgar útil, poderevelar o que a Ciência não con-segue apreender. (20)

- (...) nada é vazio; o que teparece vazio está ocupado por umamatéria que escapa aos teus senti-dos e instrumentos. (36) (Leia aconclusão deste artigo na pág. 6desta edição.)

Notas:(1) Primeira instituição espírita domundo, fundada em 1º de abril de1858 por Allan Kardec.(2) Publicação fundada por AllanKardec em 1º de janeiro de 1858 eque esteve sob sua coordenação até31 de março de 1869, quandoretornou à Pátria Espiritual.(3) Órgão da ONU responsável pelaEducação, Ciência e Cultura.(4) O referido discurso, na íntegra,encontra-se no livro Obras Póstu-mas, obra que reúne escritos deKardec e publicados após sua de-sencarnação.(5) Todas as informações sobre oevento a ocorrer no Rio de Janeiro,Brasil, de 3 a 14 de agosto de 2009,estão disponíveis no site http://www.astronomy2009.com.br/

Nota do Autor - O presente tra-balho está baseado na matéria 2009– ANO DO CÉU POR EXCELÊN-CIA, de autoria da escritora LauretGodoy e do físico Ricardo Maga-lhães, coordenadores da Comissão300 Anos do Balão, disponível nosite www.artefatocultural.com.br,ora adaptada à visão espírita.

Os 40 anos da conquista lunar

JUNHO/2009

A 62ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas elegeu 2009 como AnoInternacional da Astronomia, por iniciativa da IAU – União Astronômica Internacional