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Ano XXIV Nº 292 dezembro de 2013 N a juventude, ainda residindo em Fortaleza, leitor inveterado, caiu-se às mãos, de empréstimo, um livro impactante, desnorteante, de histórias meio fantásticas, mas sem fugirem de uma realidade pulsante, que jamais vira em outros escritores. Em São Paulo, para onde me transferi, procurei descobrir quem seria esse escritor. O livro se chamava Mulheres e Monstros. Fui à Biblioteca Municipal e lá encontrei m ais dois livros do autor: Jantando um Defunto e Farras com o Demônio . Mesmo impacto. No primeiro, malha a Coluna Prestes, que varava os sertões do País. Uma malhação bárbara e fantasios a, mas que empolgava. No segundo, envolvências mirabolantes e meio mágicas, calcadas numa realidade doída. A leitura desse autor me fascinava. Estilo palpitante, elegante, valendo-se sempre de um vocabulário rico, surpreendente e vívido, fugindo, porém, do precioso. Estilo personalíssimo e notável. E procurei me informar mais e mais sobre esse escritor do final da década de vinte e anos trinta do século que passou. Assinava-se João de Minas. De tanto vas culhar, particularmente quando entrei para a União Brasileira de Escritores e assumi a secretaria administrativa da entidade, juntei alguns dados sobre o tal escritor desconhecido e publiquei, no suplemento do Diário Oficial, um artigo sobre ele, de igual título: O Incrível João de Minas. Fiquei sabendo que s e cham ava Ariosto Palom bo, nascido em Ouro Preto. Tornara-se jornalista e viveu uma vida m eio aventureira. Fixou-se, durante bom tem po, em Uberaba e se ligou ao jornal local Lavoura & Comércio. Mas, inquieto como era, girou por muitas cidades, colaborou em muitos jornais, meteu-se em viagens pelo Brasil central, ainda precariamente desbravado. Escreveu, em consequência, histórias saborosas dessas viagens, cheias de realidades e fantasias. Fez conferências concorridas porque, com a sua im aginação fértil e febril, num a delas garantiu que vira, nos sertões de Mato Grosso, um jacaré- elefante. Assinava João de Minas, seguindo o hábito de outros de renome das nossas letras: João do Rio (escritor Paulo Barreto, a quem admirava) e João do Norte (escritor e historiador Gustavo O Incrível João de Minas Barroso, do Ceará). Então, sendo mineiro, inteligente, imaginoso e inventivo, teria de ser, como foi, o João de Minas.Ariosto Palombo só nos documentos. O escritor Bernardo Élis, de Goiás, que o conheceu, contou-me passagens incríveis de João de Minas. Um irrequieto indomável, cheio de planos mirabolantes, ao lado de um escritor notável. Dizia-me que João de Minas foi o prim eiro escritor brasileiro a trazer ao vivo, com um impacto pulsante e poético, a literatura fantástica. Nisto eu creio. Guardo na memória passagens de seus livros que se perpetuaram na m inha lem brança e s ensibilidade. Todo o livro A Mulher Carioca aos 22 anos é um desatar de amarras da moral rígida da época, sem descambar para a chulice. Subia na vida e des aparecia. Anunciava livros maravilhosos, que nunca vieram a público. Quando elogiava alguém, punha-o no céu; quando atacava, arrasava-o por inteiro. Resolveu abandonar as letras e fundou uma igreja, com sede aqui em São Paulo, denominada Igreja Comunista Cristã Científica. Escreveu uma bíblia, nom eou bispos, angariou adeptos. Tentou, como papa da sua igreja, entrar para a União Bras ileira de Escritores, pouco depois da criação desta, em 1958. Contou-me o escritor Antônio D’ Elia, um dos diretores da entidade, que o presidente Paulo Duarte vetou a proposta, por achá-lo inconsequente e avoado. Alguns diretores, porém, foram a favor de sua inscrição, porque, segundo estes, o que importava era a sua obra literária, de alto valor. Mas não houve jeito e ele, João de Minas, sentiu-se muito magoado. Mas silenciou. Não investiu contra a UBE. Fundou outras entidades, inclusive a Academia de Ciências Ocultas,e se denom ina va Mahatm a Patiala. Tudo isso ia se somando na via de João de Minas.A de escritor ficando para traz. Escrevia, de preferência à mão. Os originais de A Mulher Carioca aos 22 Anos foram escritos em tiras de papel, a lápis, formando um calhamaço. Leu-o para Veiga Miranda tudo aquilo, em meados de 1932, na cidade de Franca, como informa na apresentação do livro. O que ele fazia em Franca, nas suas andanças, não consegui descobrir. Veiga Miranda foi taxativo e o próprio João de Minas acrescenta isso: “Gostei muito. Mas você ou é um precursor, que a crítica literária mais tarde elevará às culminâncias, ou um louco banal, um tarado.” Assim era o João de Minas, coberto de elogios da crítica da época, muito especialm ente de Humberto de Campos, que o exaltava. Vi-o, uma única vez, na televisão, há m uitos anos ,dando um a entrevista sobre um m undo de assuntos. Aderbal Freire-Filho, no posfácio de A Mulher Carioca aos 22 Anos, traça-lhe um perfil minucioso e bem elaborado. Foi desaparecendo, desaparecendo, e apagou de vez, recolhido na cidade de Boituva, próxima à capital paulista,onde faleceu, em 1984 e lá foi sepultado. Ao longo da sua vida plena de surpresas casou-se e deixou descendentes. O escritor Rui Ribeiro m uito fez para desvendar-lhe os “mistérios” e trazer ao vivo sua obra. Encontrou m uitas barreiras, que as lacunas persistem. E Leandro Almeida apresentou tese de Mestrado e Doutorado na USP ( Universidade de São Paulo) sobre a obra de João de Minas. Vamos ver se será o renascimento do seu nome e sua obra. E de tantos outros escritores de valor que continuam esquecidos. Aguardemos. Caio Porfírio Carneiro Caio Porfírio Carneiro é escritor, crítico literário e membro do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. di vulg aç ão João de Minas

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Ano XXIV Nº 292 dezembro de 2013

Na juventude, ainda residindo emFortaleza, leitor inveterado, caiu-seàs mãos, de empréstimo, um livro

impactante, desnorteante, de histórias meiofantás ticas, m as sem fugirem de uma realidadepulsante, que jamais vira em outros escritores.Em São Paulo, para onde me transferi, procureidescobrir quem seria esse escritor. O livro sechamava Mulheres e Monstros. Fui à BibliotecaMunicipal e lá encontrei m ais dois livros do autor:Jantando um Defunto e Farras com o Demônio .Mesmo impacto. No primeiro, malha a ColunaPrestes, que varava os sertões do País. Umamalhação bárbara e fantasios a, mas queempolgava. No s egundo, envolvênciasmirabolantes e meio mágicas, calcadas numarealidade do ída.

A leitura desse autor me fascinava. Estilopalpitante, elegante, valendo-se sempre de umvocabulário rico, surpreendente e vívido, fugindo,porém, do precioso. Estilo personalíssimo enotável. E procurei me informar mais e maissobre esse escritor do final da década de vinte eanos trinta do século que passou. Ass inava-seJoão de Minas.

De tanto vasculhar, particularmente quandoentrei para a União Brasileira de Escritores eassum i a secretaria adm inistrativa da entidade,junte i alguns dados s obre o ta l escritordesconhecido e publiquei, no suplemento doDiário Oficial, um artigo s obre ele, de igual título:O Incrível João de Minas. Fiquei sabendo quese cham ava Ariosto Palom bo, nascido em OuroPreto. Tornara-se jornalista e viveu uma vidam eio aventureira. Fixou-se, durante bom tem po,em Uberaba e se ligou ao jornal local Lavoura &Comércio. Mas, inquieto como era, girou pormuitas cidades, colaborou em muitos jornais,meteu-se em viagens pelo Brasil central, aindaprecariamente desbravado. Escreveu, emconsequência, histórias saborosas dessasviagens, cheias de realidades e fantas ias. Fezconferências concorridas porque, com a suaim aginação fértil e febril, num a delas garantiu quevira, nos sertões de Mato Grosso, um jacaré-elefante.

Assinava João de Minas , seguindo o hábitode outros de renome das nossas letras: João doRio (escritor Paulo Barreto, a quem adm irava) eJoão do Norte (escritor e historiador Gustavo

O Incrível João de Minas

Barroso, do Ceará). Então, sendo mineiro,inteligente, imaginoso e inventivo, teria de ser,com o foi, o João de Minas . Arios to Palom bo sónos docum entos.

O escritor Bernardo Élis , de Goiás, que oconheceu, contou-me passagens incríveis deJoão de Minas. Um irrequieto indomável, cheiode planos m irabolantes, ao lado de um escritornotável. Dizia-me que João de Minas foi oprim eiro escritor bras ileiro a trazer ao vivo, comum impacto pulsante e poético, a literaturafantástica. Nisto eu creio. Guardo na memóriapassagens de seus livros que se perpetuaramna m inha lem brança e s ensibilidade. Todo o livroA Mulher Carioca aos 22 anos é um desatar deam arras da moral rígida da época, s emdescambar para a chulice.

Subia na vida e des aparecia. Anunciava livrosmaravilhosos, que nunca vieram a público.Quando elogiava alguém, punha-o no céu;quando atacava, arrasava-o por inteiro.

Resolveu abandonar as letras e fundou umaigreja, com sede aqui em São Paulo, denominadaIgreja Comunista Cristã Científica. Escreveu umabíblia, nom eou bispos, angariou adeptos. Tentou,como papa da sua igreja, entrar para a UniãoBras ileira de Escritores, pouco depois da criaçãodesta, em 1958. Contou-me o escritor AntônioD’ Elia, um dos diretores da entidade, que o

pres idente Paulo Duarte vetou a proposta, porachá-lo inconsequente e avoado. Algunsdiretores , porém, foram a favor de sua inscrição,porque, segundo estes, o que importava era asua obra literária, de alto valor. Mas não houvejeito e ele, João de Minas, sentiu-se muitomagoado. Mas silenciou. Não investiu contra aUBE.

Fundou outras entidades, inclusive aAcademia de Ciências Ocultas , e se denom inavaMahatm a Patiala.

Tudo isso ia se som ando na via de João deMinas . A de escritor ficando para traz. Escrevia,de preferência à mão. Os originais de A MulherCarioca aos 22 Anos foram escritos em tiras depapel, a lápis , formando um calhamaço. Leu-opara Veiga Miranda tudo aquilo, em m eados de1932, na cidade de Franca, como informa naapresentação do livro. O que ele fazia em Franca,nas suas andanças, não consegui descobrir.Veiga Miranda foi taxativo e o próprio João deMinas acrescenta isso: “Gos tei m uito. Mas vocêou é um precursor, que a crítica literária maistarde elevará às culminâncias, ou um louco banal,um tarado.”

Assim era o João de Minas, coberto deelogios da crítica da época, muito especialm entede Humberto de Campos , que o exaltava.

Vi-o, uma única vez, na televisão, há m uitosanos , dando um a entrevista sobre um m undo deassuntos.

Aderbal Freire-Filho, no posfácio de A MulherCarioca aos 22 Anos, traça-lhe um perfilminucioso e bem elaborado.

Foi desaparecendo, desaparecendo, eapagou de vez, recolhido na cidade de Boituva,próxima à capital paulista, onde faleceu, em 1984e lá foi sepultado.

Ao longo da sua vida plena de surpresascasou-se e deixou descendentes.

O escritor Rui Ribe iro m uito fez paradesvendar-lhe os “mistérios” e trazer ao vivo suaobra. Encontrou m uitas barreiras, que as lacunaspersistem. E Leandro Almeida apresentou tesede Mes trado e Doutorado na USP ( Universidadede São Paulo) sobre a obra de João de Minas .

Vamos ver se será o renascimento do seunome e sua obra. E de tantos outros escritoresde valor que continuam esquecidos .

Aguardemos.

Caio Porfírio Carneiro

Caio Porfírio Carneiro é escritor, críticoliterário e membro do Instituto Histórico e

Geográfico de São Paulo.

di vulgação

João de Minas

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Página 2 - dezembro de 2013

Raymundo Farias de Oliveira

Saio da tristec e r imô n i ade c rema-

ção do corpo de meuquerido amigo de tantosanos debatendo-menuma rede de penosasref lexões. Na verdade, acerimônia consiste numdoloroso silêncio de es-pera, na profunda emo-ção que se adensa naf isionomia dos presentes e na como-vedora mús ica que inunda oambiente,quando a pesada tampase ergue, com um ruído solenemen-te fúnebre, e o caixão, vindo lá debaixo em cima de um pedestal, pai-ra ali no centro daquele espaçocircunferencial rodeado pelos fami-liares e amigos do morto, sentadosem suas poltronas.

Felizmente, não vemos a c re-mação. Nem quero imaginar a cenaonde o corpo de um amigo queridoé queimado, incinerado até virar cin-zas. Cinzas e nada mais – para osque só acreditam na matéria e des-prezam Platão. A cremação ocorredepois, dentro de um esquema defunc ionamento do crematório, emdias determinados . Depois, as cin-zas são entregues em embalagemprópria aos familiares e aí vão paraalgum lugar escolhido pelo própriomorto ou por seus familiares. As deJorge Amado foram parar no pé deuma árvore frondosa em cuja som-bra o escritor gostava de descansarna quietude de seu quintal.

Eu disse tris te cerimônia. E émesmo. Toda cerimônia fúnebre étriste. Quem consegue contemplaro rosto e o corpo inerte de um ami-

APRENDENDO A VIVER

Indicador Profissional

go dormindo entre cri-sântemos num caixãosem mergulhar, comtr is teza, em indaga-ções profundas sobreo mistério da vida ouda morte? Por maisque saibamos que ohomem é um “sertemporal” ou que amorte faz parte da vida(como disse Paulo

Autran) ou que a morte é uma “pas-sagem” para outro plano,o certo éque o falecimento de uma pessoaquerida nos choca, nos abate e nosdeixa um sentimento de solidão esaudade. O homem não escapa datrágica dicotomia de v iver com acerteza da morte (Erich Fromm).

Aquele amigo com quem vocêalmoçava e sorvia um bom vinho daamizade em mesas quase cativasnos restaurantes, botando a conver-sa em dia, o garçon amigo nos dis-tinguindo com sua atenção, agoraestá ausente. Nosso aperto de mãoe o abraço fraterno a cada encontroe despedida se instalaram no pas-sado. E por mais que nos agarre-mos à fé, sempre sobra uma ponti-nha de “angústia metaf ísica”.

Então, gente, o negócio é invo-car Char les Chaplin. A v ida é umteatro. Vamos cantar, comer, beber,pular (e eu acrescento: fazer o bem),viver intensamente, antes que apeça chegue ao f im, sem nenhumaplauso.

24.09.2013

Raymundo Farias de Oliveira éescritor e procurador do

Estado aposentado.

Boas Festas e um Ano Novo repleto de paz, amor, saúde, alegrias, realizações e muita leitura

é o que desejam os aos nossos amigos , cola-boradores, clientes, assinantes, leitores e àequipe da Trib una Piracicab ana.

Vamos juntos comemorar mais um anode circulação ininterrupta e alcançar, em se-tem bro de 2014, os 25 anos .

Agradecemos a todos que nos acom pa-nham ao longo desses anos. Um agradeci-mento es pecial à Livraria Brandão, ao Dr. Genés io Pereira Filho e à Débo-ra Novaes de Castro que nos apóiam desde os primeiros anos e foramfundam entais para manter nossa his tória viva nesses 24 anos de exis tên-cia.

Aproveitam os , também , para agradecer os cartões e mens agens ele-trônicas recebidas .

Esperam os que as sementes que plantamos germinem frutos e queos livros estejam presentes em todas as mesas no Natal. Que eles fa-çam parte das cestas natalinas e possam alimentar a alma.

Som ente com livros poderem os construir um mundo melhor.O nosso Lobato dizia: “Um país se faz com homens e livros”.Não é possível fazer um homem sem livros . A leitura é fundamental

para que possamos construir seres mais humanos.Vam os repensar no esperdício e fazer um Natal m elhor, porque exis -

te muita fartura nas mesas que necessita ser evitada. Existem milhõesde pessoas no Planeta a m orrer de fome.

Na m aioria das casas os animais m ortos , expos tos nas m esas comos olhos esbugalhados, vão para o lixo em vez de alimentar barrigas ra-quíticas .

Os anim ais - racionais e irracionais - pedem clemência. Eles implo-ram pela vida, por mais um dia de vida. Nas mes as natalinas vamos s ubs-tituir defuntos e cadáveres por livros para poder alimentar a nossa alma.

O Planeta não aguenta m ais tanto desperdício.Vam os cons truir um m undo m elhor, com livros e homens.Uma boa leitura a todos .

Boa LeituraRosani Abou Adal

Rosani Abou Adal é escritora, poeta, jornalista e vice-presidentedo Sindicato dos Escritores no Estado de São Paulo.

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Página 3 - dezembro de 2013

Com grande pesar, registrominha despedida a um

grande amigo pessoal, um grandeamigo da poesia e sobretudo doBras il, nosso país que ele tantoamou.

Jean-Paul Mes tas nasceu emParis em 15 de novembro de 1925,onde veio a f alecer em 24 denovembro de 2013. A indaadolescente juntou-se às forças daResistência, tendo lutado contra osocupantes naz is tas da França,quando f oi fer ido gravemente.Graduou-se em Letras e emCiências Políticas . Foi professor deLiteratura Romena, na Sorbonne,até aposentar-se, quando passou aviver em Nancy e depois em Vichy,voltando a Paris em 2010.

Em 1949 iniciou a publicaçãode sua poesia na revista Janus. Apartir dos anos cinquenta, procurouconhecer a poes ia lat ino-americana, sobretudo a do Brasil edo Uruguai, dos países do Les teeuropeu e da Ásia, além daquela dePortugal e da Gréc ia. Publicouensaios sobre a obra de vár iosautores, franceses como CharlesPéguy , e de outros países , comoYannis Ritsos , Nichita Stanescù,Mara Guimarães , MargueriteGrépon. Em 1977, com a pintoraChris t iane Mes tas , f undou oscadernos de poesia “Jalons” , osquais se encerraram em 2009, como número 95, em cuja coleçãotraduz iu e publicou mais de 50poetas brasileiros. Mestas é autorde quase uma centena de obraseditadas em sete países, sobretudode poesia e ensaios. Poemas seusestão traduzidos em mais de vinteidiomas.

Sua generos idade e seuespír ito aber to impressionaram atodos que o conheceram. Tive essahonra e esse prazer em outubro de2001, na capital portuguesa, quandodo lançamento de “Um Mundo noCoração/ Un Monde au Coeur ”[Lisboa: Universitária Editora, 2001],em que reuniu e transpôs paraPortuguês /Francês poetas decinquenta e sete países, inclusivecinco brasileiros [o autor destas mal

JEAN-PAUL MESTASAricy Curvello traçadas, mais A lice Spíndola,

Geraldo Vidigal, Rosani Abou Adal,Selmo Vasconcellos]. O eventoocorreu no Mosteiro dos Jerônimos,o Panteão português, em querepousam Vasco da Gama eCamões. Bem próx ima está a Torrede Belém, à beira do Tejo.

Um ano antes, pela mesmaeditora lisboeta Mes tas lançara“Ref lexos da Poes iaContemporânea do Brasil, França,Itália e Portugal” , com dozebrasileiros, doze f ranceses, dozeitalianos e treze portugueses( inc lus ive o grande Eugénio deAndrade). Estou entre os poetas doBras il [como Elizabeth Rennó,Rosani Abou Adal, Stella Leonardos,entre outros], contudo na época nãome f oi possível des locar-me atéLisboa. Em 2001, vê-se, eraquestão de honra para mim es tarpresente no Mosteiro, bem como nodia seguinte participar do almoçooferecido a Mestas e esposa peloart ista plás tico e poeta portuguêsMiguel Barbosa e Fernanda em suacasa.

Mestas ainda organizou elançou, em 2003, pela mesmaeditora de Lisboa uma terceiragrande antologia internacional, compoetas de cem países de todos oscontinentes , em Por tuguês /Francês, em que predominaram osportugueses (onze) e brasileiros(dez), em que ele mais uma vez medistinguiu, desta vez com, entreoutros, Astrid Cabral e Lívia Paulini.“Povos e Poemas / Peuples etPoèmes” é uma obra de grandefô lego, em que es tão conhecidosautores da Oceania como JoyBaudette Cr ipps e Geof f rey C.Parsons (A ustrá lia) , VeronicaHaughey e Willow Macky (NovaZelândia) , Bernard Hew itt (NovaGuiné-Papua), entre outros depaíses do Leste europeu, da África,da Ásia e da A mérica Latina.

Foi com grande surpresa querecebi, em 2004, do grandeensaís ta por tuguês Joaquim deMontezuma de Carvalho, umacópia do ensaio do poeta lusoCr is t ino Cortes , publicado nosuplemento do grande diár io “OPrimeiro de Janeiro”, da cidade doPor to [Povos e Poemas , um

assomb ro de informação egosto ! ... Suplem. Das ArtesDas Letras, 1º mar. 2004, pp.16-17] em que o autor dánotícia de seu levantamentodas antologias ( liv ros elivretos na Europa)organizadas por Mestas, emque ele indicou ser o poetabras ileiro mais incluído emais traduz ido o A ricyCurvello, a começar por“Brés il 500 A ns . Nancy :Edit ions Jalons, 2000”.

Não bas tasse isso,Mestas organizou um liv robilíngue (Port./Francês) commeu poema mais longo “OAcampamento”, ensaios dogrande crítico Fábio Lucas edos escritores NicodemosSena e Dilermando Rocha, lançadopor Les Presses Littéraires em2006. Não há gratidão com queretribuir tal gesto.

Serra, 8 de Agosto de 2006.

Caro Jean-Paul,

Es timo que você e Chr isestejam bem de saúde e em paz.

Recebi sua carta em queacusa haver chegado a suas mãosos 2 exemplares do jornal “Vaia”,comemorando o 1º centenário denascimento do poeta gaúcho MárioQuintana (1906-2006) . Fiqueisabendo que ele e o senhor seupai, Mestas , nasceram no mesmoano. Espero que tenha gostado demeu texto sobre o poeta, “A storturas lentas da expressão”.

Hoje, envio-lhe o recor te dacoluna “Diversos Caminhos” , doZanoto, do diário “Correio do Sul”,da c idade de Varginha (MinasGerais) , de 15 e 16 de julho de2006, 1º caderno, página 4. Euhavia remetido a ele um exemplarde “Um Mundo no Coração/ UmMonde au Coeur ” e agora elepublicou uma s impát ica nota,menc ionando você e incluindo afoto da capa do livro, bem comotranscreveu o meu poema “Fluir”.Para os seus arquivos.

Rosani Abou Adal fez-me umaexcelente surpresa. Estampou nacapa do “Linguagem Viva” um bom

artigo do escritor Dilermando Rochaa respeito de “O Acampamento” ,com minha foto, na sua edição deJulho des te ano. A qui segue umexemplar.

Também segue um exemplarda bela revista “O Escritor” nº 112,de São Paulo, março de 2006 , daUnião Bras ileira de Escr itores ,trazendo nas páginas 90 e 91 omesmo ar tigo do Dilermando Rocha(ex-professor do Centro de EstúdiosBras ileños e da Univers idad ElSalvador, de Buenos Aires, eresidindo no Brasil hoje). A f oto dacapa do liv ro editado por LesPresses Littéraires permiteclaramente ver o seu nome, Jean-Paul.

Como uma lembrança paravocê e Chr is, des te seu amigo,remeto-lhes quatro pos tais queforam agora editados com fotos detelas do artista plástico Hélvio Lima,que compôs toda uma série delas( “O Chão que a gente pisa” ) ,aplicando sobre c ada uma versos deminha autoria. As 3 pr imeiras telasreceberam o 1º lugar (Medalha deOuro) no Salão Internac ional deBrasília, do Proyec to Cultural Sur,em 2001.

Com a estima e a admiração doA. C.

Aricy Curvello é poeta, escritor,ensaísta e tradutor.

di vulgação

Jean Paul Mestas

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Página 4 - dezembro de 2013

O Rio da Prata corre milharesde quilômetros, curva-se, desdobra-se, vem de longe para acariciarBuenos Aires e, em seguida, mergu-lhar nas águas do Oceano Atlânticoe desaparecer. A cidade, lisonjeada,deita-se e se estende, sempre noplano, com suas ruas largas earborizadas, suas praças alegres esuas avenidas mov imentadas .Buenos Aires é azul na primavera. Dequalquer canto se vê o céu. É umacidade térrea, elegante, sensual, quese entrega às carícias, tanto do Rioda Prata, corno dos visitantes des-lumbrados.

Os navios que pela primeira vezferiram esta terra com sua quilhas,chegaram pelo rio, caminho para agrande aventura da conquis ta. Osespanhóis desembarcaram com oaço de suas espadas e armaduras,a pólvora de suas armas de fogo —e uma vontade incontrolável de do-minar e explorar. Legaram aos ar-gentinos sua combatividade, sua re-ligião e sua arquitetura. Ainda hoje,Buenos Aires também é uma cidadeespanhola.

Na região central, quem percor-re as ruas Florida, Lavalle, Maipú,Esmeralda, encontra excelentes res-taurantes, cafés tradicionais, lojas detodos os tipos, livrarias, bancos - en-f im, há de tudo ali. O antigo prédiode uma estação ferroviária foi adap-

Nuestra Buenos Airestado para se tornar um modernoshopping center: a Galeria Pacíf ico.Na Calle Suipacha, a Conf iteria Idealtem a solidez e o charme dos anosdourados da velha Argentina, comsuas colunas escuras, cadeiras es-tofadas — e um cartaz que diz: “esprohibido escupir en el suelo” . NaFlorida, o Café Richmond é outroponto obrigatório.

Na mesa mais ao fundo, quatrohomens de cabelos brancos, todosde terno e gravata, tomam café. Maisperto da entrada, duas mulheres decabeças grisalhas, discretas e ele-gantes, bebem chá. À minha frente,um cavalheiro solitário, de terno ecolete, lenço combinando com a gra-vata, cabelos fartos penteados paratrás, segura um “cortado”, café comleite em xícara pequena — e lê o jor-nal El Clarin. São cinco horas da tar-de. Talvez sejam sempre cinco ho-ras da tarde, nos cafés de BuenosA ires . No poema de Lorca, noRichmond ou no Tortoni (na avenidade Mayo), serão sempre “las cincoen punto de la tarde”.

‘Sonhadora, doce e gentil comoas grandes atrizes de c inema,Buenos Aires só não é gorda porque,vaidosa, movimenta-se muito. Mas éuma cidade onde se come de maneiravoraz . É uma das capitaisgastronômicas do mundo. Apesar dosnomes estranhos — “chicharrones”,“chichulines”, “chivitos”, “pechugasde pavita” — a comida domina e

obseca turistas ouportenhos. No velhoporto, obsoleto des-de os anos 40, aPrefeitura se aliou àinic iativa pr ivadapara transformar asinfindáveis constru-ções inglesas detijolinhos em um con-junto horizontal derestaurantes, acom-panhado por um cal-çadão que o separado rio e dos imensosguindastes abando-nados, hoje peçaspré-históricas de decoração. O car-dápio é ilimitado, mas a minha suges-tão vai para os frutos do mar. Os ca-marões, em especial, são mais ba-ratos ainda porque o amigo RobertoRing pagou a conta.

Um passeio pela Recoleta nosleva a Paris. Os prédios ali são cópi-as de áreas inteiras da capital fran-cesa. Na avenida Alvear, deveríamosfalar f rancês. Um sorvete do Freddo,um “cortado” no Biela ou no Café dela Paix, do outro lado da rua. A som-bra de uma árvore secular, na praçaem frente. O cemitério e o túmulo dafamília Duarte, onde repousa EvitaPerón. Uma caminhada pelo DesignCenter. Não há nada mais civilizadodo que uma tarde de sol na Recoleta.

Buenos Aires é como Nova Yorke São Paulo: não dorme. De madru-gada, há gente nas mas, nos restau-rantes, nas livrarias. Ao lado de cadaloja, encontramos uma livraria ou umcentro de cultura. Junto à GaleriaPacíf ico, por exemplo, f ica o CentroCultural Jorge Luis Borges. Cinemascheios, teatros lotados, museus, mo-numentos, galerias, parques que semultiplicam, bosques corno os dePalermo. No suntuoso Teatro Colón,a Filarmônica de Buenos Aires ,dirigida com rara competência porPedro Paulo Garcia Caff i, apresentauma peça do argentino Pascual deRogatis, um concerto de Tchaikovsky

e uma sinfonia de Mendelssohn. Hátemplos para todas as religiões e fei-ras para todo tipo de consumo. Dedia e de noite. Sem medo e sem vio-lênc ia.

Os dias do nac ionalismoestatizante de Juan Perón f icarampara trás. Atropelou-os a globalizaçãoda economia. Em outubro, o falecidoPerón teria completado 118 anos.Mas quem se importa com isso? Elese tornou um “esquecido e ignoradonome de rua”, como diria Mário deAndrade. É hoje a rua Tenente Ge-neral Juan Domingo Perón, nomegrandiloquente para uma via secun-dária. Ou ressurge timidamente numcartaz de parede — “orgulho de serperonista” — que os transeuntespassam sem ver.

A cidade moderna, irresistível,está ali diante de nós. Com o nasci-mento do Mercosul, bloco a que atre-lamos os nossos destinos, BuenosAires deixa de ser exclusivamenteargentina como São Paulo já não éapenas brasileira. Agora, ela tambémé nossa. A nossa querida BuenosAires do tango — “una tristeza quese baila” — da “parrilla”, do teatroColón e de Borges.

di vulgação

Centro Cultural Borges - Argentina

Rodolfo Konder é jornalista,escritor, Diretor da ABI em SãoPaulo e membro do Conselho

Municipal de Educação .

Rodolfo Konder

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Página 5 - dezembro de 2013

Cyro de Mattos é escritor,poeta, contista, cronista,

ensaísta, advogado e crítico.

Morreu em casa, v ít ima defalênc ia múlt ipla dos órgãos , emSalvador, na Bahia, dia 1 dedezembro, domingo, aos 91 anos, oescritor James Amado, irmão caçulado romancista Jorge Amado (1912-2001). Foi sepultado às 17 horas desegunda-feira, no cemitério Jardimda Saudade, em Salvador, onde ocorpo foi velado na Capela F.

Segundo Paloma, sobrinha deJames, o último domingo foi de dor esaudade.

— Es tou completamentedestroçada. Meu pensamento estátodo voltado para minha tia Luiza,mulher f ormidável, e para meusqueridos Janaína, Inaê, Maur ício eFernanda, mais que primos, irmãosmuito amados, ela completou.

Terceiro e último f ilho de JoãoA mado de Faria e Eulália LealAmado, desbravadores da RegiãoCacaueira Baiana, na época daconquis ta da ter ra, James Amadonasceu em Ilhéus, em 1922, no sulda Bahia. Ele era o último irmão vivode Jorge A mado. Membro daAcademia de Letras da Bahia desde1990, ocupou a cadeira de número27, cujo patrono é Franc iscoRodrigues da Silva e que antes foiocupada pelo jornalista A ntonioLoureiro.

James A mado esc reveu oromance Chamado do Mar, que temcomo cenário Pontal dos ilhéus, nosul da Bahia, que serve de f undopara a exibição de conf litos interiorese sociais vividos por pescadoresnuma colônia de pesca. É um dosromances mais vigorosos da f icçãobrasileira que tem como motivaçãoo mar e sua gente, narrado com atécnica moderna dos f icc ionis tas

Morre o Escritor James AmadoCyro de Mattos

norte-americanos, que trouxerampara a estrutura do romance após aSegunda Guerra Mundial o uso docontraponto e do tempodesmembrado. Até hoje guarda osegredo da perene atualidade.James A mado f oi também oresponsável pela edição das ObrasCompletas de Gregório de Matos,publicadas pela Editora Janaina,Salvador. Além de escritor como oirmão Jorge, James também foitradutor e jornalis ta no Rio. Eraformado em Sociologia e Política.

Foi casado três vezes: comJacinta Passos , com GiselaMagalhães e também com LuizaRamos Amado, f ilha do esc ritorGraciliano Ramos, sua última mulher.Deixa quatro f ilhos: Janaína, Inaê,Maurício e Fernanda.

- Somos da mesma região etemos tradição de luta e es forçopelas causas sociais. Ele era umgrande amigo, afetuoso. Todasemana, nós nos encontrávamos na“Ceasinha”, nas quintas do Edinhopara conversar, lembra o escritor,poeta e membro da Academia deLetras da Bahia, Florisvaldo Mattos.

di vulgação Manhãs adiadas. Dias adiados,

vidas adiadas, entrecruzando-se en-tre o querer e o poder ser. Persona-gens dotadas de desejos que se ca-muflam nas suas rotineiras ativida-des. Linguagem poética. Ações rápi-das. O feminino assolado pelo caosque o cotidiano impõe. Essas são asimpressões iniciais que nos invadedurante a leitura de “Manhãs adia-das” (Dobra Editorial, SP,2012) , de Eltânia A ndré,que tanto protelei ler por-que sabia que estava dian-te de uma obra complexa,com fortes construções psi-cológicas , e que meupragmatismo diário não mepermitiria absorvê-la se porele estivesse sendo consu-mido.

Por is so estou aqui,ainda ruminando os signose os símbolos que encon-tramos nesta obra. A come-çar pela primeira narrativa, “Parábo-la de Olgamaria”, que é concluídacom um anagrama em forma de pa-lavra-cruzada, revelando a ousadiaque a autora tem ao explorar as vá-rias manifestações linguísticas.

O 2º conto, “Sem atalhos nemdesvios”, inicia-se com uma vírgula,recurso semelhante ao que ClariceLispec tor utilizou na obra “Umaaprendizagem ou o livro dos praze-res”, sugerindo a interrupção antesdos fatos a serem discorridos.

Outro recurso de que se valeEltânia é de intercalar versos entreparágrafos, rompendo a formalidadetão cara a muitos escritores canoni-zados. Mais uma vez é audaciosa emromper com a construção da narrati-va, lembrando que os gêneros nãosão estáveis (ainda mais em se tra-tando de literatura).

Em “Cortejo das Marias”, 3º con-to, a nostalgia é a grande protago-nista: “presente e passado numaestreita sintonia cavalgam sem cro-nologia sobre nossa história, na ten-tativa de preencher silêncios”. Nes-sa tentativa (certeira), a escritora di-aloga com Fernando Pessoa e Ma-nuel Bandeira. Bandeiriana, es tanarrativa nos remete ao poema “Pro-fundamente”. Não vou me delongar- o leitor interessado, procure o con-to e o poema.

Em “Fasc ínio” a narrativa sedesenrola aos moldes hitchcokianosatravés de uma “Janela indiscreta”,

A sina de adiar os diasLeo Barbosa mas aqui não se trata de observar

um suspeito assassino, mas de umaadúltera a qual é vigiada por uma vi-zinha invejosa. Ela não suporta o fatode a outra possuir mais juventude ebeleza, vivendo seus dias numa neu-rose alimentada por uma fresta najanela.

Em “Cogito Ergo sum” notamosa presença da comida, que, por si-nal, está presente em várias dessashis tórias , a saber : “Parábola deOlgamaria”, “Fascínio” e “A solidão

de A lzira”. Iguar iasgas tronômicas que nãosão meros acessórios,mas que, de fato, cum-prem um papel importan-te na construção do climanarrativo.

Nessas his tór ias ,Eltânia retrata o quotidi-ano rural e urbano com amesma propr iedade. Aopr imeiro não confere oestigma do matuto e, aosegundo, o de megaloma-níaco - risco iminente de

quem trabalha com esses cenários.Chama-nos atenção os signos

ligados ao tempo – “a parábola”,“atalho”, “pássaros”, “cigarra”, “espe-ras”, “rodoviária”, “águas”, “borbole-tas”, “estações” - que conferem coe-rênc ia e coesão à obra e nosrelembram o quão transitória é a vida.

“Os ponteiros são as inclemen-tes vértebras do tempo, resíduo deamarguras no latifúndio de amargu-ras da existência, essa inesgotávele mecânica espiral do espírito rendi-do às inutilidades”.

Creio que o grande mérito deEltânia A ndré, nes ta obra, seja aconstrução das personagens que,em sua maioria, são seres que car-regam a sina de viver suas vidinhassem grandes novidades, adiam ma-nhãs, dias, anos e a própria vida parater a segurança que a rotina lhes dá.Quando um sentido às vinculam àvida, o clímax das estórias consisteem retirar-lhes o f io que as atam aseus dia-a-dia.

Ademais, os contos são predo-minantemente memorialísticos e nos-tálgicos o que reforça a ideia de que“o passado, esse animal hibernado,que intermitente, mas feroz, acordae não sossega dentro da gente, ur-rando, urrando...”

Leo Barbosa é escritor, professor,crítico, colunista do Correio da

Paraíba e autor de“Lutos Diários”(Poesia, Ed. Patuá, SP, 2013).

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Página 6 - dezembro de 2013

Débora Novaes de Castro

Débora Novae s de Castro,das Academias Cristã de Letrase Paulista Evangélica de Letras,é associada da UBE-SP, UBT-SP,e outras Instituições culturais.

Jesus Cristo, Deus-menino,manjedoura da Judeia,de Belém, o seu destino,redimir toda a colmeia.

Colmeia privilegiadaa da natureza, aos seus,tal como uma abelha enviadado bel apiário de Deus.

O Filho de Deus, em Terrano cumprir da Redenção,coleta do mel que encerrano favo da cruz, missão.

Tal colmeia, tal abelha,estrela, esplendente luz,o Natal febril centelhamanjedoura de Jesus!

***Natal. 2013

“Certas pessoas, raríssimas, parecem acima da condição humana. NelsonMandela foi um desses seres inexplicáveis. Passar na prisão 27 anos, com aconsciência de que só lhe acontecia assim por defender uma das mais grandio-sas causas universais, e emergir desse massacre sem ressentimento, compropósitos e atos de quem fosse servido por 27 anos com o melhor da vida –isso excede o humano, O animal homem não é assim.” (...)

(Jânio de Freitas)Eu sei: “toneladas” de papéis já foram escritos sobre Nelson Mandela.Mas, brevemente, eu só queria ressaltar algo que me tocou muito na sua vida – que é a existência de um

dos maiores seres do século XX (ou de todos os tempos).Queria tentar iluminar um caminho para a reflexão: a capacidade impressionante do Perdão. Sim.

Perdão. Não o perdão facilitário das telenovelas, de “boca”, que se diz todos os dias .Algo profundamente enraizado no coração, internalizado durante tantos anos de privação da liberdade.Por um objetivo maior que ele mesmo: seu país e seu povo.Com muito esforço, contaremos nos dedos (de uma só mão), seres desta estirpe. Dessa grandeza.Saiu da pr isão sem ressentimento, quando seria capaz (com uma só conclamação) de colocar fogo na

África do Sul.São exemplos que ainda nos dão esperança na espécie humana.Tal esperança anda escassa, pela brutalidade dos modelos existentes, pela exclusão, pela desigualdade

obscena, pela traição dos valores mais caros, pela negação do outro, pelo individualismo intenso, pela prevalênciados corações secos e duros.

Pelo desejo constante de vingança.Uma luz como Mandela, é um farol: de misericórdia, de compaixão.E uma sensação de orfandade invade o planeta, repleto de guerras – mesmo no seu país , com tanta

violência, com a Aids atingindo taxas elevadíssimas.Meu pai dizia que o Bem iria vencer – na batalha f inal, dos Anjos contra os Demônios (do racismo, do

egoísmo, do preconceito, da mesquinharia, da inveja, da cobiça, enfim, dos baixos instintos).Há momentos em que a gente chega a duvidar. Mas é preciso acreditar E que façamos (diariamente) a

nossa parte.Ainda assim, Mandela foi maior que o seu tempo.Foi maior que ele.Ofertou-nos, como dádiva eterna, o mais precioso presente: a esperança.Mostrou que o perdão mais profundo – mesmo que muito dif ícil – é possível.Alvíssaras!Vai, Mandela, ilumina outros espaços. Dialeticamente, seguirás em frente.Quem sabe, em um lugar pobre e modesto, talvez numa manjedoura, apareçam outros mandelas.(Brasília, dezembro de 2013)

Emanuel Medeiros Vieira é escritor, poeta, professor e crítico literário.

MANDELAEmanuel Medeiros Vieira

N a t a lem trovas!

Saiu o Volume nº 9 da coleção PALAVRASESSENCIAIS que trata do tema ÁTRIO DOSGENTIOS.

Com coordenação de João Barcellos e selo daEdicon, com apoio do Centro de Estudos doHumanis mo Crítico (Portugal) e do Grupo de Es tudosNoética, vários intelectuais latinoamericanos  dis cutemos dogmas m ísticos e sua relação social.

João Barcellos coordena,  também, a coleçãoDEBATES PARALELOS, hoje com 8 volum es .

EDICON: Te l.: (11) 3255-1002.

CEHC/Grupo de Debates NOÉTICAwww.noetica.com.br

di vulgação

Mandela

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Lançamentos e Livros

Poemas: II Antologia - 2008 - CANTO DO POETA

Trovas: II Antologia - 2008 - ESPIRAL DE TROVAS

Haicais: II Antologia - 2008 - HAICAIS AO SOL

Débora Novaes de Castro

Opções de compra: Livraria virtual TodaCultura: www.todacultura.com.brvia telefax: (11)5031-5463 - E-mail:[email protected] - Correio:

Rua Ática, 119 - ap. 122 - São Paulo - SP - Cep 04634-040.

Antologias:

Poemas Devocionais: UM VASO NOVO...

Poemas: GOTAS DE SOL - SONHO AZUL - MOMENTOS- CATAVENTO - SINFONIA DO INFINITO –

COLETÂNEA PRIMAVERA - AMARELINHA - MARES AFORA...

Haicais: SOPRAR DAS AREIAS - ALJÒFARES - SEMENTES -CHÃO DE PITANGAS -100 HAICAIS BRASILEIROS

Trovas: DAS ÁGUAS DO MEU TELHADO

Página 7 - dezembro de 2013

Quarto de Artista, de Raquel Naveira, IbisLibris, Rio de Janeiro, RJ, 178 páginas.

A autora é escritora, poeta, cronista, ensaísta,advogada, professora universitária, colaboradorado jornal Linguagem Viva e Mestre em Comunica-ção e Letras.

Segundo A ntonio Car los Secchin, “Quasetudo cabe neste Quarto de Artista: a poesia, o en-saio, a crônica, a ficção, numa orquestração detextos bem regida por Raquel Naveira.”

Ibis Libris: [email protected] Cultura: w w w.livrariacultura.com.br

Em visita a Fortaleza, li com imen-sa satisfação o excelente Porta deAcademia, trabalho dedicado a umasérie de esc r itos do conhecidoficcionista José Maria Moreira Cam-pos; agraciado com o prêmio literárioSecult CE, e com o Prêmio Otacíliode Azevedo, a bem-estruturada obrainclui interessantes, muito bem-escri-tas e variadas páginas em que a crô-nica leve e f requentemente irônica co-munga com a veia específ ica do con-to, deixando transparecer a preferên-cia de Moreira Campos pela naturezaincisiva e rápida dessa forma de f ic-ção. Por inic iativa da Univers idadeFederal do Ceará, a recente reediçãodesses textos surge enriquecida pelaapresentação, de autoria do escritorGilmar de Carvalho, pela coordenaçãoda Doutora Neuma Cavalcante, e pelotrabalho de organização, introdução enotas realizado pela Professora Isa-bel Gouveia Ferreira Lima.

Demonstrando a pertinência dasescolhas temáticas, bem como as ad-miráveis qualidades de concisão e deexpressividade, a escrita de MoreiraCampos convoca a emoção do leitor,ora empregando os artif ícios do risodivertido ou irônico, ora apelando parasentimentos de saudade, de perda, defrustração e de piedade, ora insinu-ando desencanto logo sufocado pormanifestações de amor à vida e aosseres humanos em geral. Nas primo-rosas páginas do livro, fundem-se ele-mentos de crítica literária e agudezade c rônica enxuta, suges tiva emarcada pela invejável naturalidadeque banha toda a escritura de f icçãodo excelente contista cearense.

Partindo da leitura das notas au-tobiográf icas es tampadas nas “ore-

Rápidas notas sobre“Porta de Academia”

Hilda Gouveia de Oliveira lhas” do livro, o leitor passa a apre-ciar as eficientes páginas escritaspelo Professor Gilmar de Carvalho,admira a criteriosa e competente co-ordenação do livro, como praticadapela Doutora Neuma Cavalcante, eentrega-se prazerosamente à lucidezda precisa e admiravelmenteesclarecedora Introdução escritapela Prof essora Isabel GouveiaFerreira Lima. A partir desses está-gios, o leitor invade a surpreenden-te riqueza do texto de Moreira Cam-pos, e logo se deixa envolver pelapropriedade da linguagem nele utili-zada, pela inteligente escolha dostópicos abordados, pela viva pinturado espaço, e pela indubitável capa-cidade de observar e de tornar rele-vantes todos os incidentes ali des-critos e comentados.

Curiosamente, como em toda aliteratura de Moreira Campos, “Por-ta de Academia” cultiva métodosnarrativos sem afetação, enxutos eclaros; entretanto, enquanto obedi-ente à norma culta da linguagem, de-monstra o talento do escritor tipica-mente nordestino, que, irônica oumelancolicamente, retrata com pre-cisão a variedade feliz-infeliz dascontradições humanas, a seiva daprópr ia experiência nordestina, afala, as crenças, os costumes, a sa-gacidade e a rapidez inteligente dofilho da “terra do sol.” Entre outrosfatores louváveis, a relevância des-se lastro de conhec imento e deafetividade dá ao bem-construídotexto de “Porta da Academia” umsabor verdadeiro, agradável e su-gestivo.

Hilda Gouveia de Oliveira éescritora, professora,

historiadora e pós-graduadaem Literatura.

A Face do g do Enigma: José AlcidesPinto e s ua es cr ita literária, de DimasMacedo, Imprece Gráf ica e Editora, 2ª edi-ção, Fortaleza, CE, 76 páginas.A ilustração éde Geraldo Jesuino da Costa.

O autor é escritor, poeta, jurista, historia-dor, crítico literário, professor da Universida-de Federal do Ceará e membro da AcademiaCearense de Letras e da Academia de Letrase Artes do Nordeste.

Dimas faz um estudo, crítica e interpre-tação da obra de José A licdes Pinto, autorcearense que é vanguardis ta e ativoconcretista. A obra inclui bibliografia e um ro-teiro biográf ico de Alcides Pinto.

Imprece: [email protected]

A Mulher do Neves, romance de NelsonHoffmann, Editora da Uri, Santo Ângelo, RS,em coedição com a Editora ledix, Florianópolis,SC, 324 páginas.

O autor é escritor, ensaísta, romancista,cronista, advogado e contabilis ta.

A narrativa inves tiga o misterioso assass i-nato da Dona Zefa - a mulher do Neves -, que éestrangulada e e encontrada morta na suacam a. O Dr. João Roque Landblut é cham adopara investigar o caso e aciona a sua equipepara ajudá-lo na inves tigação.

Nelson Hoffmann:nelson.hoffm [email protected]

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Linguagem Viva

Página 8 - dezembro de 2013

Prof. Sonia

Notícias

Profa. Sonia Adal da Costa

Revisão - Aulas Particulares - Digitação

Tel.: (11) 2796-5716 - [email protected]

Jean-Paul Mestas, escritor,poeta, editor e tradutor, faleceu nodia 27 de novembro, em Paris ,França. Fundou os cadernos depoes ia Jal l ons , em 1977, comChristiane Mestas, artista plástica esua esposa. Autor de vas ta obrapoética, traduzida em mais de 25idiomas. Publicou e traduz iupoemas de Rosani Abou Adal nasrev istas Rimbaud e Jallons, nasantologias  Refl exos  da Poes i aContemporânea do Brasil, França,Itál ia e Por tugal  e Um Mundo noCoração,  pela Editora Universitáriade Lisboa, Portugal, edição bilínguefrancês e português; e Bresi l 500Ans, Cahi er Par ti culi er, Jall ons,França.

Raquel Naveir a profer iupalestra sobre as obras de Maria deLourdes Teixeira e Stella Carr, noprojeto Memór i a da LiteraturaPauli sta da A cademia Paulis ta deLetras , no dia 7 de novembro.w w w.youtube.com/w atch?v=12W-13XtYUs&feature= youtu.be .

Ferreira Gullar foi agraciadocom  6º Prêmio Governo de MinasGerais de Li teratura 2013, peloconjunto da obra. Na categoriaf icção foi laureado Nilton CézarTridapalli e Roger io Luz em poesia.

O Pr oje to Poe sia V iva ,idealizado e coordenado porAndreia Donadon Leal, foi tema dareportagem especial produzida porAna Pessoa, com imagens de LúcioAlves, elaborada pela equipe deMarcelo Canellas , repór ter dematérias especiais do Fantástico,exibido no dia 10 de novembro.http://g1.globo.com/f antas tico/notic ia/2013/11/esc r itora-c r ia-projeto-de-dis tr ibuicao-de-liv ros-em-cidade-histor ica-de-mg.html

Napoleão Valadares lançouHistória de Arinos, pela André QuicéEditor, com apoio da A ssoc iaçãoNacional de Escritores, no dia 7 dedezembro, na Churrascaria Fogãoa Lenha, em Arinhos, MG.

Klaxon, revista modernista quecirculou entre maio de 1922 e janeirode 1923, foi lançada em edição fac-s ímile, em nove volumes , peloInstituto de Cultura Contemporâneae pela Editora Cosac Naify.

Doris Lessing,  laureada como Prêmio Nobel de Literatura, faleceuno dia 17 de novembro, em Londres,aos 94 anos . Nasceu em 22 deoutubro de 1919, em Kermanshah,no Irã.

Síria Fala: Arte e Cultura dalinha de frente, antologia que reúneensaios, contos, poemas, músicas,fotografias, quadr inhos, desenhos eilustrações de esc ritores e ar tistass írios , Editora Saqi Books , f oilaureada com o prêmio inglês PEN.

O Prêm io Par aná deLite ratur a 2013, promovido pelaBiblioteca Pública do Paraná,laureou Meu Primei ro Morto, de JaciPalma, melhor romance (prêmioManoel Car los Karam) ;  Ensai oSobre o Entendimento Humano, deCaetano Galindo, contos (prêmioNew ton Sampaio) e Fábulas paraAdulto Perder o Sono, de A drianeGarc ia, poesia (prêmio HelenaKolody).

Gabr iel Bicalho   lançou Alqui mi a do Azul , no dia 30 denovembro, na reunião da Academiade Letras, Artes e Ciênc ias Brasil,realizada no auditório do Instituto deCiênc ias Humanas e Soc iais daUFOP.

Andre ia Donadon  Leal f oiagrac iada com a Comenda TeófiloOttoni. A láurea foi  entregue pelov ice-governador Alberto PintoCoelho, no dia 29 de novembro, noPalác io Tiradentes , na CidadeAdministrativa Presidente TancredoNev es.

Cleber Pacheco lançou A ArtePoética de Ar icy Curvello , obra quereúne ensaios a respeito da poesiabem como a Fortuna Crítica do poetaem estudo.  

Elena Poniatowska, escritoramexicana, foi laureada com o PrêmioCervantes com a importância de 125mil euros.

A   I Fe ira do Livr o daCom unidade dos Paíse s deL íngua Portugue sa, realizadade  22 a 30 de novembro, emLuanda, Angola, reuniu editores,livreiros, escritores e bibliotecáriosdos países de língua portuguesa epromoveu a V III Reunião deMinistros da Cultura.

A Revista Arganilia, ediçãonº26, em Homenagem ao Prof .João Alves das Neves, dirigida porNuno Mata, será lançada no dia 12de Janeiro de 2014, em Portugal,com a colaboração da Comissãode Melhoramentos e Beneficênciado Pisão. A edição abr igaráf otobiograf ia do homenageadoe   tex tos de Beatr iz A lcântara,Dalila Teles Veras , Idalina daConceição Gomes, Ives Gandra daSilva Martins, Mar ia Beatriz Rocha-Tr indade, Paulo Veiga, ReginaAnacleto, Rui Fernão Mota e Costa,Teresa Rita Lopes , entre outros. 

Álvaro Alves de Faria lançouo liv ro de poemas  O uso dopunhal, pela Esc rituras Editora. Aapresentação do texto das orelhasé de Carlos Felipe Moisés e asilustrações são de Sérgio Gomes.

A Associação Paulista deCríticos de Arte  divulgou a listados melhores do ano. Em Literaturaforam laureados Toda Poesia, dePaulo Leminski; Lívia e o CemitérioAfr i cano, de A lber to Mar tins ;  Holocausto Brasilei ro, de DanielaArbex; As Gêmeas da Família, deStella Maris Rezende; Rab o deBal eia, de A lice Sant ’A nna;  Gar i mpo, de Beatr iz Bracher ;Flores e Norberto Bobbio: Trajetóriae Obra, de Celso Lafer. 

Ler, Incluir e Transformar!, projeto da Fundação Dor ina, comapoio do Minis tér io da Cultura,distribuiu 150 mil livros no formatoBraille, Áudio, Ampliado e Daisypara 3.000 instituições.

A Comissão de Educação daCâmara dos Deputados aprovou,no dia 13 de novembro, o Projetode Lei 3304/12, do ex -deputadoEdivaldo Holanda Junior, que instituio Programa Nac ional do Liv roTécnico e Profissionalizante.

O Prêm io Literár io daFundação Biblioteca Nacional2013 laureou Opisanie Swiata, deVerônica Stigger, na categor iaromance; A rmando Freitas Filho,com  Dever, na categoria poesia; eCintia Moscovich, com Essa coisab ri l hante que é a chuva,    nacategoria contos.

O  Sis te m a Inte gr ado deBibliotecas da USP inaugurou, nodia 12 de dezembro, novos espaçosno Complexo Bras iliana USP e    aexposição Quixote, entre a palavrae a imagem, com base na ColeçãoCervantina Publio Dias, constituídapor Sebastião Publio Dias da Silva,que f icará em cartaz até o dia 1 demarço de 2014.

Jos é Luiz Pas sos  com Osônambulo amador (Alfaguara), foiagraciado com o Prêmio PortugalTelecom na categoria romance ecom o Grande Prêmi o PortugalTel ecom. Eucanaã Fer raz f oilaureada na categor ia poesia,com Senti mental (Companhia dasLetras ), e Cíntia Moscov ich,   nacategor ia contos /c rônicas, com Essa Coi sa br i l hante que é achuva (Record).

A Acade mia Bras ileir a deLetras  elegeu nova Diretoria para oano de 2014 empossada no dia 19de dezembro, no Salão Nobre doPetit Trianon. A academia serápres idida por Geraldo HolandaCavalcanti. Diretor ia: Sec retário-Geral: Domício Proença Filho;Primeiro-Secretário: Antonio CarlosSecchin; Segundo-Sec retário:Merval Pereira; e Tesoureiro:Rosiska Darcy de Oliveira.

Apre nde r a cuidar naconvivência,  de Magda V ilas -Boas , foi lançada pelas EdiçõesLoyola.

di vulgação

Jean-Paul Mestas