O jovem como sujeito do ensino médio Salete

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PACTO NACIONAL PELO ENSINO MÉDIO O JOVEM COMO SUJEITO DO ENSINO MÉDIO: Algumas propostas e reflexões Salete Vargas Perini

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PACTO NACIONAL PELO ENSINO MÉDIO O JOVEM COMO SUJEITO DO ENSINO

MÉDIO:Algumas propostas e reflexões

Salete Vargas Perini

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Introdução No cotidiano da escola e, principalmente na sala dos professores,

podemos perceber que o desafio de trabalhar com os “jovens de hoje”

costuma ser um tema constante nas rodas de conversa entre colegas.

Nestas conversas, é comum encontrar queixas sobre como o cotidiano

escolar é tumultuado por problemas provocados pelos jovens

estudantes. A indisciplina costuma ser o principal problema apontado.

Ela se manifesta na crítica à “falta de respeito” com os professores, nas

relações agressivas entre os próprios jovens, na agressão verbal e

física, na “irresponsabilidade” diante dos compromissos escolares e na

“dispersão” devido ao uso de celulares ou outros aparelhos eletrônicos,

mesmo na sala de aula.

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A EDUCAÇÃO CONTEMPORÂNEA – ENSINAR HOJE:

TENSÕES; DILEMAS; DESAFIOS. Os professores e outros, portanto,

devem pensar não apenas sobre como ensinar para a sociedade do

conhecimento, mas também sobre como ensinar para além dela, de

forma que possamos tratar de outros valores humanos e propósitos

educacionais consistentes, além do lucro, propósitos estes

relacionados a caráter, comunidade, democracia e identidade

cosmopolita. Devemos pensar além da educação pública que

proporciona valor para o dinheiro e garantir que ela promova

também valor para o bem (HARGREAVES, 2004, p.74-75).

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1.Construindo uma noção de juventude

A forma de se vestir dos jovens também é vista como “rebeldia” e afronta

ao que se exige como uniforme escolar, são calças e blusas larguíssimas,

piercings, tatuagens e o boné: ah, o boné! Este é quase sempre o pivô do

conflito quando a escola define um padrão rígido de vestimenta. A lista

poderia crescer infinitamente, como forma de exemplificar os pontos de

tensão entre jovens e professores no ambiente escolar. Não é este o nosso

objetivo.

Música

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De toda forma, o Brasil possui uma legislação avançada e

protetiva de adolescentes e jovens. Citamos: o Estatuto da

Criança e do Adolescente (1990) e o Estatuto da Juventude

(2013). Em julho de 2010, foi aprovada a PEC da Juventude

(Proposta de Emenda Constitucional nº 65), após tramitar

sete anos no Congresso Nacional. A Emenda inseriu o termo

“jovem” no capítulo dos Direitos e Garantias Fundamentais da

Constituição Federal, assegurando ao segmento direitos já

garantidos constitucionalmente às crianças, adolescentes,

idosos, indígenas e mulheres.

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1.1. E o que seria então a juventude?

São estas imagens alternativas ao “jovem problema” que precisam ser

construídas se queremos, de fato, conhecer nossos estudantes.

Se nos apegarmos a “modelos” negativos socialmente construídos,

correremos o risco de produzir imagens em negativo de nossos jovens. Este

é o caminho que leva à construção de uma educação pelo “caminho da falta”.

Ou seja, enfatizar os aspectos negativos e as peças idealizadas que faltariam

para compor o nosso tipo ideal de jovem. Não é incomum encontrarmos uma

situação em que pessoas adultas projetam nas novas gerações as

lembranças, idealizações e valores de sua própria juventude.

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Podemos afirmar que a juventude é uma categoria socialmente

produzida. Temos de levar em conta que as representações

sobre a juventude, os sentidos que se atribuem a esta fase da

vida, a posição social dos jovens e o tratamento que lhes é dado

pela sociedade ganham contornos particulares em contextos

históricos, sociais e culturais distintos. A pesquisa antropológica

é rica em exemplos que demonstram etapas biológicas da vida

elaboradas simbolicamente com rituais que definem fronteiras

entre idades específicas de cada grupo social.

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2. Jovens, culturas, identidades e tecnologias

O documentário "O Desafio do passinho: Uma Forma de Expressão Corporal e

Sociocultural" busca mostrar o lado bom da dança funk para jovens e crianças de

favela. Além disso, o documentário mostra de forma sutil as variações e

mudanças culturais que a sociedade enfrenta hoje, seja por meio das influências

externas ou pela transformação do indivíduo para a sociedade. O projeto conta

ainda com a participação do idealizador do Evento "A Batalha do Passinho, Júlio

Ludemir; o dançarino do Bonde do Passinho, Cebolinha; e a Moderadora da

Comunidade "Passinho Foda", Leandra Perfect´s.

Além desses nomes diretamente ligados à dança do passinho, contamos também

com a opinião e visão de alunos, professores e diretores das escolas municipais

que participaram das eliminatórias do "Desafio do Passinho", evento

desenvolvido especialmente para a gravação deste documentário.

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O filme indaga jovens sobre suas experiências com o racismo e

apresenta as estratégias intergeracionais e coletivas produzidas a

partir de suas participações Núcleo de Cultura do Guadá, no Colégio

Estadual Guadalajara (Duque de Caxias/RJ), para a superação do

racismo, que passam pela identidade racial e social, pela

ressignificação do território escolar e pela construção de novos

projetos de vida.

A produção se alia aos esforços de fortalecimento do campo de

debates e formação dos educadores em torno da aplicação da lei

10.639 que institui o ensino da História e cultura da África e das

diversas contribuições e lutas dos afrobrasileiros/as, nos currículos

escolares.

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3.1. A relação dos jovens com o mundo do trabalho

Afinal, mesmo que os jovens estudantes não saibam exatamente verbalizar

sobre seus projetos, o que eles e elas nos dizem, de uma forma ou de outra, é

que almejam “ser alguém na vida”. Em outras palavras, demonstram de

diferentes formas a busca em encontrar um lugar para si no futuro. Lugar este

que já se aproxima quando o projetamos com consciência. Nós, professores e

professoras, podemos ser parceiros e coconstrutores desses projetos para o

futuro dos jovens e das jovens estudantes. Um caminho para isso é

proporcionar chances para que os estudantes falem de si e de seus projetos.

( documentário jovem – Morro do Palácio)

Proposta: CONHECER MELHOR AS PROFISSÕES SONHADAS

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VAMOS TRABALHAR EM GRUPO

1)Iniciamos nosso diálogo falando do “jogo de culpados” na escola. Como “virar este jogo” e

construir novos

relacionamentos entre professores e seus jovens estudantes?

2) Em sua percepção, faz sentido esta afirmação de que professores e jovens se culpam

mutuamente e os dois lados parecem não saber muito bem para que serve a escola nos dias

de hoje?

3)Que tal promover uma conversa na escola sobre a questão dos sentidos do estar na

escola para professores e estudantes? E por que não elaborar estratégias para promover o

reconhecimento mútuo?