O livro Apocalipse24 A visão do julgamento da grande prostituta

(18.20-19.10)

Jörg Garbers – Ms. de Teologia

Introdução 18.20-19.10

• Capítulo 17.16 já anunciou a ruína da grande cidade, em cap. 18 essejulgamento agora está sendo detalhada.

• O cap. 18 descreve até v. 19 a ruína, o castigo e o lamento daBabilônia.

• A partir do v. 20 até cap. 19.10 é descrito a consumação e o louvor arespeito desse feito.respeito desse feito.

• 18.20-19.10 contempla, reflete e termina o assunto da grandeBabilônia.

• Em primeiro plano encontra-se o jubilo referente a queda daprostituta.

• Semelhante aos três lamentos, três grupos formulam o Aleluia e omotivo da grande alegria e celebração.

• João trata o fato como consumado e futuro no mesmo tempo.

Estrutura 18.20-19.10

• 18.20 Convite ao júbilo

• 18.21-24 Ato simbólico e motivo do jubilo

• 19.1-3 O primeiro Aleluia

• 19.4-5 O segundo Aleluia

• 19.6-9 O terceiro Aleluia

• 19.10 Anjos são servos

18.20 Convite ao júbilo

• 20 Celebrem o que se deu com ela, ó céus! Celebrem, ó santos,apóstolos e profetas! Deus a julgou, retribuindo-lhe o que ela fez avocês.

• Depois do anuncio profético da queda da Babilônia, a visão já estácontemplando o júbilo a respeito disso.

• Céus: pode ser considerado o resumo de todos ou formando o• Céus: pode ser considerado o resumo de todos ou formando onúmero 4 com os demais mencionados. De qualquer jeito o convite épara todos que pertencem a Deus.

• Deus cuidou dos seus e entrou em ação em favor dos seus. É semprea maior dúvida: porque o justo há de sofrer? Apocalipse não resolveo problema, mas anuncia o fim do sofrimento.

18.21-24 Ato simbólico e motivo do jubilo

• 21 Então um anjo poderoso levantou uma pedra do tamanho de umagrande pedra de moinho, lançou-a ao mar e disse: "Com igualviolência será lançada por terra a grande cidade de Babilônia, paranunca mais ser encontrada. 22 Nunca mais se ouvirá em seu meio osom dos harpistas, dos músicos, dos flautistas e dos tocadores detrombeta. Nunca mais se achará dentro de seus muros artíficetrombeta. Nunca mais se achará dentro de seus muros artíficealgum, de qualquer profissão. Nunca mais se ouvirá em seu meio oruído das pedras de moinho.

• Atos simbólicos fazem parte da palavra profética. Os atos consomeme anunciam aquilo que o futuro irá trazer.

• A Babilônia será aniquilada.

• Com imagens diversas anuncia se o silêncio da morte sobre a cidade.

• Festas, trabalhos e o sustento diário – tudo será apagado.

18.21-24 Ato simbólico e motivo do jubilo

• 23 Nunca mais brilhará dentro de seus muros a luz da candeia.Nunca mais se ouvirá ali a voz do noivo e da noiva. Seus mercadoreseram os grandes do mundo. Todas as nações foram seduzidas porsuas feitiçarias. 24 Nela foi encontrado sangue de profetas e desantos,e de todos os que foram assassinados na terra".

• Além dos sons emitidas da cidade grande também irão se apagar as• Além dos sons emitidas da cidade grande também irão se apagar asluzes e os brilhos. Silêncio e escuridão envolvem a grande Babilônia.Destruição total.

• Mais uma vez é mencionado o motivo do castigo e juízo.

• Tudo está sendo feito com justiça, nada é arbitrário.

19.1-3 O primeiro Aleluia

• 1 Depois disso ouvi nos céus algo semelhante à voz de uma grandemultidão, que exclamava: "Aleluia! A salvação, a glória e o poderpertencem ao nosso Deus, 2 pois verdadeiros e justos são os seusjuízos. Ele condenou a grande prostituta que corrompia a terra com asua prostituição. Ele cobrou dela o sangue dos seus servos“. 3 E maisuma vez a multidão exclamou: "Aleluia! A fumaça que dela vem,uma vez a multidão exclamou: "Aleluia! A fumaça que dela vem,sobe para todo o sempre".

• Em contraposição aos 3 lamentos, lemos agora 3 aleluias.

• Em contraposição ao silêncio ouvimos muitas vozes.

• Em contraposição a escuridão vemos a luz de Deus brilhar.

• Aleluia: palavra hebraica que significa “Louvem Jahwe!”. Essapalavra aparece a primeira vez nos salmos e restringe-se ao últimoterço desse livro. O livro termina com o grande Aleluia do Sl 150. Apalavra faz parte da liturgia de gratidão a Deus que resgata o seupovo e julga os malfeitores.

19.1-3 O primeiro Aleluia

• 1 Depois disso ouvi nos céus algo semelhante à voz de uma grandemultidão, que exclamava: "Aleluia! A salvação, a glória e o poderpertencem ao nosso Deus, 2 pois verdadeiros e justos são os seusjuízos. Ele condenou a grande prostituta que corrompia a terra com asua prostituição. Ele cobrou dela o sangue dos seus servos“. 3 E maisuma vez a multidão exclamou: "Aleluia! A fumaça que dela vem,uma vez a multidão exclamou: "Aleluia! A fumaça que dela vem,sobe para todo o sempre".

• Exatamente esse significado norteia o uso no texto do cap. 19.

• Multidão: provavelmente os anjos.

• O motivo do louvor aqui se dá de forma “negativa”: o castigo dagrande prostituta.

• A fumaça é o sinal visível para todos da derrota.

19.4-5 O segundo Aleluia

• 4 Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes prostraram-se eadoraram a Deus, que estava assentado no trono, e exclamaram:"Amém, Aleluia!“

• Da periferia para o centro, dos anjos para a proximidade do trono.Agora é a vez dos anciãos de cantar e anunciar o segundo aleluia.

• A palavra “Amém” resume todos os feitos de Deus e concorda com• A palavra “Amém” resume todos os feitos de Deus e concorda comeles. É a palavra final a respeito de tudo que foi feito com a grandeBabilônia.

• A postura é de submissão e adoração: Deus é Deus

19.4-9 O terceiro Aleluia

• 5 Então veio do trono uma voz, conclamando: "Louvem o nossoDeus, todos vocês, seus servos,vocês que o temem, tanto pequenoscomo grandes!“ 6 Então ouvi algo semelhante ao som de uma grandemultidão, como o estrondo de muitas águas e fortes trovões, quebradava: "Aleluia!, pois reina o Senhor, o nosso Deus, o Todo-poderoso.poderoso.

• Finalmente é a vez da comunidade, do povo de Deus de entoar oaleluia.

• Louvem o nosso Deus: é novamente a palavra “aleluia”. A voz deum servo convida o povo de Deus a cantar e louvar.

• Servos, temer, pequenos, grandes: o número 4 novamenteengloba todos. Ninguém pode faltar.

• O motivo do aleluia dessa vez se dar na forma positiva: Deus reina...

19.4-9 O terceiro Aleluia

• 7 Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-lhe glória! Pois chegou ahora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou. 8 Paravestir-se, foi-lhe dado linho fino, brilhante e puro". O linho fino sãoos atos justos dos santos.

• Tudo está em atmosfera de festa. Por isso segue se a imagem emetáfora da mais alegre festa para o ser humano: o casamento.metáfora da mais alegre festa para o ser humano: o casamento.

• Casamento entre o cordeiro e a sua noiva: já no AT o povo deDeus podia ser comparada com a esposa ou noiva de Deus. Porém afesta de casamento como metáfora é algo mais novo que surgiudepois dos textos do AT. Não é a aliança e o ato em si que formam omotivo da comparação, mas a grande alegria. A alegria da festa écomparativo para o encontro de Cristo com a sua comunidade. Essaalegria abundante é o contraste para o julgamento anterior. A noiva éo contrário da prostituta e assemelha se a mulher perseguida no cap.12. Lá em sofrimento, agora libertada e resgatada.

19.4-9 O terceiro Aleluia

• 7 Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-lhe glória! Pois chegou ahora do casamento do Cordeiro, e a sua noiva já se aprontou. 8 Paravestir-se, foi-lhe dado linho fino, brilhante e puro". O linho fino sãoos atos justos dos santos.

• O vestido da noiva é presente do noivo.

• Os atos justos dos santos contrastam os atos desprezíveis da• Os atos justos dos santos contrastam os atos desprezíveis daprostituta. Esses atos são dádiva, não tem espaço para vangloriaaqui, pois toda honra e gloria pertencem agora a Deus. Ef 2.10:Porque somos criação de Deus realizada em Cristo Jesus parafazermos boas obras, as quais Deus preparou antes para nós aspraticarmos.

19.4-9 O terceiro Aleluia

• 9 E o anjo me disse: "Escreva: Felizes os convidados para o banquetedo casamento do Cordeiro!" E acrescentou: "Estas são as palavrasverdadeiras de Deus“.

• A mudança súbita da metáfora apenas sublinha que a alegria é oponto da comparação. Primeiro o povo de Deus é a noiva, agora setransforma na multidão dos convidados.transforma na multidão dos convidados.

• Tudo isso ainda é futuro para João e a comunidade cristão nomomento da origem do livro Apocalipse. Os convidados já podem sealegrar com a expectativa da festa do casamento, mas a data festaainda não chegou, porém na perspectiva de João está bem próxima.

• Mas por enquanto há sofrimento e perseguição, medo e dúvida.

• Por isso a afirmação final: essas não são palavras humanas apenas,mas são palavras de Deus e consequentemente são verdadeiros evão cumprir-se.

19.10 Anjos são servos

• 10 Então caí aos seus pés para adorá-lo, mas ele me disse: "Não façaisso! Sou servo como você e como os seus irmãos que se mantêmfiéis ao testemunho de Jesus. Adore a Deus! O testemunho de Jesus éo espírito de profecia".

• João ficou admirado. E quer de alguma forma agradecer e honrar aomensageiro por essa profecia. A palavra adorar em grego podemensageiro por essa profecia. A palavra adorar em grego podesignificar também de prostrar-se em referencia.

• A resposta é clara e encontra-se em concordância com o AT e NT:apenas Deus é digno de honra e gloria, as demais “pessoas” sãoservos, mesmo os anjos.

• A palavra do mensageiro sublinha de forma muito bonita a conexãoentre João e os seus “irmãos”. Aqueles que testemunha de Jesus sãoprofetas e fazem parte da mesma família.

Resumo e lição

• Os versículos 18.20 – 19.10 estão lançando uma luz no meio de umtempo de escuridão: As forças do mal nem sempre vão vencer. Deusé mais poderoso.

• É um convite à comunidade para se alegrar já agora no meio dostormentos, mesmo se isso não é fácil.

• O texto quer ser um ponto de esperança, de expectativa alegre.• O texto quer ser um ponto de esperança, de expectativa alegre.Depois de uma semana cheia de trabalho segue-se o final de semanade festa.

• A perspectiva da vida nesse mundo é não somente a crise, osproblemas e dificuldades. A perspectiva cristão vai além disso e podecelebrar já agora a vitória final e sair da depressão.

O Apocalipse