O LABIRINTO Poema de Antonio Miranda Ilus. José Campos Biscardi

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Ilus. José Campos Biscardi

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“Então cerravas os olhos. E os cerravas, oh labirinto! para não ver. Romper/ foi preciso lógicas e guardados, irrisórias horas desviver, tantos fogos avivar.” XAVIER PLACER

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IO vento deslizante pelos meandros arbóreosfarfalhante, estilhaços de luz, contornando esquinasvegetais, na obliqüidade da tarde em que vagueioensimesmado e triste, emparedado: torpor e vacuidade.

Deve haver uma saída, em algum lugar distante.

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Entre paredes maciças, por caminhos infindos.Arfando, sôfrego, indeciso, lerdo, deambulando.O céu a intervalos, o tempo em frangalhos.As alamedas estreitas, abafadas, úmidas, sombrias.

As analogias impraticáveis, os diálogos estancados.Uma alteridade de estranhamentos indevassáveis.Hermetismo. Pensamentos insondáveis. Abandono.É difícil avançar pelas aléias despistadoras.

Signos truncados, cul de sac, sinais trocados.

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IIUm labirinto infinito que termina quando recomeçaQue é o princípio de seu próprio fim: eterno!Um desvão secreto, um epicentro inalcançávelEnquanto, perdido, ouço a própria voz distante.

Aonde me levam estas trilhas tortuosas?

A que desertos, desterros, a que ares represados?Tantos rostos irreconhecíveis, corpos ausentes!Quantos atropelos, quantas negações insidiosas!E eu a errar por espaços contidos, viciados.

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Qual a direção deste vento aprisionado?

Os muros bifurcam-se, fecham-se, multiplicam-seem outros muros mais adiante: são os mesmosno círculo vicioso de uma vida programadaque devora e recicla, ad infinitum, sua mesmice.

-----------------------------------------------------------------------Publicado originalmente no livro Retratos & Poesia Reunida (Brasília: Thesaurus, 2004).

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