O Que Fazer Nesta Crise Nacional?

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O QUE FAZER NESTA CRISE NACIONAL? Não faz muito tempo que tive de responder a esta pergunta que estava em um formulário online para a candidatura de uma vaga de emprego. Alguns colegas dos quais compartilhei a vaga tomaram um susto logo de cara, e criticaram a pergunta, jugando não ser possível encontrar profissionais “prontos” para tal desafio ou atribuir tal responsabilidade aos mesmos. Um deles ainda considerou um tremendo equívoco “gastar” mais dinheiro perante o cenário recessivo. Empresas que estão lidando com a crise de forma estratégica tentam de maneira menos radical mitigar os efeitos negativos absorvidos. E contra tais efeitos, novos talentos e novos conhecimentos poderão fazer a diferença. Um investimento planejado. Por outro lado, os profissionais mais antenados devem estar prontos para este chamamento. Consequentemente, observa-se alta no recrutamento de profissionais ligados às áreas: direito tributarista, direito trabalhista, direito da propriedade industrial e intelectual, big data, desenvolvimento de software e app, business intelligence, mídias sociais, risco, compliance, contábil/fiscal, gestão de processos, vendas/comercial, qualidade, gestão de projetos, P&D, planejamento, segurança do trabalho, t rade marketing e custos. A empresa que já tinha uma cultura de gerir seus riscos certamente já tinha previsto o caos atual e, mesmo minimamente, teve a chance de se preparar. Muitas empresas, aquelas que ainda podem, estão contratando e aproveitando a baixa demanda para também realizar treinamentos, em vez de desesperadamente demitir. Sabemos que demissão é uma opção bastante onerosa – e na atual conjuntura pesa o dobro – que além de levar consigo recursos financeiros, tempo e esforço levam de carona o capital intelectual, do qual, pra mim, é a pior perda. Não tem preço! Estrategicamente falando, reter e captar talentos são ações que considero mais acertadas – em primeira instância - pois ao manter e reciclar antigos profissionais ou contratar “novas cabeças” a empresa estará absorvendo também mais oxigênio, mais criatividade, mais ideias, mais conhecimento e ainda estará aumentando as chances de obter um novo olhar para os problemas:

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Proposta de ações (visão), para análise, diagnóstico e melhorias estratégicas que, se bem executadas e adequadas à realidade da organização, podem diminuir e/ou solucionar os efeitos negativos da crise econômica do Brasil em 2015.

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O QUE FAZER NESTA CRISE NACIONAL?

Não faz muito tempo que tive de responder a esta pergunta que estava em um formulário online para a candidatura de uma vaga de emprego. Alguns colegas dos quais compartilhei a vaga tomaram um susto logo de cara, e criticaram a pergunta, jugando não ser possível encontrar profissionais “prontos” para tal desafio ou atribuir tal responsabilidade aos mesmos. Um deles ainda considerou um tremendo equívoco “gastar” mais dinheiro perante o cenário recessivo.

Empresas que estão lidando com a crise de forma estratégica tentam de maneira menos radical mitigar os efeitos negativos absorvidos. E contra tais efeitos, novos talentos e novos conhecimentos poderão fazer a diferença. Um investimento planejado. Por outro lado, os profissionais mais antenados devem estar prontos para este chamamento.

Consequentemente, observa-se alta no recrutamento de profissionais ligados às áreas: direito tributarista, direito trabalhista, direito da propriedade industrial e intelectual, big data, desenvolvimento de software e app, business intelligence, mídias sociais, risco, compliance, contábil/fiscal, gestão de processos, vendas/comercial, qualidade, gestão de projetos, P&D, planejamento, segurança do trabalho, trade marketing e custos.

A empresa que já tinha uma cultura de gerir seus riscos certamente já tinha previsto o caos atual e, mesmo minimamente, teve a chance de se preparar. Muitas empresas, aquelas que ainda podem, estão contratando e aproveitando a baixa demanda para também realizar treinamentos, em vez de desesperadamente demitir. Sabemos que demissão é uma opção bastante onerosa – e na atual conjuntura pesa o dobro – que além de levar consigo recursos financeiros, tempo e esforço levam de carona o capital intelectual, do qual, pra mim, é a pior perda. Não tem preço!

Estrategicamente falando, reter e captar talentos são ações que considero mais acertadas – em primeira instância - pois ao manter e reciclar antigos profissionais ou contratar “novas cabeças” a empresa estará absorvendo também mais oxigênio, mais criatividade, mais ideias, mais conhecimento e ainda estará aumentando as chances de obter um novo olhar para os problemas: um olhar que não foi atingido pelo mau clima instalado; uma ótica vista de “fora da caixa” livre da miopia organizacional que, se bem gerenciada, poderá trazer significativas soluções.

Então, esta foi a minha resposta para a polemica pergunta:

Adaptar-se! Fluir contra a crise! Fazer dos problemas uma oportunidade de transformação.

E para isto, começar mensurando os efeitos negativos, analisando-os para poder construir um diagnóstico preciso sobre o quanto se está (realmente) envolvido com os "problemas" originados da crise. É importante obter neste diagnóstico perspectivas do cenário interno (finanças, processos, conhecimento) e do cenário externo (clientes, mercado, políticas). O "AS-IS" também não poderá deixar de informar o quanto o objetivo foi afetado e desalinhado com a estratégia.

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De posse do diagnóstico, desenvolver nova estratégia para atender às novas necessidades. Internamente, garantir eficácia dos processos para que eles entreguem "mais com o mesmo", sem desperdícios, utilização inteligente dos recursos (inclusive do capital humano) e com menos falhas. Externamente, obter a ótica do cliente, de fora pra dentro (Outside in), – e com esta base otimizar os processos primários – estabelecer novas parcerias, estudar novas tendências e tecnologias. Ao desenhar o "TO-BE", instituir projetos ou ações de melhoria (criativos, colaborativos, sustentáveis, inteligentes, modernos e inovadores) - que possam trazer perspectivas que entreguem mais valor aos clientes, de forma mais significativa, dinâmica, atenciosa, surpreendente.

A partir da implantação das melhorias ou da nova estratégia, observar e medir os resultados para garantir o alcance das metas e aplicar as devidas correções quando necessário, estabelecendo ao mesmo tempo uma cultura interna de mudança e melhoria contínua.

Uma organização com processos bem definidos e gerenciados tem mais flexibilidade para se adaptar. No entanto, é preciso reinvestir o máximo possível para encontrar as soluções mais adequadas para a sobrevivência e estabilidade do negócio: [pessoas qualificadas, capacitadas e engajadas + processos eficazes + tecnologias favoráveis + resultados efetivos = transformação].

Salvador, agosto de 2015.

ADM Lucas Pugliese, CBPP