o Imperialismo Na Ásia (2)

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O IMPERIALISMO NA ÁSIA OS PRIMÓRDIOS E OS MOTIVOS DA DOMINAÇÃO IMPERIALISTA NA ÁSIA O continente asiático durante o período da expansão marítima era conhecido pelos europeus como Índias. Dele provinha as especiarias que atendia os interesses comerciais europeus. A busca do caminho marítimo para esse continente ocasionou um intenso processo de troca e circulação de bens culturais materiais e imateriais, como cravo, canela, tecidos, religiosidade... A Espanha e Portugal foram os dois primeiros países a possuírem colônias no continente asiático. A Espanha conquistou as Filipinas e Portugal Macau(China), (Timor) Indonésia, Goa, Damão e Diu(Índia). Além destes a Holanda teve colônias em Java (Indonésia) e Sumatra Os interesses comerciais das potências imperialistas em relação ao continente asiático se ampliaram a partir da segunda metade do século XIX. A Inglaterra foi a pioneira ao estabelecer um amplo comércio, principalmente de tecidos, com a Índia, China e Cingapura. O interesse dos países imperialistas sobre a Ásia era decorrente deste continente ser grande fornecedor de chá, seda e de produtos primários, bem como possuir um gigantesco mercado consumidor. A penetração nos países asiáticos foi feita através de acordo comerciais impostos através das armas e do domínio colonial. Os países imperialistas exigiam: liberdade comercial em um maior número de portos, principalmente na China; liberdade de penetração em direção ao interior no intuito de encontrarem fontes de recursos naturais ou de terem passagem para o oceano; autorização para a construção de ferrovias; benefícios, como o da extraterritorialidade, aos radicados nos países asiáticos. A conquista da terra do Desejo (Índia)

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OS PRIMÓRDIOS E OS MOTIVOS DA DOMINAÇÃO IMPERIALISTA NA ÁSIA

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O IMPERIALISMO NA ÁSIA

OS PRIMÓRDIOS E OS MOTIVOS DA DOMINAÇÃO IMPERIALISTA NA ÁSIA

O continente asiático durante o período da expansão marítima era conhecido pelos europeus como Índias. Dele provinha as especiarias que atendia os interesses comerciais europeus. A busca do caminho marítimo para esse continente ocasionou um intenso processo de troca e circulação de bens culturais materiais e imateriais, como cravo, canela, tecidos, religiosidade...

A Espanha e Portugal foram os dois primeiros países a possuírem colônias no continente asiático. A Espanha conquistou as Filipinas e Portugal Macau(China), (Timor) Indonésia, Goa, Damão e Diu(Índia). Além destes a Holanda teve colônias em Java (Indonésia) e Sumatra

Os interesses comerciais das potências imperialistas em relação ao continente asiático se ampliaram a partir da segunda metade do século XIX. A Inglaterra foi a pioneira ao estabelecer um amplo comércio, principalmente de tecidos, com a Índia, China e Cingapura.

O interesse dos países imperialistas sobre a Ásia era decorrente deste continente ser grande fornecedor de chá, seda e de produtos primários, bem como possuir um gigantesco mercado consumidor.

A penetração nos países asiáticos foi feita através de acordo comerciais impostos através das armas e do domínio colonial. Os países imperialistas exigiam: liberdade comercial em um maior número de portos, principalmente na China; liberdade de penetração em direção ao interior no intuito de encontrarem fontes de recursos naturais ou de terem passagem para o oceano; autorização para a construção de ferrovias; benefícios, como o da extraterritorialidade, aos radicados nos países asiáticos.

A conquista da terra do Desejo (Índia)

O comércio e a conquista de algumas áreas geográficas da Índia deram-se desde o período das grandes viagens marítimas, mas foi a partir de 1750 que a Inglaterra passou a administrar o território através da Companhia das Índias Orientais. O objetivo inglês era o de realizar o controle geográfico da região ligando suas possessões desde o norte da África Oriental até os territórios asiáticos a serem dominados.

A administração do território indiano pela Companhia de Comércio das Índias Orientais pautada na violência física, no desrespeito as religiões e a cultura local, na exploração da mão de obra, na obrigatoriedade da produção de produtos que só interessavam ao mercado europeu, na cobrança de impostos abusivos provocou uma rebelião hindu conhecida como Guerra dos Cipaios (jovens hindus recrutados pela Companhia de Comércio das Índias Orientais para defenderem os interesses ingleses na Índia). A rebelião ocorreu entre os anos de 1857 e 1859. Os motivos foram:

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Os britânicos obrigaram jovens indianos a participarem do exército da Companhia Britânica das Índias Orientais, sendo que as condições de trabalho eram humilhantes e os salários extremamente baixos.

Diferenças étnicas, culturais e religiosas entre os oficiais britânicos e os soldados hindus o que gerava constante insubordinações;

A imposição de medidas econômicas, como pagamento de imposto individual em dinheiro, redução das tarifas alfandegárias para as importações liquidaram a industrial artesanal têxtil indiana.

O rumor que os cartuchos das armas utilizadas pelos soldados hindus possuíam uma película (espécie de graxa) de origem bovina, o que ia de encontro a concepção religiosa que considera a vaca como animal sagrado. Esse rumor foi o estopim do conflito. 

O fim da revolta culminou na morte de milhares de cipaios e na intervenção direta da Inglaterra no território indiano.

Durante a intervenção inglesa na Ásia, houve choque desse país com a os interesses russos, pois estes almejavam abrir fronteiras territoriais rumo ao oceano Índico.

A Conquista do Dragão (China) A China, bem como o Japão e a Turquia foram territórios que

sofreram todo tipo de agressão pelos países imperialistas e que resistiram a divisão de seus territórios. A China, país milenar, possuía milhões de habitantes que aos olhos dos países imperialistas representava um excelente mercado consumidor para os produtos industrializados e um espaço de investimento de capitais.

O domínio da China deu-se inicialmente com a introdução de uma droga produzida na Índia pela Companhia das Índias Orientais, o ópio. Mesmo com todo pedido dos governantes chineses a rainha Vitória para que ela impedisse o comércio ilegal do ópio, o lucro gerado por ele a fez fazer vista grossa. O combate a venda da droga pelo governo chinês levou os países imperialistas a decretarem contra a China guerras que passaram a ser conhecidas como guerra do ópio. A primeira guerra foi de 1840-42, pela qual a China teve que assinar o Tratado de Nanquim(1842), o qual obrigava a abertura de cinco portos chineses ao comércio estrangeiro e entregava o domínio de Hong Kong a Inglaterra. Os americanos e os franceses também tiveram concessões semelhantes pelos tratados de Wanghia (1844) e Whampoa (1844) respectivamente.

A guerra do ópio ainda obrigou os chineses a assinarem o Tratado de Tientsin(1858), que estabelecia a livre importação do ópio, a abertura de mais 10 portos e a permissão de missionários cristãos de atuarem no território.

Em 1857 inicia-se a segunda guerra do ópio e em 1860 a terceira. Nas duas guerras a Inglaterra e a França se uniram para derrotar a China. Após as guerras os chineses são obrigados a abrir mais onze portos e aceitarem a livre navegação do rio Yang-Tsé, pagarem vultuosa indenização de

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guerra e a estabelecerem relações diplomáticas com o Ocidente.

A política imperialista na China oscilou entre dois desejos: dividir a China ou manter a integridade territorial sobre o princípio de “portas abertas”. Prevaleceu o de manter o princípio de “portas abertas” aos países que forçaram acordos comerciais: Inglaterra, França, Alemanha, Rússia, EUA.

A resistência ao domínio imperialista deu-se com a formação de uma sociedade secreta denominada Sociedade dos Boxers. Esta promovia atentados, geralmente com artes marciais, contra estrangeiros residentes na China, religiosos europeus e chineses ligados ao cristianismo, escolas ocidentais. Os países imperialistas se associaram para perseguirem os membros da sociedade e obrigaram o governo chinês a eliminá-los, além de indenizar os prejuízos pelo esforço de guerra.

O domínio do Sol Nascente (Japão). O Japão procurou se manter fechado frente ao imperialismo

durante séculos, mas as tropas americanas impuseram a obrigatoriedade dos japoneses assinarem um tratado, o de Kanagawa, que os obrigava a abrirem dois portos ao comércio com os EUA, aceitarem que diplomatas americanos residissem nas cidades japonesas e terem o direito de extraterritorialidade.

Os japoneses diante do domínio dos países imperialistas procuraram também adotar atitudes imperialistas: transformasse em uma potência militar e imperialista. Sobre o lema "Enriqueça o país, fortaleça as forças armadas, ocorreu a revolução Meiji (era das luzes), a qual potencializou belicamente e industrialmente o Japão, possibilitando seu imperialismo e suas alianças políticas com outros países imperialistas.

AS CONQUÊNCIAS DO IMPERIALISMO

Milhões de mortes decorrentes das guerras de resistência, das imposições de trabalho desumanos, da violência do opressor;

Segregacionismo entre brancos e negros, brancos e amarelos decorrentes da política de domínio colonial;

Desestruturação da economia produtiva familiar, em detrimento de uma produção para o mercado externo (algodão, chá, café, corantes, cereais), o que ocorreu na Índia, levando milhões a morrerem de fome;

Concentração de terras nas mãos de grandes proprietários e desestruturação das pequenas propriedades produtivas, ocasionando êxodo rural, fome, submissão a trabalhos desumanos;

Separação de povos de mesma língua, cultura e origem pela nova configuração geográfica imposta pelos interesses imperialistas, bem como a imposição de convívio de povos inimigos dentro de um mesmo território geográfico político;

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Migração forçada em massa decorrente de guerras civis; Formação de campos de refugiados; Desarticulação do sistema de vida de povos africanos através de determinados

mecanismos, como: a expropriação de terras, forçando o deslocamento; a obrigação de pagamento de impostos; cultivo obrigatório destinado a exportação e trabalhos forçados em obras públicas.

Mortandade por enfermidades exógenas ao continente africano e asiático; Criação de uma nova elite subordinada as elites colonizadoras, a qual passou a

impor-se economicamente e politicamente nos territórios criados pelos imperialistas.