O primeiro capítulo de O SEGREDO DE EVA

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Catálogo de O SEGREDO DE EVA

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Quer saber qual é o Segredo de eva?

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Catálogo de O SEGREDO DE EVA

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SINOPSE: As paredes vão tremer diante de um segredo… Eva, estranha e antissocial, descobre grandes tragédias intimas, desvendando os mistérios sobre seu amor clandestino e o verdadeiro valor da amizade pelos amigos que lhe ensinaram a viver. Ela guarda, a sete chaves, um segredo que poderá mudar, não somente sua vida, mas a vida de todos a sua volta. O destino das pessoas que ama, está em suas mãos. Uma obra adulta que persegue os passos literários “claricence”, pelo modo intenso, ofegante e degenerado do amor de Eva por alguém que a sociedade e os dogmas irão condenar. E você, condenará? Todos os conceitos estão sujeitos à revisão. Nada mais será como antes… DADOS SOBRE A OBRA O Segredo de Eva é um romance ousado e dedicado ao público adulto. Uma obra intensa, longe de clichês e piegas, intercalada entre diálogos, monólogos e sensações. A obra contribui para a construção da atmosfera introspectiva e consiste em reproduzir o pensamento da personagem, como se o “ego” e tudo ao redor, falasse. Registra-se o mergulho no mundo íntimo e pessoal de Eva, uma personagem criada através de sensações e impressões viscerais, revelando suas emoções, devaneios, dúvidas e reações diante do contexto de seu cotidiano, sobretudo, diante de um segredo que será revelado ao leitor, se este tiver sensibilidade para compreendê-la e captar a mensagem, que nas entrelinhas, Eva transpassa, aos berros.

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Trechos:

“Assim... amor... Isso... assim... minha gostosa!” – lembrei-me da noite em que senti mais tesão em toda minha vida. Te odeio por isso também, me deixa excitada até quando estou te odiando.

— Não vá... – abracei-o com minhas pernas em torno de sua

cintura, enquanto suas mãos ostentavam o peso de meu corpo que era segurado pelas minhas nádegas. Ficaria assim com ele, até que desistisse de me abandonar.

— Não posso... – eu senti a lágrima morna que saía de seus olhos, escorrer em meu rosto que o queria para sempre.

Ofereci a ele minha boca, que foi devorada em segundos, num beijo apaixonado e faminto.

Que o amor que sinto e expresso seja o único a decidir a minha vida.

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Senti quando sua língua tocou o céu de minha boca e seus

dedos invadiram a lateral de meu vestido, erguendo-o, alcançando minha virilha que o esperava, sabendo o que faria.

Afastou calmamente a minha lingerie e entrou pela fresta que abrira, tocando em minha intimidade de modo macio e terno, como alguém que sente a textura do algodão doce nos lábios se dissolvendo.

Supliquei em seu ouvido, sentindo a textura aveludada de seu pelo próximo da orelha, com o cheiro penetrante em minha narina: “Quero te sentir!”

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Eu sentia cada pedaço dele dentro do meu corpo, imaginando como era seu sexo apresentando-se a mim, o início do meu céu ou inferno. Amou-me sem tirar sua boca de meus lábios, apenas o fez quando desceu pelo meu ventre, fazendo-me arder de insegurança e coisas que jamais senti. Era a primeira vez que alguém mencionava fazer o que ele queria. Suas mãos acariciavam minha nádega, e os dedos, passavam por dentro de minha lingerie, lentamente, causando-me gana e sensações luxuriosas. Eu não via a hora dele consumar o que iniciou, porém, algo me prendia, me retia e me fazia empurrar sua cabeça, que hora ou outra encostava sua barba em minha perna. Carinhosamente, sua língua explorava minha virilha e entrava por baixo do elástico de minha roupa íntima que não era mais íntima, eu a dividia com os desejos dele.

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TRAÇOS CARACTERÍSTICOS DOS PRINCIPAIS PERSONAGENS

EVA – escritora, de personalidade fechada, reprimida e

esconde um coração afetuoso, até mesmo dos amigos, mas acaba se entregando e se permitindo, quando está distraída da imagem que quer transmitir às pessoas. Apaixona-se por Tom, que lhe mostra o céu e o inferno dentro de si. Ao lado dele, Eva descobre-se parte de um segredo, uma teia que entrou sem ser convidada e não consegue sair. Signo: Aquário Perfume: Hot Couture, Givenchy

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Hobby: escrever Música: A Womam Left Lonely, Janis Joplin

TOM – fotógrafo, sedutor, carinhoso. Apaixonou-se por sua escritora preferida, através da fotografia da aba de um livro. Ele é o pivô de todo o segredo que envolve Eva, embora muitos, durante a trama, irão deixar-se levar pelo óbvio, porém o real segredo do livro, somente será revelado em seu final. Signo: Gêmeos Perfume: Tsar, Van Cleef & Arpels Hobby: fotografar a amada Música: I”m Yours, Jason Mraz CHRISTOFER – amigo de Eva. Alegre, homossexual, descobre-se portador do HIV, e luta a favor de uma qualidade de vida, ao lado de Eva, Samantha e Tabata. Ele faz um pacto com elas – de um cuidar do outro – e assim, procura lealmente estar ao lado das amigas. Signo: Sagitário Perfume: Jazz, Yves Saint Laurent Hobby: Ouvir blues Música: Turn me on, Norah Jones

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Fotos que inspiraram os personagens

Eva

Tom

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Tabata

Samantha

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Chris

Casa dos amigos Chalé de Tom e Eva

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Capítulo I

Parecíamos três bêbadas de emoções no meio da rua. Tabata sempre fora mais extrovertida, portanto as idiotices mais explícitas viriam dela. Era bissexual, mas não se importava com esta qualificação, ela queria apenas ser feliz enquanto Samantha, a romântica irrecuperável, que vivia sofrendo por desafetos, era nossa mascote - éramos responsáveis por sua felicidade.

Não me pareço nem com uma nem com outra, embora ambas fossem minhas duas únicas amigas, tínhamos muitas diferenças umas com as outras, mas nenhuma capaz de nos distanciar. Estaria sendo injusta se não me lembrasse de Christofer. Ele era quase uma terceira amiga, se não fizesse questão de que sua identidade sexual não o confundisse com uma mulher. Ele jamais se transvestiria de outra pessoa. Autêntico e leal como um cão, estava sempre por perto para nos amparar naqueles momentos mais críticos, quando nenhuma bobeira fosse banal. Quando um amigo olha para o outro amigo com olhos de cuidado, tudo na vida do outro se torna importante, e assim era os quatro amigos. Naquele dia, porém, estávamos sem Christofer, ele havia saído com o namorado para decidirem se assumiriam a relação.

Tabata tem estatura mediana, cabelos encaracolados e castanhos quem batem nas costas. Um pouco encorpada, não liga para crendices vindas de dietas que lhe causam a sensação de estar mais bonita com quilos a menos. A beleza de Tabata vem dos olhos expressivos e grandes.

Samantha tem o estereótipo cobiçado pelos homens - pele muito clara e cabelos naturalmente loiros. É falsa magra, com seios volumosos e um bumbum arrebitado, que lhe tira a impressão de magrela sem graça.

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Christofer é o homem mais bonito que conheço. Gay, e daí? Ele é lindo por dentro e por fora, apesar de nunca ter dito isso a ele. Sempre manteve uma aparência jovial e livre. Adoro quando ele sai do banho com os cabelos molhados e encaracolados, contrastando seus olhos azuis tão intensos debaixo de cílios enormes, de causar inveja a qualquer mulher que gasta dinheiro comprando rímel de boa qualidade para conseguir o efeito natural que têm os dele. Definitivamente, se ficasse o tempo todo de boca fechada, ninguém diria que era homossexual. Mas ele não se importava com isso. Ele se importava apenas, e exclusivamente, em ser feliz com tudo que é e tem.

Eu? Não gosto de dizer sobre mim. Sinto-me alguém que ainda não se descobriu, pois mal me dou o direito de me olhar no espelho. Meus cabelos que possuem a cor do mel, ainda não cresceram. Corto-os sempre que ultrapassam cinco dedos após o pescoço. Mas morro de vontade de vê-los voando ao vento, como se vida própria tivessem. Não quero ser bonita. Quero ser inteligente e independente. Tento esconder meus olhos claros da mira de admiradores anônimos que passam por mim na rua, olhando-me como se eu fosse aquilo que eles imaginam que eu seja, e não sou, ou não quero ser. Atrás do óculos, escondo meu mundo através de um ar de séria e intelectual. Assim gosto de ser.

— Passe a garrafa, Tabata? – pediu Samantha, em estado quase melancólico.

— Ha-ham! Na-na-não... Já bebeu demais! – Tabata tomou a garrafa da mão de nossa mascote.

— Ah, qual é a de vocês? Eu preciso disso... — Não, minha flor, você, definitivamente, não precisa disso –

respondeu Tabata. — Você precisa muito... Mas muito mesmo de você. E que tal se começasse a se ajudar, parando de beber por hoje?

Ela olhou para nós, indignada. Estava tentando curar a angústia de ter sido abandonada, recentemente, por um rapaz que não conhecemos, mas

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havia saído algumas vezes com ele, e tinha demonstrado muita empolgação, dizendo que ele era diferente de todos os outros que acompanhamos o desenrolar da novela.

— E você, querida, está muito quieta, o que houve? – perguntou Tabata a mim, que fingi não ouvir e continuei olhando para onde meus pés me levavam. — Não tente disfarçar, é com você mesma que estamos falando, desde quando voltamos do Afaguenist, está com esta carinha estranha, o que houve?

Afaguenist era nosso ponto de encontro favorito. Lá tínhamos música, livros, bebidas e pessoas muito interessantes por todos os lados. Um café diferenciado, com novidades para um final de tarde, que poderia ser perfeito, se não fosse a solidão que me cercava, mesmo no meio de tanta gente. Eu não me encaixava em nada. Tudo parecia o tempo todo incompleto. As pessoas muitas vezes eram enfadonhas e eu precisava delas.

Precisava de um gole denso de algo que fosse capaz de me trazer a realidade, por longos anos, durante os minutos que se passavam no relógio, o ponteiro era apontado para mim; precisava fazer algo, mas não sabia por onde começar. Onde estava o trago doce ou amargo da salvação?!

— Impressão sua... Talvez não se lembre, mas estou à beira do caos, TPM, meu amor. – respondi.

O relógio vagava por entre os algarismos obsoletos, mas era para mim, que o ponteiro ainda apontava. O que fazer quando se é cobrado para viver, e a miséria que constrói morada em si resmunga às espreguiçadas? Quer apenas que eu sobreviva por entre o caos traduzindo o lamaçal que cobria os tornozelos cansados de andar e deixar suas pegadas sujas por onde ia... Todos conseguiam me achar! Todos! Os rastros da imundice não me permitiam o isolamento total, em um lugar que eu pudesse estar definitivamente só até que o último suspiro quebrantasse o fio de vida que ainda me restava.

— Hum, sei... Se não fosse sua estranha mania de manter-se impecavel neste estado milagroso.

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— Não exagere, Tabata, apenas não estou falante, mas estou legal. Era covardia desistir sem olhar para o retrovisor de minhas angústias

sepulcrais... Olhei... Um susto ressuscitou o que eu insistia em esquecer... Olhei pelo

retrovisor, a paz que eu tive quando a fé era parceira. — Não te vi curtindo o Afaguenist... Aliás, não te vi sorrindo

nenhuma vez... — Poupe-me, por favor... – pedi. Ela parecia não conhecer a

diferença entre estar disposta e não estar disponível. Vi os olhos de minha mãe me olhando quando me deixou na escola

em meu primeiro dia de aula. — Tudo bem... Tudo bem! Não está mais aqui quem falou. Não há

problemas... Estamos todas solitárias! Solteiras, meu amor, não há porque esconder a insatisfação por este estado quase debochado da alma.

Vi que meu pai sempre gastava todo o seu salário com a família, e jamais reclamava que o seu sapato estava velho demais.

— Eu não estou assim, por nada disso... Está totalmente enganada. – escondi meu segredo.

Hum! Aquela prova que estudei tanto; madrugada afora foi assim... Tirei uma nota três, e não morri por este motivo.

Vi minhas mãos jogando as flores brancas por cima do caixão de minha avó, sabendo que nunca mais a veria e, diante disso, a dor por não ter lhe dito “muito obrigada por tudo que fez por mim”...

— Ainda bem que Christofer está salvando nossa fama. Está lutando pelo amor de alguém, ao contrário de nós, que me parece termos desistido de tentar.

Não quero me acomodar diante de uma pausa que me causa a impressão de que está tudo bem... Não sou “normóide” o suficiente para acreditar que não sinto nada.

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— Olhe, Tabata, eu... – fui interrompida, quando mais adiante avistamos Christofer se aproximando aos prantos no meio da rua. Ao nos ver, correu ao nosso encontro. De braços abertos jogou-se entre nós, como uma ovelha buscando pelo rebanho no frio implacável de um inverno que parecia não ter fim.

— O que houve, Chris? – perguntei, abraçando-o, tentando olhar para o rosto dele.

— Eva, ah... – faltou força em sua voz. — O que houve, diga? Como foi lá? – perguntei, quase junto com

Tabata. — Eu fui com Guilly pegar o resultado de nossos... exames. Entreolhamo-nos querendo entender, mas esperando ouvir de seus

lábios. Até então, achávamos que ele tinha ido apenas resolver a pendência sentimental.

— Bom, vamos nos sentar ali, naquele café, e conversaremos mais tranquilamente.

— Tabata, acabamos de sair de um café – reclamou Samantha. — Não tem problema, meu amor, vamos ouvir o Chris – disse

Tabata, quase beliscando Samantha às escondidas. — Por mim, posso ir embora meninas. Podemos nos falar outro

dia... – disse Chris, tentando fazer com que Samantha caísse na real, esperando que Chris não se ressentisse com o descaso proferido.

— Mas de jeito nenhum, amado, você veio atrás de nós, e veio por algum motivo, queremos te ouvir.

Ele deu os ombros, e seguimos novamente para o café. Sentamos na parte de fora do bar, longe da música e conversas.

— Pronto! Aqui estamos, Chris, pode falar... – disse Tabata, acendendo um cigarro e olhando daquele jeito que ela tem, quase felino, para os olhos de Christofer.

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Primeiro veio o choro desesperado. Os lábios pareciam querer dizer algo e não conseguia.

— Sou soropositivo – estendeu para nós o papel amassado do exame. — Quero propor algo... Cuidaremos um do outro, até que a morte nos separe – ele chorou.

Houve o silêncio. Tentei esconder minhas lágrimas. A única frase que me veio à cabeça: não acredite em verdades e mentiras, acredite em você, em seu quarto, sozinho, vulnerável e sem máscaras. Chris havia deixado sua máscara para nos informar de sua tragédia existencial.

Aconchegamo-nos, um perto do outro, espremendo-nos nas cadeiras e compartilhamos a dor de nosso amigo. Realmente, não havia palavras naquele momento, apenas queríamos que ele soubesse que estávamos lá. A resposta à sua proposta deu-se em senso comum, cuidaríamos um do outro, até que a morte nos separasse.

Depois de algum tempo, ele quebrou o silêncio e resolveu reagir. — Preciso sair da casa de Guilly, pensei em alugarmos uma casa

grande com redes na varanda e nos juntarmos. O que acham? Fiquei sem saber o que responderia. Estava cansada de viver só

naquele apartamento, mas morar em rebanho, não sei se seria uma boa ideia. Fiquei escolhendo as palavras para não ser grosseira, enquanto Tabata se apressou.

— Eu ia procurar um canto para mim, em casa sou demais para meus pais, eles não aceitam minhas aventuras de loba enlouquecida, é uma ideia, sim... O que acham?

— Amiga, estou cansada do pensionato que moro, acho uma boa ter vocês todos os dias por perto para escutar minhas lamúrias – Samantha riu com seu jeito de menina.

— E você, Eva, o que acha? – perguntou Tabata. Fiz uma cara de quem não tinha resposta. — É... E você Eva? – perguntou Chris, com os olhos tristes.

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— Eu... Vocês sabem, tenho necessidade de silêncio, escrevo durante a madrugada... Não sei seria uma boa ideia... Mas vou pensar – tentei achar uma saída que me tirasse daquele assunto de imediato.

É engraçado, o espelho de meu passado me revelou em segundos, fatos dos quais não conseguia me lembrar mais... E estão a todo tempo registradas em meu DNA, e mesmo assim... Por que insistia em esquecê-los? Esquecer de quando tinha medo do escuro e precisava ir ao banheiro... Quando não conseguia dormir e ela me contava aquelas histórias de sua infância sacrificada na roça...

— Vi uma casa tão linda... Perto da praia... Vamos passar lá, quando sairmos daqui, depois deixo vocês em suas casas temporárias – ele ainda conseguiu sorrir, mesmo com o peso da dor irradiando na criatura mais fria do mundo – eu.

Lembrei-me do motivo que me levava à ânsia de esquecer meu passado: porque queria morrer com tudo isso guardado em mim, sabendo que não fui infeliz o tempo todo, mesmo diante da dor, há um conto bonito de se ouvir, e às vezes, era somente isso para bastar o eco de um vazio inválido... Em migalhas... Inútil.

Olhei para o relógio - o ponteiro havia deixado de me apontar à vida, pois a vida... Esta me apontava agora a direção.

Saímos do bar e fomos ver a casa almejada por Chris. Era tudo muito lindo, parecia magia, mas eu não me via ali.

Certas coisas são cruéis e fogem do entendimento. Muitas vezes, gostaria de ser programada por botões que se apertam e se esquece, deletam, apagam e esfriam, como um latão. Não conseguia me desligar do ranço que havia se instalado dentro de mim, por conta dos meus medos sem nomes.

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A casa tinha um aspecto melancólico, ótimo para quem quer passar o resto de seus dias, escrevendo sua biografia. O assoalho era de madeira, assim como as janelas que se abriam com certo glamour. Abri a janela de um dos quartos e vi o mar... Tudo se acalmou dentro de mim.

Após semanas pensando na possibilidade de dividir minha vida com

mais pessoas, decidi que iria com meus amigos no dia da mudança, o que foi recebido com alegria, principalmente por Chris, que me abraçou e, olhando em meus olhos, confessou:

— Obrigada por ter vindo, saiba que teu amor, mesmo silencioso, muitas vezes faz com que eu descubra grande parte de mim. Te amo – ele me deu um selinho e nos abraçamos.

Aprendi que devo amar, incondicionalmente, quem estiver com as mãos estendidas à minha frente, mesmo que por pouco tempo, ou muito, nunca se sabe... O que importa é a intensidade que usarei para amar este alguém.

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Onde encontrar este livro:

- Loja da Modo: http://modoeditora.com.br/loja/o-segredo-de-eva

- Livrarias virtuais: Cultura, Saraiva, Travessa e Singular.

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