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1 ANÁLISE E INTERVENÇÃO NA METODOLOGIA DAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA - ENSINO FUNDAMENTAL. RITA DE CÁSSIA BONCI DE OLIVEIRA [email protected] Graduada em Educação Física pela Universidade de São Paulo - USP. Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC. Professora do Curso de Educação Física do Unifae nas disciplinas de História da Educação Física, Estrutura e Funcionamento da Educação Básica e Oficinas Pedagógicas. SEBASTIÃO ÁLVARO GALDINO [email protected] Graduado em Educação Física pela Faculdade Náutico Mogiano de Mogi das Cruzes - SP. Especialização: Ciência do Esporte (Universidade de Mogi das Cruzes), Natação e Ginástica Olímpica (Faculdade Náutico Mogiano). Mestre em Ciência da Educação pela Universidade Braz Cubas de Mogi das Cruzes. Professor do Curso de Educação Física do Unifae nas disciplinas de Atividades Gimnicas, Ginásticas Competitivas e Trabalho de Conclusão de Curso - Monografias. SÉRGIO EDUARDO NASSAR [email protected] Graduado em Educação Física pela Faculdade de Muzambinho MG. Especialização em Atividades Aquáticas pela UNIFMU SP. Mestre em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP. Professor do Curso de Educação Física do Unifae nas disciplinas de Modalidades Aquáticas, Atividade Motora na Fase Adulta e no Envelhecimento, Prática de Ensino e Orientação do Estágio Supervisionado.

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ANÁLISE E INTERVENÇÃO NA METODOLOGIA DAS AULAS DE

EDUCAÇÃO FÍSICA - ENSINO FUNDAMENTAL.

RITA DE CÁSSIA BONCI DE OLIVEIRA

[email protected]

Graduada em Educação Física pela Universidade de São Paulo - USP.

Mestre em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas - PUC.

Professora do Curso de Educação Física do Unifae nas disciplinas de História da

Educação Física, Estrutura e Funcionamento da Educação Básica e Oficinas

Pedagógicas.

SEBASTIÃO ÁLVARO GALDINO

[email protected]

Graduado em Educação Física pela Faculdade Náutico Mogiano de Mogi das Cruzes -

SP.

Especialização: Ciência do Esporte (Universidade de Mogi das Cruzes), Natação e

Ginástica Olímpica (Faculdade Náutico Mogiano).

Mestre em Ciência da Educação pela Universidade Braz Cubas de Mogi das Cruzes.

Professor do Curso de Educação Física do Unifae nas disciplinas de Atividades

Gimnicas, Ginásticas Competitivas e Trabalho de Conclusão de Curso - Monografias.

SÉRGIO EDUARDO NASSAR

[email protected]

Graduado em Educação Física pela Faculdade de Muzambinho – MG.

Especialização em Atividades Aquáticas pela UNIFMU – SP.

Mestre em Educação Física pela Universidade Metodista de Piracicaba - UNIMEP.

Professor do Curso de Educação Física do Unifae nas disciplinas de Modalidades

Aquáticas, Atividade Motora na Fase Adulta e no Envelhecimento, Prática de Ensino e

Orientação do Estágio Supervisionado.

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Resumo

O principal objetivo deste trabalho foi analisar as atividades aplicadas na Educação

Física pelos professores multidisciplinares e verificar se os docentes se acham

preparados para ministrarem estas aulas. Num segundo momento, o objetivo foi

verificar como são realizadas as atividades físicas, nos aspectos sociais, culturais,

cognitivos e afetivos. Para a realização desta pesquisa, foram consultados 150

professores, mas apenas 37 responderam ao questionário, sendo 24 do sexo masculino e

13 do sexo feminino. Entretanto, 113 não devolveram, sem qualquer manifestação. Foi

utilizado um questionário contendo 16 questões, sendo 13 fechadas, 2 mistas e 1 aberta,

sendo todas utilizadas para tratamento estatístico. De acordo com as respostas obtidas

em relação ao conhecimento das abordagens ou tendências nas aulas de Educação

Física, em 26,27% observou-se a resposta Jogos Cooperativos; em 19,70% a escolha

recaiu em Psicomotricidade; em 16,05% a resposta escolhida foi PCNs (Parâmetros

Curriculares Nacionais) e em 14,19% a resposta foi Construtivista. Conclui-se que, de

acordo com as características desta pesquisa, o professor de Educação Física escolar

deve ir além das brincadeiras, dos jogos repetitivos com bolas, buscando novos

horizontes de conhecimento pautados num trabalho diferenciado dentro do contexto das

aulas.

Palavras – Chave: Educação Física Escolar, Professor, Ensino e Aprendizagem.

Abstract

The aim of this paper was to analyze activities applied in Physical Education by

multidisciplinary teachers and to verify if they are prepared to teach. In the second part

of the study, the goal was to verify how those activities are applied in their social,

cultural, cognitive and affective aspects. For this survey 150 teachers were consulted,

but only 37 answered the questionnaire, 24 males and 13 females. However 113 gave no

reply or manifestation. A questionnaire of 16 questions was used, of which 13 were

closed questions, 2 mixed and 1 open question. According to the replies related to the

knowledge of approach or trends in Physical Education classes, 26,27% were for

Cooperative Games, 19,70% for Psychomotricity, 16,05% for PCNs (National

Curriculum Parameters) and 14.19% were for Constructivism. We conclude that,

according to the characteristics of this survey, the School Physical Education teacher

should go further, using more than simple games or repetitious games with balls, and

searching for new horizons of knowledge and a differentiated work within the context

of classes.

Key Words: School Physical Education, Teacher, Teaching and Learning

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1. Introdução

Dentro das aulas de Educação Física Escolar no Ensino Fundamental, duas

situações podem atrapalhar a boa formação dos alunos: a repetição dos conteúdos ano

após ano, e a especialização precoce. Isso acontece por intermédio de aulas livres ou

através de aulas mecanicistas, baseadas em quatro modalidades esportivas coletivas,

sendo que os alunos desta faixa etária deveriam estar descobrindo o corpo com suas

ações naturais e, ao contrário, acabam pulando fases importantes.

Os professores devem ajudar os alunos durante o processo de elaboração pessoal

do conhecimento, para que existam relações que estabeleçam conteúdos que sejam

realmente relevantes e não arbitrários, isto é, para que não tenham apenas valor

individual – particular – mas também sociocultural. Desta forma, o ensino da Educação

Física supera o tradicional processo de demonstrar e exigir a repetição dos mesmos

conteúdos.

Para isso, a construção de novos conhecimentos e a elaboração de processos

sofisticados de raciocínio, no momento do jogo ou da compreensão do funcionamento

fisiológico do organismo, não podem ser reduzidas a pequenas explicações teóricas,

desarticuladas de uma vivência prática ou em desarmonia com o planejamento docente.

É necessário que o professor de Educação Física faça a opção por processos de

ações, para chegar às habilidades motoras e às oportunidades de reconhecer a

inteligência corporal adquirida fora e dentro da escola. As atividades propostas devem ir

além do que o aluno vive em seu cotidiano, embora esse deva ser considerado. Isto

porque, de acordo com Freire (2002), caso a escola proporcione os mesmos

aprendizados que ocorram fora, ela acaba por perder sua razão de ser.

Vygotsky appud Mattos e Neira (2000), relatam que a escola tem um papel

essencial na construção dos aspectos cognitivos e afetivos do ser humano que vive em

sociedade escolarizada, mas para isso será necessário identificar o nível de

conhecimento dos alunos, a fim de que a escola dirija o ensino não para etapas

intelectuais já alcançadas, mas sim para estágios de desenvolvimento ainda não

incorporados pelos mesmos.

Assim, os conteúdos devem ser planejados pelos professores de maneira que

apareçam durante o processo de escolarização com possibilidades de construção das

ações.

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Deste modo, a Educação Física Escolar deve estar voltada para o ser em

movimento e não para uma simples transmissão, instrução e execução de movimentos,

que vem se denominando a educação pelo movimento. Neste contexto, a criatividade do

professor é fundamental durante a execução das aulas, pois as crianças devem ser

estimuladas para realizar uma maior integração e interação social, tomando assim

decisões, emitindo opiniões, discutindo regras e outras ações (Taffarel, 1985).

Segundo Maraun (2006), as transformações causadas nas formas de produção e

de vida, devido ao desenvolvimento tecnológico, acabam afetando mudanças em nossas

relações com o corpo e o movimento. Do mesmo modo, nossas relações com o mundo e

a visão de mundo frente à entrada dos modelos tecnológicos nos âmbitos da vida vêm

separando, cada vez mais, o trabalho ativo-sensível das atividades do pensamento

abstrato; o saber científico, desvinculado do sensível, do situacional e do contextual, nos

distancia de uma compreensão de mundo pelas próprias experiências; a expansão dos

horizontes da informação sem correspondência com o mental-corporal da vivência

transforma nossa percepção de tal forma que não confiamos mais em nossas próprias

experiências sensíveis e preferimos confiar mais naquilo que nos é passado em segunda

mão.

A crescente tensão entre a vivência sensível na prática e seu desacoplamento da

racionalidade técnica, como ameaça à qualidade de vida, foi reconstruída por teóricos da

cultura, filosofia, sociologia e da psicologia nos últimos trinta anos. Sabe-se que Rumpf

foi um dos primeiros pedagogos a sentir e apontar nos seus escritos este mal-estar da

desensibilização de nossa experiência, de nossa existência, especialmente sentida na

aprendizagem escolar, e sua preocupação era de ”que a escola, pela sua super

solicitação da sensibilidade humana, a partir da cientifização, da burocratização e com

isolamento de atividades manuais e práticas, possa ter ultrapassado a marca crítica”

(Rumpf 1981appud Maraun 2006 p. 178.)

A escola não pode mais restabelecer uma identidade rompida pelas experiências

ativo- sensíveis de um lado e o conhecimento de outro, pois com isso ela não conseguirá

atender a outras exigências sociais. Para que isso não aconteça, a escola deve selecionar

conteúdos com valores para a vida das pessoas e transformá-los num processo de

ensino-aprendizagem que possa ser realmente aprendido pelos alunos, pois, a verdadeira

essência do ensino-aprendizagem escolar deve consistir de um trabalho metodológico

bem construído para alcançar e superar as insuficientes experiências com o mundo da

natureza no cotidiano dos alunos.

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Ainda segundo Maraun (2006), o ensino da Educação Física diante de um

mundo tão tecnicamente civilizado sofre com as limitações encontradas pela falta de

experiências diretas de corpo e movimento no cotidiano. Algumas categorias, como

lazer e saúde, são apenas indicadores de uma grande carência de experiências corporais

e, dessa maneira, percebe-se o grande esforço para a inclusão metodológica nos

processos de ensino. Portanto, ao se pretender um ensino com aspectos importantes,

devem-se planejar arranjos de ensino nos quais essas experiências sejam assumidas,

acrescentadas e redescobertas para que sejam colocadas em relação com o mundo e

esclarecidas.

Dessa forma, experiência e método entrelaçam-se, pois a experiência somente

surge quando aquilo que vem ao nosso encontro adquire configuração compreensível e

possibilita novas reflexões, enquanto o método precisa e deve ser constantemente

reconfirmado ou replanejado sempre a partir das experiências. Experiência e método

formam os princípios fundamentais do ensino-aprendizagem institucionalizado e

fundamentam a escola e o ensino como práxis singular.

O ensino da Educação Física baseado na experiência e método em relação à

metodologia esportiva não deverá ser buscado nas formas-padrão de movimento, porque

anularia a própria existência corporal, ou seja, os sentimentos, as percepções e os juízos,

mas sim no confronto dialógico pelo movimento com o meio ambiente social e material

que deve ser alcançado pela correta solução dos problemas com o movimentar-se no

esporte.

Dessa maneira, somente quando o ensino se desenvolver a partir das

perspectivas do encontro entre alunos (as) e conteúdo, consideramos que eles estejam

realmente abertos às experiências que se fundam na própria disposição corporal dos (as)

alunos (as).

Considera-se que a experiência não pode ser cópia ou acúmulo de recortes da

realidade, mas, simultaneamente, é recepção e produção de realidades. A experiência

transforma, ao mesmo tempo, sujeito e realidade.

É percebido que o ensino da Educação Física torna-se adversário fácil de uma

aprendizagem orientada para experiências que seguem apenas a norma significativa do

esporte (aprendizagem de destrezas, das experiências objetivas produzidas por outros) e

submete-se a instruções de uma metodologia disciplinar válida para todos e

independente de situações. É preciso reconhecer as possibilidades de apropriação e

produção de experiências, nas quais crianças e jovens possam compreender, por meio de

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uma vida de movimentos, uma multiperspectividade nas tentativas de encontro com o

mundo. Na escola, deve acontecer o brincar, pois a brincadeira traz formas e

movimentos corporais que muitas vezes o professor solicita e não consegue atingir

resultados esperados pela execução da criança.

As crianças precisam entender o propósito geral da brincadeira, segundo

Wajskop (1995, p.28):

Para defini-la tomemos por base a concepção sócio-antropologica que entende que a

brincadeira é um fato social, espaço privilegiado de interação infantil e de constituição

do sujeito-criança como sujeito humano, produto e produtor de história e cultura. A

brincadeira na perspectiva sócio-histórica é antropológica, é um tipo de atividade cuja

base genética é comum à arte, ou seja, trata-se de uma atividade social, humana, que

supõe contextos sociais e culturais, a partir dos quais a criança recria a realidade através

da utilização de sistemas simbólicos próprios.

O ato de brincar proporciona a liberdade dos corpos e ao mesmo tempo é um

educar não menos importante do que o acento da sala de aula. Reafirma Daolio (2007,

p. 02 e 03), destacando que a cultura corporal é o principal conceito para Educação

Física:

... Porque todas as manifestações corporais são geradas na dinâmica corporal desde os

primórdios da evolução, até hoje, expressando diversificadamente e com significados

próprios no contexto de grupos culturais específicos. Portanto o profissional de

educação física não atua sobre o corpo ou com o movimento em si, não trabalha com o

esporte em si, não lida com a ginástica em si, mas ele trata do ser humano nas suas

manifestações culturais relacionadas ao corpo e ao movimento humano, historicamente

definidas como jogo, esporte, dança, luta e ginástica.

A atividade em grupo traz para as crianças maior convivência social, novo

ânimo, incentivo para a vida, aspectos esses que para nossos alunos aumentam a

participação nas aulas de educação física escolar, melhorando o bem-estar emocional a

aparência de forma positiva, de acordo com Nassar (2004). As rotinas de trabalho nas

aulas de educação física, são caracterizadas pelo espaço humanizado, que entende-se

por retratos e registros dos conteúdos aplicados nas aulas, construído e discutido e

apropriado por educadores e educando.

É importante ressaltar que a educação física escolar deve caminhar com a

competência devida bem como a precisão conceitual, pois se percebe por intermédio de

Oliveira (2004, p. 20), “a competência teria um aspecto motivacional que levaria a

tentativa de domínio não podendo ser atribuído a impulsos frente a necessidades ou

instintos”. Segundo a mesma autora, o termo competência seria utilizado para definir a

capacidade do organismo de interagir satisfatoriamente com seu ambiente. E, por meio

de Caparroz (1997 p.53):

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A falta de precisão conceitual verificada na literatura especializada com a relação à

distinção entre Educação Física como campo de conhecimento e Educação Física como

prática social amplia-se ao meu ver, quando esta literatura refere-se, especificamente, à

Educação Física que se efetua dentro das instituições escolares.

Os conteúdos da Educação Física são abordados como expressão de produções

culturais, como conhecimentos historicamente acumulados e socialmente transmitidos,

direcionando a uma cultura corporal.

Para Olivier (1999), o mundo escolar é marcado pela preparação para o futuro e

pela importância das atividades adultas e pela homogeneização dos sujeitos, abstraídos

em um ideal de futuro cidadão. Nele imperam a racionalidade, a produtividade

(trabalhos, ditados, provas e cópias), a competição (notas, a disciplina, o esforço, estudo

e deveres de casa).

Pela sensibilidade da prática de educação motora, da motricidade que conduz

educar as ações e habilidades motoras que se manifesta em expressar-se, sentimentos,

pensamentos. (FREIRE, 1995).

2. Objetivos

2.1 Objetivo Geral

Este estudo visou verificar o panorama das aulas de Educação Física Escolar em

relação às abordagens que vem sendo utilizadas nas redes de ensino da região de São

João da Boa Vista e Sul de Minas Gerais.

2.2 Objetivos Específicos

Identificar o conhecimento dos professores a respeito das abordagens na práxis

da Educação Física Escolar;

Caracterizar o procedimento das abordagens aplicadas no contexto das aulas de

Educação Física Escolar;

Relacionar os conteúdos aplicados nas disciplinas de Licenciatura do curso de

Educação Física do Unifae por meio da Intervenção realizada;

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Verificar a intervenção teórica, juntamente com os professores participantes da

pesquisa e alunos do curso de graduação desta instituição, visando apontamentos

e direcionamentos dos problemas encontrados na pesquisa.

3. Materiais e Métodos

A pesquisa aconteceu no decorrer do ano letivo de 2007, sendo desenvolvida

através de um planejamento de releitura do projeto, organização do calendário de tarefas

quanto à metodologia e identificação de problemas existentes.

3.1. Delimitação

As questões propostas nos estudos desta pesquisa ficaram restritas às

declarações dos professores e professoras de Educação Física para analisar as atividades

aplicadas na Educação Física pelos professores multidisciplinares e verificar se os

mesmos se acham preparados para ministrar estas aulas.

No que se refere ao planejamento do componente curricular da Educação Física,

o estudo foi elaborado quanto a sua evolução, objetivos, conteúdos, métodos, recursos

materiais e avaliação. Desta forma, o objetivo foi verificar como são realizadas as

atividades físicas nos aspectos sociais, culturais, cognitivos e afetivos.

3.2. Sujeito:

Para a realização desta pesquisa, foram consultados 150 professores e

professoras da Rede Escolar de Educação Física do Ensino Fundamental da Rede

Escolar do Estágio Supervisionado dos alunos do UNIFAE, mas, apenas 24 professores

e 13 professoras responderam aos questionários, sendo que 113 não os devolveram, sem

qualquer manifestação.

3.3. Dados pessoais: Idade e Sexo

Inicialmente foi tabulado o conjunto por sexo e idade, considerando as

diferenças por faixa etária na qual se encontram os docentes pesquisados. Os

professores apresentaram a média de idade de 38,79 anos, a amplitude de 36 anos,

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variações de idade de 24 a 60 anos, com mediana de 37 anos. Já, as professoras

apresentaram a média de idade de 38,46 anos, a amplitude de 27 anos, variações de

idade de 24 a 51 anos, com mediana de 39 anos.

Este resultado mostra a situação dos professores e professoras das escolas

pesquisadas, apontando uma diferença significativa principalmente no sexo masculino,

no que se refere à amplitude da idade.

Quanto à caracterização das professoras, a pesquisa revela que 20 professores de

Educação Física são casados (83,33 %), três são solteiros (12,5 %) e um professor é

unido maritalmente (4,16 %). Já em relação às professoras, nove são casadas (69,23 %),

três são solteiras (23,07 %) e uma professora é unida maritalmente (7,69 %).

No que se refere à formação profissional, 13 professores responderam que

possuem Curso Superior Completo (54,16 %), 10 possuem Pós-Graduação – Lato Sensu

(41,66 %) e um professor não possui o Curso Superior Completo (4,16%). Já em relação

ao sexo feminino, todas as professoras possuem o Curso Superior Completo (100%),

sendo que seis possuem Pós-Graduação – Lato Sensu (46,15%).

3.4. Material

Utilizou-se, como instrumento, o questionário sobre a “Análise e Intervenção na

Metodologia das Aulas de Educação Física do Ensino Fundamental da Rede Escolar do

Estágio Supervisionado dos Alunos do UNIFAE”. (anexo1)

Os dados sobre correspondência do questionário proposto foram de 16 questões,

sendo 13 fechadas, 2 mistas e 1 aberta, totalizando 16 questões, das quais foram todas

utilizadas para tratamento estatístico.

3.5. Procedimentos:

Em um primeiro momento, os professores e professoras foram contatados,

pessoalmente ou por telefone, pelos alunos estagiários que, após tomarem conhecimento

do objetivo do trabalho, receberam os questionários envelopados, vedados, os quais

foram recolhidos posteriormente pelos alunos estagiários.

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4. Estatística

De acordo com Spiegel (1985), apud Galdino (2001, p. 36), para análise

estatística recorreu-se ao Teste de Qui-Quadrado:

Sendo que, na primeira prova, utilizaram-se as porcentagens como base de

cálculo, fato este que levou a um maior cuidado na generalização dos

resultados deste estudo, atém de ter-se desconsiderado, para fins de

cálculo intragrupal, as respostas que obtiveram freqüência igual a zero. O

nível de significância adotado foi de 0, 05, ideal para o tipo de variável

mensurada. Definição do χ²:

k

χ² = Σ (Oj – Oj)² j= 1 ________

Oj

Onde:

Oj: freqüência observada;

Ej: freqüência esperada;

K: número de respostas

Deve-se observar que o v = k – 1 (número de graus de

liberdade, também conhecido como N.g.l.).

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5. Resultados e Discussões

O gráfico 1, apresenta as atividades físicas realizadas pelos professores de

Educação Física:

0

5

10

15

20

25

30

35

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18

MASC.

FEMIN.

Gráfico 1 – Atividade Física realizada pelo professor.

1. Caminhada; 2. Corrida; 3. Hidroginástica; 4. Futebol; 5. Futsal; 6. Exercício Aeróbio; 7.

Natação; 8. Academia; 9. Dança; 10. Tênis; 11. Basquete; 12. Futevôlei; 13. Atletismo; 14.

Recreação; 15. Capoeira; 16. Lutas; 17. Ginástica; 18. Voleibol.

Segundo as respostas dos professores, 100,0% praticam “Atividades Físicas”,

sendo que os mesmos escolheram mais de uma alternativa. Os dados do gráfico 1

mostram que 16,98% escolheram a resposta “Corrida” e, com a mesma freqüência de

13,20%, ficaram as alternativas “Futebol” e “Academia”; com 11,32%, a escolha caiu

sobre “Caminhada” e, com a mesma freqüência de 7,54%, ficaram as respostas “Futsal”

e “Basquete”; com 5,66%, ficou a alternativa “Natação” e, com a mesma freqüência de

3,77%, ficaram as respostas “Hidroginástica”, “Exercício Aeróbio”, “Futevôlei” e

“Voleibol”; com a mesma freqüência de 1,88%, ficaram as alternativas “Dança”,

“Atletismo”, “Recreação”, “Capoeira” e “Lutas”.

Já em relação às respostas das Professoras, 84,61% praticam “Atividades

Físicas”, sendo que apenas quatro escolheram mais de uma alternativa, e 15,38% não

praticam “Atividades Físicas”; 29,41% praticam “Caminhada” e, com a mesma

freqüência de 17,64%, apareceram as respostas “Academia” e “Ginástica”; com 12,5 %,

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ficou a alternativa Voleibol e, com a mesma freqüência de 5,88%, ficaram as

alternativas “Hidroginástica”, “Exercício Aeróbio”, “Natação” e “Tênis”.

No que se refere ao total, nota-se que 15,71% escolheram a alternativa

“Caminhada”, 14,28% escolheram “Academia”, e 12,85% deram a resposta “Corrida”;

com 10%, ficou a alternativa “Futebol” e, com a mesma freqüência de 5,71%, as

respostas foram “Futsal”, “Natação”, “Basquete” e “Voleibol”; com a mesma freqüência

de 4,28%, apareceram as respostas “Hidroginástica”, “Exercício Aeróbio” e “Ginástica”

e, com 2,85%, a escolha foi “Futevôlei”; com a mesma freqüência de 1,42%, as

atividades escolhidas foram ”Dança”, “Tênis”, “Atletismo”, “Recreação”, “Capoeira” e

“Lutas”.

Nas respostas da tabela 1, percebe-se que os professores escolheram mais de

uma alternativa, indicando uma prática mais polivalente, enquanto as professoras

convergiram para a resposta “Caminhada”, e apenas quatro escolheram mais de uma

alternativa.

Em relação ao qui-quadrado, observou-se, na avaliação Intergrupos, que o χ²o

foi igual a 13,73, valor que levou Ho à não-rejeição (χ²c= 14,1, n.g.l. = 6, n. sig. = 0,05),

indicando uma relativa distribuição nas respostas da soma do masculino e feminino.

Já na avaliação Intragrupos, notou-se que, nas respostas dos professores, o χ²o

foi igual a 9,02, valor que levou Ho à não-rejeição (χ²c= 12,6, n.g.l. = 6, n. sig. = 0,05),

indicando uma boa distribuição nas respostas. Em relação às respostas das professoras,

observou-se que o χ²o foi igual a 41,25, valor que levou Ho à rejeição (χ²c= 12,6, n.g.l.

= 7, n. sig. = 0,05), indicando uma concentração na resposta “Caminhada”.

De acordo com o gráfico 2, os dados apresentam a análise das aulas de Educação

Física.

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13

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35

40

1 2 3 4 5 6 7

MASC.

FEMIN.

Gráfico 2–Análise das aulas de Educação Física.

1. Satisfatória; 2. Sem motivação dos alunos; 3. Boa; 4. Sem conteúdos; 5. Repetitiva; 6.

Criativa; 7. Normal.

Os dados do gráfico 2 mostram que tanto os professores quanto as professoras

escolheram mais de uma alternativa. Em relação aos professores com 35,18%, a

alternativa escolhida foi “Criativa”; com a mesma freqüência de 24,07%, as respostas

foram “Satisfatórias” e “Boas” e, com 9,25%, ficou a alternativa “Normal”; com a

mesma freqüência de 3,70%, ficaram as respostas “Sem motivação dos alunos” e

“Repetitiva”. Já em relação ao feminino, com a mesma freqüência de 26,08%,

apareceram as respostas “Boa” e “Criativa” e, com 21,73%, ficou a alternativa

“Satisfatória”; com 13,04%, a escolha foi para a resposta “Sem motivação dos alunos”

e, com a mesma freqüência de 4,37%, ficaram as respostas “Sem conteúdos“,

“Repetitiva” e “Normal”.

Na soma geral, a resposta “Criativa” ficou com 32,46%; com 24,67%, ficou a

alternativa “Boa”; com 23,37%, ficou a resposta “Satisfatória”; com 7,39%, a resposta

foi “Normal”; com 6,49%, ficou a alternativa “Sem motivação dos alunos”; com 3,89%,

ficou a resposta “Repetitiva” e, com 1,29%, a alternativa escolhida foi “Sem conteúdo”.

Em relação ao qui-quadrado, observou-se que, na avaliação Intergrupos, o χ²o

foi igual a 27,14, valor que levou Ho à rejeição (χ²c= 9,40, n.g.l. = 4, n. sig. = 0,05),

indicando uma concentração na resposta “Criativa” .

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14

Já na avaliação Intragrupos, notou-se que, nas respostas dos professores, o χ²o

foi igual a 14,65, valor que levou Ho à rejeição (χ²c= 7,81, n.g.l. = 3, n. sig. = 0,05),

indicando concentração na resposta “Criativa”. Em relação às respostas das professoras,

observou-se que o χ²o foi igual a 5,21, valor que levou Ho à não-rejeição (χ²c= 7,81,

n.g.l. = 3, n. sig. = 0,05), indicando uma boa distribuição nas respostas.

As professoras responderam com um dado interessante de 13,04%, que nas aulas

os alunos encontram-se desmotivados, fator este devido a aula ou a motivação das

professoras, o que poderia aumentar o estresse das professoras conforme resposta

encontrada no gráfico 4, que apresenta 23,07%, não responderam as perguntas, sobre se

há um nível de estresse, resultado este que pode estar camuflado devido a não respostas.

O gráfico 3, identifica o crivo do professor de Educação Física sobre o trabalho

realizado nas aulas.

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8

MASC.

FEMIN.

Gráfico 3–Crivo do professor sobre o trabalho realizado.

1. Ativo; 2. Cansado; 3. Útil; 4. Inútil; 5. Valorizado; 6. Desvalorizado; 7. Interessado; 8.

Desinteressado.

Os dados do gráfico 3 mostram que, em relação aos professores, 24,61%

escolheram a alternativa Ativo; com 23,07 %, ficou a resposta Interessado; com 20%,

ficou a resposta Útil; com 15.38%, ficou a resposta Valorizado; com a mesma

freqüência de 6,15%, a escolha recaiu sobre as alternativas Cansado e Desvalorizado;

com 3,07%, a escolha foi para a resposta Inútil, e, com 1,53%, ficou a resposta

Desinteressado. Já 29,72% das professoras escolheram a resposta Ativa; com 24,32%, a

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escolha foi pela alternativa Interessada; com 16,21%, a resposta escolhida foi Útil; com

a mesma freqüência de 10,81%, as alternativas escolhidas foram Valorizado e

Desvalorizado; com 5,40%, a escolha recaiu sobre a resposta Cansada e, com 2,70%,

ficou a alternativa Inútil.

Em relação ao total, com 26,47%, apareceu a resposta Ativo; com 23,53%, ficou

a alternativa Interessado; com 18,62%, a escolha recaiu sobre a resposta Útil; com

13,72%, a resposta escolhida foi Valorizado; com 7,84%, apareceu a resposta

Desvalorizado; com 5,88%, ficou a alternativa Cansado; com 2,94%, a resposta

escolhida foi Inútil e, com 0,98%, ficou a resposta Desinteressado.

Percebe-se, nas respostas da tabela 3, que os professores e professoras

escolheram mais de uma alternativa. Em relação ao qui-quadrado, observou-se que, na

avaliação Intergrupos, o χ²o foi igual a 21,66, valor que levou Ho à rejeição (χ²c= 11,1,

n.g.l. = 5, n. sig. = 0,05), e a concentração foi nas respostas Ativo e Interessado.

Já na avaliação Intragrupos, notou-se que, nas respostas dos professores, o χ²o

foi igual a 21,01, valor que levou Ho à rejeição (χ²c= 11,1, n.g.l. = 5, n. sig. = 0,05),

indicando uma concentração nas respostas Ativo e Interessado. Em relação às respostas

das professoras, observou-se que o χ²o foi igual a 15, 44, valor que levou Ho à rejeição

(χ²c= 11,1, n.g.l. = 5, n. sig. = 0,05), indicando uma concentração na resposta Ativo.

Realizando um contrapondo entre o gráfico 1 e 3, percebe-se que em relação ao

masculino a motivação existente em realizar atividades físicas está presente no ato da

motivação, da satisfação, se sente útil e valorizado. Já em relação ao feminino, nota-se

que 34,29% não praticam atividades físicas e isso fica evidente na resposta

Desvalorizada, Cansada e Inútil.

O gráfico 4, mostra se o professor de Educação Física apresenta algum motivo

do estresse:

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16

0

5

10

15

20

25

30

35

40

1 2 3 4 5 6 7

MASC.

FEMIN.

Gráfico 4 - Motivo do estresse.

1. Não respondeu; 2. Muito tempo na escola; 3. Prazer; 4. Relação com a puberdade; 5. Aceitação

de regras; 6. Falta de motivação; 7. Ansiedade;

Os dados do gráfico 4 mostram que os professores escolheram, com a mesma

freqüência de 36%, as respostas Não respondeu e Prazer; com 12%, ficou a resposta

Relação com a puberdade e, com a mesma freqüência de 4%, as alternativas escolhidas

foram Muito tempo na escola, Aceitação de regras, Falta de motivação e Ansiedade.

Já em relação às professoras, os dados mostram, com 30,75%, a alternativa Não

respondeu, e com a mesma freqüência de 23,07%, as alternativas escolhidas foram

Prazer, Relação com a puberdade e Aceitação de regras.

No total, 34,21% dos professores indicaram a questão Não respondeu; com

31,57%, ficaram os professores que afirmaram que os alunos não são estressados, pois

sentem Prazer pelo que fazem; com 15,78%, a escolha recaiu sobre a resposta Relação

com a puberdade; com 10,52%, a resposta escolhida foi Aceitação de regras e, com a

mesma freqüência de 2,63%, as respostas escolhidas foram Muito tempo na escola,

Falta de motivação e Ansiedade.

Em relação ao qui-quadrado, notou-se que, na avaliação Intergrupos, o χ²o foi

igual a 17,65, valor que levou Ho à rejeição (χ²c= 7,81, n.g.l. = 3, n. sig. = 0,05),

indicando concentração na resposta Não respondeu. Já na avaliação Intragrupos,

notou-se que, nas respostas dos professores, o χ²o foi igual a 13,7, valor que levou Ho à

rejeição (χ²c= 5,99, n.g.l. = 2, n. sig. = 0,05), indicando uma concentração na resposta

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Não respondeu. E em relação às respostas das professoras, observou-se que o χ²o foi

igual a 1,74, mostrando que Ho foi aceito (χ²c= 7,81, n.g.l. = 3, n. sig. = 0,05),

indicando uma boa distribuição nas respostas.

0

5

10

15

20

25

30

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

MASC.

FEMIN.

Gráfico 5. Conhecimento e trabalho com as abordagens ou tendências nas aulas de Educação Física.

1. Jogos Cooperativos; 2. Construtivista; 3. Cultural; 4. Psicomotricidade; 5. PCN’s; 6.

Desenvolvimentista; 7. Saúde Renovada; 8. Crítico-Superadora; 9. Crítico-Emancipatória; 10.

Outras.

Segundo os dados do gráfico 5, 26,59% dos professores escolheram a resposta

Jogos Cooperativos; com 19,14%, a escolha recaiu sobre a resposta Psicomotricidade;

com 14,99%, ficaram os professores que trabalham com o Construtivismo; com

13,82%, a escolha foi pela resposta PCNs; com 6,38%, ficou a resposta Cultural; com

5,31%, a escolha recaiu sobre a alternativa Saúde Renovada; com a mesma freqüência

de 4,25%, as respostas escolhidas foram Crítico-Superadora e Outras, e com 2,12%, a

escolha recaiu sobre a resposta Crítico-Emancipatória. Já segundo as professoras, com

25,58%, apareceu a alternativa Jogos Cooperativos; com a mesma freqüência de

20,93%, a escolha recaiu sobre as respostas Psicomotricidade e PCNs; com a mesma

freqüência de 6,97%, as respostas escolhidas foram Cultural e Saúde Renovada, e com

4,65%, ficou a alternativa Desenvolvimentista.

Em relação ao total, aparece, com 26,27%, a resposta Jogos Cooperativos; com

19,70%, a escolha recaiu sobre Psicomotricidade; com 16,05%, a resposta escolhida foi

PCNs; com 14,19%, ficou a resposta Construtivista; com 6,56%, apareceu a escolha

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pela alternativa Cultural; com 5,83%, ficou a resposta Saúde Renovada; com 3,64%, a

escolha foi pela alternativa Desenvolvimentista; com a mesma freqüência de 2,91%,

ficaram as respostas Crítico-Superadora e Outras, e com 2,45%, a escolha recaiu sobre a

alternativa Crítico-Emancipatória.

Em relação ao qui-quadrado, notou-se que, na avaliação Intergrupos, o χ²o foi

igual a 20,7, valor que levou Ho à rejeição (χ²c= 11,1, n.g.l. = 5, n. sig. = 0,05),

indicando concentração na resposta Jogos Cooperativos. Já na avaliação Intragrupos,

notou-se que, nas respostas dos professores, o χ²o foi igual a 22,17, valor que levou Ho

à rejeição (χ²c=11,1 , n.g.l. = 5, n. sig. = 0,05), indicando uma concentração na resposta

Jogos Cooperativos. E em relação às respostas das professoras, observou-se que o χ²o

foi igual a 19,33, mostrando que Ho também foi rejeitado (χ²c= 11,1, n.g.l. = 5, n. sig. =

0,05), indicando uma concentração na resposta Jogos Cooperativos .

Análise Masculino Feminino Total

Alternativas F % F % F %

Participativo 23 95,83 13 100 36 97,27

Pouca Freqüência 1 4,16 ---- ---- 1 2,70

Total 24 99,99 13 100 37 99,99

Tabela 1 – Participação dos alunos nas aulas de Educação Física.

Segundo os dados dos professores, na tabela 4, percebe-se que 95,83% dos alunos são

Participativos e 4,16% escolheram a alternativa Pouca Freqüência. Já em relação às

professoras, 100% confirmaram que os alunos são Participativos. No total, nota-se que

97,27% dos professores afirmaram que os alunos são Participativos, e aparece, com apenas

2,70%, a alternativa Pouca Freqüência.

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Análise Masculino Feminino Total

Alternativas F % F % F %

Sim 6 24 3 23,07 9 23,68

Não 19 76 8 61,53 27 71,05

Às vezes --- --- 2 15,38 2 5,62

Total 25 100 13 99,98 38 99,99

Tabela 2 – Alunos estressados.

Os dados da tabela 5 mostram que, segundo os professores, 76% dos alunos são

Estressados e 24% não são Estressados; um professor escolheu as duas respostas. Já em

relação às professoras, 61,53% escolheram a alternativa Não e, em 23,07%, a escolha

recaiu sobre a resposta Sim; 15,38% responderam Às vezes. No total, 71,05%

escolheram a resposta Não; com 23,68%, a escolha recaiu sobre a alternativa Sim e,

com 5,62%, a resposta escolhida foi Às vezes.

Análise Masculino Feminino Total

Alternativas F % F % F %

Lista de chamada 21 87,5 12 92,30 33 89,18

Sem lista de chamada 3 12,5 1 7,69 4 10,81

Total 24 100 13 99,99 37 99,99

Tabela 3 – Sistema de presença nas aulas de Educação Física

Os dados da tabela 8 mostram, com 87,5%, que os professores usam a Lista de

chamada e, com 12,5%, apareceram os professores que conferem a presença Sem a lista

de chamada. Já em relação às professoras, 92,30% utilizam a Lista de chamada e 7,69%

anotam a presença Sem a lista de chamada. No total, a Lista de chamada é utilizada por

89,18% dos professores e 10,81% não utilizam a Lista de chamada.

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Em relação ao qui-quadrado, chegou-se à conclusão de que, na avaliação

Intergrupos, o χ²o foi igual a 61,42, valor que levou Ho à rejeição (χ²c= 3,84, n.g.l. = 1,

n. sig. = 0,05), indicando concentração na resposta Lista de chamada. Já na avaliação

Intragrupos, notou-se que, nas respostas dos professores, o χ²o foi igual a 37,5, valor

que levou Ho à rejeição (χ²c=11,1 , n.g.l. = 5, n. sig. = 0,05), indicando uma

concentração na resposta Lista de chamada. E em relação às respostas das professoras,

observou-se que o χ²o foi igual a 71,59, mostrando que Ho também foi rejeitado (χ²c=

3,84, n.g.l. = 1, n. sig. = 0,05), indicando uma concentração na resposta Lista de

chamada.

Análise Masculino Feminino Total

Alternativas F % F % F %

Sim 22 91,66 12 92,30 34 91,89

Não 1 4,16 1 7,69 2 5,40

Às vezes 1 4,16 --- --- 1 2,70

Total 24 99,98 13 99,98 37 99,99

Tabela 4 Cumprimento da orientação do plano de ensino

Os dados da tabela 9 mostram, com 91,66%, os professores que Cumprem as

orientações do plano de ensino e, com a mesma freqüência de 4,16%, apareceram as

respostas Não e Às vezes. Já em relação às professoras, 92,30% responderam que

Cumprem as orientações do plano de ensino e 7,69% Não cumprem as orientações do

plano de ensino. Nota-se, em relação ao total, que 91,89% Cumprem as orientações do

plano de ensino; com 5,40%, apareceu a resposta Não e, com 2,70%, ficou a resposta Às

vezes.

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Em relação ao qui-quadrado, chegou-se à conclusão de que, na avaliação

Intergrupos, o χ²o foi igual a 76.88, valor que levou Ho à rejeição (χ²c= 3,84, n.g.l. = 1,

n. sig. = 0,05), indicando concentração na resposta Sim. Em relação às respostas das

professoras, observou-se que o χ²o foi igual a 71,59, mostrando que Ho também foi

rejeitado (χ²c= 3,84, n.g.l. = 1, n. sig. = 0,05), indicando também uma concentração na

resposta Sim.

Análise

Alternativas

Masculino

Feminino

Total

F % F % F %

Sim 20 83,33 9 69,23 29 78,37

Não 4 16,66 4 30,76 8 21,62

Total 24 99,99 13 99,99 37 99,99

Tabela 5 Confecção do Plano de Aula diário

Os dados da tabela 10 mostram que 83,33% dos professores de Educação Física

responderam Sim, confeccionam o Plano de Aula diário, e 16,66% responderam que

Não confeccionam o Plano de Aula diário. Já as professoras responderam Sim, com

69,23%, e Não, com 30,76%. Em relação à soma do masculino e feminino, a resposta

foi Sim com 78,37% e com 21,62% ficou a resposta Não.

Em relação ao qui-quadrado, chegou-se à conclusão de que, na avaliação

Intergrupos, o χ²o foi igual a 32,21, valor que levou Ho à rejeição (χ²c= 3,84, n.g.l. = 1,

n. sig. = 0,05), indicando concentração na resposta Sim. Já na avaliação Intragrupos,

notou-se que, nas respostas dos professores, o χ²o foi igual a 44,45, valor que levou Ho

à rejeição (χ²c= 3,84 , n.g.l. = 1, n. sig. = 0,05), indicando uma concentração na resposta

Sim. E em relação às respostas das professoras, observou-se que o χ²o foi igual a 14,79,

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mostrando que Ho também foi rejeitado (χ²c= 3,84, n.g.l. = 1, n. sig. = 0,05), indicando

uma concentração na resposta Sim.

6. Considerações Finais

De acordo com as características deste trabalho, conclui-se que, nesta

perspectiva, o professor de Educação Física Escolar deve ir além das brincadeiras, dos

jogos repetitivos com bolas, buscando novos horizontes de conhecimento pautados num

trabalho diferenciado dentro do contexto das aulas.

Desta forma, o ensino da Educação Física supera o tradicional processo de

demonstrar e exigir a repetição dos movimentos pelos alunos. Para isso, a construção de

novos conhecimentos e a elaboração de processos sofisticados de raciocínio no

momento do jogo ou da compreensão do funcionamento fisiológico do organismo não

podem ser reduzidas às pequenas explicações teóricas desarticuladas de uma vivência

prática ou estar em desarmonia com o planejamento docente.

Contudo, professores de Educação Física, na sua maioria, acreditam que

terminam por ensinar conceitos de atividade física de forma informal, “conversando

com os alunos ao longo das aulas”; entretanto o espaço pedagógico terá que ser

organizado para o aparecimento destes debates, mas com a interferência eficaz do

professor, sendo necessária a existência da aprendizagem por meio de experiências

ativo-sensíveis e do prazer das descobertas por meio do movimento, característica

fundamental da Educação Física.

Destaca-se a importância do planejamento de aula e a aplicação de planos

diários nas aulas propriamente ditas, dentro do contexto escolar e, principalmente, o

cumprimento dos planos de ensino, que muitas das vezes são engavetados em armários

ou em outros lugares que não permitem o acesso do professor para cumprir as metas

propostas.

Um ponto ressaltado pelos professores pesquisados são os jogos cooperativos e

a psicomotricidade que levam o professor a replanejar suas aulas, diminuindo as

mesmices de repetições e falta de conteúdos encontrados nas aulas de Educação Física

Escolar.

Pois, segundo Santin (1995), Negrine (1998), Montagu (1996) e Morin (2001)

apud Falkenbach (2002, p. 54):

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“a Educação Física está na Educação das características humanas, o que

significa ajudar o ser humano a viver o corpo como unidade, bem como

desenvolver o vocabulário psicomotor; resgatar o sentimento lúdico de

receptividade de descoberta e curiosidade; exercitar a compreensão mútua e

a afetividade, bem como aprender a viver no coletivo, entre as diferenças”.

Neste sentido o valor da Educação Física só terá significado quando

entendermos realmente a formação educacional que busca o encontro corporal com o

mundo, de forma diferenciada e em movimento, e leva a experiências fundamentais nas

quais crianças e jovens, com suas múltiplas possibilidades de movimento, possam

redescobrir inúmeros modos de ações motoras. Por isso, é fundamental a explicação do

corpo como uma unidade, isto é a pessoa em sua totalidade, incluindo motivos na sua

atividade na escola.

7. Referências

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Escola: A Educação Física como componente curricular. Vitória: UFES, 1997.

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professor. Lajeado : UNIVATES, 2002.

FREIRE, J. B. Educação de Corpo Inteiro. São Paulo: Scipione, 2002.

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conhecimento na escola. São Paulo: Phorte, 2000.

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praticantes. Dissertação de Mestrado em Educação Física pela Universidade Metodista

de Piracicaba – Unimep, 2004.

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