O mar e os mitos

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Page 1: O mar e os mitos

O MAR E OS MITOS

EXPOSIÇÃO

O MAR E OS MITOS

Page 2: O mar e os mitos

PONTO

Ponto ("alto-mar") é um deus

primordial, uma divindade do mar.

Nascido de Gaia sem que houvesse a

união com outra divindade primordial,

Ponto é o deus pré-olímpico do mar.

É o pai da maioria dos deuses marinhos

antigos com a deusa-terra Gaia incluindo

Nereu, Fórcis e Ceto, Taumas e Euríbia.

Com Thalassa, Ponto reinava os peixes e outras criaturas

marinhas.

Nas lendas atuais Ponto é o líder e mestre de todos os rios

sinistros que banham o tártaro.

Esta dualidade de Ponto, como o gerador da vida, e o líquido da

morte mostram-nos que vida e morte têm um ponto comum.

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Tálassa ("mar") é uma deusa primordial do mar, filha de Éter e

Hemera. É a personificação do mar Mediterrâneo.

Com Ponto, ela foi a mãe da ninfa Hália, às vezes também do

Gigante Egeon, a personificação do Mar Egeu, dos nove

Telquines e de todos os peixes e seres existentes no mar.

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Page 4: O mar e os mitos

NEREU

Nereu, o rei do mar Egeu, numa representação dum vaso grego

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Na mitologia grega, também conhecido pelo epíteto de O Ancião do

Mar, reinava o Mediterrâneo, e mais particularmente, o Egeu. Filho

de Ponto e Gaia, casou-se com Dóris, uma das filhas de Oceano,

tornando-se pai das cinquenta Nereidas, dotadas de uma grande

beleza e personificadas como as vagas do mar. Possuía, como

outras divindades marinhas, o dom da profecia e da transformação.

Era defensor da justiça e da sabedoria.

Page 5: O mar e os mitos

FÓRCIS E CETO

Fórcis é um deus marinho, filho de Pontos, o mar, e Gaia, a terra,

irmão e consorte de Ceto (“monstro do Mar”), deusa marinha que

personifica os perigos do mar. É a Deusa de baleias, grandes

tubarões e monstros marinhos. Fórcis e Cento geraram monstros

horríveis, entre eles Equidna (tronco de mulher e cauda de

serpente), Cila (um monstro que tinha o rosto e o peito de uma

mulher), Ládon (dragão da Cólquida, conhecido como o guardião do

velo de ouro), as Greias ( mulheres velhas, nome de Dino, Énio e

Péfredo) e as Górgonas (Esteno, Euríade e Medusa).

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Page 6: O mar e os mitos

O TITÃ OCEANO

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Mosaico Romano de Oceanus, sec. III DC.

Oceano, filho de Urano (Céu) e Gaia (Terra), é o imenso rio que rodeia a Terra,

O seu corpo era formado por um torso de homem, garras de caranguejo, chifres na cabeça e grande barba, terminando em cauda de serpente. Oceano representa as águas desconhecidas do Atlântico (também chamado de "Mar Oceano").

Da união entre Oceano e sua irmã Tétis, nasceram as ninfas dos mares ou Oceânides, entre elas, Anfitrite, mãe de Tritão, as Nereidas, os rios, além de todos os seres marinhos, que participavam das aventuras dos deuses, como os golfinhos.

Suas inúmeras filhas são personificações da sabedoria e das leis que dominam o cosmos: Métis, o conhecimento; Tiké, a fortuna; e Plutó, a riqueza. As Néfeles, outras filhas suas, eram ninfas deusas das nuvens. Por isso, os gregos apelidaram as nuvens de "Jardins de Oceano", pois consideravam que nasciam no horizonte ilimitado, a morada do deus.

Page 7: O mar e os mitos

TÉTIS TOCEANOT

Tétis ("ama, nutriz"), deusa do mar, a mais jovem das Titânides, é filha de Urano, o Céu, e de Gaia, a Terra. Casou com Oceano, seu irmão, e foi mãe

de três mil ninfas chamadas Oceânides. Serão, ainda, seus filhos, não somente os rios e as fontes, mas também Proteu, Etra e Persa.

Tétis é a deusa da água, matéria-prima que, segundo uma crença antiga, entra na formação de todos os corpos.

O seu carro é uma concha de maravilhosa forma e de uma brancura de marfim nacarado. Quando percorre o seu império, o carro, puxado por cavalos-marinhos mais brancos do que a neve, parece voar, à superfície das águas. À sua volta, os delfins, brincando, saltam no mar. Tétis é acompanhada pelos Tritões que tocam trombeta com as suas conchas recurvas, e pelas Oceânides coroadas de flores.

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Page 8: O mar e os mitos

POSEIDON (NEPTUNO)

Poseidon é filho dos Titãs Cronos e de Réia. Quando o pai foi destronado e

vencidos os titãs, os três irmãos (Zeus/Júpiter; Hades/Plutão; Poseidon/Neptuno)

partilharam entre si o império do universo. Poseidon (Neptuno) herdou o reino dos

mares.

Poseidon possuía um palácio de ouro, situado no fundo do mar, e percorria a

superfície da água, numa carruagem de ouro, levada por cavalos velozes. Tinha

poder sobre as tempestades e sobre os ventos. Garantia a segurança dos

marinheiros ou a destruição de seus navios de acordo com a sua vontade. A sua

arma era o tridente, uma lança terminada em três pontas e com a qual ele podia

provocar terremotos na terra. Sua esposa, Anfitrite, deu à luz diversos filhos seus,

incluindo Tritão.

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Page 9: O mar e os mitos

Proteu, deus marinho, é filho de Oceano e de Tétis. Proteu guardava os

rebanhos de Poseidon (grandes peixes e focas). Para o recompensar dos

trabalhos que com isso tinha Poseidon deu-lhe o conhecimento do passado, do

presente e do futuro. No entanto, recusava-se a usar esse poder. Para o

convencer a falar, era necessário surpreendê-lo durante o sono, e amarrá-lo de

maneira a que não pudesse escapar, pois ele tomava todas as formas para

espantar os que se aproximavam: a de leão, dragão, leopardo, javali; algumas

vezes metamorfoseava-se em árvore, em água e mesmo em fogo; mas se

conseguissem mantê-lo preso, retomava a forma primitiva e respondia a todas as

perguntas que se lhe fizessem.

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Page 10: O mar e os mitos

SEREIAS

Eram filhas do rio Aqueló e da musa Calíope. Ordinariamente contam-se três:

Parténope, Leucósia e Lígea, nomes gregos que evocam as ideias de candura, brancura

e harmonia. Outros lhes dão os nomes de Aglaufone, Telxieme e Pisinoe, denominações

que exprimem a doçura de sua voz e o encanto de suas palavras.

O oráculo predissera às Sereias que viveriam tanto tempo quanto pudessem deter os

navegantes à sua passagem. Mas, desde que um só passasse sem para sempre ficar

preso ao encanto de suas vozes e de suas palavras, elas morreriam. Por isso

essas feiticeiras, sempre em vigília, não deixavam de deter com sua harmonia todos os

que chegavam perto delas e cometiam a imprudência de escutar os seus cantos.

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Page 11: O mar e os mitos

EXPOSIÇÃO

O MAR NA POESIA

Page 12: O mar e os mitos

Trazias de Lisboa o que em Lisboa

é um apelo do mar: um mais além.

Trazias Índias e naufrágios. Fado e Madragoa.

E o cheiro a sul que só Lisboa tem.

Trazias de Lisboa a velha nau

que nos fez e desfez (em Lisboa por fazer).

Trazias a saudade e o escravo Jau

pedindo por Camões (em Lisboa a morrer).

Trazias de Lisboa a nossa vida

parada no Rossio: nau partida

em Lisboa a partir (Ó glória vã

não mais não mais que uma bandeira rota).

Trazias de Lisboa uma gaivota.

E era manhã.

in Coisa Amar (Coisas do mar)

MANUEL ALEGRE

Page 13: O mar e os mitos

ANTÓNIO NOBRE Georges! anda ver meu país de Marinheiros, O meu país das naus, de esquadras e de frotas! Oh as lanchas dos poveiros A saírem a barra, entre ondas de gaivotas! Que estranho é! Fincam o remo na água, até que o remo torça, À espera de maré, Que não tarda aí, avista-se lá fora! E quando a onda vem, fincando-a com toda a forca, Clamam todas à urra: «Agora! agora! agora!» E, a pouco e pouco, as lanchas vão saindo (Às vezes, sabe Deus, para não mais entrar...) Que vista admirável! Que lindo! Que lindo! Içam a vela, quando já têm mar: Dá-lhes o Vento e todas, à porfia, Lá vão soberbas, sob um céu sem manchas, Rosário de velas, que o vento desfia, A rezar, a rezar a Ladainha das Lanchas: Senhora Nagonia! Olha acolá! Que linda vai com seu erro de ortografia... Quem me dera ir lá! Senhora Daguarda! (…)

Page 14: O mar e os mitos

ANTÓNIO BATIÇA FERREIRA PAÍS NATAL

Um sentimento de amor pátrio sobe no meu coração,

Em espírito demando o meu país natal,

E lembro aquela floresta africana,

Cheia de caça e de verdura;

Lembro as suas imensas árvores gigantes,

A folhagem verde ou amarela

Que nos perfuma.

Revejo a minha infância,

Toda cheia de alegrias:

Eu corria pelo mato,

Espiava os animais selvagens,

Sem medo;

E olhava os lavradores nos campos,

E, no mar, os pescadores,

Que lutavam contra o vento, para agarrar o peixe,

E que eu, atento, seguia com o olhar:

Como gostava de os ver no oceano

Domar as vagas, que lhes queriam virar as barcas!

(Ah! bem me lembro, bem me lembro do meu pais natal!)

Page 15: O mar e os mitos

MANUEL DOS SANTOS LIMA SÃO MEUS ESTES RIOS

São meus estes rios

que buscam caminho

rastejando entre luar e silêncio,

sombra e madrugada,

até ao seu fim marítimo.

A minha alma está neles,

líquida e sonora

como a água entre o quissange das pedras,

o anoitecer nas fontes.

Tenho rios vermelhos e quentes

na minha dimensão física,

rios remotos, remotos como eu.

Page 16: O mar e os mitos

JOSÉ CRAVEIRINHA AO MEU BELO PAI EX-EMIGRANTE

(…)

Oh, Pai:

Juro que em mim ficaram laivos

do luso-arábico Algezur da tua infância

mas amar por amor só amo

e somente posso e devo amar

esta minha bela e única nação do Mundo

onde minha mãe nasceu e me gerou

e contigo comungou a terra, meu Pai.

E onde ibéricas heranças de fados e broas

se africanizaram para a eternidade nas minhas veias

e teu sangue se moçambicanizou nos torrões

da sepultura de velho emigrante numa cama de hospital

colono tão pobre como desembarcaste em África

meu belo Pai ex-português.

(…)

E fica a tua prematura beleza afro-algarvia

quase revelada nesta carta elegia para ti

meu resgatado primeiro ex-português

número UM Craveirinha moçambicano!

Page 17: O mar e os mitos

CESÁRIO VERDE

AVE-MARIAS Nas nossas ruas, ao anoitecer, Há tal soturnidade, há tal melancolia, Que as sombras, o bulício, o Tejo, a maresia Despertam-me um desejo absurdo de sofrer. (…) Voltam os calafates, aos magotes, De jaquetão ao ombro, enfarruscados, secos; Embrenho-me, a cismar, por boqueirões, por becos, Ou erro pelos cais a que se atracam botes. E evoco, então, as crónicas navais: Mouros, baixéis, heróis, tudo ressuscitado! Luta Camões no Sul, salvando um livro a nado! Singram soberbas naus que eu não verei jamais! E o fim da tarde inspira-me; e incomoda! (…) Vazam-se os arsenais e as oficinas; Reluz, viscoso, o rio, apressam-se as obreiras; E num cardume negro, hercúleas, galhofeiras, Correndo com firmeza, assomam as varinas. (…) E algumas, à cabeça, embalam nas canastras Os filhos que depois naufragam nas tormentas. (…)

Page 18: O mar e os mitos

FERNANDO PESSOA

HORIZONTE

O mar anterior a nós, teus medos

Tinham coral e praias e arvoredos.

Desvendadas a noite e a cerração,

As tormentas passadas e o mistério,

Abria em flor o Longe, e o Sul sidério

Splendia sobre sobre as naus da iniciação.

Linha severa da longínqua costa

Quando a nau se aproxima ergue-se a encosta

Em árvores onde o Longe nada tinha;

Mais perto, abre-se a terra em sons e cores:

E, no desembarcar, há aves, flores,

Onde era só, de longe a abstracta linha.

O sonho é ver as formas invisíveis

Da distância imprecisa, e, com sensíveis

Movimentos da esp'rança e da vontade,

Buscar na linha fria do horizonte

A árvore, a praia, a flor, a ave, a fonte

Os beijos merecidos da Verdade.