O livro Apocalipse25 A visão da grande vitória

(19.11-21)

Jörg Garbers – Ms. de Teologia

Introdução 19.11-21

• O texto 19.11-21 está diretamente ligado com o texto de 16.12-14, asexta taça.

• O texto está detalhando a cena da última “batalha”.

• Dois textos do AT servem como base para as imagens de João:– Is 63.1-6

– Ez 39.17-29– Ez 39.17-29

• O texto está narrando, de forma positiva expressando, a chegada docordeiro/Cristo e a sua vitória sobre a besta e todos que seguiram elaou, de forma negativa expressando, ele fala da punição e dojulgamento dos poderes contra Deus.

• Mais uma vez quero lembrar que o texto trabalha com metáforas efiguras de linguagem, o texto não está descrevendo acontecimentosde forma literal.

Estrutura 19.11-21

• 19.11-16 O cavaleiro no cavalo branco

• 19.17-21 Vitória sobre os poderes do mal

19.11-16 O cavaleiro no cavalo branco

• 11 Vi os céus abertos e diante de mim um cavalo branco, cujocavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro. Ele julga e guerreia com justiça.

• Céus abertos: a porta do início deu lugar ao céu todo. A realidadedivina é visível de forma plena.

• Cavalo branco: sinal de vitória dos generais e imperadoresromanos. Um símbolo poderoso que anuncia a vitória completa. Járomanos. Um símbolo poderoso que anuncia a vitória completa. Jáantes do conflito é claro que é o vencedor. A batalha já foi vencidana cruz e ressurreição.

• 1º nome “fiel e verdadeiro”: o primeiro nome descreve a relação docavaleiro com o povo de Deus. As duas palavras se complementam.Em hebraico a palavra “verdadeiro” é muito ligado à ideia dafidelidade e continuidade, não a fatos verídicos em primeiro lugar.

19.11-16 O cavaleiro no cavalo branco

• 11 Vi os céus abertos e diante de mim um cavalo branco, cujocavaleiro se chama Fiel e Verdadeiro. Ele julga e guerreia com justiça.

• Julgar: a palavra é usada para descrever o ato de governar comjustiça e manter a maldade e os malfeitores longe dos justos.

• Guerreia: o ato de guerrear contra os poderes maus faz parte.

• Justiça: sem arbitrariedade, imparcial, olhando para todos.• Justiça: sem arbitrariedade, imparcial, olhando para todos.

19.11-16 O cavaleiro no cavalo branco

• 12 Seus olhos são como chamas de fogo, e em sua cabeça há muitascoroas e um nome que só ele conhece, e ninguém mais.

• Olhos como chamas de fogo: figura de linguagem que expressaque o cavaleiro vê tudo de forma completo, não é apenas aquilo que évisível aos olhos normais.

• Muitas coroas: as diademas e coroas da besta etc. podiam ser• Muitas coroas: as diademas e coroas da besta etc. podiam sercontadas, essas coroas não. Um símbolo de poder completo e sobretodos os povos.

• 2º nome desconhecido: descreve a realidade de que nunca vamosconhecer Cristo de forma completa. A divindade sempre vai ficar umsegredo aos nossos olhos.

19.11-16 O cavaleiro no cavalo branco

• 13 Está vestido com um manto tingido de sangue, e o seu nome éPalavra de Deus.

• Tingido de sangue: a discussão na literatura é em torno da origemdo sangue:

– Se é o sangue do próprio Cristo a imagem remete ao redentor e o sanguederramado em nosso favor.derramado em nosso favor.

– Se é o sangue dos seus inimigos a imagem remete ao juiz que veio para julgar omundo.

Pelo contexto a segunda interpretação parece mais viável.

• 3º nome “palavra de Deus”: esse nome descreve a relação docavaleiro com Deus. É uma expressão que liga o texto de formaíntima com o evangelho de João. É bom se lembrar que a palavra deDeus em primeiro lugar não é a palavra imprimida num livro, masuma pessoa da trindade. Palavra é realidade, acontecimento,descreve Deus em ação.

19.11-16 O cavaleiro no cavalo branco

• 14 Os exércitos dos céus o seguiam, vestidos de linho fino, branco epuro, e montados em cavalos brancos.

• Exércitos dos céus: também para essa expressão há dois tipos deinterpretação:

– Uns comentaristas enxergam aqui o povo de Deus que está seguindo o seumestre.mestre.

– Outros comentaristas interpretam a metáfora como sendo os anjos e serescelestiais, que rodeiam Deus.

As duas versões são possíveis respostas, talvez até se pensa nos doisgrupos no mesmo tempo. Armas surpreendentemente eles não tem.

• Linho fino: Roupa de boa qualidade e de valor.

• Branco: cor da vitória.

• Puro: apto de poder estar na presença de Deus.

19.11-16 O cavaleiro no cavalo branco

• 15 De sua boca sai uma espada afiada, com a qual ferirá as nações.Ele as governará com cetro de ferro. Ele pisa o lagar do vinho do furorda ira do Deus todo-poderoso.

• Espada afiada: a expressão e todo contexto lembra de Hb 4.12-13:Pois a palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada que qualquerespada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma eespada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma eespírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções docoração. 13 Nada, em toda a criação, está oculto aos olhos de Deus.Tudo está descoberto e exposto diante dos olhos daquele a quemhavemos de prestar contas.

• Ferir: se o contexto está certo não podemos falar de uma batalha,mas muito mais de um tribunal.

• Governar com cetro de ferro: sublinha o poder duradouro.

• Pisar...: sinônimos são dominar, reinar com força. Por trás dapalavra parece estar o verbo hebraico de Gn 1.27 (rdh).

19.11-16 O cavaleiro no cavalo branco

• 16 Em seu manto e em sua coxa está escrito este nome: REI DOSREIS E SENHOR DOS SENHORES.

• Manto e em sua coxa: existe a possibilidade de compreender asegunda parte como localização exata onde o nome está escrito nomanto. Não necessariamente são dois lugares diferente. Na literaturanão achei explicação por que a coxa está sendo mencionada no texto.não achei explicação por que a coxa está sendo mencionada no texto.Um autor fala que é o lugar que mais se destaca sentado num cavalo.

• 4º nome “rei dos reis e senhor dos senhores”: esse nome descrevea relação do cavaleiro com o mundo. Um título antigo dos reis dooriente que mantiveram reinos tão grandes que englobaram todos osreinos conhecidos. Um título que enfatiza o poder mundial doCristo.

19.17-21 Vitória sobre os poderes do mal

• 17 Vi um anjo que estava em pé no sol e que clamava em alta voz atodas as aves que voavam pelo meio do céu: "Venham, reúnam-separa o grande banquete de Deus,

• Empé no sol: ponto mais alto visível por todos.

• As aves: essa figura de linguagem apenas compreende-se a partir dotexto citado de Ez. As aves tornam se testemunhos da vitória detexto citado de Ez. As aves tornam se testemunhos da vitória deDeus. Sinal de que a criação participa da alegria?

• Banquete de Deus: antes o cordeiro convidou para um banquete dealegria e casamento, agora o convite é diferente. É um banquete deuma vitória bélica.

19.17-21 Vitória sobre os poderes do mal

• 18 para comerem carne de reis, generais e poderosos, carne decavalos e seus cavaleiros, carne de todos — livres e escravos,pequenos e grandes“. 19 Então vi a besta, os reis da terra e os seusexércitos reunidos para guerrearem contra aquele que está montadono cavalo e contra o seu exército.

• Carne de...: as imagens no nosso contexto cultural parecem fortes e• Carne de...: as imagens no nosso contexto cultural parecem fortes eviolentas demais. Eles querem descrever uma vitória completa, semfalhas e sem a possibilidade de que o inimigo pode se levantarnovamente.

• Besta: Depois da prostituta agora é a vez da besta.

• Guerra: Um ato de batalha faz parte do imaginário bíblico. Porémnão devemos entender a passagem no sentido que no finalrealmente exércitos estão se enfrentando.

19.17-21 Vitória sobre os poderes do mal

• 20 Mas a besta foi presa, e com ela o falso profeta que havia realizadoos sinais miraculosos em nome dela, com os quais ele haviaenganado os que receberam a marca da besta e adoraram a imagemdela. Os dois foram lançados vivos no lago de fogo que arde comenxofre.

• Presa: A grande surprese é que João não menciona nenhum detalhe• Presa: A grande surprese é que João não menciona nenhum detalhede uma batalha (por exemplo de Armagedom). A batalha é inclusano pensamento ou João não descreve nada dela porque no final nemse precisa dela, pois a vitória já é clara e o que resta o aprisionamentodos réus. O poder de Cristo é descrito aqui de uma forma que nempermite a dúvida de como será o fim da batalha.

• Lago de fogo: é um lugar de punição, tipo prisão para sofrer. Amenção que ainda são vivos refere-se a uma punição consciente“eterna”. Daqui para frente a besta e seu profeta não são maismencionados.

19.17-21 Vitória sobre os poderes do mal

• 21 Os demais foram mortos com a espada que saía da boca daqueleque está montado no cavalo. E todas as aves se fartaram com a carnedeles.

• Morto com a espada: a palavra do juiz é a sentença da morte. Seesses mortos façam parte da ressurreição e do julgamento finalpermanece em aberto. O texto em primeiro lugar que celebrar epermanece em aberto. O texto em primeiro lugar que celebrar emencionar a vitória completa do cavaleiro.

Resumo e lição

• O texto descreve de forma detalhada com muitas imagens e figurasde linguagem a convicção da vitória futura do cordeiro.

• É fácil criar fantasias e imagens que consideramos literais e astransportamos para dentro do horizonte da nossa história.

• Exatamente isso acontece na maioria das interpretações desse livroem geral e em especial desses últimos capítulos.em geral e em especial desses últimos capítulos.

• Não é fácil manter uma posição que realça o conteúdo teológicodesses capítulos e não cair na tentação da historização.

• Teologicamente completa se nesse texto a vitória de Cristo na cruz eressurreição. É até possível compreender o texto como umadescrição da batalha travada e vencida por Jesus quando foi colocadona cruz.

• Nesse aspecto o texto afirma e convida de confiar e colocar aesperança nessa vitória invisível, mas real, que vai ser revelada nofnal da vida pessoal ou do fim do mundo.

O Apocalipse