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O PROCESSO DE COMUNICAÇÃO E INTERAÇÃO ENTRE: ESTUDANTES, COORDENADORES, PROFESSORES E
TUTORES NO CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO EM GESTÃO EM SAÚDE NA MODALIDADE EAD
Lívia da Cruz1 (UAB – IFSC)
Rita de Cássia Flôr2 (UAB – IFSC) Diogo Castanho Sant’Ana3 (UAB – IFSC) Andréia de Bem Machado4 (UAB – IFSC)
Juliana Almeida Coelho5 (UAB – IFSC) Bianca de Sá Teixeira6 (UAB – IFSC)
RESUMO:
Com a disseminação da educação a distância, o processo de planejamento, oferta e desenvolvimento de um curso a distância, necessita, num primeiro momento, da atenção e comprometimento por parte da equipe técnica. Essa equipe técnica é gerida pela coordenação do curso. Em apoio as atividades da coordenação, tem-se: professores, tutores e os estudantes, que sustentam a funcionalidade do curso. Com base nos dados coletados em questionário aplicado no ambiente virtual de aprendizagem, do curso de pós graduação em Gestão em Saúde – UAB - IFSC, pretende-se fundamentar a importância do processo de comunicação e interação dos sujeitos envolvidos nesse processo. Palavras chave: Educação a distância, comunicação, interação. Abstract: With the spread of distance education, the planning process, supply and development of a distance course, you need at first, attention and commitment from the crew. This crew is managed by the course coordinator. In support of coordination actives, we have: teachers, tutors
and students that support the functionality of course. Based on data collected in the questionnaire applied in the virtual learning environment, post-graduate course in Health Management – UAB – IFSC in intended to substantiate the importance of the process of communication and interaction of the subjects involved in this process. Keywords: Distance Education, communication, interaction.
Introdução
No processo de desenvolvimento histórico e social do sistema educacional
brasileiro, foram registradas diversas transformações, como: a diferença de
formação em acordo com a identificação de classe social, o foco nos cursos
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profissionalizantes, a garantia do ensino público e de qualidade a todos(as), dentre
outras.
Essas transformações demandam a atualização do seu quadro funcional, a
revisão das metodologias empregadas e tecnologias utilizadas. Representando essa
atualização, o Decreto 2.494/98 que regulamenta o Art. 80 da LDB/Lei nº 9.394/96,
tem-se a proposta da educação a distância (EaD) onde,
Art. 1º Educação a distância é uma forma de ensino que
possibilita a auto-aprendizagem, com a mediação de
recursos didáticos sistematicamente organizados,
apresentados em diferentes suportes de informação,
utilizados isoladamente ou combinados, e veiculados pelos
diversos meios de comunicação [...] (BRASIL, 1998).
Deste modo, os recursos didáticos na EaD são configurados pela exploração
de diferentes ferramentas midiáticas. Dentre essas cita-se: cartas, rádio, televisão,
computador, telefone, internet. Essa mediação confirma a proposta da EaD, como
a “[...] educação em que a maior parte da comunicação entre professor e aluno é
indireta, mediada por recursos tecnológicos.” (FILATRO, 2010, p. 31).
Essas tecnologias estão presentes em diferentes formatos (impresso, áudio,
imagem) e, desse modo podem ser encontradas em diversos espaços. Com a relação
entre as tecnologias da informação e comunicação e a EaD, fundamentou-se a
configuração dos ambientes virtuais de aprendizagem (AVAs). Segundo Filatro
(2010), AVAs são
[...] espaços multimídias na internet cujas ferramentas e estratégias visam propiciar um processo de aprendizagem baseado predominantemente na interação entre os participantes, incentivando o trabalho cooperativo. (p. 31).
Numa perspectiva pratica, os AVAs representam a sala virtual onde ocorre a
interação entre professores(as), estudantes, tutores(as), coordenações e onde
estão disponibilizados os materiais de estudo, sendo esses: livros didáticos, vídeos,
slides das aulas, links de acesso a textos complementares, atividades avaliativas. A
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organização desses ambientes é essencial para o reconhecimento dos cursos a
distância ofertados com o uso do computador e da internet.
De acordo com Pacheco (2012), os cursos a distância apresentados e
legitimados demandam o cumprimento de algumas especificidades para serem
reconhecidos com qualidade, sendo essas,
[...] tutorias presenciais e a distância, sistemas de comunicação e informação eficientes, material didático e ambientes específicos se aprendizagem com sua linguagem própria e infraestrutura física de apoio presencial. (p. 119 – 120).
Esse conjunto de especificidades compõem a base para que os cursos da EaD
sejam planejados, desenvolvidos e ampliados. O cumprimento desses quesitos
caracteriza a oferta e permanência do curso de pós graduação em Gestão em
Saúde, ofertado pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), junto ao programa
Universidade Aberta do Brasil (UAB).
Com o intuito de socializar experiência das equipe técnica vivenciadas no
curso de pós graduação em Gestão em Saúde, apresenta-se como objetivo, analisar
o processo de comunicação e interação entre: estudantes, coordenação,
professores e tutoria no âmbito do referido curso.
A Comunicação na EaD
A legitimação dos cursos a distância, reflete no desenvolvimento da EaD e
possibilita a oferta de cursos diversos, bem como a variação da organização dos
mesmos. Essa variação esta relacionada as propostas de encaminhamento do curso,
que pode ser: totalmente a distância, semi presencial ou complementar ao ensino
presencial. “[...] A LDB de 1996 oficializou a EaD como válida para todos os níveis e
modalidades de ensino (art. 80) [...]” (PACHECO, 2012, p. 118).
O contexto ao qual a EaD esta relacionada, denota a utilização de recursos
tecnológicos de informação e comunicação que possibilitem a comunicação entre
os(as) estudantes e os(as) professores(as), principalmente.
Conforme destaca Behar (2009), a EaD é “[...] constituída por um conjunto
de sistemas que partem do princípio de que os alunos estão separados do professor
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em termos espaciais e, muitas vezes ou na maioria das vezes, temporais [...]” (p.
23). Essa separação demanda a exploração de diferentes formas de comunicação,
seja pela escrita ou pela oralidade.
Essas formas de comunicação tendem a promover o estabelecimento da
relação de aprendizagem entre o(a) professor(a) e o(a) estudante, com o apoio
da(s) tecnologia(s) pertinente(s).
[...] As pessoas querem se comunicar e interagir (...) Os processos de interação e comunicação no ensino sempre dependeram muito mais das pessoas envolvidas no processo do que das tecnologias utilizadas, seja o livro, o giz, ou o computador e as redes. (KENSKI, 2012, p. 119 – 121).
O desenvolvimento dessa comunicação, mediada pela(s) tecnologia(s)
disponibilizada(s), demanda a apropriação dos sujeitos envolvidos com o processo
de ensino da EaD. Essa apropriação compreende, a escrita, a clareza da fala, a
familiarização com o computador, o acesso ao telefone, o acesso a internet, o
ordenamento de idéias. Com a confirmação de uma ou mais possibilidades de uso
das tecnologias disponíveis, a EaD constitui-se como uma possibilidade de ensino a
ser ofertada e realizada junto a esse grupo de professores(as) e estudantes.
Sobre uma outra perspectiva, entende-se que a tecnologia utilizada no
desenvolvimento da EaD, implicará no estabelecimento da comunicação direta ou
não, entre esses sujeitos. Essa comunicação possui variação em acordo com o
tempo de apresentação da informação ou dúvida por um sujeito, seja o(a)
professor(a) ou o(a) estudante, e o tempo de resposta do outro sujeito.
Caracterizando essa diferenciação, apresenta-se a definição da comunicação
síncrona e assíncrona. A comunicação síncrona demanda uma instantaneidade entre
o tempo de apresentação da mensagem e a resposta recebida (ex.: conversa pelo
chat, por telefone). Já a comunicação assíncrona conta com um espaço maior de
tempo entre a pergunta e a resposta esperada (ex.: email, fórum, carta).
(FILATRO, 2010).
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Em relação aos AVAs, a comunicação pode variar entre síncrona e
assíncrona, sendo essa caracterizada pela ferramenta explorada, como: fóruns,
mensagens, chats. As diferentes possibilidades de estabelecimento da comunicação
entre os sujeitos que configuram a EaD, demandam a interação entre os mesmos.
“[...] a interação é necessária para a concretização da aprendizagem.” (MATTAR,
2012, p. 28).
Para Wagner (1994; 1997), citado por Mattar (2012),
[...] a interação envolveria o comportamento e as trocas entre indivíduos e grupos que se influenciam, nos casos em que há eventos recíprocos que requerem pelo menos dois objetos e duas ações [...] (p. 24 – 25).
Tendo como referência os AVAs, essa interação demanda a comunicação
entre o(a) professor(a) e o(a) estudante por intermédio de uma tecnologia em
comum, sendo essa representada pelo computador conectado a internet.
Nesse processo de interação e comunicação na EaD, além dos(as)
professores(as) e dos(as) estudantes, conta-se com a participação, apoio, suporte
de mais sujeitos essenciais para a manutenção e formação dos AVAs e
acompanhamento dos estudos a distância. Esses sujeitos são identificados como
tutores(as), atuando a distância e presencialmente.
As Equipes de referência do curso
Para a organização da EaD, é necessário que haja o atrelamento entre as
ferramentas de interação disponibilizadas e a atuação de uma equipe atenta as
configurações desse ambiente e as particularidades da relação a distância
estabelecida entre educador e educando. “Aliando-se a tecnologia, a educação
estará proporcionando ao docente e ao educando uma interpretação do mundo
mais abrangente, permitindo que tanto um quanto o outro transformem o
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conhecimento adquirido em competência [...]” (BOHN, LUZ e LUZ FILHO, 2010, p.
27)
O papel da equipe que acompanha o desenvolvimento do processo de ensino
e aprendizagem na EaD, envolve a atividade de diferentes frentes, como: tutores,
programadores, educadores, coordenadores, estudantes, conteudistas. De modo
geral, as pessoas envolvidas nesse processo iniciam as atividades com o
conhecimento limitado frente as habilidades que configuram a atuação na EaD.
Os especialistas reconhecem que a distinção entre ensino presencial e ensino a distância será cada vez menos pertinente já que o uso das redes de telecomunicações e dos suportes multimídias interativos vem sendo progressivamente integrado às formas clássicas de
ensino. Concordando com Lévy, é preciso estabelecer novos paradigmas de aquisição de conhecimentos e de constituição de saberes. (SETTON, 2010, p. 103)
Essa limitação esta atrelada ao papel do coordenador que, além de estar
familiarizado com esse processo de ensino, também deve compreender as etapas
de configuração, desenvolvimento e conclusão do(s) curso(s) ofertado(s). Esse
coordenador também representa o grupo na instituição a qual esta vinculado.
Dentre as atribuições da coordenação do curso, tem-se: o acompanhamento das
atividades de tutoria, as atividades dos professores; o acompanhamento do registro
acadêmico dos(as) estudantes matriculados no curso; a elaboração do projeto
básico do curso; a promoção de mecanismos que possibilitem o acompanhamento e
a avaliação das atividades docentes e discentes; coordenar e acompanhar o curso
no todo. (IF-MG, 2010).
Em complemento a essa ação, esta a equipe de tutoria que, desenvolve
atividades, como: organização do AVA, acompanhamento das atividades dos
educadores, suporte aos(as) estudantes - presencial e a distância, registro dos
conceitos obtidos pelos(as) estudantes. Também apresenta como atribuições, “[...]
estabelecer uma comunicação contínua e efetiva com o professor regente da
disciplina e o aluno, utilizando uma linguagem clara; (...) apontar os caminhos que
promovam a aprendizagem autônoma [...]” (IF-MG, 2010, p. 7).
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Assim como o coordenador, os tutores, também necessitam de uma
capacitação para que desenvolvam as atividades com propriedade. De acordo com
Pierre Lévy,
[...] a demanda de formação não apenas conhece um enorme crescimento quantitativo, mas sofre ainda uma profunda mutação qualitativa no sentido de uma necessidade crescente de diversificação e de personalização na aquisição do conhecimento (...) o novo paradigma da navegação que se desenvolve nas práticas de levantamento da informação e de aprendizagem cooperativa [...] (SETTON, 2010, p. 102)
Para que essa familiarização a EaD seja produtiva, é essencial que os cursos
ofertados invistam nos momentos de capacitação e promovam a integração entre
os objetivos propostos pelo curso e os objetivos pretendidos pelos(as) estudantes.
Método
Trata-se de uma pesquisa quali-quantitativa, que segundo Traldi e Dias
(2011, p. 36) “o pesquisador lança mão de dados numéricos e descritivos [...]”
como foi o caso desta pesquisa.
Quanto ao meio empregado para obtenção dos dados utilizou-se um
questionário online, por meio da plataforma moodle. Este foi composto por 06
questões objetivas, tendo 04 opções de resposta, quais sejam: Excelente,
Proficiente, Suficiente e Insuficiente, versando sobre a comunicação estabelecida
entre professores; tutores presenciais e a distância; coordenação do polo, do curso
e de tutoria. As questões objetivavam constatar como se dava a interação entre
estes agentes, sobretudo acerca da cortesia, rapidez e clareza nas respostas.
Cabe destacar que o moodle é um sistema open source de gerenciamento de
cursos, também conhecido como Learning Management System ou um Ambiente
Virtual de Aprendizagem (AVA) que tem sido utilizado no curso, objeto de
investigação desta pesquisa.
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A pesquisa foi aplicada aos 168 (cento e sessenta e oito) estudantes do curso
de especialização em gestão em saúde na modalidade a distância, ofertado nos 05
(cinco) polos de apoio presencial do Instituto Federal de Educação, Ciência e
Tecnologia de Santa Catarina, Brasil.
O questionário permaneceu on-line no período de 20 de setembro a 04 de
outubro de 2011, e dos 168 (cento e sessenta e oito) estudantes, 134 (cento e
trinta e quatro) participaram da pesquisa respondendo o questionário.
Para sistematizar os dados utilizaram-se ferramentas do moodle que
permitiu analisar os resultados, obtendo as respostas segundo a organização dos
dados solicitados no questionário. Assim, de modo a sistematizar as informações
utilizaram-se planilhas formuladas no programa Microsoft Office Excel® 2003, em
que serão dispostas informações pertinentes à pesquisa em forma de gráfico e
tabelas.
Resultados e discussão
O curso de pós graduação em Gestão em Saúde, ofertado, inicialmente no
ano de 2011, em 05 (cinco) polos de apoio presencial, composto por 14 (quatorze)
Unidades Curriculares e a Monografia. No desenvolvimento das Unidades
Curriculares, o quadro de docentes era formado por 10 (dez) professores(as) onde,
03 (três) ministraram 02 (duas) Unidades Curriculares, em períodos distintos,
compondo assim os Módulos: Básico e Específico do Curso, e a Monografia.
Com relação a tutoria, o curso é representado por 02 (duas) equipes, sendo
uma a distância e outra presencial. A equipe a distância é formada por: 01 (um)
coordenador de tutoria, 07 (sete) tutores(as), onde 05 (cinco) interagem
diretamente com os pólos e 02 (dois) acompanham o suporte metodológico e
didático do curso. Já a equipe presencial é representada por: 05 (cinco)
coordenadores de polo e 10 (dez) tutores presenciais onde, divide-se em: 01 (uma)
coordenadora de polo e 02 (dois) tutores para cada polo de apoio presencial
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vinculado ao curso. A coordenação do curso acompanha e supervisiona as atividades
das 02 (duas) equipes.
O questionário aplicado teve como objetivo resgatar, junto aos(as)
estudantes, a avaliação do processo de comunicação e interação entre esses
sujeitos e as equipes que representam o curso, incluindo os(as) professores(as).
Nessa avaliação foram considerados os diferentes contextos relacionados a
comunicação estabelecida, como: espaço físico e temporal que encontravam-se
esses sujeitos, as atividades a serem desenvolvidas por cada um desses sujeitos, o
tipo de comunicação estabelecida, o tempo entre a mensagem apresentada e o
retorno da mesma, a clareza da informação repassada.
Iniciando o registro desses dados, apresenta-se no Quadro 1, a avaliação
dos(as) estudantes com relação a comunicação estabelecida junto aos(as)
professores(as).
Quadro 1: Avaliação da comunicação entre alunos(as) e professores(as)
Avaliação Professor(a)
Excelente 26,98%
Proficiente 46,83%
Suficiente 22,22%
Insuficiente 3,97%
Fonte: Desenvolvido pelos(as) pesquisadores(as)
Com base nos itens apresentados no Quadro 1, é possível verificar que a
avaliação dos(as) estudantes sobre a comunicação estabelecida com e pelos(as)
professores(as) do curso destaca-se como proficiente (46,83%). Essa proficiência
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esta relacionada ao conjunto de aspectos que compõem as atividades de cada
professor(a) do curso, caracterizadas pelo material didático proposto, a utilização
de ferramentas comunicativas (fóruns, chats, mensagens, emails), atividades
avaliativas propostas.
Em relação a comunicação entre estudantes focado na tutoria do polo
(presencial), a avaliação apresentada no Quadro 2 é destacada como excelente
(74,22%) e nenhum registro de insatisfação nessa comunicação. Desse modo infere-
se que o contato presencial entre esses sujeitos favorece a mediação entre as
atividades do curso e o desenvolvimento de cada estudante nesse processo, bem
como a prevalência da utilização da comunicação síncrona (ex.: telefone, contato
pessoal) s
obre as ferramentas de comunicação assíncrona (ex.: emails) .
Quadro 2: Avaliação da comunicação entre alunos(as) e tutores(as) do pólo
Avaliação Tutor Pólo
Excelente 74,22%
Proficiente 20,31%
Suficiente 5,47%
Insuficiente 0,00%
Fonte: Desenvolvido pelos(as) pesquisadores(as)
Sobre a comunicação dos(as) estudantes com a equipe de tutoria a distância,
identifica-se (Quadro 3) a proximidade da avaliação entre a excelência (36,22%) e
a proficiência (34,65%) desse contato. Entende-se que essa característica esta
relacionada ao comprometimento das atividades desenvolvidas por cada tutor(a) na
atenção aos(as) estudantes do seu polo de referência. Destaca-se que essa
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comunicação é mediada pelos recursos assíncronos, como: emails, mensagens,
fóruns, explorando assim as ferramentas disponibilizadas no AVA apresentado no
curso.
Quadro 3: Avaliação da comunicação entre alunos(as) e tutores(as) a distância
Avaliação Tutor Distância
Excelente 36,22%
Proficiente 34,65%
Suficiente 27,56%
Insuficiente 1,57%
Fonte: Desenvolvido pelos(as) pesquisadores(as)
No Quadro 4 tem-se a representação da avaliação dos(as) estudantes sobre a
comunicação desenvolvida pela coordenação do polo. Os dados registrados
destacam a avaliação excelente (75%) dessa comunicação. E assim como foi
registrado na avaliação da comunicação do equipe de tutoria presencial, aqui
também não houve registro de insatisfação desse contato.
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Quadro 4: Avaliação da comunicação entre alunos(as) e coordenação do pólo
Avaliação Coord Polo
Excelente 75,00%
Proficiente 13,28%
Suficiente 11,72%
Insuficiente 0,00%
Fonte: Desenvolvido pelos(as) pesquisadores(as)
A comunicação entre os(as) estudantes e a coordenação de tutoria é
representada pelo Quadro 5 onde, a avaliação é destacada pela proximidade entre
a excelência (38,76%) e a proficiência (35,66%). Do mesmo modo que a equipe de
tutoria a distância desenvolve a comunicação com base nas ferramentas
assíncronas do AVA, o coordenador de tutoria também estabelece esse contato com
os(as) estudantes, quando necessário. De modo geral, essa relação é mediada pelas
equipes de tutoria presencial e a distância.
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Quadro 5: Avaliação da comunicação entre alunos(as) e coordenação de tutoria
Avaliação Coord Tut
Excelente 38,76%
Proficiente 35,66%
Suficiente 24,81%
Insuficiente 0,78%
Fonte: Desenvolvido pelos(as) pesquisadores(as)
Completando essa avaliação, apresenta-se no Quadro 6 os índices da
comunicação entre os(as) estudantes e a coordenação do curso. Nessa avaliação a
excelência (51,56%) destaca-se em relação aos outros itens. A comunicação entre
esses sujeitos é mediada pelas equipes de tutoria (a distância e presencial) e pelas
coordenações (de pólo e de tutoria), de modo geral. Mas tem-se o registro do
contato por elementos assíncronos (ex.: email, fóruns, mensagens) e, raramente,
por contato telefônico (de modo síncrono).
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Quadro 6: Avaliação da comunicação entre alunos(as) e coordenação do curso
Avaliação Coord Curso
Excelente 51,56%
Proficiente 28,13%
Suficiente 17,19%
Insuficiente 3,13%
Fonte: Desenvolvido pelos(as) pesquisadores(as)
Nos registros apresentados e fundamentados pelos quadros avaliativos da
comunicação estabelecida entre os(as) estudantes e as equipes que caracterizam a
formação do curso a distância (tutorias, professores(as) e coordenações), verificou-
se que essa comunicação é sempre mediada por ferramentas, sejam essas
assíncronas ou síncronas.
Análise dos resultados
O processo de organização e desenvolvimento de um curso a distância é
caracterizado por um conjunto de elementos, sejam esses estruturais
(identificação dos polos, elaboração e encaminhamento dos materiais de estudo,
suporte midiático, equipamentos e mobílias nos polos, dentre outros) e/ou de
pessoal (professores(as), equipes de tutoria, equipes de diagramação,
coordenações, dentre outros).
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Com foco nas equipes que representam o curso junto ao grupo de estudantes
que fundamentam o desenvolvimento do curso, apresentou-se a avaliação da
comunicação estabelecida entre esses sujeitos. Essa comunicação, de modo geral é
mediada por diferentes recursos, como: emails, fóruns, telefone, mensagens. Os
recursos utilizados variam em acordo com a equipe destacada.
Em resgate aos Quadros (1 a 6) apresentados, é possível separar as equipes
em dois grupos, sendo: o grupo presencial, que desenvolve as atividades no polo
presencial e o grupo a distância, que desenvolve as atividades exclusivamente pelo
AVA, tendo como referência a relação com os(as) estudantes do curso.
No grupo presencial os índices de avaliação da comunicação foram
destacados pela excelência onde, o contato síncrono, a proximidade da equipe de
tutoria presencial e das coordenações de polo, possibilitam a proximidade entre as
configurações do curso e os(as) estudantes. É possível perceber a importância dessa
referência para a credibilidade do curso junto a comunidade, bem como do
desenvolvimento técnico e profissional de cada estudante.
Quanto ao grupo a distância, o registro da avaliação foi representada por
índices de excelência e proficiência da comunicação. Essa variação reforça a
importância do acesso continuo ao AVA e a clareza nas informações apresentadas
nesse espaço, bem como na atenção ao modo que essas são registradas. Esse grupo
envolve diferentes características em relação as equipes que o compõe sendo:
tutores(as), coordenações (de tutoria e do curso) e os(as) professores(as).
Com relação aos(as) professores(as), são propostos momentos de visita aos
polos onde, as interações ocorrem sobre outra perspectiva, onde os(as) estudantes
podem estabelecer o vínculo com esse(a) professor(a), comunicar-se de modo
síncrono e acompanhar outra metodologia de desenvolvimento dos estudos
propostos pela unidade curricular em questão.
A delimitação das atividades a serem desempenhadas por cada equipe que
representa o curso, bem como a utilização das diferentes possibilidades de
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comunicação desses sujeitos para com os(as) estudantes, contribuem com a
firmação do desenvolvimento e oferta de cursos a distância.
Conclusões
Com base nas informações coletadas e o resgate teórico, pretendeu-se
fundamentar a importância do desenvolvimento das atividades apresentadas pelo
papel da coordenação do curso, dos professores, bem como pela tutoria, como
elementos de interação e comunicação junto aos(as) estudantes.
Também destacou-se a oferta de capacitações especificas as atividades
desenvolvidas por esses sujeitos, com a exploração de temáticas relacionadas a
educação a distância (EaD) e as mídias a ela atreladas, bem como a atualização do
perfil do público a ser conquistado por esse modelo.
Em relação a avaliação dos(as) estudantes frente a comunicação
estabelecida por eles(as) e as equipes que representam o curso - tutorias,
coordenações e professores(as) – de modo geral, a qualidade desse contato foi
excelente e reforça a importância do comprometimento de cada sujeito que
representa o curso.
Percebeu-se que os momentos de visita aos pólos pelos(as) professores(as),
contribuem para o desenvolvimento das comunicações estabelecidas e reforço do
vínculo. A utilização das ferramentas de comunicação síncronas e assíncronas pelas
equipes e o acompanhamento constante do desenvolvimento de cada estudante
contribuem para a fundamentação do curso.
Na comunicação entre as equipes do curso, a clareza quanto aos conjunto de
orientações destacadas é essencial, pois o alinhamento das informações garantirá a
segurança dos(as) estudante frente as propostas do curso.
A efetividade e qualidade do curso a distância conta com o conjunto de
fatores, desde a organização da proposta curricular até a emissão da
documentação de conclusão e, esses fatores demandam do comprometimento de
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diferentes sujeitos. Nesse processo a comunicação esta presente sobre diferentes
perspectivas, e essa diversidade fundamenta a aplicabilidade do curso junto as suas
equipes e a cada estudante conquistado(a).
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SETTON, Maria da Graça. A cibercultura, o ciberespaço e a educação. In: SETTON, Maria da Graça. Mídia e educação. São Paulo: Contexto, 2010. p. 87 – 105. TRALDI, Maria Cristina; DIAS, Reinaldo. O Planejamento da monografia. In: TRALDI, Maria Cristina; DIAS, Reinaldo. Monografia passo a passo. Campinas, SP: Editora Alínea, 2011. p. 18 - 43. ___________________________________________ 1Lívia da CRUZ, Esp. (UAB – IFSC) Universidade Aberta do Brasil – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (UAB – IFSC) Bolsista programa UAB
[email protected] 2Rita de Cássia FLÔR, Dra. (UAB – IFSC) Universidade Aberta do Brasil – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (UAB – IFSC) Assessora Pedagógica do Departamento de EaD [email protected] 3Diogo Castanho SANT’ANA, Esp. (UAB – IFSC) Universidade Aberta do Brasil – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (UAB – IFSC) Bolsista programa UAB [email protected]
4Andréia de Bem MACHADO, Ms. (UAB – IFSC) Universidade Aberta do Brasil – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (UAB – IFSC) Bolsista programa UAB
[email protected] 5Juliana Almeida COELHO, Mestranda (UAB – IFSC) Universidade Aberta do Brasil – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (UAB – IFSC) Coordenadora do curso de pós graduação em Gestão em Saúde. [email protected]
6Bianca de Sá TEIXEIRA, Esp. (UAB – IFSC) Universidade Aberta do Brasil – Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina (UAB – IFSC) Bolsista programa UAB [email protected]