O Relatório Kruchev - ::: PAULO TIMM do Timm... · 19.A Esquerda do futuro: uma sociologia das...
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O Relatrio Kruchev
Konder: "Relatrio Kruschev fofoca" | Comunidade Josef ... comunidadestalin.blogspot.com/.../konder-relatorio-kruschev-e-fofoca.ht...
14 de nov de 2014 - h mais de um ano
http://revistacidadesol.blogspot.com.br//konder-relatorio- Revista Cidade Sol: ".
Stalin e culto personalidade: o grande mito Parte 2 | Iglu ... https://iglusubversivo.wordpress.com/.../stalin-e-culto-a-personalidade-o-...
13 de jul de 2012 - (NS Kruschev:Relatrio para o Comit Central, 20 o Congresso
do PCUS , Fevereiro de 1956, Londres 1956, p. 80-81). Em seu discurso
Carlos Marighella: https://books.google.com.br/books?isbn=8571392625
Cristiane Nova, Jorge Nvoa - 1999 - Brazil
O RELATRIO KRUSCHEV: SUA REPERCUSSO SOBRE O PCB E A REAO DE
MARIGHELLA A "estabilidade" alcanada pelos comunistas no Brasil
A Coletivizao da Terra na Urss - Estante Virtual
www.estantevirtual.com.br/b/fabio-bettanin/...terra-na-urss/2924631285
Indice
1. O Relatrio que Assombrou o Mundo - Luis Paulo
Pilla Varres - 27/03/2006 PTSUL
2. O Relatrio Krushchev 60 anos Paulo Timm Sul21
3. O Relatrio Kruchev Mario Srgio Conti .2016
4. Batalhas de memria no ps-guerra sovitico: A
controvrsia stalinista no relatrio secreto de
Nikita Khruschov - Chrystian Wilson Pereira
5. O RELATRIO SECRETO DE KRUSCHEV E O PARTIDO
COMUNISTA DO BRASIL (PCB): DESESTALINIZAO E CRISE -
Frederico Jos Falco
http://comunidadestalin.blogspot.com/2014/11/konder-relatorio-kruschev-e-fofoca.htmlhttps://iglusubversivo.wordpress.com/2012/07/13/stalin-e-culto-a-personalidade-o-grande-mito-parte-2/https://books.google.com.br/books?id=l82Io869YSIC&pg=PA76&lpg=PA76&dq=Relatorio+KRUSCHEV&source=bl&ots=FJqUy1i8iE&sig=0UgLTY5bin-OkOjcnDmGTvEeUAc&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwj8gLqg-YHLAhWJFZAKHUKcB4I4ChDoAQhZMA4https://www.google.com.br/search?sa=N&espv=2&biw=1366&bih=599&tbm=bks&q=inauthor:%22Cristiane+Nova%22&ved=0ahUKEwj8gLqg-YHLAhWJFZAKHUKcB4I4ChD0CAhaMA4https://www.google.com.br/search?sa=N&espv=2&biw=1366&bih=599&tbm=bks&q=inauthor:%22Jorge+N%C3%B3voa%22&ved=0ahUKEwj8gLqg-YHLAhWJFZAKHUKcB4I4ChD0CAhbMA4http://www.estantevirtual.com.br/b/fabio-bettanin/a-coletivizacao-da-terra-na-urss/2924631285
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6.AS DENNCIAS SOBRE OS CRIMES DE STALIN -
Antonio Paim
7. O Relatrio Kruchev Wikipedia
8. A crise do movimento comunista, de Fernando
Claudn
9. A Coletivizao da URSS
10. A Coletivizao da Terra na URSS
11.Marxismo sovitico
11.A Revoluo Brasileira, de Caio Prado Jr. Por Paulo
Maraioli
12 - Um Partido de Massas - Antonio Gramsci
13. Gramsci y la izquierda en Amrica Latina - Ral Burgos
14 - O Gramsci que conhecemos e o que ele inspirou - Alberto
Aggio
15.A DEMOCRACIA COMO VALOR UNIVERSAL -Carlos Nelson
Coutinho
16. TROTSKI (TROTSKY) - O PROFETA ARMADO - VOL. I ,
II, iIII da TRILOGIA - ISAAC DEUTSCHER
17-Consideraes marxistas sobre as ``iluses
democrticas`` - Roberto Barros
18-O Projeto Revolues uma realizao do Instituto de
Tecnologia Social - ITS BRASIL, da Secretaria Nacional de
Direitos Humanos da Presidncia da Repblica, do SESC-SP e
da Boitempo Editorial
http://www.pstu.org.br/buscar-autor?id=391
-
19.A Esquerda do futuro: uma sociologia das emergncias -
Boaventura de Sousa Santos
20. preciso tratar da democracia socialista
Tarso Genro
Anexo -O Relatrio Krushcher 24-25 fevereiro de
1956
*
1.O Relatrio que Assombrou o Mundo
http://www.pilla.vares.nom.br/2006/relatori.htm
Luis Paulo Pilla Varres - 27/03/2006 - PTSUL
H exatos 50 anos ocorreu o 20 Congresso do Partido Comunista da Unio
Sovitica. Nikita Kruschev era o secretrio geral do PC e leu , na ocasio, um
documento que se tornou clebre por ter abalado o mundo inteiro. O relatrio
era para ser secreto, restrito aos integrantes do comit central do PCUS. Mas
vazou e todos os rgos da mdia internacional deram ampla divulgao ao
documento que fazia uma reviso da poltica de Stlin na Unio Sovitica com
denncia at ento inimaginveis na poca. As repercusses polticas foram
imensa, no apenas na URSS, mas fora delas, principalmente nos Partidos
Comunistas ocidentais que, de uma hora para outra, viram-se na urgncia de
revisar suas posies. A dois plos: o Partido Comunista Italiano, que desde o
fim da Segunda Guerra Mundial, baseado na linha poltica de Antonio Gramsci,
construa sua poltica a partir da realidade italiana, e o Partido Comunista
Francs que sempre se alinhou de forma incondicional aos soviticos. Eram os
dois mais importantes PCs do Ocidente. Mas o debate estava instalado e era
impossvel escapar dele. Os italianos mais independentes e melhor
aparelhados teoricamente tornaram-se uma referncia para a esquerda
mundial. Os franceses, mais duros, perderam alguns de seus intelectuais mais
expressivos. O pequeno, mas influente, PC ingls, tambm soube tirar proveito
http://www.pilla.vares.nom.br/2006/relatori.htm
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do sopro de liberdade que o Relatrio de Kruschev gerou. No Brasil, o fato teve
uma enorme repercusso, gerando a dissidncia de Agildo Barata que era o
segundo lder em importncia no Partido, apenas depois de Luis Carlos
Prestes.
Entretanto, o que os meios de comunicao, com raras excees, nunca
chegaram a mencionar na poca que muitos anos antes do clebre relatrio,
o lder revolucionrio Leon Trotsky j havia feito o inventrio do stalinismo com
muito mais profundidade do que o Relatrio de Kruschev. Em obras como "A
Revoluo Desfigurada", "A Revoluo Trada", "Os Crimes de Stlin", Trotsky
j havia feito a denncia e analisado o surgimento de um novo regime poltico
que ele chamaria de o "termidor sovitico", uma negao dos princpios e
propsitos da Revoluo Socialista de 1917: um regime poltico, social e
econmico que tinha como nico fator ativo a camada burocrtica detentora
absoluta do poder.
Anos depois, logo ao final da Segunda Guerra, um pequeno grupo da esquerda
francesa, animado principalmente por Cornelius Castoriadis, criou a revista
"Socialismo ou Barbrie", que iria ainda mais longe nas crticas burocracia
sovitica, negando que esta era uma casta parasitria, como pensava Trotsky,
mas sim era uma nova classe social que dirigia um tipo diferente de
capitalismo, o "capitalismo burocrtico total".
A invaso da Hungria, em novembro de 1956, pelas tropas soviticas que
esmagaram a revoluo dos conselhos operrios, iria comprometer seriamente
o Relatrio de Kruschev, mas os efeitos deste foram fundamentais para a
posterior evoluo da esquerda mundial. No podemos desprezar na histria
da esquerda brasileira este momento crucial do Sculo XX. Ns do PT, de
certa forma somos tambm resultado do esfacelamento parcial do regime
stalinista em 1956, quando se abriram as perspectivas para o surgimento
vigoroso de uma nova esquerda em escala internacional.
___________________________________________________
O RELATRIO KRUSCHEV: 60 ANOS
Paulo Timm - Porto Alegre - 25 fevereiro 2016
ntegra deste artigo em
http://www.paulotimm.com.br/site/downloads/lib/pastaup/Obras%20do%20Tim
m/160225031317RELATORIO_KRUSHCHEV.pdf
http://www.paulotimm.com.br/site/downloads/lib/pastaup/Obras%20do%20Timm/160225031317RELATORIO_KRUSHCHEV.pdfhttp://www.paulotimm.com.br/site/downloads/lib/pastaup/Obras%20do%20Timm/160225031317RELATORIO_KRUSHCHEV.pdf
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memria de Luiz Paulo Pilla Vares, combativo jornalista portoalegrense que nos abriu os
olhos para o marxismo crtico.
*
a exigncia de abandonar as iluses sobre sua condio
a exigncia de abandonar uma condio que necessita de iluses
(Karl Marx - 1844, em Introduo Crtica da Filosofia do Direito de Hegel)
A fora do Estado totalitrio to grande que deixou de ser um meio,
convertendo-se em objeto de admirao e xtase mstico , religioso.
Vassili Grossman in Vida e Destino, pg226
minha frente estava o fim previsvel de um caminho , um desastre de
ressonncias apocalpticas, mas , sobretudo, a runa de uma casa, de uma
cidade inteira, mas, sob de sonhos e vidas. (...) O pior era saber que, de
alguma forma, o desaparecimento de Ivn era tambm o do meu mundo e de
tanta gente que partilhou nosso espao e nosso tempo. (...) Porque o papel de
Ivn ode representar a massa , a multido condenada ano anonimato, e seu
personagem funciona tambm como metfora de uma gerao e como o
prosaico resultado de uma derrota histrica. (...) Cansao histrico ou utopia
pervertida?
L. Padura (ultimas palavras- pg. 583-4 Mantilla, Cuba) , in O Homem que
amava cachorros.
Estaline demasiado rude e este defeito, que pode ser tolerada
livremente em nosso meio e nos contatos entre ns, comunistas, se torna
um vcio que no pode ser tolerado em um exerccio do cargo de
Secretrio-Geral. Devido a isso, proponho que os camaradas considerem
o mtodo pelo qual Stalin seria retirado esta posio e por outro homem,
que seria escolhido para ele, um homem que, acima de tudo, que difira de
Stalin, em apenas uma qualidade, ou seja, maior tolerncia, maior
lealdade, maior gentileza e atitude, mais atencioso para com os
camaradas, um temperamento menos caprichosa, etc
(V.I.Lnin Testamento Poltico , transcrito no Relatrio Krushchev -1956)
Viva o maior gnio da humanidade, o Mestre, o Chefe que nos conduziu
vitoriosamente para o comunismo , nosso querido Stalin
Nikita Krushchev , ao trmino de discurso em maro de 1939 apud
J.Semprum in Um belo domingo , Ed. Nova Fronteira, 1980 apud Carlos IS.
Azambuja em As denncias sobre os crimes de Stalin 09 .03.2006
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Indice
Introduo
1. Os trs momentos da conscincia crtica no Brasil:
Ilustrao aristocrtica Classes Mdias Mov.Populares
2. O Relatrio Krushchev 1956
3. Stalinismo x Anti-stalinismo: O desafio
*
Introduo
Para o conjunto das foras populares, coloca-se assim uma tarefa
de amplo alcance: a luta para inverter essa tendncia elitista ou
prussiana" da poltica brasileira e para eliminar suas
conseqncias nas vrias esferas do ser social brasileiro.
Carlos Nelson Coutinho in A democracia como valor universal.
Estivesse vivo, Luiz Paulo Pilla Vares, jornalista, ativo militante comunista,
crtico incansvel do estalinismo, teria iniciado assim sua crnica do dia:
H exatos 60 anos ocorreu o 20. Congresso do Partido Comunista da Unio
Sovitica. Nikita Krushchev era o Secretrio Geral do PC e leu, na ocasio, um
documento que se tornou clebre por ter abalado o mundo inteiro
Assim fez , quando o que viria a ser denominado Relatrio Krushchev celebrou
seu cinquentenrio. H dez justos anos:
Ns do PT, de certa forma somos tambm resultado do esfacelamento parcial
do regime stalinista em 1956, quando se abriram as perspectivas para o
surgimento vigoroso de uma nova esquerda em escala internacional.
Luis Paulo Pilla Varres in O Relatrio que Assombrou o Mundo -
http://www.pilla.vares.nom.br/2006/relatori.htm - 27/03/2006
Relembro-o e o homenageio com este pequeno estudo sobre o Stalinismo.
http://www.pilla.vares.nom.br/2006/relatori.htm
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A denncia dos crimes de Stalin no era indita. J tinha histria. A grande
ciso da social democracia europeia no incio do sculo XX j prenunciava uma
contestao severa ao modelo da revoluo bolchevique, a qual, entretanto,
acabaria se impondo depois de 1917 como o verdadeiro caminho da esquerda
revolucionria. Mas logo abriria suas prprias fendas ideolgicas. O Relatrio
Kruschev, de 1956, as revelaria.
Leon Trotsky, um dos lderes da Revoluo de 1917, ao lado de Lnin,
assassinado no Mxico em 1940 a mando do Guia Genial dos Povos, como
os comunistas chamavam a Stalin, j escrevera vrias obras sobre o carter
do regime sovitico e de seu principal lder. Pagou caro: exlio e morte, numa
trajetria muito bem reconstituda no instigante romance do cubano Leonardo
Padura, O Homem que Amava Cachorros. Outra fico, mais original e
sensvel, porque escrita por um russo, durante os anos do reinado de Stalin,
Vida e Destino, tambm vinda ao pblico brasileiro no ano passado, reitera o
horror. Foram minhas leituras inesperadas e preferidas nos ltimos tempos.
Antes, porm, a publicao no Brasil, nos anos 60, da trilogia bio-
historiogrfica de Isaac Deutscher sobre Trotsky j me advertira para os
tropeos do socialismo sovitico.
A direita anticomunista no perderia, naturalmente, diante da evidncia destes
percalos, a oportunidade para expor as feridas do novo regime. Stephanie
Courtois, diretor de pesquisas do Centre National de la Recherche Scientifique
CNRS lanou, em 1997 , uma coletnea de denncias em O Livro Negro
do Comunismo, produzido graas abertura dos arquivos da KGB, no qual
aparece um inventrio da represso e martrios, incluindo a grande fome na
URSS durante a fase do Comunismo de Guerra, entre 1917 e 1921, da
surgindo o nmero de 20 milhes de vtimas s na URSS:
Uma lista parcial mais detalhada de alguns crimes cometidos na Unio
Sovitica durante os regimes de Lenin e Stalin descritos no livro inclui:
As execues de dezenas de milhares de refns e prisioneiros e de
centenas de milhares de operrios e camponeses rebeldes
entre 1918 e 1922.
A grande fome russa de 1921, que causou a morte de 5 milhes de
pessoas.
A deportao e o extermnio dos cossacos do Rio Don em 1920.
O extermnio de dezenas de milhares em campos de concentrao no
perodo entre 1918 e 1930.
O Grande Expurgo, que acabou com a vida de 690 000 pessoas.
A deportao dos chamados "kulaks" entre 1930 e 1932.
O genocdio de 10 milhes de ucranianos - conhecido como "Holodomor" -
e de 2 milhes de outros durante a fome de 1932 e 1933.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Leninhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Stalinhttps://pt.wikipedia.org/wiki/1918https://pt.wikipedia.org/wiki/1922https://pt.wikipedia.org/wiki/Fome_russa_de_1921https://pt.wikipedia.org/wiki/Cossacohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_Don_(R%C3%BAssia)https://pt.wikipedia.org/wiki/Grande_Expurgohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Kulakhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ucranianoshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Holodomor
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As deportaes de polacos, ucranianos,
blticos, moldavos e bessarbios entre 1939 e 1941 e entre 1944 e 1945.
A deportao dos alemes do Volga.
A deportao dos trtaros da Crimeia em 1943.
A deportao dos chechenos em 1944.
A deportao dos inguches em 1944.
(O_Livro_Negro_do_Comunismo )
Trotsky preconizava que isto tudo se devera degenerao termidoriana da
Revoluo, reduzindo-a a uma variante de dominao burocrtica. Coisa de
gentes, no de processos. No deu a Stalin, sequer o benefcio do
bonapartismo. MasTrotsty era um leninista convicto, que jamais reconheceria
os excessos da violncia revolucionria, comeando pela liquidao da Revolta
dos marinheiros na Ilha Kronstad, em 1921. O Relatrio Krushcchev, mesmo
sem qualquer anlise do carter do regime sovitico, convalidava as denncias
de Trotsky e, abriria, no seio do Movimento Comunista e do marxismo, uma
nova fase de reflexes sobre os caminhos da Revoluo. Aqui, duas posies:
Uma, rejeitaria as denncias, justificando os malfeitos, seno pela
necessidade, pela inevitabilidade da violncia no sendeiro do credo ortodoxo
do leninismo stalinista. Foi o caso da China Popular, que fizera a Revoluo em
1949, e posteriormente da Albnia, sob o regime de Enver Hoxha, e de
correntes a eles associados como os rebeldes que sairiam do velho Partido
no Brasil, ento sob a liderana de L.C. Prestes, para formar, em 1962, o
PCdoB - de viva presena no cenrio poltico brasileiro atual - e o odioso
regime de PolPot no Camboja, frente do Khmer Vermelho. A outra,
claramente revisionista, que acabaria desembocando dentro da prpria URSS
na Glasnost de Gorbachev, produzindo, no fim, o colapso do comunismo
naquele pas em 1991, mas com reflexos, tambm nos Partidos Comunistas,
na esquerda e no marxismo no mundo inteiro. Esta verso acabaria por se
reencontrar com a renegada socialdemocracia nos anos 90. Aqui, contudo,
logo depois do Relatrio Krushchev, houve, tambm, uma dupla atitude: De
um lado, que seria o caso do Partido Comunista Francs (e, em parte, do
Partido Comunista Brasileiro PCB -,) passou-se a uma reviso mitigada, sem
ruptura com os postulados revolucionrios sintetizados na ideia da Ditadura do
Proletariado. De outro lado, caso do Partido Comunista Italiano, que
repercutiria sobremaneira no Brasil (e Amrica Latina) depois dos anos 70,
vindo a iluminar as lideranas do PT fortemente alimentadas pela Teologia da
Libertao, acendeu-se um farol para futuras revises, numa franca redefinio
sobre a natureza do Partido - de massas e no de vanguarda -, e da conquista
gradual do poder atravs do entendimento, embora vacilante, da democracia
como valor universal. Na Europa Ocidental ambas vertentes acabam
convergindo, nos anos 70, para o que viria a ser conhecido como
eurocomunismo, uma variante leninista soft de compatibilizao da tradio
https://pt.wikipedia.org/wiki/Polacoshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Moldavoshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Bessar%C3%A1biohttps://pt.wikipedia.org/wiki/1939https://pt.wikipedia.org/wiki/1941https://pt.wikipedia.org/wiki/1944https://pt.wikipedia.org/wiki/1945https://pt.wikipedia.org/wiki/Alem%C3%A3es_do_Volgahttps://pt.wikipedia.org/wiki/T%C3%A1rtaroshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Crimeiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Chechenoshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Ingucheshttps://pt.wikipedia.org/wiki/O_Livro_Negro_do_Comunismo
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comunista com as novas exigncias da presena da esquerda numa Sociedade
de Bem Estar, com slidas instituies. Destaque-se, neste processo, a
intensa fermentao do marxismo como filosofia crtica na Frana, desde a
lealdade de J.P.Sartre aos ideais revolucionrios, passando pelos vrios
grupos intelectuais de inspirao maosta, trotskista, neomarxista e at ps-
marxista, como Cornelius Cartoriadis, para quem a crtica ao estalinismo
avanaria na condenao absoluta da URSS, apontando para a necessidade
de reviso crtica de todo o aparato conceitual revolucionrio acumulado no
Sculo XX.
O Relatrio Krushchev teve, portanto, para os comunistas, uma importncia
real e uma importncia simblica. Confrontou-os com Histria e no mais
apenas com a Utopia. Da sua atualidade, apesar de que as novas geraes se
sintam j muito distanciadas, seja da Revoluo de 1917, seja de seu
significado para a construo de um mundo alternativo ao capitalismo. Ele foi o
marco da inflexo que levaria grande crise do marxismo como inspirao
crtica dos movimentos populares e de libertao nacional. A doutrina,
enquanto conjunto de prescries mudana, ficou cada vez mais balcanizada
em Partidos tradicionais de vanguarda, ditos comunistas, ou tendncias
dentro de Partidos de Massas, como o PT, sem grande densidade intelectual e
capacidade de avaliao de situaes especficas sobre as quais atuam. A
Filosofia, enquanto reflexo crtica, saiu dos Partidos Comunistas para instalar-
se academicamente nas Universidades, desdobrando-se a numa infinidade de
tendncias, uma delas, sectria, de mera reverberao da militncia. Mas tem
contribudo para o avano da doutrina. De qualquer forma, de se ressaltar
que nas geraes anteriores aos anos 1980 , no Brasil, quando a classe mdia
ilustrada ainda detinha grande relevo na cena pblica do pas, dando a
impresso de que se tratava de uma sociedade avanada e tolerante, o cultivo
da tradio revolucionria, quer no estudos sobre Marx, quer no culto
Revoluo de 1917 e suas realizaes, quer na admirao Grande Marcha
na China ou Revoluo Cubana, era muito maior do que hoje. A emergncia
das classes populares cidadania, ao mercado e, sobretudo, ao espao
pblico da palavra, mudou muito esse velho e simptico reinado de jovens
rebeldes e bem educados. A esquerda perdeu em encanto o que ganhou em
fora bruta. O texto a seguir analisa este fenmeno, traz de volta os fantasmas
da construo do socialismo na Rssia e conclama uma problematizao
criativa das questes do socialismo como indispensvel a abertura de
caminhos grande crise que se se avizinha.
Como sempre: Socialismo ou Barbrie, no mais nos moldes da tradio
revolucionria, mas como construo de uma democracia cada vez mais
slida entre-ns. Como? Seguindo a ltima mensagem de Karl Marx
humanidade em seu modesto leito de morte, em Londres, nos idos de 14 de
maro de 1883 : Sejam crticos!
-
1.Os trs momentos da conscincia crtica no Brasil
Tudo neste vasto mundo de Deus (e do diabo...- Vade Retro!!) datado, at o
Universo, luz da verificao, h poucos dias, das ondas gravitacionais.
Somos no tempo. Transitamos pela geografia. Entre este ser eterno e o estar
efmero, a nossa ansiedade. Medo da morte? Talvez. Galeano, sempiterno,
morreu constatando essa voracidade insana do homem diante da Histria.
Quer tudo no seu tempo. D errado...
H tempo, portanto, para tudo e para todos. A Bblia j sabia... Para a
humanidade, para a civilizao ocidental, para a modernidade europeia, para
afirmao de uma conscincia crtica no nosso pas. Destaco-o para me situar,
antes de falar no Relatrio Krushchev, o qual, h 60 anos revelava ao mundo
os crimes de Stalin, demarcando uma era de glorificao do Guia Genial dos
Povos (pelo qual era designado Stalin pelos comunistas).
Dito Relatrio, proferido secretamente, sem a presena de representantes do
Movimento Comunista Internacional, no XIV Congresso do Partido Comunista
da URSS, no dia 25 de fevereiro de 1956, por Nikita Krushchev, seu Secretrio
Geral, o mesmo acima citado (sic), deu incio ao que ficou conhecido como
desestalinizao do mundo sovitico e foi uma verdadeira comoo entre os
comunistas do mundo inteiro. A primeira, certamente, de grandes propores,
mundiais, desde que Lnin assumira sua liderana moldando o marxismo como
uma Teoria da Revoluo. E que abriria a porteira para o questionamento no
apenas de Stalin, mas do prprio leninismo e, em alguma parte, tambm do
marxismo como filosofia crtica e instrumento de superao da ordem social
instaurada com o capitalismo.
Mas comecemos pelo Brasil, para compreender onde se insere este impacto e
at para perceber porque ele perde importncia com o tempo. Quem se
importaria, hoje, no mbito da esquerda, h 13 anos no Poder entre ns, em se
ocupar deste fato. No obstante, h dez anos, ainda que voz solitria, Luiz
Paulo Pilla Vares, ainda o repercutia em artigo na Zero Hora. Explica-se: Pilla
era um vigoroso intelectual marxista, militante histrico, crtico mordaz do
estalinismo.
Vamos s trs levas de rebeldia poltica no Brasil.
Percebo, desde o fim do Imprio, que sepultou a escravido e abriu caminho
para a Repblica, trs grandes geraes que sacudiram o Brasil, cada qual
expressando o tipo de desenvolvimento do pas e a natureza especifica de sua
sociedade. Inspiro-me no famoso texto de Trotsky 1789, 1848, 1905 -, que j
-
no tenho em mos, mas muito me marcou. A cada momento destas geraes,
um tipo de urbanizao, um certa composio da populao e um limite ao seu
devir poltico. Em grandes linhas, tivemos no sculo que vai de 1889 a 1989,
mudanas estruturais na nossa sociedade e que projetaram ondas de rebeldia
e radicalizao correspondentes. No vou me aprofundar. S sugerir. Porque
estou , com minha gerao dos anos 60 do sculo XX a pelo meio, mais
precisamente na gerao do tenentismo, que expressou as aspiraes da
classe mdia na vida pblica do pas. Estas levas nem so estanques, nem
muito menos claramente definidas. Entremeiam-se uma na outra, confundem-
se, mas, talvez seja ainda possvel identificar-lhes a origem social e principais
caractersticas.
Ao final do Imprio a grande demanda poltica era a Abolio e em torno dela
reuniram-se os homens de conscincia da Boa Sociedade daquele tempo.
Nossa populao era muito pequena, em torno de 10 milhes de habitantes,
predominantemente rural, a sociedade aristocrtica, centrada no Rio de
Janeiro, ento com menos de 1 milho de habitantes e os grandes lderes eram
homens alguma mulher? - de extrao privilegiada, cujo maior smbolo talvez
tenha sido Joaquim Nabuco, ou o sugestivo personagem de Lima Barreto em
O triste fim de Policarpo Quaresma. Tendemos a desmerecer a grande
ebulio representada pelo Movimento Abolicionista e seu significado para a
construo da democracia no Pas. Ela, mesmo centrada na aristocracia liberal,
recrutou, verdade, gente de toda a sociedade da poca e deixou, como
resultado principal, o que fora seu principal objetivo: O fim da escravido.
Lembre-se que o Manifesto Comunista era de 1848 mas a Filosofia Crtica
ainda tinha pouco curso no Brasil. clebre uma crnica de Machado de Assis
bastante irnica quanto s repercusses do marxismo naquelas sombras
senhoriais e que receberia cida crtica de Octvio Brando pela ignorncia que o
escritor teria do socialismo cientfico de Marx e Engels (KONDER, Leandro. Intelectuais
Brasileiros e Marxismo. Belo Horizonte: Oficina de Livros, 1991, pp. 13-18). Mas ela j
continha os grmens da nova ecloso que seria abortada pela Proclamao da
Repblica.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Oct%C3%A1vio_Brand%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Socialismo_cient%C3%ADficohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Marxhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Engels
-
Com efeito, abre-se, ento, com o sculo XX uma era de grandes
transformaes estruturais no Brasil. A populao urbana cresce, chegando a
quase 40 milhes em 1930, e proporciona, graas ao caf e primeiras
indstrias uma grande diversificao social, somando-se ao Rio a moderna
So Paulo, o pas comea a se interligar, sendo importante registrar a
construo da via frrea do Rio Grande do Sul at So Paulo em 1910, as
demandas de modernizao se exaltam na dcada de 20, com a Semana de
Arte Moderna, a criao do Partido Comunista, as manifestaes tenentistas
que sacudiam das Areias de Copacabana s veredas do grande serto. Qual
sua demanda? Modernizao do pas, respeito s urnas, desenvolvimento e
afirmao cultural. Esta onda, todos os estudos o demonstram, tinha um
carter clssico das classes mdias emergentes, que no cabiam nos moldes
da sociedade senhorial do Bico de Pena, herdada do Imprio. Culminou a
radicalizao com a Revoluo de 1930 e se prolongou, merc de seus
espasmos, em 1935, 1945, 1954, 1964 at 1989, quando o pas j era muito
diferente de um sculo atrs, bastante ver seu peso na economia mundial, sua
populao concentrada em grandes metrpoles, sua secularizao. Cumpriu-
se, no que pretendeu: Preencher o grande vazio do gigante adormecido. Seria
muito difcil identificar todo este longo perodo num nome, mas foi , certamente,
Vargas, o smbolo maior desta fase, que teve na afirmao nacional, nas
mudanas econmicas e nas expectativas de participao popular no processo
poltico atravs de organizao poltica prpria, no caso o velho PTB, que
operava como esturio dos comunistas e socialista, seus pontos focais, e da a
transferncia do protagonismo aristocrtico do personagem, tpico do Imprio,
para o coletivo. No por acaso, Brizola, como herdeiro de Vargas, no epicentro
-
do trabalhismo, evidenciava o carter das mudanas ocorridas no Brasil. Este
processo, por muitos identificado como nacional-desenvolvimentista, tem um
corte poltico de 1964 a 1985, mas no de natureza social e econmica. At
pelo colapso da resistncia armada aos militares entre os anos 1968-1970, a
faco mais radical ao nacional-desenvolvimentismo, a grande mobilizao
poltica do pas retorna aos cnones liberais de demanda por democracia
depois da acachapante vitria de 18 Senadores do MDB nas eleies de 1974.
Reafirma-se, portanto, o carter tpico da classe mdia nas mobilizaes
sociais, muito embora j apontando para a emergncia dos movimentos
populares de base , sobretudo em So Paulo.
Revoluo de 30 leva Vargas ao poder, onde permaneceu por 15
anos ...
acervo.oglobo.globo.com620 357Pesquisa por imagem
Getlio Vargas, ao centro, posa com o alto comando da Revoluo de 30 no Palcio do Catete Reproduo
https://www.google.com.br/search?q=vargas+na+revolu%C3%A7%C3%A3o+de+30&biw=1366&bih=643&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjK9tiCnY_LAhWIvZAKHexXB_kQ_AUIBygC#imgrc=EpkWSArGzsrB3M%3A
Foi neste mbito da histria do Brasil , sobretudo no ps-guerra, que se gestou
a minha gerao militante, marcada, internamente, primeiro (1945-64) pela
hegemonia do trabalhismo como protagonista do progresso nacional e, depois
(1964-89), na luta pela redemocratizao; no plano internacional, pelo fascnio
ideolgico pelo marxismo , cuja maior realizao fora a Revoluo Bolchevique
de 1917 e a construo do socialismo naquele pas. A URSS havia tido um
http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/revolucao-de-30-leva-vargas-ao-poder-onde-permaneceu-por-15-anos-9267655http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/revolucao-de-30-leva-vargas-ao-poder-onde-permaneceu-por-15-anos-9267655http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/revolucao-de-30-leva-vargas-ao-poder-onde-permaneceu-por-15-anos-9267655http://acervo.oglobo.globo.com/fatos-historicos/revolucao-de-30-leva-vargas-ao-poder-onde-permaneceu-por-15-anos-9267655https://www.google.com.br/search?tbs=sbi%3Acs&tbnid=EpkWSArGzsrB3M%3A&docid=LUG1zuKbsCDLNMhttps://www.google.com.br/search?q=vargas+na+revolu%C3%A7%C3%A3o+de+30&biw=1366&bih=643&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjK9tiCnY_LAhWIvZAKHexXB_kQ_AUIBygC#imgrc=EpkWSArGzsrB3M%3Ahttps://www.google.com.br/search?q=vargas+na+revolu%C3%A7%C3%A3o+de+30&biw=1366&bih=643&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjK9tiCnY_LAhWIvZAKHexXB_kQ_AUIBygC#imgrc=EpkWSArGzsrB3M%3Ahttps://www.google.com.br/search?q=vargas+na+revolu%C3%A7%C3%A3o+de+30&biw=1366&bih=643&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwjK9tiCnY_LAhWIvZAKHexXB_kQ_AUIBygC#imgrc=EpkWSArGzsrB3M%3A
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papel importante, seno decisivo, na luta contra o nazi-fascismo, muitos
considerando que a vitria em Stalingrado, em 1943, fora seu ponto de
inflexo. Outras correntes, claro, sobretudo catlica, comeavam, tambm, a
participar de conscincia crtica neste processo, mas no meu objetivo
aprofundar sobre isso. Desejo, apenas, mostrar que o Relatrio Krushchev
bateu de frente com uma gerao ilustrada por bancos escolares ainda
preclaros, extrada primordialmente das classes mdias, moldada criticamente
pelos Manuais da Academia de Cincias da URSS. Foi um choque. Ningum
queria acreditar na veracidade do que este Relatrio dizia, chegando ao ponto
de Valrio Konder, um dos respeitados quadros do Partido afirmar que era
tudo fofoca, enquanto a imprensa do Partido o classificava de provocao do
imperialismo. E quando, enfim, foi confirmado, com o retorno do observador
brasileiro em Moscou, Digenes Arruda, no ms de agosto, fez-se verdadeiro
pnico, como assinala Frederico Jos Falco:
Os lderes partidrios esperariam o retorno da delegao brasileira enviada ao
XX Congresso para um pronunciamento sobre os acontecimentos. O nico
dirigente que sara do Brasil com esse fim, Digenes Arruda, s retornaria ao
Brasil em agosto, quando, ento, reunir-se-ia o Pleno Ampliado do Comit
Central (C.C.) do PCB, tendo sido a confirmado o contedo do Relatrio
Kruschev. Arruda, naquele momento, tentaria passar-se por crtico do
stalinismo, mas sofreria uma saraivada de crticas. O Pleno acabaria suspenso,
dado seu clima emocional, sendo convocada nova reunio para dois meses
depois.
O RELATRIO SECRETO DE KRUSCHEV E O PARTIDO COMUNISTA DO
BRASIL (PCB): DESESTALINIZAO E CRISE
http://www.rj.anpuh.org/resources/rj/Anais/2006/conferencias/Frederico%20Jose%20Falcao.
pdf
Depois de intensos debates e controvrsias imps-se como necessria uma
denominada Carta Rolha, de Luiz Carlos Prestes, lder inconteste do Partido,
para estancar o que parecia um derradeiro liquidacionismo. Estes teriam sido
dias, segundo Cristiane Nova e Jorge Nvoa, seus bigrafos (1999), que at o
endurecido Carlos Marighela chorou... Deste imbrglio todo acabaram se
retirando do movimento comunista importantes quadros como Osvaldo Peralva,
autor de O Retrato, um libelo no s contra o estalinismo, mas contra o
comunismo. Outros, acompanhar-lhe-iam, seja na autocrtica ou no ataque
frontal Velha Toupeira, designao carinhosa dos comunas Revoluo. A
sangria perduraria at 1962 quando, enfim, se consolida a lealdade de Prestes
com a URSS e do Partido com Prestes, mediante mudana nos Estatutos e
alterao do nome para Partido Comunista Brasileiro, PCB, mais conhecido
como Partido, pelo peso que viria a ter na vida poltica do pas, levando
ruptura dos rebeldes, que preferiram a lealdade com Stalin e que criariam em
http://www.rj.anpuh.org/resources/rj/Anais/2006/conferencias/Frederico%20Jose%20Falcao.pdfhttp://www.rj.anpuh.org/resources/rj/Anais/2006/conferencias/Frederico%20Jose%20Falcao.pdf
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18 de fevereiro de 1962 ,quando da V Conferncia Nacional Extraordinria, a
ruptura com a URSS atravs da restaurao do nome original Partido
Comunista do Brasil, sob a sigla PCdoB.. Dividia-se, pois, aqui, diante do
Relatrio Krushchev , irremediavelmente , o movimento comunista, tal como
em outras partes do mundo, no como linha oficial versus dissidncias, o que
j ocorrera com a defeco de Trotsky, mas como caminhos distintos no
processo revolucionrio. A Revoluo Cubana, em 1959, s acentuaria esta
diviso, criando mais uma via revolucionria para o socialismo. Isaac
Deutscher, historiador marxista, ressalta na dcada de 60 as trs grandes
inspiraes Revoluo: Sovitica, Chinesa e Cubana, todas soit-disantes
marxistas-leninistas.
Desde o seu surgimento, o PCdoB seguiu diversas linhas polticas baseadas
em distintas experincias comunistas pelo mundo. Surgiu sendo contrrio a
linha adotada por Nikita Khrushchov na antiga Unio Sovitica e reivindicando
o legado de Josef Stalin[12] . Nos anos 1960 adota a linha maosta (alinhando-
se com o Partido Comunista Chins) e passa a praticar a ttica de guerrilhas (o
PCdoB famoso pela atuao na Guerrilha do Araguaia). Em 1978 passa a
reivindicar o comunismo na Albnia (Hoxhasmo). Atualmente, o PCdoB
defende o desenvolvimento do capitalismo, como explica o governador do
Maranho Flvio Dino, primeiro governador pelo partido e cujo vice
do PSDB.[13]
https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Comunista_do_Brasil
Das dissidncias do marxismo, uma j havia derivado na social-democracia,
que viria a ter significativa importncia na construo do Estado de Bem Estar
na Europa Ocidental e que se consubstanciava na linha reformista, no
leninista, que via o Estado como um instrumento virtualmente disponvel para
transformaes sociais; outra importante dissidncia do marxismo, esta
proclamando-se como verdadeira herdeira de seu ramo leninista, o trotskismo,
viria a crescer enormemente diante da confirmao dos crimes de Stalin no
Relatrio Krushchev, principalmente na Frana, com repercusses no Brasil.
No vem ao caso, agora, explor-las, apenas salientar que na Frana, cujo
Partido Comunista era mais ortodoxo, abrir-se- uma dissidncia cada vez
mais revisionista URSS, extensiva aos postulados do marxismo-leninismo,
em grupos como Socialismo e Barbrie, sob a liderana do Filsofo Cornelius
Castoriadis, autor de Encruzilhado do Labirinto 1, 2 e 3, Paz e Terra, que
acaba ultrapassando a crtica burocracia sovitica para uma crtica ao
capitalismo burocrtico total, lindeiro do totalitarismo. J na Itlia, a influncia
de A.Gramsci, bastante crtico ao leninismo original, permite ao grande Partido
Comunista Italiano uma maior capacidade de absoro das dissidncias e
melhor sobrevivncia ao impacto do Relatrio Krushchev. Substitui a ideia do
https://pt.wikipedia.org/wiki/Nikita_Khrushchovhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o_Sovi%C3%A9ticahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Josef_Stalinhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Josef_Stalinhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Anos_1960https://pt.wikipedia.org/wiki/Mao%C3%ADsmohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Comunista_Chin%C3%AAshttps://pt.wikipedia.org/wiki/Guerrilha_do_Araguaiahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Alb%C3%A2niahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Enver_Hoxhahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Fl%C3%A1vio_Dinohttps://pt.wikipedia.org/wiki/PSDBhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Comunista_do_Brasil#cite_note-13https://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_Comunista_do_Brasil
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Partido de Vanguarda pelo Partido de Classe mas com carter de Massas e a
estratgia do assalto ao poder pela de construo da hegemonia, de carter
muito mais amplo, pedaggico e permevel lenta transformao do Estado e
da Sociedade:
"Para o Partido Comunista, o problema de se converter no partido das grandes
massas e, por conseguinte, partido do governo revolucionrio, no consiste
somente em resolver a questo de interpretar fielmente as aspiraes
populares, significa tambm resolver a questo de substituir os funcionrios
contra revolucionrios por funcionrios comunistas; significa por conseqncia,
criar um corpo de funcionrios comunistas, que sem impedimento, a diferena
dos socialistas, sejam extremamente disciplinados e subordinados ao
Congresso e ao Comit Central do Partido. Desta verdade, pouco simptica
aparentemente, devemos convencer nossos jovens; a realidade como , algo
rebelde, e deve ser dominado com os meios adequados, ainda que pareamos
pouco revolucionrios e pouco simpticos. "
(Antonio Gramsci - Um Partido de Massas 25 de Setembro de 1921 1a Edio:
LOrdine Nuovo de 05 de outubro de 1921.
No obstante, tanto o PCF como o PCI e mais ainda o Partido Comunista
Espanhol acabam na dcada de 1970 configuram-se em torno do que
denominaram euro-comunismo, um agiornamento destes Partidos s
exigncias das democracias ocidentais onde operavam, j claramente
desvencilhados dos imperativos do leninismo.
Importa, sim, registrar que, ao longo dos anos 1930 at 1989, o Brasil mudou
muito, econmica, social, espacial e politicamente, com a emergncia de fortes
movimentos sociais urbanos autnomos. Isso, contudo, isso no retirou do
cenrio onde se desenrolavam novos captulos da nossa histria seu carter
pequeno burgus, mesmo quando o radicalismo se expressava atravs de
confisses manifestamente comunistas. Muito contribuiu, para tanto, o
congelamento da vida pblica, com sua sequela de exlio, prises, mortes
seletivas, realizada pelo regime militar depois de 1964. Quando a
efervescncia social assomou, sob o abrigo do Governo Joo Goulart (1961-
64), foi castrada pelo golpe militar. Os quadros da resistncia, que se
seguiram, viriam a ser majoritariamente de classe mdia, com todos os defeitos
e vcios que isso implicava, mas que, hoje, segunda dcada do sculo XX,
provoca reaes como a da atriz Marieta Severo, que estranha o fato de que,
antes, tinha-se a impresso de que a sociedade brasileira estava mais
vanguarda do que nos dias atuais. Ora, isso no seno o resultado de que o
pas mudou muito nos ltimos 20 ou 30 anos. Somos uma sociedade de
massas, superior a 200 milhes de pessoas, concentradas em nove grandes
regies metropolitanas, merc de um novo protagonismo das classes at ento
-
subordinadas, cujo silncio abria caminho para o cenrio do uma conscincia
crtica elitizada.
Aqui, pois, o terceiro momento da vida pblica brasileira: o ps- 89, j implcito nas grandes greves do ABC dez anos antes e que impulsionaria, no bojo do protagonismo crtico das grandes massas o jovem Lula.
1979/90 ABC da Greve Leon Hirzman - YouTube
1:25:44
https://www.youtube.com/watch?v=2hhFk0cml6Y
10 de dez de 2011 - Vdeo enviado por caovidaloca
Documentrio de longa metragem sobre a primeira greve brasileira fora da
fbrica.Cobrindo os .
H 35 anos, uma greve
www.correiodobrasil.com.br635 357Pesquisa por imagem
O Sindicato dos Metalrgicos sofreu interveno, Lula e outros dirigentes sindicais foram presos
https://www.google.com.br/search?q=greves+abc+1979&biw=1366&bih=643&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwifvIWFnI_LAhXETJAKHfoUBrIQ_AUIBygC#imgrc=JersyIDHj0XHoM%3A
.
https://www.youtube.com/watch?v=2hhFk0cml6Yhttps://www.youtube.com/watch?v=2hhFk0cml6Yhttp://www.correiodobrasil.com.br/ha-35-anos-uma-greve/http://www.correiodobrasil.com.br/ha-35-anos-uma-greve/http://www.correiodobrasil.com.br/ha-35-anos-uma-greve/https://www.google.com.br/search?tbs=sbi%3Acs&tbnid=JersyIDHj0XHoM%3A&docid=EJX3l3ZUPWutPMhttps://www.google.com.br/search?q=greves+abc+1979&biw=1366&bih=643&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwifvIWFnI_LAhXETJAKHfoUBrIQ_AUIBygC#imgrc=JersyIDHj0XHoM%3Ahttps://www.google.com.br/search?q=greves+abc+1979&biw=1366&bih=643&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwifvIWFnI_LAhXETJAKHfoUBrIQ_AUIBygC#imgrc=JersyIDHj0XHoM%3Ahttps://www.google.com.br/search?q=greves+abc+1979&biw=1366&bih=643&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=0ahUKEwifvIWFnI_LAhXETJAKHfoUBrIQ_AUIBygC#imgrc=JersyIDHj0XHoM%3A
-
Nesta fase, inaugurada simbolicamente em 1989, pela importncia das
primeiras eleies diretas Presidncia da Repblica depois de 1959, ou seja ,
um interregno de 40 anos, sendo notvel o fato de que Lula, candidato,
ultrapassaria no pleito Leonel Brizola, a sociedade brasileira alcanava seu
apogeu moderno: Concentrao urbana, estrutura diversificada de classes com
forte eixo no proletariado industrial, secularizao, instituies democrticas.
Isso tudo, acabaria mudando, tambm, o perfil da prpria conscincia crtica, a
qual se deslocou das classes mdias iluminadas pelo marxismo para o os
movimentos populares fortemente influenciados pela Igreja e por correntes
reformistas. No por acaso, o PT, como expresso poltica destas mudanas,
vai assumindo cada vez mais influncia sobre as esquerdas, acabando por
impor-se hegemonicamente depois de vitria de Lula Presidncia, em 2002.
Paradoxalmente, este deslocamento da conscincia crtica para as classes
populares no representou uma radicalizao poltica, mas seu fortalecimento
em termos de ao e representao. O PT, por exemplo, com todos seus
vcios, sobretudo economicistas, foi, realmente, o primeiro partido poltico de
quadros eminentes populares, muitos oriundos de lutas sindicais ou populares
de bairros e movimentos sociais, nacionalmente organizado. Indito. Isto no
s um patrimnio do conjunto da nao brasileira, mas um fator de
institucionalizao que dificulta aventuras e golpes institucionais.
Coincidiu este momento de emergncia social no Brasil, que teria no PT e nos
seus governos instantes importantes, a falncia do dito socialismo real, na
extino da URSS, em 1991, ltimo captulo no rastro do Relatrio Krushchev,
de 1956, e a perda cada vez maior de importncia do marxismo, sub-dividido
numa infinidade de correntes, organizadas ou no, mas cada vez mais,
academizadas em disciplinas universitrias ou reduzidas por fiis crentes em
cartilhas dogmticas, sem qualquer peso na mobilizao e aglutinao da
resistncia popular. Ambos fatores se combinaram para a desatualizao do
tema da Revoluo, mesmo concebida com Mudana, nos moldes em que
ficou conhecida no grande debate sobre a Revoluo Brasileira entre os anos
1950 e 1960, vindo at a intitular vrios livros, dentre eles o mais famoso e de
maiores consequncias, de autoria de Caio Prado Jr. Nesse contexto, o 60.
Aniversrio do dito Relatrio, acompanhado de uma discusso mais profunda
sobre os fundamentos do estalinismo, passa , naturalmente, despercebido.
Quem tem interesse nesse debate...? Poucos, talvez, como eu, alguns
remanescentes desta era, que lemos sofregamente os dois grandes
romances lanados em 2015 Vida e Destino, de Vassili Grossman e O
Homem que amava cachorros, de L. Padura - , ambos, com enredo principal na
questo, justamente, do estalinismo...
-
2. O Relatrio Kruschev Moscou, 25 fevereiro 1956
Necessrio dizer e pensar que s o ser [...] Jamais se conseguir
provar que o no-ser ; afasta, portanto, o teu pensamento desta via de
investigao, nem te deixes arrastar a ela pela mltipla experincia do
hbito.
(PARMENIDES apud BUZZI, 1998, p. 35)
(Integra: http://www.midiaindependente.org/pt/red/2009/11/459652.shtml )
A histria, nesse nterim, torna-se estratgica e operacional, funcionando como instrumento do reformismo moderado de Kruschov,
de carter leninista. Era a hora de tomar as rdeas da histria das revolues russas. Ao tirar seu foco de um lder criminoso, inverter-se-
iam seus plos de ao novamente para uma direo a vrias mos. Em posio de inrcia, as contradies que celebravam seu irreformvel
carter de inflexibilidade, juntamente com o autoritarismo, seriam mantidas sob reformulaes pontuais e importantes ainda que
insuficientes a longo prazo para a imediata crise que se abatia no campo do antigo Imprio Russo. Stalin, contudo, no morrera. Seu
fantasma sobreviveria com o tempo, tornando-o exemplo mximo do paradoxal socialismo sovitico cujas evidncias de seu futuro colapso j
se apresentavam.
(Chrystian Wilson Pereira- Batalhas de memria no ps-guerra sovitico: A controvrsia stalinista no relatrio secreto de Nikita Khruschov
http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=420)
As Revolues Francesa de 1789 e a Bolchevique de 1917, que pretendeu
complet-la, em suas ltimas consequncias sociais e polticas, esto cada vez
distantes da juventude contempornea. Para ns, nascidos durante a guerra, a
Revoluo Russa, sobretudo para os que iam se inclinando ao ganhar
maturidade poltica esquerda, era muito presente tanto como uma realidade
palpvel como mito: A Ptria Socialista! Na verdade, ambas Revoluo,
Francesa e Russa, elas moldaram os sculos XIX e XX e projetam suas
influncias at hoje. Os que achavam que a Histria havia acabado, como
sugeriu Fukuyama em O Fim da Histria, sobrando-lhe, apenas o destino de
escolher entre os 50 tons de cinza, distante de polarizaes, devem ficar
espantados ao descobrir que as eleies americanas esto irremediavelmente
polarizadas entre candidatos de direita e de esquerda, talvez at, entre o
ultraconservador Donald Trump e o abertamente socialista E. Sanders. Somos
sempre muito do que fomos no passado. Aquelas revolues, impulsionadas
por ideais iluministas de razo e liberdade , abriram a humanidade para os
tempos modernos. Nos seus desdobramentos influenciaram correntes que
http://www.midiaindependente.org/pt/red/2009/11/459652.shtmlhttp://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=420
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priorizaram, ora a razo, em busca de uma sociedade mais igualitria,
desembocando nas correntes de esquerda, ora a liberdade, em busca de uma
sociedade conservadora, menos igual, mas com mais liberdade de movimentos
individuais. Ambas correntes, embora divergentes, at antagnicas na Guerra
Fria (1947-1991) contriburam para fazer do Sculo XX o sculo dos direitos,
mediante os quais os membros de um Pacto Social garantem, em direitos civis,
polticos e sociais, a contrapartida de seus deveres para com o Estado. Isso
pode parecer um trusmo, hoje, mas Norberto Bobbio destaca como uma
particularidade do contemporneo.
A Revoluo Sovitica filha deste processo e teve na filosofia marxista, filha
rebelde do Iluminismo, sua inspirao terica e em Lnin, lder do Partido
Bolchevique, faco do Partido Social Democrata Russo, que teria no
menchevique Leon Trotsky seu brao direito (e militar), o principal protagonista.
Na Rssia miservel e rural, mas com vasto contingente proletrio em torno de
grandes fbricas nas suas principais cidades, devastada pela I Guerra
Mundial, no foi difcil fazer a Revoluo. O pas estava destrudo, a economia
em frangalhos, o regime e o sistema de dominao em crise visvel. O difcil foi
garanti-la, tendo em vista seu significado revolucionrio para o mundo inteiro: A
eliminao fsica da Famlia Real e a eliminao social do Capital como forma
de dominao. Um novo mundo proletrio...
Lnin morreu em 1924 e, da em diante, seguiu-se uma encarniada luta pelo
poder interno, afinal vencida por Stalin, um georgiano rude, identificado com
Rssia interior e com incrvel capacidade de controle poltico ao redor,
comeando pelo prprio Partido Comunista, denominao dada ainda por
Lnin e que se estenderia aos adeptos do modelo russo em escala
internacional, primeiro no COMINTERN, depois da Guerra no COMINFORM,
este encerrado em 1957, ambos rigidamente controlados pelos russos. Conta
Isaac Deutscher, historiador marxista, bigrafo de Trotsky, que em 1934, Stalin
teria dado ao Congresso do PCUS naquele ano, o nome de Congresso dos
Vitoriosos, eis que assumira o controle da mquina liquidando todas as
oposies internas, sobretudo Trotsky, para o que fora necessrio fuzilar a
quase totalidade dos membros do Comit Central que havia feito a Revoluo
de 1917. Trotsky escapara, exilando-se na Turquia, depois no Mxico, onde
viria a ser assassinado em 1940 por Ramon Mercador, a servio de Stalin.
Uma alma pode sofrer por muito tempo, anos e anos, at dcadas, antes que
lentamente, pedra por pedra, construa sua prpria sepultura, chegando por s
prpria ao sentimento de perda eterna, e curvando-se prpria realidade.
(Vassili Grossman in Vida e Destino , pg. 165)
Stalin governar at sua morte, em 1953, em circunstncias ainda sombrias.
Nos anos em que implantou o socialismo na Rssia foi um implacvel tirano,
no s com os inimigos, mas com os prprios companheiros que o cercavam
-
no Partido. Mas no seu Governo, de grandes feitos, ele mudou a face da
Rssia e conseguiu, na Luta Patritica contra a invaso nazi, reverter o que
parecia uma vitria fcil de Hitler , em derrota: Os russos chegam a Berlim
antes dos Aliados.
Coincidia com a gesto de Stalin a vitria dos sovietes na Grande Guerra
Patritica contra a Alemanha Nazista (1941-1945) e um indiscutvel
desenvolvimento econmico que consolidara Moscou na posio de centro de
uma emergente potncia mundial, quase quatro dcadas aps a insurreio
bolchevique e a subseqente instalao revolucionria de um indito governo
socialista e antiburgus. Os ndices de crescimento atingiram impressionantes
safras, impulsionados pela industrializao forada e a eficcia do aparelho de
controle e planejamento estatal que estrangulava as possveis resistncias ao
modelo autoritrio de modernizao.
(Chrystian Wilson Pereira citado)
Isto deu ao grande Timoneiro e Genial Guia dos Povos, como era chamado
Stalin, imensa credibilidade tanto interna, como externa, junto aos crculos do
Movimento Comunista Internacional. J no incio da guerra, na verdade, em
1941, quando a Alemanha invadiu a URSS, Stalin detinha em suas mos o
Partido, o Exrcito Vermelho e todo o sistema sovitico sob estrito controle,
depois de duas levas de perseguies: Entre 1927 e 34, quando Trotsky foi
expelido e, depois, no Grande Expurgo, entre 1937-38.. Externamente, porm,
pouco se sabia do que ocorria na URSS at o Relatrio Krushchev, de 1956, a
despeito das obras de Trotsky A Revoluo Desfigurada, A Revoluo
Trada e Os crimes de Stalin. O grande romance Arquiplago Gulag, de
Soljenitzin, altamente crtico do regime sovitico e que lhe daria o Prmio Nobel
de Literatura em 1970, alm de estigmatizado pela esquerda por ser seu autor
um mstico anti-comunista, s viria a ser difundido no Ocidente depois desta
data - Arquiplago Gulag (ttulo no Brasil) ou Arquiplago de Gulag (ttulo em Portugal) (19731978).
Contribua para a glorificao de Stalin, um dos princpios da doutrina
comunista, consagrada nos Partidos Comunistas do mundo inteiro, como
Internacionalismo Proletrio. Este apontava para a defesa intransigente da
Unio Sovitica anteposta qualquer outra questo, mesmo nacional. Ora, a
Unio Sovitica era o Partido Comunista da Unio Sovitica PCUS - , e este
era Stalin, numa rplica extempornea de Luiz XVI que afirmava : L Etat c est
moi . Portanto, Ele era o Grande Guia.
Stalin era o Estado, e o Estado no tinha impulsos nem caprichos.
Vassili Grossman in Vida e Destino , pg.849.
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Com a derrota do nazismo, em 1945, tendo Stalin ao lado de Truman
(Roosevelt morrera um pouco antes), e Churchill na reconstruo da
democracia no mundo, o Movimento Comunista Internacional cresceu
vertiginosamente. Os Partidos Comunistas da Europa, Amrica Latina e
Oriente explodiram em filiaes. Cifras relevantes so apresentadas no livro do
espanhol Fernando Claudin , A Crise do Movimento Comunista O Apogeu
do Stalinismo Volume 2, Ed. Global, 2015:
A Crise do Movimento Comunista- Vol. 2: o Apogeu do Stalinismo
Fernando Claudn - Editora: Global Ano: 1986
Este volume corresponde segunda parte de A Crise do Movimento Comunista ("O Apogeu do Stalinismo"), onde Claudn analisa o perodo que marca a absoluta dominao da poltica
stalinista em todo o movimento comunista internacional, desde os anos imediatamente anteriores ecloso da Segunda Guerra Mundial, com o pacto germano-sovitico, passando
por todos os acontecimentos da resistncia ao nazi-fascismo, o "cisma iugoslavo", e culminando com o perodo do ps-guerra, com o abandono e o fechamento do Kommintern e
sua transformao no Komminform, no auge da guerra fria.
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Em 1953, por ocasio da morte de Stalin e mesmo at final da dcada,
quando, ento, o Relatrio Krushchev de 1956 tornou-se bastante conhecido, ,
vivia-se um verdadeiro auge da nobre causa da emancipao da humanidade,
sob a gide dos Partidos Comunistas, que lutavam pela paz e pela
prosperidade dos povos de todo o mundo. Foi neste clmax que sobreveio a
tempestade das denncias dos crimes de Stalin no XX Congresso do PCUS.
Fez-se, subitamente, muita luz e comearam a evidenciar-se os problemas
internos da URSS, muitos deles decorrentes da personalidade de Stalin,
outros, da prpria construo do socialismo: a coletivizao forada da terra, os
gulags, a censura cultural, o terror usado como instrumento de postos, valores
e mesmo gratificaes na estrutura burocrtica, etc.
O cenrio da proclamao a portas fechadas de Krushchev foi imaginado por
Semprum (cit.):
http://www.estantevirtual.com.br/autor/fernando-claudinhttp://www.estantevirtual.com.br/editora/globalhttp://baixar-livro-gratis.com/?p=228375
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Podemos imaginar a cena, sem dvida.
Nikita Kruschev j estava na tribuna. Martelava suas frases. Gritava, por
momentos, e sua voz tremia nos agudos. Despejava verdades monstruosas
umas depois das outras. Mas essa voz aterrorizante que descobria a nusea
da memria de todos, no era, desta vez, a voz didtica e montona de um Pai
todo-poderoso e remoto, inacessvel. Era a prpria voz de todos ali. Nikita
Sergheievitch era um deles e as centenas de homens e mulheres reunidos
nessa ocasio sinistra e solene podiam identificar-se com ele. Como ele,
haviam contribudo para derrotar todas as oposies.
Como ele, haviam derrotado o prprio partido. Como ele, haviam cantado
louvores a Stalin. Muitos deles, sem dvida, haviam assistido ao XVII
Congresso do PCUS, em maro de 1939. Lembravam-se, talvez, de que
Kruschev j havia subido tribuna, no dia 13 de maro de 1939, para falar nos
sucessos do comunismo na Ucrnia Talvez se lembrassem das palavras de
Nikita Sergheievitch, naquele dia longnquo de 1939, no momento exato em
que a guerra na Espanha terminava em sangue, derrota e confuso, por causa,
principalmente, da nefasta poltica de Stalin, cegamente posta em prtica pelos
conselheiros do Komintern e pelo grupo dirigente do Partido Comunista
Espanhol. Esses sucessos no se produziram espontaneamente, declarara
Kruschev no XVIII Congresso, foram conquistados no combate contra os
inimigos da classe operria e dos camponeses, contra os inimigos de todo o
nosso povo, na luta contra os agentes dos servios de espionagem fascistas,
contra os trotskistas, os bukharinistas e os nacionalistas burgueses.
Lembravam-se, talvez, pelo menos alguns deles, da concluso do discurso de
Kruschev em maro de 1939: Viva o maior gnio da humanidade, o Mestre, o
Chefe que nos conduziu vitoriosamente para o comunismo, nosso querido
Stalin!
Eles se lembravam do querido Stalin, sem dvida. Tremiam, ainda,
retrospectivamente, com um horror respeitoso e tmido.
Semprum tem razo no seu cenrio recriado do Beau Dimanche. L estavam
sentados no jovens renovadores do sistema sovitico, mas velhos cmplices
de Stalin. Segundo relato de Aristov, citado por Seprum na obra acima citada,
79,7% dos delegados presentes tinha mais de 40 anos, dos quais 55,7% , ou
seja, a maioria, tinha entre 40 e 50 anos, e 24% mais de 50% , deixando
patente que apenas uns poucos tinham em torno de 20 anos quando do
Grande Expurgo de 1937-38, a grande parte o vivenciou em plena maturidade.
De todos os delegados, 70% havia aderido ao Partido depois de 1931. Foram,
pois, cmplices da chacina sobre seus prprios camaradas. Como ele prprio,
Semprum, diz, o terror no era para eles algo pr-histrico, mas palpvel,
doendo-lhes, por certo, na conscincia.
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Estavam l, portanto, na grande sala do Kremlin, silenciosos, abatidos, alguns
perdendo os sentidos, outros chorando lgrimas de sangue ao escutar o
relatrio atribudo a Kruschev.
Estavam l os homens e as mulheres que haviam aderido ao partido de Stalin,
para preencher os vazios abertos por ele com o ferro em brasa da represso.
Estavam l os homens e as mulheres que haviam ajudado Stalin a estabelecer
o seu poder absoluto, no sentido literal do termo, isto , absolutamente
independente de toda determinao, mesmo em ltima instncia (oh, ntegros
doutores da f marxista), pela economia, pelas estruturas de classe da nova
sociedade russa.
Pois poder pessoal de Stalin foi, sem dvida, um dos instrumentos dados
nova classe dominante para instaurar o seu domnio se me perdoarem esta
expresso contempornea, cortando rente os tecidos sociais, na multiplicidade
heterognea dos fatores histricos, pois evidente que a classe um conceito
mais ou menos operacional, e que os conceitos, mesmo os mais operacionais,
no se apossam de nenhum instrumento e no instauram nenhuma dominao
a no ser para a necessria, no preciso dizer, reconstruo histrica, pelos
homens, de sua prpria histria mas, tendo dito isso, repitamos que o poder
pessoal de Stalin, instrumento da nova classe dominante, tornou-o
relativamente autnomo no final dos anos 30.
E o sinal mais evidente dessa autonomia foi a capacidade de desencadear
contra essa burocracia, da qual ele mesmo se originou e a qual representou
durante um perodo histrico, a represso pelo sistema de ondas sucessivas e
ininterruptas de terror, no somente a submisso devota da burocracia mas
tambm a mobilidade social no interior da mesma, pela destruio e
reconstituio permanentes e disfuncionais da elite.
(J.Semprum, cit)
O Relatrio era imenso, mais de 70 pginas e s seria conhecido na ntegra
pelos russos em 1989, em tempo da Glasnost de Gorbachev. . Fora antecedido
por um estudo da Comisso Chvernik, criada pelo Partido em 31 de janeiro de
1955 com o objetivo de investigar a represso contra os delegados ao
Congresso do Partido em 1934. Este estudo mostrou que no Grande Expurgo
de 1938-9 mais de um milho de militantes do PCUS haviam sido acusados de
atividades anti-soviticas , dos quais, em torno de 600.000 haviam sido
executados. Um horror! Genocdio de comunistas por comunistas...
O Relatrio Krushchev, que era para ser secreto, acabou vazando para o
Ocidente por John Rettie, da Reuters, numa sequncia rocambolesca de
traslados e traies. Em 13 de maio do mesmo ano chegou a Israel que o
repassou aos Estados Unidos sendo, ento, publicado pelo New York Times e
-
pelo The Guardian. Pouco antes, em 05 de maro de 1956 o Presidium do
PCUS ordenou que o Relatrio fosse lido em todos os nveis partidrios e nas
instncias do Konsomol. Logo depois, ainda em 1956, foi distribudo aos
Partidos Comunistas do Pacto de Varsvia , estendendo-se da para os demais
membros do Movimento Comunista Internacional. Quando encerrou-se o ano
de 1956, o Relatrio era fartamente conhecido.
A estrutura do Relatrio era didtica, comeando pela reverberao das
mximas do marxismo-leninismo aos quais enaltece e se filia, com breves
menes ao testamento de Lnin e de sua mulher Krupskaia sobre o carter
ameaador de Stalin. Centra-se na questo do culto personalidade de Stalin.
No momento, estamos preocupados com uma questo que tem imensa
importncia para o partido agora e no futuro - a forma como o culto da pessoa
de Stalin foi crescendo gradualmente, o culto que se transformou em um
determinado estgio especfico, a fonte de um conjunto de perverses
extremamente srias e graves dos princpios do Partido, da democracia
partidria, da legalidade revolucionria.
(Relatrio, 1956)
A partir da vai mostrando como se alastrou o uso de seu nome Stalin- em
todos os campos, desde nomes de cidades at a arte, e do abuso da violncia,
em detrimento do mtodo leninista de convencer e educar, citando como
exemplos:
-criao de provas falsas para acusar seus inimigos
-exagero de seu papel durante a Grande Guerra Patritica
-Deportao das nacionalidade
-Compl dos mdicos
Stalin descartou o mtodo leninista de convencer e educar, ele
abandonou o mtodo de luta ideolgica em favor da violncia,
represses em massa e terror.
... claro que Stalin mostrou em toda uma srie de casos sua
intolerncia, sua brutalidade e seu abuso de poder. Em vez de
provar sua correo poltica e mobilizar as massas, muitas vezes
ele escolheu o caminho da represso e aniquilao fsica, no s
contra os inimigos reais, mas tambm contra as pessoas que no
tinham cometido qualquer crime contra o partido e o governo
sovitico. Aqui vemos nenhuma sabedoria, mas apenas uma
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demonstrao da fora brutal que outrora to alarmou Lenin.
(Trechos do Relatrio Kruschev)
O resultado imediato do Relatrio Krushchev na URSS foi um rpido processo
de desestalinizao, atravs do qual todos os signos e vestgios do Grande
Timoneiro passaram a ser apagados. Seus restos mortais, inclusive, foram
removidos da Praa Vermelha. Do ponto de vista poltico, a retrica sempre foi
mais presente do que aquilo que pretendia, prioritariamente, (re)criar, na
esteira do leninismo: Maior presena coletiva no processo decisrio interno do
Partido e do Estado. Prestes, alis, na discusso interna do Partido, quando
da deflagrao do debate em torno do Relatrio Krushchev advertia que isso j
vinha ocorrendo na URSS desde um ano antes, embora num ritmo lento. Na
verdade, apesar de algum arejamento interno URSS, o Estado burocrtico e
policial subsistiria ainda por mais algumas dcadas.
A denncia poltica e ideolgica: a reformulao histrica
pretende tornar protagonistas da construo do socialismo sovitico o povo, as
lideranas plurais, intelectuais e atores do Partido; o coletivo (re)habilita-se
como grande responsvel pelo processo revolucionrio. A histria, nesse
nterim, torna-se estratgica e operacional, funcionando como instrumento do
reformismo moderado de Khruschov, de carter leninista. Era a hora de tomar
as rdeas da histria das revolues russas. Ao tirar seu foco de um lder
criminoso, inverter-se-iam seus plos de ao novamente para uma direo a
vrias mos. Em posio de inrcia, as contradies que celebravam seu
irreformvel carter de inflexibilidade, juntamente com o autoritarismo, seriam
mantidas sob reformulaes pontuais e importantes ainda que insuficientes a
longo prazo para a imediata crise que se abatia no campo do antigo Imprio
Russo. Stalin, contudo, no morrera. Seu fantasma sobreviveria com o tempo,
tornando-o exemplo mximo do paradoxal socialismo sovitico cujas
evidncias de seu futuro colapso j se apresentavam.
(Chrystian Wilson Pereira, citado)
Lentamente, porm, depois do Relatrio Krushchev a URSS, sem perder
totalmente seu papel na sustentao geopoltica mundial, no contexto da
Guerra Fria, atravs do apoio aos Movimentos de Libertao Nacional, em
vrias partes do mundo, desloca este papel de coordenadora da Revoluo
em escala mundial para o de competidora com o Ocidente, no qual a colocao
https://pt.wikipedia.org/wiki/Lenin
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do Sputnik no ar, em 1957, e a corrida espacial cumpriria importante papel. Da
o fechamento oficial do Kominform:
O Cominform ou Kominform (em russo: , abreviatura de
P
, transl. Informacionnoe Bjuro Kommunistieskich i Raboich Partij; em
portugus: "Escritrio de Informao dos Partidos Comunistas e Operrios")
o acrnimo usual para designar a organizao internacional liderada
pelo PCUS e cujo objetivo era promover o intercmbio de informaes e
coordenar as aes dos vrios partidos comunistas da Europa. De fato, o
Cominform serviria como instrumento de poltica externa da URSS. Possua
seu prprio jornal (cujo ttulo, em portugus, significava: Pela Paz Duradoura,
pela Democracia Popular!) e encorajava a unidade dos partidos comunistas do
mundo.
A criao da organizao foi anunciada em 5 de
outubro de 1947,[1] [2] [3] poucos dias depois da conferncia dos partidos
comunistas europeus, realizada entre 22 e 27 de setembro, em Szklarska
Porba, na Baixa Silsia polonesa. O encontro havia sido convocado por Stalin,
para resolver divergncias entre os governos do Leste Europeu quanto a
comparecer ou no conferncia do Plano Marshall, em Paris, em julho de
1947. Na poca, a maioria dos observadores ocidentais considerou a nova
organizao como a sucessora da Comintern, a Terceira Internacional ou
Internacional Comunista , criada em 1919 e dissolvida pela URSS em 1943, em
um esforo dos soviticos para tranquilizar seus aliados ocasionais na Guerra -
os Estados Unidos e a Gr-Bretanha.[4]
Inicialmente, o Cominform estabeleceu-se em Belgrado. Mas, aps a excluso
da Iugoslvia da esfera sovitica, em junho de 1948, a sede da organizao foi
transferida paraBucareste. A expulso da Iugoslvia por acusao
de titosmo iniciou o perodo do Informbiro na histria iugoslava.
O Cominform entrou em decnio depois de 1948, medida que outros partidos
comunistas, como o PCI, passaram tambm a questionar o controle do PCUS.
Afinal, a organizao foi oficialmente dissolvida em 1956, j no perodo
da desestalinizao promovida por Khrushchov, quando a URSS voltou a se
aproximar da Iugoslvia.
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Cominform)
Perdia, portanto, a URSS, vigor ideolgico, na luta poltica, reflexo da crise
moral derivada da publicidade das atrocidades stalinistas, mas fortalecia-se
como um realidade sensvel, capaz de oferecer um horizonte de progresso
continuado e redistribudo para a humanidade. Isto impediu, em parte, o
esfacelamento total do movimento comunista internacional. J.P. Sartre, na
https://pt.wikipedia.org/wiki/Transl.https://pt.wikipedia.org/wiki/Acr%C3%B4nimohttps://pt.wikipedia.org/wiki/PCUShttps://pt.wikipedia.org/wiki/Partido_comunistahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%ADtica_externahttps://pt.wikipedia.org/wiki/URSShttps://pt.wikipedia.org/wiki/Jornalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/5_de_outubrohttps://pt.wikipedia.org/wiki/5_de_outubrohttps://pt.wikipedia.org/wiki/1947https://pt.wikipedia.org/wiki/Cominform#cite_note-1https://pt.wikipedia.org/wiki/Cominform#cite_note-2https://pt.wikipedia.org/wiki/Cominform#cite_note-3https://pt.wikipedia.org/wiki/Szklarska_Por%C4%99bahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Szklarska_Por%C4%99bahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Baixa_Sil%C3%A9siahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Pol%C3%B4niahttps://pt.wikipedia.org/wiki/Stalinhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Leste_Europeuhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Plano_Marshallhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Parishttps://pt.wikipedia.org/wiki/Terceira_Internacionalhttps://pt.wikipedia.org/wiki/1943https://pt.wikipedia.org/wiki/Segunda_Guerra_Mundialhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Cominform#cite_note-Hist-4https://pt.wikipedia.org/wiki/Belgradohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Iugosl%C3%A1viahttps://pt.wikipedia.org/wiki/1948https://pt.wikipedia.org/wiki/Bucarestehttps://pt.wikipedia.org/wiki/Tito%C3%ADsmohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Informbirohttps://pt.wikipedia.org/wiki/PCIhttps://pt.wikipedia.org/wiki/1956https://pt.wikipedia.org/wiki/Desestaliniza%C3%A7%C3%A3ohttps://pt.wikipedia.org/wiki/Khrushchovhttps://pt.wikipedia.org/wiki/Cominform
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Frana e Eric Hobsbawn, na Inglaterra, que classificaria os anos posteriores ao
Relatrio como Anos Dourados, ficaram como expresses dessa resistncia
crtica, porm leal ao socialismo real. Ou, como sentenciou, certa vez, Herbert
Marcuse no seu opsculo Sobre o Carter Afirmativo da Cultura , Ed. Paz e
Terra, Coleo Leitura, 2001, pg. 41:
Onde o esprito precisa condenar, a alma ainda pode compreender...
3. Stalinismo x Anti-stalinismo: O desafio
Do ponto de vista das mudanas, em
certa medida, ocorreu um processo tanto paralelo
como inverso ao ocorrido no ps-Lenin da dcada de
1920. Assumiu o poder um setor da estatocracia mais
inclinado abertura, preocupado com as
necessidades sociais do povo, com uma certa
inclinao populista. [...] Mas as bases do sistema do
ordeno e mando monoltico e monopolista no
foram colocados em xeque por N. Khruschov ao
longo do processo de desestalinizao. Por algum
motivo, a maior parte da estatocracia apoiara o
processo da dcada de 1950. O sistema possua uma
desmedida fora de inrcia, em grande medida devida
aos xitos obtidos na poca da centralizao
necessria dos recursos, da industrializao, da
reconstruo e obteno do equilbrio militar, e um
poderoso corpo de defensores. [...] Confrontada com
estas mltiplas variantes, a estatocracia escolheu e
imps o pior: prosseguir sem mudar.
(Kiva Maidanik p. 24, 1998 apud
Chrystian Wilson Pereira in Batalhas de memria no
ps-guerra sovitico: A controvrsia stalinista no relatrio
secreto de Nikita Khruschov
-
http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm
?tb=alunos&id=420 )
J falei um pouco sobre as repercusses do Relatrio Krushchev sobre o
Movimento Comunista Internacional. Trata-se, agora, de tentar problematizar
estas repercusses, ou seja, compreend-las mais alm de uma srie de
deslizes e crimes, mas como resultado de processos que os envolvem. Vale
dizer: situ-los. O crime pode at ser natural, mas no o seu culto. Para impedi-
lo, o cultivo da virtude. O mal anunciado no Relatrio Krushchev, enfim,
ganhou um rosto, humano, chamado Stalin, mas nunca o mal apenas de um
homem s. Roma no foram seus Imperadores, ainda que eles assim se
imaginassem. O nazismo no foi apenas Hitler. O mal histrico coletivo e,
neste sentido, poltico e em o sendo, tem suas origens em antecedentes
morais e intelectuais que a inspiraram. a desordem intelectual que conduz `a
catstrofe moral. Estaria no leninismo? Ou no marxismo? Ou nas distores
do marxismo sovitico militante positivado em cartilhas da Academia de
Cincias da URSS? A inocncia do sonho socialista no morreu, na verdade e
apenas, com Stalin. Vrios assassinatos o foram vitimando desde a tomada do
Poder em 1917. A primeira morte foi o massacre em massa, em 1921, num
nmero incerto entre 1.500 e 10 mil marinheiros da Fortaleza da Ilha
Kronstadt. Eles se revoltaram contra o Governo de Lnin, exigindo o
cumprimento da consigna de Po e Liberdade. Da, outras e sucessivas
mortes...
As exigncias de Kronstadt
http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=420http://www.historiaehistoria.com.br/materia.cfm?tb=alunos&id=420
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As exigncias aprovadas na reunio dos marinheiros de Kronstadt no dia 28 de
fevereiro, semelhantes em alguns pontos s exigncias feitas pelos
mencheviques em Petrogrado,[56] foram as seguintes:[57] [58] [59]
1. Novas eleies imediatas para os sovietes. Os presentes sovietes no
mais expressam os desejos dos trabalhadores e camponeses. As novas
eleies devem ocorrer sob voto secreto, e devem ser precedidas de
livre propaganda eleitoral;
2. Liberdade de expresso e de imprensa para trabalhadores e
camponeses, para os anarquistas, e para partidos socialistas de
esquerda;
3. Direito reunio, e liberdade para sindicatos e organizaes
camponesas;
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_de_Kronstadt#cite_note-getzler213-56https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_de_Kronstadt#cite_note-avrich74-57https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_de_Kronstadt#cite_note-avrich75-58https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_de_Kronstadt#cite_note-getzler214-59
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4. A organizao, no mais tardar at o dia 10 de maro de 1921, de uma
conferncia de trabalhadores, soldados e marinheiros de Petrogrado,
Kronstadt e do distrito de Petrogrado no militantes do Partido;
5. A libertao de todos os presos polticos anarquistas e dos partidos
socialistas, e de todos os trabalhadores, camponeses, soldados e
marinheiros militantes de organizaes operrias e camponesas ento
presos;
6. A eleio de uma comisso para estudar os dossis de todos os detidos
em prises e campos de concentrao;
7. A abolio de todas as sees polticas dentro das foras armadas.
Nenhum partido poltico deve ter privilgios para a propagao de suas
ideias, ou receber subsdios do Estado para este fim. No lugar de
sees polticas vrios grupos culturais devem ser criados, tomando
recursos do Estado;
8. A abolio imediata das barreiras militares criadas entre as cidades e o
campo;
9. A isonomia de raes para todos os trabalhadores, exceto para os que
executam funes perigosas ou insalubres;
10. A abolio dos destacamentos de combate do Partido em todos os
grupos militares. A abolio dos guardas do Partido nas fbricas e
empresas. Se guardas fazem-se necessrios, eles devem ser
nomeados, levando-se em considerao as opinies dos trabalhadores;
11. A concesso aos camponeses de liberdade de ao sobre seu prprio
solo, e do direito de possuir gado, contanto que sejam diretamente
responsveis por aqueles e que no utilizem mo de obra assalariada;
12. Ns pedimos que todas as unidades militares e grupos de cadetes
aspirantes se juntem a esta resoluo;
13. Ns exigimos que a imprensa d publicidade adequada a esta
resoluo;
14. Ns exigimos a instituio de grupos de controle operrio mveis;
15. Ns exigimos que a produo artesanal seja autorizada desde que no
utilize mo de obra assalariada.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_de_Kronstadt
A Revolta do Kronstadt foi esmagada, fato que consumiria explicaes e
justificaes de Trotsky, ento no comando do implacvel Exrcito Vermelho,
at sua morte, em 1940. Continuou acreditando que agira certo, mas a verdade
fez-se filha do tempo e o condenou: "Estas boas pessoas no tm a mnima
compreenso do critrio e os mtodos de investigao cientfica. Citam os
programas dos insurgentes como pregadores devotos citando as sagradas
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revolta_de_Kronstadt
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escrituras. Se queixam de que no tomamos em considerao os
'documentos', quer dizer, o evangelho de Makhno e os outros apstolos.
'Considerar' documentos no significa tomar-los ao p da letra. Marx disse que
impossvel julgar partidos ou povos pelo que eles dizem de si mesmos. As
caractersticas de um partido se determinam consideravelmente mais por sua
composio social, seu passado, sua relao com as diferentes classes e
estamentos que por suas declaraes orais e escritas, especialmente durante
um momento crtico de guerra civil. Se por exemplo, comearmos a tomar
como ouro puro os inumerveis programas de Negrn, Companys, Garca
Oliver e cia., teriamos que reconhecer a estes cavalheiros como amigos
fervorosos do socialismo. Porm, na realidade so seus prfidos inimigos."
(Trotsky, 'Muito barulho por Kronstadt' -
http://www.midiaindependente.org/pt/red/2003/09/262322.shtml)
Os revoltosos foram liquidados, mas ficou a ferida narcsica da promessa de
felicidade , apoiada numa razo dialtica positiva, incapaz de passar pelo
sentimento de justia. Esta questo Sentimento! - advertida como
problemtica, j no Sec.XVIII por um filsofo pouco conhecido, mas certeiro,
que iria se confrontar com o grande Emmanuel Kant persistiu na Filosofia:
Friedrich Heinrich Jacobi 1743 1819 - Alemanha. Acreditava que o
pensamento e a deduo seriam maus caminhos para a verdade, preferindo a
intuio e o sentimento. A comeava a pista que viria a contestar um dos
pilares da filosofia ocidental fundado na supremacia de um sujeito consciente
capaz de legislar sobre seu destino. Veio a instruir as correntes espiritualistas
posteriores, e foi retomada com firmeza no sculo XX por Filsofos crticos
como Teodor Adorno, Franz Rosenzweig e, sobretudo, Emmanuel Levinas, no
rastro da decepo com uma razo instrumentalizada, j percebida desde
Nietzche at chegar a estes novos filsofos do sculo XX, passando pela
Escola de Frankfurt :
Assim, desvelar o sentido da poltica pr s claras que a poltica visa
sempre a um fim que, na verdade seu fim. Ora , o fim da poltica o fim da
ao do sujeito tico na presena de um sentido que se d Alteridade como o
seu princpio e fundamento.
(Jos Andr da Costa in tica e Poltica em Levinas Ed. Fibe, P.Fundo, 2013,
pg. 127)
Esta positivao do marxismo, que se converteria no credo do Marxismo
Sovitico, ttulo de um importante livro de H.Marcuse (Ed. Saga 1969), foi
uma verdadeira catstrofe para o prprio marxismo. A obra de T. Adorno em
seu livro Dialtica Negativa procura revert-la para o leito original, para da,
pensa-la criticamente.
http://www.midiaindependente.org/pt/red/2003/09/262322.shtmlhttps://www.google.com.br/search?biw=1366&bih=643&q=D%C3%BCsseldorf+Alemanha&stick=H4sIAAAAAAAAAOPgE-LUz9U3MEyusjBV4gAxM9LMc7TEspOt9AtS8wtyUoFUUXF-nlVSflEeADeMPRkvAAAA&sa=X&ved=0ahUKEwjL6rf46I3LAhUHF5AKHTzCAb4QmxMIhgEoATAO
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Marxismo sovitico
http://marxrevisitado.blogspot.com.br/2011/05/marxismo-sovietico.html
Leandro Konder, em seu ltimo livro Em torno de Marx comenta a irritao
dos militantes comunistas com o livro de Marcuse que levantava a tese que o
marxismo ao invs de transformar a URSS fora transformado por ela. Algo
semelhante ao marxismo chins de nossos dias. Tudo leva a crer que a
reflexo de Moishe Postone de que as tentativas de substituir o capitalismo
pelo socialismo sucumbiram graas manuteno do sistema de produo
capitalista. Tai a China para validar a tese. Vale a pena a leitura do texto de
Konder.
O marxismo oficialmente adotado pelos partidos comunistas e pela Unio
Sovitica encastelava-se em Formulas ideolgicas desgastadas, envelhecidas.
No livro O marxismo sovitico, Marcuse dizia que o marxismo, em vez de
transformar a realidade socioeconmica existente na URSS, fora transformado
por ela e se tornara uma ideologia de legitimao de uma vasta organizao
estatal e de uma complexa mquina poltico-partidria. Por sua falta de vigor
critico, tornava-se cmplice do sistema capitalista contra o qual havia sido
criado.
Tal como o Positivismo de Comte, o marxismo ortodoxo, de inspirao
sovitica, acabou abandonando o idealismo racional, original, de Hegel.
http://marxrevisitado.blogspot.com.br/2011/05/marxismo-sovietico.html
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O certo que, alm da liquidao dos revoltosos, o prprio Lnin, depois disso,
endureceu o regime proibindo a existncia de outros Partidos e fazendo a
clebre afirmao de que os socialistas que no o seguissem abandonassem o
pas. No obstante, teve a clara percepo, com a revolta, de que a Poltica do
Comunismo de Guerra se esgotara, dando a grande virada em direo Nova
Poltica Econmica NEP -, de forma a reconstituir minimamente a economia
nacional abalada pela desorganizao, desabastecimento e fome
generalizados.
O advir, enfim, nunca uma deduo fria da Lei ou fatal dos acontecimentos,
mesmo numa Revoluo. Para tanto, alis, importante conceituar
acontecimento como irrupo de uma singularidade nica e aguda no lugar e
no momento de sua produo(Foucault, 1972:79) e perceber o advir como
uma possibilidade do sujeito, aberta criao histrica e cuja recriao
podemos e devemos , sempre, avaliar. Tal foi o Kronstadt.
Esse sujeito, a subjetividade humana, caracterizado pela reflexividade , algo
distante do mero esprito, deduo ou pensamento, e pela vontade ou
capacidade de ao deliberada. Sem este sujeito, claro, a moralidade se esvai.
Ele, o sujeito, em sociedade e sem esta sociedade, nem teria sentido falar
em moralidade. Como existia a sociedade russa, o imperativo moral era
indispensvel construo do socialismo. Mas os dirigentes soviticos
preferiram obviar estas consideraes, assassinando, neste processo no
apenas inimigos internos ou externos ao processo revolucionrio, mas as
prprias bases filosficas que os sustentavam na reduo do marxismo crtico
ao positivismo: A Derrota de Dialtica, como afirmou Leandro Konder, em
livro com este ttulo Ed.Campus, 1988, RJ.
EM MEMRIA DA INSURREIO DE KRONSTADT
Nestor Makhno
http://www.nestormakhno.info/portuguese/kronstadt.htm
O dia 7 de Maro uma jornada de pesar para os trabalhadores da dita "Unio das Repblicas Soviticas e Socialistas", que participaram de uma ou de outra
forma nos acontecimentos desse dia em Kronstadt. A sua comemorao igualmente dolorosa para os trabalhadores de todos os pases, pois recorda o
que os operrios e marinheiros livres de Kronstadt exigiram do carrasco vermelho, o "Partido Comunista Russo" e do seu instrumento, o governo
sovitico, que estavam assassinando a revoluo russa.
http://www.nestormakhno.info/portuguese/kronstadt.htm
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Kronstadt exigiu destes bandidos estatistas a restituio de tudo o que pertencia aos trabalhadores das cidades e dos campos, tendo sido eles a fazer
a revoluo. Os proletrios de Kronstadt exigiram que fossem postos em prtica os princpios da revoluo de Outubro: "Eleio livre dos sovietes,
liberdade de expresso e de imprensa para operrios e camponeses, para anarquistas e socialistas revolucionrios de esquerda".
O Partido Comunista Russo viu nisto um atentado inadmissvel ao seu monoplio no pas e, escondendo cobardemente a imagem de carrasco atrs da mscara de revolucionrio e de amigo dos trabalhadores, declarou contra-revolucionrios os operrios e marinheiros livres de Kronstadt e depois lanou contra eles dezenas de bufos e de escravos submissos: tchekistas , koursantis,
membros do Partido... empenhados em massacrar estes honestos combatentes revolucionrios, cujo nico erro tinha sido de se indignarem diante
da mentira e da cobardia do Partido Comunista Russo que espezinhava os direitos dos trabalhadores e da revoluo.
A 7 de Maro de 1921, s 18h45, um furaco de fogo de artilharia foi desencadeado contra Krondstadt. Era natural e inevitvel que a Krondstadt revolucionria se defendesse. Foi o que fez, no apenas em nome das suas exigncias, mas tambm dos outros trabalhadores do pas que lutavam pelos
seus direitos revolucionrios, arbitrariamente esmagados pelo poder bolchevique.
A sua defesa teve repercusses em toda a Rssia amordaada, disposta a secundar o seu combate justo e herico, mas infelizmente impotente, pois ento j estava desarmada, constantemente explorada e agrilhoada pelos
destacamentos repressivos do Exrcito Vermelho e da Tcheka, especialmente formados para esmagar a livre vontade e esprito do pas.
difcil avaliar as baixas dos defensores de Kronstadt e da massa cega do Exrcito Vermelho, mas certamente foram mais de