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O Limpo e
o não Limpo
Sermão nº 499
Por Charles H. Spurgeon (1834-1892)
Traduzido, Adaptado e
Editado por Silvio Dutra
Jun/2018
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S772
Spurgeon, Charles H.- 1834-1892
O limpo e o não limpo / Charles H. Spurgeon
Tradução e adaptação Silvio Dutra
Alves. – Rio de Janeiro, 2018.
35p.; 14,8 x21cm
1. Teologia. 2. Pregação. 3. Alves, Silvio Dutra.
I. Título.
CDD 252
3
“Dizei aos filhos de Israel: São estes os animais
que comereis de todos os quadrúpedes que há
sobre a terra: todo o que tem unhas fendidas, e o
casco se divide em dois, e rumina, entre os
animais, esse comereis.” (Levítico 11: 2, 3)
A lei mosaica associou grande importância às
carnes e bebidas: a religião cristã não atribui
nenhuma. Ao apóstolo Pedro foi mostrado pela
visão de um lençol descido do céu, não apenas
que todas as nações estavam agora para receber
a mensagem do evangelho, mas que todos os
tipos de comida agora estavam limpos, e que
todas as proibições que anteriormente haviam
sido impostas a. eles para fins legais foram agora
de uma vez por todas retiradas. Um cristão pode,
se quiser, colocar-se sob restrições quanto a
esses assuntos. Você se lembrará de que o
apóstolo Paulo diz: “Eu sei e estou persuadido,
no Senhor Jesus, de que nenhuma coisa é de si
mesma impura, salvo para aquele que assim a
considera; para esse é impura.”. O apóstolo
estava se referindo àqueles cujas consciências
eram fracas; mas ele poderia contestar com os
irmãos um pouco assim: “Se morrestes com
Cristo para os rudimentos do mundo, por que,
como se vivêsseis no mundo, vos sujeitais a
ordenanças: não manuseies isto, não proves
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aquilo, não toques aquiloutro, segundo os
preceitos e doutrinas dos homens? Pois que
todas estas coisas, com o uso, se destroem.” A
doutrina do Novo Testamento é expressamente
estabelecida, “Toda criatura de Deus é boa e
nada deve ser recusado, se for recebido com
ação de graças.” E quanto à prática ordenada aos
crentes, “todas as coisas são lícitas, mas nem
todas as coisas são convenientes”. No exemplo
de Paulo, temos plena liberdade; ele não
colocaria nenhum embargo à consciência. Mas
em seu exemplo também temos caridade
fervorosa; ele não colocaria tropeço no caminho
de seu irmão. “Se comer carne fizer meu irmão
se escandalizar, não comerei carne enquanto o
mundo estiver de pé.” A lei levítica prescrevia
muitos preceitos quanto a carnes e bebidas; mas
aquelas ordenanças carnais foram impostas até
o tempo da reforma. Desde que essa instituição
mosaica não foi projetada para ser perpétua,
temos certeza de que ela deve ter tido algum uso
no momento em que foi estabelecida, e durante
o tempo em que foi mantida. Como isso foi uma
dispensação típica, nos sentimos persuadidos
de que não exageraremos os usos do texto se
mostrarmos que havia algo instrutivo para nós e
algo típico do melhor pacto no mandamento de
que o povo não devesse comer criaturas a não
ser aquelas cujo casco era dividido e aquelas que
ruminavam.
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I. É nossa firme convicção de que essas
distinções de carne foram estabelecidas de
propósito PARA MANTER OS JUDEUS COMO
POVO DISTINTO, e que assim eles pudessem ser
um tipo do povo de Deus, que também deve, em
todas as eras, ser um povo distinto e separado -
não pertencente ao mundo, assim como Cristo
não era do mundo.
Vocês que estão familiarizados com a antiga
regra levítica, bem sabem que era
completamente impossível para os hebreus
misturarem-se com qualquer outra nação, sem
violar os estatutos que foram ordenados a
manter. Sua comida era tão restrita que eles não
poderiam entrar em relações sociais com
nenhum dos povos vizinhos. Os cananeus, por
exemplo, comiam tudo, até a carne que havia
sido rasgada por cães, e até os próprios cães.
Agora, um judeu nunca poderia se sentar em
uma mesa cananeia, porque ele nunca poderia
ter certeza de que não haveria a carne de alguma
coisa suja e amaldiçoada sobre ela. Os judeus
não podiam nem mesmo comer com os árabes,
que eram parecidos com eles, pois eles
frequentemente tomavam parte da carne dos
camelos, da lebre e do coelho, todos os quais,
como veremos a seguir, eram proibidos aos
judeus. Os árabes do sul, e as nações cananitas
de toda a Palestina, eram as pessoas mais
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prováveis com as quais os judeus se
associariam, e esse comando sobre o que
deviam e não deveriam comer impedia-os de se
misturar com essas pessoas e fazia deles uma
república distinta e isolada, desde que fossem
obedientes à lei. Somos informados pelos
viajantes orientais de que os regulamentos
maometanos, que são muito menos rigorosos
que os dos judeus, impedem que eles se tornem
socialmente misturados, seja com os idólatras
ou com os cristãos. É um fato bem conhecido
que nenhuma pessoa que tenha prescrições
sobre carnes e bebidas alguma vez mudou sua
religião para a de outro povo, porque a
familiaridade que parece necessária para o
proselitismo é bastante impedida pela barreira
que impunha restrições na relação à mesa. É na
mesa social que os homens desfrutam de um
intercurso mais próximo; é lá que eles
derramam suas almas com menor reserva e
misturam seus pensamentos uns com os outros
na maior liberdade de conversação. Pense neles
lá; impedidos de se sentarem à mesma mesa, e
não há como eles se misturarem em qualquer
tipo de afinidade, quando as raças devem ser
distintas. Eu acredito, queridos amigos, embora
eu tenha sido um tanto ousado em explicar-me,
que era intenção real de Deus, manter os filhos
de Israel, até a vinda de Cristo, separados de
todas as nações que estavam sobre a face da
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terra. Eles não podiam participar da adoração de
outras nações, pois outras nações sacrificaram a
seus deuses os mesmos animais que para os
judeus eram impuros. Eles não podiam
participar de relações sociais, como já vimos; e,
portanto, o casamento com qualquer outra
nação seria, não só, como era proibido pela lei,
mas seria de fato impedido pelas possibilidades
do caso. Deve, em cada caso, colocar o
transgressor além do limite de sua própria tribo.
Eles permaneceriam como um povo distinto,
como se uma grande muralha de bronze tivesse
sido construída ao redor deles, ou como se
tivessem sido transportados para alguma ilha, e
um abismo intransponível tivesse sido colocado
entre eles e qualquer outro povo na terra. Eles
foram separados para sempre.
Agora, amigos, vocês dirão: "Qual é o uso disso
para nós?" Eu respondo, é o tipo terreno de um
mistério celestial. Quando os judeus foram
afastados como o povo de Deus por algum
tempo, então os gentios foram enxertados em
suas oliveiras e, embora não tenhamos herdado
as cerimônias, herdamos todos os privilégios a
que aquelas cerimônias apontavam. Assim,
todos vocês que carregam o nome de Cristo e
são verdadeiramente o que vocês professam
ser, estão solenemente obrigados a estar para
sempre separados do mundo. Não que você
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tenha que deixar sua relação diária com os
homens. Nosso Salvador não fez isso. Ele era
santo, inofensivo, imaculado e separado dos
pecadores. No entanto, você sabe, ele estava
sempre na companhia de pecadores, sentado à
mesa deles, buscando o bem deles e caçando
suas almas. Ele estava com eles, mas ele nunca
foi deles; ele estava entre eles, mas sempre
distinto e separado deles; não se conformando
com eles, mas transformando-os para si mesmo.
Ele nos deu um exemplo. Não é a reclusão de um
eremita, nem a exclusão de si mesmos em um
mosteiro, onde você não serviria aos seus
semelhantes, mas é uma separação mais
elevada e mais espiritual que eu reivindico dos
cristãos esta noite. Você deve estar no mundo, e
no mundo, você deve se misturar com todos os
tipos e condições dos homens, mas ainda assim
manter a dignidade de seu caráter recém-
nascido, e deixar os homens verem que você
está entre eles como um pássaro salpicado.
como uma luz no meio das trevas, como o sal
espalhado sobre a putrefação, como os anjos
celestes no meio dos homens caídos. Então você
deve ser um povo distinto, uma geração
escolhida.
Mas você vai me perguntar em que aspectos
você deve ser distinguido? Em uma consistência
pura sempre, em uma excentricidade vaidosa
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nunca. Esta será minha primeira resposta. Não
em suas vestes, meus irmãos. Todas essas
invenções de chapéus de abas largas e casacos
sem golas perecem no uso. Deixe sua
vestimenta ser, no entanto, tão distinta daquela
de alguns outros homens, que não haverá nada
do orgulho e vanglória em que eles se deleitam.
O apóstolo Pedro estabeleceu bem os
regulamentos pelos quais nossas irmãs em
Cristo devem se adornar, mas eu não preciso
mencionar o que você sabe tão bem e pratica tão
pouco - essa castidade e naturalidade que está
sempre certa aos olhos de Deus e bela na
assembleia dos cristãos. Não pelo meu jargão
especial em seu discurso, você deve ser
conhecido. De minha parte, abomino em
qualquer homem aquele tom de santidade e
gemidos sagrados que muitos afetam ter;
mesmo no púlpito, eu desprezo isso. Acredito
que a razão pela qual o púlpito perdeu tanto do
seu antigo poder é porque os homens precisam
falar nossa abençoada língua saxônica, e falar
como se tudo o que fosse natural fosse evitado
ali, e os homens, metamorfoseados em
ministros, fossem tão antinaturais e grotescos
em seus modos de fala quanto possível. Não, não
estes, não estes; todas essas separações
artificiais deixamos para as pessoas cuja vaidade
se alimenta de sua própria presunção.
Tampouco precisa que você faça qualquer
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esforço para ser distinguido por qualquer um
deles; não tente se parecer com um cristão. Os
cristãos verdadeiros podem fazer muitas coisas
que os cristãos falsos não devem fazer. Quanto a
mim, nunca tenho medo de rir, pois nunca vou
quebrar a pintura no rosto, rir tanto quanto
posso. Um homem sincero pode fazer muitas
coisas que um hipócrita não ousa fazer, pois ele
usará as vestes de sua hipocrisia se se arriscar a
concorrer como cristão. As realidades celestiais
dentro de si nem sempre precisam ser coladas e
rotuladas do lado de fora, para que todos possam
vê-lo e reconhecê-lo e dizer: "Lá vai um santo".
Há outros modos de distinguir-se do mundo do
que qualquer um deles.
Quais são eles então? Bem, irmãos, devemos
nos distinguir do mundo no grande objetivo de
nossa vida. Quanto aos homens mundanos,
alguns deles estão buscando riqueza, outros
deles fama; alguns buscam o conforto, outros, o
prazer. Subordinadamente, você pode buscar
qualquer um desses, mas seu principal motivo
como cristão deve sempre ser viver para Cristo.
Viver para a glória? Sim mas para a sua glória.
Viver para o conforto? Sim, mas tendo todo o
seu consolo nele. Viver por prazer? Sim, mas
quando você estiver alegre, cante salmos e faça
melodia em seus corações para o Senhor. Viver
pela riqueza? Sim, mas para ser rico em fé. Você
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pode acumular tesouros; mas ajunte-os no céu,
onde nem a traça nem a ferrugem consomem,
onde os ladrões não minam nem roubam.
Pensa-se, você sabe, que os ministros vivem
para Deus; comerciantes devem fazer o mesmo.
Gostaria, meus irmãos, que você trocasse e
fizesse sua mercadoria para o seu serviço; ou
cultivos, semeaduras e ceifas, faça-o por amor a
Cristo! Será que Deus poderia fazer isso tanto
em seu serviço, como nós fazemos quando
pregamos a Cristo! Você pode fazer o chamado
mais comum se tornar realmente sagrado. Você
pode receber as mais altas ordens dedicando
sua vida diária inteiramente ao serviço de Jesus.
Existe tal coisa - e aqueles que negam a
possibilidade são autocondenados por não
obedecerem ao preceito - “Quer comais ou
bebais, ou o que fazeis, fazei tudo para a glória de
Deus”.
Pelo seu espírito, bem como pelo seu objetivo,
você também deve ser distinguido. O espírito
deste mundo é muitas vezes egoísta; é sempre
um espírito que se esquece de Deus, que ignora
a existência de um Criador em seu próprio
mundo, a terra que ele engorda por sua própria
recompensa. Homens com o sopro de Deus em
suas narinas esquecem quem os faz viver.
Agora, seu espírito deve ser de devoção
altruísta, um espírito sempre consciente de sua
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presença, curvado com o peso, ou levantado
com o aplauso da exclamação de Agar - “Tu
Deus, me viste”; um espírito que vigia
humildemente diante de Deus e procura
conhecer sua vontade e fazê-la através da graça
de Deus dada a você. Um espírito como este, sem
o monotonia de uma seita, ou os filactérios de
outra, logo o tornará tão distinto de seus
semelhantes como sempre as carnes e bebidas
poderiam tornar os judeus um povo separado.
Suas máximas também e as regras que regulam
você, deve ser muito diferentes dos outros. O
mundo diz: “Bem, isso é comum no comércio;
não adianta ser escrupuloso; não devemos ser
muito puritanos ou muito severos; nunca nos
daremos bem se estivermos escolhendo isso e
franzindo a testa para isso.” Um cristão nunca
considera o que é habitual, mas o que é certo; ele
não estima um erro por sua banalização; ele
conta que uma fraude e uma falsidade serão
tanta fraude e falsidade, embora todo o mundo
concorde em praticá-la, como se apenas um
homem devesse fazê-lo no escuro. O crente lê as
coisas, não na luz do homem, na obscuridade da
qual tantos morcegos cegos estão dispostos a
voar, mas ele lê as coisas à luz do sol do céu. Se
alguma coisa está certa, embora ele perca por
isso, está feito; se estiver errado, embora ele
deva se tornar tão rico quanto Creso ao permitir,
ele despreza o pecado por causa do seu Mestre.
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Queremos nossos comerciantes na Bolsa,
nossos comerciantes em suas lojas e nossos
artesãos em suas fábricas; sim, e desejamos que
todos os mestres, patrões e superintendentes
sejam distinguidos, como os limpos dos
impuros, nas máximas que governam sua vida
cotidiana e, portanto, manifestamente
separados do mundo. Isso conduzirá
naturalmente ao próximo ponto.
O cristão deve ser separado em suas ações. Eu
não daria muito por sua religião a menos que ela
possa ser vista. Eu sei que a religião de algumas
pessoas é ouvida, mas me dê o homem cuja
religião é vista. Lâmpadas não falam, mas
brilham; um farol não soa nenhum tambor, não
bate nenhum gongo, e ainda longe sobre as
águas sua faísca amigável é vista pelo
marinheiro. Então deixe suas ações brilharem
sua religião. Deixe sua conduta falar por sua
alma. Deixe que o principal sermão da sua vida
seja ilustrado por toda a sua conduta e não deixe
de ser ilustre. Eu não lhes disse antes que a
única parte da história eclesiástica que temos
em todo o Novo Testamento é - o que? Os
sermões dos apóstolos? Não, não, os “Atos dos
Apóstolos”. Portanto, deixe sua história ser
escrita, para que ela possa ter este título - “Os
atos de tal e tal homem”. Isso fornecerá a
melhor prova de que você tem foi com Jesus.
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Um cristão distingue-se pela sua conversa.
Muitas vezes, ele apara uma frase em que os
outros a tornariam mais luxuriante por uma
brincadeira que não era totalmente limpa.
Seguindo o conselho de Herbert - “Ele pega a
sua maçã – e ele se alimentaria de maneira
limpa”. Se ele tivesse uma piada, ele pega a
alegria mas deixa o pecado; sua conversa não é
usada para leviandade; não é mera espuma, mas
ministra graça aos ouvintes. Ele aprendeu onde
a caixa de sal é mantida na grande casa de Deus,
e assim seu discurso é sempre temperado com
ele, de modo que não cause mágoa, senão muito
bem. Oh! Recomendo-me ao homem que fala
como Jesus, que não quer que o mundo sofra
comunicações corruptas que saiam de sua boca.
Eu sei o que as pessoas vão dizer de você, se você
é assim: elas dirão que você é estranho, e que
você não jogará muita vida na companhia.
Outros vão chamá-lo de mesquinho. Oh meus
irmãos! Homens corajosos são sempre
chamados de mau humorados por covardes.
Eles vão admoestar você para não ser singular,
mas você pode dizer-lhes que não é loucura ser
singular, quando ser singular é estar certo. Eu
sei que eles dirão que você se nega muito, mas
você os lembrará de que isso não é negação para
você. Ovelhas não comem carniça, mas eu não
sei de ovelhas que acham que é uma dificuldade
se afastar do banquete fétido. As águias não
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preferem flutuar no mar, mas eu não leio que as
águias acham que é uma negação quando elas
podem voar na atmosfera superior. Não fale de
abnegação. Você tem outros fins e outros
objetivos; você tem soldas de conforto que tais
homens não conhecem. Seria uma vergonha
para você estar comendo cascas de porco,
quando a mesa do seu pai está cheia de
guloseimas. Eu confio, meus queridos irmãos,
que você sabe muito bem o valor do ouro do céu
para penhorar as falsificações da terra. “Saí do
meio deles; separa-te, e não toques a coisa
imunda.” Por uma santidade que os homens
meramente morais não podem igualar, erga-se
como um pedestal acima do mundo. Assim, os
homens podem saber que você é da semente de
Jesus, assim como eles sabiam que o judeu era a
semente de Israel.
(Nota do tradutor: A par de estarmos em pleno
auge do desenvolvimento do sermão pelo seu
autor, consideramos oportuno fazer uma
reflexão sobre este tema quanto a um possível e
incorreto entendimento que se esteja aludindo
a algo como que um enfoque a algum tipo de
racismo, ou de exclusividade de um grupo
seleto de pessoas que se associem a alguma
instituição religiosa, pois, a santificação, ou
separação aqui referida está aberta a todo
aquele que vier a crer em Cristo,
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independentemente de sua condição social,
racial, financeira etc. E diga-se de passagem que
não se trata apenas de mera questão de crença,
mas de transformação real de vida, por se
ajustar à vida do próprio Deus, conforme Ele
planejou desde o princípio, quando criou o
homem à Sua imagem e semelhança. E tal
semelhança não é física, pois Deus é espirito, e
portanto é de caráter espiritual, sendo marcada
exatamente pela santidade, assim como ela é
encontrada em Deus como o modelo segundo o
qual devemos ser moldados.
Isto explica em muitos sentidos porque há esta
separação espiritual entre santos e ímpios, uma
vez que os que se santificam é porque foram
justificados e regenerados, e santificados, e não
somente tiveram seus pecados perdoados em
Cristo, como também estão sendo
gradualmente purificados de todos eles, pelo
poder do Espírito Santo e mediante aplicação da
Palavra de Deus às suas vidas.
A pessoa que se recusa a ter o governo de Deus
em seu espírito. Que é rebelde à sua vontade.
Que não admite abandonar seus prazeres
pecaminosos em prol de viver de modo santo
para a glória de Deus, não pode, evidentemente,
enquanto assim permanece, participar da vida
divina, e todo o seu desejo será para o mundo e
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para um viver segundo a carne, e não segundo o
espírito.
O mundo, sim, faz várias acepções, distinções de
pessoas, e não somente o mundo, como o
próprio príncipe das trevas, pouco se importam
com o que cada pessoa faça em relação ao seu
comportamento, naquelas coisas que não sejam
proibidas e previstas na lei de cada país. Mas
Deus, que não faz acepção de pessoas, todavia,
só pode estar em bom acordo com aqueles cujo
comportamento é dirigido para abominar o mal
e praticar o que é bom. Todavia, como não há
neles tal poder, assiste-lhes com a Sua graça, e
interpõe o perdão das ofensas para serem
renovados no seu favor e amor. Os filhos de Deus
(os que chegaram a isto pela fé em Cristo) não se
iludem com o tipo de liberdade que é oferecido
pelo mundo e pelo diabo, que trata-se na
verdade, de uma oferta para a danação eterna de
suas almas. Eles alcançaram, em Cristo, a
verdadeira liberdade, que é do poder do pecado,
do diabo e do fascínio do mundo. Assim, todo
empenho que há neles para se santificarem não
é por mera motivação religiosa, mas para o
inteiro agrado de Deus, e para serem coerentes
com o tipo de vida a que foram chamados a viver
por estarem unidos a Cristo.)
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Como devo pedir que você preste mais atenção
a essa separação sagrada? Deixe-me adicionar a
voz de advertência àquela de súplica. Se não
virmos este assunto, traremos tristeza em
nossas próprias almas; perderemos toda a
esperança de honrar a Cristo e mais cedo ou
mais tarde traremos um grande desastre ao
mundo. Você sabe que o mundo está sempre
tentando nacionalizar a Igreja. Que misericórdia
é que existem alguns que não a terão! Se você
pudesse fazer a Igreja e a nação se unirem uma
vez, o que aconteceria? Deve ser destruída; deve
cair. Foi quando a igreja e o mundo se tornaram
um nos dias de Noé que o Senhor enviou o
dilúvio para destruir todas as pessoas. Não, a
posição correta de um cristão não é com o
mundo, mesmo em seu melhor estado e em sua
condição mais exaltada. Devemos nos separar
deste mundo mau presente de acordo com a
vontade de Deus. Nossa posição hoje é tanto
quanto nos dias de Cristo, fora do
acampamento, não nele; ainda estamos para ser
manifestantes, ainda para sermos testemunhas
contra o mundo. “Vós sois de Deus, filhinhos, e
o mundo inteiro jaz no maligno.” A Escritura
nunca supõe que o mundo ficará melhor até a
vinda de Cristo. Não propõe levantar o mundo e
casar com a Igreja. Sempre supõe que a Igreja
seja um estrangeiro e um peregrino aqui até que
Cristo, seu esposo, volte. De que lado você vai
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ficar? A trégua não pode existir, os elos entre os
dois não devem existir. Deus e Mamom não
podem ir juntos. Para qual você será - para Deus
- para a verdade - para a justiça? Ou para Satanás
- para a mentira - para o erro? Qual deve ser?
Que o Espírito de Deus sussurre em seu coração
esta noite e diga: “Crê em Cristo Jesus; tome a
tua cruz e siga-o, e seja alistado a seu lado, para
sempre e sempre”.
II. Temos agora um segundo e um assunto
importante a ser apresentado. A distinção entre
animais puros e impuros era, pensamos,
pretendida por Deus para manter o seu povo
sempre consciente de que estavam no bairro do
pecado. Eu peguei a ideia do Sr. Bonar, embora
eu tenha medo de não poder pintá-la com
palavras tão bem quanto ele. Um judeu oriental,
sensato e inteligente, caminha pelos campos.
Ele caminha junto ao lado da estrada, e o que ele
deveria ver a não ser uma fileira de camelos?
“Ah!” Ele diz para si mesmo “esses são animais
impuros”. O pecado, você vê, é trazido de uma só
vez diante dos olhos de sua mente. Ele se afasta
da estrada e desce a um dos seus próprios
campos, e quando ele vai ao longo dela, uma
lebre atravessa seu caminho. “Ah!” Diz ele, “um
animal impuro de novo; há pecado em meu
caminho”. Ele entra em um lugar mais
reservado, anda pelas montanhas; certamente
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ele estará sozinho lá. Mas ele vê um coelho
cavando entre as rochas; “Ah!” Diz ele, “imundo;
há pecado ali!” Ele levanta os olhos para o céu;
ele vê a águia-pesqueira, a águia careca voando
pelo ar e diz: “Ah! há um emblema de pecado
ali!” Uma mosca-dragão acabou de passar por
ele - há pecado ali. Existem insetos entre as
flores; agora toda coisa rasteira, e todo inseto,
exceto o gafanhoto, era imundo para o judeu.
Por toda parte ele entrava em contato com
alguma criatura que o tornaria impuro na
cerimónia, e era impossível para ele, a menos
que fosse brutal, permanecer por dez minutos
no exterior sem ser lembrado de que este
mundo, por mais bonito que seja, ainda tem
pecado nele. Até os peixes, no mar, rio ou lago
interior, tinham suas divisões; aqueles que não
tinham escamas ou barbatanas eram impuros
para os judeus, de modo que os pequenos
meninos hebreus não podiam nem pescar
peixinhos no riacho, pois sabiam que os
peixinhos eram imundos, e assim seus corações
jovens foram obrigados a temer pequenos erros
e pequenos pecados, pois havia pequenos
pecados nas pequenas piscinas, mesmo quando
havia grandes pecados flutuando no mar
profundo e nu. Ah! amigos, queremos ter isso
mais diante de nossas mentes. Olhe para a
paisagem mais bela que seus olhos já viram; veja
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os imponentes Alpes, o vale verde e a corrente
de prata.
“Estas são as tuas obras gloriosas,
Pai bom, Todo-Poderoso”,
mas o limo da serpente
está sobre todos eles:
“Guarda-me, ó rei dos reis,
sob a sombra de tuas asas.”
Quando eu ando no exterior neste templo da
natureza, e procuro contemplar o Deus da
natureza, eu não posso iluminar um ponto no
universo onde a maldição do pecado nunca
infligiu uma praga, ou onde a esperança de
redenção não deve inspirar uma oração. Às
vezes, irmãos, vocês ficam sozinhos e quietos,
mas não imaginem que estão mesmo livres do
pecado. Como a mais bela paisagem, o mais
doce retiro não pode excluir a impureza. Como a
mosca ou o inseto invadiria o caramanchão
onde o judeu iria adorar, o pecado assombrará e
molestará até mesmo no aposento da devoção.
Levante cristão, e esteja em sua torre de vigia.
Você pode dormir, mas seus inimigos nunca o
farão; você pode supor-se seguro, mas então
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você está mais em perigo. Veja que você vista
toda a armadura de Deus, e esteja armado da
cabeça aos pés, e tendo feito tudo, vigie e ore
para que você não entre em tentação. Todas as
manhãs devemos pedir ao Senhor para nos
manter longe de pecados desconhecidos, para
nos preservar das tentações que não podemos
prever, para nos checar em todas as partes da
vida se estamos prestes a agir errado, e nos
segurar a cada hora para que nós não pequemos.
Você dirá que deve ter sido uma coisa
desagradável para o judeu sempre ter pecado
diante de seus olhos, nem você desejaria que
todos os aspectos da vida estivessem sujos
diante de seus olhos; mas não será tão
desagradável para você, meu irmão, porque
você sabe que há uma redenção, e sua fé pode
realizar o fim da maldição pelo pecado sendo
posto de lado. Não feche os olhos para o pecado,
mas mantenha Cristo sempre diante de você e
você andará bem. Eu gostaria que alguns dos
meus ouvintes tivessem pecado diante de seus
olhos agora. Oh! você que brinca com isso, você
não sabe o que é! Os tolos zombam do pecado.
Você ri disso agora; você não entende o que é
um fogo que você acendeu para consumir sua
alma! Oh! você que pensa que é uma coisa tão
pequena, seu veneno mortal em breve
envenenará todo o seu sangue, e então você
descobrirá que aquele que brinca com o pecado
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joga com a condenação. Que o Senhor ponha o
pecado diante de seus olhos, e então coloque a
cruz de Cristo lá também, e assim você será
salvo. Duas orações Peço a todos os meus
ouvintes que orem - são muito breves - “Senhor,
mostre-me a mim mesmo”. Se há algum
homem aqui que diz que oraria, mas não sabe o
que orar, pois; ore em todas as noites e manhãs
- “Senhor me mostre a mim mesmo”; e se Deus
te ouvir, você logo estará em um estado tão
miserável que você desejará outra oração, e
então eu te dou esta: “Senhor, mostra-me a ti
mesmo” ; e então, se ele lhe mostrar a si mesmo
pendurado no madeiro, a expiação pela culpa, o
Grande Deus se tornar homem para que ele
possa afastar o pecado, sua salvação será
realizada. É toda a oração que é desejada -
“Senhor, mostre-me a mim mesmo; Senhor me
mostre a ti mesmo; revele o pecado e revele o
Salvador.” Senhor, faça isso por todos nós por
amor do teu nome.
III. E agora venho mostrar-lhe um terceiro
ensinamento do meu texto. Como essa injunção
foi feita para separar os judeus de outras nações,
e para manter o piedoso israelita em constante
lembrança de seu perigo de cair em pecado,
também se pretendia ser uma regra de
discernimento pela qual podemos julgar QUEM
É LIMPO E QUEM É IMPURO, ISTO É, QUEM É
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SANTO E QUEM NÃO É. Há dois testes, mas
devem ser ambos unidos. O animal que era
limpa deveria ruminar: aqui está a vida interior;
todo homem de bom coração deve saber ler,
marcar, aprender e digerir interiormente a
Palavra sagrada. O homem que não se alimenta
da verdade do Evangelho, e assim também não
se alimenta dele, que não conhece a sua doçura
e deleite, e não busca sua medula e sua gordura,
este homem não é herdeiro do céu. Você deve
conhecer um cristão por seu interior, por aquilo
que sustenta sua vida e sustenta sua estrutura.
Mas então as criaturas limpas também eram
conhecidas por sua caminhada. O judeu
imediatamente descobriu o animal imundo por
ter um casco não dividido; mas se o casco
estivesse completamente dividido, então estava
limpo, contanto que também ruminasse.
Portanto, deve haver no verdadeiro cristão uma
caminhada como Deus requer. Você não pode
dizer de um homem por nenhum desses testes
sozinho; você deve ter os dois. Mas enquanto
você os usa sobre os outros, aplique-os a si
mesmo. Do que você se alimenta? Qual é o seu
hábito de vida? Você mastiga e rumina pela
meditação? Quando sua alma se alimenta da
carne e do sangue de Cristo, você aprendeu que
sua carne é de fato comida e que seu sangue é
realmente bebida? Se assim for, está bem. E
sobre a sua vida? Sua conversa e sua caminhada
25
diária estão de acordo com a descrição dada na
Palavra dos crentes em Cristo? Caso contrário, o
primeiro teste não ficará sozinho. Você pode
professar a fé dentro de você, mas se você não
andar direito exteriormente, você pertence ao
que é impuro. Por outro lado, você pode andar
direito exteriormente, mas a menos que haja a
mastigação da ruminação interior, a menos que
haja uma real alimentação da preciosa verdade
no coração, todo o andar direito no mundo não
provará que você é um cristão. Aquela santidade
que é apenas exterior em moralidade não
espiritual; não salva a alma. Que a religião, por
outro lado, que é apenas interior, é apenas
fantasia; não pode salvar a alma também. Mas os
dois juntos; as partes interiores tornavam-se
capazes de conhecer a luxuria, a doçura, a
gordura da verdade de Cristo; e as partes
externas conformadas à imagem e ao caráter de
Cristo: essas juntas indicam o verdadeiro e
limpo cristão com quem é abençoado associar-
se aqui, e para quem uma porção melhor é
preparada daqui por diante.
Se você ler o capítulo, descobrirá que havia
alguns dois ou três animais sobre os quais o
judeu teria alguma dificuldade. Havia o camelo
que ruminava, mas não dividia exatamente o
casco. Agora, este animal parece-me adequado
para representar - embora possa não ter sido
26
assim intencionado - aqueles homens que
parecem realmente se alimentar da verdade e,
ainda assim, sua caminhada e conversa não são
corretas. Seus pés foram formados mais pelo
deserto arenoso do pecado do que pelo solo
sagrado da piedade. Oh! Eu sei que alguns de
vocês - venha, sejamos pessoais - há alguns de
vocês se eu sempre pregasse a doutrina da
predestinação, ou alguma outra doutrina desse
tipo, quão doce seria para você! Mas suas vidas
não são o que deveriam ser. Graças a Deus não
há muitos desse tipo que vêm aqui. Eles ficam
zangados comigo muito em breve, e vão para
outros lugares onde podem conseguir doces e
salgados, que combinam exatamente com o
gosto deles, e não ouvem admoestações sobre
suas vidas. Que o Senhor libere meu ministério
de ser sempre confortável e lisonjeiro para as
almas que vivem em pecado. Eu espero que você
algumas vezes tenha que dizer: “Eu devo ou
desistir desse pecado ou então desistir do meu
lugar lá”. Eu conheço alguém que disse: “Bem!
Chegou-se a isso: não posso ir lá domingo à noite
e manter minha loja aberta pela manhã; não
servirá para mim sentar-me lá, ouvir a Palavra e
cantar com aquelas pessoas no domingo à noite,
e então ouvir canções e participar de festas nas
noites durante a semana.” Espero que a Palavra
de Deus aqui seja tal busca de palavras para
alguns de vocês que vocês vão até mesmo
27
ranger os dentes para o pregador. Ele preferiria
que você fizesse isso do que para você dissesse;
“Paz, paz, onde não há paz”, sugando a doce
doutrina e vivendo no pecado. Deus nos livra do
antinomianismo! Nós pregamos contra o
arminianismo, mas isso é um demônio branco
comparado com o demônio negro do
antinomianismo. Deus nos salve disso! Se existe
alguma religião que drogará a consciência, que
estimule o pecado, prenda multidões e
transforme este mundo em um Acéldema, é a
religião do homem que prega a soberania
divina, mas negligencia a responsabilidade
humana. Eu acredito que é uma maneira viciosa,
imoral e corrupta de estabelecer doutrina, e não
pode ser de Deus. Isso solaparia a moralidade e
poria em risco a própria vida da sociedade se
fosse amplamente acreditada, ou se fosse
pregada por homens de grande peso que
deveriam ter um grande número para segui-los.
Oh queridos amigos! Não sejam como o animal
que rumina, mas não divide o casco. Busquem
não apenas obter uma doutrina preciosa,
confortando a si mesmos, mas vejam que sua
caminhada é tal como deveria ser.
Então havia outro animal. Não ruminava, e ainda
assim os judeus pensaram que sim. Este era o
arganaz - a aproximação mais próxima a ele é o
coelho de nossa terra - “O arganaz, porque ele
28
rumina mas não divide o casco; ele é imundo.” O
arganaz era uma criatura muito tímida, que se
enterrava nas rochas. “Os arganazes são um
povo fraco, mas fazem suas moradas nas
rochas”, diz Salomão. Agora, há algumas
pessoas que parecem gostar da verdade do
evangelho e podem ser colocadas na classe em
que Moisés coloca o arganaz, que parecia
ruminar, embora na verdade não o fizesse.
Existem centenas desse tipo que conhecemos.
Eles gostam do evangelho, mas deve ser muito
barato. Eles gostam de ouvi-lo pregado, mas
quanto a fazer qualquer coisa para estendê-lo, a
menos que fosse emprestar suas línguas por
uma hora, eles não sonhariam com isso. O
arganaz, você sabe, viveu na terra. Essas pessoas
estão sempre cavando. De cavar e de implorar
eles não estão envergonhados. Eles são como
verdadeiros mesquinhos e avarentos, como se
eles não tivessem religião alguma. E muitas
dessas pessoas entram em nossas igrejas e são
recebidas quando você não deveria fazê-lo. A
avareza deve excluir um homem da comunhão
da Igreja, bem como a fornicação, porque Paulo
diz: "a avareza, que é idolatria." Ele coloca a
marca na sua testa, e marca o que é. Não
admitiríamos um idólatra à mesa do Senhor;
nem devemos admitir um homem avarento; só
não podemos sempre conhecê-lo. São Francisco
Sales, que teve muitas pessoas que vieram a ele
29
confessar, faz esta nota, que ele tinha muitos
homens e mulheres vindo a ele que
confessavam todos os tipos de crimes mais
ultrajantes, mas ele nunca teve alguém que
confessasse a avareza. É um tipo de pecado que
sempre entra pela porta dos fundos, e é sempre
entretido na parte de trás da casa. As pessoas
não suspeitam que seja um prisioneiro de seus
próprios corações. Mr. Avareza mudou seu
nome para Mr. Prudência; e é um insulto
chamá-lo de outra forma que não seja pelo
nome adotado. Antigos vícios, como ruas
famosas por vícios, recebem novos nomes.
Apreensão avarenta, eles chamam isso apenas
de "as leis da economia social"; criar os pobres é
"o resultado natural da competição"; reter o
trigo até que as pessoas amaldiçoem oh! isso é
"apenas a regulação habitual do mercado". As
pessoas chamam a coisa de forma bonita, e
então pensam que a resgataram da mácula.
Essas pessoas, que são todas para a terra, são
como os arganazes, que, apesar de ruminarem,
se enterram no chão. Eles amam a verdade
preciosa e, no entanto, são todos para esta terra.
Se há algo assim aqui, apesar de sua boa
experiência, nós os declaramos impuros - eles
não são herdeiros do céu.
“5 o arganaz, porque rumina, mas não tem as
unhas fendidas; este vos será imundo;
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6 a lebre, porque rumina, mas não tem as unhas
fendidas; esta vos será imunda.” (Levítico 11.5,6)
A próxima criatura mencionada no capítulo é a
lebre - “A lebre, porque ela rumina, mas não se
divide o casco; ela é impura”. Veja como ela
pisou com o passo saltitante no chão! Um
aplauso das mãos, e como ela começa e está
longe! A lebre é uma criatura tão tímida; ela
solta a comida e foge diante do transeunte. Eu
não diria uma coisa dura, mas há algumas
pessoas que parecem ruminar, elas adoram
ouvir o evangelho pregado; seus olhos brilharão
às vezes quando estivermos falando de Cristo,
mas eles não dividem o casco: como a lebre, eles
são tímidos demais para serem domesticados
entre as criaturas que o Senhor declarou puros.
Eles não saem do mundo, entram na Igreja e
manifestam-se totalmente do lado do Senhor.
Sua consciência lhes diz que eles deveriam ser
batizados como crentes - mas eles não ousam;
eles devem estar unidos com o povo de Deus e
confessar a Cristo diante dos homens - mas eles
estão envergonhados, muito envergonhados!
Teme-se que sua esposa não saiba e ela possa
ridicularizar. Alguns começam a ficar
envergonhados para que seus amigos não
saibam, pois o dedo do desprezo ou o sopro da
habilidade podem assustá-los. Outros estão
alarmados porque o mundo talvez lhes dê um
31
nome de má fé. Você sabe para onde o temeroso
vai? Nem o temeroso, nem o que duvida - pois há
muitos pobres, humildes e temerosos que são
salvos - mas você sabe onde os medrosos vão?
Os medrosos que têm medo de serem
perseguidos, ridicularizados ou até mesmo
rirem deles por causa de Cristo - você sabe para
onde eles vão? Você o encontrará no Livro do
Apocalipse - “Mas os medrosos e incrédulos
terão sua parte no lago que arde com fogo e
enxofre, que é a segunda morte”. Você nunca
leu aquela frase que diz: “Quem quer que seja
que fique envergonhado de mim e das minhas
palavras; dele se envergonhará o Filho do
homem, quando vier na sua glória, e na do Pai e
dos santos anjos”? Aí está você, moço! Você tem
vergonha de Cristo. Você acabou de sair do país
e não orou a Deus na outra noite porque havia
outro jovem na sala e você ficou com vergonha
dele? Em nome de Deus, eu te imploro, não, eu
ordeno, não se envergonhe de seu Mestre,
Cristo, e da religião que você aprendeu no colo
de seu pai. Há outros de vocês que trabalham em
uma grande loja, e vocês não querem ser
ridicularizados, como o outro jovem que
trabalha com vocês, porque ele é um cristão.
Você mantém seu amor como um segredo e não
o deixará sair? O que! Se Cristo só tivesse te
amado em segredo, e nunca ousado vir aqui na
terra para ser desprezado e rejeitado pelos
32
homens, onde você estaria? “Nenhum homem
acende uma vela e a coloca debaixo do alqueire”.
Você acha que Cristo acendeu uma vela em seus
corações para que você possa escondê-la? Oh!
Eu te peço, não seja como a lebre. Que o seu
casco seja tão dividido do resto da humanidade,
que possam dizer: “Há um homem que não se
envergonha de ser um seguidor de Jesus; ele
carrega o desprezo e a zombaria por ele, e
considera que é uma honra ser maltratado por
amor a Jesus.” Oh! Lhes peço para que não sejam
como a tímida lebre, para que não sejam
encontrado entre os impuros!
Há uma outra criatura mencionada - “O porco,
ainda que ele divida o casco, e esteja fendido,
mas ele não rumina; ele é imundo para você”.
Agora, o porco é o emblema daqueles que agem
corretamente. Eles fazem uma profissão; diante
dos homens eles são os mais íntegros e os mais
devotos; mas a parte interna não está certa; eles
não ruminam. O pé está certo, mas não a parte
interna. Não há mastigação, nem ruminação,
nem digestão da Palavra da Vida. "Mas", diz
alguém: "por que escolher um porco, porque
isso não parece ser uma comparação justa". Sim,
é, porque não há pessoas no mundo mais
parecidas com os suínos do que os fariseus que
limpam o exterior do copo e do prato; cujo casco
é dividido o suficiente, mas cuja parte interior é
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cheia de maldade. Eu não conheço um animal
que possa pintar mais esses fariseus vis e
impuros. Você pode dizer que acha uma imagem
muito dura para você. Você é colocado assim no
catálogo e não tenho outro lugar para colocá-lo.
Você é como um porco, a menos que a graça de
Deus esteja em você. Que bem faz o porco? De
que preocupação é a vida para ele, senão
alimentar-se grosseiramente e adormecer
pesadamente? E assim a sua vida, desde que a
parte interna está errada, você não traz
nenhuma glória a Deus, você não traz nenhum
bem a seus semelhantes. Oh! que o Senhor lhe
mostrasse que a moralidade morta, desatendida
pelo amor de Deus na alma, certamente não
será de nenhum proveito! “Você deve nascer de
novo”. “A menos que se convertam e se tornem
como criancinhas, de modo algum entrareis no
reino dos céus”. Meu texto parece ser divisório;
e divide a casa em duas. Lembrem-se, queridos
amigos, o dia está chegando quando uma divisão
maior do que aquela que a descrição possa dar
ocorrerá para todos nós. Mas a mesma regra
será aplicada. Estaremos reunidos em uma
multidão, uma multidão mais poderosa do que a
linguagem pode imaginar ou compreender. Os
livros serão abertos - livros mais terríveis que
este Livro da Misericórdia. O Livro da Vida será
aberto e lido, no qual aqueles lavados no sangue
de Jesus, e assim limpos, terão seus nomes
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registrados. Eles são levados para o céu. Ouça a
música dos anjos enquanto eles os carregam
para a mão direita de Deus!
Onde você estará? Você estará com aqueles que
vão para o céu, ou com outras almas trêmulas,
gritando e gritando, que, quando o inferno abre
a boca, descem vivas para o abismo? Deus te
ajude se você não estiver do lado correto! Não é
tarde demais. Jesus Cristo ainda é pregado a
você. O caminho da salvação é muito claro. É isto
- Crê no Senhor Jesus Cristo e serás salvo. Creia
em Jesus. Então faça uma profissão de fé no
método ordenado por Deus, e você tem a
promessa dele de que você será salvo. Deus o
ajude a acreditar, e você será salvo por Jesus, e
para ele será a glória para todo o sempre. Amém.
(Nota do tradutor: Apesar de já ter sido citado no
texto do livro, lembramos que as distinções
cerimoniais entre animais limpos e imundos
que vigoraram no período do Velho
Testamento, foram removidas na dispensação
da graça, por Jesus Cristo. Assim, foi revelado
definitivamente por Deus, em Cristo, que não há
nenhuma criatura que seja, por ato natural de
sua criação original por Ele, má em si mesma ou
perniciosa, até mesmo porque na criação
natural, com exceção do homem, nada há
pecaminoso ou corrupto em si. Nem o porco,
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nem o arganaz, nem o camelo, como se fizessem
parte de uma ordem inferior de criaturas que
devam ser desprezadas. Muito ao contrário, o
próprio Deus, impõe na lei o dever de o homem
cuidar dos animais, colocando sob ameaça de
punição aquele que não o fizer.
O caráter didático da distinção estabelecida não
é esgotado por Spurgeon neste sermão, e não
deve ser tomado como uma palavra final sobre o
assunto, notadamente na relação que faz entre o
ruminar e o ter a unha fendida, como uma
tipologia daquele que guarda e medita na
Palavra da verdade, pois esta analogia não é feita
de tal forma direta na Bíblia.
Em todo o caso, a ilustração serve para
aprendermos que de fato Deus faz distinção, no
mundo espiritual, entre aquilo que é precioso e
o que é profano, entre o que é puro e o que é
impuro, de modo que nos guardemos do
pecado, e vivamos em santidade de vida.)