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Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino, na Pesquisa e na Extensão Região Sul 1 O papel da Multidisciplinaridade no estudo dos impactos dos desastres sobre a atividade turística em Santa Catarina, na região turística Costa Verde e Mar Prof. Dr. Marcos Antônio Mattedi Universidade Regional de Blumenau (FURB) [email protected] Marcelo Mariano da Rocha Universidade Regional de Blumenau (FURB) [email protected] Eixo temático: Conhecimento Interdisciplinar 1. Resumo O presente trabalho tem por propósito apresentar a relação entre a multidisciplinaridade, desastre, turismo e políticas públicas na região turística Costa Verde e Mar localização no litoral de Santa Catarina. A multidisciplinaridade vem sendo um elemento difundido como um campo do saber por ter uma importância na contribuição para a realização de pesquisas em função dessa área do saber agregar diversas áreas do conhecimento. A região turística Costa Verde e Mar é conhecido por suas belezas naturais, que consequentemente atrai milhares de turista anualmente para desfrutar dos atrativos naturais e culturais existentes. No entanto, essa mesma região tem histórico de desastres que ocorreram ao longo de sua história afetando a atividade turística direta e indiretamente. O trabalho vem apresentando como a multidisciplinaridade poderá contribuir para a realização dessa pesquisa e de que forma esse campo do saber poderá trazer benefícios para a pesquisa, sendo que o campo de pesquisa, ou seja, o turismo e os desastres são elementos multidisciplinares. 2. Introdução O presente trabalho examina a multidisciplinaridade na abordagem da relação entre os impactos dos desastres e o planejamento da atividade turística na região Costa Verde e Mar, no litoral norte de Santa Catarina. O estudo da relação entre Desastres e Turismo é multidisciplinar porque envolve tanto a consideração do processo de formação quanto de dissolução das atividades turísticas no território. Pressupõe a consideração da ambivalência que surge entre a necessidade de difundir uma imagem de território positiva para atração do turista e, ao mesmo tempo os eventuais efeitos negativos provocados pelo impacto de desastres de um território. A compreensão desta relação pressupõe o enfoque de diversas disciplinas

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Simpósio Internacional sobre Interdisciplinaridade no Ensino,

na Pesquisa e na Extensão – Região Sul

1

O papel da Multidisciplinaridade no estudo dos impactos dos desastres sobre a

atividade turística em Santa Catarina, na região turística Costa Verde e Mar

Prof. Dr. Marcos Antônio Mattedi Universidade Regional de Blumenau (FURB) – [email protected]

Marcelo Mariano da Rocha Universidade Regional de Blumenau (FURB) – [email protected]

Eixo temático: Conhecimento Interdisciplinar

1. Resumo

O presente trabalho tem por propósito apresentar a relação entre a multidisciplinaridade, desastre, turismo e

políticas públicas na região turística Costa Verde e Mar localização no litoral de Santa Catarina. A

multidisciplinaridade vem sendo um elemento difundido como um campo do saber por ter uma importância

na contribuição para a realização de pesquisas em função dessa área do saber agregar diversas áreas do

conhecimento. A região turística Costa Verde e Mar é conhecido por suas belezas naturais, que

consequentemente atrai milhares de turista anualmente para desfrutar dos atrativos naturais e culturais

existentes. No entanto, essa mesma região tem histórico de desastres que ocorreram ao longo de sua história

afetando a atividade turística direta e indiretamente. O trabalho vem apresentando como a

multidisciplinaridade poderá contribuir para a realização dessa pesquisa e de que forma esse campo do saber

poderá trazer benefícios para a pesquisa, sendo que o campo de pesquisa, ou seja, o turismo e os desastres

são elementos multidisciplinares.

2. Introdução

O presente trabalho examina a multidisciplinaridade na abordagem da relação entre os impactos dos

desastres e o planejamento da atividade turística na região Costa Verde e Mar, no litoral norte de Santa

Catarina. O estudo da relação entre Desastres e Turismo é multidisciplinar porque envolve tanto a

consideração do processo de formação quanto de dissolução das atividades turísticas no território. Pressupõe

a consideração da ambivalência que surge entre a necessidade de difundir uma imagem de território positiva

para atração do turista e, ao mesmo tempo os eventuais efeitos negativos provocados pelo impacto de

desastres de um território. A compreensão desta relação pressupõe o enfoque de diversas disciplinas

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simultaneamente porque se trata de uma situação complexa, que envolve tanto a consideração de dimensões

naturais relacionadas aos desastres, como dimensões sociais relacionadas ao turismo.

Esta pesquisa constitui parte das atividades de pesquisa da elaboração da dissertação de mestrado que

está sendo desenvolvida no Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Regional na Universidade

Regional de Blumenau – PPGDR/FURB. O trabalho baseia-se na revisão bibliográfica da temática dos

desastres, do desenvolvimento do turismo no Brasil e em Santa Catarina, e do processo de implementação de

políticas públicas contra desastres no turismo na região turística Costa Verde e Mar. O interesse na

consideração multidisciplinar da relação entre Turismo e Desastres resulta da percepção que as

preocupações políticas para o setor só aparecem quando este adquire importância econômica ou quando

começa a causar transtornos. Antes disso, caracterizam pela espontaneidade, com pouco ou nenhum controle

de seu desenvolvimento, obedecendo apenas à lei de mercado.

O estudo da relação entre Turismo e Desastres tem como pressuposto os possíveis impactos na

atividade turística que resulta da inexistência de um plano de contingência e o delineamento de medidas

contra os desastres. É importante propor para essa região um plano de contingência para minimizar os

impactos decorrentes de um possível desastre. Mais precisamente, a sustentabilidade das atividades turísticas

depende tanto de medida pré-impacto como de ações pós-impacto para o setor. O que tem se notado através

dos levantamentos preliminares da pesquisa é o poder público não dispõe de nenhuma estratégia para lidar

com os eventuais efeitos dos desastres sobre a atividade na região Costa Verde e Mar. Nesse sentido, a

multidisciplinaridade torna-se essencial e importante nesse campo da presente pesquisa na medida em que

integra as informações produzidas em várias áreas do conhecimento como, por exemplo, a geografia, a

sociologia, a história, o turismo, mas também, a meteorologia, a hidrologia, o planejamento para entender tal

implicações e interações desse fenômeno.

Desta forma, a multidisciplinaridade torna-se decisiva na realização desta pesquisa, sendo que

turismo, desastres e território encontram-se interligados, e ambos possuem diferentes áreas de conhecimento

que são importantes para a realização da pesquisa, e também em função do conjunto dessas áreas de

conhecimento se tornam essencial para objetivar o foco da pesquisa.

3. Multidisciplinaridade e seus desafios.

O desenvolvimento institucional da ciência sempre se baseou no estabelecimento estratégias para

controlar, estimular e intensificar a criação de novas teorias e descobertas científicas. Desta forma, vão

constantemente sendo formuladas e estabilizadas um conjunto de regras, ao mesmo tempo, morais e

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técnicas, que procuram regular e orientar tanto a relação dos cientistas entre si (princípios) como a relação

deles com o mundo (método científico). Até hoje essas regras visam inibir anomalias e incrementar novas

descobertas pelos possíveis benefícios que a produção regular e sistemática do conhecimento pode

proporcionar à sociedade. A medida que em as descobertas científicas se tornaram a base da inovação

tecnológica este processo tornou-se fundamental e essa reflexão foi regularizada em áreas de conhecimento

como, por exemplo, a sociologia da ciência e a epistemologia. Assim, se, por um lado, o processo de

desenvolvimento científico tende a especialização, a necessidade de aplicação do conhecimento força a

necessidade de integração.

Paralelamente nos últimos anos um conjunto novo de fenômenos vem colocando novos desafios ao

desenvolvimento científico. Entre os principais pode-se assinalar a questão dos problemas ambientais, a

globalização, a família, a violência, o desenvolvimento regional, a nanotecnmologia, a biotecnologia, a

educação, a democracia e a própria ciência. Algumas iniciativas já são amplamente reconhecidas tanto na

comunidade científica como na sociedade como os Estudos Sociais das Ciências e da Tecnologia, os Estudos

Ambientais, os Estudos Culturais e de Gênero, bem como as pesquisas sobre desastres e turismo. Estas áreas

temáticas envolvem a combinação de diversos tipos de informação, forçando, muitas vezes, as próprias

fronteiras entre as ciências naturais e as ciências sociais.

Entre as principais estratégias podemos destacar a interdisciplinaridade, a transdisciplinaridade e a

multidisciplinaridade. Mais precisamente, a constatação de que sem disciplinaridade não existe inter, trans e

multidisciplinaridade, a disciplinaridade por si mesma não é suficiente para confrontar problemas

complexos. E que a inovação científica e tecnológica surge sempre nos pontos de intersecção de várias

disciplinas.

A partir desse contexto de desenvolvimento institucional da ciência a abordagem multidisciplinar foi

se fortalecendo, disseminando e se impondo como estratégia de abordagem. Contudo, não existe ainda

consenso sobre qual a melhor estratégia para se conceber uma abordagem multidisciplinar. Segundo Arantes

Fazenda (1997), a multidisciplinaridade é a visão menos compartilhada de todas as três visões. Para este, um

elemento pode ser estudado por disciplinas diferentes ao mesmo tempo, contudo, não ocorrerá uma

sobreposição dos seus saberes no estudo do elemento analisado.

Já para Almeida Filho (1997) a ideia mais correta para esta visão seria a da justaposição das

disciplinas cada uma cooperando dentro do seu saber para o estudo do elemento em questão. Nesta, cada

pesquisador cooperará com o estudo dentro da sua própria ótica; um estudo sob diversos ângulos, mas sem

existir um rompimento entre as fronteiras das disciplinas. Como um processo inicial rumo à tentativa de um

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pensamento horizontalizado entre as disciplinas, a multidisciplinaridade institui o inicio do fim da

especialização do conteúdo.

Pode-se definir com mais clareza a multidisciplinaridade como:

[....] conjunto de disciplinas que simultaneamente tratam de uma dada questão, problema ou assunto

(digamos, uma temática r), sem que os profissionais implicados estabeleçam entre si efetivas relações

no campo técnico ou científico. É um sistema que funciona através da justaposição de disciplinas em

um único nível, estando ausente uma cooperação sistemática entre os diversos campos disciplinares.

A coordenação; quando existente, é de ordem administrativa, na maioria das vezes externa ao campo

técnico-científico. (ARANTES FAZENDA, 2011, p. 30)

Nesse sentido, a questão da coordenação é decisiva para a abordagem multidisciplinar. Segundo

Kubrusly e Dantas (2012) hoje, dentro dos mais respeitados centros de pesquisa vemos surgir um certo

clamor por um comportamento científico multidisciplinar ou mesmo interdisciplinar. Mas, por mais

paradoxal e irônico que possa parecer, começam a surgir e até mesmo existem vários especialistas nesses

novos de abordagem multidisciplinares. Exercendo certa tolerância, os cientistas, para salvar seu método

sagrado começam a conversar acreditam que essa nova linguagem de primos trará um entendimento

definitivo para os problemas complexos da modernidade.

Na verdade esta estratégia deve ser concebida como um tratado de tolerância que admite diversas

vias de concepção e abordagem dos fenômenos. Por isso atualmente, muitas pesquisas realizadas em

diversas áreas da ciência estão sendo desenvolvida a partir do pressuposto da visão multidisciplinaridade, ou

seja, várias áreas do conhecimento vêm trabalhando em conjunto para investigar tal fenômeno e/ou elemento

a fim de propor tais soluções e/ou adquirir novos conhecimentos. No entanto, é importante ressaltar que

alguns autores dizem que para este, “um elemento pode ser estudado por disciplinas diferentes ao mesmo

tempo, contudo, não ocorrerá uma sobreposição dos seus saberes no estudo do elemento analisado” (LEFF,

2001).

A grande dificuldade nesta linha de trabalho se encontra na difícil localização da "via de

interarticulação" entre as diferentes ciências. Nesse sentido, é importante lembrar que cada uma delas possui

uma linguagem própria e conceitos particulares que precisam ser traduzidos entre as linguagens (MORIN,

2000). Esse debate da importância das pesquisas multidisciplinar se tornou essencial para buscar novas

formas de analises de um fenômeno e/ou elemento que causa algum tipo de interferência na sociedade. O

saber multidisciplinar se tornou algo de extrema importância, sendo que a partir desse campo científico se

reúne uma diversidade de pesquisadores com proposito de investigar tal elemento.

O estudo multidisciplinar vem abordando diversas áreas de pesquisa como, da saúde, na área da

educação e, na área ambiental, sendo que a “problemática ambiental promoveu a transformação dos

conhecimentos teóricos e práticos nos quais se funda a racionalidade social e produtiva dominante” (LEFF,

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2001). Assim esse campo do saber em especial vem utilizando o saber multidisciplinar para analisar as

modificações no meio tendo à ação antrópica como principal agente de interferência.

Embora o papel do saber multidisciplinar fosse à abordagem de diversas áreas de conhecimento em

prol de um fenômeno, Almeida Filho (1997) cita outra visão sobre a multidisciplinaridade em relação seu

papel:

[....] a multidisciplinaridade parece esgotar-se nas tentativas de trabalho conjunto, pelos professores,

entre disciplinas em que cada uma trata de temas comuns sob sua própria ótica, articulando, algumas

vezes bibliografia, técnicas de ensino e procedimentos de avaliação. Ainda de acordo com o autor,

pode-se dizer que na multidisciplinaridade as pessoas, no caso as disciplinas do currículo escolar,

estudam perto mas não juntas. A idéia aqui é de justaposição de disciplinas. (p.13)

Portanto, a multidisciplinaridade exerce um importante papel na investigação científica, sendo que

esse saber reúne uma série de contribuições científica de diversas áreas de conhecimento a fim de tratar um

elemento ou fenômeno. O saber multidisciplinar é uma das ferramentas essenciais para o entendimento de

fatos ou fenômenos que afligem a sociedade, e essencial para que os pesquisadores possam chegar os

resultados esperados.

Particularmente, a multidisciplinariedade constitui uma estratégia adequada para considerar as

relações multidimensionais que surge da consideração do turismo e os desastres no território. Em síntese,

pode-se dizer que a multidisciplinariedade constitui uma nova resposta para velhos problemas, ou seja, as

velhas questões relacionadas à tendência de somente considerar somente as dimensões positivas na

territorialização do turismo podem ser superada pela adoção de uma abordagem multidisciplinar.

4. A atividade turística como elemento multidisciplinar

O Turismo que conhecemos atualmente no mundo é uma atividade dinâmica e que se tornou

importantíssima para economia de diversos países, e em especial no Brasil, sendo assim, a mesma passou a

ser tratado com a devida importância tanto pelo poder público e, principalmente, pelo setor privado. No

entanto, o desenvolvimento dessa atividade foi lento, e somente a partir da metade do século XX o turismo

foi se dinamizando, em virtude disso passou a ser um segmento ativo da economia mundial.

Segundo Rejowski e Solha (2002) após a Segunda Guerra Mundial, a atividade turística tomou novos

rumos, consolidou-se e expandiu-se, profissionalizando-se. Ao mesmo tempo, perceberam-se com mais

clareza os riscos e as oportunidades do seu desenvolvimento, relacionado à evolução inicial do seu estudo

científico. Mas acima de tudo, o que caracterizou esse período foi a massificação do turismo possibilitada

por fatores políticos, econômicos, educacionais, culturais, sociológicos, trabalhista.

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Dentro disso, a atividade turística foi ganhando um cenário mundial baseado na grande dissolução

desse segmento na sociedade, tendo em vista que ela havia se tornado uma atividade de massa, e sendo

assim, a mesma passava por grandes transformações no seu âmbito de abrangência. O estilo do

desenvolvimento do turismo no Brasil, não fugiu de via de regra dos demais países onde essa atividade

surgiu. O turismo brasileiro teve seu crescimento e fortalecimento baseado inicialmente na exploração dos

recursos naturais, e isso ficou evidenciado nos discursos tanto do poder público, e principalmente do setor

privado, afirmando que o Brasil possuía todos os requisitos possíveis para o desenvolvimento do trade.

De acordo com Ouriques (2003) existem algumas intenções dos grandes capitalistas em relação ao

Turismo.

A imagem do Brasil como um cartão postal natural aparece explicitamente nos discursos do poder

público, dos capitalistas do setor e dos pesquisadores a serviço do capital. Documentos produzidos

por órgãos estatais sempre enfatizam a natureza do país como justificativa da denominada “ação”

turística. Os capitalistas do setor de regra se pronunciam pedindo apoio por parte do estado (lei se

isenções e financiamentos), já que Deus foi generoso para o Brasil, pois a natureza aqui é divina,

constituindo-se na matéria-prima fundamental para o turismo. (176)

Em detrimento desse aspecto de crescimento da atividade turística no Brasil foi necessário tentar

compreender como esse fenômeno se desenvolvia no país para tentar analisar qual seria seu papel na

sociedade a partir desse período. A partir disso, alguns campos da ciência passou a perceber o turismo como

um campo do saber e novas áreas de conhecimento passaram a investigar o turismo, pesquisando como esse

segmento se desenvolvia, quais seriam os benefícios do turismo, e também para apontar os pontos negativos

dessa atividade. Em função dessas características, o turismo se tornou um campo científico de diversas áreas

do conhecimento, assim, “o estudo científico do turismo passou a ser um trabalho recente de natureza

multidisciplinar e interdisciplinar, tendo em vista que está inserido num ambiente sujeito a influências de

diferentes paradigmas” (DENCKER, 2002).

Dentro disso, o turismo se tornou um campo da ciência totalmente complexo em função da sua

dinamicidade de investigação se tornando um campo científico inter e multidisciplinar em detrimento da

necessidade de analisar o turismo por diferentes campos da ciência, para só assim poder compreender

melhor o dinamismo desse segmento.

Segundo Mota (2005);

[....] o Turismo é objeto de estudo de várias disciplinas e utiliza referenciais teóricos da maioria das Ciências Sociais, o que caracteriza a multidisciplinaridade. Na Psicologia, Antropologia e Sociologia,

o Turismo torna-se um objeto quando estudam sobre as motivações, preferências e condutas dos

turistas, suas condições sócio-econômico-culturais, que determinam a necessidade de viajar e efeitos

que a interação social provoca no comportamento das populações emissoras e receptoras do fluxo

turístico. (p.3)

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A partir dessa complexidade e necessidade de pesquisar o turismo para compreender seu surgimento,

crescimento e desenvolvimento e suas interligações com a sociedade, foi necessário que algumas áreas de

conhecimento fossem se incorporando a esse segmento, e assim, se tornando uma atividade inter e

multidisciplinar. Portanto, várias pesquisas vêm sendo desenvolvidas sempre com caráter multidisciplinar

para tentar chegar ao objetivo proposto. O estudo em questão trata de investigar uma região turística de

Santa Catarina denominada de Costa Verde e Mar. O Estado de Santa Catarina é um dos destinos turísticos

mais procurados pelos turistas provenientes de várias localidades brasileiras, atraídos por diversas paisagens

naturais e culturais. O Estado é dividido por regiões turísticas que visam realizar a exploração do turismo de

forma regional. O mapa abaixo vem apresentado o território da região turística Costa Verde e Mar, que se

constitui dentro de um território constituindo pelos seguintes municípios; Luís Alves, Balneário Piçarras,

Penha, Ilhota, Itajaí, Camboriú, Balneário Camboriú, Itapema, Porto Belo e Bombinhas.

FONTE: http://www.costaverdeemar.com.br/pt/costa-verde-mar/localizacao/

No entanto, esse espaço turístico existente em Santa Catarina, além de apresentar potencial turístico,

também apresentam históricos de desastre, e dessa forma, a região turística Costa Verde e Mar, vem

apresentando essas duas características, sendo que os desastres se tornaram um elemento negativo para a

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continuidade de três características, desenvolvimento, crescimento e fortalecimento do trade dessa região.

De acordo com Zucco; Magalhães (2010, p.603) “o turismo é altamente sensível a crises e elas se agravam

quando associadas a desastres e, um sistema de proteção aos turistas e de recuperação das áreas turísticas

deve ser implementada pelas autoridades competentes”.

O turismo é uma atividade muito sensível a impactos negativos, onde esse setor está alicerçado na

relação interpessoal, e quando ocorrem fenômenos negativos ao turismo essa atividade sofre profundas

modificações em seu ciclo. Como enfatizam Maditinos e Vassiliadis (2008 apud ZUCCO; MAGALHÃES,

2010), os desastres aumentam as preocupações de turistas com segurança e proteção colocando pressão

crescente sobre planejadores e gestores envolvidos com o turismo, impelindo-os a analisar o impacto das

catástrofes sobre essa indústria e a desenvolver estratégias para lidar com as crises.

Assim, se faz necessário realizar um aprofundamento científico para tentar compreender como se dá

essa relação entre a atividade turística e os desastres na região turística Costa Verde e Mar. Para que essa

pesquisa seja realizada, é preciso desenvolver um trabalho de caráter multidisciplinar a fim de agregar

campos da ciência, como a sociologia, a geografia, a história, a hidrologia, e o turismo sendo que essas áreas

de conhecimento, no campo do turismo se torna objeto importante no estudo da preservação e sustentabilidade

do meio ambiente, e assim, se tornam elementos importantíssimos para a consolidação do turismo.

5. A multidimensionalidade dos desastres.

Os impactos ambientais causadores da degradação da natureza podem ser considerados um fenômeno

estritamente prejudicial ao desenvolvimento do turismo em uma determinada região turística. A atividade

humana vem alterando a dinâmica natural do planeta, e essas mudanças passaram a ocorrer tanto em

ambientes localizados como em grandes ecossistemas. A degradação ambiental passou a agravar-se devido

ao aumento da interferência humano no ambiente, e na prática limita a capacidade de uma determinada área

de absorver estes impactos, reduzindo a capacidade natural de resistir às ameaças e recuperar-se. Segundo

Santos (2007) no Brasil há uma relação muito estreita entre o avanço da degradação ambiental, a intensidade

dos impactos dos desastres e o aumento da vulnerabilidade humana. Ainda para Santos, “na verdade,

arriscamos dizer que a degradação ambiental aumenta a possibilidade de ocorrências de perigos naturais e,

frequentemente, ocorre à possibilidade do perigo se transformar em uma situação previsível, geradora de

desastres, causando danos às pessoas” (SANTOS, 2007).

Além disso, quando a degradação ambiental é significativa o suficiente para alterar a padrões

naturais de um ecossistema, os efeitos são enormes para a atividade humana, os exemplos mais evidentes

são a variabilidade climática atual e as mudanças climáticas. Práticas ambientais inadequadas, a mudança

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ambiental global, o crescimento populacional, a urbanização, a injustiça social, a pobreza, os conflitos e a

visão econômica de curto prazo estão gerando sociedades vulneráveis. Pretende-se que a estratégia para a

redução do risco de desastres para produzir os resultados esperados, deve ser dirigida diretamente o efeito do

desenvolvimento de desastres, em uma sociedade cada vez mais instável. Dentro dessas questões alguns

desastres trazem enormes transtornos para a sociedade do território atingindo e, trazendo muitos danos

materiais, consequentemente perdas de vidas. O gráfico 1 vem apresentando ocorrências mensais de tornado

por região em todo território nacional no período de 1991 a 2010.

Gráfico 1. Fonte: (ATLAS SOBRE DESASTRES NATURAIS 1991 a 2010, 2012)

Os dados do gráfico 1 mostram que algumas regiões ao longo do período pesquisado, ou seja, de

1991 a 2010, tiveram grande incidência de tornados, onde a região que teve a maior incidência desse

fenômeno entre todas do Brasil, foi na região Sul. O gráfico também apresenta que nos meses de janeiro e

outubro foram os períodos que mais aconteceram esse tipo desastre, sendo que o mês de outubro apresentou

como o período que mais surgiram tornados na região Sul. Esses dados mostram que essa região é suscetível

a desastre, com isso os estados que compõem essa região como de Santa Catarina está dentro da eminência

do perigo de um desastre.

As relações entre a ação humana, a gestão ambiental, mudanças climáticas e riscos de desastres estão

se tornando cada vez mais crítica. Os desastres afetam não apenas os países tradicionalmente pobres e mais

vulneráveis, mas também aqueles que pareciam ser bem protegido. “Os desastres, são como uma disrupção

repentina de uma “normalidade” anterior socialmente estabelecida, são caracterizados por serem eventos

adversos que proporcionam impactos negativos tanto físicos quanto sociais nas comunidades atingidas”

(SORIANO, 2009).

De acordo com Castro (1996, p.1),

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[.....] desastre é definido como resultado de eventos adversos, naturais ou provocados pelo homem,

sobre um ecossistema (vulnerável), causando danos humanos, materiais e/ou ambientais e

consequentes prejuízos econômicos e sociais. Aqui nota-se que o termo adverso significa hostil, inimigo, contrário, aquele que traz infortúnio e infelicidade.

Os impactos dos desastres ocupam o primeiro lugar da mídia apenas por alguns dias, mas as

consequências de desastres são muito mais duráveis e pode ser visto de maneira mais vívida quando

considerados separadamente: a perda da vida, interrupção dos meios de subsistência, propriedade destruída e

meio ambiente afetado. Estas perdas prejudicam o desenvolvimento humano e, muitas vezes minam o

sucesso individual e nacional anteriormente conseguido à custa de muito esforço. Marchezini (2009)

compreende o desastre como um agente externo ameaçador, seria o fruto de um modelo de guerra, no qual

desastres tendem a ser concebidos como um agente externo que causa impactos sobre as comunidades

humanas e estas tendem a responder a esta “agressão”. “Os desastres são assim concebidos como

decorrentes de causas externas à comunidade, isto é, os desastres da natureza que causam danos: “são as

chuvas que destroem casas”, “são as chuvas que matam, que deixam desabrigados” (MARCHEZINI, 2009).

Segundo Soriano (2009, p.4);

Os desastres naturais são eventos adversos que se constituem através da ação da força da dinâmica terrestre, quando ocorre em áreas que atinjam áreas habitadas, principalmente no caso de áreas

densamente povoadas e em situação vulnerável a estes eventos adversos, quando se observa a

ocorrência de vítimas fatais. Trata-se de uma realidade que atinge várias partes do planeta, de formas

e intensidades diferenciadas.

Esses impactos duradouros que os desastres podem causar ao meio, podem se tornar um grande

problema no desenvolvimento de diversos setores da economia. O setor do turismo pode ser um desses

setores a sentirem esse efeito imediatamente em suas destinações turísticas, tendo em vista que um

fenômeno como desastres proporciona profundos impactos negativos no desenvolvimento do trade. A

imagem das destinações turísticas pode ser afetada, e isso pode refletir na relação com os consumidores da

destinação turística, sendo que um dos pontos fortes do turismo é a imagem que é repassada dos produtos

turísticos a fim de vendê-los ao mercado.

Quando um território apresenta ao longo do tempo um histórico de desastre, essa destinação turística

pode sofrer uma grande queda do fluxo turístico em função dos impactos advindo desse fenômeno sobre o

território. Dentro disso, pode-se citar um exemplo do Estado de Santa Catarina que ao mesmo tempo

apresenta regiões exuberantes que são exploradas turisticamente, como já foi apresentado, também possui

um histórico de desastres. Algumas regiões do Estado tem histórico desse fenômeno, onde esse problema

atinge principalmente localidades que possuem grande fluxos de turistas, afetando diretamente o trade

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turístico. O gráfico 2 vem apresentando dados sobre a frequência mensal de inundação brusca no Estado de

Santa Catarina, no período de 1991 a 2010.

Gráfico 2. Fonte:

(ATLAS SOBRE DESASTRES NATURAIS 1991 a 2010, 2011).

Os dados acima mostram que o Estado possui um grande problema sobre a questão das inundações

bruscas, sendo que entre os meses de setembro a fevereiro acontece a maior incidência de chuva no Estado.

Segundo Monteiro (2001 apud Atlas de Santa Catarina, 2011) no verão em Santa Catarina, a intensidade do

calor, associado aos altos índices de umidade, favorece a formação de convecção tropical, resultando em

pancadas de chuvas, principalmente no período da tarde e noite, contribuindo com volumes significativos de

chuvas entre novembro e março. Pode-se citar também que nesse período de precipitação intensa no Estado,

coincide com o período da alta temporada do turismo, sendo que algumas regiões sofrem com os impactos

das chuvas sobre a atividade turística e, assim essa instabilidade climática no estado vem de encontro com o

grande fluxo turístico, sendo que nesse período o estado de Santa Catarina recebe turistas de diversas

localidades do Brasil e também turistas estrangeiros.

A redução do risco de desastres depende principalmente das consequências de decisões coletivas que

são adotadas e contempla a base social, o respeito à diversidade cultural, a equidade e as necessidades das

gerações futuras. É preciso haver um sistema ecológico mais saudável e diversificada que seja produtiva e

capaz de sustentar uma economia saudável para se adaptar às mudanças e considerar as restrições sociais e

ambientais. As relações entre turismo e desastres podem ser muito complexos, porém essa complexidade

tem referência com ponto negativo que podem vir à afetar o setor, sendo que o turismo é uma atividade

profundamente sensível as mudanças, e principalmente por fenômenos negativos, como os desastres.

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6. Considerações finais

Esta proposta de trabalho procurou evidenciar como a abordagem interdisciplinar tornou-se

fundamental para a abordagem da relação entre turismo e desastre. A compreensão da relação entre turismo

e desastre envolve tanto a consideração dos fatores positivos quantos negativos de um território. Esta relação

não pode ser satisfatoriamente considerada numa perspectiva disciplinar, mas envolve uma consideração

interdisciplinar. Essa estratégia foi adotada em virtude da necessidade de pesquisar, simultaneamente, as

dimensões sociais e naturais. Nesse sentido, vários campos do saber e em especial a multidisciplinaridade,

tornou se essencial para o estudo de várias áreas de conhecimento, como meio ambiente, turismo, saúde,

educação e economia. Assim, esse trabalho em conjunto foi se tornando essencial para o sucesso das

pesquisas, onde a inserção da multidisciplinaridade se tornou algo de extrema relevância para o sucesso da

investigação.

Pôde-se perceber, assim, que a multidisciplinaridade será de extrema importância para a elaboração

da pesquisa que se encontra em andamento que terá o objeto a região turística Costa Verde e Mar em Santa

Catarina e suas relações entre turismo e desastre. Assim esse saber multidisciplinar poderá contribuir com a

inserção de outras áreas do conhecimento. Essa pesquisa se tornou multidisciplinar porque os elementos

principais da pesquisa, que são o turismo e os desastres são elementos multidisciplinares e, assim ambos os

elementos são analisados com um olhar multidisciplinar e terão que ser pesquisado dentro desse contexto.

Percebe-se através das reflexões feitas que o saber multidisciplinar terá uma importância para o

desenvolvimento da pesquisa e posteriormente a sua conclusão, sendo que o mesmo faz com que outras

áreas do conhecimento possam agregar conhecimento à pesquisa proposta e, assim chegar os objetivos pré-

estabelecidos. Assim, o foco da pesquisa, à atividade turística, desastres e o desenvolvimento regional

poderá ser analisado de diversos campos científicos, ou seja, áreas como a sociologia, história, geografia,

hidrologia poderá trazer contribuições para a reflexão do problema da pesquisa.

Portanto, objetiva-se com o auxílio do saber multidisciplinar sobre a pesquisa buscar uma proposta

para o problema evidenciado na região turística no litoral de Santa Catarina e, assim, realizar propostas de

intervenção nessa problemática que possam comtemplar os desastres nas políticas públicas de turismo como

elemento agregador para o trade turístico, porém, isso só será possível com um trabalho multidisciplinar de

outras áreas de conhecimento para que a pesquisa possa alcançar seu objetivo.

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7. Referências

ARANTES FAZENDA, Ivani Catarina. Integração e interdisciplinaridade no ensino brasileiro:

Efetividade ou ideologia. 6º ed. São Paulo: Loyola, 2011.

ALMEIDA FILHO, N. Transdisciplinaridade e Saúde Coletiva. Ciência & Saúde Coletiva. II (1-2), 1997.

ATLAS BRASILEIRO DE DESASTRES 1991 a 2010. Universidade Federal de Santa Catarina. Centro

Universitário de Estudos e Pesquisas sobre Desastres. Volume Santa Catarina. Florianópolis: CEPED UFSC,

2011.

CASTRO, A. L. C. Manual de Desastres: desastres naturais. Brasília: Imprensa

Nacional, 1996. 182 p. Disponível em:

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