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J-hy ¦ yy *¦/ ty-y^yfypv (HL-^JL** ¦ JSx |n O c^n^e^. PUBLICAÇÃO QtJINZENAL -' ¦:*_;-yAê<; /inBi!fi<D BB Brazul BBio do Janeira 1ÍHH* Julho 15 ¦nua - •:'. wCTrjcm N. Jt© BS.X1»-I3D|EMTIS ED< ¦v-euBu.lo or^aBiizitr-.^e a ei»- va SüSta «le «littf B*il»BBÍ4*âi<i> «9o Jp><»5:"7-j'sacja«34»n*». coEBiiBaiiüiica- ibbo.lj aõsj ?'íb'.w. attstigBBHa& jew, «giae MCB*ã BiaíeiTOiiipida a rciBBCSMa «Ia S*i)lSía, á«giBcBlcM «jibí» saão MO* eElVBilB*CBBl bbovo gít?«lii<lí>.— A gca^aiBBcia.. e S»B»aB»'fl1BSflíO Gom esta epigraphé occupa-se a illustrada Iiedacç.ioda ImprensaEvan- gelica de S. Paulo, em seu numero de 21 do passado, de um facto de allucí- nação proveniente da pratica impru- dente do Spiritismo, acontecido na província de Minas com ura joven muito estimado no lugar; acompa nhando sua narração de comnieutarios que exigem de nós algumas ligeiras considerações em resposta. Não ha sciencia, não ha religião alguma que não conte em seu seio fanáticos, indivíduos que se deixam dominar exclusivamente por uma idéia, atirando-se cega e inconsidera- (lamente, contra tudo que se lhes afigure ir de encontro a ella. E' natural que um joven inexpe- riente, educado nos princípios da escola materialista, que ainda conta tantos adeptos na mocidade do nosso paiz, se um dia vier a ter uma prova incontestável de que, além do mundo palpável, existe um outro em que os suppostos mortos continuam a viver e a interessar-se pelos que aqui deixa- ram, disso lhe provenha uma alegria immensà, um deslumbramento que o faça por algum tempo desnortear e incorrer na classificação de louco pela sociedade em que vive. Somos os primeiros a reconhecer que, como todas ás outras scienciâs e religiões, o Spiritismo pratico tem seus escolhos e perigos; e por isso não cessamos de aconselhar toda a prudência nesses estudos. Fallando da Escriptura Sagrada, diz o collega ser ella a única e efficaz revelação. Perguntamosdhe : Como combina a justiça de Deus com essa selecção entre seus filhos? Porque somente os que podem ler a bíblia, mereceram a graça de uma tal revelação, ao passo que a maioria da humanidade terrena, que se divide entre as tantas religiões, espalhadas pela superfície do nosso planeta, está privada de um tal favor'.' S~ E' possível que o budhísmo, essa moral tão pura, não tenha tambem uma origem diyinál, não seja igual- mente uma grande revelação ? Além disso, não repara o collega. que, assim considerando a Escriptura que possuímos, vai chocar ás palavras do phi'isí'o,que prometteu mandar aos homens pelo espirito de verdade iima nova revelação ? As revelações são successivas e pro- gressivas ; aoZoroastrismo succcdeu o Élohism.), a este o Jehovismo, a este o Ciiristianisino e, hoje que as iuter- pretações dos homens alteraram, des- figuraram e desviaram de seu fim os ensinos do Martyr da Judéa, apparece afinal uma religião, que não é nova, mas vem somente lazer lembrar aos homens que o Christianismo inteiro se resume no amor de Deus sobre todas as cousas e no amor do próximo como de si mesmo. Acredita o collega que um dia as almas de todos os mortos se virão reunir aos seus corpos, para viverem eternamente felizes; entretanto o apóstolo Paulo diz que, se destruírem a nossa casa terrestre (o nosso corpo carnal), Deus nos dará uma outra não construida por mãos humanas (por obra humana), e que durará sempre nos céos; e que emquanto estamos no corpo, vivemos ausentes do Senhor. Como poderá haver essa felicidade para a alma presa a um corpo, quando em taes condições ella se acha ausente do Senhor ? Fundando uma doutrina que, elle sabia, tinha de ser a base do edifício da felicidade do homem do nosso pia- neta, Jesus não podia deixar de uma ideía falsa, que um dia po- desse ser a causa do desvio de suas ovelhas ; vede bem que, na parábola que citais, quando o espirito do rháò rico pede para ir avisar a seus irmãos, arim de que não continuassem a pec- car, Jesus não diz que o facto dessa vinda seja impossível, mas somente que era então inútil, porque elles tinham a lei mosaica que lhes pres- crevia a pratica do bem. A cada passo, no velho e no novo Testamento, encontrareis pateute a communicação dos bons e máos espi- ritos com os homens. A sciencia demonstra que no prazo de poucos dias o corpo de cada um de nós, é completamente transformado; e assim, com que corpo viremos nós viver depois do dia dejuizo ?. O dogma da resurreição da carne foi tirado do mazdeismo, e ahi, nessa sua fonte, elle não tinha o sentido que lhe prestais ; elle queria dizer que o espirito resurgiria do seu sepulcro de carne, e não que a carne resuscitaria; da carne é um complemento termina- tivo, exprimindo o lugar doude, e não unicomplemento restrictivo do subs- tantivo resurreição. Lastimando o facto a que o collega se refere, perinitta que estendamos o mesmo sentimento áquelles que,sem pleno conhecimento das verdades spi- ríticas, dominados pelo fanático e sempre condemnavel espirito de seita, e aspirando a gloria dos antigos usur- padores da cadeira de Móysés, vèm dizer ao mundo, como estes últimos diziam do Christianismo, o Spiritismo é uma arte diabólica; nós estamos iia verdade. <3'&gã''.*»ABS.V?B «*S 'B'S<;.lflB»3>*> Por Ioda parte a verdade se vai paten- ledndo aos olhos dos homens ; Indo nos demonstrando serem chegados os tem- pos pnd elos pelo Messias de Xazareth. lia pouco chegavam aos ouvidos do mundo altonito as vozes dos investiga- dor s da sciencia profana, protestando contra os ensinos dogmáticos do calho- licisrno ; hoje, facto ainda maisassom- inciso ! são as vozes dos mais eminentes membros da religião cathoiica que se vêm junçtar ás d'aquelles que a igreja chama de heréticos e exconmningados. Falíamos no nosso ultimo numero do notável trabalho do Padre Curei, sobre os erros do romanismo ; agora vamos tractar de dous outros de nâo somenos importância.. ,. Pensamentos sobre a actualidade 6 o titulo da obra publicada pelo Keve- rendo Padre Harveis, comprehendendo os sermões por elle pregados em Lon- dres, e na qual se o seguinte : « (.'on- tra a nossa espectaliva,a vaga ínages- tosa do progresso avança, submergindo as crenças gastas e pulverisando as su- perstiçõés do passado, üs uovos im- pulsos rolam invisíveis e poderosos co- mo as correntes marinhas, não nos sendo possível antepornios-lhes resis- tencia alguma, Não aceusemos os Espiritos de loucos e mentirosos; pois que pouco se im- portam elles com isso e, passando por nós sem nos prestar attenção, vão fallar aos seus que os acolhem ; forçando-nos a nos afastarmos ou, quando muito, a lhes fazermos ameaças de longe. Havemos de tremer na obscuridade o nas trevas espirituaes de nossos templos abandonados; fora dos quaes resplan- dece uma luz brilhante e o espaço se mostra cheio de cânticos ei/ nados das portas abertas do paraizo/ A humanidade escut UZO/ a-/ e se rego- sija. ' Ha um Espirito Chrislao, seja dicto para vergonha nossa, que trabalha fura Ua igreja christã; um christianismo, reconhecido e anathenvitis:ido, que pro- segue sua marcha Iriumphal, /teiyran- do nos isolados em nossos scpulcros orthodorcos, envoltos pelos ossos c as cinzas do fanatismo e da feudalidade.» O outro trabalho a que nos referimos, é uma carta dirigida ao soberano pon- litice por um alto dignitario da igreja romana, cujo nome ainda não foi di- vulgado, mas que brevemente sel-odm, se, como pretendem fazel-o, for o grande culpado recolhido a um cárcere de loucos. Uma copia d*essa carta, confiada ao Giornale dei Popolo, foi por este publi- cada, e diz assim : Santíssimo Padre. Era costume, acompanharem insultadores aos carros dos triumpliadon s romanos, na época em que Doma era a cabeça do mundo ; aíim que estes se lembrassem que eram homense não deuses. Isto tinha por tini evitar que o orgu- lho os perdesse, impedir que como ícaro, elles queimassem suas azas ao se acer- caivm do .sol. Comprehéndci minhas palavras. Desde que fizestes da vossa infallibili- dade um dogma da igreja, a verdade deixou de soar aos vossos ouvidos; e licastes rodeado, cada vez mais, deadu- ladoressém consciência, sem razão e, é inútil dizer, sem dignidade ; o que com- prometteu a vossa própria dignidade. Santíssimo Padre, não venho desem- penhar no vosso triumpho o papel dos amigos insultadores, porque esse triuni - pho se me afigura uma queda; quizera que vossos uhiinos dias fossem hunia- nos e não arlèficiálmeiUe divinos. Como a vós me cinge u mi coroa cans. symboló da magestado humana ! Durante 80 anno, segui as regras. os estatutos o os cânones da nossa or- dem ; mais hoje, quasi tão avançado em idade com.) Vossa Santidade, tenho a dila ineffavril de ver a luz de Deus. Fizestes da igreja que vos foi confiada, uma mendiga sem pudor que por dinhei- ro offerece seus attractivos ao primeiro que chega. Consentindo que vos representassem como prisioneiro e privado de tudo. ar- rancastes o ultimo dinheiro do nobre conc^re^parajcormpçãodàsíonsci: tncias, nao pondo embargo ás nerigri- nações e procissões; provocas tes a guer- ra entre as nações, sobretudo entre a branca e a Itália, mas felizmente não conscgu.stes que ella rebentasse ; e hoje TSZrÜVTn[o dP (liscordi;i ei todo! os pontos do mundo, em que a catholi- cidade romana trabalha, excitando os vossos contra todos os que desejam pen- sar livremente.l Aço sois, bem o sabeis, o suecessor de .Pedro porque foi so dous séculos de- pois delle que se criou o episüopadò omano; sqis_ um simples bispo de Ro- ma por eleição e. contravenção com Jp- mis Uinsto, continuador e repeclidor do Jcsous Chrjstna da índia. Fizestes a guerra com zuavos e chás- sepol, auxiliado pelo imperador francez que_ pagou em Sedan a conta da oceu- paçao romana ; fostes um pontífice de metralhadoras para defesa de vossa am- inçao temporal, quando Nosso Senhor nos disse qne o seu reino não é deste mundo ; commeitestes contra os pobres o que em difierentes épocas cornmet- leram vossos predecessores contra os ricos; predisseram a approximação do Um do mundo, e vós estendestes a santa rede do dinheiro de S. Pedro sobre os fanáticos e os ignorantes para lhes arrancar as mínimas parcellas do lructo dos seus rudes labores; e afu- gentasles de vossos altares os mais Hluslrados ministros, que se não qui- zeram sujeitar ao vosso insupportavel uommio, ao dogma da immaculada con- cçiçao, ao da iufallibilidade. á obriga- çao do celihalo, ao dogma das penas eternas, para castigo de faltas passa- geiras, e a um sem numero de outros erros; mas que, assim procedendo, at- trahiram a si a estima dos povos, que deveria ser a vossa coroa, se naoV vessem a sacrilega pretenção de vos Quererem collocar acima da humani- dade. Lançasics em todas as direccões ana- &f?JR eexcommunhões, como o nosso m Celestial nunca o faria, e pela pro- igahdade do emprego d'essas penas nominaes hrastès-lhes todo o valor que teriam, se fossem raras e motivadas. Criais ainda e perpetuais dissenções entre os homens quem apparmciavos estão submettidos. e os que reclamam a faculdade de pensar cm liberdade. Como Lamennais, Lacordaire, Cceur, Jacinllio e outros muitos, eu protesto contra a insupportavel tyrannia da San- ta be, renuncio vosso sceplro e me re- tiro á vida livre, oude estou certo de en- contrar o Deus, que não pode habitar no lugar em que se abusa de seu santo nome para praticar o mal. Dos bens que adquiri, pelo mesmo modo que os meus iguais, guardarei o pouco que me 6 indispensável para o sustento dos meus últimos annos ; o res- to, qüe é considerável, vou mandar dis- tribuir aos pobres d" finma, esperando por essa renuncia das minha< riquezas merecer o meu pi rdão dtSobenno Se- nhor de Iodas as cousas. Imitai-mé Sani ssimo Padre-, vossa renuncia será maor, porque deávisde mais alto. Serei grandectmoa poucos tem sido dado ser. Todas as vossas «ulpaf VtS ferão per- doadas pelo Infallivei que governa os mundos e os Céus. Morrereis tranquiilo no Senhor. v

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e S»B»aB»'fl1BSflíO

Gom esta epigraphé occupa-se aillustrada Iiedacç.ioda ImprensaEvan-gelica de S. Paulo, em seu numero de21 do passado, de um facto de allucí-nação proveniente da pratica impru-dente do Spiritismo, acontecido naprovíncia de Minas com ura jovenmuito estimado no lugar; acompanhando sua narração de comnieutariosque exigem de nós algumas ligeirasconsiderações em resposta.

Não ha sciencia, não ha religiãoalguma que não conte em seu seiofanáticos, indivíduos que se deixamdominar exclusivamente por umaidéia, atirando-se cega e inconsidera-(lamente, contra tudo que se lhesafigure ir de encontro a ella.

E' natural que um joven inexpe-riente, educado nos princípios daescola materialista, que ainda contatantos adeptos na mocidade do nossopaiz, se um dia vier a ter uma provaincontestável de que, além do mundopalpável, existe um outro em que ossuppostos mortos continuam a viver ea interessar-se pelos que aqui deixa-ram, disso lhe provenha uma alegriaimmensà, um deslumbramento que ofaça por algum tempo desnortear eincorrer na classificação de louco pelasociedade em que vive.

Somos os primeiros a reconhecerque, como todas ás outras scienciâs ereligiões, o Spiritismo pratico temseus escolhos e perigos; e por issonão cessamos de aconselhar toda aprudência nesses estudos.

Fallando da Escriptura Sagrada,diz o collega ser ella a única e efficazrevelação.

Perguntamosdhe : Como combinaa justiça de Deus com essa selecçãoentre seus filhos?

Porque somente os que podem ler abíblia, mereceram a graça de uma talrevelação, ao passo que a maioria dahumanidade terrena, que se divideentre as tantas religiões, espalhadaspela superfície do nosso planeta, estáprivada de um tal favor'.'

S~ E' possível que o budhísmo, essamoral tão pura, não tenha tambemuma origem diyinál, não seja igual-mente uma grande revelação ?

Além disso, não repara o collega.que, assim considerando a Escripturaque possuímos, vai chocar ás palavrasdo phi'isí'o,que prometteu mandar aoshomens pelo espirito de verdade iimanova revelação ?

As revelações são successivas e pro-gressivas ; aoZoroastrismo succcdeu oÉlohism.), a este o Jehovismo, a esteo Ciiristianisino e, hoje que as iuter-

pretações dos homens alteraram, des-figuraram e desviaram de seu fim osensinos do Martyr da Judéa, appareceafinal uma religião, que não é nova,mas vem somente lazer lembrar aoshomens que o Christianismo inteiro seresume no amor de Deus sobre todas ascousas e no amor do próximo como desi mesmo.

Acredita o collega que um dia asalmas de todos os mortos se virãoreunir aos seus corpos, para viveremeternamente felizes; entretanto oapóstolo Paulo diz que, se destruírema nossa casa terrestre (o nosso corpocarnal), Deus nos dará uma outra nãoconstruida por mãos humanas (porobra humana), e que durará semprenos céos; e que emquanto estamos nocorpo, vivemos ausentes do Senhor.

Como poderá haver essa felicidadepara a alma presa a um corpo, quandoem taes condições ella se acha ausentedo Senhor ?

Fundando uma doutrina que, ellesabia, tinha de ser a base do edifícioda felicidade do homem do nosso pia-neta, Jesus não podia deixar de péuma só ideía falsa, que um dia po-desse ser a causa do desvio de suasovelhas ; vede bem que, na parábolaque citais, quando o espirito do rháòrico pede para ir avisar a seus irmãos,arim de que não continuassem a pec-car, Jesus não diz que o facto dessavinda seja impossível, mas somenteque era então inútil, porque ellestinham a lei mosaica que lhes pres-crevia a pratica do bem.

A cada passo, no velho e no novoTestamento, encontrareis pateute acommunicação dos bons e máos espi-ritos com os homens.

A sciencia demonstra que no prazode poucos dias o corpo de cada um denós, é completamente transformado; eassim, com que corpo viremos nósviver depois do dia dejuizo ?.

O dogma da resurreição da carnefoi tirado do mazdeismo, e ahi, nessasua fonte, elle não tinha o sentido quelhe prestais ; elle queria dizer que oespirito resurgiria do seu sepulcro decarne, e não que a carne resuscitaria;da carne é um complemento termina-tivo, exprimindo o lugar doude, e nãounicomplemento restrictivo do subs-tantivo resurreição.

Lastimando o facto a que o collegase refere, perinitta que estendamoso mesmo sentimento áquelles que,sempleno conhecimento das verdades spi-ríticas, dominados pelo fanático esempre condemnavel espirito de seita,e aspirando a gloria dos antigos usur-padores da cadeira de Móysés, vèmdizer ao mundo, como estes últimosdiziam do Christianismo, o Spiritismoé uma arte diabólica; sô nós estamosiia verdade.

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Por Ioda parte a verdade se vai paten-ledndo aos olhos dos homens ; Indo nosdemonstrando serem chegados os tem-pos pnd elos pelo Messias de Xazareth.

lia pouco chegavam aos ouvidos domundo altonito as vozes dos investiga-dor s da sciencia profana, protestandocontra os ensinos dogmáticos do calho-

licisrno ; hoje, facto ainda maisassom-inciso ! são as vozes dos mais eminentesmembros da religião cathoiica que sevêm junçtar ás d'aquelles que a igrejachama de heréticos e exconmningados.

Falíamos no nosso ultimo numero donotável trabalho do Padre Curei, sobreos erros do romanismo ; agora vamostractar de dous outros de nâo somenosimportância. . ,.

Pensamentos sobre a actualidade —6 o titulo da obra publicada pelo Keve-rendo Padre Harveis, comprehendendoos sermões por elle pregados em Lon-dres, e na qual se lè o seguinte : « (.'on-tra a nossa espectaliva,a vaga ínages-tosa do progresso avança, submergindoas crenças gastas e pulverisando as su-perstiçõés do passado, üs uovos im-pulsos rolam invisíveis e poderosos co-mo as correntes marinhas, não nossendo possível antepornios-lhes resis-tencia alguma,

Não aceusemos os Espiritos de loucose mentirosos; pois que pouco se im-portam elles com isso e, passando pornós sem nos prestar attenção, vão fallaraos seus que os acolhem ; forçando-nosa nos afastarmos ou, quando muito, alhes fazermos ameaças de longe.

Havemos de tremer na obscuridade onas trevas espirituaes de nossos templosabandonados; fora dos quaes resplan-dece uma luz brilhante e o espaço semostra cheio de cânticos ei/ nados dasportas abertas do paraizo/

A humanidade escutUZO/a-/ e se rego-

sija.' Ha um Espirito Chrislao, seja dicto

para vergonha nossa, que trabalha furaUa igreja christã; um christianismo,reconhecido e anathenvitis:ido, que pro-segue sua marcha Iriumphal, /teiyran-do nos isolados em nossos scpulcrosorthodorcos, envoltos pelos ossos c ascinzas do fanatismo e da feudalidade.»

O outro trabalho a que nos referimos,é uma carta dirigida ao soberano pon-litice por um alto dignitario da igrejaromana, cujo nome ainda não foi di-vulgado, mas que brevemente sel-odm,se, como pretendem fazel-o, for ogrande culpado recolhido a um cárcerede loucos.

Uma copia d*essa carta, confiada aoGiornale dei Popolo, foi por este publi-cada, e diz assim :

Santíssimo Padre. — Era costume,acompanharem insultadores aos carrosdos triumpliadon s romanos, na épocaem que Doma era a cabeça do mundo ;aíim que estes se lembrassem que eramhomense não deuses.

Isto tinha por tini evitar que o orgu-lho os perdesse, impedir que como ícaro,elles queimassem suas azas ao se acer-caivm do .sol.

Comprehéndci minhas palavras.Desde que fizestes da vossa infallibili-

dade um dogma da igreja, a verdadedeixou de soar aos vossos ouvidos; elicastes rodeado, cada vez mais, deadu-ladoressém consciência, sem razão e, éinútil dizer, sem dignidade ; o que com-prometteu a vossa própria dignidade.

Santíssimo Padre, não venho desem-penhar no vosso triumpho o papel dosamigos insultadores, porque esse triuni -pho se me afigura uma queda; quizeraque vossos uhiinos dias fossem hunia-nos e não arlèficiálmeiUe divinos.

Como a vós me cinge u mi coroa dècans. symboló da magestado humana !Durante 80 anno, segui as regras.

os estatutos o os cânones da nossa or-dem ; mais hoje, quasi tão avançado emidade com.) Vossa Santidade, tenho adila ineffavril de ver a luz de Deus.

Fizestes da igreja que vos foi confiada,uma mendiga sem pudor que por dinhei-

ro offerece seus attractivos ao primeiroque chega.

Consentindo que vos representassemcomo prisioneiro e privado de tudo. ar-rancastes o ultimo dinheiro do nobre •conc^re^parajcormpçãodàsíonsci:tncias, nao pondo embargo ás nerigri-nações e procissões; provocas tes a guer-ra entre as nações, sobretudo entre abranca e a Itália, mas felizmente nãoconscgu.stes que ella rebentasse ; e hojeTSZrÜVTn[o dP (liscordi;i ei todo!os pontos do mundo, em que a catholi-cidade romana trabalha, excitando osvossos contra todos os que desejam pen-sar livremente. l

Aço sois, bem o sabeis, o suecessorde .Pedro porque foi so dous séculos de-pois delle que se criou o episüopadòomano; sqis_ um simples bispo de Ro-ma por eleição e. contravenção com Jp-mis Uinsto, continuador e repeclidordo Jcsous Chrjstna da índia.Fizestes a guerra com zuavos e chás-sepol, auxiliado pelo imperador francez

que_ pagou em Sedan a conta da oceu-paçao romana ; fostes um pontífice demetralhadoras para defesa de vossa am-inçao temporal, quando Nosso Senhornos disse qne o seu reino não é destemundo ; commeitestes contra os pobreso que em difierentes épocas cornmet-leram vossos predecessores contra osricos; predisseram a approximação doUm do mundo, e vós estendestes asanta rede do dinheiro de S. Pedrosobre os fanáticos e os ignorantes paralhes arrancar as mínimas parcellas dolructo dos seus rudes labores; e afu-gentasles de vossos altares os maisHluslrados ministros, que se não qui-zeram sujeitar ao vosso insupportaveluommio, ao dogma da immaculada con-cçiçao, ao da iufallibilidade. á obriga-çao do celihalo, ao dogma das penaseternas, para castigo de faltas passa-geiras, e a um sem numero de outroserros; mas que, assim procedendo, at-trahiram a si a estima dos povos, quedeveria ser a vossa coroa, se naoVvessem a sacrilega pretenção de vosQuererem collocar acima da humani-dade.

Lançasics em todas as direccões ana-&f?JR

eexcommunhões, como o nossom Celestial nunca o faria, e pela pro-igahdade do emprego d'essas penasnominaes hrastès-lhes todo o valor queteriam, se fossem raras e motivadas.Criais ainda e perpetuais dissençõesentre os homens quem apparmciavosestão submettidos. e os que reclamama faculdade de pensar cm liberdade.Como Lamennais, Lacordaire, Cceur,Jacinllio e outros muitos, eu protestocontra a insupportavel tyrannia da San-ta be, renuncio vosso sceplro e me re-tiro á vida livre, oude estou certo de en-contrar o Deus, que não pode habitar

no lugar em que se abusa de seu santonome para praticar o mal.Dos bens que adquiri, pelo mesmo

modo que os meus iguais, só guardareio pouco que me 6 indispensável para osustento dos meus últimos annos ; o res-to, qüe é considerável, vou mandar dis-tribuir aos pobres d" finma, esperandopor essa renuncia das minha< riquezasmerecer o meu pi rdão dtSobenno Se-nhor de Iodas as cousas.

Imitai-mé Sani ssimo Padre-, vossarenuncia será maor, porque deávisdemais alto. Serei grandectmoa poucostem sido dado ser.

Todas as vossas «ulpaf VtS ferão per-doadas pelo Infallivei que governa osmundos e os Céus.Morrereis tranquiilo no Senhor.

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REFÕMADGllO r g a an e v«&S sa «• i « « 5 s i sa

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Semestre .

ASSIGNATURÂSO INTERIOR E EXTERIOR

JAGÀMENTÒ a djànta no6^000

Toda a correspondência deve ser diri-gidti a

.4. Elias «Ia Silva

apparente do céu, relativamente emrepouso, faz que, em cada nm d'elles,se veja o Sol e as estrellas moverem-sede oriente para.occidente.

Todos os planetas descrevem suasorbitas ellipticás ao redor do Sol. quese acha situado em um dos focos dácada uma dellas ; seus eixos de rota-ção são, mais ou menos, inclinadossobre os planos dessas orbitas e setransportam sempre parallelaménte asi mesmos, facto aue faz, em virtude

* 1

120 RUA 1>A CARIOCA 20

As assignaturâs terminam em Junho cDezembro.

-«:»—

O.i trabalhos do reconhecido interessegeral serão publicados gratuitamente.

quedas distancias que os sepnranTf que opólos pareçam sempre se dirigil' paraas mesmas estrellas, para os mesmospontos do céii.

Os eixos de rotação sendo pè.rpen-diculáres aos planos dos equadores,estes formam com os das orbitas an-guilos coinpiement^es dos que fazemesses eíxos coutei tes últimos planos:do oue se segue que, quando o eixo

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O MUNDO SIDERAL "'

XIIIO SYSTEMA SOLAI!

(Continuação)

Foi Keplero o primeiro que desço-briu, que todos os planetas do nossosystema se moviam em curvas planasellipticás : das quaes o centro do Soloecupa um dos focos.

São differentes as inclinações dosplanos d'essas ellipses, bem como aslinhas de suas intersecções. passando,porém, todas pelo centro do Sol.

O citado astrônomo achou aindaque essas orbitas, de mui diversas di-mensões, eram percorridas pelos res-pectivos planetas em tempos tambémmuito differentes ; porém que. paraum mesmo planeta, os arcos descri-ptos no mesmo tempo eram inversa-mente proporcionaes ás distancias docentro do planeta ao centro do Sol. ..

Finalmente elle determinou pelo,,calculo a relação constante que existeentre as distancias ou raios véctores eos respectivos tempos de revoluçãodos planetas e satellites.

D'ahi as trez leis tão celebres queimmortalisaram seu nome ;

1.° Os planetas descrevem ao redordo Sol ellipses, das quaes este astrooecupa um dos focos.

2.° As áreas descriptas por seusraios véctores 'são

proporcionaes aostempos empregados em descrevel-ás.

3,° Os quadrados dos tempos de.re-volução dos diversos planetas estãd*entre si como o.s cubos dos grandeseixos de suas orbitas.

Se considerarmos dous planetas mo-vendo-se ao redor de um mesmo cen-tro, sendo suas distancias médias=. D o D e seus tempos de revoluçãoT e T, teremos para o primeiro, se-gundo a formula (a)

diírereneas deram lugar á-r *u essas

de rotação for perqendiculai' ao planoda orbita, este plano se-confundirá•com o do equador, e no planeta emque tal. 'acontecer, haverá constanteigualdade dos fasj das noites."

Quanto menor for o angulo forma-do ffftô eixo de rotação com o planodo orbita, maior serío deste planocom ó do equador, mais os trópicos seapproximanVqdos pólos, maiores serãoa ^eguiarklade dos dias e das noitese, as Variações de temperai ura im- di-versos peJSfos da superfície do pia-neta.

Essasdivisões d'essas superfícies em cincozonas, cujas larguras variam com asíuclinaeq^s dos supracitados eixos : a

"Zona torridn. comprehendida entre osdons trópicos e dividida ao meio peloequjfiipT, da qual todos os pontos re-cebem, durante um anno, por duasve/.^As raios solares perpendicular-mente : as duas zonas temperadas, li-mitadas pelos trópicos e os circulesipolares correspondentes, círculos alémdos quaes nenhum d'esses raios en-contra a superfície do planeta., e aszonas glaciarias, calotes que cobremos pólos e têm para limites os circu-los polares.

As estações e os climas se podemexplicar geòmétricamente pela ínçli-nação variável do solo das diversasregiões, em relação á direcção dosraios solares que as ferem ; e por essamesma comparação conheceremos tambem o valor das estações nos diversosplanetas do nosso systema,

Cada um d'esses planetas é umvasto imau de poder enorme, porc.ujaacção sobre o tinido cósmico é gerado**o manto de gazes que o envolve, 0turbilhão que o acompanha atravéz€0 espaço.

A 1)1

4-t2D;l

AXD"

Ti

'

e se. dividirmos a primeiragunda equação, virá

T D3

A R2 V2

D2 1)donde

A W =

e para o segundo

AR2 ==

o sor.

Sua constituição physica ; suas ãimen-sõés e movimentos. A luz zodiacàl

'*¦ ^v^a

pela se-

ílnijxí•Í9Ü08 f*ít

oftPfTr.scando que cpncjuiipo^* que a terceira leide KeplqrOj^pjtijde ^spr modificada,enunciaudp-atf'.^sájjfl;: os quadradosdos tempos de revolução dos diversosplanetas est£^.<|i.itrpi,si como os cubosdos raios médios de suas orbitas.

Recapitulando diremos : A rotaçãodos planetas do nosso systema, deoeste para leste, no meio da esphera

0 Sol é para nós o mais intensofoco de irradiação ealoriíica ; segundoWaterston, seu valor potencial éigual

^q 6:700*.G00 graus centígrados ; ePouillet achou que cada metro qua-drado de sua superfície emitté 13:610calorias por segundo, isto é o calorpreciso para elevar de 0" a l." 13:(5lü

'granimas d'água.A. intensidade de seu brilho é tal

que, transportado a uma distancia125:000 vezes maior que a que, o se-para de mis, aindào veríamos maisluminoso guenma expelia de L" grati>deza,.^Í|anto como Satniimo, suppondp-§e que" este planeta réâictá a sétimaparte daíáfoy, que elle recebe do Sol.'

Se o calor sedar fosse produzido porfluido que se 4J§lprendesse do corpomesmo do astro, é natural que. com otempo, o Sol esgotado viesse a se ex-tinguir, a menos que novas porçõesde fluido lhe fossem constantementefornecidas de fora na mesma propor-ção: não é, porém, necessário recor-

essa. hypothd(ppara expli-rermos acarmos a inalterabilidade da nossaprimeira fonte de luz e calor; o calor,

ò fluido que elle derrama no espaço,não sabe d'elle e, portanto, não podeconcorrei1 para o seu enfraquecimentoo ex tine ção.

Nós vimos, tractando da luz dasestrellas, que a at fracção dos corposcelestes sobre o fluido cósmico, gaz derarefação extrema que enche todo oespaço da criação, faz que os átomossólidos d'esse gaz se approximem,dando nascimento a outros do. maiordensidade, que vem formar os mantosgazosos ou atmospheras d'esse.s cor-pos ; com isso parte do fluido mais ra-refeito que, nas condições uorríiaes en-che os espaços que separam esstiA ato-mos, tendeu escapar-se buscando, emvirtude de sua tenuidade, uma regiãomais afastada do centro de áttracção.E' enorme a forca attrac.tiya das es-trellas e, por conseqüência, grande aporção d'esse fluido ra refeito quetértde a escapar precipitadamente ;como. piréiu, elle encontra, nasço-madis que o cercam, uma resistênciaá sua diffusáò, adquire uma fortetensão e vibra no mesmo lugar, ma-nifestando-se-nos sol) as formas de luze calor. Oom esse calor parte dosgazes produzidos pela condensaçãodo fluido cósmico, junctatnente comos que, de envolta com vapores me-tallicos, se desprendem do corpo doastro, inÜammaui-se, combinam-se,dando também lugar á producção cieluz e calor.

Bazeando-se nos princípios da pola-risação da luz, Aragô demonstrouque a substancia iiirlámmada da pho-tosphera solar é gazosa, porque, seella fosse solida ou liquida., a luz dosraios emanados das bordas do discoapparente se mostraria pòlárisáda : oque não se dá.

Os produetos da combustão de quefiliamos, descem por seu poso, indoformar um manto obscuro que, envol-vendo d núcleo, o protege contra aacção d'essa camada de fogo das re-gdões .superiores, ao mesmo tempo em(|iie lhe fornece elementos que com-pensam as perdas que elle soffre.Par ahi vemos que, sem consumir-se,o nosso sol, como todas ás estcéütas,pode emittir constantemente^uz -e

Herscheljá dizia que um fluído elas-tico, de natureza ignorada, se for-mava incessantemente na superfíciedo núcleo solar e, por seu fraco peso,buscava as mais altas regiões de suaatmosphera, onde era queimado e en-trava em combi íação com outros ga-zes ; elle pendia a crer que a luz doSol não tinha uma causa*difrerentedaque produz as auroras polares;

A superfície externa do Sole muitoinovei e apresenta todos os accidentespróprios de uma massa gazosa, aua-loga á das nossas nuvens.

Chamamos photosphera á camadaluminosa superficial, cuja estriicturaé a de uma substancia flocosa, em for-ma de* granulações suspensas em umfluido menos luminoso, o que lhe dáum aspecto granuloso e reticulado.

As linhas negras que se amostramno espectro solar, são devidas á absor-pção da luz dos raios que elle emitte,pelos vapores que o cercam o que são,quasi sempre, invisíveis para nós.

Sem isso, elle nos apresentaria umespectro continuo, análogo aos dosgazes eucandescentes, quando sujeitosa fortes pressões.

Essa camada absorvente ([tu;, pormuito tempo, não poude ser suspeitadapor causa da reflexão da luz na nossaatmosphera, foi perfeitamente reco-nhecida por oceasião da observaçãodos eclipses solares ; ein geral, ella émuito delgada, salvo em círcumstan-cias excepcionues, como na época dosphenomenos a que chamamos erupções.

Os pbysicos concluíram de suas ex-periencias, que a raia negra que de-vide a tacha ularanjada dò espectrosolar, é produzida por vapores desódio.

(Continua).

Nota

Com muita satisfação respondemosao amigo que se dignou fazer-nosalgumas observações, acerca do queavançámos nos nossos números pre-cedentés sobre as relações do nossoSol com a estrella Vega ; por nósconsiderada como o centro attractivod'aquelle.

Baséándo-nos nas observações deStruve, Aragô e Secchi, continuamosa afirmar que, sendo de 0",'201 a

párallaxe de Vega, sua distancia me-dia a nós é de 29 trilhões de léguasde 4:000 metros.

Dos estudos de Herschel e Wollas-ton, não podemos deixar de concluircom o Padre Secchi que a intensi-dade da luz d'essa estrella é 2,32vezes maior que a do Sol, e Lião 47vezes, como nos diz o amigo.

Sobre a velocidade do movimento

próprio de Vega, não, vindo de en-contro ao nosso systema, mas appro-ximando-se da direcção do polo ter-reno, ainda nos firmamos em Aragô eSecchi para dizer que essa estrella

percorre uma distancia de 1,80 le-

guas por segundo ou 7,3 kilometros.• Finalmente sobre o tempo da revo-lução solar, confesso que houve um en-

gano de revisão que facilmente saltaá vista ; esse tempo é de 2:878:241annos e não de 287:828 annos. como

publicamos.

No dia 30 do mez próximo passado•¦deixou o envoltório material o dedi-cado spiríta, Professor Antônio Fran-cisco Castro Leal, após dolorosos sof-frimentos, que com paciência e re-signação de verdadeiro Christão sup-portou sem queixar-se.

Seu desprendimento foi suave ecalmo.

Cumpridor de seus devores, suavida foi cheia de trabalhos e provaçõesnão lhe faltando nunca a coragem ea fé ein Deus.

A' família Leal, que conta em seuseio nembros que aceitam as verda-des spirítas, estamos certos, nãoterá faltado resignação, pois têm acerteza de que, no' mundo espiritualtem mais um affeiçoado para a guiarno caminho do bem,

8.a I^ms «lei Provonir

Recebemos o 2o numero dessa nota-vel publicação de Barcelona, redigida

pela Exma. Sra. D. Amalia DomingoSoler, trazendo um soberbo artigo daRêdacção, em resposta ás apreciaçõesdo Padre Sallarés sobre o Spiritismo.

Vem tamb un 110 mesmo periodicAum artigo não menos importante,acerca da educação da mulher, pelaExtna. Sra. D. Cândida Sans de Cas-tellvi, em que a distineta escripturacompara a educação dada ás meninasnosconventos.de freiras e a que eilasrecebem no lnAdoínestico, fazendotornare n-^e bem salientes as vanta-

gens desta ultima.Cumprimentamos ás illustres pro-

pagadoras da verdade.

Page 3: O JSx |n c^n^e^.memoria.bn.br/pdf/830127/per830127_1884_00040.pdf · J-hy ¦ yy *¦/ ty-y^yfypv (HL-^JL** ¦ JSx |n O c^n^e^. PUBLICAÇÃO QtJINZENAL-' ¦:*_;-yAê

ltKFOItU.%lM>K — ft&SA — Julho — 15 :*

WAL.ÉM-TUÍHJI.O

COMMUNICAÇÃO RECEMDA NA SOCIEDADESPIRITA DE PARIZ

Médium — M. Noneran

Caros irmãos e irmães spirítas.—A precipitação nas cousas é sempreprejudicial á obra do progresso, quesó se effectua lentamente.

Nunca abalar, por actos irreflecti-dos, uma empreza que \.e julga boa eútil, é ainda a melhor prova de sabe-doria que podemos dar.

Dá-se com uma doutrina como comqualquer outra obra; ha agregação eevolução lauto na ordem moral comona material ; tudo se modifica, tudose aperfeiçoa debaixo da accão elabo-radora do progresso.

Quando uma idéia é amadurecidapara um povo, rifio.é pelas iudividua-lidados que se põem á frente do movi-mento qué ella triumpha, mas simpela collectividade de toda uma na-ção.

Deus, então envia a phalange espi-ritual de seus missionários para queella se estenda e se propague.

O fructo maduro então cabe da ar-vore.

Nada de impaciencias inúteis.Em tudo é precisa a sancção do

tempo.As cousas as mais sagradas são

profanadas pelas superfetações hu-manas.

Em nosso mundo, muitos erros sãomisturados ás#verdades.

Houve em todos os tempos mystifi-cadores, etc.

A maior parte das religiões nãotiveram por guia senão a iguorancía.

Aprendei melhor que vossos pais adiscernir o verdadeiro do falso ; guar-dai o que for bom.

Separai o joio do bom grão antes decolberdes a seara.

Estais ainda nas trevas, e quereisoperar em pleno dia; estais cegos erepellis o guia que vos estende a mão,atravez os meandros obscuros do la-byrintho, no qual estais expostos adesviar-vos.

A superstição reina, ainda comoprincipio em vosso planeta, e quereisobrar como possuidores da verdadeabsoluta.

A idéia emittida pelo circulo spi-ríta de Toulouse é inoportuna; eu nãoa approvo, como também a d'um con-g-resso spiríta em Roma.

Como vos tenho já dito em rainhamissão terrestre; sede prudentes, to-lerantes o sobretudo caridosos paracom vossos irmãos! acautelai-vos emnão os magoar em suas antigas cren-ças ! não feri as consciências tão fáceisem offeuder-se!

Antes de demolir, é preciso prepararboas fiadas, alicerces sólidos para po-der edificar.

Todo o edifício com máos alicercesse esboroa.

Que dirieis vós d'um homem que,carregado com um pesado fardo, su-bindo um carreiro estreito, escabroso,tortuoso, tendo á direita e à esquerdaum precipício, pretendesse caminhartão ligeiramente como o livre viajanteda campina; ao menor desiquilibrioelle tropeçaria e cahiria infallivel-mente no abysmo.

Vós, sois semelhantes a elle.Levais ainda em vossos hombros, o

preso de vossas fraquezas, de vossosdesanimes, de vossos preconceitos, devosso respeito humano, e tendes emderedor os abysmos do materialismo edo clericalismo tiltramontano, isto é,o erro e a incredulidade.

Nós outros no estado de espirito,não tendo mais sobre ós olhos a vendada matéria, vemos muito mais quevós.

Nós vemosoconjuneto, vós só vedesos detalhes; nós vemos a causa, vóssó vedes o effeito.

Hoje venho vos dizer :Nunca arvoreis o estandarte dealgum rito, de alguma cerimonia, de

algum culto religioso, não àdmittijamais nem emblema, nem symbolo,afim de evitar que vos qualifiquem denova seita.

O Spiritismo proclamando, em suaplenitude, a liberdade de consciência,não exercendo alguma pressão mo-ral, não deve ser uma religião, masattrahir a si todas aquellas espalhadasem vosso globo ; é por este motivo quedeve permanecer independente de todaa influencia, de todo o embaraço.

Vosso ensino leigo republicano ape-nas commeça : vós não sois mais queum crente sobre mil incrédulos ; amediunidade em muitos casos é aindaduvidosa, indecisa, incerta, encontramuitos escolhos por causa da inter-yenção dos espíritos rnystificadores, efrivolos, e vós quereis dograatisar,erigir-vos em religião ; mas este é oúnico meio de empenhar a luta comvossos adversários fanáticos, de pro-vocar e fazer reviver, em perseguiçõesmoraes, as guerras de religião.

O Spiritismo está ainda na sua cria-ção, e vós quereis agir, como se a cri-anca fosse um homem; sem receiarque quando uma idéia nova acaba desupplántar uma antiga, ha luta ecollisão.

O que é um período de 30 annospara uma questão de fé e de conscien-cia?...

Não estais ainda se não no princi-pio da sciencia spiríta.

Os phenomenos de typtolÒgia e demagnetismo muitiplicar-se-hão deforma a não deixar alguma duvida,e unirão a vós os homens da scienciaofiicial que vos são oppostos, e cujoorgulho acadêmico recusa render-se'áevidencia.

A reincarnação fará sua obra, e osadversários de hoje tornar-se-hão ospartidários de amanhã.

Durante a minha estada entre vós,comprehendi que os povos não podiammais..se conformar com a lei cega im-posta pelo dogmatismo catholico ro-mano, que era-lhes precisa uma crençabaseada, sobre a sciencia e a razão ;mas também comprehendi que umarenovação religiosa não se podia ope-rar senão lentamente,assim como sue-cedeu com o Paganismo nascenteem favor do Christianismo.

Esperai primeiro que tudo que ainstrucção popular, e as luzes dasciencia se propaguem em vossa Fran-ça e sobre o vosso mundo !

E' por sua diffusão que se effecturáo progresso intellectual e moral.

Aplainai primeiro as dificuldadesque se elevam ainda contra vós, comooutras tantas bastilhas seculares.

Que os crentes esclareçam os incre-dulos.

Deixai operar-se o isolamento dojesuitismo e do pharisaismo catho-íico.

Esforçai-vos em attrahir a vosso seiopelo exemplo do bem os sectários doatheismo e da incredulidade, e entãotereis o direito de proclamar a verdadedo Spiritismo ; approveitando as vos-sas liberdades de associação, de reu-nião sob a égide e a tolerância dopoder.

Pensai, irmãos Spirítas, que vósainda não estais preparados para ocombate, não sendo ainda sinão ainfima minoridade na ordem social.

Como quereis vós poder vencer, ai-cànçár o triumpho da verd-ide, se nãovos encouraçais com a arma da pa- ]ciência ?

Comentai-vos então com a vossaobra de termita.

Minai, cavai o solo dos velhos mun-dos e não duvideis : quando fór che-gada a hora. Deus, nosso senhor supremo, enviará as phalanges espiri-tuaesdeseus missionários, para ajudar

ao triumpho definitivo do Spiritismo,que então, tornar-se-ha a religião ou,para melhor dizer, a crença universalde vossa humanidade.

Pkgunta.— Que pensais vós dos ad-mirayeis discursos que nossos irmãos dePariz pronunciam todos os annos parafestejar vosso anniversario ?

Todo louvor não é devido senão aDeus. ..Eu não saberia merecer as bomena-

gens de veneração e reconhecimentoque me dirigem no intuito de perpe-tuar minha ménoriâ; ellas pertenceraaos bons espíritos que me ajudaramem .minha missão terrestre ; não tendoeu sido mais que um humilde instru-mento da Providencia.

Somente o que me affiige é ver,desde algum tempo, a polemica'a discórdia, reinar no domínio doSpiritismo.

Que o espirito de inveja e do crimese afaste de vós 1

Procurai melhor corinecer-vos, paradar lugar á união moral e fraternal.Amai-vos uns aos outros 1 : 'A caridade!! sempre a caridade! ! 1Durante vossa curta passagem so-

bre a terra, não penseis uo passado.Volvei vossos olhares para os ea-plendores do futuro, para essas habi-tações resplandescentes de paz, deamor e de harmonia, nas quaes a dor,a luta e o sacrifício são desconhecidos,e das quaes deveis vos tornar os feli-zes habitantes.

Sede tolerantes, caridosos I Não ati-reis a pedra a ninguém!

Dai o perdão das offensas.Despojai o velho homem.A raaledicencia e a calumnia são

as filhas da ignorância e da paixão.A tolerância e o perdão attrahem; oódio e a paixão affastam.

Julgai que sois os apóstolos do novochristianismo e que Deus e os bonsespíritos vos guiem em vossa missãosagrada.

Eu aplaudo do alto do espaço asvossas reuniões spirítas ; que ellâs se-jain sempre filhas da oração e do reco-lhimento.

Eu amo vossos fèstins fratemaes ; épor elles que os corações se approxi-mam e se unem n'uma comunhão depensamento, nhiraa pureza de inten-ção e de crença.

Nenhuma scisão entre vós; não for-mai todos mais que uma só famila; épela união das almas e das idéias quese levantam simpathias com os espi-ritos superiores, para as regiões roo-raes do amor e da verdade.

A. K.

(Da Revista Spiríta de Pariz).

O dia de amanha

E o titulo de ura novo campeão que•se levanta esperançoso na arena jor-nalista, inscrevendo em sua bandeiraas grandes reformas que actualtnentemais preoecupam o animo da socie-dade brazileira.

Que Deus o auxilie em sua útilpropaganda.

Agradecemos o Io numero cora quefomos mimoseados.

Ao 3í\ih. Sr, Dr. Tormav

A Redacção do Rejormador corapri-menta ao Exmo. Sr. Dr. EscaragnolleTaunay, pelas idéias sabias e eininen-temente patrióticas, em defeza dasquaes tem erguido sua voz poderosano Parlamento Brazileiro.

il iiiediunidade falluute

Os médiuns auditivos que não fa-zem senão transmittir o que ouvem,não são propriamente médiuns fallan-tes ; nelles o espirito obra sobre osorgans da palavra, do mesmo modoque elle o faz sobre a mão do médiumescrevente.

Querendo communicar-se, o espi-rito se serve do orgam que encontramais flexível no médium; de um ellese serve da mão, de outro da palavra,de um terceito da audição.

O médium fallante se exprime ge-ralmentc seria saber o que diz e, mui-tas vezes, avançando cousas que estãofora de suas idéias habituaes, de seusconhecimentos e, mesmo, do alcancede sua intelligencia.

Ainda que elle se ache perfeita-mente acordado e em seu estado nor-mal, raramente elle conserva a lem-branca do que disse; em resumo, apalavra é nelle um instrumento deque o espirito se utilisa, para entrarera communicação com os encarnados.

Entretanto, a passividade do me-dium não é sempre tão completa;alguns têm a intuição do que dizem,no momento em que faliam, mas de-pois esquecem-se.

Livros dos Médiuns.

DISSERTAÇÃO SPIRITA

Grupos de Chenêe, 1872.Sr. Laurenço

Médium

A mediunidade fallante se encontraassaz geralmente nos somnambulos,mas também em certas pessoas quenão estão dormindo.

Como era quasi todas as mediuni-dades, o cérebro, o orgam principaldas manifestações da alma, ainda aquidesempenha o primeiro papel.

O perispirito do médium estandodesprendido, o espirito que se quermanifestar, obra como se o corpo lhepertencesse; não é mais o médiumquem falia, mas o espirito mesmoque assim se serve desse orgam vocalposto á sua disposição ; pelo que otimbre, as intonações variam com oespirito que se communica.

. No estado de vigília, como no som-nambulico, o médium quasi nuncatem consciência do que diz ; as pala-vras lhe chegam uma a uma, sem queelle se explique como o facto se pro-duz.

Dr. Demeure.

Diário Flumiuenae

Recebemos os primeiros números doDiário fluminense, publicação critica,recreativa, litteraria e notiosa, quecomeçou a apparecer nos primeirosdias do corrente mez.

Fazemos votos para que se man-tenha no posto de compeão das ideasavançadas, como promette em seuprogramina, e que a paixão partidárianão o desvie do seu grande fim.

Agradecemos de coração a offerta.

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ALLAN-KARDECcon tim ci riu TiU

0 QETJE £ 0 SPIRITISMO

(Continuação)

76. Um facto importante a conside-rar-se, é que a obsessão,qualquer queseja a sua natureza, é independoifteda mediunidade, e que se a encontra,de todos os gráos, principalmente doultimo, em um grande mutnero depessoas que nunca nu vi ram fallar deSpiritismo.

Com effeito, os espíritos tendo exis-tido em todosos tempos, tem sempreexercido a mesma influencia : a me-diunidade não é uma causa, porémum simples modo de manifestaçãodessa influencia; polo que podemosdizer com certeza que todo uie.diniuobsedado soffre de um modo qualquere muitas vezes, nos actos mais com-muns de sua vida, os effeitos dodsainfluencia qne, se não existirá me-diunidade. se manifestará por outroseffeitos, muitas vezes, attribuidos aenfermidades mysteriosas, que esca-*pam''.ás investigações da medicina.

Pela mediunidade o ente maléficodenuncia a sua presença,; sem elhi.elle se conservaria oceulto, sem quealguém podesse desconfiar.

77. Os que repellem tudo que nãoaffecte os nossos sentidos, nã i admit-tem essa cansa occulta; mas qusindo asciencia tiver sáTiidoda sendá mate-rialista, ella reconhecerá na acção domundo invisível -que nos eerca^-e nomeio do qual vivemos, uma potênciaque reage, assim sobre as cousas phy-sícas, como sobre as moraes; aavh umnovo caminho aberto ao progresso, achave de um bando de phenomenosaté boje mal compreheudidos.

78. Como a obsessão nunca pôdeser o facto de um bom Espirito, torna»se um ponto essencial o saber reco-',nhecer-se a natureza dos que se apre-sentam.

0 médium não esclarecido podeser enganado pelas apparencias, oprevenido percebe o menor signa) sus-peito, e o Espirito, vendo (pie nadapôde fazer, retira-se. '

O conhecimento prévio dos meiosde distinguir os bons dos máos Espi-ritos é, pois, indispensável ao médiumque se não quer expor a cahir if umlaço.'filie

o é também ao simples obser^ .tamI° P^-vinidos, eile.s se conservamvador que pôde, por esse meio, aprel? Jj!£.,l5UlUw ? percebem os menores in-ciar o justo valor .,4o que vè ou ouve-- ™|?-^' flu0 ^lQs podem denunciaraLiv. dos Médiuns, cad. XXIV).

QUALIDÀliK.S DOS ME01 UNS

Deus, cuja bondade é infinita, mãopode recusar sua assistência aquellesque mais delia necessitam.

0 virtuoso missionário que vai mo-ralisar aos criminosos, hãò faz maisque os bons espíritos com os médiunsimperfeitos.

De, outra sorte, os bons espíritos,querendo dar uni ensino util a todos,servetn-sé do instrumento que têm ámão; porém. deixam-n'o, logo queencontrem outro que lhes seja maissympátliicd e que melhor se aproveitede suas lições.

lliítirando-õe os bons, os espíritosinferiores, que pouco se importam comas más qual ida des moraes do tnèdhim,acham então um campo livre.

Resulta disso quç os médiuns im-perfeitos, moralmente 7 falland",qoe não proeu-fnm^eiiiendár-.se,oa cedo, são presa dos tuúos espíritos.que/, muitas vezes, os 'conduzem ámina e ás maiort^s desgraças, mesmona vida terrena.

Quanto a sua faculdade, tão bellano .começo e quo assim devia ter sidoconservada, ei Ia ~fee '

perverte peloabajidon.) dos bons espíritos e, afinal,

J 82. Os médiuns de mais mérito nãoestão ao abrisrò das mvstilieacões dos

).s emimsteiros; primeirp^poi-K ha ainda, entre nós pessoa

assaz peuaeita, para nao ic.r algumlado íVa^Ò que dê accesso aos máos

i

ostarde

espeto;

espíritos; eiwsegundo lugar, porqueos bons. espíritos permittein mesmo,ás vezes, .que os máos venham, afimde exeiajfirmos nossa razão, aprender-raf». ii!nu/,s a diltinguir n verdade do erro encarapõs de prevenção, não aceitandocegamente e sem exame tudo o quenos"'" venha dos espíritos; nunca, po-ré'iu-, uni espirito bom nos virá enga-nar; 0*erro, qualcruer que seja o nomeqne, o apadrinhe, vem de uma fontemá.

Essas my st) fica ções ainda podem serunia prova para a paciência e perse.-veranea de um spiríta, mediuin ounão : e aquelles que desanimam comalgumas decepções, dão uma provaaos bons espíritos de que não sãoinstrumentos de confiança.

83. Não nos deve admirar mais vermáos espíritos obsedar pessoas de me-rito, do que ver na terra homens debem perseguidos por aquelles que onão são.

E' digno de nota que, depois dapublicação do lavro dos Médiuns, onumero de médiuns obsedado; tenhadiminuído muito ; facto devido a que,

- 179. A faculdade medianimica é uma

propriedade do organismo, e não de-pende das qualidades moraes do me-dium; ella se nos mostra em indivíduosde differentes gráos da escala moral.

Não se dá, porém, o mesmo com apreferencia que os Espíritos bons dãoaos médiuns.

80. Os espíritos bons se communi-cam mais ou menos espontaneameini^Lkaseando tornar-se apto a ser ; -portal on tal médium, segundo a^^futerprete aos bons espíritos

«.«nil.!,. ,,„,. ,.^(.. . 11... ...i (-V\ I

presença dos mys ti ficado res.A maioria dos que se mostram ainda

nesse estado, ou não fez- o estudo!prévio recommendado, ou não deuimpcebeu.mporínucia aos conselhos que re-

!S4. O que constituo o médium pro-priamente dicto, é a fac idade ; sob

n£,ste ponto de vista, pôde ser mais ouWíeriós formado, mais ou menos desen-

volvido.O mediam seguro, aquelle (pie pôdeser realmente qualificai! > de bom me-

vflium, é o que applica a sua faculdade,

sympatliia qiiè estes lhes votamA boa on má qualidade de um me-

dium não deve ser julgada pela faci-lidade com que elle obtém communi-cações, mas por sua aptidão ein rece-jfc

pelos espíritos levianos e enganado-res.

81. Os médiuns menos moralisadosrecebem também, muitas vezes, excel-lentes com municaçoes, que não podemvir senão de bons espirites; o que nãodeve ser um motivo de espanto : é como fim de dar-lhes sábios conselhos.

Se elles.os desprezam, maior será asua culpa, porque são elles que escre-vem a sua própria condemnaçãó.

O poder que tem o mediuin de, at-tràhir os bons e repellir os máos Es-piritQf3,-,está na rajsJLp de sua superiorridademidral, d i-ppsts do maior nu-mem-*|fe qualidades qne constituem

bel-as boas e em não ser ludibriada |cm liomem/le bem ;évpor esses dotes¦:que se co^liíyL-sympathia dos bons,ese adquire • jiscondencia sobre osmios espíritos.^*'

85. Pelóme.ano motivo,as imperfei-ções moraes do médium, approximan-do-o da natureza dos máos espíritos,lhe tiram a influencia necessária paraafastál-ds de si • em vez de se lhes imporelle soffre a imposição 'd^mtes.

isto não sô se applicffmos médiuns,como a todos indistinetameuie/ visto

que liihguomhn que não esteja sujeitoá influencia dos espíritos (Vide acima,ns. 74 e 75) .

8(5. Para impor-se ao médium, osmáos espíritos sabem explorar hábil-mente todas as suas fraquezas ; e dosnossos defeitos o que lhes dá maispresa é o orgulho, sentimento que seencontra mais dominante na maioriados médiuns obsedados e, principal-mente, nos fascinados. f

E' o orgutbo que faz que elles sejulguem infallivois e repillam todosos conselhos..

Esse sentimento é infelizmente ex-citado pelos elogios de que elles são oobjecto,; basta, que um mediuin apre-sente uma façuldada^-ifm pouco trans-cendente, para que -o busquem, oadulem, dando lugar a que elle exa-gere soa importância, e se olhe comoindispensável, o que vem a perdel-o.

87. Erriquantp o médium imperfeitose orgulha com os nomes illustres,freqüentemente apocryphos, que as-sigüam as commnnicações que ellerecebe, e se olha como o interpreteprivilegiado das potências celestes, obõm.medium nunca se crê assaz dignoile um tal favor: elle tem sempreuma salutar desconfiança do inere-cimento do que obtém, e não se fia noseu próprio juizo ; não sendo senãonm instrumento passivo, elle compre-héndè que, se o é bom. is>o não con-stitue para si um mérito pessoal ;tanto quanto nenhuma responsãbili-dade, lhe cabe do ser máo : e que seriaridículo crer na identidade absolutados espirites que sç manifestam a si.

File deixa que, terceiros d es in te res-sados julguem do seu trabalho, semque o seu amor próprio se offenda porqualquer decisão contraria, do mesmomodo que uni actor não se pôde darpor oilendido, pelas censuras feitas ápeça que elle representa.

Seu caracter distinetivo éa simpli-cidade e a modéstia; elle crè-se felizcom a faculdade que possué, não porvangloria, mas por ser-lhe um meiode ser util, o que elle faz de boa mentequando se lhe offereçe a oceasiáo ; semjamais encommodar-sò por não lhedarem preferencia aos oi uros.

Oí médiuns são os intermediários,os interpretes dós espíritos; no evoca-dor e, mesmo, ao simples observadorcabe apreciar o mérito do instrumento

88. Com.) todas as outras faculda-des, a mediunidade ó um dom deDeus, que se pôde empregar para obem como para o mal, e da qual sepód; abusar. .,¦•...

Seu lim é por-nosem relação dírectacom as almas daquelles que viveram,aíiiii de recebermos ensinamentos, ini-çiações da vida futura.

Como a vista nos põe em relaçãocom o inundo visível, a mediunidadenos liga ao invisível.

Aquelle que delia se utilisa purao seu oo adiantamento de seus irmãos,desempenha uma verdadeira missão,da qual receberá um prêmio.O que abusa e a emprega emcousas filieis ou para satisfazer inte-resses materiaes, a desvia de seu fimprovidencial, e, tarde ou cedo, serápunido, como todo o que faz um máouso de uma qualquer das suas facul-dades.

CHARLATANISMO

Í--S). Certas manifestações spirítasassaz facilmente se prestam á imita-ção; porém, pelo facto de as teremexplorado o.s prestidigitadores e char-latães, do rinesmo modo que o fazemcom tantos outros phenomenos, ha ab-surdo em crer-se qne ellas sejam sem-ore uni produeto do charlatanismo.

Quem estudou e conhece as condi-ções no: mães em que ellas se podemdar, distingui; facilmente a imitação-da reali lado ; alem disso, aquellanunca pôde ser completa e sõ ílludeao ignorante, incapaz de distinguir

as variantes características do phe-noine.no verdadeiro.90. As manifestações que se imita

com mais facilidade, .são as de effeitosphysicos, eas de effeitos intelligentesvulgares, como movimentos, pancadastransportes, escriptura directa res-postas banaes, etc. ; não se dá o mes-mo, porém, com as communicaçõesintelligeufes de subido alcance; paraimitar áquellas basta destreza ehabi-lidade; ao passo que para simular asultimas, tom;:-se necessária, quasisempre, uma instrucção pouco com-mum, uma superioridade intellectualexcepcional, uma láculdadede impro-visar universal, se nos permitteindizel-o.

Dl. Os que'nãò cotvlvoibem o Spiri-tismo, são geralmente levados a sus-peitar da boa fé dos médiuns; o estudoe a experiência só lhes poderão forne-cer os meios para se certificarem darealidade dos factos ; fora disso, amelhor garantia que podem ter, estáno desinteresse absoluto em probi-dade dò médium; ha pessoas que, porsua posição e caracter, estão acima detoda suspeita.

Sé a tentação do lucro pôde excitará fraude, o bom senso diz que o char-latanismo não se mostra onde nadatem a ganhar [Liv dos Médiuns, cap.XXVIII -- Charlatanismo e embuste,mediimsÂnterestados, fraudes spirítasa.dOGpRevista Spiríta de Pariz, 1862'pag. 52).

92. Entre os adeptos do Spiritismo,encontram-se enthu.siasías e exaltadoscomo em tudo: são os pèiores propa-gadores, porque desperta dese.afiancaa facililidade com q'ue,*sem exame,elles aceitam tudo. % ¦ .

O spiríta esclarecido repelle esseeüthusiasmo que cega, observa comfrieza e calma, e assim evita ser vic-ti ma de illusões e my.stifieacões.

A' parte toda a questão ile boa fé,o observador noviço devo, antes detudo, attender á gravidade daquellesa quem se dirige.

(Co)itinúa).

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