Tema de Estudo 2001 - Ser Casal Cristao Hoje Na Igreja e No Mundo - Ser Casal
O Que é Ser Um Revolucionario Hoje?
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Transcrio em Pt-Br:
O que significa ser um revolucionrio hoje?
Eu gostaria de comear com Adorno que, no incio de seus Trs estudos
sobre Hegel, rejeita esta tradicional e condescendente questo: o que
ainda est vivo? O que est morto em Hegel?. De acordo com Adorno, tal
questo pressupe uma posio arrogante de um juiz que pode
graciosamente
considerar "Sim, isto ainda atual para ns." Mas Adorno aponta que,
quando estamos lidando com um filsofo verdadeiramente grande, a
questo a ser levantada no "o que este filsofo ainda pode nos dizer?",
mas, o oposto: "como nossa situao contempornea aparece aos seus
olhos? Como nossa
poca apareceria ao seu pensamento?". O mesmo deve ser feito com o
comunismo, em vez de perguntar a bvia e estpida questo: "A idia de
comunismo ainda pertinente hoje? Pode ainda ser usada como ferramenta
de anlise e prtica poltica?"; deveramos perguntar, acredito, a pergunta
oposta:
"Como a nossa situao atual aparece da perspectiva da idia comunista?.
Esta a dialtica do velho e do novo.
Aqueles que prope quase que a cada semana novos termos para
apreender o que est ocorrendo hoje sociedade ps-moderna, sociedade
do risco, sociedade ps-industrial, sociedade da informao eles, eu
penso, que perdem o que acredito ser realmente novo. A nica forma de
apreender o que h de novo no novo analisar o que ocorre hoje sob as
lentes do o que era eterno no velho?. Se o comunismo , para usar o
termo de Alain Badiou, uma idia eterna, ento ele opera como uma
concretude universal hegeliana.
eterno no no sentido de uma srie de caractersticas abstratas que
podem ser aplicadas a qualquer situao, mas no sentido de que tem a
habilidade, o potencial de ser reinventado em cada nova situao histrica.
Ento minha primeira concluso para ser verdadeiro sobre o que h de
eterno no comunismo a saber, para este caminho para a radical
emancipao do trabalho, que persiste por toda histria, desde tempos
antigos de Spartacus e tudo mais para manter esta idia universal viva, ela
tem que ser reinventada de novo e de novo. E isto se aplica especialmente a
-
hoje. Em 1990, uma certa poca, a poca da luta comunista do sculo XX
estava acabada, algum deveria pensar para que o fim se despedaasse,
algum
deveria lanar as bases para um novo comeo. Como Lnin colocou,
algum deveria comear do comeo novamente. Toda a nostalgia do sculo
XX para o socialismo de Estado, para o welfare state da social-democracia,
e at mesmo, eu reivindico que tem um pouco disso, mesmo toda a
nostalgia por conselhos e
democracia direta, deveria ser criticamente analisada. E acrescento,
devemos abandonar a tentao eterna, especialmente dos intelectuais de
esquerda, da nostalgia por um outro lugar onde as coisas esto realmente
acontecendo.
Voc sabe, nos anos 1930 e 1940, ns podemos estar na merda mas as
coisas esto realmente acontecendo na Rssia. O que significa que eu
posso continuar com meu trabalho altamente pago na universidade, meu
corao est na Rssia. E hoje ocorre da mesma forma. Quando eu era
jovem era a China, era Cuba, temo at que posso ofender alguns de vocs,
pois hoje vejo a mesma tendncia com algumas pessoas lidando com a
Amrica Latina, como se meu Deus, ns podemos novamente sonhar!
No, nossa nica ajuda para Chvez e outros sermos, quando eles
merecem, impiedosamente crticos.
assim que os tratamos seriamente.
Meu segundo ponto: para ser um revolucionrio... muito simples o que
quero dizer, eu serei um pouco chato. Eu concordo com Alex [Alex
Callinicos], devemos jogar um jogo inocente e simplesmente definir como se
pode ser um revolucionrio hoje. A primeira tese que voc deve ver o
problema principal no prprio capitalismo. O que isso significa? No no
crescimento tecnolgico, na manipulao da natureza, no nas polticas
autoritrias, inclusive, no no racismo ou sexismo, no na ameaa
ecolgica, mas na totalidade capitalista. O que significa que, por mais
utpico que possa soar - e aqui eu concordo com o
que voc [Alex Callinicos] j disse , ns devemos nos manter superao
do capitalismo como nossa ltima meta, por mais utpico que possa soar.
No para o capitalismo com uma face humana. Assim como ns um dia
sonhvamos com socialismo com uma face humana. Sejamos claros, a
maioria
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da chamada esquerda de hoje joga o jogo do capitalismo com uma face
humana... um pouquinho melhor, um pouquinho mais tolerante... isso no
suficiente, este o mnimo no negocivel de ser um revolucionrio hoje:
nem capitalismo com uma face humana e esta face humana pode ter
diferentes,
bem, faces: mais welfare state, mais tolerncia, o quer que queiram nem
isso pode ser problemtico novamente para alguns de vocs e nem voltar
a alguma forma autntica talvez agora digamos algo problemtico nem
se ela estiver mascarada de uma luta anticolonialista. Apesar do meu
respeito, por
exemplo, pelos meus amigos latino-americanos, eu no compro essa coisa
de que nos incas e nos maias havia alguma forma de democracia direta
tribal para a qual ns devemos retornar, no! Ns devemos ser
absolutamente modernos.
Utpico ento agora vem meu ponto de chegada no apenas um
sonho conservador de reconquistar um passado idealizado antes da queda,
nem mesmo a imagem do futuro promissor. No menos utpica a idia
pragmtica liberal de que ns podemos resolver os problemas
gradualmente, um a um. Quando ns fazemos perguntas radicais, a
resposta geralmente as pessoas esto morrendo agora em Ruanda, ento
esquea a luta antiimperialista, vamos apenas evitar o massacre. Ou ento:
temos que lutar
contra a pobreza e o racismo aqui e agora, vamos esquecer estes debate
teolgicos sobre o capitalismo global, vamos fazer algo! Pessoas esto
passando fome etc. Como isto funciona, deixe-me citar uma polmica com
um americano, como posso dizer... relativamente, o que quer que isto
signifique
nos EUA, um americano-progressista-esquerdista-telogo, John Caputo,
que escreveu uma crtica contra mim e Badiou. Eu cito: Eu ficaria
perfeitamente feliz se os polticos nos EUA fossem capazes de reformar o
sistema promovendo tratamento de sade universal, efetivamente
redistribuindo a
renda, mais equilibrada com um imposto de renda revisado, restringindo
efetivamente financiamentos de campanha, garantindo cidadania a todos os
eleitores, tratando humanamente trabalhadores imigrantes e efetivando uma
poltica externa multilateral que integrasse o poder americano com a
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comunidade internacional etc. O que significa dizer que se eles forem
capazes de intervir sobre o capitalismo por meio de reformas srias e
abrangentes, se, aps realizar tudo isso, Badiou e Zizek reclamam que um
monstro chamado Capital ainda nos assombra, eu seria grato em receb-lo
com um bocejo. Fim da citao.
O problema aqui no a concluso de Caputo: se algum pode alcanar
tudo isso pelo capitalismo por que no permanecer no capitalismo? O
problema, eu penso, a premissa utpica que est nas entrelinhas de que
possvel atingir tudo isso dentro das coordenadas do capitalismo global. E
se os defeitos particulares do capitalismo enumeradas por Caputo no
forem distrbios acidentais, mas estruturalmente necessrios? E se o sonho
de Caputo for o sonho de universalidade a universalidade da ordem
capitalista sem os seus sintomas, sem os seus pontos crticos, pelos quais
ela verdadeiramente se articula?
Ento, novamente, penso que numa situao revolucionria e eu
sinceramente acredito que ns estamos nos aproximando de uma... gostaria
de saber se voc, Alex, concorda: uma das definies da situao
propriamente revolucionria , enquanto normalmente ns podemos dizer
voc utpico, vamos fazer isto pedao por pedao, a situao
revolucionria uma situao em que precisamente o pensamento realista e
pragmtico, de aproximao passo a passo, no funciona. Onde esta a
verdadeira utopia. O que isto significa? Significa que embora devamos
participar inteiramente em lutas anti-racistas, anti-sexista etc, ns devemos,
em cada aliana ttica, com a esquerda liberal, - claro, por exemplo, se h
exploses racistas, se h liberais honestos dizendo que ns devemos juntos
defender certos valores democrticos, claro, ns o fazemos mas
tambm devemos perguntar sobre a sua cumplicidade neste fenmeno.
Capitalismo uma totalidade que por si s gera fenmenos como o
fundamentalismo religioso.
Por exemplo, hoje a mdia nos bombardeia com a ameaa fundamentalista
islmica, e ento, novamente, somos chantageados pelos liberais, meu
deus, voc no v que as mulheres so circuncisadas ou seja l o que for e
blblbl, esta no uma luta justa?. claro que at um certo ponto ns
devemos participar, mas devemos fazer, entretanto, uma simples pergunta:
da onde este assim denominado crescimento do fundamentalismo islmico
vem? No o crescimento do islamismo fundamentalista exatamente
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correlato com o desaparecimento da vida secular em pases muulmanos?
Hoje, enquanto o Afeganisto retratado como o mais extremo pas
fundamentalista islmico, quem ainda se lembra... eu lembro, somos
infelizmente velhos o suficiente para lembrar que, 30 ou 40 anos atrs, quem
acreditaria que era um pas com extrema e forte tradio secular, sob um
poderoso partido comunista, que tomou poder l independentemente da
Unio Sovitica. Ento, meu ponto : ns devemos sempre lembrar os
liberais disto: no se trata de uma tradio antiga e velha que persiste
contra a modernizao. O Afeganisto se tornou fundamentalizado como
parte de sua incluso no capitalismo global. Sua fundamentalizao um
produto de ser includo no capitalismo global. E, como Thomas Frank
mostrou, o mesmo vale para Kansas (a verso americana do Afeganisto).
Vocs devem se lembrar que nos anos 1970 Kansas era a pedra angular do
populismo de esquerda nos EUA. Mesmo antes da guerra civil. John Brown
de Kansas. Toda a luta populista anti-racista tem suas razes l. Hoje a
pedra angular do fundamentalismo cristo. Isto no confirma a tese de
Walter Benjamin de que
todo fascismo a indicao de uma revoluo falhada?
Agora o ponto crucial, a necessidade de reinventar o comunismo tambm
significa que no basta ater-se idia comunista. Como Alex apontou [Alex
Callinicos], devemos localizar na nossa situao atual tendncias que
apontam nesta direo, antagonismos concretos que no podem ser
resolvidos dentro do espao do capitalismo global. A situao atual no nos
compele a abandonar a noo de proletariado, pelo contrrio, nos compele
a radicalizar a noo marxista de proletariado o trabalhador explorado cujo
produto retirado dele de forma a ser reduzido a uma subjetividade sem
substncia. Deve ser radicalizado para um nvel existencial muito alm da
imaginao de Marx, para o sujeito reduzido para o ponto evanescente
quase do cogito cartesiano, privado de todo contedo substancial. O que
esta crise ecolgica se no uma outra forma de proletarizao? Ns
estamos sendo privados da substncia natural de nossa existncia. O que
toda a luta por propriedade intelectual se no uma tentativa de nos privar da
substncia simblica de nossas vidas? O que so as manipulaes
biogenticas se no uma tentativa de nos privar de nosso legado gentico
etc. O mesmo vale para habitantes de favelas e outros privados das mais
elementares condies de vida, mesmo no nvel psicolgico, nos chamados
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sujeitos ps-traumtico, os mortos-vivos
privados de sua substncia.
Ento, eu reivindico, ns devemos renovar Marx no por meio de
compromissos Marx era muito utpico, devemos ficar com o capitalismo,
mas empurrando sua noo de proletarizao ainda mais longe, estou
quase tentado a dizer, de forma desavergonhada, a um materialismo no nvel
apocalptico. Eu sou, eu disse isso para Gianni Vatimo e ele advogou este
comunismo fraco, eu disse pra ele: eu concordo com voc apenas com a
condio de voc admitir que se o comunismo fraco, ele precisa de uma
polcia ou de um exrcito forte protegendo ele. Mas, o que eu concordei
com ele , digamos, uma pessoa apocalptica fraca, o que significa que eu
no acredito nisso de que amanh isto ou aquilo vai nos matar, mas
francamente, eu reivindico que uma anlise fria de todo esse processo que
eu enumerei ecologia, biogentica, favelas etc eles no apontam para
um ponto zero quase apocalptico? Colapso ecolgico, reduo biogentica
de humanos para mquinas manipulveis, controle digital absoluto sobre
nossas vidas etc.
H vrios elementos em nossa experincia pelos quais devemos comear
nossa anlise, para mim este deveria ser o comeo de ser um comunista
hoje, localizar essas dimenses da proletarizao corrente. Por exemplo, s
para lhes dar um exemplo emprico do fenmeno: comida. O que se passa
com o mercado de comida? Ns ouvimos falar muito sobre a batalha contra
a seca etc, parte da imagem esttica de toda grande companhia, desde o
Starbucks declarar que quando voc compra seus produtos voc ajuda os
pobres ou algo assim. Mas o que menos sabido que tem algo
assustador e silencioso ocorrendo. Vocs sabem o que grandes companhias
esto fazendo em pases inteiros? Apenas para lhes dar uma idia do que
est ocorrendo enquanto ns no ficamos sabendo disso, vocs sabem que
uma resposta para os correntes distrbios climticos e econmicos, vocs
sabem que grandes pases, ou pases desenvolvidos, esto agora
comprando serialmente ou alugando por noventa e nove anos, tomando
controle de grandes partes das terras mais frteis em pases do terceiro
mundo, diretamente colonizando elas. Por exemplo, eu li recentemente que,
aproximadamente, metade das terras arveis em Madagascar foram
recentemente compradas por um conglomerado de empresas sul coreano
etc.
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Quer dizer, novos famintos esto sendo preparados aqui.
E outra coisa no sei se terei tempo de desenvolver outra coisa pela qual
devemos iniciar nossa anlise o problema: o que se passa com a
democracia? Eu reivindico que nossa estratgia perante os liberais no deve
ser este velho jogo marxista de , apenas uma democracia formal, mas
eles no vem como a tendncia eu vejo no apenas a perda ok,
mais e mais a radical perda lgica de substncia da democracia que est
se espalhando do leste para o oeste, o que poeticamente chamado de
capitalismo com valores asiticos. Esqueam sia, acredito que esta
uma tendncia geral. Tomem a Itlia. Eu mais e mais me conveno de que
se voc quer analisar a Europa hoje voc deve comear com a Itlia, onde
voc tem algum como Berlusconi que uma espcie de Jack Nickolson, o
Coringa de Batman, no poder. Algo est acontecendo... todos ns rimos
dele, mas ele est transformando a democracia em uma performance vazia,
as esquerdas entram em colapso completo. Ento a lio aqui, nossa lio
para os liberais deveria ser: vocs esto cientes de que sem o nosso apoio
radical esquerdista vocs no seriam capazes mesmo de proteger o pouco
que ns temos de democracia? Com todo o nosso conhecimento prvio de
eu estou aqui sendo conscientemente irnico da interveno sovitica em
68 na Tchecoslovquia liberais devem ter conscincia de que eles
precisam de nossa ajuda fraternal para salvar suas prprias idias. Apenas
ns podemos salv-los.
Mas, como voc [Alex Callinicos] apontou, a situao crtica porque, sim, o
capitalismo no funciona, h uma crise etc, mas, para me referir a Naomi
Klein, sempre h um perigo, e algo maior que um perigo, de que crises
podem ser usadas como terapia de choque. Mesmo para reforar
ideologicamente o sistema. Mas, apenas para concluir, entretanto, eu
gostaria de terminar com uma anedota e ento com uma pequena histria
final.
Ns podemos contar com alianas inesperadas nesta luta. O destino de
talvez alguns de vocs j tenham ouvido falar Viktor Kravchenko, o
diplomata sovitico que, em 1944, quando esteve em Nova Iorque, aps
desertar para o Ocidente, escreveu seu best seller, um famoso memorial:
Eu escolho liberdade. Vale a pena mencionar aqui. Este livro o primeiro
registro sobre os horrores do stalinismo, comeando com uma detalhada
apresentao das coletivizaes foradas e da fome em massa na Ucrnia.
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Onde o prprio Kravchenko participou da coletivizao forada. Mas, e
agora vem o mistrio, a histria conhecida pelo pblico de Kravchenko
acaba em 1949 quando ele triunfalmente ganhou uma grande disputa
judicial contra acusadores do imprio sovitico, que inclusive levaram pra
corte sua ex-esposa para testemunhar sobre sua corrupo, alcoolismo etc.
Ento isto o que de conhecimento pblico sobre Kravchenko: o cone
ocidental da Guerra Fria, o primeiro grande anticomunista.
Mas o que muito menos conhecido que imediatamente depois desta
vitria, quando Kravchenko era saudado em todo o mundo como um heri
da Guerra Fria, ele ficou extremamente preocupado com a caa s bruxas
anticomunista de McCarthy e propagou avisos de que tal forma de lutar
contra o stalinismo corria o risco de comear a se assemelhar ao seu
oponente. Ele tambm se tornou mais e mais consciente das injustias do
mundo ocidental e depois de escrever uma sequncia muito menos
conhecida para Eu escolho liberdade, significativamente intitulada Eu
escolho justia ningum fala sobre este livro Kravchenko se engajou em
uma cruzada para encontrar um novo e menos explorador modo de
organizao da produo. Isto o levou o que profundamente simblico
para a Bolvia onde, no final da dcada de 1950, ele colocou todo o dinheiro
ganho com seu best-seller anticomunista em organizar fazendeiros pobres
em novos coletivos. Arrasado pelo fracasso de seus esforos, ele se
recolheu vida privada e atirou contra si mesmo no comeo dos anos 1960,
suicidando-se em sua casa em NY. Seu suicdio foi provocado por seu
desespero, no por algum agente da KGB, uma prova de que as denncias
de Kravchenko contra a Unio Sovitica um genuno ato comunista de
protesto contra injustia. Ns precisamos de pessoas assim.
Pessoas que sendo pelo inimigo vo em frente e vem onde eles esto e
onde ns estamos.
Nos bons e velhos dias agora vem a infame concluso, eu os alerto,
realmente suja nos bons dias do socialismo realmente existente, uma
piada era popular entre dissidentes. Uma piada usada para ilustrar a
futilidade de seus protestos. Na Rssia do sculo XV, ocupada por mongis
esta a piada um fazendeiro e sua esposa andavam por uma estrada de
terra do campo, um guerreiro mongol em seu cavalo parou ao lado deles e
disse ao fazendeiro que iria estuprar sua esposa, ele ento pede: Mas,
como tem muita terra no cho, voc deve segurar meus testculos enquanto
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estupro sua esposa, assim eles no se sujaro. Depois que o mongol
terminou seu trabalho e foi embora, o fazendeiro comea a rir e a pular de
alegria. A esposa, surpresa, pergunta a ele: Como voc pode pular de
alegria depois de eu ser brutalmente violentada?. E o fazendeiro responde:
Mas eu o peguei! Suas bolas esto cheias de terra!. Esta triste piada nos
mostra a situao da dissidncia, eles achavam que estavam fazendo srios
ataques direo do partido, mas tudo que estavam fazendo era, bem,
jogando um pouco de terra nos testculos da direo. No esto as
esquerdas de hoje numa posio similar? Ns achamos que estamos
fazendo algo terrivelmente subversivo, mas estamos apenas...
Nossa tarefa descobrir como dar um passo adiante. Hoje, nossa dcima
primeira tese deve ser: Os crticos de esquerda tem se limitado a apenas
sujar as bolas daqueles que esto no poder, o que importa cort-las fora.
Ns podemos, no sejam to pessimistas. Eu acredito que ser feito numa
apropriada e pacfica luta ideolgica. Eles podem nem mesmo estarem
cientes disto, eles ainda gritaro contra ns, mas, de repente, suas vozes
ficaro mais agudas.
* Traduo: Fernando Monteiro
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