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1 O PROPÓSITO DA SALVAÇÃO Amostra

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O P RO P Ó S I T O DA S A LVA Ç Ã O

Amostra

1a impressãoRio de Janeiro, 2016www.edilan.com.br

UM CORAÇÃO ARDENTEpor John Bevere

© 2016 Editora Luz às NaçõesCoordenação Editorial | Equipe Edilan

Tradução e Revisão | Equipe Edilan

Copyright © 1999 por John Bevere, todos os direitos reservados. Originalmente publicado nos Estados Unidos com o título A Heart Ablaze: Igniting a Passion for God, de John Bevere, por Thomas Nelson, uma divisão de HarperCollins Christian Publishing, Inc.

Tradução publicada por acordo com Thomas Nelson, uma divisão de HarperCollins Christian Publishing, Inc.

Publicado no Brasil pela Editora Luz às Nações, Rua Rancharia, 62, parte, — Itanhangá — Rio de Janeiro, Brasil CEP: 22753-070. Tel. (21) 2490-2551. 1a edição brasileira: outubro de 2016. Todos os direitos reservados.

Nenhuma parte deste livro poderá ser reproduzida, armazenada em sistema de recuperação de dados ou transmitida por qualquer forma ou meio — seja eletrônico, mecânico, fotocópia, grava ção ou outro — sem a autorização prévia da editora.

Salvo indicação em contrário, todas as citações bíblicas foram extraídas da Bíblia Sagrada Nova Versão Internacional (NVI), Editora Vida. As outras versões utilizadas são: A Mensagem (MSG), Al meida Corrigida e Revisada Fiel (ACF), SBB; Almeida Atualizada (AA), SBB; Almeida Revista e Atualizada (ARA), SBB, A Bíblia Viva (ABV), Mundo Cristão e NTLH (Nova Tradução da Linguagem de Hoje), SBB e Amplified Bible (AMP) (traduzida livremente).

Por favor, note que o estilo editorial da Edilan inicia com letra maiúscula alguns pronomes na Bíblia que se referem ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo, e pode diferir do estilo editorial de outras editoras. Observe também que o nome “satanás” e outros relacionados não iniciam com letra maiúscula. Escolhemos não reconhecê-lo, inclusive a ponto de violar as regras gramaticais.

CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO NA PUBLICAÇÃOSINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ

B467c Bevere, John, 1959- Um coração ardente : acendendo o amor por Deus / John Bevere. - 1. ed. - Rio deJaneiro : Luz às Nações, 2016. 220 p. : il. ; 19 cm.

Tradução de: A heart ablaze : igniting a passion for God ISBN 978-85-5929-004-2

1. Deus - Adoração e amor. 2. Oração - Cristianismo. 3. Fé. I. Título.

16-37060 CDD: 248.4 CDU: 27-583

DeDico este livro a Dois

homens De Deus:

Primeiro, ao Pastor al Brice:

Você tem cuidado de mim e de Lisa como se fôssemos sua família.Você tem reconhecido o ministério que Deus nos confiou como

se Ele o tivesse confiado a você.Você tem orado por nós como se estivesse orando pelas próprias

necessidades. E tem mostrado um amor sem interesses, como o amor que somente nosso Salvador pode dar.

E Jônatas fez um acordo de amizade com Davi, pois se tor-nara o seu melhor amigo.

1 Samuel 18:3

Obrigado, Al, por ser um verdadeiro amigo. São quase vinte anos de amizade, e ainda teremos toda uma eternidade juntos!

segunDo, ao sr. loran Johnson:

Você tem trabalhado comigo e com Lisa neste ministério sem esperar nada em troca.

Você tem se alegrado com nossas vitórias e orado diligentemente por nós durante os tempos de necessidade.

Você tem nos amado como um pai.

O amigo ama em todos os momentos; é um irmão na adversidade.

Provérbios 17: 17

Obrigado, Loran, por ser um verdadeiro amigo.

sumário

Agradecimentos 9

Introdução 11

Uma Noite Inesquecível 15

O Propósito da Salvação 29

Tirando o Egito 41

A Glória do Senhor 51

A Passagem para a Montanha 69

Uma Divindade Controlável 79

Intenções ou Desejos? 93

Contracultura ou Subcultura 109

Graça Salvadora 125

Dias Difíceis 143

Ouro, Roupas e Colírio 155

Aqueles Que Eu Amo... 179

Fogo Santo Interior 193

E Verão a Sua Face 209

Sobre o Autor 215

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agraDecimentos

Meu mais profundo agradecimento...

À minha esposa, Lisa. Obrigado por ser minha melhor amiga e apoiadora mais fiel, minha esposa e a mãe dos nossos filhos. Você é verdadeiramente um presente de Deus para mim, e eu a valorizo e estimo grandemente. Eu a amo, querida.

Aos nossos quatro filhos, Addison, Austin, Alexander e Arden. Vocês trouxeram grande alegria à minha vida. Cada um de vocês é um tesouro especial. Obrigado por compartilharem comigo o cha-mado de Deus e me encorajar a escrever e viajar.

Aos meus pais, John e Kay Bevere. Obrigado pelo estilo de vida de temor a Deus que vocês me ensinaram a ter com seu exemplo. Vocês me amam não somente em palavras, mas também com suas ações.

Ao pastor Al Brice, Loran Johnson, Rob Birbeck, Tony Stone e Steve Watson. Obrigado por servirem em nossa equipe de aconse-lhamento nos escritórios do ministério nos Estados Unidos e na Europa. O amor, a bondade e a sabedoria que vocês têm oferecido livremente têm tocado e fortalecido nosso coração.

À equipe do John Bevere Ministries. Obrigado por seu apoio e fidelidade inabaláveis. Lisa e eu amamos cada um de vocês.

A David e Pam Graham. Obrigado por seu apoio fiel e sincero em gerenciar as operações do nosso escritório na Europa.

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A G R A D E C I M E N T O S

A Rory e Wendy Alec. Obrigado por crerem na mensagem que Deus tem colocado em nosso coração. A amizade de vocês tem muito valor para nós.

A Victor Oliver, Rolf Zettersten e Michael Hyatt. Obrigado pelo encorajamento e pela fé na mensagem que Deus tem feito arder em nosso coração.

A Brian Hampton. Obrigado por aplicar suas habilidades de edição neste projeto. Mas, acima de tudo, obrigado por seu apoio.

A toda equipe da Thomas Nelson Publishers. Obrigado por apoiarem esta mensagem e pela ajuda tão amável e profissional. Vocês são um grupo excelente para se trabalhar.

E, acima de tudo, minha sincera gratidão ao meu Senhor. As pala-vras não são suficientes para reconhecer tudo o que tens feito por mim e pelo Teu povo. Eu Te amo mais do que sou capaz de expressar.

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introDução

Este livro é uma jornada em direção à verdade. Muitos buscam a verdade, mas quando são confrontados por ela, rejeitam, ignoram ou torcem a verdade em benefício próprio. Esse comportamento tem criado problemas terríveis para nossa geração, resultando em uma sociedade mergulhada no engano. Jesus advertiu repetidamente nossa geração exatamente sobre isso.

O engano constitui um grave problema porque aqueles que estão em suas garras acreditam que estão andando na verdade. Paulo des-creveu os últimos dias em sua carta a Timóteo: “Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos” (2 Tm 4:3-4). Uma definição da palavra grega para mitos no versículo 4 é “falsidade”. Se o que é falso for apresentado como verdade durante tempo suficiente, muitos o defenderão com a própria vida.

Quando a verdade real é revelada por meio da Palavra de Deus, acaba sendo rejeitada como heresia. Paulo advertiu que eles não dariam ouvidos à sã doutrina. Uma vez, ouvi um palestrante dizer: “As doutrinas erradas ensinadas em nossas igrejas não são mensagens tiradas do catálogo telefônico. São mensagens tiradas das Escrituras!”. Ele alertava para o fato de que essas doutrinas são derivadas da Bíblia e, portanto, amplamente aceitas, embora sejam errôneas.

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I N T RO D U Ç Ã O

O autor de Provérbios previu essa situação e escreveu: “Existem... os que são puros aos seus próprios olhos e que ainda não foram purifi-cados da sua impureza” (Pv 30:11-12). Neste livro, aprenderemos que somos nós essa geração.

Se a verdade fosse agradável ao nosso julgamento e fácil de ser abraçada, o mundo inteiro bateria à sua porta e entraria por ela. No entanto, Jesus deixou claro que não é esse o caso: “Quem pratica o mal odeia a luz e não se aproxima da luz, temendo que as suas obras sejam manifestas. Mas quem pratica a verdade vem para a luz, para que se veja claramente que as suas obras são realizadas por inter-médio de Deus” (Jo 3:20-21). Somente aqueles que temem a Deus amam a verdade.

Os dias e tempos que vivemos hoje trazem com eles questões difíceis. Por que tantos na Igreja não possuem essa paixão? Por que investimos milhões em mídia, edifícios, anúncios e inúmeras outras formas de propagarmos o Evangelho, enquanto tantos na Igreja ainda lutam contra a luxúria e o desejo pelos prazeres deste mundo? Por que mais de 80% dos convertidos acabam voltando para um mundo de trevas? Como os pecadores podem declarar que tiveram uma experiência de novo nascimento, mas não demonstrar nenhuma mudança? Creio que a resposta para todas essas questões pode ser resumida de uma única maneira: a ausência do fogo e da paixão por Deus.

Se olharmos para aqueles que viveram antes de nós, poderemos ver claras diferenças. O que deu a Moisés o desejo de buscar a Deus quando isso lhe custaria abrir mão de uma vida inteira de realizações? Por que Jeremias, Isaías e tantos outros continuaram a proclamar as mesmas palavras que lhes trouxeram perseguição e provações? Por que as pessoas da Igreja Primitiva foram capazes de abrir mão de suas posses, seu conforto e até mesmo das próprias

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I N T RO D U Ç Ã O

vidas por causa do Evangelho? Que força a Igreja Primitiva tinha que capacitava seus membros a pregarem ousadamente diante da ameaça de tortura e morte, enquanto a maior luta que muitas pessoas na Igreja de hoje enfrentam é simplesmente superar uma autoimagem negativa? Novamente, a resposta é o fogo de Deus.

Nós precisamos do fogo de Deus, e ele está disponível a todo aquele que tem fome da verdade. O fogo de Deus não vem sem um momento de confronto, mas creio que a maioria de nós já está farta de tanta falsidade e pronta para mudanças. O medo de permane-cermos o mesmo supera qualquer dor que possamos sentir como consequência do encontro com a verdade. Aqueles que assumem essa posição estão desesperados para ouvir o Senhor da glória. Eles estão prontos para vê-Lo verdadeiramente glorificado em suas vidas.

Não importa em que ponto você esteja em sua caminhada com Deus, sempre há espaço para receber mais do Seu fogo santo. Se você teme que o fogo esteja quase se apagando, tenha coragem e espe-rança, pois Ele já prometeu que:

Não quebrará o caniço rachado, Não apagará o pavio fumegante, Até que leve à vitória a justiça.

Mateus 12:20

Que amor cheio de graça nosso Pai tem por nós! Oro para que este livro revele progressivamente a verdadeira preocupação do Senhor com a nossa condição. Ele está mais preocupado com nossa condição do que com nosso conforto, e nos ama o bastante para nos dizer o que precisamos ouvir.

Nunca estive tão empolgado com uma mensagem quanto agora, pois essas verdades têm me tocado profundamente. Este projeto somente reforça a realização Daquele que é seu verdadeiro Autor.

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I N T RO D U Ç Ã O

Sou somente um vaso por meio do qual o Mestre tem propagado Sua mensagem. Quero ter o cuidado de dar a Ele toda a glória por tudo o que Ele fizer por intermédio deste livro. Que ele possa acender o santo fogo em sua vida, e que você nunca mais seja o mesmo. Antes de começarmos esta jornada, vamos orar:

e

Pai, em nome de Jesus, à medida que eu ler este livro peço que Tu fales comigo pessoalmente por meio do Teu Espírito. Não tenho medo da verdade. Eu a desejo. À medida que eu a abraçar, faça com que o Teu fogo queime dentro do meu coração. Que a intensidade dela me consuma, fazendo com que eu ame o que Tu amas e rejeite aquilo que Tu rejeitas. Durante a leitura, abre os meus olhos para que eu veja Jesus mais claramente, como jamais vi. Eu reconheço que Ele é a Palavra de Deus revelada e a Verdade. Eu Te agra-deço antecipadamente pela mudança que farás em minha vida por meio da Tua mensagem neste livro. Amém.

e

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CAPÍTULO 1

uma noite inesquecível

Deus acenderá em Seu povo uma paixão que queima mais intensamente do que tudo que

jamais conhecemos antes.

Era o quarto e último culto de uma série de encontros na Igreja Covenant Love Family, em Fayetteville, Carolina do Norte. Aquela

não era minha primeira vez ali, pois eu já havia ministrado naquela igreja várias vezes antes. Os cultos sempre produziam maravilhosos frutos por causa da fome e do amor genuíno que eles tinham por Deus.

Já era tarde, havia passado do horário em que um culto normal ter-minaria. Mesmo assim, eu estava hesitante em terminar; eu me sentia no meio de um conflito. A mensagem havia sido clara e breve, e o povo havia respondido com entusiasmo. Mas eu tinha a sensação de que ainda não era o fim. Eu costumava terminar uma série de cultos com um sentimento de realização, especialmente em uma igreja tão recep-tiva como a Covenant Love Family. Mas aquela era uma noite diferente.

Além da sensação de conflito, continuava ouvindo as palavras que o Espírito Santo havia sussurrado ao meu coração quando eu estava no avião a caminho de Fayetteville: “Estes cultos serão os mais poderosos que você já experimentou nessa igreja”.

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Eu já havia estado nessa igreja cerca de sete ou oito vezes ao longo dos anos, e não hesitaria em incluir aquelas ocasiões na minha lista dos cultos mais transformadores de todos. Eu me lembro de haver pensado no avião: Isso já é querer demais.

Enquanto permanecia de pé na plataforma sentia-me confuso. Aqueles encontros não foram os mais poderosos que já tive ali. Era difícil não compará-los com os atos significativos e os testemunhos dos cultos anteriores. Eu lutava em meu interior contra a tentação de murmurar, mas sabia que deveria manter o foco no culto que estava acontecendo diante de mim. Precisava desesperadamente ouvir a voz de Deus.

Parecia que a presença de Deus estava pairando sobre o povo. Era quase como se Ele quisesse descer sobre a congregação de uma forma forte e poderosa, mas de algum modo estivesse sendo impedido. Havia grupos isolados de pessoas chorando aqui e ali, mas eu sabia que Deus queria muito mais. Embora tivesse sentido uma atmosfera semelhante nas noites anteriores, eu tinha certeza de que, na última noite, o Senhor iria nos honrar com a Sua presença restauradora, assim como Ele havia feito no passado. Não teria outro culto. Por que Deus não está tocando estas pessoas se eu sinto que Ele quer fazer isso? Eu continuava perguntando a mim mesmo.

Uma Revelação qUe DeU DiReção

Então ouvi a doce e suave voz do Espírito Santo falar comigo. Ele me mostrou que algo estava formando uma barreira nas igrejas daquela cidade, assim como havia uma barreira naquele culto. Ela não deixava que as igrejas crescessem além de certo ponto. Quando chegavam a esse ponto, as igrejas se dividiam ou se tornavam inefi-cazes e cheias de religiosidade.

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Imediatamente após eu ter compartilhado essa revelação com a congregação, o pastor pulou para frente e a confirmou. Ele havia feito estudos sobre a história atual e passada da cidade, e as estatís-ticas estavam corretas. Enquanto ele falava, ouvi novamente a voz do Espírito Santo. Ele me explicou como essa barreira poderia ser quebrada.

Quando terminou de falar, o pastor me devolveu o microfone. Eu disse: “Pessoal, Deus me mostrou que um jejum de quarenta dias quebrará essa barreira”.

Quase podia ouvir os pensamentos do povo: Ficar quarenta dias sem comida?

Eu prossegui: “Não é necessariamente um jejum de comida, e na maioria dos casos não é uma abstinência total de comida. É um jejum daquilo que o impede de buscar ao Senhor. Talvez seja tele-visão, vídeos, jogos de computador, jornais, compras excessivas, con-versas ao telefone, e assim por diante”.

Esse é o verdadeiro jejum. Muitas vezes fazemos greve de fome para ouvir Deus, mas continuamos vivendo nossas vidas de maneira ocupada e distraída. Esse não é o verdadeiro jejum, por isso nos beneficiamos tão pouco quando fazemos isso. O verdadeiro jejum acontece quando nos abstemos com o propósito de buscar a Deus de uma forma mais intensa.

O povo de Israel se abstinha de comida e perguntava ao Senhor: “Por que o Senhor não está impressionado?” ou “Por que o Senhor nem mesmo nota o nosso esforço?”.

Deus lhes respondeu por intermédio do profeta Isaías: “A ver-dade é que nos dias de jejum vocês cuidam dos seus negócios ... Será que vocês pensam que, quando jejuam assim, Eu vou ouvir as suas orações?” (Is 58:3-4, NTLH).

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Devolvi o microfone para o pastor, e ele imediatamente se com-prometeu a fazer o jejum e pediu a toda a congregação que fizesse o mesmo. Eles uniram seus corações para buscarem a Deus.

No dia seguinte, percebi que o domingo que viria quarenta dias após aquele culto estava vago em minha agenda. Eu compartilhei a informação com o pastor, e ele respondeu: “Gostaria muito que você estivesse aqui”.

Mantivemos contato ao longo das semanas seguintes. Já havia testemunhos extraordinários das famílias que estavam jejuando. Estudantes que antes só tinham problemas na escola, agora viam suas notas aumentando, chegando até mesmo a alcançar as notas máximas. Havia relatos de crianças e adolescentes que estavam se tornando mais obedientes e respeitosas. As coisas mundanas e o desejo por elas pareciam estar perdendo a atração e a influência sobre eles. As mulheres compartilharam com empolgação que seus maridos pare-ciam homens diferentes. Pais estavam liderando estudos bíblicos e orando com suas famílias. Relacionamentos estavam sendo curados enquanto outras pessoas experimentavam cura física. Lares eram restaurados à medida que o povo se achegava a Deus.

Também ouvi do pastor que os cultos estavam se tornando cada vez mais poderosos, com várias pessoas novas vindo para o Reino de Deus. Praticamente todas as áreas estavam sendo afetadas como resultado da obediência da igreja em dar ouvido à Palavra do Senhor.

Um Dia qUe eU NUNca esqUeceRei

Seis domingos mais tarde, em 3 de novembro de 1996, retornei àquela igreja para ministrar. Aquele seria um dia que eu nunca mais esqueceria. Quando simplesmente entrei no templo para o culto da manhã, notei que o ar estava denso, cheio de expectativa. A mensagem que ministrei da Palavra de Deus foi recebida pelos corações e almas sedentos.

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No encerramento do culto, o pastor exortou a congregação para que chegassem mais cedo para o culto da noite, com a finalidade de prepararem seus corações em oração. Ele instruiu aos pais que as crianças também assistiriam ao culto à noite juntamente com eles; ele queria que todas as faixas etárias estivessem juntas naquela noite, com exceção daqueles com menos de seis anos. Eu nunca o havia visto daquela forma antes. Ele repreendeu os pais: “Se vocês ou seus filhos perderem este culto, vocês se arrependerão pelo resto de suas vidas”. O comentário dele me surpreendeu e até mesmo me assustou um pouco, mas preferi não dizer nada, e fico feliz por não tê-lo feito.

Naquela noite, o auditório estava lotado, com aproximadamente mil e trezentas pessoas. Preguei sobre o temor do Senhor, e a men-sagem foi concluída por volta das nove da noite. O ensinamento foi tão intenso, que daria para ouvir um alfinete caindo no chão toda vez que eu fazia uma pausa, mesmo com todas as crianças ali dentro.

No fim da minha pregação, o dirigente de louvor conduziu a congregação em alguns cânticos de adoração. Então ouvi o Espírito Santo sussurrar: “Eu quero ministrar a este povo. Por favor, permita-Me fazê-lo”.

Percebi que, embora estivéssemos cantando músicas de adoração, aquele não era o direcionamento que Ele desejava. Então, alertei o povo: “O Senhor acaba de falar ao meu coração. Ele quer ministrar a nós, então vamos ficar quietos e nos concentrar Nele”.

Durante os dez a quinze minutos seguintes, podia-se ouvir várias pessoas chorando mansamente na presença do Senhor. Aparentemente, tudo indicava que estava acontecendo o mesmo que acontecera no culto de seis semanas atrás, porém eu sabia que algo diferente estava prestes a acontecer.

Por volta de nove e quinze, a atmosfera tranquila mudou subi-tamente. Eu podia ouvir um som de choro bem agudo vindo do

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fundo do auditório. Era fácil identificar esse choro como o das crianças. Aproximadamente cento e cinquenta crianças, entre sete a doze anos, estavam sentadas com suas professoras no fundo do auditório, do lado direito. Eu sabia que Deus as estava tocando. Eu as convidei a ir à frente, dizendo: “As crianças; Deus está tocando as crianças. Quero que todas as crianças que Deus está tocando venham para a frente do palco”.

Nunca esquecerei o que vi. Alguns de vocês podem pensar que o que compartilho aqui é um pouco exagerado, e se eu não tivesse presenciado a cena, junto com as mil e duzentas testemunhas ali, talvez concordasse com você. Francamente, não serei capaz de des-crever fielmente a grandeza do que Deus fez naquela noite, mas farei uma tentativa. Quero ressaltar que aquela era uma igreja bastante conservadora. A maioria dos membros vinha de denominações que não costumavam demonstrar as manifestações do poder de Deus, ou então não havia crescido na igreja, tendo sido salva naquela igreja. O pastor era um ótimo mestre e não se deixava levar por extre-mismos, sensacionalismo ou euforias.

Eu observei as crianças, a maioria com idade entre sete e nove anos, vindo em minha direção, chorando incontrolavelmente. Muitas cobriam o rosto com as mãos. Outras sentiam dificuldade em andar em linha reta. Ao chegarem ao palco, algumas caíram de joelhos, sem força para ficarem em pé, mas a maioria caía como se seus joelhos desistissem completamente de sustentá-las. Elas caíram por toda parte, algumas por cima de outras. Os obreiros da igreja, com lágrimas nos olhos, as ajudaram. Dentro de minutos, eu vi cerca de cem crianças chorando e a maioria delas tremia fortemente. Elas estavam imersas na presença manifesta do Senhor.

Essa manifestação não durou somente dois ou três minutos, mas continuou por cerca de uma hora! Você pode pensar que ouvir tantas

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crianças chorando e clamando por um período longo fosse provavel-mente irritante, mas, na verdade, foi glorioso. A maioria dos adultos estava com os olhos cheios de lágrimas, enquanto assistia ao que Deus estava fazendo na vida daquelas crianças. E, ao mesmo tempo, eles estavam sendo profundamente tocados pela presença poderosa de Deus. Era como se uma sucessão de ondas da presença de Deus viesse sobre aquele lugar, uma ainda mais poderosa do que a outra. Quando parecia que as crianças não conseguiriam mais chorar, gritar ou tremer, outra onda de Deus vinha e aumentava a intensidade a outro nível. Havia momentos em que eu simplesmente só podia baixar minha cabeça sobre o púlpito por causa do peso da presença de Deus.

Observei uma menina, que não parecia ter mais que sete anos de idade, sacudindo suas mãos fortemente, como se elas estivessem pegando fogo. Seu rostinho estava completamente banhado pelas lágrimas que ela derramava. Podia-se sentir a presença de Deus tão fortemente nessas crianças que os obreiros pararam de tocá-las depois de ajudá-las inicialmente. Eles somente ficaram parados, cho-rando e observando.

Vários adultos ajoelharam-se com o rosto em terra e ficaram imó-veis. Outros assistiam pasmados com os olhos cheios de lágrimas. Várias vezes eu olhei para trás de mim e vi o pastor com as mãos sobre o rosto, chorando. Sua esposa estava em prantos na plataforma do coral.

Algum tempo depois, o pastor escreveu uma carta, descrevendo aquela noite, de acordo com seu ponto de vista. Embora seja pare-cido com o meu, achei importante termos outra perspectiva.

Domingo, 3 de novembro de 1996, será um dia que nunca esquecerei. Eu creio que foi apenas uma pequena demonstração do que Deus fará na Terra. John ministrou no culto noturno

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sobre o temor do Senhor e então declarou: “Precisamos deixar que Jesus seja o mestre em todas as áreas da nossa vida e agora devemos nos render completamente a Ele como Senhor”.

Nós adoramos por mais um curto período, e então John disse: “Eu sinto que o Espírito Santo está Se movendo aqui agora”. Nesse momento, ouvi soluços de crianças, jovens e adultos. Adultos começaram a aproximar-se do altar, chorando e solu-çando. John completou: “Deus está tocando as crianças e elas serão tocadas poderosamente pelo Senhor”. Ele então enco-rajou as crianças que estavam sendo tocadas pela presença de Deus a irem à frente.

Vi as crianças correndo até o altar, chorando incontrola-velmente, incluindo meus três filhos e minha filha, e todos estavam ajoelhados, com o rosto em terra, clamando e gri-tando por Jesus. Algumas delas tremiam fortemente e balan-çavam suas mãos à medida que o fogo de Deus se movia em nosso meio. Aproximadamente cem crianças lotaram o altar, enquanto ondas do Espírito de Deus se moviam no santuário. Eu assistia enquanto as crianças iam caindo uma por cima das outras, sem que ninguém as tivesse tocado. Elas pareciam dominós. Por uma hora e meia [durou uma hora e quinze minutos, mas prefiro não mudar o que ele escreveu], ficamos impregnados pela presença de Deus. Perto do fim do culto, pais e filhos se abraçavam e choravam juntos enquanto Deus unia seus corações.

Um menino de dez anos de idade nos disse, enquanto estava deitado no chão, que viu raios brilhantes de luz entrando pelo teto e caindo sobre todas as pessoas. Alguns adultos da con-gregação e do coral repetiam a mesma coisa. Ninguém conse-guiu deixar o prédio antes das onze da noite. Crianças foram carregadas enquanto ainda choravam.

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Tenho recebido testemunhos de famílias modificadas, crianças que hoje falam sobre Deus e são obedientes, etc. Como pastor, eu verdadeiramente posso dizer que meu lar e meus filhos são diferentes hoje.

Dr. Al Brice Pastor titular da Igreja Covenant Love Family

Fayetteville, Carolina do Norte

Chamou minha atenção o relato feito pelo jovem de dez anos que viu raios brilhantes de luz descendo pelo teto. No livro de Habacuque lemos:

Senhor, ouvi falar da Tua fama; tremo diante dos Teus atos, Senhor. Realiza de novo, em nossa época, as mesmas obras, faze-as conhecidas em nosso tempo; em Tua ira, lembra-Te da misericórdia.Deus veio de Temã, o Santo veio do monte Parã. PausaSua glória cobriu os Céus e Seu louvor encheu a Terra. Seu esplendor era como a luz do sol; raios lampejavam de Sua mão, onde se escondia o Seu poder.

Habacuque 3:2-4

Tenho certeza de que esse jovem não fazia ideia de que Habacuque havia escrito algo assim tanto tempo atrás. Com nossos olhos, nós presenciamos o que Joel profetizou: “Os seus filhos e as suas filhas pro-fetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões” (Jl 2:28). Esse menino de dez anos de idade estava descrevendo uma visão similar a outra visão já descrita na Palavra de Deus sem que ele tivesse conhe-cimento disso.

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Outro garoto disse com ousadia: “Mamãe, o jejum não pode acabar”. Não somente suas palavras eram proféticas, mas ele também verbalizou o desejo de inúmeras outras pessoas. Esses jovens tinham experimentado a presença do Deus vivo, e suas vidas foram transfor-madas. Eles queriam avançar e não parar mais.

Mais tarde naquela noite, a esposa do pastor compartilhou conosco alguns versículos que Deus havia falado ao seu coração, a respeito do que havia acontecido:

“Agora, porém”, declara o Senhor, “voltem-se para Mim de todo o coração, com jejum, lamento e pranto [até que cada impedimento for removido e os relacionamentos que-brados forem restaurados]”. Rasguem o coração, e não as vestes.

Joel 2:12-13, AMP

Enquanto ela lia esses versículos, meu coração queimava dentro de mim. A frase “voltem-se para Mim” parecia descrever a atitude daquela igreja. O povo estava determinado a buscar o coração de Deus. Eles não queriam retroceder.

Deus nos instrui a rasgarmos os nossos corações e não as nossas vestes. Tenho visto cristãos e igrejas que por sua aparência parecem ter tudo certo, mas mesmo assim não conseguem tocar o coração de Deus como essa igreja o fez. A razão? Eles podem jejuar, podem ter encontros de oração, podem se abster de certas coisas, fazendo-os parecerem ótimos com relação às suas “vestes”, mas por dentro eles escondem corações desobedientes. Eles ainda vivem para o próprio prazer, em vez de viverem a serviço dos outros. O Senhor está mais preocupado com nossa submissão interior do que com nossa apa-rência exterior de cristandade. Joel continuou:

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Toquem a trombeta em Sião, decretem jejum santo, convoquem uma assembleia sagrada.Reúnam o povo, consagrem a assembleia; ajuntem os anciãos, reúnam as crianças, mesmo as que mamam no peito. Até os recém-casados devem deixar os seus aposentos.

Joel 2:15-16

O fogo em meu coração aumentava à medida que ela lia. Aqueles versículos descreviam exatamente o que Deus havia instruído a igreja a fazer quarenta dias antes. Quando a palavra profética foi proferida, todos deveriam buscar a Deus. Desde os líderes até as crianças, ninguém estava isento. Continuando a série de versículos que ela leu:

E, depois disso, derramarei do Meu Espírito sobre todos os povos.Os seus filhos e as suas filhas profetizarão, os velhos terão sonhos, os jovens terão visões.Até sobre os servos e as servas derramarei do Meu Espírito naqueles dias.

Joel 2:28-29

“E, depois disso.” Já ouvi esse versículo ser citado repetidamente. Na verdade, desde que fui salvo, tenho ouvido Joel 2:28-29 ser citado por cristãos e por pastores frequentemente. Fala-se sobre filhos e filhas

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profetizando e tendo visões, juntamente com sinais e maravilhas do Espírito Santo, porém a palavra “depois” geralmente é esquecida nas discussões e pregações. Se foi profetizado que algo aconteceria “depois”, então é porque algo significativo precisa acontecer antes: a reação da igreja ao som da trombeta, em se achegar a Deus.

Deus responde poderosamente quando nos achegamos a Ele. Precisamos nos achegar quando Ele nos chamar. Outro elemento importante é o tempo. É aqui que muitos cristãos se perdem. Eu creio que enquanto você lê este livro, perceberá que, embora cristãos tenham um convite permanente para virem ao Senhor em oração e comunhão a todo instante, haverá momentos e tempos em que Ele nos chamará para propósitos específicos. Durante esses momentos, o tempo é um fator crucial, e se não respondermos, perderemos a bênção que Ele tem para nós.

O foco nesses períodos é a obediência e não a nossa vontade ou o nosso desejo. Deus Se agrada mais em obediência do que em sacri-fícios. Tenho visto igrejas jejuando regularmente e orando durante horas, seus membros sacrificando horas de sono para preencher os horários de oração. Mas isso não garante o poder nem a presença Dele. Muitas vezes tenho visto que falta a essas igrejas o que a igreja da qual estou falando tinha em abundância. Elas têm a maneira de fazer; só não têm o coração.

O mesmo acontece com as pessoas. Tenho visto muitos jejuarem e orarem religiosamente, mas lhes faltam a liberdade, o poder e o conhecimento íntimo de Deus, que tenho visto em outros que não se sacrificam tanto, mas simplesmente respondem à direção do Espírito de Deus.

Aquela igreja ouviu a voz de Deus chamando. No período seguinte de um ano e meio, eles dobraram em tamanho. Na verdade, eles tinham acabado de construir o auditório no qual nos encontramos

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U M A N O I T E I N E S Q U E C Í V E L

naquela noite, e em seis meses tiveram de começar a planejar outra construção de um espaço maior.

O pastor e eu conversamos frequentemente nos anos seguintes. Ele disse: “John, nosso segundo culto de domingo de manhã, que começa às dez horas, continua acabando cerca de duas ou três da tarde”. Um domingo ele ligou e me contou que teve de dizer ao povo: “Por favor, vão para suas casas”. Ele contou que eles ficaram parados olhando para ele, sem querer ir embora.

Deus cumpriu Sua palavra. Aqueles cultos foram os mais pode-rosos que já havíamos presenciado. Por meio da nossa cooperação com o Espírito Santo e nossa obediência à Sua direção, Ele fez a Sua vontade. Três anos se passaram, e o pastor ainda ouve testemu-nhos sobre aquele culto. O fruto permaneceu. Eu ministrei ali em várias ocasiões depois desse acontecimento, e tenho visto sempre um aumento da paixão e da sede genuína por Deus.

Um aNúNcio Do qUe viRá

Um ano antes, eu estava em Kuala Lumpur, na Malásia, minis-trando na maior escola bíblica da nação durante uma semana de cultos. No oitavo culto, houve uma experiência similar, mas durou somente cerca de cinco a dez minutos. O Espírito de Deus caiu sobre os estudantes e muitos outros que estavam ali. Esse foi outro culto que nunca esquecerei. Na manhã seguinte àquele culto, enquanto orava, Deus falou comigo: “O que você viu ontem, você verá aconte-cendo em todos os lugares, pois esse é um dos moveres finais do Meu Espírito que acontecerá na Igreja”. Ele me mostrou como esse mover do Seu Espírito produziria frutos de verdadeira santidade na Igreja e a prepararia para a grande colheita que está por vir. Deus acenderá em Seu povo um fogo intenso e contínuo de paixão por Ele, como nunca vimos antes.

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U M C O R A Ç Ã O A R D E N T E

Não creio que você está segurando este livro em suas mãos por coincidência, ao contrário. Creio que você o tem nas mãos para des-pertar sua sede e preparar seu coração para o que Deus está por fazer. Nós precisamos nos preparar para Sua segunda vinda. O apóstolo João escreveu: “Regozijemo-nos! Vamos alegrar-nos e dar-Lhe glória! Pois chegou a hora do casamento do Cordeiro, e a Sua noiva já se aprontou” (Ap 19:7).

Nós somos a noiva de Cristo, e cabe a nós a tarefa crucial de nos prepararmos para estarmos unidos a Ele. Quero enfatizar este ponto: cabe a nós nos prepararmos. Trata-se de uma integração divina. Ele não faz tudo por nós; nós devemos responder à provisão Dele. Ele provê a graça e nós buscamos o fogo. Ele não está voltando para uma Igreja manchada e corrompida pelo mundo. Ele retornará para uma noiva pura, cujo coração queima com verdadeira santidade.

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CAPÍTULO 2

o ProPósito Da salvação

Deus, que criou o universo e tudo que nele há, expressa Seu desejo de habitar em nós e entre nós.

Frequentemente ouço líderes usando a palavra visitação quando descrevem um encontro com a presença de Deus, quer seja

em uma experiência conjunta, como em um culto na igreja, assim como o culto descrito no capítulo anterior; ou em uma experiência individual. Contudo, o desejo do Senhor não é uma visitação; em vez disso, Ele deseja uma habitação. Deixe-me ilustrar a diferença: eu tenho vizinhos que são ótimos amigos, e em inúmeras ocasiões vou à casa deles para visitá-los por algum tempo. Mas, assim que a visita termina, eu retorno para minha casa, que é meu lugar de habitação. Uma das maiores promessas que o Senhor deixou para nós, cristãos, é esta:

Habitarei com eles E entre eles andarei; Serei o seu Deus, E eles serão o Meu povo.

2 Coríntios 6:16

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U M C O R A Ç Ã O A R D E N T E

Que declaração! Deus, que criou o universo e tudo que nele há, expressa Sua intenção de habitar em nós e entre nós. Em concordância com essa promessa, Paulo nos diz: “Nele vocês também estão sendo edificados juntos, para se tornarem morada de Deus por Seu Espírito” (Ef 2:22). Essas são as promessas de Deus para nós. Entretanto, cada promessa na Bíblia é condicional, e se a condição não for cumprida, então a promessa não se cumpre, não por infidelidade da parte de Deus, mas da nossa parte. É impossível Deus mentir, mas não é impossível que o homem anule a Sua palavra (ver Marcos 7:13) ao ignorá-la ou distorcê-la. Isso também inclui a promessa de Deus de habitar em nosso meio.

Paulo continua:

“Saiam do meio delesE separem-se”, diz o Senhor. “Não toquem em coisas impuras, E Eu os receberei.”

2 Coríntios 6:17

A condição é que nós saiamos do sistema do mundo. Se cum-prirmos essa condição, Deus diz que nos receberá. Da mesma forma, se não nos separarmos, Ele não nos receberá. Por que Ele não nos receberá? Para responder a essa questão, precisamos entender que Deus é pura luz e que Nele não há trevas. Trevas não podem habitar na presença da pura luz.

À medida que avançarmos nessa leitura, veremos que a luz de Deus fala da Sua santidade. A Bíblia não diz que Deus tem santidade; ela diz que Ele é santo (ver Levítico 19:2). O sistema do mundo é de trevas e aqueles que são atraídos pelas trevas não podem habitar na luz.

Deus declara: “Consagrem-se, porém, e sejam santos, porque Eu Sou o Senhor, o Deus de vocês” (Lv 20:7). A atitude de nos consagrarmos

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O P RO P Ó S I T O DA S A LVA Ç Ã O

significa recusar um relacionamento com o mundo. Tiago claramente exortou-nos na nova aliança: “Se o objetivo de vocês é desfrutar o prazer pecaminoso do mundo perdido, vocês não podem ser também amigos de Deus” (Tg 4:4, ABV). Em uma outra tradução a advertência é ainda mais direta: “Quem quer ser amigo do mundo faz-se inimigo de Deus” (Tg 4:4, NVI).

Pedro enfatizou o desejo de Deus por um povo puro ao escrever: “Mas agora, sejam santos em tudo quanto fizerem, tal como é santo o Senhor, que os convidou para serem seus filhos. O próprio Senhor disse: ‘Vocês têm de ser santos, pois Eu Sou santo’” (1 Pe 1:15-16, ABV). Ser santo não é uma opção. Deus não habitará em nós ou entre nós se falharmos em dar ouvidos à Sua condição de nos separarmos do sistema do mundo. Uma versão contemporânea da Bíblia diz:

“Então, deixem de lado a corrupção e as parcerias, deixem tudo, de uma vez por todas”, diz Deus. “Não se associem com os que irão mergulhá-los na sujeira. Quero todos vocês para Mim.”

2 Coríntios 6:17, A Mensagem

A magnitude das promessas de Deus em ser nosso Pai e habitar em nós e entre nós torna ainda mais importante observarmos cuida-dosamente a condição que Ele exige. Considerando a seriedade dessa condição, Paulo declarou: “Amados, visto que temos essas promessas, purifiquemo-nos de tudo o que contamina o corpo e o espírito, aperfei-çoando a santidade no temor de Deus” (2 Co 7:1).

Esses versículos têm tanto significado que livros e mais livros poderiam ser escritos sobre eles. Mas o entendimento da maioria dos cristãos sobre o que está sendo dito é limitado. Muitos não com-preendem sua totalidade porque não entendem o contexto. Paulo