o Pregador e o Sermao

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  • SEMINRIO TEOLGICO NACIONAL

    DISCIPLINA: O PREGADOR E O SERMO

  • O PREGADOR E O SERMO

    1.QUALIDADES DO PREGADOR DO EVANGELHO

    Naturalmente para que algum obtenha xito como mensageiro de Deus deve possuir certas qualidades, ou satisfazer a determinadas condies.

    O fator essencial, a caracterstica de maior importncia, a piedade, que, no dizer do apstolo, "para tudo proveitosa", I Timteo 4:8. S o crente consagrado, verdadeiramente espiritual, alcanar grandes vitrias por Deus e para Deus. O homem leviano, superficial, poder ser notvel orador poltico e obter, talvez o aplauso e admirao de muitos, porm jamais conseguir tornar-se um eficiente pregador ou um instrumento poderoso usado pelo Senhor.

    No mnimo trs elementos so essenciais eficincia do seu trabalho: humildade, para alcanar graa; orao, a fim de conseguir poder; estudo da Bblia, para obter sabedoria.

    2. PREPARO INDIVIDUAL DO PREGADOR

    Antes mesmo de preocupar-se com a mensagem, deve o pregador cuidar de si. princpio inegvel que aquilo que ele faz depende do que ele . Da as recomendaes de Paulo a Timteo: "Tem cuidado de ti mesmo (a pessoa) e da doutrina" (o trabalho); e mais adiante: "Procura apresentar-te aprovado perante Deus, como obreiro que no tem de que se envergonhar (o indivduo) e que maneja bem a palavra da verdade", (a ao) (I Timteo 3:16 e II Timteo 2:15). Para que o pregador seja bem sucedido em seu trabalho, indispensvel uma preparao completa, a qual abrange trs aspectos: fsico, intelectual e espiritual.

    Preparao fsica: boa condio do organismo; sade equilibrada. A Bblia fala muito a respeito do equilbrio das refeies. Nunca devemos exagerar na alimentao. S recentemente que a cincia descobriu que a comida em excesso, pode ser prejudicial. Porm, a Bblia Sagrada ensinava essa verdade h 3.500 anos atrs. "Depois disse o Senhor a Moiss: Fala aos filhos de Israel, dizendo: Nenhuma gordura de boi, nem de carneiro, nem de cabra comereis. Todavia pode-se usar a gordura do animal que morre por si mesmo, e a gordura do que dilacerado por feras, para qualquer outro fim; mas de maneira alguma comereis dela" (Levtico 7:22-24). Temos conhecimento no dia de hoje, quo pernicioso o colesterol em nosso sangue. O exerccio tambm muito importante para quem quer servir ao Senhor. Longas caminhadas e outras atividades que "desemperram" os msculos

  • so indispensveis na vida do servo do Senhor. Acredito que o fator que pesou na longevidade de anos na vida dos servos do Senhor, foi sem dvida alguma, as longas caminhadas que eles eram obrigados a fazer no cotidiano de suas vidas. Abrao, Isaque, Jac e muitos outros patriarcas eram caminhantes inveterados.

    O prprio Moiss caminhou no deserto, conduzindo o rebelde povo de Israel, pelo menos quarenta anos. No de admirar que Mois morreu com 120 anos de idade (Deuteronmio 34:7). Se Moiss tivesse algum problema srio de sade, naturalmente no seria usado por Deus para estar frente do povo hebreu por longos quarenta anos.

    Vamos imaginar se Moiss fosse um cardaco. Como resistiria ele as longas caminhadas naquele deserto abrasador? necessrio, portanto, que o servo do Senhor cuide de sua sade. O apstolo Joo, o ancio, desejou sade ao seu amigo Gaio (III Joo 2). Preparao intelectual: natural que o pregador seja amante dos livros. Indispensvel, pois, se torna que v, aos poucos, formando a sua biblioteca. Devido ao elevado custo atual dos livros, deve o pregador selecionar os volumes que precisa adquirir, evitando gastar tempo e dinheiro com obras que poderia dispensar.

    O pregador compreensivo se dedicar s matrias essenciais, ao tipo de estudo mais proveitoso para o seu ministrio. No perder os seus momentos preciosos com leituras suprfluas ou que nada edificam.

    Alm da Bblia, que o primordial, e da Arte de Pregar, a lngua materna deve merecer sua ateno perene. Como lamentvel o pregador, e quanto prejudicial mensagem, cometer graves erros de portugus. No se fala de ser um erudito, mas de evitar erros primrios. Quanto mais cultura ele tiver, mais fcil e mais eficiente ser o seu ministrio. O pregador precisa conhecer bem o homem e a cultura de seu tempo: suas idias, seus costumes, seus problemas, seus recursos, sua personalidade e sua psicologia. Por isso, o pregador no pode contetar-se em estudar apenas sua Bblia. O pregador no deve ser "homem de um livro s". Mas, h muita gente que se ufana disso. Quem afirma que o pregador deve estudar s a Bblia revela ignorncia ou preguia mental.

    O pregador precisa estar em dia com o seu tempo, com a cultura de seu povo ou do povo a quem ele vai ministrar. Se ele est no Brasil, precisa conhecer a psicologia do povo brasileiro, o grau de cultura deste povo, suas aspiraes, suas frustraes, o que faz, como o faz, o que pensa e o que pretende. Se ele dirigir a outro pas, ter que conhecer o mesmo a respeito do povo daquele pas. Precisar no s conhecer essa cultura, mas assimil-la e integrar-se nela.

  • Por isso, o pregador ter que ler muito (ser leitor inveterado e insacivel de informaes). Ler jornais, revistas, livros; ouvir rdio, ver televiso (menos o que no presta); estar se informando dos mais diversos noticarios do mundo. Ele precisa ver, ouvir e sentir o seu povo.

    Paulo, o apstolo aos gentios, no esquecia do seu preparo intelectual, e isto se nota quando ele pediu ao seu colega Timteo, os livros e pergaminhos (II Timteo 4:13). Concluimos, pois, que Paulo valorizava o preparo intelectual. 3. PREPARO ESPIRITUAL DO PREGADOR

    O pregador deve, prioritariamente, buscar a qualidade espiritual. O bom condicionamento fsico e o preparo intelectual so bons, e at necessrios, mas nada disso adianta, se o pregador no empenhar-se na busca da santidade, (I Timteo 4:13). a) - Estudo da Bblia. O pregador deve levar a srio o estudo das Sagradas Escrituras. Para obter sucesso em sua labuta no dia a dia, o pregador ou pastor precisa desenvolver o hbito de estudar com afinco o Santo Livro.

    "No se aparte de sua boca o livro desta lei, antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme tudo quanto nele est escrito; porque ento fars proseperar o teu caminho, e sers bem sucedido" (Josu 1:8). Neste pequeno e excelente versculo, temos uma receita divina. Deus, aqui, mostra o que futuro sucesso de Josu, seria observar e pr em prtica o Santo Livro. Paulo tambm sabia do valor das Escrituras Sagradas na vida de Timteo, seu filho na f. Eis o conselho que Paulo deu ao Jovem Timteo: "Procure apresentar-te diante de Deus aprovado, como obreiro que maneja bem a palavra da verdade" (II Timteo 2:15). As Santas Escrituras so instrumentos poderosssimos na vida de quem quer dedicar na causa do Evangelho. Paulo, o maior pregador de todos os tempos, abaixo de Cristo, disse: "Porque no me envergonho do Evangelho, pois o poder de Deus para salvao de todo aquele que cr; primeiro do judeu, e tambm do grego" (Romanos 1:16). b) - Orao: Devido a grande importncia do assunto, dedicaremos alguns pargrafos orao, como fator sem igual para o progresso espiritual do obreiro.

    Algum, numa certa ocasio, disse acertadamente: "A orao a primeira, a segunda e a terceira coisa necessria ao pregador". O pregador que no se dedica orao, no pode ser bem sucedido em seu ministrio.

  • Todas as Escrituras estam cheias de exemplos de homens de orao profunda e piedosa. Os heris do Antigo Testamento a usavam como arma eficiente nas suas grandes vitrias. Um dos grandes exemplos de orao o do patrairca J. J sofreu as mais terrveis presses que a vida reserva; porm, a Bblia diz que J continuou imbatvel em sua jornada de f. J perdeu todos os seus bens materiais, perdeu todos os seus dez filhos, e, por fim, perdeu a sade, mas no perdeu a sua esperana no Todo-Poderoso. Este valoroso homem continuava orando a Deus, apesar dos dissabores que sofreu. Vejamos o que a Bblia diz a respeito de J e sua orao: "O Senhor, pois, virou o cativeiro de J, quando este orava pelos seus amigos; e o Senhor deu a J o dobro do que antes possua" (J 42:10). Davi, o segundo rei da nao de Israel, tambm era um homem de orao. Este homem foi notvel em seus momentos de devoo a Deus. So dele essas palavras que nos estimulam s oraes: "De tarde, de manh e ao meio-dia me queixarei e me lamentarei (orao); e Ele ouvir a minha voz" (Salmos 55:17). Quando estudamos o Evangelho de Lucas, que apresenta Jesus com homem perfeito, e d nfase sua dependncia de Deus na realizao do ministrio na terra, aprendemos que o Senhor vivia em constante comunho com Deus; no batismo, "orando Ele, o cu se abriu" (Lucas 3:21); aps a efetuao de prodgios, retirava-se para o deserto e ali orava (Lucas 5:16); antes de escolher os doze, "subiu ao monte a fim de orar, e passou a noite em orao a Deus" (Lucas 6:12); esteve sozinho, orando pouco antes de interrogar aos seus discpulos: "Quem dizem o homem que eu sou?" (Lucas 9:18); noutra ocasio levou trs dos mais ntimos companheiros "e subiu ao monte a orar e ali se transfigurou" (Lucas 9:29); exultante, orou ao Pai com ao de graas pelas revelaes aos humildes seguidores (Lucas 10:21); "estando Ele a orar em certo lugar" os seus discpulos suplicaram que lhes ensinasse a orar (Lucas 11"1); na cruz orou, pedindo perdo para os inimigos (Lucas 23:34). E conforme o testemunho do autor da carta aos hebreus, ainda hoje "vive para interceder por ns" (Hebreus 7:25). Paulo outro exemplo magnfico: no obstante as mltiplas responsabilidades do apstolo, suas contnuas viagens, as perseguies que enfrentava, as lutas do ministrio e os labores constantes, encontramo-lo sempre em orao intercessria, conforme aprendemos dos seus escritos: "Incessantemente fao meno de vs, pedindo nas minhas oraes..." (Romanos 1:9-10). "Sempre dou graas ao meu Deus por vs pela graa de Deus que vos foi dada"

    (I Corntios 1:4). "Fazendo sempre, em todas as minhas oraes, splicas por todos vs com alegria" (Filipenses 1:4). "Graas damos a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vs" (Colossenses 1:3).

  • Por falta de espao e tempo, no podemos transcrever aqui muitas outras passagens que revelam a importncia da orao.

    4. AQUELES QUE O SENHOR CHAMA

    Consideremos ento a importncia do crente redimido por Jesus Cristo ser o arauto das verdades eternas do Evangelho. Como crente em Cristo, muitos privilgios tenho tido em minha vida. Porm, nenhum outro privilgio pode se comparar com a oportunidade de servir o meu Criador. Lembro-me do apstolo Paulo que considerava o grande privilegiado de ser escolhido para "...anunciar as inescrutveis riquezas de Cristo" (Efsios 3:8). Pregar o Evangelho de Cristo, sem dvida alguma, pregar a maior riqueza de todo o universo. Estou certo de que Deus concede a todos os convertidos, seja homem ou mulher, seja moo ou moa, menino ou menina, essa grande bno de falar de Cristo aos seus semelhantes que necessitam de salvao. Todos os regenerados pelo poder do Esprito Santo de Deus, podem e devem falar de Jesus como sendo a nica esperana ao perdido pecador.

    Pregar o Evangelho de Cristo, no quer dizer com isso, que todos devem ocupar a direo ou liderana de uma determinada igreja. Aprendemos nas Escrituras Sagradas que nem todos so chamados para ocuparem o pastorado da igreja. Deus, que conhece os coraes, escolhe e capacita queles que por Ele so chamados para este grandioso servio. Paulo mesmo disse que nem todos tm um mesmo dom na Igreja de Cristo. "E uns ps Deus na igreja, primeiramente apstolos, em segundo lugar profetas, em terceiro mestres, depois operadores de milagres, depois dons de curar, socorros, governos, variedades de lnguas. Porventura so todos apstolos? So todos profetas: so todos mestres? so todos operadores de milagres? todos tm dom de curar? Falam todos lnguas? Interpretam todos? Mas procurai com melhor zelo os maiores dons. Ademais, eu vos mostrarei um caminho sobremodo excelente" (I Corntios 12:28-31). Sabemos que, no caso da mulher, Deus probe terminantemente ocupar uma posio de liderana na igreja. Apesar deste ensino produzir muita polmica entre igrejas e pastores, ele continua firme nas pginas das Escrituras Sagradas. Veja as seguintes passagens: (I Corntios 14:34; I Timteo 2:11-13). Quando uma mulher se levanta para fazer uma pregao, exercendo assim, a liderana sobre os homens, ela est frontalmente desobedecendo a palavra do Senhor.

    Porm, com isso, no quer dizer que a mulher no pode fazer nada pela causa de Cristo. Muito pelo contrrio, a mulher pode e deve ser uma ferramenta til nas mos do Senhor. O mesmo apstolo que ordenou que as mulheres aprendessem em silncio nas igrejas, mais tarde disse: "E peo a ti, meu verdadeiro companheiro, que as ajudes, porque trabalharam comigo no Evangelho..." (Filipenses 4:3). Paulo est

  • se referindo s duas mulheres (Evdia e Sntique) que aparentemente estavam tendo alguns problemas pessoais. Mas o que nos chama a ateno Paulo (chamado por muitos de machista) dizendo que essas duas mulheres trabalharam com ele no Evangelho.

    A mulher Samaritana tambm serve como exemplo de que a mulher pode ser muito til na causa do Senhor. A mulher Samaritana, a mando de Cristo, foi cidade e convidou (no pregou) aos homens e disse: "Vinde, vede um homem que me disse tudo quanto tenho feito; ser este, porventura, o Cristo?" (Joo 4:29-30). Sim, esta mulher fez algo muito importante, pois ela foi convidar os homens da cidade a virem at onde Cristo estava. Isto as mulheres podem fazer nos dias de hojem tambm. As convertidas, na semelhana da mulher Samaritana, podem convidar homens, seus conhecidos e amigos, a virem Igreja para ouvir a pregao do Evangelho. Algumas mulheres que foram milagrosamente curadas por Cristo, acompanhavam-no e o serviam com as suas posses (Lucas 8:1-3). Aprendemos, ento, que as mulheres podem fazer muito em prol do Evangelho. Hoje em dias, em nossas igrejas, as irms tm contribudo muito, principalmente quando usam os seus dons musicais, ajudando com suas vozes e, mesmo nos intrumentos musicais, como pianos, teclados, acordeons etc. Elas colaboram desta maneira sem exercer nenhuma liderana sobre os homens. Quantas irms tm sido teis no Evangelho como educadoras de crianas, encaminhando-as a Cristo como Salvador.

    5. O QUE CHAMADO DEVE OBEDECER IMEDIATAMENTE Quando algum se sente chamado para o ser pastor, evangelista ou pregador, no deve hesitar, mas sem delongas aceitar a chamada de Deus. Temos o exemplo do apstolo Paulo, que quando chamado, no questionou com Deus, mas imediatamente aceitou o grande desafio de ser usado pelo Senhor. Veja Glatas 1:16-17. Tambm o profeta Isaas, no Antigo Testamento, um exemplo de obedincia imediata quando sentiu que Deus o estava chamando para o ministrio: "Depois disso ouvi a voz do Senhor, que dizia: A quem enviarei, e quem ir por ns? Ento disse eu: Eis-me aqui, envia-me a mim". (Isaas 6:8). O chamado por Deus para pregar o Evangelho no deve esquecer que os anjos tambm desejariam desempenhar este glorioso servio. "...para as quais coisas os anjos bem desejariam atentar" (I Pedro 1:12). Os anjos so numerosssimos, pertencentes a muitas ordens diferentes, dotados de grande inteligncia, poder e autoridade, e alguns deles so dirigentes de vastas regies dos mundos celestiais. Veja Efsios 1:21 e Apocalipse 19:17. Aceitar a chamada de Deus para o trabalho de anunciar o Santo Evangelho, o que de mais honroso se poderia almejar. Muitos se enchem de orgulho pelo simples fato

  • de ser aprovados num concurso do Banco do Estado, do Banco do Brasil, do Banco Central etc. Outros se acham agraciados por ocuparem altos cargos nas mais altas hierarquia do Governo ou de uma grande empresa de prestgio internacional. Mas digo com toda a convico, que nenhum cargo na terra, por mais importante que seja entre os mortais, se eqivale ser chamado por Deus para o seu santo servio.

    H vria maneiras de pregar o Evangelho de Cristo. Voc pode falar com um amigo ou amiga. Podemos ir a um hospital ou presidirio e, ento expor com humildade, a mensagem aos doente ou presos.

    6. EXEMPLOS DE ALGUNS HOMENS CHAMADOS E USADOS POR DEUS

    Gostaria de relacionar alguns homens, que apesar de serem fracos e vulnerveis ao pecado, Deus os usou poderosamente para desempenhar alguns trabalhos especiais:

    - Moiss foi chamado especialmente para tirar o povo da escravido do Egito (xodo 3:10). - Deus chamou Josu para liderar o povo de Israel em direo da terra prometida (Josu 1:1-2). - Samuel foi usado para ser o ltimo grande Juiz da nao Hebraica e ajudar o povo a escolher o primeiro rei de sua histria (I Samuel 3:1-14; 8:6-7; 10:1). - Davi, o segundo rei da histria de Israel, foi chamado pelo Senhor para substituir Saul que deixara Israel com moral baixa (I Samuel 16:11-13). - Salomo foi chamado por Deus para dar continuidade ao reinado de seu pai, o rei Davi (I Reis 1:37 e 2:1-4). - Jonas foi chamado para pregar a um povo estranho s alianas de Deus, o povo de Nnive (Jonas 1:1-2). - Jesus chamou os doze apstolos para estarem ao seu lado e, tambm, para serem os primeiros fundamentos de sua Igreja (Lucas 9:1-6; I Corntios 12:28). - Paulo, o apstolo aos gentios, foi chamado pelo Senhor para sofrer pelo seu nome (Atos 9:15-16). - Timteo, o jovem companheiro do apstolo Paulo, foi chamado para trabalhar na causa do Evangelho (I Timteo 4:14-15). - Alguns so chamados para exercerem o pastorado da igreja e outros so chamados para o honrado trabalho diaconato (Atos 6:1-6 e I Timteo 3:1-10). bom lembrar novamente, que, quando algum chamado por Deus para pregar o Evangelho, no se deve questionar o Todo-Poderoso. Lembremos de Moiss e como ele queria fugir, mas no pde (xodo 4:10-17). Outro homem que procurou "tirar o corpo fora" foi Gideo, mas tambm no pde (Juzes 6:14-15).

  • Poderamos ainda falar do profeta Jonas, que ao ser chamado para pregar aos ninivitas, ele procurou fugir desta grande responsabilidade (Jonas 1:1-4). 7. AS DIFICULDADES NA VIDA DO PREGADOR

    A vida de quem prega o Evangelho de Jesus Cristo marcada de muitos obstculos e dificuldades. lamentvel que a maioria no compreende a vida daquele que se entrega para o servio de Deus. Aqueles que acham que a vida do pregador, evangelista ou pastor "moleza", so os que menos cooperam na causa do Evangelho.

    Todo pregador do Evangelho, mais cedo ou mais tarde, ser criticado. Porm, a crtica mais dolorida no tanto dos descrentes, pois deles de se esperar qualquer tipo de crtica, mas as que mais ferem o pregador so aquelas que vm de pessoas que esto no rol da membros da igreja. Paulo sofreu este ataque de alguns membros da Igreja de Corinto (I Corntios 4:3; II Corintios 10:10-13; II Corntios 11:6). Outro exemplo de crtica ferina que abala o pregador ou dirigente encontra-se no livro de Nmeros quando Aro e Mriam criticaram a Moiss devido o seu casamento com a mulher cuhita (Nmeros 12:1-15). Deus, entretanto, tomou as dores de Moiss e deu uma dura reprimenda em Aro e Mriam por terem falado contra Moiss. No sei o porqu, mas Deus foi muito mais severo com Mriam, irm de Moiss, deixando-a leprosa (Nmeros 12:10). Outra dificuldade que o pregador, evangelista, pastor ou qualquer dirigente de igreja depara em seu caminho, quando algumas pessoas o considera como um "superstar" ou "super-espiritual". H pessoas, por incrvel que parea, que consideram o pastor ou dirigente de igreja um "semi-deus". claro que o pastor ou pregador deve ser exemplo em tudo, mas consider-lo como algum que tem a soluo para todos os tipos de problemas, o cmulo do absurdo. Creio que todo pregador mais cedo ou mais tarde ter de enfrentar esse tipo de problema. A nao de Israel caiu grave neste erro quando achou que seu lder era um "super-homem". Moiss no agentou a presso de tanta "choradeira" do povo e disse a Deus: "Concebi eu porventura todo este povo? Dei-o eu luz, para que me dissesses: Leva-o ao teu colo, como a ama leva a criana de peito, para a terra que com juramento prometeste a seus pais? Donde teria eu carne para dar a todo este povo? Porquanto choram diante de mim, dizendo: D-nos carne a comer. Eu s no posso levar a todo este povo, porque me pesado demais. Se tu me hs de tratar assim, mata-me, peo-te, se tenho achado graa aos teus olhos; e no me deixes ver a minha misria"

    (Nmero 11:12-15). Quando o pregador pressionado desta maneira, a sua reao semelhante de Moiss. Mas com o tempo o pastor ou dirigente de uma igreja aprende a se esquivar de tais problemas, mas naturalmente, isto se aprende depois

  • de muitos anos no "batente". Antigamente eu perdia noites de sono com alguns problemas que membros de minha igreja me traziam. Eram problemas que estavam alm de minha capacidade. Eram questes familiares, tais como: brigas de esposo e esposa; pais que vinham reclamar de um determinado filho rebelde; alguns dizendo que precisavam de emprego; outros que diziam que estavam com falta de dinheiro etc. Ora, esses tipos de questes o pastor ou dirigente de igreja no pode solucionar. Podemos e devemos orar a Deus, e esperar que Ele d a soluo ao problema. Se o pastor ou dirigente de igrejas forem ajudar financeiramente os irmos pobres, ento precisaria de uma fortuna tal como a do Bill Gates ou de qualquer outro bilionrio deste mundo. Porm, como o caso de muitos pastores e dirigentes, eles esto na lista dos mais pobres de suas igrejas. O pastor ou pregador do Evangelho deve aprender que sua principal ocupao cuidar do rebanho de Deus e procurar ganhar almas para Cristo. Que ns, pastores e pregadores, aprendamos agir como Cristo: "Homem, quem me constiuiu a mim como juz ou repartidor entre vs?" (Lucas 12:14). As dificuldades financeiras e as diferenas sociais uma realidade, porm, o pastor ou dirigente no pode fazer nada para resolver esta questo. As Sagtradas Escrituras dizem que os pobres sempre existiro na terra. Veja Deuteronmio 15:11 e Mateus 26:11. 8. A PREGAO Vamos agora falar da pregao. Pregar significa anunciar, divulgar, proclamar em alta voz uma determinada mensagem. Qual a mensagem que o pregador deve proclamar? A mensagem da Bblia. A Bblia e somente a Bblia que o pregador deve anunciar.

    As Sagradas Escrituras a fonte inesgotvel da mensagem de Deus. Suas pginas inspiradas contm tudo o que precisa o servo de Deus para o desempenho eficiente da misso de pregar. Este maravilhoso Livro apresenta variado material para o abastecimento perene do obreiro: poesia, histria, biografia, doutrina, profecia... A Bblia tem uma palavra adequada para cada ouvinte, em todo o tempo e em qualquer circunstncia: po para o faminto, gua para o sedento, alvio para o amargurado, conforto para o perseguido e luz para o duvidoso.

    No podemos negar o valor da psicologia, da filosofia e da antropologia, mas recorrer a esses valores para convencer o homem de seu estado pecaminoso, atingir as raias do absurdo!!!

    O apstolo Paulo reconheceu o valor das Escrituras Sagradas, quando disse: "Toda Escritura divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender, para corrigir, para instruir em justia; para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente preparado para toda boa obra" (II Timteo 3:16-17). Jeremias, o profeta do Antigo Testamento, tambm reconheceu o valor da Palavra do Senhor,

  • quando ouviu de Deus as seguintes palavras: "No a minha Palavra como fogo, diz o Senhor; e como martelo que esmia a pedra?" (Jeremias 23:29). O famoso rei Davi disse: "Os preceitos do Senhor so retos, e alegram o corao; o mandamento do Senhor puro, e alumia os olhos" (Salmos 19:8). Portanto, no podemos deixar de reconhecer que o Livro Divino contm tudo quanto o pregador ou pastor precisa em seu trabalho.

    muito importante que o pregador examine a sua Bblia de diferentes modos, evitando assim o enfado ou monotonia e tornando o estudo mais atraente e proveitoso. Deve consider-la como um todo, procurando v-la de maneira ampla ou geral, como algum que, de avio, contempla panormicamente determinada cidade. A seguir, procure estudar livro por livro, a fim de compreender os ensinos principais, os fatos salientes de cada um deles, inclusive o autor, a data, as circunstncias histricas, a quem foi dirigida a sua mensagem e com que intento. Depois estude os seus captulos mais notveis, os quais apresenta verdades profundas e essnciais. Ento procure os textos que se destacam pelo seu valor e profundeza, buscando sempre entender o seu verdadeiro sentido.

    9. TIPOS DE PREGAO Todos apreciam a variedade. Em razo disso, o pregador deve esforar-se para no se escravizar a um s tipo de mensagem, o que prejudicaria o seu trabalho. Porm, ele tem que expor ao povo do Senhor "...todo o conselho de Deus" (Atos 20:27). Nunca esquecer que em determinadas ocasies, o pregador deve trazer uma mensagem apropriada. EXEMPLO: Num velrio, a pregao deve ser mais sria; o pregador deve trazer uma mensagem de esperana s pessoas que assistem. O servo de Deus deve ter sempre em mente que numa ocasio desta, as pessoas esto mais receptivas do que, quando assistem culto em uma festa de aniversrio ou de casamento. No livro de Eclesiastes encontramos as sbias palavras do rei Salomo: "Melhor ir casa de luto (velrio) do que ir casa onde h banquete (festa); porque naquela (no velrio) se v o fim de todos os homens, e os vivos (que esto no velrio) o aplicam ao seu corao" (Eclesiaste 7:2). H vrios tipos de sermes, e naturalmente todos eles so teis, mas aquele que prega o Evangelho deve aprimorar-se no tipo de sermo que mais lhe agrada. Porm, os tipos de sermes mais usados e conhecidos so estes trs: TPICOS, TEXTUAL E EXPOSITIVO. Vejamos ento, atravs de exemplos, como se desenvolve estes trs tipos de sermes:

    1) Tpico: quando um assunto se desenvolve atravs de comparao de diversos trechos da Bblia. Muitos pregadores usam este tipo de sermo, pois a vantagem de ser usado facilita com que o pregador apresente um assunto mais completo. Jesus e

  • seus apstolos fizeram uso largamente deste tipo de sermo. Vamos ilustrar aqui alguns sermes deste tipo:

    I - Palavra da Cruz - I Corntios 1:18-31. 1) Mensagem do amor divino; 2) Mensagem da dor ou do sofrimento; 3) Mensagem do perdo; 4) Mensagem da vitria.

    II - "Vinde" - Lucas 14:15-24. 1) Uma necessidade (do homem); 2) um apelo (de Deus); 3) Uma oportunidade (para todos); 4) umaresponsabilidade (dos que escutam o convite)

    III - Smbolo e Realidade - Nmeros 21:1-9. A serpente de metal como um perfeito tipo de Cristo: 1) Providenciada por Deus; 2) Para socorrer a um povo aflito; 3) Semelhante, mas distinta; 4) Levantada; 5) O alvo da f; 6) O suficiente. 2) Textual: quando no apenas o assunto, mas de igual modo os pontos ou divises so extrados do prprio versculo. Assim, o pregador analisa mais minuciosamente o contedo do texto, explicando as suas verdades, ou salientando as suas frases. As divises da mensagem correspondem exatamente s clusulas do versculo sobre o qual est baseada. de grande utilidade este mtodo, pois consiste na interpretao do texto da maneira mais completa.

    Vejamos alguns exemplos de sermes textuais: I - A Mensagem do Evangelho - Atos 17:30-31 1) Divina: "Deus"; 2) Perdoadora: "No tendo em conta os tempos da ignorncia; 3) Urgente: "Agora"; 4) Universal: "A todos os homens, em todo o lugar"; 5) Definida: "Que se arrependam"; 6) Responsabilidade dos que a ouvem ou perigo de desprez-la: "H de julgar o mundo com justia".

    II - Os verdadeiros seguidores de Cristo - Joo 10:27-28.

  • 1) Obedientes: "ouvem a minha voz"; 2) Dedicados: "me seguem"; 3) Salvos: "dou-lhes a vida eterna"; 4) Seguros: "nunca perecero"; 5) Protegidos: "Ningum as arrebatar da minhas mos"

    Ou, ainda, estes outros:

    Baseando-nos no Salmo 9:17, usamos o seguinte esboo: l) Uma classe: os mpios; 2) uma punio: sero lanados; 3) U lugar: o inferno; 4) Uma atitude: esquecimento de Deus. Usando Mateus 8:11, pregamos um sermo com as seguintes divises:

    1) A maior garantia - "EU vos digo"; (a palavra infalvel de Cristo); 2) A mais sbia escolha: "viro"; 3) A mais ampla oportunidade: "do Oriente e do Ocidente" (isto , todos, a humanidade inteira); 4) O melhor descanso: "sentaro"; 5) A mais doce companhia: "Abrao, Isaque e Jac" (todos os remidos); 6) A mais feliz habitao: "o reino de Deus", o cu. Concluindo, analisamos, por contraste: 7) A mais lamentvel tragdia: ser lanado fora (por desprezar o Evangelho). 3) Expositivo: uma exegese da Escritura, a anlise de um trecho da Bblia, com maior nmero de pormenores. Tem sido, por certo, o tipo menos popular. Sem dvida alguma, esse tipo de sermo exige um estudo srio, uma meditao profunda. A essncia do sermo expositivo a explicao detalhada de um trecho das Escrituras Sagradas escolhido pelo pregador. Para este tipo de sermo, exige-se da parte do pregador um cuidado especial, pois, se a exposio do trecho no for bem claro em sua explanao, haver da parte dos ouvintes uma interrogao ("no ar") pelo fato de no te entendidos a mensagem. O sermo expositivo possibilita maior conhecimento bblico tanto para o pregador, como para os ouvintes. um mtodo rpido e eficaz para o fortalecimento ou edificao da igreja; d mais honra Palavra inspirada; a interpretao mais exata, mais fiel, pois o mensageiro no tem oportunidade de afastar-se do texto sob o impulso da imaginao, e, enfim, a persistncia ou hbito no seu uso torna-se uma grande bno para o obreiro.

  • Vamos mostrar alguns sermes bblicos desta categoria:

    I - A Mulher Canania - No trecho de Mateus 15:21-28. 1) Sua posico - estrangeira; 2) Sua necessidade - a filha enferma; 3) - Seu embarao - aparente indiferena de Jesus e repreenso do povo; 4) - Sua humildade, perseverana e f; 5) - Resultado: a cura.

    II - Na histria do cego de nascensa - No captulo 9 de Joo. 1) - Sua condio - cego, mendigo; 2) - Sua oportunidade: encontrar-se com Jesus; 3) - Sua atitude - obedincia, f, persistncia; 4) - Sua cura - imediata, completa; 5) - Sua prova- as oposies; 6) - Seu testemunho corajoso - vs. 16, 33 e sobretudo o 25.

    III - Podemos considerar na parbola do Filho Prdigo (Lucas 15:11-24) as diferentes atitudes do moo ou as suas vrias situaes. 1) - Arrogncia - "da-me"; 2) - Dissipao - "gastou tudo"; 3) - Runa total - padecendo necessidade; 4) - Humilhao - procurando emprego; Despertamento - "caiu em si"; 5) - Deciso - voltando ao lar; 6) - Recompensa - a recepo festiva.

    IV - Uma srie de condies para se ser salvo encontramos no trecho clssico de Isaas 55:1-8. 1) - Ter sede; 2) - Vir a Cristo; 3) - Receber de graa; 4) - No demorar; 5) - Abandonar a vida pecaminosa. Creio que os exemplos destes trs tipos de pregao mais do que suficientes para aqueles, que porventura podem aproveitar este estudo.