O problema da existência de Deus (2)

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    O problema da

    existncia de Deus

    argumento do mal

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    O argumento do mal tem razes distantes no tempo; pode ser encontradona Grcia Antiga e no Antigo Testamento. Este argumento geralmente

    considerado o mais importante desafio intelectual concepo testa deDeus.

    A ideia simples. Se Deus bom e todo-poderoso, como explicar o mal

    que existe no mundo?

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    Uma das verses do argumento do mal deve-se a Epicuro, umfilsofo grego do perodo helenstico que viveu entre 341 a.C.

    e 270 a.C.

    Epicuro tentou defender que o conceito de um Deus a mesmo

    tempo todo-poderoso e bom incoerente. Epicuro pensava queesta ideia tem consequncias absurdas, no podendo ser

    verdadeira.

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    argumento do mal

    (1) Deus quer abolir o mal mas no pode faz-lo ou pode abolir omal mas no quer faz-lo.

    (2) Se Deus quer abolir o mal e no pode faz-lo, impotente.

    (3) Se Deus pode abolir o mal e no quer faz-lo, mau.

    Deus mau ou impotente.

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    Epicuro no pretende, obviamente, defender que Deus mau ouimpotente.

    De facto, pretende mostrar que a ideia de um Deus omnipotente e bom incompatvel com a existncia do mal. Fica, portanto, a pergunta: seDeus quer acabar com o mal e tem poderes para o fazer, por que razono o faz?

    As respostas que ao longo das pocas tm sido propostas chamam-seteodiceias.

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    Uma das mais famosas teodiceias da tradio filosfica deve-se a

    Leibniz (1646-1716).

    Segundo Leibniz, este o melhor dos mundos possveis. Deus nodeseja o mal e podia ter criado um mundo diferente. Mas qualquer

    que fosse a alternativa que Deus pudesse considerar, o resultadoseria aindapior.

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    A resposta de Leibniz parece pouco convincente. O escritor francsVoltaire satirizou-a impiedosamente no livro Cndido, onde os efeitos do

    terramoto de Lisboa de 1775 serviram para cobrir de ridculo estaexplicao.

    Um mundo em que no tivesse havido o terramoto de Lisboa no seria

    melhor que o mundo real? Um mundo sem Segunda Guerra Mundial esem o extermnio dos judeus no seria um mundo melhor para todosvivermos?

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    o argumento do mal

    (1) Se Deus bom, omnisciente e omnipotente, o mal no existe.

    (2) O mal existe.

    Deus no bom ou no omnisciente ou no omnipotente.

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    Argumento do mal

    objeces

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    Uma forma de fugir concluso do argumento do mal defenderque um Deus testa no suficiente para excluir a existncia domal.

    Um Deus bom, omnipotente e omnisciente poder permitir emcertas circunstncias a existncia do mal quando, por exemplo,isso for necessrio para alcanar um bem maior. Seria o caso dolivre arbtrio.

    Muitos males de que sofre a humanidade podiam ser evitados se assim

    quisssemos.

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    Deus no deseja o mal e podia ter criado um mundo onde o mal no

    existisse. Mas, num mundo onde no seja possvel praticar o mal, no hlivre arbtrio. E sem liberdade ningum seria responsvel pelos actospraticados.

    Embora o livre arbtrio leve existncia do mal, Deus permiti-lo-ia emnome de um bem maior. Um mundo sem livre arbtrio um mundo semdignidade moral.

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    A defesa do conceito testa de Deus com base no livre arbtrio

    no bvia.

    Mesmo que o mal moral seja compatvel com um Deus bom eomnipotente, esta no a nica forma de mal existente no

    mundo. Ainda que os homens escolhessem fazer sempre o bem(e, de acordo com tesmo, poderiam faz-lo), o mal natural nodesapareceria.

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    As doenas, as condies climatricas

    adversas, as secas e inundaes, oscataclismos naturais como osterramotos, chegam para tornar a vida

    muito difcil.

    Deus podia permitir o mal moral e, aomesmo tempo, ter criado um mundoonde no existisse fome, doenas,

    terramotos, etc. Que bem maior nos

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    Uma das ideias centrais do tesmo que Deus intervmno cursodo mundo.

    Quando uma pessoa faz uma escolha errada (Hitler ao ordenar oextermnio dos judeus ou Harry Truman o lanamento da bombaatmica sobre Hiroxima), Deus pode intervir para evitar que essadeciso seja posta em prtica. Deus no podia evitar as opes de

    Hitler ou Truman. Mas podia impedir o sofrimento de milhes devtimas inocentes.

    A mera existncia de livre arbtrio no explica a existncia do malmoral.

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    Outra resposta s dificuldades colocadas pelo argumento mal a teoriado mal edificante.

    Esta teoria tanto pode ser utilizada para explicar o mal moral como o malnatural.

    A ideia bsica simples: certos males fortificam o carcter de quem ossofre. Testam a nossa resistncia e coragem, e tornam-nos melhores

    pessoas: mais slidas, mais preparadas, mais maduras. Tm um efeitoedificante.

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    Ser a teoria do mal edificante a soluo para o desafio colocado porEpicuro?

    verdade que acontecimentos como as doenas e outras catstrofes(naturais ou no) colocam prova toda a nossa coragem e capacidade deresistncia.

    Ao sobreviver-lhes revelamos persistncia e carcter. Mas nem sempresobrevivemos. Em muitos casos, o sofrimento que nos atinge no nosfortalece; destri-nos. No nos torna melhores pessoas; aniquila-nosfsica e moralmente.

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    Embora muitos acontecimentos adversos possam ser teis para

    desenvolver as nossas melhores capacidades, a grande maioria no assim.

    Tentar justificar o extermnio de seis milhes de pessoas nos

    campos nazis com base na ideia de que as condies extremas aque foram sujeitas permitiu fortalecer o seu carcter e testar a suacoragem seria repugnante.