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O Papel da Comunicação Disfuncional no Relacionamento de Casal. Cleusa Pereira de Oliveira Mundim Luc Vandenberghe Pontifícia Universidade Católica de Goiás Goiânia, 2010

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O Papel da Comunicação Disfuncional no

Relacionamento de Casal.

Cleusa Pereira de Oliveira Mundim

Luc Vandenberghe

Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Goiânia, 2010

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O Papel da Comunicação Disfuncional no

Relacionamento de Casal.

Cleusa Pereira de Oliveira Mundim Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Artigo apresentado ao Centro de estudos,

Pesquisas e Práticas Psicológicas do

Departamento de Psicologia da PUC de Goiás,

como requisito parcial para a obtenção do grau de

Psicólogo.

Banca Examinadora:

Luc Vandenberghe,Dr.

Presidente da Banca: Professor Supervisor

Ana Carolina Aquino de Sousa, Ms.

Psicóloga Convidada

Kellen Cristina Fernandes de Oliveira Nasser, Ms.

Psicóloga Convidada

Data de Avaliação: 09/06/2010

Nota Final: _________________________.

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Agradecimentos

Agradecer é sempre muito complicado, pois às vezes temos dificuldades de

externar nossos sentimentos, não ser entendido e outras vezes podemos cometer o pecado

de não mencionarmos pessoas que mereciam ser lembrada. E para tentar não incorrer nesse

ultimo, vou começar agradecendo a Deus por ter me dado mais essa oportunidade. Ter me

socorrido nos momentos mais difíceis, apascentado a minha alma, segurado na minha mão

para que não tropeçasse em pedra alguma. E a Ele toda honra e toda Gloria.

Gostaria também de dedicar esse trabalho a todos os meus familiares, amigos e

em especial minha família. Meu amado esposo Julio Cesar Mundim, por ter me

incentivando com carinho, palavras, respeito aos meus sonhos, com atitudes quando

digitava meus trabalhos e principalmente pela paciência e compreensão quando o cansaço

e o desanimo me abatia. Aos meus queridos filhos: Rogerio, Murilo, Juliano, Julio Cesar e

Mariana e as minhas queridas noras; Paola, Fabiane, Juliana e Simone. E os meus lindos

netos; Lane, Lucas e Maria Flor. Os quais foram privados da minha presença durante esses

anos de academia.

Quero ressaltar o meu carinho através da pessoa do Tio Túlio a todos, os meus

colegas, que durante a graduação tivemos oportunidades de trocar experiências e

principalmente aqueles que estabelecemos vínculos.

Como não poderia deixar de mencionar a turma do estagio I e II, para representar

a Daiane e a Laura que foram pessoas que propiciaram o acolhimento a cumplicidade,

companheirismo, amizade e a vontade de fazermos a diferença.

Deixo aqui o meu carinho, respeito a todos os meus clientes que me permitiram

colocar em prática o que tinha visto na teoria. E ainda ser recompensada com as mudanças,

transformações que eles conseguirão durante a terapia.

Elegi o pessoal do CEPSI para agradecer a todos que trabalharam direto e

indiretamente para propiciar a realização desse curso.

E para finalizar gostaria manifestar a minha admiração, carinho e respeito ao meu

professor e supervisor Luc Vandenberghe, por ter conseguido deixar marcas que carregarei

para o resto da minha vida. Aprendi que conhecimento esta atrelado com a competência,

sensibilidade, simplicidade e respeito. E que o verdadeiro mestre è aquele que desce ao

nível do seu pupilo e consegue levá-lo a superar seus limites e alargar as fronteira. A todos

os meus mestres o meu muito obrigada.

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Resumo

O presente artigo discute que um dos pontos fundamentais para a vivência

conjugal saudável é uma boa comunicação. Participaram desse estudo um casal de

namorados, ambos em torno 40 anos de idade, que já convivem há catorze anos, sem,

contudo, conseguirem o enlace matrimonial, embora quisessem. O trabalho na sessão

evidencia que eles não comunicavam explicitamente sobre suas necessidades e suas

emoções e consideravam que o/a outro/a consegue adivinhar suas intenções. Foi possível

constatar transformações significativas na convivência do casal a partir de mudanças

simples nos seus padrões de comunicação.

Palavras-chave: comunicação, terapia de casal, convivência conjugal.

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O Papel da Comunicação Disfuncional no Relacionamento de Casal.

Cleusa Pereira de Oliveira Mundim

Luc Vandenberghe

Pontifícia Universidade Católica de Goiás

Crise de Casal

A crise entre casais é algo universal é antiga e não constitui um privilégio da vida

moderna. Na bíblia sagrada Almeida (1995), em Gn3: 12, já se revela o primeiro conflito

de casal, quando Adão se viu diante de Deus e não foi capaz de defender sua mulher,

atribuindo a ela toda a culpa por terem comido o fruto proibido. E ainda acusa Deus por

ter lhe dado a mulher. A reação de Adão nos revela a falta de cumplicidade entre o casal e

a insustentável desconsideração para com a mulher, o que torna a união vulnerável, em

face da dificuldade.

Nos dias atuais existem muitos desafios para os casais no seu dia a dia: estresse,

desemprego, doenças físicas e emocionais, filhos, transporte precário, a falta de tempo.

Tudo isso pode justificar comportamentos inadequados. Não sabendo como resolver

assertivamente suas dificuldades, partem para agressões físicas e verbais ou o silêncio e,

por fim, a separação. Zanonato e Prado (2009) exemplificam a dificuldade de comunicação

com a fala do cliente, “não conseguimos nos comunicar”, como sendo corriqueiro para os

terapeutas de casal ouvir esse tipo de queixa no consultório.

A comunicação entre casais esta atrelada aos atributos individuais de cada um, os

quais foram adquiridos ao longo das suas histórias de vida. Assim, a maneira de falar de

cada pessoa vai perpassar o casamento num todo e ainda determinar a qualidade do

mesmo. Portanto, as diferenças individuais interferem no casamento.

Na intimidade, os casais irão reproduzir o modelo de amor que cada um aprendeu

e sonhou ao longo da sua história de vida, juntamente com suas regras e auto regras. Que

podem ser tanto funcionais quanto disfuncionais. Expectativas e estratégias interpessoais

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provenientes de modelos de convivência que observarão ao longo de sua vida, ao serem

introduzidas no relacionamento dual poderão colidir com as do parceiro, e

conseqüentemente o vínculo ficará vulnerável (Torres & Wielewicki 2009).

Autores como Otero e Guerrelhas (2003), confirmam essa idéia trazendo dois

questionamentos sobre casais: Parceiros ou adversários? Dominados ou dominadores?

Esses autores destacam que as diferenças individuais resultam da história de aprendizagem

durante a vida de cada pessoa. Certas pessoas crescem vivenciando conversas agressivas,

desprezo pela opinião e sentimento do outro. Provavelmente reproduzirão esse modelo nos

relacionamentos conjugais.

Comunicação

A comunicação, de acordo com o dicionário Aurélio (1986), é o “ato ou efeito de

emitir, transmitir e receber mensagens por meio de métodos e/ou processos

convencionados, que através da linguagem falada ou escrita, quer por outros sinais, signos

ou símbolos, quer de emparelhamento técnico especializado sonoro e/ou visual”.

Para Sarmento (2005, pp.10-11) „„a comunicação tem como objetivo a

transmissão de mensagens, ou seja, a comunicação ocorre quando a mensagem transmitida

e decodificada é compreendida”. Silva e Vandenberghe (2008, pp.162) vêm corroborar

com esse autor, pois para eles, “a comunicação envolve um falar e o outro ouvir e vice

versa”. Compartilham desse mesmo raciocínio, Otero e Guerrelhas (2003. pp.73), “os

quais relatam que „„a comunicação envolve um falar que afeta um ouvir e vice-versa”.

Entendem que “a comunicação é a ocorrência de um ou mais estímulos produzidos por um

organismo e que afetam outro organismo.”

Através desses conceitos, percebe-se a importância de trabalhar várias

habilidades para desenvolver a comunicação adequada com emissor e receptor em

sintonia. Aurélio (1986), admite que a comunicação pode ocorrer quando uma só pessoa

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se expressa, o que é chamado de comunicado, sem que aja entendimento entre falante e

ouvinte. É o que geralmente ocorre nos relacionamentos conjugais disfuncionais. As

definições das outras três fontes citadas, não consideram comunicação quando a

mensagem não é decodificada. Para que ocorra uma boa comunicação é necessária a

decodificação da mensagem e essa tem um papel importante na construção do casal.

Otero e Guerrelhas (2003) trazem as diferenças marcantes que ocorrem na

comunicação entre os parceiros durante o namoro, em que esses procuram palavras

adequadas para falar um ao outro o que querem. As divergências de opinião e as

semelhanças entre eles são aceitas. Os encontros são para fazer coisas prazerosas para

ambos. E trazem o que tem de melhor enquanto ser humano. O ponto marcante durante o

namoro são as habilidades de negociação do casal. E ainda conseguem falar do que lhes

desagradam e o que querem.

Enquanto esses aspectos abertos do relacionamento já o tornam mais complexo

que outros tipos de interação, os comportamentos encobertos complicam ainda mais o

quadro. Ternura, fidelidade, humor, cumplicidade, medo, tolerância, raiva, paixão,

humildade, rejeição, punição, dependência, intimidade do corpo e dos sentimentos ganham

um sentido diferente dentro do casal. Também impõe desafios diferentes de outros

relacionamentos. Somente numa relação dual continuada é que estes encobertos eclodirão

e darão oportunidade para novos conflitos mais sofridos. Sentimentos poderiam ser

expressos e resolvidos, em outros relacionamentos podem levar para padrões de

fuga/esquiva e atrapalhar o desenvolvimento do casal (Torres & Wielewicki 2009).

Pode-se observar então que a interação positiva entre os parceiros é mais

freqüente no namoro do que durante o relacionamento conjugal. Goldman citado por Silva

e Vandenberghe (2008) argumenta que é comum cônjuges serem mais brutos na

comunicação, na qual um dos parceiros atropela a fala do outro, desconsiderando e

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trazendo constrangimentos. Otero e Guerrelhas (2003) consideram que no casamento a

convivência é intensa e contínua, facilitando uma familiaridade permissiva que tanto pode

ajudar como também atrapalhar a assertividade. A liberdade que os parceiros têm um com

o outro facilita atitudes não produtivas ao longo do relacionamento.

A comunicação de casais com problemas pode gerar situações conflitantes (Bonet

& Castilla, 2007). Os casais falarão de forma menos positiva, utilizarão comportamentos

não–verbais (careta, gestos e postura corporal) e comportamentos verbais negativos

(sarcasmo, deboches, o tom da voz muito alto e as criticas são constantes). Em casais

disfuncionais fica muito clara no dia a dia, a cobrança de favores e muitas das vezes até

antecipado. Isso geralmente pode estar relacionado a comportamentos individualizados

(Bonet & Castilla2007).

A observação de Goldman condiz com observação de outros terapeutas de casal,

como Cordova e Jacobson (1999), que dizem que frequentes déficits de habilidades de

comunicação entre os casais são: falta de atenção, compreensão, escuta. Esses conflitos na

relação vão se avolumando sem perspectivas de resolução. Estes autores salientam que há

ainda outro problema muito comum que é quando o ouvinte sai de seu papel e se coloca na

posição defensiva e contra ataca com um turbilhão de acusações e críticas, mostrando um

agravante constante na comunicação de casais que é a má interpretação durante o diálogo e

também a leitura mental onde o parceiro já tira suas conclusões precipitadas.

Problemas deste tipo são destacados por Carey, Winoze e Meisler (1999),

incluem comunicação “fora do eixo, leitura mental, pia de cozinha, sim... mas, queixa

cruzada, empate”. Otero e Guerrelhas (2003), ainda chamam atenção para pessoas que não

se atentam á realidade vivida. São mais propensas a se tornar inadequadas, agressivas,

caluniadoras, intolerantes. Com isso, não permitem que o outro fale, escute, resultando em

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uma conversa disfuncional. Acumulam as brigas, troca de agressões verbais, físicas e até a

separação.

Casais em crise apropriam-se de comentários insensíveis ou irrefletidos. Eles

levantam os conflitos que tem prejudicado o relacionamento sem uma averiguação

devidamente correta, pois esses se tornam incapazes e são levados pela motivação negativa

inferida ao parceiro (Cordova & Jacobson, 1999). Estudos vêm demonstrando que o ponto

central de discórdia na interação dos casais é a comunicação insatisfatória (Otero &

Guerrelhas, 2003). Ela traz um prejuízo muito grande para os casais promoverem

mudanças em seus relacionamentos. Isso ocorre devido à dificuldade de falar sobre os

conflitos de forma clara, evitando que estes sejam resolvidos e ainda possam retornar

como um vulcão em erupção. Danos estes que podem ser irreparáveis (Cordova &

Jacobson, 1999). A falta de habilidades de comunicação pode dificultar na resolução de

problemas diários que vão se avolumando até tornarem-se intransponíveis pelos cônjuges

(Otero & Guerrelhas, 2003).

Zanonato e Prado (2009) relatam que a comunicação precária entre a díade pode

resultar em relacionamentos disfuncionais com muitas complicações que vão desde um

simples conflito, desentendimentos corriqueiros até as agressões recíprocas, levando ao

afastamento ou rupturas afetivas. Otero e Guerrelhas (2003) ressaltam que, “palavras não

são apenas palavras: elas podem acariciar ou machucar, temporária ou definitivamente,

uma pessoa ou um relacionamento a dois‟‟.

Relacionamentos disfuncionais, de acordo com Schmaling, Fruzzetti e Jacobson

(1997), se caracterizam pela dificuldade de solucionar conflitos. Schmaling, Fruzzetti e

Jacobson (1997) dizem ainda que esses casais tornam-se reativos diante de acontecimentos

e assumem a postura crítica, que dá lugar a um diálogo agressivo e hostil, aumentando o

mau entendimento e tornando a comunicação cada vez mais pobre. Este tipo de relação

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pode impedir os cônjuges de ouvirem, já que estão mais propensos a atacarem e contra

atacarem.

Bonet e Castilla (2007), falam que os casais disfuncionais podem ter uma baixa

taxa de reciprocidade positiva e uma elevada taxa de coerção. Usam a punição e o reforço

negativo na convivência. E esses lançam mão da linguagem como arma de ataque, que

pode tornar precursora e mantenedora dos conflitos.

Zanonato e Prado (2009) ponderam que a má comunicação está relacionada com

distorções cognitivas. Estes citam as dez distorções cognitivas de acordo com Dattilio

(1995) mais freqüente entre casais: Interferência arbitrária (um dos cônjuges tira

conclusões negativas); abstração seletiva (atribui significado negativo fora do contexto);

hipergeneralização (estende para outras situações); magnificações e minimizações;

personalizações; pensamento dicotômico ou polarizado; rotulação ou classificação

incorreta; visão em túnel (único ângulo); explicações tendenciosas e leitura de mente.

Uma boa comunicação pode ser utilizada ainda para resolução de outros

problemas do casal. Cary, Winoze e Meisler (1999), usaram uma abordagem da

comunicação para resolverem um transtorno erétil masculino. Para essa finalidade, criaram

um folheto destinado aos clientes e que auxilia na avaliação e o funcionamento do

encontro, tal como um manual terapêutico. Este folheto tem como função esclarecer os

problemas comuns de comunicação do casal e orientá-los a solucionar os mesmos.

Segundo Cordova e Jacobson (1999) as habilidades de comunicação desenvolvidas com os

casais vão permitir que os mesmos sejam “terapeutas”, diante de problemas futuros.

Intervenções Terapêuticas

Os autores Ross, Clifford e Eisenman (1987) citados por Carey, Wincze e

Meisler (1999) falam do método de relatos emparelhados com casais que podem ter

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problemas de comunicação. Através desse método cada parceiro é orientado a preencher o

questionário duas vezes, sendo uma vez para ele e outro como se fosse o parceiro. Através

desse método é possível ver o nível de compreensão e de concordância além de possibilitar

ver as preferências e pontos de vista que ele tem do seu parceiro.

Os casais em tratamento recebem estes folhetos individualmente e depois

discutem as dificuldades relacionadas á comunicação, com os seus próprios exemplos, mas

deixando bem claro que essa revisão tem a finalidade de verificar o processo de

comunicação (Cary, Winoze & Meisler 1999).

Cordova e Jacobson (1999) mostram que pode ser realizado também um treino de

casal envolvendo a definição e a solução do problema. Neste processo, o terapeuta deve

estar atento aos pensamentos disfuncionais e/ou deturpados e usar a interação cognitiva na

terapia conjugal Cognitivo – Comportamental.

Zanonato e Prado (2009) trabalham os pensamentos automáticos com a

reestruturação, através da qual o cônjuge consegue substituir estes pensamentos

disfuncionais sistematicamente. Assim também trabalha as crenças com o questionamento

socrático. É primordial que na terapia de casal ocorra solução de conflitos, aprendam a

negociação e também desenvolvam habilidades de comunicação. Os cônjuges são

instruídos a anotar distorções e pensamentos automáticos, tomando conhecimento de como

esses interferem na relação. E, conseqüentemente terão mais sucesso na reparação das

distorções cognitivas.

Zanonato e Prado (2009) citam Rangé e Datilio, (2001), que trazem outro

treinamento da comunicação. A primeira fase do treino é para escutar, ouvir o cônjuge tem

que seguir alguns princípios: Escutar com atenção, manter contato visual e demonstrar que

está ouvindo. Não interromper o outro. Clarear o que está ouvindo, confirmando e

resumindo o que ouviu para certificar se está correto.

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Já a segunda, é para aprender a falar. Falar, manter contato visual direto, ficar

atento as expressões e sinais corporais do cônjuge. Fazer questões abertas para propiciar o

diálogo. Falar somente o necessário e manter a atenção do outro. Lançar mão do silêncio

para propiciar reflexões ou realçar o que está sendo falado. Evitar questionar o cônjuge e

também usar de questões que dificultam a comunicação. O tato e diplomacia respeitosa são

fundamentais tanto no falar como no ouvir para o treino de comunicação (Zononato &

Prado, 2009).

Silva e Vandenberghe (2006) citam dois pioneiros da terapia comportamental de

casal, Stuart e Rose. Os dois desenvolveram o tratamento comportamental para problemas

conjugais nos Estados Unidos da America durante as décadas de 60 e 70. O primeiro

destes dois treinava casais para demonstrarem clareza um ao outro, sem controle aversivo,

o que deve ser reforçado pelo cônjuge. Rose desenvolveu a oficina de habilidades de

comunicação para aumentar a correspondência de significado entre ouvinte e falante.

Foram propostas três características, consciência da intenção, abertura para feedback e

qualidade positiva ou negativa de comunicação. Até hoje estas características podem ser

reconhecidas nas terapias comportamentais de casal.

Cordova e Jacobson (1999) utilizam outra técnica que é o Treino em

Comunicação e Solução de Problemas que tem a finalidade de ensinar aos casais as

habilidades para solucionar conflitos através das negociações deixando de lado métodos

antigos e ineficientes que só agravavam o relacionamento. Os cônjuges adquiriam

capacidade de negociar soluções de maneiras positivas. Este treino foca no modo como os

casais expressam as suas necessidades sem causar deterioração ao longo do

relacionamento. Estes ensinamentos se dão através de problemas atuais, mas com uma

visão para os problemas futuros (Cordova & Jacobson, 1999).

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Para Otero e Guerrelhas (2003), ser assertivo na relação conjugal envolve:

identificar o que sinto; analisar o que quero falar; descobrir por que quero falar; identificar

como quero falar; escolher quando falar. Portanto a assertividade tem que ter

aprendizagem, treino, investimento na forma da comunicação. Só assim a comunicação

dentro do casamento pode ajudar solucionar conflitos no relacionamento e também

prevenir no dia a dia.

Outra habilidade importante destacada por eles é saber ouvir o parceiro de modo

respeitoso e refletir a respeito do assunto e emitir opinião com sinceridade, ou seja, é ter

habilidades para conversar. Parafrasear, de acordo com Otero e Guerrelhas (2003), vai

facilitar uma melhor compreensão da intenção, significado, objetivo de tal comportamento

se faz necessário estar sempre questionando: ”O que você quis dizer com isto? Que eu sou

chata? Foi isso que entendi quando você me disse que fico falando a mesma coisa”.

Cordova e Jacobson (1999) salientam que a ajuda em terapia de casais só vai

ocorrer se a relação não estiver estrangulada, ou seja, se o casal ainda pode gerar

lembranças positivas de como foi seu primeiro encontro; coisas positivas que ainda

guardam, caso contrário o sucesso fica comprometido. Asseguram ainda que o sucesso da

terapia fica comprometido quando a união foi por conveniência ou necessidade, ou quando

um dos cônjuges já tem uma amante, da qual não deseja se separar.

Estes autores introduziram na terapia de casal técnicas para promover aceitação.

O que não pode ser mudado, por exemplo, o passado ou certos traços de personalidade do

outro, podem ser aceito. Vandenberghe (2006) explica o uso da técnica de aceitação, em

que o casal é incentivado a abandonar as lutas entre si, e envolverem com os problemas

sem se acusar, atacar ou recuar procurando ver o lado positivo deles.

Bonet e Castilla (2007) citam que o programa terapêutico tem que levar em conta

as individualidades que cada casal possui. E para que isso ocorra será necessária uma

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avaliação adequada para verificar os componentes que estão atuando e se o programa

terapêutico é apropriado para este tipo de casal.

Traz ainda, o treinamento em reciprocidade como uma técnica fundamental na

terapia de casal. Esse tornou relevante por que: prepara os casais para aumentar a

satisfação conjugal, ensina formas diversas para poder interagir, o casal é motivado a

prosseguir a terapia diante das resposta positivas, a percepção e é dirigida para o positivo

ao invés do negativo (Bonet & Castilla, 2007).

Para que ocorra uma boa interação na relação conjugal é necessário que aja

comunicação para lidar com desafios e riscos. Este trabalho ressalta que é a má

comunicação entre os parceiros que torna o relacionamento praticamente insustentável.

Isso ocorre devido à falta de habilidades na comunicação, casais perturbados muitas vezes

demonstram incapacidade de resolver problemas. Acabam não conseguindo solucionar os

conflitos.

Este trabalho tem como objetivo demonstrar que é possível levar um casal em

crise a transformações importantes em sua convivência através de um trabalho focado na

comunicação.

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Método

Participantes

Para realização desse estudo foram feitos atendimentos com um casal de

namorados, a senhora Maria e o senhor José, ambos em torno 40 anos de idade, nível

médio, proprietários de um comércio.

A queixa principal era que não conseguiam casar, apesar de namorar a 14 anos.

Alem disso, a vida profissional deles era tumultuada com atrasos e desencontros. Mal

tinham tempo de almoçar, freqüentemente, o comércio deles estando em caos.

Material

Os atendimentos foram realizados nos consultórios do CEPSI que dispunha de duas

poltronas, duas cadeiras, uma nessa, um gravador MP4, caneta, caderno e prontuário,

questionário inicial de terapia e o de final da terapia.

Procedimentos

Um funcionário do CEPSI chamou a estagiaria para fazer a triagem, pois sabia da

sua preferência em atender casais. A estagiária fez a ficha de triagem do casal e estes

manifestarão o desejo de ser atendido pela mesma. Foram informados que tinha um

protocolo a ser seguido e que não dependia só dela para que o atendimento ocorresse,

(disponibilidade de horário do casal, da terapeuta e coterapeuta, consultório, lista de

espera). Posteriormente com a desistência de um casal, foi estabelecido um contato via

telefone, através da secretaria do CEPSI, para agendar um horário adequado para eles e a

dupla de estagiários. Ficou estabelecido que atendimento ocorresse no período noturno,

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todas as quintas feiras das 19 às 21 horas. Os atendimentos ocorreram de 5 de novembro a

3 de dezembro 2009, com um total de 6 sessões.

Os relatos do casal foram gravados, transcritos e discutidos em intervisão entre as

terapeutas e nas supervisões semanais como estudo de caso. O casal foi contado para

retornar a terapia, mas esses manifestaram o desejo de encerrar devido à falta de tempo. A

estagiaria agendou com o casal e procedeu ao fechamento da terapia com aplicação do

questionário de final de terapia, eles deram e receberam também o feedback da terapeuta,

prevenção de recaída.

A terapeuta agradece e encerra a terapia se colocando a disposição deles caso

ocorresse alguma eventualidade.

Resultados

O casal procurava terapia, pois queriam se casar, mas Jose acusava Maria de indecisão em

relação ao casamento. Ele já tinha o barracão pronto, e o lote para construir do jeito que ela

quisesse. A chácara para a festa, padrinhos, padre, juiz de paz, etc.

Maria esperava que Jose a pedisse em casamento para seus pais. José atribuía a

causa da demora à família dela estar sempre em primeiro lugar.

Analisando as sessões observou se tratar de um casal com uma comunicação

pobre. Tiveram interpretação arbitraria da fala do outro cônjuge. Tiveram dificuldade em

expressar sentimentos e ainda agiam como se o outro pudesse adivinhar o que pretendiam

fazer.

Pode-se observar que Jose falava muito mais que Maria. Jose começa a sorrir,

quando a terapeuta pergunta sobre esta diferença: “Eu não posso é começar a falar se não,

não paro”. Esse problema às vezes o fazia atrasar nas entregas. Jose ficava conversando

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com clientes e isso também se repetia na loja, principalmente com as pessoas mais velhas.

Nas sessões, Jose verbalizou varias vezes que não iria falar e que iria deixar espaço para

Maria. Mas normalmente ele interrompia a terapeuta, concordando com ela antes dela ter

concluído o assunto. Ele tentava conversa com a coterapeuta, atropelava a fala de Maria.

Maria foi se soltando mais ao longo da terapia. Era uma característica de Maria de só falar

quando adquiria mais intimidade.

Apesar da facilidade de Jose de falar, tanto ele, como Maria queixavam da

dificuldade que eles tinham para concluir ou ate mesmo abordar um assunto. Quando foi

solicitado, a Jose, como era a conversa entre eles. Ele responde: ”Olha é ate complicado,

porque tem que ter jeito para você chegar à conversa, explicar a conversa e às vezes

conversa você responde para você mesmo. E que ela não ouvia! Não prestava atenção no

que eu falo e não concluía os assuntos”. Jose ainda relata: “Ouvir e não dar importância da

resposta que vai ser respondido. E depois como é que é? E você explica de novo e ela

discorda”. A terapeuta resume a fala dele: “Você esta dizendo que, quando vocês estão

discutindo é como se ela estivesse em outro mundo?” Ele concorda. Já Maria se justifica

dizendo: ”Às vezes é porque eu não estava concordando com a maneira que ele estava

falando‟‟. A comunicação do casal apresenta-se normalmente ambígua com um duplo

sentido, ou às vezes incompreensível. Depois de um dia de incompreensão na loja, cada

um vai para sua casa e no outro dia não se fala mais sobre o assunto pendente.

A cada sessão percebeu-se mais prejuízos devidos aos problemas de

comunicação. Os parceiros tomavam decisões sem consultar o outro ou falar a respeito,

supondo que o outro sabia o que estava sendo feito. Em uma sessão, Jose relata que duas

vezes chegou a montar uma casa para os dois e que Maria não foi morar com ele. Maria

justificou que não tinha sido convidada a morar com ele. Ela não tinha entendido que a

casa era para eles. Ela estava surpresa com as falas dele. Quando ela o visitou numa dessas

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casas, ele ficou lavando carro e não lhe deu atenção. Ela disse que ele nunca havia a

pedido em casamento. Ele ate tinha perdido um par de alianças. Agora era ela quem

guardava as alianças. Quando questionado sobre a fala de Maria ele decidiu ir à casa dos

pais dela e pedi-la em casamento formalmente.

Outro assunto que chamou a nossa atenção foi a dificuldade de falar dos

sentimentos. Maria telefonou para Jose preocupada com a saúde dele, pois este tinha feito

uma pequena cirurgia e ficou de repouso na casa dos pais. O invés de falar dos seus

sentimentos, ela foi logo cobrando explicações porque ele estava na oficina ao invés de

descansar. José, por sua vez, ficou bravo, pois pensou que ela ligou para controlar ele.

Nesse mesmo dia, como Jose estava acostumado a estar com Maria o dia todo, sentiu

saudades e resolveu passar na loja para vê-la. Mas quando ligou não falou dos seus

sentimentos. Disse que estava passando. Ela sabia que era dia de abastecer o carro, e disse

que não precisava vir. Ele teve que insistir. Foi apontado, pela terapeuta que eles não

tinham nomeado seus sentimentos. Começarão a rir e perceberam a dificuldade que

tinham. A partir dessa intervenção foram incentivados a falar dos sentimentos. A partir

dessa “sacada” a situação começou a mudar depressa. Ficaram noivos, e dentro de vinte

dias, já vão morar juntos.

Entrar em terapia por si só, já provocou mudança para o casal. Era um tempo

que eles estavam tirando, ainda que sem perceber, para os dois. Ali, eles tinham

oportunidade de falarem dos problemas enfrentados no dia a dia. Outro fator que contribui

para o sucesso da terapia foi a adesão que eles tiveram em relação às tarefas de casa,

apesar da dificuldade em realizar algumas tarefas em que tinha de fazer anotações. Eles

procuravam colocar em pratica o que era discutido durante a terapia

Os efeitos da terapia para o casal logo foram visíveis. Pois o casal compareceu à

terapia relatando as melhoras que eles conseguiram: Hoje eles saem para almoçar juntos e

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deixam ordens para só ligar no celular se for um caso muito urgente. Esse comportamento

já verificado na pratica pela terapeuta quando tentou falar com eles no horário de almoço.

Eles não atenderam mandaram que deixasse recado. Aprenderam a utilizar a agenda.

Dividiram as funções entre os dois dentro da loja. Especificaram as funções de todos os

funcionários da loja e ainda deram mais autonomia para a irmã de Maria na empresa para

resolver alguns assuntos na ausência deles. Como conseqüência dessas mudanças tem

sobrado mais tempo. Esse tempo, eles tem utilizado para resolver alguns problemas fora da

loja e ate para irem a casa tomar um banho e dar uma relaxada.

Comunicam de forma mais assertiva, pois sempre que percebem que tem alguma

coisa no tom de voz ou atitude eles já perguntam que sentimento ou pensamento esta pó

traz, procuram conversar e resolver logo. Em geral, estão falando mais dos seus

sentimentos. Jose se deu conta que era muito nervoso e impaciente. Agora tem procurado

pensar antes de agir. Essa nova atitude ajudou a solucionar a dificuldade de

relacionamento com a sogra e também com a cunhada, que agora ate ajuda o casal na

reforma da casa.

Ele percebeu que deixa a Maria nervosa na hora de escolher as coisas para a casa.

Enquanto ela é mais lenta e ponderada, ele é muito rápido em decidir ou então concorda

logo só para resolver. Observando estas diferenças entre eles, o casal agora consegue

comunicar sobre eles e negociar soluções mutuamente satisfatórias. Estão programando

para o final do ano tirar dez dias de férias, o que é um bom começo para quem tem 14 anos

que não tira férias. O próximo passo após terminar a casa será a informatização da loja,

pois assim vão ter mais tempo e Maria quer esse tempo para poder dedicar-se a sua nova

vida.

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Discussão

O casal apresentado neste trabalho parou no tempo, porque não conseguia

comunicar. Não conseguiram implementar passos importantes na sua vida pessoal e

profissional durante muitos anos. Desenvolveram padrões de convivências rígidos e

disfuncionais. Não só o relacionamento sofreu pela dificuldade de comunicação entre eles,

mas também as relações com a família estendida e o andamento do seu comercio.

Aprender a comunicar os possibilitou enfrentar os sentimentos aversivos que são

reconhecidos como problemáticos na vida conjugal (Torres & Wielewicki, 2009). A partir

de uma comunicação aberta conseguiam conjugar mudança e aceitação como proposta por

Cordova e Jacobson (1999).

A mudança na comunicação sobre suas intenções, sentimentos e necessidades

desencadearam uma seqüência de efeitos. O relacionamento do casal melhorou. O trabalho

na empresa ficou cada vez mais eficiente, e isto contribuiu, por sua vez para a qualidade de

vida do casal.

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