O que há de - Revista Cristã Última Chamada · 4. O famosíssimo Arrebatamento e a visão...

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  • O que há de

    Errado Com a

    Escatologia

    Evangélica

    ________________

    César Francisco Raymundo ________________

    Revista Cristã__________

    Última Chamada - Edição de Dezembro de 2019 –

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    O que há de Errado com a Escatologia Evangélica

    Autor: César Francisco Raymundo

    Revista Cristã Última Chamada - Edição de Dezembro de 2019 –

    Capa: César Francisco Raymundo

    ________________

    Revista Cristã Última Chamada publicada com a devida autorização e com todos os direitos reservados no Escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro sob nº 236.908. É proibida a distribuição deste material para fins comerciais. É permitida a reprodução desde que seja distribuído gratuitamente.

    Editor César Francisco Raymundo E-mail: [email protected] Site: www.revistacrista.org Dezembro de 2019 Londrina - Paraná

  • Índice

    Sobre o autor 09

    O que há de Errado com a Escatologia Evangélica 10

    - Parte 1 – Meu Diário Escatológico

    1. Sobre a escatologia evangélica 12

    2. Os crentes Reformados e a escatologia 21

    3. O velho e empoeirado Preterismo 24

    4. O famosíssimo Arrebatamento e a visão escapista-pessimista de mundo 39

    5. O Dispensacionalismo e suas loucuras 48

    6. O Pós-milenismo e o otimismo em relação ao futuro do mundo 52

    7. O homem da iniquidade 65

    8. Os médicos e a escatologia individual 67

    9. Os pastores quase destruíram o Natal! 71

    10. A vida comunitária em uma denominação cristã 75

    11. Sobre os ateus... 78

    12. Sobre o esquerdismo político e religioso 85

    13. A escatologia estranha das Testemunhas de Jeová e outros grupos 89

    14. O Apocalipse dos evangélicos 96

  • 15. O Reino de Deus 103

    16. Sobre o Céu 111

    17. Sobre o inferno 116

    18. Sobre o pecado 119

    19. Sobre a Trindade 124

    20. Os animais no Reino de Deus 127

    21. As loucuras do sistema religioso 134

    22. Os ricos, as riquezas espirituais e materiais 137

    23. Diversos pensamentos sobre Israel, Igreja, Templos e Religiões 139

    24. Reflexões sobre Criação e Evolução 143

    25. Reflexões sobre a vida após a morte 148

    26. Reflexões variadas 151

    - Parte 2 – Meus Editoriais Escatológicos

    1. Para que Lutar pelo Bem do Brasil e do Mundo se Somos apenas Peregrinos nesta Terra? 191

    2. A Morte é a Maior Prova de que Somos Mordomos de Deus! 194

    3. Ano Novo: Tribulações à Vista? 197

    4. Escassez de água, fim dos tempos e desigrejados 200

    5. Hoje faço 40 anos! O tempo de uma geração! 202

    6. Minha Posição a Respeito do Bispo Hermes C. Fernandes 204

  • 7. Último Editorial de 2016: Corporativismo do Conselho de Pastores de Londrina, o crescimento do Preterismo e agradecimento aos leitores... 206

    8. Primeiro Editorial de 2017: Manifesto a respeito do livro do Apocalipse... 209

    9. Luas de Sangue, EUA x Rússia, 70 anos de Israel em 2018. Será o fim do Preterismo? 211

    10. Um apelo urgente aos meus leitores! 214

    11. A minha escatologia não se baseia em notícias dos jornais! Ao contrário, eu declaro em voz alta o cântico de Habacuque! 215

    12. Cuidado com o "esquerdismo" em relação a Fé Cristã! 218

    13. Hoje o Estado moderno de Israel completa 70 anos! 220

    14. Último Editorial de 2018. Mais um ano de expectativa profética frustrada! As três esperanças dos evangélicos. Os pastores ajudaram Bolsonaro não porque... 222

    15. Heresia de César Francisco Raymundo. Como assim, pastor presbiteriano? 224

    Conclusão: apenas reflexões, nada mais... 228 Glossário 231 Obras Importantes para Pesquisa 235

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    Sobre o autor _____________________________

    César Francisco Raymundo nasceu em

    02/05/1976 na cidade de Londrina - Estado do

    Paraná. De origem católica, encontrou-se com

    Cristo aos treze anos de idade. Na década de

    noventa passou a ser membro da igreja

    Presbiteriana do Brasil daquela cidade. Tem

    desenvolvido diversos trabalhos entre eles livros,

    folhetos e revistas visando a divulgação da Boa

    Nova da Salvação em Cristo para o público em

    geral. Atualmente, se dedica intensamente ao

    estudo, especialização, divulgação e produção de

    material didático a respeito do Preterismo

    Parcial e Pós-milenismo, para que tal mensagem

    seja conhecida como um caminho

    verdadeiramente alternativo contra a

    escatologia falsa e pessimista que recebemos

    por tradição em nossas igrejas.

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  • O que há de Errado com a Escatologia Evangélica

    A palavra “escatologia” significa basicamente “o estudo do futuro”, ou das “últimas coisas”. Nela encontramos o entendimento sobre a volta de Cristo, o fim do mundo, o Apocalipse, a vida após a morte, a ressurreição dos mortos e o estado final dos seres humanos. Desde o ano de 2017, inspirado nos escritos diários do filósofo Olavo de Carvalho no Facebook, decidi inaugurar no site da Revista Cristã Última Chamada uma seção chamada “Diário Escatológico”. Nessa seção, tenho publicado diversas frases de cunho escatológico de fácil e resumida leitura, com o intuito de que em poucas palavras as pessoas venham entender certos aspectos da escatologia cristã. As frases foram tantas e tão precisas numa sequência, que achei por bem reuni-las neste e-book, divididas por temas, para que o leitor venha entender o que se passa no imaginário evangélico do nosso início de século 21. Essas frases escrevi em momentos de insights, eureca ou mesmo, posso dizer, em momentos de pura inspiração, baseada nos acontecimentos e assuntos do dia. Nessas curtas frases escatológicas o leitor terá um panorama geral sobre o que há de errado com a cabeça dos evangélicos quando se trata de escatologia.

    O autor.

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  • – Parte 1 – Meu Diário Escatológico

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  • 1 Sobre a escatologia evangélica

    Muitos pastores afirmam que as questões escatológicas não são coisas importantes para se discutir. Ora, se não são importantes, porque eles não conseguem largar suas posições escatológicas? Porque se empenham tanto em defender o anticristo, a grande tribulação e o arrebatamento secreto? Entre os professores de Bíblia, temos os chamados apologistas que são os defensores da fé cristã. Para minha decepção, tenho visto que eles são muito rigorosos apenas com as seitas e, assim, deixaram o portão da escatologia aberto ao extremo e a tratam como se fosse algo de menor importância, uma questão secundária. Mas, na prática, em suas denominações eles demonstram o contrário quando são enfáticos em não largar ou rever seu falso ensino escatológico recebido por tradição. Quem considera a escatologia um assunto de pouca importância, ou como uma questão secundária entre o corpo de Cristo, é porque não conheceu o tamanho do estrago que foi feito nessa matéria em apenas dois séculos. Como conhecedor que sou de todas as correntes escatológicas cristãs, e após mais de cinco anos estudando o preterismo, até hoje ando perplexo com o estrago, descuido e a forma leviana com que muitos tratam do tema. Realmente foi feito um estrago muito grande na área escatológica e é necessário urgentemente corrigir essas perspectivas erradas.

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  • Aqueles que acham que a escatologia não é um assunto importante, ou acham que não tem problema que haja diferenças de interpretações, estão, na verdade, negligenciando algo tão claro e simples das Escrituras. Na verdade, estão dizendo, que a Escritura não é clara sobre o assunto e que a Boa Nova do evangelho é incompleta, pois não abrange a escatologia de um modo otimista. A simplicidade da escatologia bíblica é tamanha que os atuais teólogos se perderam nela. Sempre ouvi dizer que a conversão tem que acontecer todos os dias. É fato! Mas, conversão não é somente em relação a certos pecados individuais. Conversão envolve também temas de certos ensinamentos. A escatologia atualmente ensinada nas igrejas é um grande desvio da verdade que há dois séculos estamos mergulhados. É preciso que haja conversão em relação a esse tema, pois ensinar errado também é pecado. Foi por causa de uma escatologia errada que Israel foi levado a rejeitar a Cristo. Os escribas e fariseus souberam muito bem dizer para Herodes e para os reis magos sobre onde o Messias deveria nascer. Todavia, rejeitaram aquele menino porque esperavam um Messias rei que iria vir triunfante livrando-os do Império Romano. Não levaram em conta o caminho do sacrifício na cruz que depois resultaria em vitória. O mesmo acontece hoje. Por causa de uma escatologia errada, muitos fantasiosamente pensam que irão ser arrebatados em breve numa vinda triunfal de Cristo. O que esses crentes não levam em conta é que antes de Cristo vir há um longo caminho sacrificante de discipular todas as nações. Será que esses mesmos crentes à semelhança da cúpula judaica também não rejeitarão o verdadeiro Cristo? Quando entramos no ano de 2017, escrevi isto no Diário Escatológico:

    “Pessoal, 2017 chegou! A vida continua! No passado, devido aos alarmismos escatológicos, jamais imaginei que iríamos chegar tão

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  • longe depois do ano 2.000. Depois que aprendi que a escatologia não era como os pregadores sensacionalistas ensinavam, uma lição ficou em minha mente, isto é, devo incansavelmente trabalhar em favor do Reino Deus como se a minha esperança fosse neste mundo. Depois, a eternidade, será uma gloriosa consequência!”

    Alguém dirá que a minha escatologia elimina a vigilância do crente. A essa pessoa respondo que se ela “vigia” exclusivamente por causa da Segunda Vinda de Cristo, então, saiba que, a sua escatologia é tão medíocre quanto a daquele que nem toma conhecimento do retorno do Senhor. Isto me faz lembrar do desespero dos intérpretes escatológicos das denominações evangélicas. Tenho visto um desespero assustador por parte dos defensores da escatologia moderna ensinada nas igrejas. Uma hora eles torcem o sentido das palavras, outra hora dão novo significado a elas, fazendo malabarismos cada vez mais loucos por tentarem a todo custo salvar um sistema que inevitavelmente irá falir. Alguns chegam a colocar a Bíblia no nível de um livro esotérico para salvar sua escatologia. É necessário lembrar aos intérpretes modernos que ensinamentos falsos continuam sendo pecado. Por outro lado, tem um monte de palhaços que ficam me pedindo fontes da minha escatologia. Outros não gostam da bibliografia que forneço. O que todos eles têm em comum é que nenhum está interessado no conteúdo. Não tem problema! Enquanto vocês dormem estou cooperando com outros para produzir a subversão do Reino de Deus. Vossos filhos vão aprovar tudo o que vocês rejeitam hoje! Diante da resistência de alguns no meio evangélico, me vem à memória um vídeo em que o pastor Augustus Nicodemus Lopes diz que o mundo não vai melhorar e que a nossa única esperança é a vinda

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  • de Jesus, pois somos peregrinos e passageiros nesta Terra. Querendo ou não, esse tipo de ideia traz consequências psicológicas ruins de pessimismo e retardo no trabalho do Reino. Devo lembrar que é a geração desse tipo de pastor pessimista que nos entregou o mundo e o Brasil do jeito que está. Alguns deles foram cúmplices quando ajudaram a eleger os piores políticos que temos visto, outros se omitiram por causa da espera do Arrebatamento Secreto e, ainda outros, ensinaram uma escatologia pessimista o tempo todo. Está na hora de parar de dar atenção a esses pastores! Vamos ouvir teólogos diferentes e ler livros escatológicos com outras ideias. O Preterismo e o Pós-milenismo é o melhor caminho para isto. Em oposição a escatologia pessimista do pastor Augustus Nicodemus Lopes, um ateu famoso escreveu:

    “Quem poderia ser contra a razão, a ciência, o humanismo ou o progresso?”

    Esse ateu, cujo nome é Steven Pinker, é o mesmo que com muita eficiência prova que o nosso mundo melhorou. Me parece que quem é contra o progresso são os crentes da geração “deixados para trás”, os quais querem a todo o custo que o mundo entre em colapso para que Cristo possa voltar. Mas a escatologia deles está errada e doente. Nessa escatologia não há amor nem pelas criaturas humanas e nem pela criação de Deus em geral. Cristo não virá outra vez sem que a restauração de tudo alcance seu ápice (Atos 3:20-21). Senhores evangélicos! Se o mundo tem piorado assustadoramente desde os tempos de Cristo, como muitos de vocês pensam, pergunto:

    “Porque vocês fazem planos para o futuro? Porque procuram mudar de país para melhorar a situação financeira? Porque lutam contra a doença, a morte e a miséria? Porque procuram ainda votar para um candidato da preferência de vossos pastores? Porque casam

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  • e geram filhos neste mundo que está à beira do precipício? Até quando viverão nesse estado de hipocrisia?”

    Ou vocês aceitam que algo está errado em vossa escatologia, ensinada por tradição em vossos templos, ou vocês deveriam se comportar como os passageiros do Titanic. Mais uma vez me lembro do pessimismo de Augustus Nicodemus Lopes e me pergunto:

    “Para que lutar por um mundo melhor se a nossa esperança está no Céu, donde aguardamos a Cristo?”

    Ao mesmo tempo respondo:

    “A questão é que quando se espera Alguém que está chegando, se prepara o caminho, arruma-se a casa e faz-se o melhor para que o ambiente esteja preparado. É justamente esta a mensagem de Atos 3:20-21, a qual diz que Cristo ficará contido no Céu até a restauração de tudo. Enquanto isto, progressivamente, o mundo vem melhorando até que não haja mais nenhum inimigo sequer contra Cristo. O último inimigo a ser destruído é a morte (1ª coríntios 15:23-28). Esperar não é cruzar os braços! É trabalho, preparação! Pense nisto!”

    A escatologia pessimista de Nicodemus Lopes também me faz lembrar dos demais pastores que seguem a mesma linha de raciocínio, os quais vão mais longe chegando achar que a miséria do Brasil é um sinal da vinda de Cristo. A eles digo que nós temos 193 países reconhecidos no Planeta Terra. As mais diversas situações vivem cada um deles. Uma boa parte desses países tem prosperidade, segurança e progresso. Outros ainda se encontram em desenvolvimento, e ainda outros, vivem em miséria e conflitos. E você líder religioso ainda tem a cara de pau de dizer que o que está acontecendo no Brasil é sinal do Apocalipse, da Segunda vinda de Cristo, do cumprimento de Mateus 24? Vá se informar melhor, vá rever sua escatologia que está condenada

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  • a sucata. Pare de achar que o que está acontecendo no Brasil é o que está acontecendo no mundo inteiro. Há muita gente vivendo confortavelmente em muitos lugares e nem pensa no Apocalipse por causa disto. Por outro lado, muitos adeptos da escatologia futurista-pessimista dependem dos dados do passado para provar que estamos diante dos sinais da Segunda Vinda de Cristo. O que seria dessa escatologia sem as duas Grandes Guerras Mundiais, e sem a Gripe Espanhola que matou mais de 50 milhões de pessoas entre 1918 e 1920. Os adeptos dessa escatologia dão assim testemunho de que quanto mais recuamos na história, mais temos a certeza de que o mundo era pior. O máximo que os futuristas podem dizer hoje é que as ameaças existem, mas ao mesmo tempo não podem negar o controle e o progresso conquistado até agora sobre várias questões que perturbavam a humanidade. Isto é sinal de que o Reino de Cristo avança! Os primeiros cristãos esperavam pela Segunda Vinda de Cristo em seus dias? Num primeiro plano, eles esperavam pela vinda de Cristo em juízo contra Jerusalém, a qual ocorreu no ano 70 d.C., conforme ensino de Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21. Num segundo plano, eles esperavam pelo dia da ressurreição final - que é a Segunda Vinda - a qual eles não sabiam quando iria ocorrer. O fato é que pelo ensino apostólico, eles sabiam que haveriam séculos vindouros pela frente, antes de Cristo voltar.

    ... Não tenho mais dúvidas de que o Futurismo na escatologia bíblica tornou-se um culto ao mal. As pessoas querem a todo o custo salvar um sistema que espera o Anticristo, a Grande Tribulação e o caos no mundo. Esta tem sido a esperança de muitos crentes atualmente! Mas tudo isso é teórico apenas, pois enquanto se pode discutir sobre algo

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  • futuro é tudo maravilhoso, mas, na hora dos vamos ver, quero ver quem mantém a posição pessimista. E por falar que “na hora do vamos ver” os adeptos da escatologia pessimista não manterão sua posição escatológica, me lembrei quando a ameaça socialista/esquerdista estava assombrando o nosso Brasil. Eu vi que muitos estavam usando os púlpitos dos templos-igrejas para dizer que o caos circunstancial de nosso país era sinal de que a vinda de Jesus estava perto. Agora que o Bolsonaro ganhou, aquela febre de histeria coletiva amenizou. Parecem que todos agora dizem: “Ufa, estamos aliviados, pois o pior já passou! Não seremos mais censurados e perseguidos!” Pergunto: “E agora, como fica a vinda de Jesus? Foi adiada mais uma vez? Somos guiados pela escatologia de jornal ou pela escatologia bíblica? Tão cheio que eu estava do pessimismo evangélico em relação ao futuro, foi então que resolvi no ano de 2018 escrever o seguinte aviso para os pastores adeptos da escatologia pessimista:

    “Meu caro pastor! Se você é daqueles que ensinam o pessimismo, que as coisas vão piorar e que não adianta fazer nada por este mundo, saiba que, num primeiro momento te considero como uma pessoa desinformada. No entanto, devido à ampla informação que temos hoje sobre a verdadeira escatologia otimista, caso o senhor ainda queira se manter duro de coração ensinando o caos, já não te considero mais um desinformado, mas um desinformante. E vou mais longe ainda, você será um falso profeta por falar sobre um caos que nunca irá acontecer. Esta é minha opinião pessoal”.

    Não me lembro ao certo, mas o aviso acima deve ter sido inspirado por uma declaração pessimista do pastor Caio Fábio. Eis aí o evangelho de “esperança” do reverendo Caio Fábio. Ele disse em um vídeo - com várias palavras de pessimismo em relação ao progresso do evangelho - que, no final das contas, o trabalho do

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  • discípulo de Jesus é sempre “enxugar gelo”. E como fica o ensinamento bíblico de que o nosso trabalho no Senhor não é em vão? Tenho ou não tenho razão quando digo que as pessoas devem ler livros de autores com outras ideias, ou ouvir pregadores que vão na contra mão dessa escatologia pessimista?

    Enfim... É muito lamentável que o estudo da Escatologia tenha levado os crentes a uma obsessão por Cronologia ao invés de Cristologia. A preocupação constante tem sido a respeito da ordem cronológica dos eventos apocalípticos e não a centralidade de Cristo na história. O Senhor Jesus Cristo deixou claro que o pior já passou, o Apocalipse já se cumpriu, e o que resta é que Ele tem poder e autoridade no céu e na terra, e fará com que a semente da mostarda se torne uma grande árvore. O Seu Reino começa pequeno, mas ficará grande pelo Seu poder. O pessimismo escatológico de hoje vem do fato de que os pastores perderam a visão celestial de que “o Filho do homem” está “em pé à mão direita de Deus”. O que resta é que os crentes veem e esperam pelo Anticristo vindo no horizonte com poder e grande glória!

    Assim sendo... As escatologias pessimistas do Amilenismo, Dispensacionalismo, Historicismo e Preterismo Completo, não são apenas pontos de vistas teológicos, mas são também o alimento da indústria da morte e do caos, pois cada cristão por meio dessas teorias torna-se infrutífero, ou como soldados paralisados que se recusam a vencer a guerra. E, assim, o exército contrário da indústria da doença, da miséria e da heresia, ganham cada vez mais espaço. Na verdadeira interpretação da Escatologia Bíblica, temos a presença de todas as vertentes escatológicas. Temos uma dose muito forte de

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  • Preterismo, em que a maior parte das profecias do Apocalipse foram cumpridas no passado. Temos uma certa dose de Historicismo, em que podemos pegar as profecias cumpridas no passado e aplicá-las no decorrer da história – não como cumprimento profético, mas apenas como exemplos. Também temos uma dose de Idealismo, que é quando podemos ver o conflito entre o Reino de Deus e as forças de Satanás em todo o tempo. O futurismo também encontra seu espaço, quando cremos que o Reino de Deus dominará todas as nações e Jesus virá segunda vez. Por último, no tempo do Estado Eterno, teremos o cumprimento integral de tudo e, assim, haverá o chamado Preterismo Completo.

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  • 2 Os crentes Reformados

    e a escatologia

    Os crentes Reformados gostam de perder tempo mesmo! Atualmente, eles estão discutindo sobre como a Lei de Deus deverá ser aplicada no mundo quando o evangelho alcançar todas as nações. Intermináveis debates e neurônios são utilizados para tentar dar explicações sobre como será aquela época dourada do evangelho. No entanto, enquanto isto, há uma deficiência astronômica na escatologia que faz com que os crentes em geral cruzem os braços em relação ao mundo. É lamentável ver os Reformados discutindo coisas que não pertencem à geração deles e, enquanto isto, à atual geração precisa ser suprida com uma escatologia verdadeira para que haja motivação do mundo ser ganho para Cristo. Enquanto os crentes Reformados mergulham em seus intermináveis debates sobre à aplicação da Lei de Moisés no futuro da humanidade, pessoas estão carecendo do evangelho, do conhecimento sobre o que será da humanidade. Enquanto debatem algo que não está ao alcance deles, pessoas reais, atualmente, carecem do conhecimento de Cristo. Os crentes Reformados se elitizaram e se afastaram do povão em geral. Na desculpa do chamado público alvo, se entregaram ao intelectualismo acadêmico e perderam a naturalidade do encontro puro e simples do evangelho.

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  • É patético ver os crentes Reformados discutindo a chamada “teonomia”, isto é, discutem como a Lei de Deus deverá ser aplicada quando as nações se converterem a Cristo. Mal sabem eles que quando todas as nações estiverem sujeitas a Cristo, a sociedade será muito mais madura e tudo acontecerá naturalmente sem as atuais ideias arcaicas de crentes que vivem ainda no tempo da Reforma protestante. Os Reformados querem uma teocracia cristã no mundo? Então saibam: a nova geração que surgirá terá grandes avivamentos e todos chamarão Deus de Pai, sem religiões ou ideologias.

    ... Os seminários de teologia exercem uma influência muito forte no que se prega nas igrejas. A formação de um pastor influenciará sua vida e igreja. É lamentável que muitos seminários estejam fortemente influenciados por visões pessimistas da escatologia bíblica. É mais lamentável ainda a timidez dos professores de teologia e a consequente timidez de seus alunos em não querer polemizar sobre o assunto escatologia. Como sempre, é o povo quem fará e já está fazendo a revolução escatológica que está acontecendo atualmente. A verdade não pode ser negligenciada, e nem ser usada para debates sem fim como os Reformados o fazem. A verdade não deve estar presa a uma elite intelectual dos centros acadêmicos. A verdade deve ser ensinada! Apesar da lentidão dos Reformados e da atual resistência dos Pentecostais, na verdade, tenho visto que quem está fazendo uma revolução escatológica, são os membros das mais diversas igrejas. As lideranças, como sempre, são as últimas a tomarem posições. Uma nova geração está surgindo no seio do cristianismo, com novos conceitos e mais disposição para entender e para trabalhar pelo verdadeiro evangelho. Desta forma, a loucura pela espera do arrebatamento secreto e o fim do mundo vai cada vez mais ficando para trás para dar lugar a um tempo de maior esperança em Cristo.

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  • E por falar nos pentecostais, se por um lado entre eles existem abusos na teologia da prosperidade e na questão da cura de todas as doenças, por outro lado, os crentes reformados também pecam em sua teologia pessimista, a qual, fala de sofrimento, espinhos na carne, perseguições, doenças e desemprego para a glória de Deus. É muito fácil falar de coisas ruins a partir de confortáveis escritórios. Quem está doente, ou em perseguição, ou desempregado, realmente não aceitará uma teologia de aceitação do “carma”. Com isto, os crentes reformados acabam colaborando com a indústria do conformismo nas áreas da saúde, economia etc. O Reino de Deus veio para avançar e vencer qualquer forma de mal! Precisamos fabricar militantes do Reino, não pessoas conformadas com uma suposta “vontade de Deus” desconhecida. Devido ao peso das evidências, não tenho mais dúvidas de que Deus tirou dos Reformados e dos meios acadêmicos o ensinamento do Preterismo e do Pós-milenismo para distribui-lo aos pentecostais e neopentecostais que, de fato, produzirão muitos frutos. Algo semelhante Jesus disse para Israel: “o Reino de Deus será retirado de vós para ser entregue a um povo que produza frutos dignos do Reino” (Mateus 21:43). Por isto, toda a minha dedicação literária sobre escatologia é voltada exclusivamente para os católicos, pentecostais e neopentecostais. E os frutos já estão me impressionando!

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  • 3 O velho e empoeirado Preterismo

    Porque os crentes ficam tão furiosos com a ideia de que a profecia bíblica teve grande parte de seu cumprimento no passado? Porque tanta ira uma vez que isto faz parte das Boas notícias do evangelho? Porque tantos julgamentos precipitados sobre questões que eles desconhecem por completo? Como pode um povo assim conquistar o mundo para Cristo sendo que eles não querem entender o que na realidade o evangelho diz sobre o Reino de Deus e a profecia? Porque será que tem tantos escritores de internet que estão preocupados em “esmagar” o Preterismo? Porque muitos deles fazem tanto sensacionalismo? Estão preocupados com suas reputações como escritores, ou com a verdade da Palavra de Deus? A situação está ficando vergonhosa para eles. Esses articulistas de internet foram muito precipitados em falar daquilo que desconhecem por completo. Resultado: acabaram por fornecer farta munição para os preteristas. Por ser antigo, o Preterismo tem argumentos sólidos baseados na Palavra de Deus. Os atuais articulistas se esqueceram do sábio conselho do apóstolo: “Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar”. (Tiago 1:19) Quando eu vejo que uma pessoa teve o trabalho de produzir dois vídeos longos para tentar provar que o Preterismo é invenção da igreja Católica, querendo com isto refutar esse sistema de interpretação, me

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  • pergunto: “Seria isto má-fé ou falta de informação?” Falta de informação ou de acesso a ela não é, pois, somente a um clique de distância, qualquer um descobre com fundamento histórico que o Preterismo é bíblico e não tem origens no catolicismo romano (e mesmo se tivesse, o que importa mesmo é se o Preterismo é bíblico ou não). Resta agora a má-fé, que é usada para desinformar ao invés de edificar o corpo de Cristo. Que cada um julgue a si mesmo, suas intenções, pois “a quem muito foi dado muito será cobrado. Os que atualmente se opõem ao Preterismo, durante muitos anos estiveram profundamente certos de suas convicções escatológicas. Tão convictos são que quando falam a respeito do preterismo - mesmo sem terem lido nenhuma obra preterista profundamente - incrivelmente dão o diagnóstico e a refutação. Isto para mim é a maior prova de que devemos tomar cuidado com nossos professores de Bíblia, haja vista que o analfabetismo funcional domina grande parte deles. Há muita gente no meio evangélico escrevendo sobre o que não entende em blogs pela internet. E entre os tais temos muitos ditos “especialistas” em Bíblia. Quando digo que todo esse pessoal não sabe do que estão falando em matéria de Preterismo e Pós-milenismo, não estou brincando, pois o problema é real. Como pode alguém dizer que é um ensinador cristão e falar sobre um assunto do qual ele nunca estudou a fundo? Como pode mostrar um lado da moeda que nunca viu? É o que acontece com os nossos mestres de Bíblia. Willian Lane Craig é um grande teólogo, filósofo e apologista cristão muito famoso atualmente. Mas, confesso que fiquei pasmado de ver sua ignorância em relação ao Preterismo, ainda mais quando ele disse:

    “Mas ainda tenho que dizer que, no final do dia, tento o máximo que posso, mas não consigo comprar essa visão no final”.

    A posição de Craig não é nenhuma novidade. Tenho visto diversos teólogos e gente importante do meio protestante que NUNCA

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  • estudaram uma linha sequer a respeito do Preterismo. O pior de tudo é que essa gente antes de conhecer os fatos quer opinar em terra alheia. Se já não bastasse a ignorância de nossos mestres de Bíblia a respeito do Preterismo, temos na internet uma enxurrada de escritores amadores que falam daquilo que não sabem. Dentre eles destaco o senhor Lucas Banzoli, o qual tão convicto de sua escatologia, foi muitíssimo precipitado quando atacou ferozmente o Preterismo. Resultado: falou tanto daquilo que desconhecia e acabou me fornecendo farta munição para fortalecer mais ainda a interpretação preterista da profecia. Atenção blogueiros, pastores e donos de sites! Por favor, parem de refutar o Preterismo! Vocês estão me fornecendo cada vez mais munição para o meu novo livro. O meu objetivo não é expor ninguém ao ridículo minha gente boa de Deus. Mas, infelizmente, o analfabetismo funcional (que é a dificuldade de se interpretar textos), aliado à herança de uma má e parcial interpretação que recebemos em nossas igrejas, está fazendo com que a maioria esmagadora dos argumentos se pareça infantil. Fico pasmo ao ver que após mais de cinco anos estudando o Preterismo a fundo - e ainda aprendendo mais - eu vejo gente que nem sabe do que está falando tentando me refutar. Aqui vai outro aviso aos blogueiros da internet. É muito cedo e absurdo dizer que nenhum Pai da igreja falou a respeito do Preterismo. Mesmo porque, só para se ter uma ideia, o que temos traduzido dos pais da igreja constitui-se apenas num volume de 7.000 páginas, ao passo que o que falta ainda ser traduzido dá um total de mais de um milhão de páginas, sendo 218 volumes em latim e 166 volumes em grego. Mesmo nessas 7.000 páginas traduzidas, não encontramos em um por cento delas afirmações que dão suporte a ideia de que o primeiros Pais da Igreja eram exclusivamente pré-milenistas.

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  • ... Eu assisti a um vídeo intitulado “Uma noite de escatologia”, publicado aqui no site [da Revista Cristã Última Chamada], e tive a certeza de que as minhas impressões estavam certas. Os Reformados são devagar demais na defesa do ponto de vista preterista. Por outro lado, pelo visto, o senhor Augustus Nicodemus Lopes não concorda com o Preterismo de uma maneira como é comum aqui no Brasil, ou seja, provavelmente nunca se debruçou sobre o assunto para estudá-lo a fundo. Assim, contesta daquilo que tanto ignora. Como devemos confiar em nossos professores de Bíblia se eles contestam as coisas apenas as conhecendo superficialmente? Quando assisti a outro vídeo do Rev. Augusto Nicodemos Lopes em que ele dava respostas sobre o Pós-milenismo, e também falava sobre os textos escatológicos de Mateus 24, fiquei impressionado como os nossos professores de Bíblia desconhecem o outro lado da moeda. Eles simplesmente dão opinião sem ao menos nunca terem feito um estudo profundamente sério sobre a posição alheia. É esse padrão de ensinador cristão que combate o Pós-milenismo e o Preterismo que tenho visto no meio evangélico brasileiro. É hora de cobrar dos pastores para que os mesmos estudem o outro lado da moeda e o conheçam tão bem quanto a posição que tanto defendem.

    Sobre Mateus 24 Ao contrário do que a maioria dos crentes pensam, o capítulo 24 do evangelho de Mateus, com seus 51 versículos, em nenhum momento fala a respeito do fim do mundo, da Segunda Vinda de Cristo, do Juízo Final ou da ressurreição dos mortos. Muito pelo contrário, nesse capítulo temos um cenário de juízo e horrores de julgamento divino que cabem perfeitamente no primeiro século da era cristã, dentro da

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  • cultura judaica e do Império Romano. Mateus 24 e o Apocalipse falam do mesmo assunto, com linguagem diferente, e ambos não podem ser considerados como um tratado sobre o fim do mundo físico. Na tentativa de contornar a Escatologia Apostólica (Preterismo), muitos afirmam que Mateus 24 terá um duplo cumprimento. Então, se fosse assim, porque não especular um triplo, um quádruplo e um número sem fim de cumprimentos. A grande questão ignorada dessa teoria é o propósito real do cumprimento de Mateus 24. A questão central ali é a destruição do templo e o julgamento de um povo, num determinado tempo específico indicado e não o julgamento do mundo inteiro no futuro. Agora, Mateus 24 só é um exemplo do que ainda pode acontecer a um povo rebelde. Se o capítulo 24 de Mateus é sobre a Segunda Vinda de Cristo e o fim do mundo, porque não temos sequer uma única menção sobre a ressurreição dos mortos? Porque só temos referências locais e indicações de que a profecia só ocorrerá no tempo dos primeiros discípulos e que eles deveriam estar preparados para fugirem de Jerusalém? De todas as perguntas a que chama mais atenção é a da ausência da ressurreição.

    Mateus 25 e vinda de Cristo Não se enganem! Mateus 25:31-46 não é sobre o Juízo Final, mas é uma parábola que demonstra o Julgamento de Cristo no decorrer da história, julgando as nações. Ele começou Seu julgamento contra os judeus, na tragédia do ano 70 d.C. Esse julgamento histórico tem seu ápice no Juízo Final, no último dia. Os descrentes críticos da Bíblia estão corretíssimos quando enxergam que Cristo prometeu voltar ainda nos dias da igreja primitiva. Mas, todavia, erram ao dizer que a ideia de uma Segunda Vinda no fim dos tempos seria uma falsificação cristã para driblar a suposta profecia

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  • falhada de Jesus. O que esses críticos erram feio é quando não diferenciam os textos da Segunda Vinda com os textos da “vinda” de Cristo em juízo contra Jerusalém, que ocorreu no ano 70 d.C. Por outro lado, é lamentável que os críticos da Bíblia têm enxergado muitas coisas da escatologia bem melhor que muitos cristãos atuais. Quando se fala em “vinda” de Cristo, é muito comum, de imediato, as pessoas pensarem na Segunda Vinda. Todavia, a Escritura Sagrada diz que existem pelo menos seis tipos de “vindas” de Cristo. Há também as “idas”! No processo redentor de Deus temos dezenas de passagens que falam de “vindas” e “idas” do Salvador. Este é um assunto de maior desconhecimento entre os cristãos.

    ... Existem perto de oitenta passagens do Novo Testamento que provam claramente que Jesus Cristo nasceu no “fim dos tempos”, “últimos dias” ou “fim dos séculos”. Isto, por si só, nos mostra o quanto estamos equivocados a respeito da ideia de “fim dos tempos”. O nascimento de Jesus Cristo marcou o fim de uma era, também chamada de “era judaica”, e agora, estamos vivendo nos “novos céus e nova terra”, os quais habitam a justiça.

    Aviso as lideranças e escritores de internet

    Aqui vai o meu aviso aos pastores, líderes, apologistas e blogueiros em geral: ESTUDEM ANTES DE FALAR. Quando falarem do Preterismo e do Pós-Milenismo, vão direto a fonte. O mesmo vale para os membros das igrejas. Estudem direto da fonte e não de maneira terceirizada. Compare, estude, analise, faça como os bereanos (Atos 17:11).

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  • Escrevi o e-book “Equívocos e Contradições do Preterismo?”, e tenho notado que, todo o argumento dos oponentes do Preterismo não se baseia em base sólida consistente, mas em “pedras pequenas” fáceis para se tropeçar. As coisas estão mudando! Graças à internet, acredito que nunca tanta luz foi lançada sobre tantos assuntos. E um desses assuntos é a escatologia bíblica. Depois de dezenas de anos de hegemonia dispensacionalista, agora vemos essa ideia começar a ruir. O povo já estava cansado de tanto esperar pelo arrebatamento secreto. Por isto, a tendência é que nos próximos anos, o dispensacionalismo com suas ideias sensacionais sobre o tempo do fim, venha cair na ruína cada vez mais. O Preterismo é a única opção verdadeira que tomará o lugar do Dispensacionalismo. E só para deixar bem avisado para os refutadores da internet, devo dizer que o Preterismo (ou Escatologia Apostólica) não é uma nova doutrina, não é uma seita, não é um partido, não foi inventado pelo jesuíta Luiz de Alcazar, nem foi uma invenção da Igreja Católica, mas simplesmente é uma hermenêutica de interpretação da profecia bíblica, conhecida de escritores primitivos, medievais e por grandes nomes do protestantismo. Apesar da repulsa de muitos crentes, todo o cristão que se preze é em uma certa dose um preterista, pois crê que várias profecias já foram cumpridas no passado. Façam uma revolução escatológica, aprenda a verdadeira escatologia que Cristo ensinou aos seus primeiros discípulos. Aqui vai mais um aviso para aqueles que continuam insistindo que o Preterismo é uma invenção da Igreja Católica pelas mãos do jesuíta Luiz de Alcazar (1554-1613). É que quase um século antes da publicação do comentário de Alcazar, John Henten, que foi professor em Louvain, escreveu seus comentários sobre o livro do Apocalipse, baseando-se no comentário do Apocalipse de Arethas de Cesaréia na Capadócia (860-940 d.C.). Esses comentários de John Henten teve uma abordagem preterista do corpo principal do livro do Apocalipse,

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  • capítulos 6-19 mais especificamente. Vamos estudar mais antes de repetir besteiras de blogueiros desinformados! Nunca é demais falar. Aqui vai mais um aviso aos refutadores do Preterismo, os quais sempre falam daquilo que não sabem. Nós, os preteristas, cremos que o fim da “lei é Cristo para justiça de todo aquele que crê” (Romanos 10:4) e jamais a destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. seria o fim da lei mosaica. O que aconteceu no ano 70 d.C. aos rudimentos da lei é aquilo que o autor de hebreus escreveu: “Dizendo Nova aliança, envelheceu a primeira. Ora, o que foi tornado velho, e se envelhece, perto está de acabar” (Hebreus 8:13). Se a carta aos hebreus foi realmente escrita por volta de 64 d.C., não muito tempo depois o sistema da lei acabou para sempre, mas, antes disso, a lei já havia acabado para o judeu que depositava sua fé em Jesus Cristo.

    Preterismo parcial versus

    Preterismo Completo e a postura dos crentes Reformados

    A ignorância dos professores de Bíblia a respeito do Preterismo é tanta que alguns não diferenciam o Preterismo Parcial do Preterismo Completo, pois acham que existe somente um Preterismo. Ora, o Preterismo Parcial leva justamente este nome para diferenciar da heresia chamada Preterismo Completo, a qual, embora se encontre poucos resquícios na história, tomou uma forma moderna há poucas décadas. O Preterismo Completo precisa urgentemente ser combatido, extirpado, amputado, pois é uma gangrena que pode danificar todo o corpo. Tenho visto até em meus leitores o quanto é pernicioso tal sistema de interpretação da profecia bíblica. Não adianta se auto

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  • enganar, se alguém não crê na ressurreição física dos mortos, inevitavelmente irá atacar a ressurreição de nosso Senhor, cedo ou tarde. Aí, neste caso, acabam-se todas as esperanças de vida eterna. O Preterismo Completo é uma espécie de escape ideal para aqueles que não conseguem crer na ressurreição dos mortos. Os defensores do Preterismo Completo se escondem através de diversos rótulos para evitar o uso do termo, pois o chama de Escatologia Consumada, Escatologia Realizada, Escatologia Plena e, em algumas vezes, o chama somente de “preterismo” usurpando assim um termo que não lhes pertence. O Preterismo Completo é um ensinamento que além de ser pernicioso tem sido negligenciado por muitos. E entre os que negligenciam o perigo do Preterismo Completo, estão os Reformados. Um crente reformado me disse que não era necessário escrever um livro para refutar o Preterismo Completo, pois o mesmo é fácil de ser refutado. Pode ser fácil para ele que possivelmente era um estudante de teologia, mas para quem é leigo, quando diante de uma heresia elaborada por eruditos, certamente a coisa torna-se complicada. Eis aí o perigo da grangrena chamada Preterismo Completo. Não quero dizer que todos os Reformados negligenciam o perigo do Preterismo Completo, mas, na verdade, eles são muito devagar, aprenderam a ficar muito acomodados em seus debates sem fim e se esqueceram do mundo ao redor com suas necessidades. Os pentecostais são mais dinâmicos e, quando aprendem uma doutrina, eles a divulgam e a espalham como sementes. Por isto, creio que os pentecostais farão um grande serviço quando aprenderem e abraçarem o Preterismo Parcial. Arminianistas e Calvinistas perderam cinco séculos de discussão tola sobre Predestinação e Livre-arbítrio. Esse tempo precioso teria sido melhor aproveitado se a discussão estivesse focada no Preterismo e na Escatologia em geral. Assim, acredito que estaríamos bem avançados

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  • nas questões escatológicas e a sociedade como um todo seria muito melhor do que hoje é.

    ... Tem um pastor preterista completo me acusando de que vivo perseguindo-o através das minhas publicações. Embora eu não tenha citado seu nome diretamente, não tem como passar em branco suas heresias. A última agora é que “em lugar nenhum da Bíblia há legitimidade de que Jesus esteja nos céus em um corpo físico”. Ora, se isto é verdade, então Jesus descartou Seu corpo na Ascensão, passando pela morte física outra vez, pois a separação de corpo e espírito significa morte. Assim, Ele não pode ser contado como Aquele que é o mesmo eternamente, sendo Deus e Homem ao mesmo tempo, vivo para sempre conforme 1ª Timóteo 2:5; Hebreus 13:8; Apocalipse 1:17-18; Romano 6:9; 2ª Timóteo 1:10; Hebreus 7:16.

    Razões para se dedicar ao

    estudo do Preterismo Entender o Preterismo foi para mim descobrir que nem tudo na Bíblia seria como eu pensava que seria, pois a maioria das sagradas letras não foram escritas diretamente para nós, no século 21, apesar de sempre haver uma aplicação didática-espiritual para todos os tempos. A razão pela qual me dedico tanto ao ensino do Preterismo é por causa do estrago que foi feito na escatologia cristã. Só quem estuda o assunto tem a noção real de como os pastores ensinaram errado nos dois últimos séculos. Intencional ou por ignorância, a verdade é que mentiram sobre o arrebatamento, mentiram sobre a grande tribulação, enfim, aterrorizaram as ovelhinhas de Jesus sobre um suposto fim trágico do mundo e um falso arrebatamento secreto. Assim, ficamos

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  • de braços cruzados e perdemos muito tempo deixando de influenciar o mundo para Cristo. A Graça de Deus por meio de nosso Senhor Jesus Cristo é a única explicação que tenho para ter conseguido desenvolver um trabalho tão árduo e de grande responsabilidade como é o do ensinamento do Preterismo. Do contrário, se eu fosse depender da lentidão dos Reformados e do desprezo que os evangélicos em geral tem pelo assunto, eu teria desistido logo no início. Nada se faz sem a Graça do início ao fim! Por isto, pela Graça de Deus em mim trabalhei muito mais do que aqueles que antes de mim conheciam o Preterismo - que inclusive, faz parte da Boa Nova do Evangelho. A minha ÚNICA motivação para efetuar todo o trabalho de divulgação do Preterismo e do Pós-Milenismo é uma ânsia interna de divulgar verdades tão abandonadas. Isto atribuo exclusivamente a Deus, nosso Senhor, pois sem Sua Boa vontade em mim jamais poderia gastar tempo, talentos e dinheiro e ainda sim ser mal falado por alguns irmãos na fé. Abraçar o Preterismo é como se fosse uma grande conversão. Há todo um conjunto de hábitos, linguagens e conceitos a serem mudados. Tenho notado que todo o processo de “desintoxicação” de quem vem, principalmente do Dispensacionalismo, demora praticamente um ano para acontecer. Realmente, o ensino escatológico errado das igrejas contaminou as pessoas até a raiz. Um problema que tenho notado nos estudantes iniciais do Preterismo, é que alguns deles com suas dúvidas se agarram em questões minúsculas que chegam ao ponto de pôr em dúvida o essencial da questão. É próprio do rival do Preterismo fazer a mesma coisa. Isto é sintoma de analfabetismo funcional. Vale o ditado que diz que devemos tomar cuidado com as pedras pequenas, porque são elas que fazem a gente tropeçar.

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  • O que mais espero dos meus leitores que abraçaram o Preterismo é que eles não venham a repetir os mesmos erros do passado que muitos cometeram. Vamos ao máximo possível esquecer das rotulagens, das sistematizações, dos gráficos de estudo e dos debates sem fim sobre o tema Preterismo. Este último tem sido o erro dos Reformados. Discussões, fóruns ou debates intermináveis estão na pauta dos Reformados e, enquanto isto, o mundo continua precisando de alguém urgentemente para falar da Boa Nova. Aqui vai um aviso muito sério para aqueles que estão iniciando seus estudos no Preterismo e no Pós-milenismo, mas insistem em ficar debatendo a respeito dos livros de Apocalipse e Daniel. Do ponto de vista preterista vocês não aprenderam nem o “Bê a Bá” das passagens claras do Novo Testamento sobre a Escatologia, então, por favor, dominem primeiro o texto de Mateus 24, Marcos 13 e Lucas 21. O estudo da Escatologia não começa no texto obscuro apocalíptico. Outra coisa, estudem, estudem e estudem o material que temos disponível hoje em dia, pois vocês são privilegiados como nenhuma outra geração foi com tanto material gratuito sobre o tema. Não parem de ler o tema jamais! Só assim vocês estarão “sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós” (1ª Pedro 3:15).

    O perigo do Preterismo Completo

    O Dispensacionalismo é o “Satanás” que se incorporou na igreja evangélica. E o Preterismo Completo é outro “espírito” pior ainda que tentará tomar seu lugar. Na heresia chamada Preterismo Completo se ensina que a Segunda Vinda de Cristo foi apenas espiritual, ou seja, essa vinda ocorreu no tempo da destruição de Jerusalém no ano 70 d.C. Desta forma, o arrebatamento e a ressurreição dos mortos teria acontecido apenas

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  • espiritualmente naquela época. Ora, se assim fosse, porque o apóstolo Paulo disse que somente na Segunda Vinda “estaremos para sempre com o Senhor”? Se o Senhor habita em nós, e já estamos com Ele, para que uma Segunda Vinda apenas espiritual para estarmos para sempre com o Senhor? O fato é que os adeptos do Preterismo Completo ignoram que embora o Senhor esteja espiritualmente conosco, ao mesmo tempo estamos espacial e fisicamente longe de Seu Corpo físico. Precisamos passar por uma ressurreição física para podermos fisicamente estar perto do Senhor. Os defensores do Preterismo Completo não conseguem enxergar que, embora Jesus tenha falado no mesmo espírito dos profetas, em Jesus encontramos um toque a mais, uma realidade, uma literalidade. Em Jesus não temos somente bênçãos espirituais. Em Jesus temos um toque milagroso e literal na natureza. Em Jesus teremos a redenção literal do Cosmos. Os preteristas completos zombaram na minha cara, dizendo que creio que o inferno é literal. Isto me deixa receoso, pois Jesus nunca disse que a perdição era um bom negócio. Embora se use linguagem figurada como “fogo”, “enxofre” etc., todavia, a ausência de Deus é real, Jesus sentiu isto na cruz. Não se enganem, o inferno continua não sendo um bom negócio! Portanto, não se enganem! Ser adepto do Preterismo Completo não é uma questão de posição escatológica. É abraçar uma heresia que nega a ressurreição corporal dos santos. Consequentemente, isso afetará o seu entendimento sobre a ressurreição de Cristo (1ª Coríntios 15:13-14). Por isto, pesquisem ao máximo que vocês puderem. Pratiquem a dialética em suas análises. Sejam nobres como os bereanos em Atos 17:11. Não tenham pressa de abraçar uma suposta verdade. Vocês podem achar que o Preterismo Completo tenha coerência, mas tal sistema não é verdade bíblica e nem fez parte da história da igreja. Vocês acham que em milhões de análises bíblicas, em dois mil anos de

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  • Fé Cristã, o Espírito Santo não foi competente para transmitir a Verdade? Para justificar o tão recente aparecimento do Preterismo Completo - principalmente em sua forma moderna que tem quase meio século – muitos preteristas completos afirmam que o Preterismo Parcial também é recente por causa do jesuíta Luís de Alcazar (1554–1613). O grande problema é que a interpretação preterista parcial é encontrada desde a mais remota antiguidade, na Epístola de Barnabé, num Comentário incompleto e anônimo sobre Mateus (4º Século), nas obras do historiador da igreja chamado Eusébio de Cesaréia (265-339) e numa diversidade grande de escritos deixados por escritores antigos e medievais.

    Equívocos do Preterismo Completo Com exceção do Pós-milenismo e do Preterismo Parcial, todas as outras correntes escatológicas são pessimistas em relação ao futuro. Nem mesmo a heresia destruidora chamada Preterismo Completo escapa de tal pessimismo, pois nesse sistema o mundo do pecado e da morte nunca terá fim, e nem há perspectivas do domínio total do Reino de Deus neste mundo. No Preterismo Completo, a queda de Adão e a vitória da serpente permanecem inabaláveis para sempre. O teólogo preterista completo na sua busca em distorcer a verdade tenta mostrar que não há diferenças entre as “descidas” de Deus descritas tanto no Novo como no Velho Testamentos. Aí pergunto:

    “Qual a diferença do Senhor “descer” do céu em 1ª Tessalonicenses 4:16 e das Suas demais “descidas” no Antigo Testamento?”

    A diferença está no fato de que antes da Encarnação, Cristo era tão somente o Logos Divino, sem um corpo físico. As “descidas” ou

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  • “vindas” em juízo não eram literais ou corporais. Em Sua Ascenção Cristo subiu de corpo e alma para o Céu. Diante desse fato, os teólogos da heresia chamada Preterismo Completo precisaram argumentar que Cristo descartou Seu corpo na Ascenção para voltar a ser o Logos Divino, um puro espirito. Assim argumentando, tais teólogos puderam defender uma segunda vinda espiritual de Cristo no ano 70 d.C., ao invés de uma vinda literal e corporal no último dia. Em outras palavras, as implicações dessa interpretação mostra que Cristo morreu novamente e, portanto, Ele não poderia ser Aquele que vive eternamente.

    A verdade sobre o Preterismo que nunca pode ser esquecida

    Aqui vai um aviso acerca do Preterismo para os desavisados blogueiros e youtubers evangélicos: Preterismo não é doutrina. Preterismo é apenas hermenêutica de interpretação. Preterismo não é doutrina católica. Preterismo é interpretação antiga na Igreja. Preterismo não é religião, nem seita e nem heresia. Preterismo não explica doutrinas bíblicas, mas ajuda a procurar as respostas entre os primeiros ouvintes da Palavra. Preterismo apenas trata da escatologia bíblica. Enfim, no Preterismo aprendemos que o passado com suas profecias cumpridas é mais importante que o futuro, para que vivamos no tempo presente com o temor de Cristo no coração, pois o mesmo Senhor que veio em juízo no passado, vem no presente e virá no futuro.

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  • 4 O famosíssimo Arrebatamento e a visão escapista-pessimista

    de mundo 2016 chega ao fim! Faltam poucas horas para a grande virada! Este foi um ano conturbado, mas chegamos aqui! Nos anos que se passaram vimos vários “fins” do mundo. Passamos em 2012 pelo fim do mundo de acordo com o calendário Maia. Em 2014 e 2015 passamos pelas especulações proféticas das luas de sangue. No entanto, nada aconteceu. Enfim, chegamos até aqui, e pela graça de Deus continuaremos, porque Seu Reino tem que crescer e conquistar o mundo inteiro. Por isto, chega de braços cruzados por causa da espera do Arrebatamento Secreto, vamos lutar por dias melhores e entregar para as próximas gerações um mundo muito melhor do que aquele que recebemos das gerações anteriores. Quando tudo estiver pronto, quando Seu Reino dominar este mundo, o Senhor Jesus virá novamente. Depois que a doutrina do Arrebatamento Secreto, propagada pelo ministro anglicano John Nelson Darby, se tornou popular após o ano de 1.830, várias gerações de cristãos evangélicos cruzaram os braços em relação ao mundo. A doutrina do Arrebatamento Secreto levou a igreja evangélica ao fracasso, entregando o mundo para os incrédulos, aos inimigos de Deus. É hora de haver uma reocupação dos espaços

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  • perdidos na cultura, tecnologia, medicina, política e em todas as áreas de atuação humana. Vamos trocar urgentemente o Arrebatamento Secreto pela Grande Comissão de Mateus 28:19-20. Não tenho mais dúvidas de que o ensino do Arrebatamento Secreto pré-tribulacional, na forma como é ensinado hoje, se tornou popular somente a partir do século XIX. Mas, todavia, essa ideia de um arrebatamento pré-tribulacional, ainda que em um formato “embrionário”, já era conhecida desde muito tempo, desde a época medieval. O Irmão Dolcino que viveu no século XIV foi um defensor desse ensinamento. Infelizmente, a esperança da ressurreição e a transformação dos vivos, foram trocados por um fantasioso arrebatamento escapista e iminente. Se você tem uma visão pessimista a respeito do futuro, e acredita que o Apocalipse é sobre o fim do mundo, quero que saiba que, ainda que não seja intencional de sua parte, você e aqueles que pensam da mesma maneira são os grandes colaboradores do caos social instalado em seu país e no mundo. Não se iluda, Jesus não virá em breve para te levar num Arrebatamento Secreto, pelo contrário, o Senhor não se manifestará novamente aos homens enquanto o mundo inteiro não estiver sob o Seu domínio, e aí haverá um só rebanho e um só Pastor. Os evangélicos estão se queixando do quê? Não adianta os pastores se queixarem da ideologia de gênero nas escolas, do movimento LGBT e de tantas outras coisas que estão acontecendo aqui no Brasil, pois foram vocês mesmos que ensinaram os crentes a cruzarem os braços. Lembro-me que a década de oitenta e noventa foi perdida em espera pelo Arrebatamento Secreto e pelo pessimismo de um mundo que iria piorar sem que nada pudesse ser feito. É preciso levar as palavras de Cristo a sério e parar de ensinar fantasias e escapismos arrebatamentistas. Qual a sua opinião a respeito de uma doutrina que gera ansiedade, desânimo e faz com que os cristãos cruzem os braços, dando espaço

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  • para que os inimigos do evangelho trabalhem à vontade? Se a resposta for heresia, você está correto! É a respeito do Arrebatamento Secreto que tenho em mente. O que o apóstolo Paulo diz sobre os cristãos sendo arrebatados em 1ª Tessalonicenses 4 nada tem a ver com o esperado Arrebatamento Secreto ensinado na maioria esmagadora das igrejas. A esperança do cristão é a ressurreição e ser “arrebatado” é a justificativa para mostrar o que acontecerá com os vivos, quando da vinda de Cristo. Em termos de proporção, o arrebatamento é insignificante perto da multidão que será ressuscitada da morte. Lembro-me do ano de 1999 como se fosse hoje. Depois de uma década de espera e tanto alarde, o ano do Arrebatamento havia chegado (segundo a profecia do missionário Miranda Leal, da cidade de Maringá). Naquela época, os pastores da cidade de Londrina pouquíssimo fizeram para combater tal heresia, aliás, muitos deles eram dependentes da rádio Difusora de Londrina (também de propriedade de Miranda Leal). Assim como em 1999, já tem gente em grande expectativa sobre o ano de 2018, pois a nação de Israel irá completar 70 de anos desde que os judeus voltaram e fundaram o novo Estado judeu no dia 14 de Maio de 1948. Mais uma vez a expectativa da volta de Jesus se frustrará! Só que desta vez ao invés de sermos dependentes dos pastores que por questões de ética ou medo ficam em silêncio, temos a informação da internet como aliada no combate a essas mentiras. A igreja na sua forma visível de tal forma se omitiu que acabou por entregar todas áreas da sociedade para os maus. Hoje a medicina, a política, a ciência, as artes, as ideologias, a religião e a cultura estão todas corrompidas por causa da longa espera do Arrebatamento Secreto. A igreja se omitiu, cruzou os braços! É necessário que de agora em diante venhamos a trabalhar intensamente para reconstruir os progressos perdidos, reocupando espaços e com uma certa dose de militância.

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  • O resultado de anos de braços cruzados esperando pelo Arrebatamento Secreto se reflete na política atual. Veja o exemplo do presidente da Bolívia, Evo Morales, que está tentando criminalizar a evangelização com a aprovação do “Novo Código do Sistema Criminal” boliviano. Isto é reflexo do fato dos cristãos cruzarem os braços em relação ao mundo, ora esperando pelo Arrebatamento, ora acreditando que não adianta tentar salvar este mundo. Não vai longe para acontecer isso aqui no Brasil também. Essa “putada” do Estado não se vence no voto, mas na oração, na resistência e na desobediência civil pacífica.

    A espera do Arrebatamento Secreto não gera inconformismo e evolução

    O mundo evoluiu até aqui por causa de uma única palavra: inconformismo. Presente em todas as situações da vida, o inconformismo é a mola propulsora para mudar realidades e situações em todos os setores da vida, sem exceção. O inconformismo tem como Autor o próprio Deus, o qual injeta essa palavra na mente dos homens. Os crentes em geral precisam urgentemente deixar o escapismo conformista do Arrebatamento Secreto para poderem fazer a revolução no mundo. Somente a Igreja tem o poder de Cristo para transformar o mundo. Portanto, sejamos sempre inconformados! Vamos mudar o mundo! Enquanto muitos estão ansiosamente esperando que o Senhor os leve deste mundo através do Arrebatamento Secreto, a promessa do Senhor é de nos guardar em meio ao sofrimento, e não para escaparmos deste mundo como se nós não tivéssemos obrigações de salvá-lo.

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  • Ultimamente tenho lido sobre como a Igreja foi acolhedora e trouxe progressos para a humanidade - ainda na época da idade média - que falsamente chamamos de “idade das trevas”. A Igreja precisa novamente tomar conta de tudo! A ciência em geral e o governo precisam estar novamente nas mãos amorosas e acolhedoras da Igreja de Cristo. Difícil é colocar isto na cabeça desta geração de crentes rebeldes, os quais, entregaram todos os setores da sociedade nas mãos dos maus, tudo pela espera de um tal de Arrebatamento Secreto que jamais vai acontecer. E para piorar, hoje em dia a obsessão pelo mal nas igrejas evangélicas chega mesmo a ser um culto. Como consequência, o pensamento é de que as coisas irão piorar, a tecnologia teria sido feita para o império da Besta, não há luz no fim do túnel e nem o que se possa fazer, pois o mundo é como um Titanic que inevitavelmente irá afundar. A única esperança desses crentes é um suposto arrebatamento que nunca chega. “Mas será desta vez”, dirá alguns. Tal diagnóstico ignora de tal forma outras questões da realidade, uma delas é que os crentes devem urgentemente pelo menos começar a ler livros melhores dos que já foram lidos até agora sobre o tema escatológico. Dias atrás senti o ódio por parte de alguns evangélicos em relação a Escatologia Apostólica (Preterismo). Até parecia que alguns queriam partir para a agressão. O fato inegável é que a Grande Tribulação, o Anticristo, o Arrebatamento e o caos no mundo só são defendidos com unhas e dentes enquanto estiverem na teoria. Na hora do “vamos ver”, muitos desses crentes iriam querer jamais ter nascido ou que tais profecias não fossem verdade. Na verdade, nenhum desses crentes hipócritas querem a escassez, a falta de prosperidade e o caos em seu tempo de vida, mas no fundo querem para os outros, para os que estiverem vivendo na época dos acontecimentos. Meus irmãos em Cristo, enquanto ouço a música “My Way” na voz de Cauby Peixoto, estou pensativo a respeito da fantasia gospel em nosso país. É tanta ignorância que recebo diariamente que só posso

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  • dizer uma frase: não haverá nenhum Arrebatamento Secreto, nem grande tribulação, nem anticristo e nem fim dos tempos. O que haverá é a continuação natural do mundo e das gerações, cada vez mais com progressos e sem pioras, até que nosso Senhor Jesus Cristo apareça dentro de Sua criação novamente, trazendo a imortalidade e a libertação do Cosmos.

    Colocando as coisas nos

    seus devidos lugares No meio de tantas interpretações futuristas erradas é preciso colocar muitos textos bíblicos em seus devidos lugares ou contextos. Dois deles encontram-se nas cartas de Paulo de 1ª e 2ª Tessalonicenses. O texto de 1ª Tessalonicenses 4:13-18 fala a respeito da ressurreição na Segunda Vinda de Cristo, no último dia. Já o texto de 1ª Tessalonicenses 5:1-11 fala a respeito do “dia do Senhor”, ou a vinda de Cristo em juízo contra Jerusalém que ocorreu no ano 70 d.C. Como sei sobre isto? É muito simples! A resposta está em 2ª Tessalonicenses 2:1-12 em que se diz que os tessalonicenses acreditavam que já tinha “chegado o Dia do Senhor”. Ou seja, a dúvida deles não era em relação a transformação dos vivos e a ressurreição descritos na primeira carta, pois se fosse este o caso, era só eles olharem ao redor para saberem que ninguém havia ressuscitado e nem o mundo havia sido transformado. A dúvida deles era em relação ao “dia do Senhor” descrito no capítulo 5 de 1ª Tessalonicenses.

    ... Porque em 1ª Tessalonicenses 4:16 onde se diz que o Senhor “descerá do céu” deve ser entendido literalmente, ao passo que em outras passagens do Antigo Testamento onde se diz que Deus “desce” eram referências simbólicas? A resposta está no fato de que Cristo

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  • subiu ao céu literalmente, de corpo e alma, e Sua humanidade, Seu corpo material, está preservado para todo o sempre. Portanto, Cristo é Homem e Deus para sempre! Assim sendo, a volta de Cristo pode ser literal, pois, conforme foi dito aos discípulos, o Senhor “há de vir assim como para o céu o vistes ir” (Atos 1:9-11). Me veio à mente agora o profeta Ezequiel e a interpretação dispensacionalista. O profeta Ezequiel tem um recadinho para aquela galera que diz que na Bíblia o termo “em breve” não quer dizer “breve”, ou “o tempo está próximo” não seria “próximo”, pois, segundo essa galera, o tempo de Deus é diferente do tempo humano. O profeta simplesmente desmente essa tese! Leia com muita atenção Ezequiel 12:22 a 28, e depois, tire suas conclusões! Outra questão me vem à mente:

    “O texto de Hebreus 10:25 apoia o Preterismo contra a interpretação dispensacionalista?”

    “Não deixando a nossa congregação, como é costume de alguns, antes admoestando-nos uns aos outros; e tanto mais, quanto VEDES que se vai aproximando AQUELE DIA”. Os cristãos hebreus do primeiro século poderiam “ver” “aquele dia” se aproximando? A evidência que os dispensacionalistas apontam hoje é a atual situação do mundo mostrando o cumprimento das profecias. Mas, o que os hebreus poderiam “ver” em seu tempo, nos tempos da igreja primitiva? Hebreus 10:25 claramente é uma referência ao juízo que se abateria sobre Jerusalém no ano 70 d.C. Sendo assim, quanto mais me aprofundo na interpretação preterista da profecia bíblica, mais fico impressionado sobre como estamos distantes do entendimento primário dos leitores originais, do contexto histórico e da Bíblia explicando a própria Bíblia. Por isto, não tenho mais dúvidas de que a interpretação moderna do Apocalipse é uma outra bíblia escrita encima da Bíblia original e a espera atual pela

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  • Segunda Vinda por parte de alguns é a espera de um outro “jesus”. Nossa esperança ficou fadada ao Anticristo, a Grande Tribulação e a um “jesus” superstar que é, na verdade, um “jesus” bem distante das Escrituras. Trocamos o sacrifício de verdadeiramente salvar o mundo por uma fantasiosa promessa de fuga.

    Enfim...

    As palavras de 1ª Tessalonicenses 4:17 que dizem que os vivos serão “arrebatados... nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares”, muitas vezes nos dão a impressão de que voaremos alto nos céus, na atmosfera terrestre. Mas, todavia, uma análise mais cuidadosa das palavras gregas para “nuvens”, “ares” e “arrebatados” nos mostram dentro do contexto bíblico uma outra realidade mais gloriosa. As “nuvens” referem-se as nuvens de Glória que sempre acompanham o Senhor. Os “ares” é o ar ao nosso redor e não a questão de estar nas alturas. E, por fim, ser “arrebatados” nunca indica que o sujeito deixa a Terra. Temos então em 1ª Tessalonicenses 4:17 uma cena de ressurreição, assim como foi a ressurreição de Lázaro que não foi levado a nenhum céu, mas continuou na Terra.

    ... Desta vez a farsa dispensacionalista acabou! Não há mais volta! É o começo do fim do Dispensacionalismo!!!! O Dispensacionalismo popular agora tem um grande problema teológico para responder. Nos últimos 70 anos a interpretação popular da profecia bíblica entre os dispensacionalistas tem sido a seguinte: o relógio da profecia começou a funcionar novamente em 14 de maio de 1948 com a criação do Estado de Israel. Tinha 70 anos para ser executado. E agora? 2018 de fato será o ano da frustração e da migração da maioria dos evangélicos para outras correntes escatológicas. Chega de Arrebatamento Secreto!!!

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  • ... Muitos pastores ensinaram suas ovelhas que o Arrebatamento é para que elas não tenham que experimentar a morte. Isto não é verdade. Os vivos sendo arrebatados é a justificativa do que acontecerá com eles quando da vinda de Cristo. Tanto a morte como o ser arrebatado são quase a mesma coisa, é tudo num abrir e fechar de olhos. Alguns dirão que a morte é pior porque a pessoa agoniza por causa de acidentes, tragédias ou doenças etc. Mas, imagine uma coisa, ou seja, se Cristo viesse hoje Ele encontraria cada um de nós exatamente como estamos neste momento. Seríamos transformados e arrebatados vivos, mas alguns de nós estariam até tal momento agonizando, outros doentes em uma cama, outros com dores, outros felizes, outros depressivos e outros orando ou cantando. No final, tudo dá na mesma! Ser arrebatado é também experimentar a morte da velha natureza.

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  • 5 O Dispensacionalismo

    e suas loucuras A semelhança do que o pessoal da esquerda há muitos anos faz para dominar a política no Brasil, o Dispensacionalismo de tal forma se infiltrou nas igrejas, institutos bíblicos, seminários de teologia, literaturas e mídia, que por muito tempo não tivemos uma voz sequer que com poder conseguisse enfrentar efetivamente tal entendimento errado da escatologia bíblica. O futurismo dispensacionalista pregado na maioria das igrejas evangélicas de tal forma perdeu a referência bíblica que transformou a profecia bíblica em fanatismo e em muitas especulações desenfreadas. Hoje em dia, qualquer evento catastrófico, seja qual ele for - e até mesmo se tal evento não tem paralelo nas Escrituras - acaba virando em neurose de uma possível volta de Cristo. Assim, a profecia tem sido uma problemática para a igreja desde os tempos dos apóstolos. O poder de fogo do Dispensacionalismo tem sido tão grande que levará anos para que a grande maioria do meio cristão venha se livrar dele. Definitivamente, para mim, o Dispensacionalismo é a maior prova visível de como uma contaminação doutrinária pode fazer um estrago tão violento. E olha que o Dispensacionalismo com suas loucuras tem estado de pé por dois séculos.

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  • O Dispensacionalismo exerceu durante quase dois séculos uma gigantesca hegemonia no discurso escatológico da Igreja. Esse sistema de ensino influenciou dominando a cultura e a interpretação do futuro, ditando assim as regras para outras correntes escatológicas pessimistas. Até mesmo os incrédulos foram dominados pelo discurso pessimista do Dispensacionalismo, ao ponto desse sistema de interpretação abrir caminhos para o discurso de um futuro caos ecológico no mundo, bem como ajudou a sustentar o discurso dos partidos de esquerda. Assim sendo, por culpa do Dispensacionalismo, os partidos de esquerda não tiveram resistência para tentar dominar o mundo, pois os crentes como principal barreira estavam de braços cruzados esperando por uma iminente falsa vinda de Jesus. De todos os pensamentos escatológicos pessimistas, creio que o Dispensacionalismo é o único que negativa e poderosamente influenciou a cultura, a sociedade, o pensamento, o comportamento, a mídia secular, a história, as nações etc. O pior de tudo isso é saber que esse grande poder de influência vem de uma escatologia fantasiosa, digna de filmes de Hollywood. Me lembro como se fosse hoje, que no período entre o final dos anos 90 até 2009, tempo este em que o Dispensacionalismo com suas fantasias prevaleceu em minhas crenças, eu havia chegado a tal profundidade no estudo desse sistema que o mesmo me gerou tantas dúvidas que - num dado momento - pensei seriamente se a Bíblia era inspirada ou não. O que sempre segurou as rédeas era a única certeza que eu tinha, ou seja, a história e a Divindade de Jesus Cristo estavam muito consistentes e bem fundamentadas em minha mente. Este foi o único motivo que segurou a minha fé como âncora da alma.

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  • O Iluminismo influenciou o Dispensacionalismo

    Ultimamente tenho revisto minhas posições acerca das origens da humanidade. O fato é que sempre acreditei na coisa certa, mas do modo mais fantasioso possível. Tratar os três primeiros capítulos de Gênesis como relatos simbólicos não é negar a sua historicidade, assim como o forte simbolismo do Apocalipse não nega a historicidade da profecia cumprida. O problema é que o Dispensacionalismo, influenciado pelo Iluminismo, fez com que os cristãos evangélicos perdessem a capacidade de lidar com metáforas, símbolos ou alegorias, como se tudo isso fosse sinônimo de fantasia. O literalismo rígido tem trazido muito prejuízo para o evangelho, fazendo com que a Bíblia seja zombada por céticos, ateus e cientistas, ao mesmo tempo dando a entender que os crentes acreditam em fantasias.

    O Dispensacionalismo surgiu num período muito duvidoso da história

    Alguns ensinam que o século 4º foi quando ocorreu a Grande Apostasia, através do imperador romano Constantino, o qual teria dado origem a igreja Católica romana. Na verdade, o Cristianismo como religião oficial do império romano trouxe a preservação da Bíblia, da doutrina e infinitos benefícios que usufruímos até hoje. Verdadeiramente, foram os séculos 18 e 19 que trouxeram as mais Cruéis Apostasias jamais vistas no mundo, pois foram nesses tempos que houve o surgimento do Marxismo, Darwinismo, Mormonismo, Adventismo, Testemunhas de Jeová, Ciência Cristã, Dispensacionalismo e até mesmo quem negasse a existência de Jesus

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  • Cristo. Por isto, os progressos alcançados pelo Reino de Deus e o seu avanço sofreram um considerável anestesiamento até os dias de hoje. Sobre o aparecimento do Dispensacionalismo num momento duvidoso da história humana, o teólogo N.T. Wright faz algumas declarações interessantes a respeito. Em uma entrevista em um vídeo publicado no Youtube, N.T. Wright disse que:

    “A teoria do arrebatamento está simplesmente baseada em uma leitura exageradamente literal de 1ª Tessalonicenses 4. [...] E é interessante porque o Dispensacionalismo aparece particularmente no século XIX. Precisamente na época em que, devido ao racionalismo pós-Iluminista, as pessoas tinham se esquecido de como funcionam as metáforas. E então, por uma série de interessantes razões culturais e sociais em meu país e posteriormente no seu, as pessoas começaram a encaixar determinadas passagens em formas particulares...”.

    (Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=7jy7xKwziO4 Acessado 31 de Agosto de 2019)

    Inevitavelmente o Dispensacionalismo

    chegará ao seu fim...

    Nós, preteristas e pós-milenistas, estamos todos atualmente empenhados em consertar os estragos que o chamado Dispensacionalismo deixou para trás. Desconheço uma interpretação escatológica tão espúria que quase acabou com a cultura e o envolvimento dos evangélicos no mundo. Anátema contra o sistema Dispensacionalista!

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  • 6 O Pós-milenismo e o otimismo em relação ao futuro do mundo

    É comum na cultura brasileira que a ignorância absoluta seja fonte de conhecimento, pois quanto menos se sabe sobre um assunto, mais nosso povo está disposto a opinar sobre ele. Isto é o que acontece entre os evangélicos. Multidões nada sabe sobre o Preterismo e o Pós-milenismo, mas, mesmo assim, opinam sobre esses assuntos como se fossem autoridades, ou eruditos. O resultado tem sido vergonhoso e desastroso! É um fato marcante para mim que em minhas exposições sobre o Preterismo e o Pós-milenismo, nenhum dos meus contestadores sequer têm o trabalho de serem “nobres” - como foram os bereanos de Atos 17:11. Nenhum deles recebem “a mensagem com grande interesse”, nem mesmo examinam “todos os dias as Escrituras, para ver se tudo era assim mesmo”. Ninguém pratica a dialética em busca da verdade. Simplesmente são as suas “verdades” escatológicas que acabam regendo a análise. Digo isto de muitos pastores, teólogos e membros de igrejas. Todos os que tentam refutar o Preterismo e o Pós-milenisno, sem exceção, nunca fizeram um estudo analítico-profundo sobre essas duas questões. Aqui vai um puxão de orelha aos senhores pastores famosos: vocês falam do que não sabem. Como pode alguém falar de algo sem

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  • conhecer o outro lado da moeda? Pois é, isto acontece no meio evangélico, justamente porque falta a nobreza dos bereanos (Atos 17:11). Quem é nobre não fica com disse-me-disse, não tem medo da verdade, mas procura saber se as coisas são de fato como apresentadas. Há quase dez anos - quando vi que era minha missão divulgar com urgência o Preterismo e o Pós-milenismo - sempre tive em mente que a semente desses conhecimentos deveria cair entre o povão em geral. A classe pastoral, os professores de teologia etc., seriam os últimos que eu daria atenção, pois esses são os mesmos que têm grande potencial de fazer aquilo que Jesus disse: “Vocês mesmos não entram, nem deixam entrar aqueles que gostariam de fazê-lo”. Por isto, não consultei nenhum deles (nem para pedir opiniões), haja vista que a maioria esmagadora deles nada sabia sobre essa Escatologia Apostólica. Por outro lado, essas mesmas lideranças evangélicas estão sendo os últimos que estão abraçando o Preterismo e o Pós-milenismo e, no final das contas, a participação deles terá um grande e decisivo peso na decisão das pessoas comuns. Se Deus não tivesse colocado um fervor escatológico em muitos de nós, na atual geração, acredito que as grandes pérolas sobre o Preterismo e o Pós-milenismo seriam divulgadas em solo brasileiro somente nos próximos dez ou vinte anos ainda. Muitos teólogos reformados sabedores dessas questões, com seus passos de lesma, pouquíssimo iriam produzir. A restauração de uma escatologia sadia virá dos pentecostais. Parece que os teólogos brasileiros desconhecem a força que uma ideologia tem. Até mesmo os que estão fora das fileiras evangélicas reconhecem o poder de uma linha de pensamento. Observando como as ideologias têm uma força assombrosamente assustadora, penso no exemplo da filósofa marxista Marilena Chaui. Tempos atrás, essa filósofa já havia indicado que a teologia da prosperidade é uma das principais forças que estão ameaçando o esquerdismo brasileiro. Agora, imagine o poder de estrago que a ideologia do Preterismo e do

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  • Pós-milenismo podem fazer contra toda forma de oposição ao Reino de Deus, inclusive contra o esquerdismo brasileiro. Imagine o otimismo encontrado no Preterismo Parcial e no Pós-milenismo como não teria ameaçado o esquerdismo brasileiro há muito tempo. Portanto, creio que o Preterismo Parcial e o Pós-milenismo possuem a palavra final sobre a Escatologia Bíblica por várias razões muito simples, ou seja, ambos levam o leitor para o tempo da escrita do Novo Testamento para que o mesmo se coloque no lugar dos primeiros leitores, ajudando-o a entender como eles entenderam. Essas duas correntes escatológicas também não possuem especulações proféticas ou teorias e nem se baseiam nas últimas notícias dos jornais, mas consideram o ambiente cultural e os “indicadores de tempo” ensinados na Escatologia Apostólica. No Pós-milenismo encontramos uma escatologia otimista genuinamente bíblica. Nas Escrituras, do começo ao fim, podemos encontrar a esperança de melhora no mundo. Só para citar um exemplo, a vida do patriarca Jó é uma sombra da esperança pós-milenista, da vitória da Igreja neste mundo. A questão central é que no final tudo acaba bem, assim como aconteceu com a vida de Jó. Ainda pretendo escrever um e-book sobre o Pós-milenismo no livro de Jó. Para combater o Pós-milenismo, os futuristas da noite para o dia tornam-se “preteristas”, porque precisam sempre apelar para os acontecimentos do passado como prova de que o mundo só tem piorado. Assim, apelam para as duas grandes guerras mundiais ou para a gripe espanhola que matou quase cem milhões de pessoas. O irônico é que essas catástrofes horríveis em grande escala não se repetem mais há quase um século e, hoje em dia, apesar de todo poder bélico nuclear altamente destrutivo, nada acontece para acabar com o mundo e as nações estão sempre procurando dialogar pela paz – coisas essas que não aconteciam antigamente.

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  • Eu sei muito bem que diante de tantas mídias, tais como: televisões, jornais, rádios, internet, redes sociais e um bombardeio constante de sons e imagens, será muito difícil convencer as pessoas de que o mundo de hoje é muito melhor do que há cem, duzentos, mil, dois mil ou dez mil anos. Mergulhadas nesta cultura, somente pessoas que queiram realmente conhecer e levar os dados históricos seriamente, poderão chegar à conclusão e reconhecer que o nosso mundo não piorou, mas que Cristo mudou a história a tal ponto que a humanidade tem evoluído até o presente momento. Eu fico perplexo quando vejo crentes duvidando que o mundo será dominado pela fé cristã antes da volta de Cristo. Tais crentes, quando olham para o mundo, não conseguem acreditar que a maioria das pessoas das nações um dia se converterão a Cristo. Eles somente creem que tudo mudará quando abruptamente Cristo voltar e restaurar tudo a força. Como você pode dizer que crê que Cristo restaurará tudo repentinamente se não crê nem que Ele transformará os corações da maioria, ainda antes da Sua volta? Leia o Salmo 22:27-31 e reflita se você crê mesmo que o Senhor é capaz de converter os corações das pessoas antes da volta de Cristo. Possivelmente não estaremos vivos para ver, mas esse Salmo terá seu cumprimento integral, ainda antes da volta de Jesus: “Lembrar-se-ão do SENHOR e a ele se converterão os confins da terra; perante ele se prostrarão todas as famílias das nações” (Salmo 22:27). Então, o mundo será assim: “Ele julgará entre os povos e corrigirá muitas nações; estas converterão as suas espadas em relhas de arados e suas lanças, em podadeiras; uma nação não levantará a espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerra” (Isaías 2:4). Os crentes atuais não acreditam nisso para antes da volta de Jesus. Aliás, o sistema religioso atual e suas ideias pessimistas de fim do mundo matou a fé de muitos. A verdade é que desde quando comecei andar pelas fileiras evangélicas, tenho notado uma constante fuga do mundo. Uma das

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  • minhas grandes brigas contra as chamadas igrejas, é a respeito dos retiros feitos durante o período de carnaval. Enquanto o diabo coloca seu bloco nas ruas, os crentes, principalmente os jovens, seguindo costumes semelhantes ao dos pagãos e monges budistas, se retiram para lugares longe das pessoas para tempos de suposta meditação. A desculpa que sempre ouço é a mesma já faz anos, ou seja, dizem que a juventude não está preparada para evangelizar no meio da folia. As denominações demonstram assim a sua fragilidade em relação ao mundo. Nem mesmo o ateu tem essas “neuras” dos crentes em geral”. Na tentativa de proteger os jovens, muitos dos quais eu conheci tornaram-se religiosos duas vezes mais digno do inferno do que os mundanos. Muitas denominações tornaram-se tão mais mundanas do que o próprio carnaval. Os tempos de carnaval me faz lembrar do início dos anos 2000, quando escrevi um e-mail para uma mega “igreja” de Londrina, com os seguintes dizeres:

    “Se eu fosse depender de vocês para ser salvo nesta época de Carnaval eu estaria perdido, pois enquanto Satanás coloca seu bloco na rua, vocês fogem para os retiros”.

    Resultado, o Cacique, dono da igreja, me pediu para comparecer Segunda-feira em seu escritório. A história não mudou até hoje. Essa “putada” continua fragilizando seus jovens e vivendo como se fossem verdadeiros monges. Não somente os retiros de carnaval, mas também a ideia pessimista de que o mundo vai acabar fez com que os crentes cruzassem os braços. Enquanto isso, os comunistas, os humanistas, os ateus e os materialistas trabalharam incansavelmente se infiltrando nas instituições, nas escolas, nas igrejas e na cultura. Pegaram facilmente tudo aquilo que pertence ao Reino de Deus, pois os nossos “digníssimos” pastores indiretamente assim incentivaram. O resultado desastroso está aí para todos verem.

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  • Apesar da falha dos evangélicos por causa do pessimismo, por outro lado é fato histórico/científico que o mundo progressivamente só tem melhorado desde que Cristo pisou aqui. Quem nega isto, ou não tem conhecimento histórico, ou usa as atuais notícias de jornais que apenas revelam um contexto circunstancial. Lamentavelmente, ainda está faltando muita literatura nessa área do conhecimento. A Fé cristã é a única que só tem produzido progressos e melhorias através dos séculos. Quando eu digo que a obra de nosso Senhor Jesus Cristo fez o mundo melhorar nesses últimos dois mil anos – e fará muito mais até o Dia perfeito – falo isto baseado nas Escrituras, na história, na filosofia, na análise sistemática cuidadosa sobre questões circunstanciais, analisando sempre os prós e os contras. Senhores evangélicos, eu não tenho culpa que vocês não acreditem nisto e não têm mais esperança de nada. A falta de esperança de vocês é por darem ouvidos a uma multidão de pastores desinformados. Estudem mais, por favor!

    ... Diante de mais de sessenta mil assassinatos por ano no Brasil, do avanço do Islã, da ameaça da Coréia do Norte, de ditaduras espalhadas pelo mundo, de corrupções em vários países e da vida secular em franca decadência, como posso ainda afirmar que o mundo melhorou desde os tempos de Cristo? Em primeiro lugar, devo dizer que não sou um “papagaio” repetidor de ideias. Segundo, questões circunstanciais de um determinado período de tempo são meramente visões parciais de mundo. E, em terceiro e último lugar, o que afirmo é baseado em análise histórica, filosófica, psicológica e principalmente bíblica, sempre respeitando contextos de época. Não podemos ser parciais em nossa análise do mundo.

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  • A ideia do mundo melhorar até a volta de Jesus não é nenhuma utopia ou ficção cientifica. Os avanços feitos até agora desde quando Cristo pisou nesta Terra, nos mostram que o Cristianismo de fato melhorou o mundo. Quando digo que o mundo melhorou, não estou me baseando em notícias de jornais e nem em questões circunstanciais vividas por algum país, no caso, o Brasil. Me baseio em fatos estatísticos, históricos, filosóficos, teológicos e em análises comparativas de gráficos sobre o mundo através dos séculos. Portanto, quando falo sobre esse assunto, me baseio em dados. Não cai de paraquedas ontem. Se todo esse estudo não vale para muitos evangélicos, saibam que os ateus tomaram notas desses estudos e