O Jornal - Edição nº1

24
Peniche: Sete praias no concurso 7 Maravilhas DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | Nº1 | 10 Fevereiro 2012 AGRICULTORES - O BRAÇO DE FERRO COM HIPERMERCADOS! Caldas da Rainha: Mudanças no CHON em perspectiva Óbidos: 12 milhões de euros para novos projectos UM DIA COM... : A deputada caldense Maria da Conceição Jardim Eleita pelo círculo de Leiria, pelo PSD, nas últimas eleições legislativas, Maria da Conceição Jardim, tem-se feito notar nos corredores do Parlamento quer pelo seu trabalho em matérias relacionadas com a Cultura e Educação, quer pela célebre intervenção na Assembleia da República, na anterior legislatura, que ajudou a colocar o problema do assoreamento da lagoa de Óbidos no topo das prioridades do Ministério do Ambiente. Pag. 13 Pag. 9 Pag. 8 Pag. 7 Pags. 3 e 4

description

Jornal da Região Oeste

Transcript of O Jornal - Edição nº1

Page 1: O Jornal - Edição nº1

Peniche: Sete praias no concurso 7 Maravilhas

DISTRIBUIÇÃO GRATUITA | Nº1 | 10 Fevereiro 2012

AGRICULTORES - O BRAÇO DE FERROCOM HIPERMERCADOS!

Caldas da Rainha: Mudanças no CHON em perspectiva

Óbidos: 12 milhões de euros para novos projectos

UM DIA COM... : A deputada caldense Maria da Conceição JardimEleita pelo círculo de Leiria, pelo PSD, nas últimas eleições legislativas, Maria da Conceição Jardim, tem-se feito notar nos corredores do Parlamento quer pelo seu trabalho em matérias relacionadas com a Cultura e Educação, quer pela célebre intervenção na Assembleia da República, na anterior legislatura, que ajudou a colocar o problema do assoreamento da lagoa de Óbidos no topo das prioridades do Ministério do Ambiente. Pag. 13

Pag. 9

Pag. 8

Pag. 7

Pags. 3 e 4

Page 2: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 20122

PUB

Page 3: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 2012 3

Destaque

Agricultores - O braço de ferro com hipermercadosNa balança comercial entre produtores e as principais cadeias de supermercados o ponteiro está cada vez mais desequilibrado a favor dos segundos. Esta é uma rea-lidade que acompanha, há vários anos, os agricultores da zona Oeste, e no caso em concreto os do concelho de Peniche, que abordamos nes-ta reportagem. Indignados por não verem saída, alguns já recorreram aos bancos e começaram a endividar-se. O que as grandes superfícies lhes pagam não dá nem para cobrir os custos de produção, enquanto isso aguardam que o ministério da Agricultura tome medidas e regule, defi-nitivamente, os preços numa medida in extremis que per-mita salvar o sector.

“Os agricultores recebem entre cinco a seis cêntimos, por pé, de cada espécie vendida, que poste-riormente, nas grandes superfícies chega aos 70 cêntimos”, começa por esclarecer João Luís Dias da Coopeniche, que conclui que nes-te jogo desigual “alguém está a

João Luís Dias e Rogério Glória estão preocupados com o futuro

ganhar muito”, numa alusão aos lucros das grandes superfícies. Se-gundo o director deste estabeleci-mento que vende e presta serviços aos produtores do concelho, os custos de produção são “elevadís-simos”.

Na zona, a maioria da produ-ção está orientada para o cultivo de hortícolas, batata e alho, que saem para os grandes supermercados e até para o estrangeiro. Neste sen-tido, e segundo o responsável da cooperativa e também produtor, a Horta Pronta, entreposto de trata-mento e embalamento de produtos hortícolas, situado em Atouguia da Baleia – que faz a ponte entre os agricultores e os hipermercados

– tem sido uma mais-valia, pois facilita o escoamento dos produ-tos”, refere.

João Luís Dias acrescenta, ainda, que deveria constituir-se como uma prioridade para os agri-cultores a diversificação das suas culturas, “para que não se produza em excesso”. “Toda a gente ‘faz’ cebolas em grandes quantidades, em que acaba por haver desvalori-zação. Há demasiado investimen-to numa só cultura, se por ventura correr mal, ficamos todos mais pobres”.

Por outro lado, as grandes su-perfícies vieram baralhar a época normal de determinados produ-tos – “Há melão à venda todo o ano, quando chega o Verão já se encontra desvalorizado. Assim, o consumidor não consegue provar este fruto de grande qualidade”, de acordo com o que seria o seu calendário natural.

O responsável da Coopeniche sintetiza o estado de coisas: “Os senhores das grandes superfícies têm de ser controlados, continuam a enriquecer, enquanto os agricul-tores estão cada vez mais stressa-dos e pobres. Os preços têm de ser trabalhados de baixo para cima e não o contrário. Quando se fala em aliciar os jovens para Agricultura, que estímulo pode ser dado se os pais dos mesmos não conseguiram arranjar dinheiro nenhum, depois de terem trabalhado toda a vida?”, deixa a interrogação.

Rogério Glória, produtor de Atouguia da Baleia, fornece em exclusivo os seus produtos para a Horta Pronta que depois canaliza os bens para as grandes cadeias de supermercados, no entanto, não coloca o busílis da questão no en-treposto, pois reconhece “o bom trabalho que tem feito e a falta de

condições para negociar de outra forma os interesses dos produ-tores”. O agricultor exemplifica que vende couve-flor e brócolos a 15 cêntimos, que depois atingem valores acima de um euro. “Nes-te momento para conseguir pagar as minhas contas, como adubos e pesticidas, tenho de ir à banca”. Ambos os agricultores só vêem uma saída – as grandes superfícies têm “inevitavelmente” de baixar os preços.

António Salvador, agricultor de Atouguia da Baleia, dá a co-nhecer que há poucas semanas viu hortícolas no supermercado do El Corte Ingles a serem vendidas “ a quase dois euros”, quando são compradas aos produtores “a dez cêntimos”. Este produtor que cul-tiva diversas variedades de couves tem alguns clientes próprios de menor dimensão, em detrimen-to das grandes superfícies, caso

António Salvador prefere vender directamente ao consumidor

contrário teria a vida “mais difi-cultada”, beneficiando por isso de vender “quase directamente ao consumidor”.

Também este produtor não tem dúvidas em avançar com a ideia de que “falta muita organização” entre os agricultores, mas a grande maioria dos hipermercados “não trabalha muito bem a frescura dos hortícolas, pois são apresentados ao consumidor vários dias depois de serem colhidos. Há pouca qua-lidade e muito produto. Conheço outras unidades no estrangeiro, onde os frescos são melhor trata-dos. Vê-se que se estraga muitos hortícolas nas grandes superfí-cies”.

Com uma opinião menos com-placente em relação aos agricul-tores, Manuel Torres, proprietá-rio do entreposto “Manuel Torres Hortas do Oeste” em Ferrel, diz que os preços praticados junto do produtor são baixos, mas que o mesmo vende as suas hortíco-las com “pouca qualidade” – “A produção tem de ser menor e com mais qualidade, pois não se pode olhar apenas ao lucro, e de 100 passar a 200, e no fim dizer-se que se fez uma grande seara, por-que como se está a ver as grandes superfícies não estão a ir nisso e vão comprar ao estrangeiro”. No entanto reconhece que se “está a pagar tarde e a más horas aos agri-cultores”, mas faz notar mais uma vez “que o pessoal está a trabalhar mal. O nosso engenheiro dá-lhes algumas recomendações mas não fazem caso”.

“O Jornal” enviou uma série de questões relacionada com este tema à Associação Portuguesa de Empresas de Grande Distribuição mas até ao fecho desta edição não recebeu qualquer resposta.

Manuel Torres também critica os agricultores

Page 4: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 2012

Destaque

O presidente da Associação dos Agricultores do Oeste junta a sua voz à dos produtores da re-gião e apenas vê uma saída para o arrastar desta situação: que se intervenha definitivamente no mercado, “regulando os preços”, pois “estão todos à espera que o Ministério da Agricultura defina,

Feliz Alberto Jorge exige política de regulação

de uma vez por todas, uma polí-tica para esta questão”, que hoje se transformou numa espécie de bola de neve, desde “a abertura total das fronteiras e da introdu-ção do mercado livre”.

Feliz Alberto Jorge revela que as grandes superfícies para além de utilizarem de uma “espécie de

Associação de Agricultores do Oeste exige regulação

Horta Pronta teme futuro da agricultura na regiãoNa opinião do presidente do

conselho de administração da Horta Pronta, José Artur Vala, nem tudo é assim tão linear na relação entre as grandes superfí-cies e os produtores, pois “apesar da grande diferença de preços nem tudo é lucro”, até porque nos supermercados de menor dimen-são e nos mercados tradicionais “estão-se a praticar preços muito baixos, e as grandes superfícies não vão pagar mais caro aos pro-dutores”.

No entanto, considera que “a falta de poder de compra” dos consumidores também está a en-fraquecer cada vez mais a relação de forças neste tabuleiro, aliada ao excesso de produção. Acres-ce ainda, que “os hipermercados também têm custos com o aluguer de caixa, de palete e os próprios ordenados dos empregados”. O empresário não tem dúvidas de que se as coisas se perpetuarem desta forma “a Agricultura está condenada”.

Apesar de compreender o ponto de vista das grandes su-perfícies, José Artur Vala, revela que também já foi alvo de uma certa “chantagem” por parte das mesmas quando quis aumentar os preços a favor do produtor: “Sem qualquer tipo de problema comunicam-nos que vão passar a comprar no estrangeiro ou até em outras empresas do género da nossa em Portugal. Voltam-nos as costas sem problema nenhum”.

Sobre a questão da falta de frescura dos alimentos em expo-sição mencionada por António Salvador (ver texto principal) refere que tal se deve ao choque térmico provocado aquando da chegada dos produtos à grande superfície, que durante todo o percurso são acondicionados a temperaturas baixas e depois so-frem um impacte muito grande “com temperaturas de 30 graus motivadas pela luz e pelo calor normal nessas lojas”. José Artur Vala da Horta Pronta confessa que hipermercados já lhe voltaram as costas

chantagem” junto dos produtores portugueses, levantando a ban-deira da importação, como quan-do “compram 18 toneladas de maças lá fora, têm de as pagar por inteiro, se acontecer o mesmo em relação a um produtor nacional, não pagam a fruta que se estraga durante o período de venda, con-

4

PUB

trariamente, ao que sucede com o estrangeiro. Arranjam sempre restos de fruta que não pagam, devolvendo-a ao agricultor”, ex-pressa, para mostrar até que pon-to “o produtor nacional é prejudi-cado em toda a linha”.

Por outro lado, “andam a comprar excedentes no mercado externo, quando alguns desses produtos até já teriam recebido ajudas de custo para a sua des-truição”, o que torna o hipermer-cado português cada vez mais bem-vindo em outros países. Já

em Portugal a atitude é comple-tamente a oposta: “Há uns anos atrás, a Horta Pronta estava a con-seguir bons preços para a cebola da região. Os agricultores esta-vam satisfeitos, mas caíram três ou quatro contentores no chão, e as grandes superfícies não esti-veram pelos ajustes, e os preços foram logo mexidos a desfavor de quem produz”. Por tudo isto, não tem dúvidas em enfatizar que há cada vez mais gente a abandonar a actividade agrícola.

Page 5: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 2012 5

ACTUALIDADE

IVA a 23 por cento está aí!Os reflexos do aumento do IVA aí estão. O papão dos 23 por cento que permaneceu, mais ou menos, em suspen-so durante o ano de 2011 sobre vários sectores, já se faz sentir nos orçamentos familiares: da alimentação à saúde passando pela res-tauração e transportes, entre outros. Fomos ouvir utentes e consumidores, mas também empresários desta região. Todos sentem o imenso peso do bolso cada vez mais vazio.

A intenção do Governo ao aumentar as taxas moderadoras – de 2,5 para 5 euros nos centros de saúde, e de 9,60 para 20 euros nas urgências hospitalares – é a de fazer baixar o défice na Saúde, com um consequente encaixe de 200 milhões de euros. A medida merece as mais duras críticas por parte dos utentes que usam a pa-lavra “descalabro” para qualificar a medida.

“Isto é tudo um grande atraso de vida. Estou aqui há mais de 3 horas e ainda não fui atendida e este aumento não veio melhorar o serviço”, diz entristecida Maria da Conceição, de Óbidos, que veio à consulta de urgência ao Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON), nas Caldas da Rainha, “devido a um problema de pele”. Só quando

Por incapacidade

Isenções

Passam a beneficiar de isenção total os utentes com incapaci-dade igual ou superior a 60%. Para isso têm de obter um atestado multiusos em junta médica, apresentando os relatórios médicos e exames previamente feitos junto de um serviço público ou priva-do (no caso de doença já comprovada).

Por insuficiência económicaPara fazer o cálculo do rendimento do agregado familiar, con-

tabiliza-se a soma do rendimento anual (rendimentos do trabalho, valor dos imóveis, aplicações financeiras) e divide-se por 12 para encontrar a média mensal. Ficará dispensado do pagamento de taxas quem tiver um rendimento médio mensal inferior a 628,23 euros.São ainda abrangidos os trabalhadores por conta própria e todos os dependentes do agregado familiar com insuficiência económica até aos 25 anos de idade, desde que não tenham rendi-mentos. Caso os sujeitos passivos não beneficiem da isenção por insuficiência económica, os dependentes pagam taxas a partir dos 12 anos – até esta idade estão isentos.

Utentes consideram proibitivos os novos preços na saúde

chegou soube que não seria vista por um dermatologista, mas por um clínico geral, algo que consi-dera “uma agravante”, tendo em conta a quantia que desembolsou.

Anabela Morgadinho, de Ca-sais de Santa Helena, Caldas, en-contrava-se, no dia da nossa repor-tagem, há 4 horas na sala de espera, com pulseira verde, para ser vista por causa de uma inflamação ocu-lar: “Custa muito dar este dinheiro, pois recebo o ordenado mínimo e tenho dois filhos”, por isso o mon-tante despendido “vai ter impacto no orçamento mensal”. O hospital das Caldas da Rainha também não dispõe de oftalmologista.

“Este aumento trata-se de um descalabro e custou-me muito pa-gar esta consulta”, refere Ludovi-co Carrilho, das Caldas, que se di-rigiu ao CHON por causa de uma amigdalite, e foi informado de que

teria de aguardar pelo menos duas horas.

Ainda mais indignada mostra-va-se uma utente que preferiu o anonimato, até porque se recusou a pagar a taxa moderadora, por ter sido enviada para o CHON por uma médica do centro de saúde das Caldas, devido a um proble-ma de pele que persiste desde há vários dias: “Queriam que pagasse 17 euros, quando nem sequer há médico especialista. Se não paguei a taxa moderadora no centro de saúde, por que razão deveria pagar aqui?”, deixou a interrogação. A utente concluiu: “O dinheiro que gastamos entre o centro de saúde e o hospital (mais os medicamentos) dava quase para pagar a consulta num privado”.

Ouvido por “O Jornal”, o ad-ministrador do CHON, Carlos Sá, mostrou-se desconhecedor do

impacto da medida governamen-tal junto dos utentes do hospital, transmitindo a ideia de que o flu-xo de doentes não se alterou, pelo que a administração prefere deixar passar “mais algum tempo para tirar conclusões”, sendo de salva-guardar que uma percentagem dos frequentadores das urgências “está isenta”. O responsável prefere não se pronunciar sobre a afirmação

do ministro da tutela ao dizer que os portugueses vão apenas uma ou duas vezes por ano às urgências, pelo que a medida não tem o impacto que mui-tos querem fazer crer: “Cada caso é um caso, há quem tenha razões para se deslocar às ur-gências, mas outros usam-nas indevidamente, pois não regis-tam situações agudas”.

Clientes resignados com aumento do IVA em supermercados

Numa superfície comercial de média dimensão, no concelho de Peniche, “O Jornal” ficou a sa-ber através da chefe de loja, Carla Costa, que, por enquanto, “não se registaram muitos comentários por parte dos clientes”. “Temos a sensação de que por ter sido algo determinado pelo Governo, as pes-soas assimilaram a medida, e não têm discutido muito os preços, pro-vavelmente sucederia o inverso se o aumento tivesse sido decidido pelo supermercado”, constatou.

A pedido da nossa reportagem ilustrou alguns dos aumentos: “O leite “Crescimento” da Nestlé pas-sou de 1 euro e 64 cêntimos para 1 euro e 89. O óleo Vaqueiro custa-

va 1 euro e 79 cêntimos, e, agora, está 20 cêntimos mais caro (1.99). O puré de batata da nossa marca também registou um aumento na ordem dos mesmos valores, pois custava 1 euro e 49 cêntimos e, ac-tualmente, tem um preço de 1 euro e 69 cêntimos”. Para contornar a subida do IVA, esta unidade está a apostar em algumas campanhas dos produtos de marca própria, com valores a reverter no cartão do supermercado.

A crise económica ditou o au-mento, em alguns casos exponen-cial, do IVA para os produtos que habitualmente, todos nós compra-mos nos supermercados. Os aumen-tos são mais visíveis nas áreas da

charcutaria (fiambres, mortadelas, galantines, enchidos e fumados); mercearia (óleos, cafés, tomate de conserva, salsichas, doces de fruta, aperitivos); congelados (pizzas, refeições e delícias do mar) e ain-da, os refrigerados –margarinas culinária/mesa e refeições prontas, com uma subida dos 13 para os 23 por cento. O IVA subiu, por outro lado, dos 6 para os 13 por cento nas águas minerais lisas e nas com gás. O aumento mais significativo (dos 6 para os 23 por cento) verificou-se a nível de bebidas como: águas minerais com sabores; sumos con-centrados e em pó; refrigerantes de frutas com e sem gás; ginger ale; isotónicas. O puré de batata con-

gelado ou em pacotes para prepa-ração instantânea e as batatas fritas ou congeladas para assar ou fritar também integram este leque, assim como, as sobremesas lácteas; as de soja e as bebidas lácteas.

Às compras na superfície co-mercial, que abriu as portas à nos-sa reportagem, Dina Henriques, de Peniche, confessou que ainda não se deu conta dos aumentos: “Isto não está fácil para quem ga-nha pouco, mas vou tentar levar o máximo de produtos da marca do supermercado, até porque são de muita qualidade e mais baratos”, refere concluindo: “Não podemos deixar de fazer compras, embo-ra possua um terreno onde planto

batatas e outros produtos, o que se converte numa boa ajuda”.

Ana Maria Alves, também cliente do mesmo supermercado, junta: “Tento sempre fazer uma lista de compras e apostar nos de marca branca, mas ainda não senti uma grande diferença nos preços”. Maria João também pensa que o aumento não é assim tão signifi-cativo nos produtos que costuma comprar: “Os iogurtes e o queijo mantêm o mesmo preço, apenas as verduras noto que estão mais caras, mas principalmente, a água engar-rafada”.

Page 6: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 20126

ACTUALIDADE

EDITORIAL

Restaurantes preocupados com o futuro

O sector da restauração que, desde o ano passado, se vinha debatendo contra o mais que pro-vável aumento do IVA, passou a aplicar este imposto sobre o con-sumo a 23 por cento. Uma decisão que está a deixar os empresários

No Tribeca, para já, os preços não aumentam

Proprietário do Bowling Caldas vai manter alguns preços e subir outros

do ramo visivelmente frustrados e a temerem pelo futuro dos seus negócios.

Luís Frazão Gomes, proprie-tário do restaurante “Tribeca”, em Serra d’el Rey, Peniche, que curio-samente fez parte do governo de

Durão Barroso como secretário de Estado das Pescas, diz que ainda não tomou nenhuma decisão, mas argumenta que “não se teve em conta as consequências negativas para o sector”. “A crise começa por ter impacto no que é supérfluo e como almoçar e jantar fora não é prioritário”, deixa no ar. Para o mesmo, este aumento apenas tem uma de duas saídas: “Ou fazemos repercutir todos os gastos no con-sumidor ou suportamos o prejuízo, o que equivale a 10 por cento das receitas/ano, o que se torna muito difícil de suportar”.

O empresário que possui ou-tros dois restaurantes em Lisboa, adianta que fez coincidir o aumen-to do IVA com os preços finais da ementa, mas que no Tribeca, que se distingue por ser um restauran-te com outro tipo de conceito, essa medida não será para já aplicada. “Vamos tentar adaptarmo-nos com imaginação, mas proporcionado a melhor qualidade e serviço”.

José Luís Soares, proprietário do Bowling Caldas, confessa que, ainda, não procedeu à actualiza-ção das tabelas de preços: “Vamos manter e deixar fluir esse possível ajustamento durante os primeiros meses do ano, pois ainda temos produtos do ano passado”, diz,

Passageiros receososface a aumentos

Os aumentos são em Fevereiro e já reina a preocupação

O sector dos transportes conheceu novos aumentos em Fevereiro com alterações à es-trutura tarifária. Fomos conhe-cer a opinião de alguns calden-ses acerca dos novos preços

Ana Coito, estudante do en-sino superior na Guarda, paga 16 euros de cada vez que segue de autocarro para aquela cidade do interior do país. O preço do bilhete de autocarro subiu há dois anos e está preocupada com o novo aumento. Também estu-dante, David Leal, diz que por possuir cartão de estudante con-segue obter “algum desconto”,

mas que a sua mãe quando o vai visitar a Lisboa, onde estuda, “tem de pagar 15 euros de ida e volta” – “Quase que é preferível ir de automóvel”, diz.

Também Rúben Andrade, que trabalha nas Caldas da Rai-nha, mas mora nas Trabalhias, diz que “não compensa apanhar o autocarro”, e por isso prefe-re ir a pé para casa, em muitos casos. “Pago 1 euro e 80 cênti-mos, acho que não compensa. O preço é excessivo”. Opinião partilhada pela namorada Sofia Alves: “É muito caro e não vale a pena”.

adiantando, contudo que o café deverá subir dos 60 para os 70 cêntimos, a mini de 90 para um euro, mas a diária vai continuar a cinco euros, assim como, a sopa que manter-se-á a 1 euro e 20 cên-timos.

“Trata-se de uma atitude – por parte do Governo – que não tem pés nem cabeça, de quem vive no mundo virtual. Já vivi na Suíça,

onde todos somos iguais e em que o IVA está a 7 por cento”, declara. O empresário acredita, contudo, que no Verão, os portugueses vão “aliviar o travão” e terão neces-sidade de “se soltarem mais, pois também precisam de se divertir. Possivelmente, vão perceber que até conseguem suportar este mo-mento”, enfatiza.

O país atravessa dias difíceis e esta constatação é quase uma não novidade. Perante os embaraços provocados pela conjuntura, os agricultores são quase as vítimas do costume. Há muito que se va-ticina o fim desta actividade. E al-guns profetas da desgraça dizem mesmo que a Agricultura tem os dias contados. O caos parece ter-se instalado na agricultura da região, pois são cada vez maiores as margens de lucro das grandes superfícies na venda dos produtos adquiridos, muito abaixo do preço de custo, aos produtores. Horti-cultores do concelho de Peniche desabafam sobre o estado de coi-

sas e exigem regulação já para que o futuro da actividade não se afigure cada vez mais sombrio.

Por outro lado, está aí mais um aumento do IVA – O imposto de 23 por cento sobre o consumo já se faz notar na carteira de todos os nós: da saúde à alimentação, passando pelas rendas de casa, e terminando nas telecomunicações. Nesta edição número um de “O Jornal” fomos sa-ber como a população está a reagir a mais uma medida do Governo.

Apesar dos reveses, temos, acima de tudo, de elogiar a conduta dos por-tugueses, que sem sobressaltos, sem recorrer a actos de selvajaria com consequências nefastas, como tem

acontecido na Grécia, têm sabi-do estar à altura dos tempos, sem calar a sua voz e adaptando-se da melhor forma à nova realidade, na qual os nossos melhores so-nhos foram obrigados a hibernar.

Ao mesmo tempo, o país tem sido sacudido pelas relações per-niciosas de sectores do Estado com a Maçonaria (entidade quase desconhecida pela maioria dos ci-dadãos). Neste jornal em exclusi-vo, pode ler a entrevista com Pau-lo Cosmelli, residente no Cadaval, membro de topo de uma das lojas maçónicas portuguesas.

propriedade: Hora H - Agência Global de Comunicação Unipessoal, Lda.

Ficha Técnica

Direcção: Luís Parreira; Colaboradores: Sílvia Agostinho, Letícia Martins, João Carlos Costa, José Monteiro, Nuno Jorge, Mário Cepa; António MarquesPaginação: Gracinda Carvalho; Departamento Comercial: Paulo Rodrigues e Filipe SantosRua Ramiro Matos Bilhau 10 3º Esq - 2520-486 PenicheAv. Eng.º Luis Paiva e Sousa nº2D - 2500-329 Caldas RainhaImpressão: FIG-Indústrias Gráficas,S.A. Rua Adriano Lucas 3020-265 Coimbra

Page 7: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 2012 7

Peniche

Peniche com 7 praias no concurso 7 Maravilhas

Praia do Baleal entre as seleccionadas

por acolher o campeonato mundial de surf poderá ser “o grande joker do concelho”, e como está inscrita enquanto praia de uso desportivo “há uma grande probabilidade téc-nica”, nas contas do autarca.

Cerimónia de apresentação do concurso

A apresentação oficial das 7 Maravilhas – Praias de Portugal teve lugar no dia 7 de Fevereiro. Presente esteve o secretário de Es-tado do Ambiente e Ordenamento do Território, Pedro Afonso de Paulo que felicitou o concurso: “Gostava de elogiar esta inicia-tiva pois promove o sol, a praia, o desporto. Foram os nossos rios e mares que fizeram a identidade

Terminou a fase de validação de candidaturas por parte do Con-selho Científico na eleição das “7 Maravilhas – Praias de Por-tugal®”. Das 327 candidaturas apresentadas, foram consideradas 296 praias. A votação por parte de 70 especialistas para eleger as 70 praias pré-finalistas é revelada a 27 de Fevereiro. Peniche é o con-celho da região com mais praias a concurso. Berlenga, Supertubos, Cova de Alfarroba, Almagreira, Consolação, Baleal e Gamboa são as sete magníficas.

António José Correia, pre-sidente da Câmara de Peniche, considera que todas têm fortes possibilidades no concurso, con-soante as diversas categorias em que concorrem, mas Supertubos

Waveroller a trabalhar no marTrata-se de um equipamento pioneiro, com pás que oscilam debaixo de

água face ao movimento das ondas e que foi testado pela primeira vez a nível mundial na praia da Almagreira (Peniche) em 2007, tendo sido retirado de-pois da água por problemas técnicos que tiveram de ser melhor estudados.

A inovação foi criada em 2007 pela empresa finlandesa AW Energy para ser comercializada e testada em Portugal pela empresa Eneólica, do Grupo Lena, durante uma primeira fase de demonstração do projecto-piloto.

O objectivo dos promotores passa por vir a criar na praia da Almagreira um grande parque mundial de energia das ondas, e entrar numa fase de ex-ploração comercial do projecto com uma potência instalada entre os 50 e os 100 megawatts (MW).

Em relação ao projecto de investigação, destinado a fomentar a economia ligada ao mar, abrange vários parceiros, entre os quais empresas estrangeiras ligadas às energias renováveis, Eneólica, Centro de Energia das Ondas, ins-titutos de investigação.

Estão também envolvidos os Estaleiros Navais de Peniche, onde foi montada a tecnologia escocesa “Pelamis”, um sistema que flutua à superfície sobre as ondas para produzir energia e que veio a ser instalado no Parque de Energia das Ondas da Aguçadoura, Póvoa do Varzim.

Equipamento pioneiro finlandês

WaveRoller pode entrar em acção em poucos meses

Chegaram aos estaleiros navais de Peniche, no dia 2 de Janeiro, os três módulos de produção de ener-gia para o projecto WaveRoller, que funciona através das correntes submarinas do fundo do mar. A tecnologia de origem finlandesa já foi testada em terra, e a sua inau-guração está marcada para o de-curso da primeira metade do ano.

No próximo mês será termi-nada a montagem da estrutura metálica que mede 44 metros de comprimento e 16 de largura, num total de 280 toneladas. A obra compreende, ainda, a implantação de asas de 13 metros de largura e 7 de altura, que a corrente marítima

Um dos módulos do projecto que se encontra nos estaleiros

vai movimentar, e assim, produzir energia.

Há quatro anos – ao largo da praia de Almagreira, Peniche – fo-ram detectadas as condições ade-quadas para este tipo de tecnolo-gia, devido às correntes do fundo do mar que se formam no “near shore”. A perspectiva de sucesso deste equipamento levou os pro-motores do projecto a dar início ao desenvolvimento de uma versão comercial, com instalação prevista para 2013.

Em declarações a “O Jornal”, o presidente do município de Peni-che, António José Correia, refere que “este projecto possui um forte

envolvimento do tecido empre-sarial local, consubstanciado no papel extremamente importante dos estaleiros navais, assim como da Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar que, através do seu grupo de investigação em Recursos Marinhos, está a realizar um estudo que pretende avaliar os possíveis impactos ambientais”.

O projecto que tem o nome de “SURGE” (Simple Underwater Renewable Generation of Eletri-city) “reveste-se de especial im-portância para o actual executivo, tendo sido bem acolhido desde a primeira hora, e permitirá ao con-celho de Peniche afirmar-se em termos de inovação tecnológica e de desenvolvimento sustentável”.

O custo total da plataforma - que é um projeto financiado pela União Europeia- está avaliado em 6 milhões de euros e vai trazer aos Estaleiros Navais de Peniche uma receita de cerca de um milhão e 150 mil euros. A câmara de Peni-che e vários parceiros tecnológicos obtiveram um financiamento de três milhões de euros para inves-tigar tecnologia usada em projecto pioneiro de produção de energia das ondas, ao largo da praia da Al-magreira.

Praia dos Supertubos também na corrida

arribas”. Ainda nesta categoria entram na corrida a “Berlenga” em Peniche; a da Areia Branca, na Lourinhã, assim como, a Formosa em Torres Vedras.

Na categoria “praias de dunas”, o Oeste consegue colocar um con-junto interessante das suas melho-res estâncias balneares: Cova de Alfarroba em Peniche; Lagoa de Óbidos e Foz do Arelho – Mar, nas Caldas da Rainha; e no concelho de Alcobaça – Paredes da Vitória e São Martinho do Porto. Por fim, temos Santa Rita no concelho de Torres Vedras.

Três praias do Oeste estão pre-sentes na categoria “praias de uso

desportivo” com Paredes da Vitó-ria, de novo São Martinho do Por-to em Alcobaça, e Supertubos em Peniche.

Na modalidade “praias selva-gens” – Almagreira no concelho de Peniche ; Gralha em Alcobaça, e praia do Norte em Nazaré com-põem o leque das representantes da nossa região.

Por último, e na categoria “praias urbanas”, figuram Baleal, Consolação e Gamboa no conce-lho de Peniche; praia da Nazaré naquele concelho; de novo São Martinho do Porto em Alcobaça; e praia do Centro e Santa Helena em Torres Vedras.

portuguesa”. “As nossas praias são uma

fonte de riqueza inesgotável, como que um cartão-de-visita para o mundo e que em tudo caracteriza o ser português. A ligação do nosso país com o mar, a necessidade de preservar e requalificar algumas das nossas praias, sejam elas cos-teiras, fluviais ou de transição, e a correcta promoção turística deram o mote a este projecto. Em 2012 entramos outra vez no país das Maravilhas!”, explicou Luís Sega-dães, presidente das 7 Maravilhas.

A RTP é a televisão oficial do projeto e apresentou a sua opera-ção para 2012, que inclui progra-mas especiais sobre cada uma das 21 praias finalistas a realizar ao fim de semana. A Declaração Oficial é transmitida em direto no dia 8 de Setembro e volta a ser apresentada por Catarina Furtado e José Carlos Malato.

Outras praias premiadas na região

Olhando para a primeira lista elaborada pelos responsáveis, e tendo em conta a totalidade dos municípios da região Oeste, fo-ram nomeadas as seguintes praias: Lagoa de Óbidos, Foz do Arelho, na categoria “praias de albufeiras e lagoas”; praia d’El Rei, no con-celho de Óbidos na de “praias de

Page 8: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 20128

Caldas da Rainha

Obras de Regeneração Urbana a todo o vaporOrçadas em 10 milhões de euros, as obras de recuperação do cen-tro histórico e regeneração urba-na das Caldas da Rainha prosse-guem a bom ritmo, e em breve vai ser iniciada mais uma fase da sua construção. Ainda este ano, prevê-se o começo das obras do parque de estacionamento com 300 lugares na Praça 25 de Abril. Nesta altura, o Largo do Termal e o Largo João de Deus estão qua-se prontos e vão proporcionar outra vivência daqueles espaços aos habitantes da cidade. Todas as obras deverão estar prontas até meados de 2013.

As intervenções a decorrer no coração da zona histórica (envol-vente ao hospital termal) com-preendem a requalificação dos espaços não só em superfície, mas também as infra-estruturas e as telecomunicações que passam a subterrâneas. Por esta ser uma zona com uma certa antiguidade e mais sensível de intervir, o ve-reador Hugo Oliveira, responsável pelo projecto da regeneração ur-bana, diz que foi necessário tomar “algumas precauções quanto ao subsolo”. “Melhorar a envolven-te ao hospital termal é importan-te, até porque se vai apostar no seu calcetamento, ganhando-se,

Condicionamentos duraram várias semanas

Como seria de esperar, o fac-to de a cidade estar transformada num imenso estaleiro tem causado alguns embaraços à população – “As questões do trânsito são sem-pre complicadas quando se fazem obras, mas estamos a ter o máxi-mo de cuidado, pois as instruções do presidente são claras para que a cidade não pare. Para isso esta-mos em contacto permanente com a PSP na tentativa de se minimizar os possíveis constrangimentos”, refere.

Num outro ponto da cidade, será demolido um edifício na Rua Capitão Filipe Sousa, perto do Mercado do Peixe, para instala-ção posterior do “Espaço Cria” e da Loja de Reabilitação Urbana, onde os privados podem submeter os seus projectos de recuperação de imóveis. Servirá ainda de sede para algumas associações.

O projeto da Regeneração Ur-bana assenta no programa de ação “Caldas, Comércio e Cidade”, que se desenvolve ao longo de 36 me-ses, tendo como montante global elegível para efeitos de financia-mento do programa operacional 10,5 milhões de euros, o que cor-responde a uma comparticipação do FEDER de 7,6 milhões, caben-do a restante parte à autarquia cal-dense, em articulação com demais parceiros: Misericórdia, Associa-ção Comercial dos Concelhos das Caldas da Rainha e Óbidos (AC-CRO), Teatro da Rainha e “Quali-fica”. O objetivo é a promoção das relações espaciais e melhoria das Comerciantes da Praça da Fruta terão de ser deslocalizados

Possibilidade de fecho do CHON desmentida por Fernando Costa

Nos últimos dias tem sido aventada, por vários órgãos de co-municação social, que poderá estar iminente, face a uma nova reestru-turação dos serviços de saúde da região, a transferência de valên-cias do hospital das Caldas para o de Torres Vedras, de que resultará o aparecimento de uma única ges-tão dos actuais Centro Hospitalar Oeste Norte (CHON) e Centro Hospitalar Oeste Sul (CHOS), com a sede a ficar na cidade sul da zona Oeste. O presidente da Câmara das Caldas, Fernando Costa, recebeu a garantia de que “a notícia é falsa” por parte da Administração Regio-nal de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo (ARS-LVT).

Agastado com a possibilidade em perspectiva diz que recebeu, apenas, a confirmação de que os dois centros hospitalares vão ser unidos numa única estrutura ad-

Hospital das Caldas em estado de emergência face a novidades anunciadas

ministrativa para reduzir custos e melhorar a qualidade do serviço, até porque o CHON vai em 50 mi-lhões de euros de dívidas e o seu congénere de Torres Vedras em 30 milhões. Fernando Costa diz que “a última palavra” vai ser do mi-nistro Paulo Macedo. “Não haverá deslocalização de serviços de um hospital para o outro, ao contrário do que foi dito, e as principais es-pecialidades vão continuar, e nal-guns casos até vão ser reforçadas”, disse a “O Jornal” em primeira mão, recusando-se contudo a es-pecificar quais.

O autarca caldense não escon-de que esta vai ser “mais uma bata-lha ou até mesmo uma guerra” na qual se vai envolver, pois nem que a tudo se resuma, em termos prá-ticos, a uma questão de reorgani-zação administrativa vai lutar pela “matriz das Caldas da Rainha que

sempre se baseou na Saúde”. “Vou até às últimas consequências”, não tem dúvidas em afirmar.

Por outro lado, o presidente da Câmara desmente categoricamen-te a notícia de que a maternidade das Caldas estaria encerrada, tem-porariamente, devido à falta de obstetras: “O serviço de partos es-teve, apenas, fechado um dia, por-que faltaram dois médicos, mas a questão está ultrapassada, pois já hoje nasceu gente”. A notícia tam-bém mereceu um requerimento por parte de um conjunto de depu-tados na Assembleia da República que ficaram sobressaltados com a informação.

A maternidade conta com seis obstetras e já não é a primeira vez que, tal como aconteceu no início do mês, enviou as grávidas para Torres Vedras. Para manter a ma-ternidade a funcionar 24 horas por

dia, a administração deste Centro Hospitalar tem vindo a recorrer à contratação de tarefeiros, o que deixou de fazer muito recente-mente.

Na pergunta dirigida ao Mi-nistro da Saúde, os deputados con-sideram que o encerramento da

maternidade das Caldas da Rainha é uma situação inaceitável e que traz graves prejuízos para as grá-vidas da região e resulta numa per-da de rentabilidade de um serviço considerado de grande qualidade e segurança.

assim, um espaço de circulação”, dá a conhecer. Também se tomou a iniciativa de colocar o busto de Raul Proença em frente da casa onde viveu, quando antes estava no meio do largo João de Deus.

Findas as obras nesta zona, continuar-se-á pela Rua de Ca-mões, Rainha, Rua General Quei-rós, Praça da Fruta, Nelson de Brito, Eng. Duarte Pacheco, e restantes avenidas até se chegar à Praça 25 de Abril, junto à Câmara, onde será construído um parque de estacionamento com 300 lugares, “que dará um apoio fundamental ao comércio”.

Muito em breve vai ter de se proceder a uma deslocalização dos comerciantes que, diariamen-te, vendem os seus produtos na Praça da Fruta, para se efectuar obras também naquele local, con-siderado o ex-libris da cidade, sem colocar de parte a componente tra-dicional e até um pouco rústica do mercado. “Temos uma preocupa-ção muito grande com a reposição do tabuleiro, que será levantado e reposto, e nesse período não se re-alizará, ali, o mercado. Estamos a estudar outras zonas da cidade”.

Será instalado naquele local um espaço dedicado ao Turismo, no antigo edifício da PSP, assim como, uma casa de banho de apoio ao próprio mercado. Apostar-se-á, ainda, em colocar artesão a traba-lharem ao vivo, sala para exposi-ções temporárias e um restaurante gourmet para venda de produtos regionais.

condições de mobilidade com a criação de eixos com arruamentos que potenciem a atividade econó-

mica e de serviços, com a melho-ria de acessibilidades dentro do núcleo urbano.

Page 9: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 2012 9

Óbidos

Obras no valor de 12 milhões de euros arrancam este ano

O município de Óbidos apre-sentou um conjunto de três obras num valor total de 12 milhões de euros: a Praça da Criatividade, junto à entrada de Óbidos, a reabi-litação da Escola Josefa d´Óbidos e os edifícios centrais do Parque Tecnológico. Na mesma cerimó-nia que decorreu no EPIC (Espaço para a Inovação e Criatividade), situado junto à porta da vila, foi lançado o projecto que junta o tu-rismo com as indústrias criativas: “Creative Breaks”.

O presidente da autarquia, Tel-mo Faria, especificou que os pro-jectos em causa “colocam Óbidos

Telmo Faria apresentou diversos projectos

num patamar nacional e interna-cional elevado”, numa lógica de “pegada criativa” que o município faz questão de salientar. Afirmou ainda que, tudo aquilo que tem sido feito, nos últimos anos no concelho, tem sido à volta da “ino-vação, criatividade e inteligência”. Telmo Faria disse que Óbidos quer ser percepcionado em Portugal, “como um território que apostou em centralidades que têm a ver com a capacidade do ser humano saber inovar, criar, recriar, refazer e ter uma atitude, perante os negó-cios, a educação, o crescimento, a sociedade, que nos diferencia em

relação a outros territórios”. Segundo o autarca, todos estes

novos projectos apresentados são fruto de um “trabalho muito inten-so”, feito na última década, e que permite “lançar agora, no primei-ro semestre de 2012, mais de 12 milhões de euros de investimen-to”. Tendo em conta o desígnio da criatividade, o presidente exortou os criativos do país a escolherem Óbidos para promoverem “ as suas potencialidades”.

Praça da CriatividadeProjecto que tem um custo de

Universo Disney em Óbidos

Durante a próxima edição do Festival de Chocolate de Óbidos, a decorrer de 2 a 25 de Março, o evento vai trazer mais um motivo de interesse ao que é habitual, pois a vila medieval foi escolhida pela Disney, em Portugal, para assina-lar os 20 anos da Disneyland Pa-ris numa combinação entre duas fábricas dos sonhos, cada uma à sua escala.

P o r e s t e mot ivo , as escul-turas de chocolate inspiram-se nos bonecos do universo “Walt Disney”. As peças inspira-das em figuras bem conhe-cidas de todos já estão a ser t rabalha-das pelos formandos do Centro de Formação Profissio-nal do Sector Alimentar da Ponti-nha, com a coordenação de Vítor Nunes. A presença da Disney em Óbidos far-se-á sentir não apenas com as esculturas, mas também

através de um conjunto vasto de iniciativas.

O nome de Óbidos para a es-colha desta que é uma das marcas mais conhecidas, e que de maior prestígio goza em todo o mundo teve a aprovação, em primeiro lugar, dos responsáveis em Ingla-

terra e depois nos Estados Unidos. Entre as cidades

que já estão a cele-brar os 20 anos

da Dis-n e y l a n d

Paris estão Brugges (Bél-

gica), que usou esta temática no seu Fes-tival de Esculturas de Gelo.

O festival vai decorrer apenas de sexta-feira a do-mingo, com excep-

ção da Casa de Chocolate

das Crianças, que irá receber

as escolas du-rante a semana,

e as exposições. O orçamento do festival será na ordem dos 250 mil euros, menos 20% que em 2011. O preço do bilhete irá manter-se nos sete euros.

Disney está na Europa há 20 anos

um milhão e meio de euros e que pretende instalar-se na entrada da Vila Medieval, a partir da rotun-da de acesso à A8 com ocupação dos antigos armazéns da EPAC. Esta recuperação albergará novas actividades culturais e de apoio à unidade de indústrias criativas da região. Será construída a “Crea-tive Box” no antigo quartel dos bombeiros e tem como objectivo formar uma nova centralidade à escala de Óbidos.

Escola Josefa de ÓbidosA proposta tem como objec-

tivo requalificar e ampliar a bási-ca C+S 2,3 Josefa de Óbidos, de forma a corrigir os problemas de construção existentes com a edifi-cação de novas áreas destinadas a actividades sociais e de lazer, bem

como apoiar actividades extracur-riculares, exibição de trabalhos, ao mesmo tempo que é permitido o acesso autónomo do exterior ao trabalho e estudo da comunidade educativa. A obra tem um valor de 6,2 milhões de euros.

Edifícios centrais do Parque Tecnológico de Óbidos

O projecto assenta sobre várias vertentes que contemplam a edifi-cação de um business center, um laboratório de educação criativa, unidade de gastronomia molecu-lar , núcleo de I & D de Choco-late, edifício para incubação de empresas de base tecnológica. Por último, um fab lab destinado à construção de protótipos. A obra custará 3,6 milhões de euros.

Melhor Idade celebra S. Valentim e carnaval

O programa municipal “Me-lhor Idade” vai organizar no próxi-mo dia 17 de Fevereiro, com início às 14h30, no salão da Associação Cultural e Recreativa de Sobral da Lagoa, Óbidos, o Convívio “Bai-le de S. Valentim”, cujo tema é o “Amor”. A iniciativa vai reunir cerca de 200 idosos, todos uten-tes da rede municipal de Centros de Dia e de Convívio do Concelho Óbidos. Os participantes devem ir vestidos com roupa escura e aces-sórios vermelhos e/ou brancos, alusivos ao amor. Haverá anima-ção, que estará a cargo de Silvino. Para além do baile, durante o qual os participantes podem efetuar pe-didos de músicas – discos pedidos

com dedicatórias – vão realizar-se vários jogos e um sorteio do amor, que tem como prémio um cabaz com vários ingredientes românti-cos (oferta de 1 jantar, ginja, beiji-nhos, entre outros).

O convívio junta o Dia dos

Namorados e o Carnaval, propor-cionando uma tarde divertida, de festa,a todos os presentes. Neste dia, será contando/relembrada a história de São Valentim.

Page 10: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 201210

Bombarral

Autarquia insurge-se contra fecho do tribunalO tribunal do Bombarral é um

dos que também consta da lista de Paula Teixeira da Cruz no ensaio para a reorganização da estrutura judiciária. De acordo com o pre-sidente da Câmara, José Manuel Vieira, esta medida a ir para a frente “vem pôr em causa os direi-tos dos cidadãos no acesso à jus-tiça, em especial os que residem no meio rural como é o caso do Bombarral”, traduzindo-se, ainda, numa forma de “agravar os custos inerentes ao exercício da justiça, tornando-a mais inacessível e de-morada”.

O tribunal do Bombarral tam-bém ultrapassa em larga margem o número mínimo de 250 processos, pois tem, neste momento, mais de mil 800 processos pendentes, “perfeitamente inseridos na esta-tística oficial” .

O tribunal do Bombarral “não dispõe de instalações próprias, mas o custo de instalação, é altamente Processos do tribunal do Bombarral deverão transitar para as Caldas

reduzido, uma vez que o edifício é propriedade da Câmara Municipal à qual competem todos os encar-gos com a manutenção”, diz o pre-sidente, em atenção ao critério dos gastos com edifícios preconizado no documento governamental.

“Considerando que o único critério não cumprido é o facto de existir outro tribunal (Caldas da Rainha), a menos de uma hora de distância, mas para o nível de vida médio dos nossos cidadãos, mui-tos serão aqueles que não recor-rerão aos serviços judiciais, pelo transtorno e despesa causados com esta deslocação”, sustenta, acres-centando, ainda, que o tribunal caldense “encontra-se, actualmen-te, numa situação caótica de fun-cionamento, que só por si exige a ampliação do mesmo, por forma a ser dotado de mais dois juízos de competência genérica para além dos três que tem actualmente”.

“Vamos voltar a Limpar o Bombarral!”Depois do êxito das edições

anteriores, o Município do Bom-barral irá, novamente, fazer parte do movimento “Limpar Portugal” no dia 24 de Março.

Sob o lema “Let`s do it! World Cleanup 2012”, a edição deste ano tem um âmbito mais alargado, pre-tendo esta iniciativa chegar a todo o território mundial. Nesse senti-do, as expectativas em termos de participação dos voluntários serão ainda maiores.

O município do Bombarral espera contar uma vez mais com uma grande adesão por parte de todos os bombarralenses. Para in-tegrar esta equipa de voluntários basta visitar o portal da autarquia na internet, onde pode encontrar mais informações acerca do pro-jecto e o formulário de inscrição.

Como referem os promotores da iniciativa, a AMO Portugal – Associação Mãos à Obra, o projec-to Limpar Portugal 2012 pretende promover a educação ambiental e reflectir sobre a problemática do “lixo”, do desperdício, do ciclo dos materiais e do crescimento sustentável, removendo todo os re-síduos depositados indevidamente nos espaços verdes, nas cidades, nos rios e nas praias.

Em outros anos a iniciativa teve bastante adesão

Page 11: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 2012 11

“Especial Freguesias”

Com Atouguia da Baleia em discurso directo

Neste programa da 102 FM Rádio, o presidente da junta, António Salvador, e num balan-ço da actividade autárquica de 2011, não escondeu que houve dificuldades, e que 2012 será marcado por, ainda, “mais res-trições”. No ano passado, a jun-ta tentou melhorar o conjunto de localidades que integram a freguesia no que toca a limpezas e obras, mas como fez questão de enfatizar, a sua autarquia está

A 102 FM Rádio no seu “Especial Freguesias”, dedicado a cada uma das juntas do concelho de Peniche, colocou Atouguia da Baleia em evidência, ouvindo o poder local, mas tam-bém as colectividades e outros actores na vida e no tecido eco-nómico da freguesia. Neste trabalho, ficam algumas das ideias mais importantes sa-lientadas pelos diver-sos intervenientes.

António Salvador falou dos seus projectos para 2012

Sociedade Filarmónica com implantação na comunidade

A Sociedade Filarmónica 1º de Dezembro de 1902 é uma das colectividades de Atouguia da Baleia com uma implantação maior na freguesia, pois são muitos os que aderem às actividades que se vão promovendo ao longo do ano, no entanto, o presidente da associação, Afonso Clara, é da opinião de que poderia existir “ainda mais adesão e unidade” por parte das gentes da terra. O responsável gostaria que mais atouguienses se tornassem sócios da colectividade, “pois há gastos fixos todos os meses”.

Entre as actividades com mais adesão, encontra-se a ginásti-ca e os torneios de sueca. A colectividade costuma ainda dispo-nibilizar o seu salão para as realizações das demais associações da terra, de que são exemplo o grupo desportivo e a santa casa. Recentemente, foi criada a secção de atletismo que já conta com 10 atletas.

Sobre o actual momento do país e tendo em conta que as associações, um pouco por toda a parte, se têm ressentido com a conjuntura, Afonso Clara exprime o seu ponto de vista da se-guinte forma: “Não somos uma ilha isolada. As dificuldades são imensas, mas sou um optimista por natureza, penso que se todos dermos a mão podemos ultrapassar este momento”.

Coopeniche apoia agricultores na sua profissionalização

A Cooperativa Agrícola de Peniche (Coopeniche) está sede-ada em Atouguia da Baleia e tem como principal objectivo au-xiliar os agricultores do concelho no que respeita à actividade agrícola, nomeadamente, através do fornecimento de produtos farmacêuticos e fotoquímicos, “através de um engenheiro em articulação com a zona agrária das Caldas da Rainha”, refere João Luís Dias da cooperativa.

A crise no país não deixa incólume o sector agrícola que se vê a braços com ainda mais dificuldades, no que toca, princi-palmente, à necessidade de escoamento dos produtos, “que têm de ser rentabilizados para cobrir os custos de produção”. “Os agricultores andam stressados e não sabem como hão-de ‘dar a volta ao texto’”, desabafa o responsável da Coopeniche. Neste sentido, a profissionalização do sector é o caminho a seguir, e su-gere que os produtores possam chegar junto de entidades como a “Horta Pronta” e apostarem em planos de cultivo organizados para “garantirem o escoamento do seu produto”.

dependente da Câmara Munici-pal de Peniche, no que respeita “à atribuição de materiais e do que está contemplado no proto-colo de delegação de competên-cias”.

Obra do centro escolar deverá arrancar

A junta de Atouguia da Ba-leia vai levar a efeito, durante este ano, o mesmo conjunto de iniciativas, relacionado com a etapa do Troféu Joaquim Agosti-

nho, marchas populares, festival de folclore, e festival de bandas filarmónicas. Na componente das obras, António Salvador es-pera que entre em fase de cruzei-ro, o arranque da construção do Centro Escolar de Atouguia da Baleia, mas também, a requali-

ficação urgente do património com a recuperação da fonte gó-tica. O presidente diz que não se tem cansado de alertar para esta necessidade em sede de assem-bleia municipal.

“Presidentes de junta são quase voluntários”

O estado em que se encon-tram algumas colectividades da freguesia merece a mais “pro-funda preocupação” da sua parte, dadas as dificuldades eco-nómicas das mesmas – “Temo o fecho de algumas. Há colec-tividades que aguardam pelos subsídios protocolados com a Câmara, em alguns casos, desde há dois anos”.

A reforma da administração local, com a possível extinção de freguesias, também não passa ao lado do autarca, que conclui que a figura do presidente de junta é a “única que ainda consegue andar de cara lavada no país”. “De repente, parece que estamos na origem de todos os problemas do país, quando somos muito mal pagos. É tudo muito ingra-to. Somos quase voluntários ao serviço deste país”.

Page 12: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 201212

A opinião dos políticos António José Correia anuncia investimentos

No âmbito do “Especial Fre-guesias” levado a efeito pela 102 FM Rádio, o presidente do mu-nicípio, António José Correia, anunciou obras para a freguesia de Atouguia da Baleia, a começar pela “beneficiação da ligação en-tre Bufarda e a sede daquela au-tarquia”.

Por outro lado, o projecto do centro interpretativo vai consagrar a centralidade existente no largo da Igreja de São José, que consis-te numa compilação “dos registos e das memórias da freguesia, das suas histórias e tradições” através de uma espécie de museu criado para o efeito. A inauguração está marcada para 17 de Março.

A requalificação de algumas zonas balneares da freguesia tam-

Carlos Amaral confiante na dinâmica da freguesiaNas palavras de Carlos Ama-

ral, vereador eleito pelo PS na autarquia de Peniche, Atouguia da Baleia distingue-se pela sua “pu-jança económica” até certo ponto conquistada pela presença na fre-guesia da “Horta Pronta”, empresa dedicada ao tratamento e distri-buição de produtos hortícolas da região Oeste.

Durante o ano de 2011 defi-niram-se linhas estratégicas em relação a vários projectos para esta freguesia como a construção

Jorge Abrantes elogia saneamento básicoA entrada em funcionamento

da ETAR de Atouguia da Baleia foi essencial para dotar a freguesia das condições consideradas “óp-timas” a nível do tratamento de esgotos, e na “quase erradicação” das falhas de água com que a loca-lidade convivia há 10 ou 20 anos atrás, segundo Jorge Abrantes, vereador da CDU e administrador dos serviços municipalizados de àgua e saneamento (SMAS)

“Os padrões de qualidade são

do centro escolar, que “mudará o paradigma” da Educação no con-celho, de acordo com o vereador da oposição, que não deixa, con-tudo, de realçar que “há muito por fazer em outros sectores”, como: “as obras nas pontes entre Bolhos e Ribafria; e Atouguia – Coimbrã, assim como, a necessidade de re-qualificação da fonte gótica”. O vereador identifica, ainda, a ques-tão relacionada com o perigo ofe-recido pelas arribas na Consolação e em São Bernardino, ou o proble-

bém se encontra em fase de ar-ranque como em São Bernardino, onde serão “beneficiadas as esca-das de acesso à praia dos Frades, reparado o polidesportivo, assim como, o campo de voleibol”.

Na localidade de Lugar da Es-trada, serão “melhorados os aces-sos na Rua de Baixo”, umas das mais antigas, e onde a população se vê a contas com problemas de inundações quando chove.

Em matéria de Educação, o presidente salientou a intervenção prevista na escola de Geraldes e a construção do Centro Escolar de Atouguia da Baleia.

Na componente da instalação de novas empresas na área do Vale do Grou, António José Correia, afirmou que se entrou num impas-

Luís Ganhão sugere criação de centro de canoagemO vereador eleito pelo PSD

entende que o executivo de Antó-nio José Correia “tem feito muito pouco apesar de a obra do centro interpretativo se encontrar prestes a ser inaugurada”, e sugere que se estabeleça na freguesia um centro de canoagem que poderia resultar “como interessante para Atouguia e para a Barragem de São Domin-gos”.

As vozes que lhe fazem companhia…

Para Nuno Jorge, locutor que anima o horário 7-10 na 102 FM Rádio, a aventura nas ondas do éter, começou em No-vembro de 1998, mas apenas chegou à estação em Junho de 2005. O animador considera que o facto de fazer diariamente um programa em directo permite um contacto muito próximo com o público, com as suas preocupações, estados de espírito, o que tem dado origem a algumas amizades. “A rádio de hoje em dia nada tem a ver com a de 1998, em que eram precisos muitos mais recursos humanos. Agora o desafio é acompanhar as novas tecnologias e tentar não ficar para trás”, constata o profissional da Rádio.

Segundo Nuno Jorge, os ouvintes são sempre generosos na avaliação positiva e contundentes na crítica no que respeita ao trabalho efectuado, “mas o facto de falarem, mesmo que seja para apontar algum suposto defeito, mostra que estão atentos ao trabalho que fazemos, o que nos dá alento para continuar”, reflecte, acrescentando: “O facto de falarmos das pessoas e colectividades da região, gera uma onda de carinho para com o trabalho que desenvolvemos e uma vontade de contribuir para o próprio conteúdo da rádio. A página do Facebook, tal como o portal web da rádio, leva-nos a públicos diferentes, que, eventualmente, não nos iriam descobrir pela via normal. Por isso será um caminho a seguir e aperfeiçoar, porque as no-vas tecnologias vieram para ficar e quem perder o ‘comboio’ vai ficar em desvantagem num mercado tão exigente como é o de hoje em dia”.

O programa de Nuno Jorge para além de se pautar pela boa disposição tem também uma componente informativa, com os títulos dos jornais, o estado do tempo e as iniciativas da região, mas também lúdico e interactivo, com algumas curiosidades, factos interessantes, pedidos musicais, temas actuais para os quais se pede a opinião dos ouvintes e passatempos onde se oferece os mais variados prémios. Como produtor passa por si, tudo o que vai para o “ar”, desde os promocionais da Rádio, os spots publicitários, os separadores, identificadores de estação e muito mais. “Espero que 2012 seja um ano de crescimento e de reforçada afirmação da 102 FM e que quem nos ouve encontre em nós um parceiro para todas as ocasiões, quer no trabalho, no lazer, em viagem, enfim, estamos cá para o que der e vier”, conclui.

Nuno Jorge tem um percurso feito de muita experiência

se junto dos proprietários de terre-nos que pedem um preço elevado para a cedência dos mesmos, (sen-do que a Câmara não tem terrenos seus naquela zona), dando azo a uma especulação imobiliária, “que ainda não foi possível contornar”.

O papel desempenhado pelas colectividades e IPSS’s da fregue-sia foi também sublinhado pelo presidente ao longo desta entre-vista com o anúncio de que sofrerá obra de melhoramentos o espaço da feira mensal ligado ao Centro Social da Bufarda, não negando que o “atormenta” o facto de não poder acudir às necessidades fi-nanceiras daquelas instituições da mesma forma que antes, devido ao corte de transferências do Estado para as autarquias.

ma do saneamento na zona sul da freguesia.

Nesta freguesia, encontra-se, ainda, em marcha o plano de por-menor para a zona industrial de Vale do Grou, que conta já com algumas empresas instaladas e outras em fase de instalação – “Penso que a dinamização indus-trial daquele espaço é irreversível, tendo em conta a proximidade em relação ao IP6, muitos empresá-rios estão a escolher aquele local”, salienta.

elevados, e por isso há sempre algo para concretizar no que res-peita a este domínio”, enfatiza, demonstrando que a empresa in-termunicipal Águas do Oeste con-solidou “investimentos significati-vos” na freguesia quer através da ETAR mas também no sistema de esgotos “com a eliminação do en-caminhamento dos mesmos para a praia da Consolação e rio São Do-mingos”.

Mais, recentemente, foi adju-

dicada a construção da ETAR do Paço, que significará o corolário do investimento levado a cabo na freguesia na última década. Uma espécie de “cereja em cima do bolo”, reforça. Em Atouguia, a água também tem faltado cada vez menos nas torneiras, tendo sido atribuído a nível nacional o pré-mio de “água de qualidade para o consumo humano” ao concelho de Peniche.

O eleito diz, ainda, que se de-veria apostar na requalificação dos serviços prisionais de São Bernar-dino e a sua conversão para escola de correcção, “pois estão, apenas, a ser utilizados pela capela e os muros estão em risco de colap-sar”.

Preocupado com o facto de “ainda existirem na freguesia es-gotos a céu aberto”, acrescenta

que “nada foi feito neste último ano”. A necessidade de mais hi-giene e limpeza estende-se ainda à necessidade de se apostar nesta questão em algumas praias da fre-guesia, assim como, nos seus aces-sos. “Nas praias de Molho Leste e Supertubos , as pessoas tropeçam em estrados de madeira com tábu-as partidas. Podiam ser construí-dos estrados elevados”, refere.

Page 13: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 2012 13

“Um dia com...” Deputada caldense destaca-se nos bastidores da Assembleia da República

A deputada confessa que o trabalho de bastidores na Assembleia da República exi-ge “muita dedicação” pois no fundo “os deputados estão a produzir legislação”, nomeada-mente, projectos de lei. “Passa-mos muitas horas reunidos em plenário. Por vezes chego à As-sembleia da República às dez da manhã e regresso a casa às dez da noite. Não está correcta a ideia de que a vida de deputa-do se limita a estar presente no círculo de debate que vemos na televisão”, refere.

Neste momento, Maria da Conceição Jardim integra o grupo de trabalho sobre a có-pia privada com a audição de diversas entidades interessadas como a Associação Fonográfi-ca Portuguesa; o Sindicato dos Músicos, dos Profissionais do Espectáculo e do Audiovisual; e a Comissão de Trabalhadores da Orquestra Metropolitana. Integram, ainda, este grupo de trabalho a também deputada do PSD Ana Sofia Bettencourt, Michael Seufert do CDS-PP, Miguel Tiago da CDU e Ca-

Confessa não ter muito tempo para se des-locar pela capital, até porque se limita ao e s p a ç o da As-s e m -b l e i a d a Re-

pública para tomar as suas re-feições, onde priva com depu-tados de vários partidos, pois confessa que “é possível fazer amizades entre pessoas que pensam de forma diferente”. O seu trabalho também é compos-to por colocar o acento tónico nas questões relacionadas com

o distrito pelo qual foi eleita e como tal submeteu, nos últi-mos dias, junto do ministro da Saúde um requerimento acerca do facto de as Caldas da Rai-nha poderem perder valências para o hospital de Torres Ve-dras, face a uma reorganização do sector saúde.

Eleita pelo círculo de Leiria, pelo PSD, nas últimas eleições legislativas, Maria da Conceição Jardim, tem-se feito notar nos corredores do Parlamento quer pelo seu trabalho em matérias relacionadas com a Cultura e Educação, quer pela célebre in-tervenção na Assembleia da Re-pública, na anterior legislatura, que ajudou a colocar o proble-ma do assoreamento da lagoa de Óbidos no topo das priorida-des do Ministério do Ambiente. Actualmente, está à frente da Assembleia Parlamentar do Me-diterrâneo, um organismo com funções, essencialmente, de me-diação e de levantamento e es-tudo de diferentes problemas no seio dos países do sul da Europa, Médio Oriente com ponte para o norte de África.

tarina Martins do BE. A de-putada dá a conhecer que há uma “boa colaboração” entre os elementos dos diferentes partidos, apesar das diferenças políticas – “Por vezes, há uma natural discordância sobre um ponto ou outro, mas de forma saudável. Aliás, devo dizer que a relação entre os deputados na Assembleia da República, das diversas cores, é de grande cor-dialidade, tirando uma ou outra pessoa”.

Neste sentido, relembra que a deputada do PS, Rosa Al-bernaz, facilitou no âmbito da Assembleia Parlamentar do Mediterrâneo um contacto mais eficaz com o cônsul de Portugal em Amã, na Jordã-nia, “para que este agilizasse uma deslocação a Petra”. No âmbito deste organismo, a de-putada caldense já esteve em cidades como Amã, Zagreb, Palermo, Rabat. Produziu uma comunicação acerca da violên-cia doméstica e encontra-se a tratar de um novo trabalho re-lacionado com a importância da Educação.

Page 14: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 201214

PUB

Page 15: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 2012 15

Cadaval

Câmara aprova moção contra encerramento do tribunalA Câmara Municipal do Cada-

val manifestou a sua preocupação pelo previsto encerramento do Tribunal do Cadaval, de acordo com a proposta de reorganização do mapa judiciário do ministério da Justiça que usou como critérios de ponderação, entre outros, o vo-lume processual expectável após a reorganização (inferior a 250 pro-cessos entrados), a distância entre o tribunal a encerrar e o que vai receber o processo (passível de percorrer em cerca de uma hora) e a qualidade das instalações, bem como a circunstância de serem propriedade do Ministério da Jus-tiça ou arrendadas. Foi aprovada uma moção em reunião de Câmara contra esta decisão.

“Estamos muito preocupados com esta notícia, não só pelo es-vaziamento do serviço público prestado por aquela entidade mas também do ponto de vista da eco-nomia local. Esta é uma lei de 2008, em que se perspectivava uma reorganização dos serviços de justiça, e que este Governo voltou Tribunal do Cadaval na lista do ministério da Justiça

a reerguer, no âmbito do memo-rando da Troika”, diz o presidente da Câmara, Aristides Sécio, que acredita que a medida vai deixar “a Justiça mais longe das pessoas que têm dificuldades em deslocar-se, em princípio, para Torres Ve-dras”. (Nalguns casos a mais de hora e meia daquela cidade, se não possuírem transporte próprio).

Segundo o autarca, são julga-dos no Cadaval mais de 250 pro-cessos, ou seja a comarca cumpre para além dos “serviços mínimos”, para além de que a Administração Central gastou “mais de 2 milhões de euros na construção do palácio da justiça e não faz qualquer sen-tido inutilizar o uso para o qual foi construído”, em 2005. Em breve, Aristides Sécio vai reunir-se com a tutela para demonstrar os argu-mentos do concelho, “que possui uma ligação histórica com a Jus-tiça”.

“Não podemos pactuar com o corte do acesso à Administração Pública”, conclui.

Maçonaria tem como objectivo“infectar” positivamente a sociedade

O Jornal – Como é que tem estado a ver o desenrolar de vá-rias notícias sobre a maçonaria portuguesa e a influência dos maçons em vários sectores da vida pública, nomeadamente, o caso Ongoing ?

É curioso que quando se in-vestiga a história das Sociedades Secretas em Portugal, a que cha-ma mais a atenção é a maçonaria. Todas as escolas iniciáticas, gru-pos (sejam eles secretos ou não), ordens ou associações, são sempre um microcosmos da sociedade. Há sempre o bom e o mau. Quando al-guma dessas organizações se tor-na mais poderosa, pode servir de uma forma brilhante a sociedade, ou transformar-se num perigo para ela. Do que consigo saber sobre a maçonaria, seja ela regular ou não, é que tem como objectivo “infec-tar” positivamente a sociedade que a rodeia. Essa forma de actuar, tem sido sempre discreta ao longo dos séculos. Ao praticarem a benefi-cência (como é o seu objectivo), ninguém diz que foi a maçonaria a fazer. Mas, se algum ou alguns dos seus membros são apontados de algo menos digno, (mesmo sem razão ou fundamento), a Ordem ou as organizações a que pertencem são apontadas como infernais.

O Jornal – Acha que se criou ou está a criar uma imagem per-versa sobre a maçonaria na opi-nião pública portuguesa?

Não me posso esquecer de uma

frase cuja autoria não conheço que diz: “Quando a carroça vai cheia, não faz barulho. Quando vai vazia, toda a gente ouve.” Sobre a maço-naria, pelo que sei, sempre teve e terá quem queira manchar a sua imagem. Por manterem “secretis-mo” em relação ao que se passa das suas portas para dentro, são apontados de tudo o que quiser-mos inventar. Se juntarmos a isto as condenações seculares feitas pelo Vaticano aos maçons, fez da maçonaria uma organização dia-bólica pelo menos cá em Portugal. Felizmente que o Vaticano mudou radicalmente a sua posição em relação à maçonaria, aceitando e reconhecendo a mesma como uma organização que tem trabalhado em prol da sociedade. O grande responsável por esse reconheci-mento, foi Sua Santidade João Paulo II. Aliás não nos devíamos esquecer que a maçonaria foi fun-dada pelos Templários. Eles eram uma Ordem Papal. Portugal trans-pira de legados Templários.

O Jornal – Quem é maçon deve-o revelar, principalmente, se ocupa posições de destaque a nível político, judicial, entre ou-tros?

Sendo a maçonaria uma es-cola de livres-pensadores unidos por um “espírito” de ajuda ao próximo e de busca interior, não há lógica em quererem obrigar ho-mens livres e de bons costumes, a serem rotulados da sua condição. Se é Maçon, Rosa-Cruz, Opus-Dei, Umbandista, Xamanista ou Iniciado em qualquer Es-cola Iniciática, esse é um caminho muito pessoal. Qual de nós abriria as portas de nossa casa, revelando toda a vida íntima? Os nossos actos estão na nossa consciência. Não é revelan-do o nosso caminho interior que nos faz sermos melhores. A árvore conhece-se pelos seus frutos.

O Jornal – Acredita que o facto de se estar a falar na Ma-çonaria Portuguesa quase como uma espécie de polvo que age na sombra em vários sectores, po-derá significar que algo que vai ter de mudar no seio da mesma e que “algumas cabeças vão ro-lar”, passo a expressão?

Se existir corrupção no seio de qualquer grupo, sociedade inici-ática, Ordem ou associação, isso deve ser caso para Justiça. Muitas

das vezes, o que se tem assistido é utilizarem-se nomes de organi-zações idóneas, para lançarem a confusão e atraírem as atenções enquanto se passam coisas real-mente graves em outros campos. Será este um desses casos? É pena que se fale do que não se conhece. É como ouvir opiniões sobre fu-tebol, proferidas por quem desco-nhece as regras do jogo. Por esse motivo, não julgo o que não co-nheço. A imagem que me querem transmitir é uma. A realidade pode ser outra.

(Esta entrevista foi dada por escrito, devido a constrangimen-tos de tempo relacionados com fecho de edição)

Paulo Cosmelli é físico e professor de línguas. Reside no Cadaval e tem dedicado parte do seu tempo à pesquisa relacio-nada com temas esotéri-cos. Possui uma ligação à maçonaria, sobre a qual prefere não se alongar, devido ao voto de secre-tismo a que está vincula-do. Nesta entrevista dá a conhecer um pouco des-ta sociedade secreta da qual se tem falado tanto.

O investigador está por dentro do fenómeno das sociedades secretas

Page 16: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 201216

ECONOMIA

Serviço, ambiente e ementa são chaves do sucesso do Tribeca

6

Surgiu em Abril de 2010 na Serra d’ El Rei, concelho de Peniche, e ra-pidamente se implantou na zona Oeste, como um restaurante para aqueles dias especiais e não só. O Tribeca, propriedade de Luís Fra-zão Gomes, prima pelo ambiente sofisticado e acolhedor, com cores quentes em que a decoração evoca as antigas tabernas de início do século XX. Uma atmosfera român-tica com uma ementa convidativa e um serviço simpático fazem as honras da casa.

Decoração inspira-se no glamour de início do século XX

Luís Frazão Gomes explica que a ideia surgiu da necessidade de se apostar num “novo conceito de res-tauração na região” com primazia para uma área rural, na altura de se escolher o local mais apropriado. O facto de se encontrar relativamente próximo a vários concelhos tam-bém pesou na decisão. O Tribeca, que é também o nome de um bairro de Nova Iorque, foi construído de raiz e para além das áreas de res-tauração (cozinha, sala de almoços e jantares e pátio), contempla ainda um bar, lavandaria e outros espaços complementares.

“O balanço até à data é positi-vo, e corresponde às expectativas iniciais, embora o momento não seja o mais propício, tendo em con-ta a situação actual do país”, refere. O proprietário rejeita a possibili-dade de o restaurante se dirigir a uma clientela mais selecionada, pois apenas pretende ser “um espa-ço com uma decoração agradável, onde se pode tomar uma refeição (também ela) agradável”. Perto de metade dos clientes é composta por estrangeiros, mas também portu-gueses e não, apenas, provenientes da região, mas também de locais como Santarém ou Almeirim.

A ementa baseia-se em pratos que tentam ir de encontro ao pala-dar da maioria, com pratos moder-nos mas sem esquecer o melhor do tradicional, em que a frescura dos ingredientes é imperativa. Assim e para começar, nas entradas o clien-te tem por exemplo “uns peixinhos da horta com um molho especial”. Nas carnes tem ao seu dispor, bife à tribeca, empadão de faisão e per-diz, entre outros. Na componente dos peixes e mariscos pode pedir, por exemplo, sapateira recheada, peixe do dia grelhado, linguado au menier. Muito apreciados são os panados de sardinha de Peniche, “com bastante sucesso junto dos

portugueses e estrangeiros”. “Todo o nosso peixe é espinhado à frente do cliente, para além de ser sempre fresco”, acrescenta. Nas sobre-mesas, “o leque é variado para os diversos gostos com texturas e ti-picidades diversas”. Pêra rocha em vinho tinto, coulant de chocolate, cheesecake de limão, manga e fru-tos silvestres com molho de mara-cujá são algumas das gulodices.

O ambiente descontraído, sempre com música ambiente adequada, que contempla ainda a passagem de imagens num plasma relativa a acontecimentos na região como o Rip Curl (o vencedor da etapa de Peniche e o campeão do mundo Kelly Slater estiveram no Tribeca) ou fotografias de cartazes de cinema da época glamourosa do cinema de Hollywood complemen-tam uma aposta ganha.

Bulhão pato de robalo de Peniche e lingueirão

Lombos de linguado e risotto de lingueirão

Luís Frazão Gomes quis apostar num conceito inovador na região Cheesecake de limão e manga com molho de maracujá

Page 17: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 2012 17

ECONOMIA

7

Super Baleal alia-se à Jerónimo Martins

O Super Baleal, unidade gerida por Fernando Simões, no Baleal, Peniche, passou a contar com o grupo Jerónimo Martins, ligado à cadeia Pingo Doce, como um dos mais recentes parceiros, através do projecto “Amanhecer”, que assen-ta num acordo entre o Recheio e os proprietários de lojas alimenta-res de pequena e média dimensão, como é o caso.

Este supermercado existe há cerca de 30 anos, funcionando como apoio ao parque de campis-mo, mas há 26 anos sob gerência de Fernando Simões, que já efectuou obras no espaço em 4 ocasiões, pois de início tratava-se de um pré-fabricado. “Ampliámos a área de

200 m2 para 400m2 com uma de armazenamento de 250m2”, refere. No espaço encontra-se também um café, que funciona como comple-mento

Nesta unidade, pode encon-trar toda a variedade produtos, habitualmente, disponíveis em su-permercados de média dimensão, mas também uma área a pensar no cliente estrangeiro, com produtos pouco habituais como algumas va-riedades de pão. Nos meses de ve-rão (Julho e Agosto), “é conseguida 60 por cento da facturação anual”, salienta.

O aumento do IVA também veio criar “mossa” na unidade, mas por enquanto reina “alguma resignação

por parte do cliente”. No entanto, e devido à parceria com o Recheio, o supermercado conseguiu baixar os preços, e com isso captar mais clientes. “Anteriormente, a nossa casa era considerada como de re-curso. As pessoas não apostavam no Super Baleal para fazerem as compras do mês ou da semana, mas graças à parceria com a Jerónimo Martins, esse ciclo inverteu-se”. Fernando Simões realça, contudo, que a parceria e a análise do ne-gócio são conjuntas, mas a gestão apenas sua.

TDT: TV por Cabo está a superar o descodificador

Possuo televisão por cabo, mas tive de ajudar alguns familiares mais velhos a encontrarem a melhor so-lução face às suas reformas, nome-adamente, uma tia com quase 100 anos. Há um bocadinho de falta de informação. Os meus pais acabaram por optar por um operador de TV cabo. Estamos a pensar no caso da minha tia, com a compra de um descodificador.

Maria José Costa

A Televisão Digital Terrestre (TDT) está a levar a uma corrida desenfreada por parte de muitos em busca do descodificador que lhes permita continuar a assis-tir aos 4 canais de televisão. Na nossa região, o sinal analógico vai ser o último a desligar-se, a 26 de Abril, pois a ANACOM quis deixar o emissor do Montejun-to para a última fase. Fomos saber junto da população de uma das localidades do concelho de Óbidos, A-da-Gorda, como está a encarar este momento de transição, sendo que muitos optaram por aderir à televisão por cabo.

Penso que há pouca informação so-bre esse tema, no que diz respeito aos preços e ao funcionamento do descodificador. Ninguém me pediu qualquer tipo de ajuda. Tenho tele-visão por cabo e voltaria a adquirir o serviço, pois penso que é a me-lhor opção, agora com o corte do sinal analógico.

Pedro Carvalho

Comprei um plasma há pouco tem-po já a pensar na mudança para o TDT. Tinha um televisor velho. O plasma custou cerca de 250 euros. Considero que foi a opção mais prática, pois comprar aparelho des-codificador não valia a pena, na mi-nha opinião.

Maria Isabel Prezado

Possuo um serviço de televisão por cabo. Tem corrido bem. Sei do caso de uma familiar que optou pelo descodificador, sei que está satis-feita.

Joaquim Faustino

Passei a ter televisão por cabo des-de há dois anos, pois achei que seria vantajoso por permite aceder a mais canais. Não sei se a generalidade das pessoas está bem ou mal informada. Se agora tivesse de optar, voltaria a adquirir a TV Cabo.

Maria Minez

Já adquiri o descodificador num hipermercado. Custou 30 euros, apesar de ter efectuado uma troca, pois o primeiro não estava a fun-cionar correctamente. Não tive de comprar outros acessórios. A mon-tagem foi fácil. Não sei se a maioria das pessoas está bem esclarecida.

Cristina Soares

Mês do Robalo Selvagem na “Nau dos Corvos”O Restaurante “Nau dos Cor-

vos”, no Cabo Carvoeiro, em Peni-che leva a efeito durante o mês de Fevereiro, o “Mês do Robalo Selva-gem”, pelo segundo ano consecuti-vo. A unidade de restauração geri-da por Diogo Neto vai apostar em criações próprias elaboradas com este peixe do rio como – caril de robalo; caldo de robalo; robalo ma-rinado com coentros, alho e couve; robalo braseado com gambas salte-adas, puré de batata aromático e es-pargos grelhados; robalo braseado

Real Valia abre loja no Bombarral

A cadeia de lojas de compra de moedas, jóias, ouro e prata inaugu-rou a sua nova unidade, desta vez no Bombarral, localizada no largo da Câmara Municipal. A Real Valia já possui estabelecimentos nas Cal-das da Rainha, Peniche, Alverca,

com polenta de milho. Nesta altura do ano, o preço do robalo desce e o

restaurante aposta em pratos mais económicos.

Parceria entre Jerónimo Martins e Super Baleal tem dado bons frutos

Nazaré, Torres Vedras, Lourinhã, Benedita. A intenção segundo a gerência é tornar a marca represen-tativa na região. A loja de Peniche, também possui a vertente de ouri-vesaria, primando pelo bom gosto na sua decoração. Nova loja no Bombarral

Page 18: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 201218

PUB

Page 19: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 2012 19

Colectividades

ACDR de Santo Onofre Monte OliveteNova sede custará um milhão de euros

A Associação Cultural, Des-portiva e Recreativa (ACDR) de Santo Onofre-Monte Olivete, nas Caldas da Rainha, foi fundada há cerca de 9 anos atrás e o seu prin-cipal objectivo para o futuro resu-me-se à construção da nova sede, cujas obras deverão arrancar ainda este ano, mas a sua conclusão para já é uma incógnita, pois a colec-tividade não conta com especiais apoios financeiros, para além das verbas oriundas das suas activida-des.

A associação tem necessidade de um espaço próprio para ensaio das marchas populares, entre ou-tras actividades, pois encontra-se

Augusto Santos e João Pina junto ao terreno

instalada num barracão dos servi-ços municipalizados, que apesar de já ter sofrido algumas intervenções não se encontra ajustado às neces-sidades. Existe um terreno com 2500 metros nas Águas Santas, freguesia de Santo Onofre, onde vai ficar a nova sede, sendo que já se procedeu à limpeza do mesmo com o corte de arbustos e outra ve-getação. A direcção da ACDR está a aguardar a assinatura da escritu-ra do terreno para se avançar com os projectos exigidos para a sua construção, que vai custar “cerca de um milhão de euros”.

“Temos 6 anos para fazer a empreitada, dois de preparação e

quatro que a Câmara nos dá para iniciação de obra”, diz João Pina, presidente, acrescentando: “Sabe-mos que não é com as quotas dos sócios que isto vai para a frente, mas vamos lutar e contamos com o apoio das pessoas e de empre-sas”. A obra vai contar com um sa-lão, que depois também pode ser-vir para casamentos e baptizados; arrecadação; sala principal e sala de convívio para os mais idosos.

João Pina refere que a ACDR ensaia, actualmente, na sede de outras associações parceiras como a do Bairro Nossa Senhora da Luz, e a de Lagoa Parceira, assim como, na Expoeste. Todos os anos

cerca de 50 pessoas participam na marcha. “O ano passado gastámos 7 mil euros em roupas e outros adereços (o cavalinho) com um apoio de 1500 euros por parte da autarquia”, dá a conhecer. Para já está em preparação o Carnaval, sendo que o tema ainda não foi de-finido por parte da colectividade. “Faltam poucos dias e temos de trabalhar muito”, constata.

A 15 de Abril, será levada a cabo a actividade “Bom Verão” que consiste num jantar com ami-gos, no domingo de Pascoela (uma semana depois do domingo de Páscoa). Esta é uma tradição que se realizava, antigamente, com matança do porco, mas devido às novas regras de higiene e seguran-ça, optou-se por juntar os convivas de outra forma. “Será uma forma de tentar resgatar antigas tradições em que se passava momentos de grande convívio e de amizade en-tre as pessoas”, reforça.

Augusto Santos, tesoureiro da ACDR, que está na génese da associação, diz que a mes-ma foi criada com o intuito de criar um momento de diversão na época dos santos popula-res. As marchas “são por isso o ex-libris da colectividade”, reforça o responsável, mas o Carnaval também consta do cartaz de eventos, assim como, o Festival da Sardinha e almoços para a terceira idade. Neste momento, a ACDR está a levar a cabo uma campanha de angariação de sócios, con-tando até à data com cerca de 40.

O início da associação

Maquete ilustrativa das futuras instalações

PUBFo

to: A

lexa

ndra

Gui

lhot

o

Page 20: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 201220

Antonio Marques(Director da Expoeste)

A Minha Pátria é a Língua Portuguesa (Fernando Pessoa)

Na tarefa quiçá inglória de defender a língua Portuguesa, à minha maneira e na humildade de gente do povo, pre-tendo apenas chamar a atenção para os aleijões que em nome de um pretenso Acordo Ortográfico vão contribuir para o principio irreversível das desagregação da Língua de Camões, por certo a nossa maior riqueza.

A frouxidão de argumentos que po-lemizaram a sua implantação, como a suposta necessidade de unificar a grafia da língua portuguesa nos países em que é o idioma oficial, em favor do estímulo ao intercâmbio cultural entre as nações

lusófonas e da simplificação de docu-mentos oficiais, já foi suficientemente denunciada, por ser rasteira.

É certo que o intercâmbio cultural en-tre os países da chamada “lusofonia” é algo positivo, mas o que pode fomentá-lo são antes políticas de incentivo e nun-ca a supressão de hífenes ou de acentos, cujo resultado prático é apenas anular diferenças subtis que nunca impediram a compreensão dos textos escritos, em qualquer das margens do Atlântico ou8 nos quatro cantos do mundo.

Se o uso do vocabulário e das estrutu-ras sintácticas, os diferentes significados que alguns termos assumem em cada país, o leque de referências culturais que dão à língua sua feição local, para não falar na concorrência de outros idiomas (no caso das nações africanas e do Timor Leste), são obstáculos relativamente pe-quenos ao intercâmbio cultural, que di-zer de pormenores como hífenes e acen-tos, guindados a argumentos de capital importância?

A ideia de unificação, que produziu um discurso político pretensamente po-sitivo em torno do assunto, além de não ter utilidade prática, gera vultoso gasto de energia e de recursos, que bem pode-riam ser empregues no estímulo à educa-ção e à cultura.

Não bastasse a inconsequência do projecto em si, o texto que o tornou ofi-cial é tão lacunar e ambíguo que desafiou os estudiosos do idioma tanto no Brasil como em Portugal, facto que já levou à produção de dicionários com grandes discrepâncias entre si, o que não deixa de ser escandaloso.

Faltava uma obra de referência, que estabelecesse a grafia das palavras, re-gularizando os pontos obscuros do texto oficial. Esperava-se que essa obra fosse concebida em conjunto pelos países sig-natários do Acordo, como fruto de um debate no âmbito do propalado projec-to de unificação. Nada disso aconteceu. A correr, a ABL (Academia Brasileira de Letras) tomou a dianteira do empreen-dimento e confeccionou o “Volp” (“Vo-cabulário Ortográfico da Língua Portu-guesa”). Em lugar da solução dos pontos ambíguos do texto, o que se viu foi um misto de inobservância de princípios cla-ramente propostos no documento oficial com hesitação entre o novo e o antigo, redundando, em muitos dos casos, em escolhas aparentemente aleatórias.

Criaram-se grafias duplas (“sub-huma-no” e “subumano”; “ab-rupto” e “abrup-to” e até “prerrequisito” e “pré-requisito”, entre muitas outras) sem um critério se-guro que as afiançasse. A interpretação

do sexto artigo da Base XV do Acordo transformou substantivos compostos em locuções por obra da supressão sistemá-tica dos hífenes. As excepções, agrupadas sob a rubrica “consagradas pelo uso”, são apenas sete no documento oficial, o que, por si só, já dá a medida do absurdo. O conceito é por demais vago, tanto que não garantiu a manutenção pura e sim-ples da grafia “abrupto”, esta sim consa-grada pelo uso.

A supressão do hífen que separava a forma prefixal “não-” de substantivos e adjectivos não é um recurso facilitador. Diante dos substantivos, não havia dúvi-da quanto ao seu emprego (“não-índio”, “não-agressão” etc.). A distinção entre “dia a dia” (locução adverbial) e “dia-a-dia” (substantivo composto) era útil, afinal, o sistema de distinções favorece a compreensão da gramática da língua.

Melhor trabalho teria sido a regulari-zação do hífen com “bem” e “mal”, nem sempre percebidos como prefixos. Lou-vável ainda teria sido o registo dos prin-cipais estrangeirismos em uso na língua, respeitando grafias consagradas em seu idioma de origem, dado que hoje não há tendência ao aportuguesamento.

Sem um objectivo claro e com severas implicações financeiras, a reforma orto-gráfica apoia-se num documento lacunar

e numa obra de referência marcada pela hesitação e pela inconstância nos crité-rios de regularização. Fica a incómoda impressão de que os custos serão bem maiores que os supostos benefícios.

Hoje em dia, embora falada por cer-ca de 250 milhões de pessoas, a língua portuguesa é preterida nessas ocasiões bem favor doutros idiomas, porque fica impossível saber de que modo vai ser escrita. Nenhuma das grandes línguas do mundo utilizadas nas relações inter-nacionais apresenta esse problema. É claro que há algumas palavras do inglês (bem poucas, aliás) cuja grafia é diferente nos EUA ou na Inglaterra. Em compensa-ção, isso sim, garantimos a maior e mais gratuita desfiguração do nosso idioma a quem devemos o que somos.Pessoa dizia “ A Minha Pátria é a Língua Portuguesa”.

No anterior texto tentei a nova grafia. Confesso que não me incomodou e afinal não me orgulho. Enquanto puder, como tantos outros, alguns nomes sonantes e grandes vultos da cultura Portuguesa e um exército de gente simples como eu, lutaremos pela nossa maravilhosa língua portuguesa.

Nas minhas utopias, que emocionante aventura.

Caldas da Rainha, Fevereiro 2012

Associações de empresários e a crise: Que Soluções?Face ao actual quadro económico causador de um esmorecimento colectivo, fomos ouvir quatro re-presentantes de associações em-presariais/comerciais da região acerca do clima que se vive entre os seus associados e de que for-ma têm procurado passar uma palavra de estímulo, fornecendo-lhes também algumas ferramen-tas necessárias para lidar com a conjuntura. Associação Comer-cial Industrial e de Serviços do Concelho de Peniche (ACISCP); Associação Comercial de Caldas da Rainha e Óbidos (ACCRO); Associação Empresarial do Con-celho de Óbidos (Óbidos.Com); e Associação Industrial da Região Oeste (AIRO) resumem o seu pon-to de vista na palavra “Esperança” em dias melhores.

“Temos vindo a transmitir uma mensa-gem de confiança, de inovação da qua-lidade, pois só dessa forma o pequeno comércio pode subsistir com produtos que as grandes superfícies não possuem. São estas as grandes linhas orientadoras. A outra é a da solidariedade, estabelecen-do parcerias com todos os comerciantes num apelo para que os consumidores comprem em Peniche. Vamos lançar uma campanha em que o cliente recebe des-contos para ir a diferentes lojas, numa ló-gica de complementaridade de serviços”.

António Morais (ACISCP)

João Frade (ACCRO)

Luís Cajão (Óbidos.Com)

Ana Maria Pacheco(AIRO)

“Temos dito aos associados que podem contar com a associação, que está dispo-nível para os ajudar. A crise é nacional e internacional, e dada a situação somos obrigados a efectuar uma grande con-tenção. Tentamos ajudar as empresas a nível das suas necessidades burocráticas, legais e empresariais, facultando serviços de advogados e comunicações ligados à actividade de cada um. Implementamos também acções de promoção e de ani-mação para atrair os consumidores”.

“Dirigimos uma palavra aos nossos asso-ciados no sentido de pensarem na impor-tância da sua formação, mas que possam ser, simultaneamente, socialmente inter-ventivos, pois a crise também pode criar oportunidades. Vamos conseguir dar a volta e mostrar que Portugal é um país de futuro e de sucesso. Penso que nos pró-ximos anos, vamos recuperar definitiva-mente a economia e o país de que todos nos orgulhamos”.

“Com apoio técnico e humano, ferra-mentas de gestão e procura de soluções acompanhamos desde sempre, o melhor possível, os sócios da AIRO. Nos tempos que correm, em que há uma tendência absurda para aumentar e repisar tudo o que é mau; ignorando os bons exemplos e as realidades que podem estimular as empresas; há muitas pessoas que traba-lham a favor do Associativismo e perce-bem que a «União faz a Força !»”.

OPINIÃO

Page 21: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 2012 21

1. Quais as despesas (tendo em conta que houve uma actualização da lei) que os trabalhadores ou pen-sionistas podem incluir no preen-chimento do IRS?Deduções à colecta:• 30% das despesas de saúde, com bens e serviços isentos de IVA ou com taxa de 6% - sem Limite• 30% com a aquisição de outros bens e serviços directamente rela-cionados com despesas de saúde desde que justificados com receita médica - limite de 65,00€;• 30% das despesas de educação e de formação profissional dos titula-res e dependentes - Limite 760,00€, nos agregados com 3 ou + depen-dentes acresce 142,50€ por cada dependente;• 25% dos encargos com lares dos titulares, seus dependentes, ascen-dentes e colaterais até ao 3º grau – Limite 403,75€;• 30% dos juros e amortizações para habitação própria e permanente ou arrendamento – Limite 591,00€, este limite é acrescido em 10 % no caso de imóveis classificados na ca-tegoria A ou A+ em certificado ener-

gético válido. O referido limite é ele-vado em 50% para sujeitos passivos com rendimento colectável até ao limite do 2º escalão, 20% para su-jeitos passivos com rendimento co-lectável até ao limite do 3º escalão e 10% para sujeitos passivos com rendimento colectável até ao limite do 4º escalão.• 30% das rendas, por contratos para habitação própria e perma-nente líquidas de subsídios ou com-participações, celebrados ao abrigo do RAU ou do novo RAU – Limite 591,00€;• 20% das pensões de alimentos devidas por sentença ou acordo ju-dicial;• 30% da compra de equipamentos novos de energias renováveis ou que consumam gás natural, a com-pra de equipamentos e obras de melhoria do comportamento tér-mico de edifícios, dos quais resulta o seu maior isolamento, e a compra de veículos sujeitos a matrícula ex-clusivamente eléctricos ou movidos a energias renováveis não combus-tíveis – Limite 803,00€ (Cada uma das deduções referidas apenas po-

dem ser utilizadas uma vez em cada período de quatro anos);• 30% dos prémios de seguros que cubram exclusivamente riscos de saúde – Limite 85,00€, por cada dependente os limites são elevados em 43,00€;• 25% dos prémios de seguros de acidentes pessoais e de vida - Revo-gadoBenefícios fiscais:• 20% de contribuições para Pla-nos de poupança-reforma (PPR), com os seguinte limites: menos de 35 anos (400,00€), de 35 a 50 anos (350,00€), mais de 50 anos (300,00€).• 20% de valores aplicados em con-tas individuais geridas em regime público de capitalização, com limite de 350,00€.Limite dos benefícios dedutíveis à colecta : Orçamento de Estado para 2011 introduziu limites globais para as deduções à colecta e para os be-nefícios fiscais, conforme quadro abaixo:

2. Quais os prazos e modalidades para entrega do IRS para os traba-lhadores dependentes, indepen-dentes e pensionistas? E quem está desempregado deve também pre-encher?A entrega do IRS 2012, referente aos rendimentos auferidos em 2011, é feita através do preenchimento da Modelo 3 de IRS e é entregue entre Março e Maio de 2012, dependen-do da categoria de rendimentos do contribuinte.Datas da Entrega:Trabalhadores por conta de outrem e pensionistas (categorias A e H):• Entrega em Papel – de 1 a 31 Mar-ço de 2012• Entrega pela Internet – de 1 a 30

Questões de Economia e Finançaspelo Dr. Mário Cêpa da Max Finance Rainha

PUB

OPINIÃO

colaboradoresna área de vendas

Excelentescondições

Tel: 91 857 99 40

de Abril de 2012Trabalhadores independentes e res-tantes casos não previstos na situa-ção anterior:• Entrega em Papel – de 1 a 30 de Abril de 2012• Entrega pela Internet – de 1 a 31 de Maio de 2012Local de Entrega:• Via papel - repartições de Finanças da área de residência;• Via Internet em www.portal-dasfinancas.gov.pt.Prestações Sociais• Os contribuintes que aufiram prestações sociais como o subsídio de desemprego ou o subsídio de pa-rentalidade não estão sujeitas a IRS.

Page 22: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 201222

PUB

Page 23: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 2012 23

SOLIDARIEDADE

Banco Alimentar do Oeste com nova campanha de alimentos

Esta campanha integra-se num ideal mais vasto de sensibilização para a importância do papel de cada pessoa na sociedade e para a pos-sibilidade de recuperar e reutilizar coisas que parecem não ter valor. Pretende envolver as instituições que diariamente se abastecem nos bancos alimentares e os voluntários que colaboram, mas também todas as pessoas e entidades que se quei-ram associar. Apenas papel pode ser direcionado para esta mega campa-nha nacional, excluindo-se o cartão e as cartolinas, de acordo com Te-resa Braga, da direcção do organis-mo, sedeado nas Caldas da Rainha. “Com esse contributo, as pessoas podem ajudar a minimizar as carên-cias de outras”, salienta.

Começaram a ser contactadas há poucas semanas as empresas e instituições da região de abrangên-

O Banco Alimentar do Oeste (BAO), no âmbito de uma cam-panha nacional da federação de bancos alimentares, está a levar a cabo uma acção que pretende trocar papel usado por alimentos, com o apoio da Quima, empresa nacional de recolha e recuperação de desperdícios. A organização espera trocar muito do material que chegará por parte da população – por alimentos – para os mais desfavorecidos da região. Cada tonelada de papel equivalerá a 100 euros para gastar em bens alimentares.

Teresa Braga está confiante na adesão a esta campanha

cia do Banco Alimentar do Oeste, “mas ainda é cedo para se falar em número de aderentes”, sendo que a organização ainda não conheceu quaisquer “respostas negativas”. Foram contactadas as câmaras mu-nicipais, os meios de comunicação social, as escolas e as instituições ligadas ao BAO. O banco alimentar funciona todos os dias das 9h30 às 18h com intervalo para almoço e quem quiser pode dirigir-se às suas instalações, junto à estação da CP nas Caldas, para deixar o papel ten-do em vista a sua reciclagem. Este organismo engloba os concelhos de Caldas, Óbidos, Peniche, Cadaval e Bombarral.

A campanha permitirá incenti-var o voluntariado, desde logo por-que todo o papel recolhido terá que ser depositado pelos doadores nas instalações do banco alimentar.

PUB

Page 24: O Jornal - Edição nº1

10 Fevereiro 201224

PUB