O Reverendo

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Capitulo 1 Apresentação Por que todos devem se apresentar Me chamo Ostaquio, Ostaquio da Silva, Epitaciano desde a muito tempo, mas natural de Caiua. É difícil para mim começar, antes de mais nada peço perdão já pela falta de cultura que acharão aqueles que lerem, quando o papel for achado, a minha falta de jeito em escrever, estudei pouco tempo em uma escola simples o que aprendi foi o suficiente para viver e não ser enganado. Já foi o tempo que eu era novo, posso me considerar um privilegiado por ser o único dos que me conheceram na infância de estar vivo, no mês passado completei noventa e três anos de idade, não tive festa minha família tudo morreu, a não ser por um neto já maduro que às vezes vem me visitar. Mora ele longe. Não penso nada da morte e não tenho opinião própria para ela, mas tenho medo, todos têm. Porque motivo escrevo, não é mistério, escrevo por que tive vontade, aqui no asilo é comum os velhos mandarem carta para os neto, e para eles mesmo quando estão caducos. Não sou o mais velho daqui, mas sou o que ainda aparenta melhor juízo no que fala, dona Izabel tem quase cem anos e já não age com a mesa clareza dos anos que eu a conheci, também tenho medo de ficar assim parece que esta doente pela forma que olham. Como não tenho família, a não ser ao neto que esta muito longe, escrevo para mim, quem quiser pode ler, não me incomodo até sinto orgulho, no entanto isso não é uma memória sim uma recordação, em verdade esteve o medico ontem aqui para me examinar, os enfermeiros dizem que eu não ando bem da memória e não mentem não reconheço algumas pessoas e confundo a toda a hora os nomes, o doutor disse que era normal para a idade. Da minha vida lembro muitos fatos que sei que não vou esquecer. O difícil é ter uma

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O reverendo Maturin e sua terrvel criao:

Capitulo 1 Apresentao

Por que todos devem se apresentar

Me chamo Ostaquio, Ostaquio da Silva, Epitaciano desde a muito tempo, mas natural de Caiua.

difcil para mim comear, antes de mais nada peo perdo j pela falta de cultura que acharo aqueles que lerem, quando o papel for achado, a minha falta de jeito em escrever, estudei pouco tempo em uma escola simples o que aprendi foi o suficiente para viver e no ser enganado.

J foi o tempo que eu era novo, posso me considerar um privilegiado por ser o nico dos que me conheceram na infncia de estar vivo, no ms passado completei noventa e trs anos de idade, no tive festa minha famlia tudo morreu, a no ser por um neto j maduro que s vezes vem me visitar. Mora ele longe. No penso nada da morte e no tenho opinio prpria para ela, mas tenho medo, todos tm.Porque motivo escrevo, no mistrio, escrevo por que tive vontade, aqui no asilo comum os velhos mandarem carta para os neto, e para eles mesmo quando esto caducos. No sou o mais velho daqui, mas sou o que ainda aparenta melhor juzo no que fala, dona Izabel tem quase cem anos e j no age com a mesa clareza dos anos que eu a conheci, tambm tenho medo de ficar assim parece que esta doente pela forma que olham.

Como no tenho famlia, a no ser ao neto que esta muito longe, escrevo para mim, quem quiser pode ler, no me incomodo at sinto orgulho, no entanto isso no uma memria sim uma recordao, em verdade esteve o medico ontem aqui para me examinar, os enfermeiros dizem que eu no ando bem da memria e no mentem no reconheo algumas pessoas e confundo a toda a hora os nomes, o doutor disse que era normal para a idade. Da minha vida lembro muitos fatos que sei que no vou esquecer. O difcil ter uma imagem clara dos rostos que convivi depois de muito tempo, eu sou o nico que no foi enterrado da minha gerao, no me entristeo, cada coisa tem o seu tempo, eu vivi o meu.No uma memria, esclareo, no tenho capacidade para escrever uma, ainda estou vivo uma memria deve ser escrita por quem viveu e conheceu o falecido, eu acho. Escrevo para no esquecer, certas coisas por mais que tentamos nos foge a memria e vai embora como o tempo que nunca para, belas paisagens ficam para trs enterradas como se no existissem recorda-te delas como um ente que se foi a muito para repousar, assim como esse outono que vai passar tive outros que no quero esquecer, mas que no vou mencionar, pois j no lembro qual fora. Capitulo 2 Inicio

Por que tudo tem um inicio e um fim

Todos tm um inicio e um fim, no existe um meio o meio se encontra no inicio, assim que se nasce at quando se morre ainda estas no seu inicio, enquanto vive faz parte a cada hora de um novo momento que pode mudar a forma que se deseja, no a meio s o inicio e o fim, sempre a como recomear.Sou epitciano, mas nasci em Caia l fui criado at os vinte anos onde me mudei para esta cidade onde fiz famlia. O nome do meu pai era Sebastio, trabalhava em uma fazenda onde conheceu e se casou com minha me, Severina. Meu pai era severo queria tudo aos seus conformes, mas era bondoso e nada me faltou enquanto esteve comigo. Tive muitos outonos desde meu inicio at o de hoje, mas falemos dos nove depois que vim ao mundo. Capitulo 4

Caiua

Lugar pequeno esse,de historias estranhas Mulheres curiosas, maridos sombrios

Gente arisca, velhos bisbilhoteiros... Eis que uma criana passa...era eu

Caiua, na poca no era mais que uma grande fazenda com casas ao redor compondo a vizinha, era muito visitada por tropeiros que vinham de Epitcio para levar a carga de gado para Venceslau, cidade mais prxima, para vender ou negociar, mesmo sendo pequena era maior que Epitcio que comearia ganhar gente anos depois.

Meu pai trabalhava na fazenda do Sr. Henrique Gargas, tnhamos nossa casa prpria prxima dali, a casa do Sr. Henrique era grande, com um grande celeiro; ele esvaziou fazendo outro para por suas coisas para usar o esse em almoos que ele dava as vezes aos domingos para famlia. Todos se conheciam, ou tinham parte no sangue sendo primos ou parentes por casamento, foi uma poca feliz aqueles anos de criana, de fato to estranho quando os pais mandam que aproveitemos enquanto somos criana, no possvel entender o que dizem at se crescem. Quem morou ali no a como esquecer, pelo menos aqueles anos; as brincadeiras, os amigos e tudo que s girava unicamente ali e nenhum outro lugar, no tinha violncia tudo era na mais perfeita calma.Brinquei muito em Caiua, corri por aquelas caladas escondendo-me em casas ou infernizando algum para depois apanhar de minha me que a tudo sabia em seguida