O Rio Potenji1

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O Rio Potenji1 (o termo "potenji" origina-se da lngua tupi e significa "gua de camaro", atravs da juno dos termos potim ("camaro") e y ("gua")2 ) o principal rio do estado brasileiro do Rio Grande do Norte. Seu esturio, que desemboca no litoral de Natal, logo foi descoberto pelos primeiros colonizadores portugueses, no sculo XVI, que o utilizaram para adentrar o territrio com suas embarcaes. Denominaram-no "Rio Grande", por seu vasto leito e extenso, sendo a origem do nome da ento Capitania do Rio Grande.[carece de fontes]Sua nascente est localizada no municpio de Cerro Cor, no interior do estado, viajando 176 quilmetros3 at chegar a sua foz no municpio de Natal, onde desemboca no Oceano Atlntico. Na capital do estado, marca a diviso entre a regio norte e o restante da cidade, tendo seu acesso via Ponte de Igap e mais recentemente pela imponente Ponte Newton Navarro.Visando preservar o manguezal do rio, em 2006 foi criado o Parque Estadual dos Mangues, o qual nunca saiu do papel.O pr do sol do rio uma atrao turstica. Passeios de barco e atraes musicais so oferecidos beira do rio.4O RIO POTENGI

"EXUBERNCIA SEU NOME, EM BELEZA RADIANTE, NO ENTANTO OPRIME TUAS GUAS, FINGINDO UMA EXISTNCIA QUE SE PERDE EM QUALIDADE."

o principal rio do estado do RN. Sua nascente est localizada no municpio de Cerro Cor e sua foz no municpio de Natal, desembocando no Oceano Atlntico. As suas guas percorre So Paulo do Potengi, Ielmo Marinho, Macaba, So Gonalo do Amarante, por dcadas abasteceu estes municpios, contribuindo para prticas de natao. Ao longo de sua histria foi o protagonista principal para que a Nutica Naval (fundada em 1915) com seus atletas pudessem aperfeioar seu treinamento de mergulhos, servindo tambm no s aos nadadores do estado como tambm at de outros pases(segundo reportagem produzida pelo RN TV).

Na histria, descoberto pelos colonizadores, seu nome ficou conhecido como "Rio Grande", pelo seu vasto leito e extenso.Aps alguns anos passou a ser chamado por rio Potengi, que na lngua dos ndios que aqui viviam, significa rio dos camares.

O rio Potengi serve no s para embelezar Natal, capital do Rio Grande do Norte, mas traz equilbrio da umidade do ar. Atualmente j no serve tanto como antes para o consumo. Em suas margens se v claramente a transformao produzida pela falta de sensibilidade do homem, que sem educaodeposita de forma criminosa o lixo produzido. Embora exista um projeto e intenes para resgatar a sua beleza e preservao do seu leito, d para perceber que o rio est sucumbindo, diminuindo a sua pureza e beleza de outrora.

Fui uma cria dessas guas escurasalguns "trechos" do seu corpo era transparentequente, tal qual um abraoFui uma amante de suas guas volumosas e to importantenum tempo que no tinha gua na torneiraHoje vejo um leito a sucumbirsem armas para resistir.http://anjinara.blogspot.com.br/p/o-rio-potengi.htmlO rio um milagre". Jos Maurcio de Sousa tem 85 anos e no entende nada de pesquisas acadmicas ou de cincia. Mas sabe tudo sobre rio. O rio Potengi, o maior e mais importante do Rio Grande do Norte, um velho conhecido desse agricultor aposentado. A palavra "milagre" define o assombro de Z Maurcio, como ele conhecido no municpio de Barcelona, a 86 quilmetros de Natal, diante daquilo que , para o agricultor, a fonte de toda riqueza e o sustentculo da vida naquelas paragens: o rio, utilizado para dar de beber aos animais, na roa e nos afazeres domsticos.

adriano abreuGrupo de estudos do programa Territrio da Cidadania Potengi est em campo fazendo pesquisas para elaborao de diagnsticoMesmo sem entender de cincia, Z Maurcio concorda com os acadmicos. H anos ele percebe o milagre do Potengi desfeito pouco a pouco. De divino, o rio tem se tornado humano, demasiado humano, com o passar dos dias e o aumento do uso irracional, desmedido, dos recursos que o "milagre" pe disposio dos moradores dos arredores. O rio da infncia e adolescncia do agricultor no existe mais. E hoje Z Maurcio obrigado a conviver com guas mais rasas, mais salgadas e com menos diversidade de plantas e animais. Tudo fruto da degradao.

O agricultor de 85 anos um dos personagens do "Diagstico da Bacia Hidrogrfica do Rio Potengi", realizado pelo programa Territrio da Cidadania Potengi, a partir de uma equipe multidisciplinar de 48 pessoas, entre gegrafos, bilogos, agrnomos, entre outras especialidades. O objetivo levantar os usos do rio no chamado mdio curso, entre So Tom e Ielmo Marinho, alm das relaes das comunidades ribeirinhas com o Potengi. Segundo o coordenador tcnico de campo do projeto, Johan Adones, no h estudos sobre essa parte do curso de gua. A Academia tem se concentrado no esturio, nas cercanias da capital.

Agora, hora de falar com pessoas como Z Maurcio para entender as transformaes pelas quais o rio tem passado. E uma das falas do agricultor d uma pista importante sobre o que tem acontecido. "O rio est mais salgado porque esses riachos que caem nele ficaram salgados", explica, ao ser perguntado sobre o gosto da gua, que vem mudando. Johan Adones usa o vocabulrio cientfico. "Os afluentes do rio Potengi passam pelas cidades e trazem consigo boa parte da poluio que coletam nesses centros urbanos", diz.

At o incio do atual estudo tinham sido catalogados, de acordo com Johan Adonis, quatro principais afluentes no rio. Contudo, percebe-se uma grande disparidade quando se percorre a extenso do Potengi. "No temos o nmero fechado, mas encontramos uma quantidade muito superior a essa. Como no h estudos sobre essa rea, esses afluentes no estavam no mapa", justifica. Esses afluentes, riachos em sua maioria, so responsveis em grande parte pela contaminao do rio. Nada que se compare quantidade encontrada no esturio do rio, nas proximidades de Natal, onde a maior quantidade de pessoas e indstrias resultam em altos nveis de poluio. Mas a marca do uso inadequado tambm est no mdio curso.

Uma caracterstica bastante citada pelos sertanejos o "enlarguecimento" do rio. Jovens ou idosos, a percepo de que o rio est mais largo, e por consequncia tambm mais raso, disseminada entre todos os agricultores das cercanias. Mesmo apontando com exatido a consequncia mais visvel do processo de "assoreamento" - guas largas e rasas - so poucos os que identificam o causador, ou seja, o desmatamento nas margens do rio. Trata-se de um processo comum, bastante presente na maioria dos rios brasileiros. "Discute-se hoje, no novo cdigo florestal, o limite entre a mar-gem do rio e a rea passvel de ex-plorao, mas no adianta nada discutir isso se o limite no aplicado. Hoje no h aplicao da lei", diz Johan.

Como as margens so mais frteis, os donos de terras e agricultores preferem plantar por ali, muitas vezes at de forma "inocente", pela simples ato de repetir a tradio. Sem a proteo natural da mata, tudo o que o vento traz, como areia, por exemplo, acaba se depositando no leito do rio, que fica mais raso. Sem a proteo natural da mata, as guas se espalham tornando o curso mais largo. E assim, aos poucos, o "milagre" vai sendo desfeito.

Comunidades

As muitas entrevistas com as comunidades ribeirinhas no mdio curso do rio Potengi mostram um perfil semelhante. No geral, os agricultores e pescadores daquela regio identificam o rio Potengi de forma semelhante a Jos Maurcio de Sousa: como um "milagre", ou seja como o elemento atravs do qual a prosperidade da vida naquela regio se torna possvel. Da mesma forma, os usos do rio, adequados ou inadequados, se repetem nas palavras dos ribeirinhos.

O lixo principalmente queimado ou enterrado por ali. Poucos so os casos de coleta. A equipe flagrou, contudo, a existncia de "lixes", o que demonstra que mesmo com a coleta, o processo no est livre de problemas ambientais. Alm disso, o esgoto eminentemente destinado para fossas spticas. A gua utilizada vem de adutoras, ou ento recolhida em cisternas. Na maioria dos casos, somente os animais bebem diretamente do rio. A gua dos afazeres domsticos tambm do Potengi.

Os moradores vivem com rendas de at um salrio mnimo e plantam feijo, milho e capim principalmente. Eles percebem, no geral, problemas nos usos que fazem do rio, embora nem sempre identifiquem as mudanas pelas quais as guas vem passando como fruto da atividade humana.

Grupo constata poluio e assoreamento no curso do rio

Poluio nos afluentes e assoreamento do leito do rio so apenas algumas das situaes com as quais o grupo do projeto "Diagstico da Bacia Hidrogrfica do Rio Potengi" se depara durante o trabalho de campo. Como no h estudos sobre a rea atualmente investigada, a equipe tem percorrido a p todo o curso do rio. No trecho em questo, o rio no perene, dependendo das chuvas para ficar cheio. justamente nesse perodo quando no h chuva suficiente que o trabalho realizado. Com o rio seco, os pesquisadores andam no leito, entre pedras, fios de gua e areia fofa. A paisagem em muitos momentos chama a ateno pela beleza. A idia terminar a parte de campo em fins de julho, dependendo do volume de chuvas e do estado do Potengi.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE se juntou ao grupo coordenado por Johan Adonis em um domingo (19/06) para acompanhar parte do trajeto no municpio de Barcelona. O grupo, alm de vrios especialistas, contava tambm com um guia, conhecedor dos caminhos por dentro do rio, e tambm dos afluentes daquela regio. O marco inicial foi a divisa entre So Tom e Barcelona. Alm de entrevistar os moradores da "beira" do rio, a equipe tambm georreferenciou pontos importantes, como afluentes, poos e rvores representantivas da regio.

Como se trata de um trabalho de identificao e reconhecimento, conseguir posicionar, atravs de um GPS, onde esto os afluentes, poos, barragens, quais reas de degradao, etc, fundamental. "Esse trabalho servir para identificar potenciais tursticos, por exemplo, ou pontos onde j necessrio um trabalho de recuperao. Ento, um ponto de partida para definir uma poltica de tratamento em torno do rio", explica Johan. A identificao de rvores representantivas - seja pela antiguidade ou por se tratar de uma espcie em extino - um outro ponto importante. "Vai permitir o monitoramento, daqui a algum tempo saber se essas rvores continuam assim", resume.

O trabalho de campo comple-mentado com visitas nos pontos de degradao nas cidades e entrevistas com membros do poder pblico. Lixes, abatedouros, locais de despejo de material de fossa. Tudo isso j foi encontrado pelas equipes nas cidades que circundam o mdio curso do rio Potengi. Um dos principais calos na parte relativa aos centros urbanos o despejo de esgoto sem nenhum tratamento nas guas do rio, o que tambm ainda acontece em Natal e cidades vizinhas, embora em percentuais menores. O esgoto despejado em algum riacho que afluente do rio, o que causa um dano semelhante. "Esses afluentes trazem boa parte da poluio encontrada no rio", resume.

Em um dos pontos da caminhada, o grupo conseguiu flagrar um dos motivos do assoreamento, para alm da retirada das matas ciliares: o comrcio de areia. Um caminho e uma escavadeira retiravam areia do leito seco para o que os operrios alegaram ser uma obra em um municpio vizinho. No havia sombra de fiscalizao no local. " algo que acontece bastante, a retirada de material do leito do rio. Ser uma das questes relatadas no trabalho", expe Johan.http://tribunadonorte.com.br/noticia/o-milagre-da-vida-no-rio-potengi/187533RIO POTENGIO Rio Potengi o principal riodo estadodo Rio Grande do Norte. Sua nascenteest localizada no municpio de Cerro Core sua fozna capital Natal. Seu deltalogo foi descoberto pelos primeiros colonizadores, utilizando-o para adentrar o territrio com suas embarcaes. Denominaram-no Rio Grande, por seu vasto leito e extenso. Em Natal, marca a diviso entre as zonas norte e sul da cidade.A grafia correta Potenji pois prescreve-se o uso da letra "j" para palavras de origem tupi. O nome vem do tupi Rio dos Camares. Ao longo dos anos, a grafia foi alterada para Potengy, Potengi e finalmente para Potenji. Do mesmo vocbulo poti vem potiguar, o que come camares.

http://fotohugo.blogspot.com.br/2007/03/rio-potengi.htmlhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Rio_PotenjiORio Potengi um marco zero na histria de Natal, uma vez que a cidade foi erguida margem direita dele. L tambm foi construda a Fortaleza dos Reis Magos, em formato de estrela, um smbolo da colonizao portuguesa do local.

A nascente do rio et localizada em Cerro Cor e a foz em Natal, fazendo com que ele desemboque no Oceano Atlntico. Nele tambm se encontra uma das maiores pontes estaiadas (suspensa por cabos) do Brasil, a Newton Navarro.O projeto Barco- escola Chama Mar uma ao educativa desenvolvida pelo programa Potengi Vivo que tem como objetivo levar conhecimento, lazer e conscincia ambiental s populaes que vivem prximo ao rio Potengi.O projeto um dos programas do Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do Norte (IDEMA), em parceria com a Fundao para o Desenvolvimento Sustentvel da Terra Potiguar (FUNDEP), da Universidade Potiguar (UnP), que visa a recuperao do esturio Potengi.O projeto Chama Mar teve incio em outubro de 2006 e realiza diariamente trs aulas, atendendo, em mdia, trs mil pessoas por ms.A Embarcao, do tipo catamar, foi patrocinada pela Petrobrs e tem capacidade para at 60 pessoas alm da tripulao, que formada por alunos e professores dos cursos de Turismo, Histria e Biologia da Universidade Potiguar.Dentre os assuntos abordados durante a navegao esto a histria, os aspectos econmicos e a importncia do rio, alm claro da questo ecolgica.Rio PotengiO Potengi o principal rio do Rio Grande do Norte, e gera renda e desenvolvimento social para todo o Estado, sendo uma das nicas fontes de sobrevivncia para milhares de pessoas ao longo da histria.As guas do Potengi viajam 176 quilmetros desde a sua nascente, no municpio de Cerro Cor, no interior do estado, at a capital Natal, onde o rio se junta a outros dois, e antes de chegar ao mar, forma o esturio, com trechos de at 300 metros de largura.De origem indgena, a palavra Potengi quer dizer rio de camares. Justamente o crustceo que j foi ameaado, em 2007, por um dos maiores desastres ambientais da histria do Rio Grande do Norte. O causador, segundo o IDEMA, foi a atividade da carcinicultura, ou seja, os criadores de camares lanaram tanta matria orgnica nas guas do rio que mataram toneladas de peixes e crustceos.Atualmente, o Potengi est tomado pela poluio e deixou de ser fonte de riquezas, passando a receber lixo e esgoto de cerca de 30 bairros de Natal. Ainda assim, h quem tente retirar parte de seu sustento das guas sujas e negras do rio.Vale ressaltar que o Potengi tem uma capacidade grande de se recuperar, e a ajuda chega, diariamente, durante a mar alta. Nesse momento, a gua do mar avana 15 quilmetros rio acima, trazendo oxignio novo.Fonte: EcoD ( http://www.ecodesenvolvimento.org.br)

http://tokdehistoria.wordpress.com/tag/rio-potengi/1. 2. Promotora do meio ambiente enquadra CAERN e pede concluso de obras

A Companhia de guas e Esgotos do Rio Grande do Norte vai passar a responder criminalmente pela poluio ambiental do esturio do Rio Potengi, informou, ontem tarde, a promotora de Defesa do Meio Ambiente, Gilka da Mata Dias, a qual explicou que essa deciso, a primeira tomada por ela, para acionar a empresa na 9 Vara Criminal da Comarca de Natal, deveu-se ao descumprimento de diversos prazos de sentenas em tramitao na Vara Cvel referentes, por exemplo, concluso de obras como as de estaes de tratamento de esgotos (ETEs).Foto: Adriano AbreuPoluio no esturio do Potengi degrada o meio ambiente e prejudica pesca artesanal no rio

Gilka da Mata lembrou que a Caern a maior fonte poluidora do rio Potengi - "no tem jeito dizer que no " -, em virtude da falta de rede de esgotos em Natal, que tem apenas 33% de sua rea saneada.

Segundo a promotora, alm da Caern, tambm sero responsabilidados criminalmente os gestores da companhia, conforme estabelece o artigo 54 da lei que trata dos crimes ambientais.

A promotora de Defesa de Meio Ambiente disse que "h mais de quatro anos" vem tratando com a Caern do cumprimento de prazos, mas todos esto sendo descumpridos.

Em 13 de novembro de 2011 o Ministrio Pblico j havia interposto uma ao na 5 Vara da Fazenda Pblica com a finalidade de obrigar o Instituto de Desenvolvimento Sustentvel e Meio Ambiente (Idema-RN) e o prprio Estado, a realizarem um diagnstico de todos os efluentes que so lanados no esturio dos rios Jundia/Potengi, que banham os municpios de Macaba, Natal e So Gonalo do Amarante.

A ao civil pblica decorreu da mortandade de peixes ocorrida em julho do mesmo ano no leito do rio Potengi, que teve uma deciso favorvel, inicialmente, em 24 de maro de 2009.

O processo continua em tramitao sem que o governo e o Idema tenham cumprido a deciso totalmente, com a interposio de embargos declaratrios.

A ltima deciso foi proferida em 25 de maio deste ano, quando o juiz Airton Pinheiro, da 5 Vara da Fazenda Pblica, confirmou sentena anterior do juiz Luiz Alberto Dantas Filho, na qual determinou-se s partes r a tomadas de medidas de proteo do esturio dos rios Jundia/Potengi, decorrentes da grande quantidade de dejetos jogados no local e que vm causando srios danos sade das pessoas, flora, fauna, alm de provocar desastres ambientais "com consequncias possivelmente irreversveis".

Mas, no dia 21 deste ms, a Procuradoria-Geral do Estado entrou com apelao para a segunda instncia, alegando, entre outras coisas, que a deciso da instncia inferior "no apontou as fontes oramentrias de custeio" para cumprimento das determinaes judiciais.

Para o Estado, tambm existe obscuridade na imposio da obrigao de no conceder ou renovar licena ambiental para empreendimentos e atividades que causa poluio aos rios Jundia e Potengi.

O juiz Airton Pinheiro decidira que "quem cria a obrigao a lei", e como a sentena reconhece o descumprimento das obrigaes legais pelo Estado e pelo Idema, "cabe a estes a implementao das polticas ambientais a que esto obrigados, incluindo os recursos necessrios nos respectivos oramentos quando do cumprimento voluntrio da obrigao legal".

Para o juiz, tambm no havia o que esclarecer na questo das licenas ambientais, "uma vez que a conduta imposta est minuciosamente descrita e trata da denegao de "licena inicial" ou "renovao de licena" antes concedida para atividades que se mostrem poluidoras".

Idema far estudos sobre poluentes

Lixo domstico, leo combustvel de embarcaes, sacos de lixo e at carcaas de embarcaes continuam a ilustrar a paisagem ambiental do rio Potengi, afora a poluio causada por efluentes industriais e dejetos de esgotos domiciliares de Natal. Por conta disso e de outras causas o Instituto Estadual de Desenvolvimento e Meio Ambiente (Idema-RN) vai retomar o estudo sobre as cargas poluentes que so lanadas no esturio dos rios Potengi e Jundia, numa parceria que est sendo fechada com o Centro de Biocincias da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

O diretor tcnico do Idema, Jamir Fernandes, disse que j foi feito estudo preliminar de seis meses, encerrado no comeo deste ano, mas ele disse que necessria a realizao de mais seis meses de pesquisa para se fechar o ciclo anual. Ele informou que o complemento desse diagnstico tinha um pr-empenho dos recursos, da ordem de R$ 140 mil, j no ano passado, mas o dinheiro no foi repassado por questes burocrticas, que ele no soube explicar.

Para Fernandes, o estudo importante porque vai dizer se o limite de poluio, que hoje sofre o rio Potengi, ainda o permite a receber mais efluentes "ou se no pode receber mais nada".

Segundo Fernandes, ao final do relatrio sobre o diagnstico das cargas poluentes, vai ser possvel, tambm, identificar qual a origem da contaminao e as fontes poluidoras das guas dos rios Potengi/Jundia.

O diretor do Idema ainda explicou que a concluso desse trabalho necessria, em funo das construes de novas estaes de tratamento de esgotos (ETEs) pela Companhia de guas e Esgotos do Rio Grande do Norte, como j ocorreu em relao a ETE do Baldo e outra a ser feita nos Guarapes, na Zona Leste de Natal.

A inteno do Idema reiniciar o estudo sobre a capacidade de absoro de poluentes pelo rio Potengi a partir de outubro deste ano, fechando-se o novo ciclo at maro de 2013, "levando em contas as condies climticas" de cada perodo investigado e em relao a variveis como precipitaes de chuvas, evaporao, insolao, que podem influir na capacidade de depurao da gua dos rios Jundia/Potengi.

O diretor do Centro de Biocincias da UFRN, Graco Aurlio Cmara Viana diz que, alm da coleta e anlise de elementos maiores e traos em guas dos efluentes que so despejados no esturio Jundia/Potengi, ser feito um monitoramento fsico-qumico da gua no mesmos trechos "que sero definidos de acordo como as regies de maiores risco de impacto ambiental".

As populaes que sobrevivem, economicamente, s margens dos dois rios, so as primeiras a sentirem os reflexos da poluio ambiental, como o caso do casal Maria da Silva e Manoel da Silva, que vive h 25 anos de pescaria, e afirmam que que enfrentam uma escassez de peixe no rio Potengi. Os dois moram no Pao do Ptria e estavam pescando com uma rede de ontem, no Potengi, uma rotina diria de quem sai de casa s 4h e volta s 10h30, praticamente, de mos vazias. "S pesquei um peixe espada", disse Manoel.da Tribuna do Norte.Postado h20th November 2012porCyrillo Fernandes0Add a comment3. NOV20

UFRN realiza pesquisa sobre poluio do Rio Potengi

UFRN: Professor de Biocincias estuda poluio do rio Potengi/JundiaBuscando analisar as cargas de poluentes presentes nos efluentes brutos e tratados que so despejados no Esturio dos Rios Potengi e Jundia e seus efeitos nesses mananciais, o professor Graco Aurlio Cmara de Nelo Viana, Diretor do Centro de Biocincias (CB) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), est desenvolvendo o projeto de pesquisa intitulado Diagnosticar as cargas de poluentes lanadas no esturio dos rios Potengi/Jundia.Segundo o pesquisador, o objetivo da pesquisa coletar e analisar os elementos maiores e traos em guas dos efluentes que so despejados no esturio Jundia/Potengi e, ao mesmo tempo, fazer um monitoramento fsico-qumico da gua nos mesmos trechos que sero definidos de acordo com as regies de maiores riscos de impacto ambiental.Para definir os locais de coleta ser feito um planejamento fatorial, considerando alguns fatores caractersticos da regio. As determinaes dos elementos maiores e traos em guas e sedimentos sero feitas atravs do Departamento de Qumica (DQ) da UFRN.A contaminao dos ecossistemas por espcies qumicas potencialmente txicas um problema global que tem se agravado com o aumento populacional e a sua necessidade por mais fontes naturais. O problema refere-se ao fato de a ingesto de metais e metaloides oferecer riscos sade da populao, principalmente pela contaminao via alimentos, gua a e respirao, cujos impactos, na maioria das vezes, so detectados aps longos perodos e de vrias maneiras.Algumas das alteraes causadas pelo desequilbrio da concentrao desses elementos no organismo originam a reduo da acuidade mental, perda do controle motor, disfuno de rgos, cncer, doenas crnicas, deficincias imunolgicas, incapacidade e finalmente morte. Assim sendo, de fundamental importncia conhecer a dose e o nvel de exposio a determinado elemento, mesmo sabendo-se que alguns dos efeitos esto diretamente correlacionados com a biodisponibilidade e, indiretamente, com fatores qumicos, geoqumicos e biolgicos.O esturio Jundia/Potengi vem sendo constantemente alvo de crimes ambientais, pois se encontra encravado numa regio de grande impacto ambiental. Lanamentos de efluentes domsticos e industriais sem tratamento, efluentes industriais com tratamento parcial, efluentes das imunizadoras, e efluentes das pescas colaboram para a contaminao do esturio, contaminando suas guas e sedimentos e, consequentemente, seus peixes e crustceos.O projeto visa o desenvolvimento de metodologias para coleta e anlise de elementos maiores e traos em guas dos efluentes que so despejados no esturio Jundia/Potengi, bem como o volume e as cargas poluidoras lanadas nesse esturio.A importncia dessa pesquisa no apenas a quantificao de espcies qumicas ao longo do esturio, dada a necessidade atual de estudos em todos os recursos hdricos utilizados pelo homem como fonte de gua potvel e/ou para recreao e pesca, mas tambm consolidar um grupo de pesquisa, no Departamento de Qumica (DQ) da UFRN, uma vez que a instituio j dispe de excelente infraestrutura imprescindvel efetivao dessa pesquisa.

Fonte:Boletim daAGECOM- UFRN.Postado h20th November 2012porCyrillo Fernandes0Add a comment4. NOV15

Por que esse cidado ainda no foi preso? Eugnio Cunha, lembram dele?Ambientalista enxerga um rio saneadoMatria extrada do Jornal Dirio de NatalCidadesEdio de domingo, 8 de julho de 2012

"O rio j esteve numa situao bem pior. Hoje ele est bem mais saneado do que h 10 anos, graas, principalmente aos benefcios do funcionamento da Estao de Tratamento do Baldo- ETE." O gelogo Eugnio Cunha tem uma histria de mais de trinta anos com o maior rio do estado. Ambientalista, ex-gestor do Idema, gelogo marinho, foi o pioneiro em entender e dissecar a natureza do Potengi atravs da tese de mestrado "Caracterizao e Planejamento do Esturio do Potengi", ainda nos anos 70. Cunha foi o diretor do Instituto Desenvolvimento Sustentvel e Meio Ambiente do RN- Idema entre 2003 e 2009.H 5 anos, Potengi viveu um de seus piores desastres ecolgicos com a mortandade de 40 toneladas de peixes. Foto: Frankie Marcone/DN/D.A Press

"Minha tese mostrou fundamentalmente que o rio favorecido por uma grande influncia marinha que empurra cerca de 32 milhes de metros cbicos de gua salgada acima ,at Macaba." A ddiva da natureza ocasiona a depurao da gua, mesmo com o lanamento de esgotos na rea urbana da cidade.

Apesar de observar a falta de polticas pblicas que integrem o "Rio Grande" urbi e da descontinuidade dos projetos que visavam um ordenamento urbano do rio, Cunha enxerga um rio bem mais limpo do que em pocas passadas, quando no havia qualquer tratamento dos efluentes despejados por empresas privadas e at mesmo pelo poder pblico.

Mesmo diante das foras que conspiram a favor do rio, Eugnio reconhece que alguns projetos importantes ficaram margem. Um deles foi o Projeto de Recuperao do Rio Potengi empreendido pela EcoNatal em 1993 quando Cunha era o titular da pasta. "Pretendamos sanear, urbanizar e criar o Parque dos Mangues e o Parque das Salinas".

Foi um perodo complicado em que muitas empresas localizadas nos leitos despejavam efluentes sem qualquer monitoramento pblico. "Inclusive empresas do prprio poder pblico", confirma o ex-secretrio do Idema.Eugnio Cunha avalia que o rio j esteve em situao pior h 10 anos. Foto: Carlos Santos/DN/D.A Press

Parque dos Mangues

Outra ao que beneficiaria o potencial da bacia hidrogrfica e ficou pelo caminho foi a criao do Parque dos Mangues pelo governo do Estado, que contemplaria uma rea de visitao pblica, atracadouro para embarcaes e passarelas, entre outros equipamentos que ajudariam a integrar o natalense ao rio.

"A rea, localizada onde se situava o antigo Projeto Camaro, na margem direita, chegou a ser desapropriada, O projeto foi debatido com a prefeitura e o Conselho Estadual de Meio Ambiente, mas infelizmente no teve continuidade. O projeto serviria para explorar o grande potencial turstico", lamenta Cunha.

O Idema chegou a projetar o Centro de Pesquisas Estuarias que serviria como um centro para reproduo de espcies do ecossistema fluvial em parceria com a Emparn e a UFRN. "Mas infelizmente eram aes que no tiveram grande divulgao por tratarem da questo ambienta", lamenta Eugnio, ressaltando que o Idema realizou monitoramento e fiscalizao dentro deu m programa de zoneamento ecolgico dos esturios do RN. Eugnio frisa que uma das poucas aes criado em sua gesto que ainda est em atividade no rio o Barco-Escola que leva professores e alunos da rede pblica para conhecer a bacia hidrogrfica Jundia -Potengi.

Peixes mortos

Cara de pau? Gestor do rgo fiscalizador da poca diz que foi exagero da mdia. Ningum foi preso at hoje. Assim so as leis ambientais. Brandas que s as guas do rio.

Foi durante a gesto de Cunha no Idema que ocorreu um dos maiores desastres ecolgicos que se tem noticia na histria do Potengi. H cinco anos, em julho de 2007 cerca de 40 toneladas de peixes e crustceos foram encontrados mortos na altura de Uruau, em So Gonalo do Amarante. O laudo tcnico da poca apontou a empresa de carnicicultura Verssimo e Filhos, localizada em So Gonalo do Amarante.

Eugnio admite que houve um erro tambm no trabalho de fiscalizao do rgo, alm de problemas burocrticos. Mas devo afirmar que aquilo foi um fato localizado e momentneo e que houve muito exagero por parte da mdia, principalmente no tocante a quantidade de peixes mortos. " No havia condies de aferir se houve a morte de tantos peixes como se quantificou poca".

Apesar de reconhecer que ainda existem grandes problemas no esturio, o ambientalista ressalta o engajamento da imprensa e do Ministrio Pblico na integrao do rio cidade. "Mas falta ao do poder pblico e dos empresrios atravs de projetos tursticos, esportivos e urbansticos. Precisamos de medidas em nosso Potengi".Postado h15th November 2012porCyrillo Fernandes2Visualizar comentrios5. NOV15

As ameaas ao Rio Potengi. Venceremos?Matria extrada do Jornal Tribuna do NortePublicao: 20 de Setembro de 2009 s 00:00

Por: Priscilla Castro -Reprter

Imagine morar em um dos mais belos cenrios do mundo e no saber aproveit-lo. No Rio Grande do Norte, essa uma realidade cada vez mais presente. Em um lugar onde no se v polticas de educao e conscientizao ambiental, nem o encanto daEmanuel AmaralFrancisco das Chagas, pescador, mostra a situao do Potengi e o despejo de esgotopaisagem, nem os prazeres que ela proporciona ficam livres de perigo. Atualmente, o maior e mais importante rio do Estado sofre as consequncias de uma poluio que parece no ter fim. As ameaas ao rio Potengi vm de todos os lados: empresrios, indstrias, comrcio e da prpria populao.

O crescimento urbano um dos fatores preocupantes, pois o aumento sem planejamento das cidades "espreme" o rio, que acaba transbordando na poca das cheias. O rio percorre 176 km desde a nascente, no municpio de Cerro Cor, at desaguar no mar, em Natal. O charme desse encontro, entretanto, no contemplado porque na maior parte desta trajetria, a voz predominante o grito do rio por socorro.

O risco est em aes comumente realizadas, como a retirada de areia e argila sem recuperao do dano, destruio das matas ciliares sem reflorestamento, presena dos viveiros ilegais de carcinicultura que destroem os manguezais e at a falta de conscincia ambiental com o lixo urbano, principalmente domstico. Para se ter uma ideia, o ltimo mutiro feito no rio para retirada do lixo coletou 13,5 toneladas em apenas quatro horas. Mas de todos os especialistas entrevistados, a resposta foi a mesma: a falta de um saneamento bsico adequado em Natal e Regio Metropolitana o principal problema para esse esturio.

Como qualquer outro esturio (rea de encontro do rio com o mar), o rio Potengi tambm se encontra com outros rios menores durante seu trajeto. No municpio de Macaba, o afluente o rio Jundia, predominante no municpio, e onde a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE constatou maior foco de sujeira. Esgotos domsticos, industriais e lixo de praticamente todos os tipos.

Em alguns pontos, a vegetao estava misturada a carcaas de animais mortos jogados, em sua maioria, por matadouros clandestinos. Alm disso, a populao ribeirinha do rio Jundia-Potengi no pequena. Os focos de lixo domsticos encontrados vinham principalmente deses moradores. Em frente a uma das casas, vrias sacolas plsticas com lixo domstico estavam jogadas no mangue. Alm disso, o hbito de jogar o lixo dos automveis na rua e tambm dos pedestres contribui para a poluio. Quando a mar enche e o rio segue seu percurso normal para o mar, todo esse lixo distribudo pelo esturio.

Nas palavras do pescador Francisco das Chagas, as plantas dos mangues entre So Gonalo do Amarante, Macaba e Natal mais parecem "rvores de natal". Com garrafas, embalagens plsticas e sacolas presas aos galhos das rvores, essa a impresso que se tem. Pneus velhos, restos de colcho, copo descartvel, tnis, latinhas e uma infinidade de resduos domsticos tambm 'enfeitam' o mangue.

Especialistas temem pela morte do rio

Em termos numricos, a preocupao em relao ao rio Potengi fica ainda maior. A biloga e pesquisadora da OnG Navima, Rosimary Dantas, contou que, em anlise realizada este ano nas guas do rio Potengi, foi detectada uma quantidade de 20 mil coliformes fecais para 100 mililitros de amostra, valor muito superior ao limite mximo permitido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). A mesma anlise foi realizada nas ostras, maior filtradora existente na gua, e foram encontrados dois mil coliformes para a mesma quantidade de gua coletada.

Diante de todos os problemas caractersticos ao rio Potengi, o poder pblico troca acusaes e tenta se desviar da responsabilidade que lhe devida. Quando no falta fiscalizao eficiente, falta saneamento bsico, ou polticas de educao e conscientizao ambiental, ou recolhimento adequado do lixo, ou vontade da populao. As aes continuam caminhando a passos lentos, enquanto o rio permanece ameaado.

O fato que, apesar de no querer acreditar nessa hiptese, os especialistas j admitem a possibilidade de o esturio do Potengi se transformar em um rio morto antes do que se espera. Afinal, a natureza pode at ter um processo de regenerao surpreendente, mas no vai aguentar ser mal tratada para sempre.

Pescadores

Com uma fauna muito diversificada, o rio Potengi, alm de vasta beleza, fonte de alimentos e incentivo economia pesqueira. O esturio do Potengi considerado um dos ecossistemas mais produtivos do mundo pela Word Wildlife Fund (WWF). Portanto, as aes que prejudicam o rio esto diretamente relacionadas fauna aqutica. Com isso, os peixes, caranguejos, ostras, camares e outras delcias inseparveis do cardpio potiguar tambm esto correndo risco.Emanuel AmaralFrancisco das Chagas, pescador, lamenta a atual situao do Potengi e das famlias de pescadores

Quem no se lembra da ltima grande sequela da poluio do rio Potengi? Em julho de 2007, o Rio Grande do Norte presenciava o maior desastre ambiental da histria do Potengi. Na manh do dia 28, foram encontradas cerca de 40 toneladas de peixe morto. Alm dos pescados, morreram aves, cachorros e galinhas.

O processo ainda corre na Justia e no se sabe ao certo quais as causas da mortandade em massa. De acordo com o coordenador de fiscalizao do Instituto de Desenvolvimento Econmico e Meio Ambiente (Idema), Hermnio Brito, a primeira anlise laboratorial feita pela UFRN identificou que o principal motivo para a morte dos peixes tenha sido uma descarga orgnica concentrada que retirou o oxignio de forma muito rpida, matando os peixes por asfixia. O coordenador aponta como quase nula a possibilidade de um desastre como esse se repetir.

O comentrio, entretanto, no explica a morte de aves, cachorros e outros animais que se alimentavam dos peixes. Os pescadores acreditam que tenha sido morte por envenenamento provocado pela substncia qumica proveniente das indstrias. A empresa Verssimo e Filhos est impedida de atuar desde o acontecimento, por ser a principal suspeita de emitir essa descarga.

Na poca, os pescadores ficaram quase um ms sem conseguir nenhum tipo de alimento do rio. At hoje, quem depende dos pescados para sobreviver ainda sente o efeito dessa mortandade em massa. A catadora Ktia de Brito, que pega ostras no rio Potengi h 15 anos, reclama da diminuio do molusco no mangue. "A poluio est tornando tudo mais escasso. Antes eu tirava 40 quilos por semana, hoje s consigo pegar uns dois por dia", contou.

Para o pescador Juarez Flix, o envenenamento ainda existe e vem da prpria populao. De acordo com ele, alguns moradores das comunidades esto pegando os camares de forma ilegal. "Eles colocam carrapaticida dentro do rio para matar os camares, porque quando eles morrem, sobem para a superfcie e fica mais fcil pegar. Mas eles pegam muito pouco, s para comer mesmo, e deixam o veneno l matando o resto", explicou.

Ibama responsvel pela fiscalizao do Potengi

O manguezal rea de Preservao Permanente (APP) de competncia federal. Embora a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) tenha poder de liberar licenciamentos para empresas atuarem prximo ao rio Potengi e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) tambm desenvolva aes sobre o ecossistema, do Instituto de Desenvolvimento Econmico e Meio Ambiente do Rio Grande do Note (Idema) o dever de preservar e fiscalizar o rio Potengi.

Alm de autorizar a licena s empresas, o rgo tem o dever de vigiar as atividades de cada um desses empreendimentos. "Ns fiscalizamos todas as denncias, temos um barco que coleta o lixo diariamente entre a Ponte de Igap e a foz do rio, fazemos passeios com os estudantes para levar conscientizao e conhecimento sobre a importncia do ecossistema e temos um programa de monitoramento da gua a cada 15 dias, o Programa gua Viva", afirmou o chefe de fiscalizao do Idema, Hermnio Brito.

Mas a garantia de que este o ecossistema mais bem fiscalizado pelo rgo no d sossego para todos. O que pescadores, bilogos, Ministrio Pblico (MP) e Polcia Federal acreditam que esse trabalho no executado como se deve. Em estudo realizado recentemente sobre os empreendimentos potencialmente poluidores nas reas de entorno do rio Potengi em Natal e Regio Metropolitana, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) constatou que algumas empresas esto atuando sem o licenciamento ambiental necessrio.

Dentre postos de gasolina, lava-jatos, construtoras, cermicas, curtumes e outras empresas, o estudo detectou ainda que muitos dos empreendimentos que tm a licena, no cumprem seus condicionantes. Segundo o superintendente Alvamar Queiroz, dos 66 pontos fiscalizados, cerca de 90% est em circunstncia de poluio por consequncia da ao das empresas.

Foi encontrado um ponto falho tambm com relao ao depsito do lixo dessas empresas. A maioria das indstrias contrata empresas terceirizadas para tirarem e levarem o lixo at seu destino final. No entanto, a falta de preocupao e fiscalizao das prprias indstrias quanto ao das terceirizadas leva tambm a poluio no rio.

A pesquisa foi feita pelo Ibama, mas esse um trabalho que deve ser tambm executado sistematicamente pelo Idema. "Ns s atuamos supletivamente, quando o rgo estadual no fez o que deveria ter sido feito no momento certo. Mas temos o poder de cobrar as aes do Idema e da Semurb", explicou Alvamar Queiroz.

O ex-delegado do meio ambiente, Asdrbal Arajo, esteve frente das investigaes do desastre de 2007 e acredita que as pesquisas e anlises no rio no esto sendo priorizadas. "Ficamos perplexos quando o Professor responsvel pela chefia do Departamento de Oceanografia e Limnologia (DOL) da UFRN nos informou que no tinha conhecimento da realizao de pesquisas e que muitos pesquisadores evitavam o rio temendo se contaminarem".

Quanto ao MP, a promotora do Meio Ambiente Gilka da Mata afirmou que o rgo tem tomado as medidas para a despoluio, atravs de aes e decises judiciais, que impuseram obrigaes ao Idema, ao Estado e Caern. "O MP possui uma verdadeira parceria com os Professores da UFRN e do IFRN (antigo CEFET) no s bilogos, como eclogos, engenheiros e outros.

Esgoto despejado sem tratamento

No que se refere a saneamento bsico, o rio Potengi o destino final do esgotamento sanitrio feito pela Caern no Rio Grande do Norte. Esse caminho no estaria errado se o esgoto fosse tratado antes de ser despejado nas guas. No entanto, a maior parte jogada "in natura" dentro do rio, sem passar por qualquer tipo de processamento.

Apenas 33% do esgoto de Natal atualmente coletado pela Caern. Em Macaba, essa coleta praticamente inexistente. Ento sem rede de coleta, no h tratamento. E sem tratamento, no h preveno. "So esgotos domsticos, hospitalares, industriais queEmanuel AmaralAs rvores s margens do rio Potengi parecem enfeitadas para o Natal, s que com lixovm do jeito que esto para o rio e acabam sendo levados para o mar. Nossa costa est sendo bombardeada com ondas gigantes porque no temos mais proteo, j que a poluio do Potengi afeta as temperaturas, as correntes martimas e a dinmica do mar", disse a biloga Rosimary Dantas.

De acordo com Isaas Costas, o rio Potengi sempre foi e sempre ser o corpo receptor desse material porque o Estado no possui rea suficiente para promover uma disposio final em nvel de infiltrao. "No se faz esgotamento sanitrio sem que o processo seja completo: coleta, tratamento, transporte e destinao final adequada ao Meio Ambiente", explicou.

Dentre os planejamentos da Caern, sero construdas duas novas Estaes de Tratamento de Esgoto (ETEs), uma no Baldo e uma em Bom Pastor, e um emissrio submarino em Ponta Negra, que prometem diminuir consideravelmente a emisso de poluentes para o rio. "At o final de 2010, ns vamos fazer a coleta de tratamento do esgoto em 60% do municpio de Natal, alm de construir redes de esgoto para coleta em Parnamirim e Macaba", garantiu.

Por enquanto, os problemas continuam. Em um trecho do rio prximo Macaba, a gua marrom predominante termina onde comea um trecho de gua verde clara. Entre as rvores do mangue, uma corrente de resduos qumicos industriais desce at o rio levando a gua esverdeada, que parece no se misturar, j que o resultado um contraste de duas cores muito diferentes, mas que fazem o mesmo apelo: "precisamos de ajuda".

Na entrevista, Hermnio Brito garantiu com todas as letras que o esgoto proveniente do Centro de Indstria Avanado (CIA) de Macaba, que concentra diversas usinas de diferentes tipos, dentre elas, a Coteminas e Coca-cola. "Ns j enviamos uma notificao para a Caern para que eles expliquem a m qualidade dessa gua", disse.

No entanto, Isaas Costa afirmou que a ETE do CIA j funciona a pleno vapor e se eximiu da responsabilidade sobre o esgoto industrial. "A gua pode sair vermelha, verde ou azul que vai estar inofensiva porque ns tivemos uma determinao do Ministrio Pblico para construir essa Estao e assim o fizemos. Agora, se alguma indstria est desviando o esgoto clandestinamente, a responsabilidade de averiguar isso no nossa, do Idema", concluiu.

Servios:Denncias ao Idema: 0800 281 1975Denncias ao Ibama: 0800 618 080 ou 3232-0100Denncias Delegacia Especializada de Proteo do Meio Ambiente (DEPREMA): 3232-4704Postado h15th November 2012porCyrillo Fernandes0Add a comment6. NOV15

Salvaremos o Rio Potengi?Matria extrada do Jornal Tribuna Do NortePublicao: 03 de Julho de 2011 s 00:00

Por: ISAAC LIRA -Reprter

"O rio um milagre". Jos Maurcio de Sousa tem 85 anos e no entende nada de pesquisas acadmicas ou de cincia. Mas sabe tudo sobre rio. O rio Potengi, o maior e mais importante do Rio Grande do Norte, um velho conhecido desse agricultor aposentado. A palavra "milagre" define o assombro de Z Maurcio, como ele conhecido no municpio de Barcelona, a 86 quilmetros de Natal, diante daquilo que , para o agricultor, a fonte de toda riqueza e o sustentculo da vida naquelas paragens: o rio, utilizado para dar de beber aos animais, na roa e nos afazeres domsticos.adriano abreuGrupo de estudos do programa Territrio da Cidadania Potengi est em campo fazendo pesquisas para elaborao de diagnsticoMesmo sem entender de cincia, Z Maurcio concorda com os acadmicos. H anos ele percebe o milagre do Potengi desfeito pouco a pouco. De divino, o rio tem se tornado humano, demasiado humano, com o passar dos dias e o aumento do uso irracional, desmedido, dos recursos que o "milagre" pe disposio dos moradores dos arredores. O rio da infncia e adolescncia do agricultor no existe mais. E hoje Z Maurcio obrigado a conviver com guas mais rasas, mais salgadas e com menos diversidade de plantas e animais. Tudo fruto da degradao.

O agricultor de 85 anos um dos personagens do "Diagstico da Bacia Hidrogrfica do Rio Potengi", realizado pelo programa Territrio da Cidadania Potengi, a partir de uma equipe multidisciplinar de 48 pessoas, entre gegrafos, bilogos, agrnomos, entre outras especialidades. O objetivo levantar os usos do rio no chamado mdio curso, entre So Tom e Ielmo Marinho, alm das relaes das comunidades ribeirinhas com o Potengi. Segundo o coordenador tcnico de campo do projeto, Johan Adones, no h estudos sobre essa parte do curso de gua. A Academia tem se concentrado no esturio, nas cercanias da capital.

Agora, hora de falar com pessoas como Z Maurcio para entender as transformaes pelas quais o rio tem passado. E uma das falas do agricultor d uma pista importante sobre o que tem acontecido. "O rio est mais salgado porque esses riachos que caem nele ficaram salgados", explica, ao ser perguntado sobre o gosto da gua, que vem mudando. Johan Adones usa o vocabulrio cientfico. "Os afluentes do rio Potengi passam pelas cidades e trazem consigo boa parte da poluio que coletam nesses centros urbanos", diz.

At o incio do atual estudo tinham sido catalogados, de acordo com Johan Adonis, quatro principais afluentes no rio. Contudo, percebe-se uma grande disparidade quando se percorre a extenso do Potengi. "No temos o nmero fechado, mas encontramos uma quantidade muito superior a essa. Como no h estudos sobre essa rea, esses afluentes no estavam no mapa", justifica. Esses afluentes, riachos em sua maioria, so responsveis em grande parte pela contaminao do rio. Nada que se compare quantidade encontrada no esturio do rio, nas proximidades de Natal, onde a maior quantidade de pessoas e indstrias resultam em altos nveis de poluio. Mas a marca do uso inadequado tambm est no mdio curso.

Uma caracterstica bastante citada pelos sertanejos o "enlarguecimento" do rio. Jovens ou idosos, a percepo de que o rio est mais largo, e por consequncia tambm mais raso, disseminada entre todos os agricultores das cercanias. Mesmo apontando com exatido a consequncia mais visvel do processo de "assoreamento" - guas largas e rasas - so poucos os que identificam o causador, ou seja, o desmatamento nas margens do rio. Trata-se de um processo comum, bastante presente na maioria dos rios brasileiros. "Discute-se hoje, no novo cdigo florestal, o limite entre a mar-gem do rio e a rea passvel de ex-plorao, mas no adianta nada discutir isso se o limite no aplicado. Hoje no h aplicao da lei", diz Johan.

Como as margens so mais frteis, os donos de terras e agricultores preferem plantar por ali, muitas vezes at de forma "inocente", pela simples ato de repetir a tradio. Sem a proteo natural da mata, tudo o que o vento traz, como areia, por exemplo, acaba se depositando no leito do rio, que fica mais raso. Sem a proteo natural da mata, as guas se espalham tornando o curso mais largo. E assim, aos poucos, o "milagre" vai sendo desfeito.

Comunidades

As muitas entrevistas com as comunidades ribeirinhas no mdio curso do rio Potengi mostram um perfil semelhante. No geral, os agricultores e pescadores daquela regio identificam o rio Potengi de forma semelhante a Jos Maurcio de Sousa: como um "milagre", ou seja como o elemento atravs do qual a prosperidade da vida naquela regio se torna possvel. Da mesma forma, os usos do rio, adequados ou inadequados, se repetem nas palavras dos ribeirinhos.

O lixo principalmente queimado ou enterrado por ali. Poucos so os casos de coleta. A equipe flagrou, contudo, a existncia de "lixes", o que demonstra que mesmo com a coleta, o processo no est livre de problemas ambientais. Alm disso, o esgoto eminentemente destinado para fossas spticas. A gua utilizada vem de adutoras, ou ento recolhida em cisternas. Na maioria dos casos, somente os animais bebem diretamente do rio. A gua dos afazeres domsticos tambm do Potengi.

Os moradores vivem com rendas de at um salrio mnimo e plantam feijo, milho e capim principalmente. Eles percebem, no geral, problemas nos usos que fazem do rio, embora nem sempre identifiquem as mudanas pelas quais as guas vem passando como fruto da atividade humana.

Grupo constata poluio e assoreamento no curso do rio

Poluio nos afluentes e assoreamento do leito do rio so apenas algumas das situaes com as quais o grupo do projeto "Diagstico da Bacia Hidrogrfica do Rio Potengi" se depara durante o trabalho de campo. Como no h estudos sobre a rea atualmente investigada, a equipe tem percorrido a p todo o curso do rio. No trecho em questo, o rio no perene, dependendo das chuvas para ficar cheio. justamente nesse perodo quando no h chuva suficiente que o trabalho realizado. Com o rio seco, os pesquisadores andam no leito, entre pedras, fios de gua e areia fofa. A paisagem em muitos momentos chama a ateno pela beleza. A idia terminar a parte de campo em fins de julho, dependendo do volume de chuvas e do estado do Potengi.

A reportagem da TRIBUNA DO NORTE se juntou ao grupo coordenado por Johan Adonis em um domingo (19/06) para acompanhar parte do trajeto no municpio de Barcelona. O grupo, alm de vrios especialistas, contava tambm com um guia, conhecedor dos caminhos por dentro do rio, e tambm dos afluentes daquela regio. O marco inicial foi a divisa entre So Tom e Barcelona. Alm de entrevistar os moradores da "beira" do rio, a equipe tambm georreferenciou pontos importantes, como afluentes, poos e rvores representantivas da regio.

Como se trata de um trabalho de identificao e reconhecimento, conseguir posicionar, atravs de um GPS, onde esto os afluentes, poos, barragens, quais reas de degradao, etc, fundamental. "Esse trabalho servir para identificar potenciais tursticos, por exemplo, ou pontos onde j necessrio um trabalho de recuperao. Ento, um ponto de partida para definir uma poltica de tratamento em torno do rio", explica Johan. A identificao de rvores representantivas - seja pela antiguidade ou por se tratar de uma espcie em extino - um outro ponto importante. "Vai permitir o monitoramento, daqui a algum tempo saber se essas rvores continuam assim", resume.

O trabalho de campo comple-mentado com visitas nos pontos de degradao nas cidades e entrevistas com membros do poder pblico. Lixes, abatedouros, locais de despejo de material de fossa. Tudo isso j foi encontrado pelas equipes nas cidades que circundam o mdio curso do rio Potengi. Um dos principais calos na parte relativa aos centros urbanos o despejo de esgoto sem nenhum tratamento nas guas do rio, o que tambm ainda acontece em Natal e cidades vizinhas, embora em percentuais menores. O esgoto despejado em algum riacho que afluente do rio, o que causa um dano semelhante. "Esses afluentes trazem boa parte da poluio encontrada no rio", resume.

Em um dos pontos da caminhada, o grupo conseguiu flagrar um dos motivos do assoreamento, para alm da retirada das matas ciliares: o comrcio de areia. Um caminho e uma escavadeira retiravam areia do leito seco para o que os operrios alegaram ser uma obra em um municpio vizinho. No havia sombra de fiscalizao no local. " algo que acontece bastante, a retirada de material do leito do rio. Ser uma das questes relatadas no trabalho", expe Johan.Postado h15th November 2012porCyrillo Fernandeshttp://meuriopotengi.blogspot.com.br/Imagine morar em um dos mais belos cenrios do mundo e no saber aproveit-lo. No Rio Grande do Norte, essa uma realidade cada vez mais presente. Em um lugar onde no se v polticas de educao e conscientizao ambiental, nem o encanto daEmanuel AmaralFrancisco das Chagas, pescador, mostra a situao do Potengi e o despejo de esgotopaisagem, nem os prazeres que ela proporciona ficam livres de perigo. Atualmente, o maior e mais importante rio do Estado sofre as consequncias de uma poluio que parece no ter fim. As ameaas ao rio Potengi vm de todos os lados: empresrios, indstrias, comrcio e da prpria populao.

O crescimento urbano um dos fatores preocupantes, pois o aumento sem planejamento das cidades espreme o rio, que acaba transbordando na poca das cheias. O rio percorre 176 km desde a nascente, no municpio de Cerro Cor, at desaguar no mar, em Natal. O charme desse encontro, entretanto, no contemplado porque na maior parte desta trajetria, a voz predominante o grito do rio por socorro.

O risco est em aes comumente realizadas, como a retirada de areia e argila sem recuperao do dano, destruio das matas ciliares sem reflorestamento, presena dos viveiros ilegais de carcinicultura que destroem os manguezais e at a falta de conscincia ambiental com o lixo urbano, principalmente domstico. Para se ter uma ideia, o ltimo mutiro feito no rio para retirada do lixo coletou 13,5 toneladas em apenas quatro horas. Mas de todos os especialistas entrevistados, a resposta foi a mesma: a falta de um saneamento bsico adequado em Natal e Regio Metropolitana o principal problema para esse esturio.

Como qualquer outro esturio (rea de encontro do rio com o mar), o rio Potengi tambm se encontra com outros rios menores durante seu trajeto. No municpio de Macaba, o afluente o rio Jundia, predominante no municpio, e onde a equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE constatou maior foco de sujeira. Esgotos domsticos, industriais e lixo de praticamente todos os tipos.

Em alguns pontos, a vegetao estava misturada a carcaas de animais mortos jogados, em sua maioria, por matadouros clandestinos. Alm disso, a populao ribeirinha do rio Jundia-Potengi no pequena. Os focos de lixo domsticos encontrados vinham principalmente deses moradores. Em frente a uma das casas, vrias sacolas plsticas com lixo domstico estavam jogadas no mangue. Alm disso, o hbito de jogar o lixo dos automveis na rua e tambm dos pedestres contribui para a poluio. Quando a mar enche e o rio segue seu percurso normal para o mar, todo esse lixo distribudo pelo esturio.

Nas palavras do pescador Francisco das Chagas, as plantas dos mangues entre So Gonalo do Amarante, Macaba e Natal mais parecem rvores de natal. Com garrafas, embalagens plsticas e sacolas presas aos galhos das rvores, essa a impresso que se tem. Pneus velhos, restos de colcho, copo descartvel, tnis, latinhas e uma infinidade de resduos domsticos tambm enfeitam o mangue.

Especialistas temem pela morte do rio

Em termos numricos, a preocupao em relao ao rio Potengi fica ainda maior. A biloga e pesquisadora da OnG Navima, Rosimary Dantas, contou que, em anlise realizada este ano nas guas do rio Potengi, foi detectada uma quantidade de 20 mil coliformes fecais para 100 mililitros de amostra, valor muito superior ao limite mximo permitido pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). A mesma anlise foi realizada nas ostras, maior filtradora existente na gua, e foram encontrados dois mil coliformes para a mesma quantidade de gua coletada.

Diante de todos os problemas caractersticos ao rio Potengi, o poder pblico troca acusaes e tenta se desviar da responsabilidade que lhe devida. Quando no falta fiscalizao eficiente, falta saneamento bsico, ou polticas de educao e conscientizao ambiental, ou recolhimento adequado do lixo, ou vontade da populao. As aes continuam caminhando a passos lentos, enquanto o rio permanece ameaado.

O fato que, apesar de no querer acreditar nessa hiptese, os especialistas j admitem a possibilidade de o esturio do Potengi se transformar em um rio morto antes do que se espera. Afinal, a natureza pode at ter um processo de regenerao surpreendente, mas no vai aguentar ser mal tratada para sempre.

Pescadores

Com uma fauna muito diversificada, o rio Potengi, alm de vasta beleza, fonte de alimentos e incentivo economia pesqueira. O esturio do Potengi considerado um dos ecossistemas mais produtivos do mundo pela Word Wildlife Fund (WWF). Portanto, as aes que prejudicam o rio esto diretamente relacionadas fauna aqutica. Com isso, os peixes, caranguejos, ostras, camares e outras delcias inseparveis do cardpio potiguar tambm esto correndo risco.Emanuel AmaralFrancisco das Chagas, pescador, lamenta a atual situao do Potengi e das famlias de pescadores

Quem no se lembra da ltima grande sequela da poluio do rio Potengi? Em julho de 2007, o Rio Grande do Norte presenciava o maior desastre ambiental da histria do Potengi. Na manh do dia 28, foram encontradas cerca de 40 toneladas de peixe morto. Alm dos pescados, morreram aves, cachorros e galinhas.

O processo ainda corre na Justia e no se sabe ao certo quais as causas da mortandade em massa. De acordo com o coordenador de fiscalizao do Instituto de Desenvolvimento Econmico e Meio Ambiente (Idema), Hermnio Brito, a primeira anlise laboratorial feita pela UFRN identificou que o principal motivo para a morte dos peixes tenha sido uma descarga orgnica concentrada que retirou o oxignio de forma muito rpida, matando os peixes por asfixia. O coordenador aponta como quase nula a possibilidade de um desastre como esse se repetir.

O comentrio, entretanto, no explica a morte de aves, cachorros e outros animais que se alimentavam dos peixes. Os pescadores acreditam que tenha sido morte por envenenamento provocado pela substncia qumica proveniente das indstrias. A empresa Verssimo e Filhos est impedida de atuar desde o acontecimento, por ser a principal suspeita de emitir essa descarga.

Na poca, os pescadores ficaram quase um ms sem conseguir nenhum tipo de alimento do rio. At hoje, quem depende dos pescados para sobreviver ainda sente o efeito dessa mortandade em massa. A catadora Ktia de Brito, que pega ostras no rio Potengi h 15 anos, reclama da diminuio do molusco no mangue. A poluio est tornando tudo mais escasso. Antes eu tirava 40 quilos por semana, hoje s consigo pegar uns dois por dia, contou.

Para o pescador Juarez Flix, o envenenamento ainda existe e vem da prpria populao. De acordo com ele, alguns moradores das comunidades esto pegando os camares de forma ilegal. Eles colocam carrapaticida dentro do rio para matar os camares, porque quando eles morrem, sobem para a superfcie e fica mais fcil pegar. Mas eles pegam muito pouco, s para comer mesmo, e deixam o veneno l matando o resto, explicou.

Ibama responsvel pela fiscalizao do Potengi

O manguezal rea de Preservao Permanente (APP) de competncia federal. Embora a Secretaria Municipal de Meio Ambiente e Urbanismo (Semurb) tenha poder de liberar licenciamentos para empresas atuarem prximo ao rio Potengi e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) tambm desenvolva aes sobre o ecossistema, do Instituto de Desenvolvimento Econmico e Meio Ambiente do Rio Grande do Note (Idema) o dever de preservar e fiscalizar o rio Potengi.

Alm de autorizar a licena s empresas, o rgo tem o dever de vigiar as atividades de cada um desses empreendimentos. Ns fiscalizamos todas as denncias, temos um barco que coleta o lixo diariamente entre a Ponte de Igap e a foz do rio, fazemos passeios com os estudantes para levar conscientizao e conhecimento sobre a importncia do ecossistema e temos um programa de monitoramento da gua a cada 15 dias, o Programa gua Viva, afirmou o chefe de fiscalizao do Idema, Hermnio Brito.

Mas a garantia de que este o ecossistema mais bem fiscalizado pelo rgo no d sossego para todos. O que pescadores, bilogos, Ministrio Pblico (MP) e Polcia Federal acreditam que esse trabalho no executado como se deve. Em estudo realizado recentemente sobre os empreendimentos potencialmente poluidores nas reas de entorno do rio Potengi em Natal e Regio Metropolitana, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama) constatou que algumas empresas esto atuando sem o licenciamento ambiental necessrio.

Dentre postos de gasolina, lava-jatos, construtoras, cermicas, curtumes e outras empresas, o estudo detectou ainda que muitos dos empreendimentos que tm a licena, no cumprem seus condicionantes. Segundo o superintendente Alvamar Queiroz, dos 66 pontos fiscalizados, cerca de 90% est em circunstncia de poluio por consequncia da ao das empresas.

Foi encontrado um ponto falho tambm com relao ao depsito do lixo dessas empresas. A maioria das indstrias contrata empresas terceirizadas para tirarem e levarem o lixo at seu destino final. No entanto, a falta de preocupao e fiscalizao das prprias indstrias quanto ao das terceirizadas leva tambm a poluio no rio.

A pesquisa foi feita pelo Ibama, mas esse um trabalho que deve ser tambm executado sistematicamente pelo Idema. Ns s atuamos supletivamente, quando o rgo estadual no fez o que deveria ter sido feito no momento certo. Mas temos o poder de cobrar as aes do Idema e da Semurb, explicou Alvamar Queiroz.

O ex-delegado do meio ambiente, Asdrbal Arajo, esteve frente das investigaes do desastre de 2007 e acredita que as pesquisas e anlises no rio no esto sendo priorizadas. Ficamos perplexos quando o Professor responsvel pela chefia do Departamento de Oceanografia e Limnologia (DOL) da UFRN nos informou que no tinha conhecimento da realizao de pesquisas e que muitos pesquisadores evitavam o rio temendo se contaminarem.

Quanto ao MP, a promotora do Meio Ambiente Gilka da Mata afirmou que o rgo tem tomado as medidas para a despoluio, atravs de aes e decises judiciais, que impuseram obrigaes ao Idema, ao Estado e Caern. O MP possui uma verdadeira parceria com os Professores da UFRN e do IFRN (antigo CEFET) no s bilogos, como eclogos, engenheiros e outros.

Esgoto despejado sem tratamento

No que se refere a saneamento bsico, o rio Potengi o destino final do esgotamento sanitrio feito pela Caern no Rio Grande do Norte. Esse caminho no estaria errado se o esgoto fosse tratado antes de ser despejado nas guas. No entanto, a maior parte jogada in natura dentro do rio, sem passar por qualquer tipo de processamento.

Apenas 33% do esgoto de Natal atualmente coletado pela Caern. Em Macaba, essa coleta praticamente inexistente. Ento sem rede de coleta, no h tratamento. E sem tratamento, no h preveno. So esgotos domsticos, hospitalares, industriais queEmanuel AmaralAs rvores s margens do rio Potengi parecem enfeitadas para o Natal, s que com lixovm do jeito que esto para o rio e acabam sendo levados para o mar. Nossa costa est sendo bombardeada com ondas gigantes porque no temos mais proteo, j que a poluio do Potengi afeta as temperaturas, as correntes martimas e a dinmica do mar, disse a biloga Rosimary Dantas.

De acordo com Isaas Costas, o rio Potengi sempre foi e sempre ser o corpo receptor desse material porque o Estado no possui rea suficiente para promover uma disposio final em nvel de infiltrao. No se faz esgotamento sanitrio sem que o processo seja completo: coleta, tratamento, transporte e destinao final adequada ao Meio Ambiente, explicou.

Dentre os planejamentos da Caern, sero construdas duas novas Estaes de Tratamento de Esgoto (ETEs), uma no Baldo e uma em Bom Pastor, e um emissrio submarino em Ponta Negra, que prometem diminuir consideravelmente a emisso de poluentes para o rio. At o final de 2010, ns vamos fazer a coleta de tratamento do esgoto em 60% do municpio de Natal, alm de construir redes de esgoto para coleta em Parnamirim e Macaba, garantiu.

Por enquanto, os problemas continuam. Em um trecho do rio prximo Macaba, a gua marrom predominante termina onde comea um trecho de gua verde clara. Entre as rvores do mangue, uma corrente de resduos qumicos industriais desce at o rio levando a gua esverdeada, que parece no se misturar, j que o resultado um contraste de duas cores muito diferentes, mas que fazem o mesmo apelo: precisamos de ajuda.

Na entrevista, Hermnio Brito garantiu com todas as letras que o esgoto proveniente do Centro de Indstria Avanado (CIA) de Macaba, que concentra diversas usinas de diferentes tipos, dentre elas, a Coteminas e Coca-cola. Ns j enviamos uma notificao para a Caern para que eles expliquem a m qualidade dessa gua, disse.

No entanto, Isaas Costa afirmou que a ETE do CIA j funciona a pleno vapor e se eximiu da responsabilidade sobre o esgoto industrial. A gua pode sair vermelha, verde ou azul que vai estar inofensiva porque ns tivemos uma determinao do Ministrio Pblico para construir essa Estao e assim o fizemos. Agora, se alguma indstria est desviando o esgoto clandestinamente, a responsabilidade de averiguar isso no nossa, do Idema, concluiu.http://tribunadonorte.com.br/noticia/potengi-ameaca-de-todos-os-lados/125782Poluio do rio Potengi, Natal-RNO Rio Potengi vive uma situao dramtica. No somente em funo do acidente ocorrido nas ltimas semanas, em que toneladas de peixes morreram, mas devido ao lanamento de efluentes de diversos tipos que so descartados em seu leito desde a poca do surgimento da cidade de Natal.O rio acompanhou o crescimento da cidade, que despejava ( econtinua despejando)em suas guas todo tipo de efluente. Esse crescimento urbano, evidenciado pelo surgimento de bairros populosos e sem infra-estrutura de saneamento bsico, juntamente com a instalao de atividades industriais nas margens do rio, intensificou a carga de poluentes lanados diretamente no rio, muitas vezesin natura, contribuindo para um agravamento no quadro de degradao e poluio ambiental.Vrios estudos sobre a poluio do rio detectaram elevados ndices de poluio qumica e biolgica. Aquela, caracterizada, principalmente, pelo lanamento de metais pesados, muitas vezes txicos aos seres vivos, que se depositam no fundo do rio. Quando solubilizados, estes metais podem ser absorvidos pela cadeia alimentar aqutica, isto , podem ser ingeridos por peixes, crustceos ou qualquer outra espcie aqutica. Isto preocupante, pois alguns metais possuem caractersticas de bioacumulao. Ou seja, se a concentrao de metal corresponde, por exemplo, a X, quando ingerido por um peixe, pode acumular para 2 X, e assim por diante ao longo da teia alimentar. Quando essas espcies chegarem a ser consumidas pelos homens, podem ter bioacumulado metal suficiente a ponto de aumentar o seu potencial txico e provocar srios danos sade humana.Este um problema preocupante, pois so muitas as famlias que sobrevivem do pescado do rio Potengi, comercializando-o ou consumindo-o diretamente. certo que o rio Potengi, assim como todo e qualquer ecossistema possui (ou possua) uma capacidade de suporte que permite autodepurar a poluio ambiental. Com o desastre da ltima semana, percebe-se que essa capacidade j foi h muito ultrapassada. Pode acontecer do rio recuperar a sua qualidade(?) anterior, mas jamais ir se recuperar se no houver uma interveno poltica destinada a sanear a poluio do rio. preciso atuar nas causas, mas tambm em algumas conseqncias j comprovadas.

http://www.gostodeler.com.br/materia/2239/poluicao_do_rio_potengi_natal-rn.htmlO nome do rio vem do tupi 'Rio dos Camares'. Sua nascente est localizada no municpio de 'Cerro Cor' e sua foz no municpio de Natal, onde desemboca no Oceano Atlntico.

E no dia 25 de dezembro 1597 (por isso a cidade se chama Natal), que os portugueses aportam suas esquadras na foz do Rio Potengi, utilizando-o para adentrar o territrio com suas embarcaes.

E no rio Potengi em Natal, que os turistas podem observar o lindo pr do sol, os dos cartes postal da cidade.

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Denominaram o Rio Grande, por seu vasto leito e extenso, sendo a origem do nome da ento capitania hereditria do Rio Grande do Norte.

A Fortaleza dos Reis Magos, um dos cartes postais natalenses, foi construdo em formato de estrela, sobre arrecifes nas margens do Rio Potengi.

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Municpio :NatalDistncia de Natal :0 kmComo chegar :Pela praias do centro da cidade

tambm sobre o rio Potengi, que foi construido a maior obra do estado, a Ponte 'Newton Navarro', que marca a diviso entre a zona norte e o resto da cidade de Natal.

http://www.brasilrn.com/_pt/VisiteAttractionFiche.php?idmenu=3&idtpattraction=2&idregion=1&idattraction=143O Potengi o principal rio do Rio Grande do Norte, que gerou frutos econmicos e sociais para todo o nosso Estado oferecendo condies para a sobrevivncia de milhares de pessoas ao longo da histria. Ainda hoje h quem tente retirar parte de seu sustento das guas sujas e negras do rio.

Masa atualrealidade bem diferente. O Potengi foi tomado pela poluio e deixou de ser fonte de riquezas,passando a receber lixo e esgoto de cerca de 30 bairros de Natal.Com sorte aindaexistem algumas aes que pretendem lutar contra o curso da poluio.

Um belo exemplo o projeto Barco-escola Chama-mar. Uma das aes educativas desenvolvidas pelo Programa Potengi Vivo, do Instituto de Defesa do Meio Ambiente do Rio Grande do Norte - IDEMA, em parceria com a Fundao para o Desenvolvimento Sustentvel da Terra Potiguar FUNDEP, da Universidade Potiguar UnP, visandoa recuperao do esturio Potengi.

A proposta levar conhecimento e lazer populao dentro de uma questo de conscincia ambiental. O Chama-mar uma estrutura flutuante que funciona como espao pedaggico de educao ambiental voltado para uma viso crtica e reflexiva sobre questes ambientais do rio Potengi, explica a professora de Histria da Unp e responsvel pelo barco, Carla Genuno. A Embarcao, do tipo catamar, foi patrocinada pela Petrobrs e tem capacidade para at60 pessoas alm da tripulao, que formada por alunos e professores dos cursos de Turismo, Histria e Biologia da Universidade Potiguar.

Os passeios so verdadeiras aulas dentro de um roteiro construdo pela equipe pedaggica. O trajeto inclui as belas paisagens e cartes postais (as naturais e as assinadas pelo homem) como a Fortaleza dos Reis Magos, a Ponte Newton Navarro e a chamada ponte velha, outro acesso Zona Norte de Natal.

Alm do Chama-mar, outra ao tambm no Potengi o Projeto Boomerang, que tem o objetivo de retirar o lixo das margens do rio. Os trabalhadores coletam at 400 kg de lixo todos os dias, mas quando o projeto comeou eram 500 kg., afirma Carla Genuno. Grande parte do material retirado composto por garrafas pet, sacos plsticos e at leo de cozinha.

Ao longo de trs anos de projeto, proximadamente 60 mil pessoas j navegaram pelas guas do Potengi a bordo do Barco-escola. As pesquisas realizadas pela equipe j catalogaram 25 novas espcies de animais, entre peixes e aves, provando que ainda h sobrevivncia no local.

OChama-mar faz de trs a quatro passeios dirios, com um nmero fechado de passageiros. As viagens so totalmente gratuitas, bastando apenas um agendamento prvio. O que estamos tentando fazer levar a conscientizao s pessoas, de que cada um de ns somos responsveis por nossa parte. Jogar aquele papelzinho na rua, que parece inofensivo, pode trazer um dano enorme quando todos ns pensamos dessa maneira. Uma cidade limpa aquela que no precisa ser limpa, conclui a professora.

Para agendar uma aula-passeio, o telefone o (84) 3206-2439. Para mais informaes, acesse osite do Barco-Escola.siga-nos no twitter - http://twitterO nome Potengi foi dado pelos ndios potiguares, apelidados de comedores de camaro, que viviam em uma grande aldeia sua margem esquerda. Em tupi, Poti-g, rio dos camares. (CASCUDO, Cmara.Nomes da Terra, pag 117).Devido ao seu leito e extenso, foi denominado Rio Grande pelos primeiros colonizadores dando assim origem ao nome da ento Capitania do Rio Grande.O Principal rio do estado nasce numa regio serrana a 500 metros de altitude prximo ao municpio de Cerro Cor. O Potengi tem uma extenso total de 176 km perfazendo uma bacia hidrogrfica com superfcie de 3.180km. O curso do Rio Potengi se divide em trs sees distintas: O alto do Potengi, que vai das nascentes at as proximidades da cidade de Barcelona. O mdio curso, entre a cidade de Barcelona ate proximidades de So Gonalo do Amarante. O baixo curso que compreende os 19 km restantes do curso fluvial, desses, os ltimos 10 km esto sujeitos entrada de mar.Hoje, o rio que viu a cidade crescer e deu nome ao estado, sofre com o crescimento urbano desordenado, juntamente com as atividades industriais nas suas margens intensificando assim a poluio por esgoto in natura e outros tipos de dejetos. O desmatamento do mangue tambm um agravante, pois alm de ser fonte de renda dos ribeirinhos tambm um berrio da maioria das espcies marinhas.Projeto Chama-MarO Rio Potengi nasce na Serra de Santana e de sua nascente at a foz percorre uma distncia de 176 km, passando por oito municpios: Cerro Cor, So Tom, Barcelona, So Paulo do Potengi, So Pedro, Ielmo Marinho, So Gonalo do Amarante e Natal. Em Natal, junta-se a outros rios, o Jundia, o Golandim e o rio Doce, formando o esturio do Potengi.Assim comea a aula passeio no barco escola Chama-Mar, um projeto do Governo do Estado do Rio Grande do Norte e que faz parte do Programa de Preservao e Conservao da Natureza do Estado do Rio Grande do Norte PROECO, atravs do Programa Potengi Vivo. A iniciativa conta com uma equipe a bordo composta de trs professores das disciplinas de biologia, histria e geografia.Numa viso multidisciplinar, vrios temas so discutidos durante o passeio, como questes ambientais, poluio do Potengi, mangues, turismo, colonizao de Natal, verticalizao, atividades de pesca, anlise das comunidades banhadas pelo rio, praia da Redinha, Ponte Newton Navarro, Porto de Natal etc.

Cerro Cor: aqui surge o Potengi

Estranho e curioso... mas pouca gente sabe que um dos maiores e mais importantes rios do estado potiguar surge aqui, em meio ao serto do Serid. , mais precisamente no municpio de Cerro Cor, na Serra de Santana, onde podemos encontrar a nascente do Rio Potengi (em tupi: Rio dos Camares).

O rio que tem sua foz na cidade de Natal, logo foi descoberto pelos primeiros colonizadores do estado, utilizando-o para desbravar o territrio com suas embarcaes. Na ocasio denominaram-o deRio Grande, por sua vasta largura e extenso, sendo a origem do nome da ento Capitania do Rio Grande.

O acesso nascente do Rio Potengi no municpio de Cerro Cor no muito fcil, sendo este realizado atravs de uma estrada no asfaltada ao longo da serra de Santana e atravs de trilhas junto uma vegetao de Caatinga densa. A melhor opo aos mais prevenidos , pois contratar um guia ou empresa de turismo especializada na regio.

Cerro Cor, que tem aproximadamente 11 mil habitantes e encontra-se localizado a cerca de 575 metros acima do nvel do mar, se destaca na regio por sua temperatura que, em alguns meses do ano, fica abaixo dos 20. O municpio abriga ainda, alm da nascente do Rio Potengi, o Vale Vulcnico, com os tanques naturais, a Ilha do Sossego, as serras da Rajada e Verde, o Aude Eli de Souza, construdo em 1937, entre muitos outros atrativos tursticos e de lazer. Vale realmente a pena conhecer!

http://destinoserido.blogspot.com.br/2011/09/cerro-cora-aqui-surge-o-potengi.htmlUFRN: Professor de Biocincias estuda poluio do rio Potengi/JundiaBuscando analisar as cargas de poluentes presentes nos efluentes brutos e tratados que so despejados no Esturio dos Rios Potengi e Jundia e seus efeitos nesses mananciais, o professor Graco Aurlio Cmara de Nelo Viana, Diretor do Centro de Biocincias (CB) da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), est desenvolvendo o projeto de pesquisa intitulado Diagnosticar as cargas de poluentes lanadas no esturio dos rios Potengi/Jundia.Segundo o pesquisador, o objetivo da pesquisa coletar e analisar os elementos maiores e traos em guas dos efluentes que so despejados no esturio Jundia/Potengi e, ao mesmo tempo, fazer um monitoramento fsico-qumico da gua nos mesmos trechos que sero definidos de acordo com as regies de maiores riscos de impacto ambiental.Para definir os locais de coleta ser feito um planejamento fatorial, considerando alguns fatores caractersticos da regio. As determinaes dos elementos maiores e traos em guas e sedimentos sero feitas atravs do Departamento de Qumica (DQ) da UFRN.A contaminao dos ecossistemas por espcies qumicas potencialmente txicas um problema global que tem se agravado com o aumento populacional e a sua necessidade por mais fontes naturais. O problema refere-se ao fato de a ingesto de metais e metaloides oferecer riscos sade da populao, principalmente pela contaminao via alimentos, gua a e respirao, cujos impactos, na maioria das vezes, so detectados aps longos perodos e de vrias maneiras.Algumas das alteraes causadas pelo desequilbrio da concentrao desses elementos no organismo originam a reduo da acuidade mental, perda do controle motor, disfuno de rgos, cncer, doenas crnicas, deficincias imunolgicas, incapacidade e finalmente morte. Assim sendo, de fundamental importncia conhecer a dose e o nvel de exposio a determinado elemento, mesmo sabendo-se que alguns dos efeitos esto diretamente correlacionados com a biodisponibilidade e, indiretamente, com fatores qumicos, geoqumicos e biolgicos.O esturio Jundia/Potengi vem sendo constantemente alvo de crimes ambientais, pois se encontra encravado numa regio de grande impacto ambiental. Lanamentos de efluentes domsticos e industriais sem tratamento, efluentes industriais com tratamento parcial, efluentes das imunizadoras, e efluentes das pescas colaboram para a contaminao do esturio, contaminando suas guas e sedimentos e, consequentemente, seus peixes e crustceos.O projeto visa o desenvolvimento de metodologias para coleta e anlise de elementos maiores e traos em guas dos efluentes que so despejados no esturio Jundia/Potengi, bem como o volume e as cargas poluidoras lanadas nesse esturio.A importncia dessa pesquisa no apenas a quantificao de espcies qumicas ao longo do esturio, dada a necessidade atual de estudos em todos os recursos hdricos utilizados pelo homem como fonte de gua potvel e/ou para recreao e pesca, mas tambm consolidar um grupo de pesquisa, no Departamento de Qumica (DQ) da UFRN, uma vez que a instituio j dispe de excelente infraestrutura imprescindvel efetivao dessa pesquisa.Potengi: do imaginrio realidade :Potengi: do imaginrio realidade Fragmentos da Histria e da Geografia potiguar, tendo como fio condutor o Rio bero da terra Natal. A constatao de que quanto mais inseridos no processo de globalizao mais apartados de nossa histria, nos instigou a realizar uma abordagem multidisciplinar norteado pelo pertencimento e identidade com o Rio Potengi Amado: vises mticas, alumbramentos de poetas e escritores, sem esquecer da brutal realidade ambiental. Prof Plnio Sanderson Natal, no existe, o que chamamos de Natal apenas o assoreamento da beleza do Potengi. Oswaldo Lamartine

A essencialidade dos Rios na Humanidade :A essencialidade dos Rios na Humanidade A antropologia defende que haviam trs espcies de primatas que poderiam evoluir para o homem, mas apenas uma evoluiu, precisamente a que desceu das rvores, liberou as mos e seguiu o curso do rio; Todas as grandes cidades nasceram ancoradas em um rio, imagine: o Tigres e Eufrates na Mesopotmia, o Ganges e o Hindu na ndia, o Amarelo e o Azul na China, oTmisa para os ingleses, o Sena para os parisienses, o Tejo para portugueses, o Mississipi para os EUA, o Reno/Ruhr para a Alemanha, o Velho Chico para o Nordeste brasileiro, o Nilo para frica Saariana, o Amazonas para a Amrica do Sul e o rio da aldeia do poeta Fernando Pessoa... As regies do planeta mais ecmenos esto nas plancies asiticas do Ganges e Amarelo onde vivem mais de um tero da populao mundial Triste sina, a que ser se destina? Os rios tm uma funo vital na vida humana: matar a sede, fonte de renda, lazer (a magia dos espelhos dgua), alimentao, agricultura (irrigao), fornecimento de energia, higiene pessoal... Porm, em todos os lugares, desenvolvidos e/ou subdesenvolvidos, as lminas de guas (fluviais ou ocenicas) tm servido somo sumidouro de lixo e dejetos... Rio Grande do Norte Rio Grande sem Sorte... Bosco Lopes

Aspectos Naturais do Potengi :Aspectos Naturais do Potengi Nasce na serra de Santana em altitudes de 500 metros, prximo a Cerro Cor afluentes margem esquerda: Pedra Preta, Pedra Branca e Camaragibe afluentes margem direita: Rio Grande e Jundia. Extenso total do curso 176 Km perfazendo uma bacia hidrogrfica de 3.180 Km2. Percorre trs zonas distintas no RN: formado o rio tpico de serto corre pelo semi-rido de transio e finaliza numa zona litornea antes de desaguar no Atlntico. Se divide em trs sees distintas: Alto Potengi - das nascentes at Barcelona Mdio curso - entre Barcelona at So Gonalo do Amarante Baixo curso - em zona mida compreende os 19 Km restantes dos quais 10 Km sujeito s mars, se constituindo esturio. Sendo represado em mais de 200 reservatrios a obra de infra-estrutura hdrica mais relevante a barragem de Campo Grande em So Paulo do Potengi.

Bacia do rio Potengi ou Jundia? :Bacia do rio Potengi ou Jundia?

Quero da Serra de SantanaOlhar pra baixo cheio de mim... Jorge Fernandes :Quero da Serra de SantanaOlhar pra baixo cheio de mim... Jorge Fernandes Embalou seu bero a regio serrana, perto de Cerro Cor. Depois chegaram os parentes pobres, os riachos Pedra Preta e Pedra Branca. E o rio Camaragibe. Afluentes do lado esquerdo. De melhor estirpe e posses o rio Jundia, a sua direita. Parentes pobres e ricos, mais uma famlia unida graas a Deus. At que um rio intermitente, agoniando de secura, torna-se perene no baixo curso, quando se avizinha do oceano, e de peito aberto luta contra as mars. Luis Carlos Guimares.

A gnese da cidade nos mitos: indgena e do menino anunciador :A gnese da cidade nos mitos: indgena e do menino anunciador Conta uma lenda, que ao escolher as margens do Rio Potengi para construir a sede da nao Potiguar, o grande paj consultou a me Lua, perguntando-lhe: Me de todas as noites, seria este um bom lugar para plantarmos as nossas razes? A Lua Me, naquela noite, disse: Filho dessa terra abenoada, faa desse espao a morada de toda essa nao guerreira. Construa a sua oca sobre esta areia branca e faa uso de tudo aquilo que a natureza colocar ao alcance de tuas mos. Retire da floresta os frutos que mataro a sua fome e faa uso desse Rio sagrado com equilbrio, porque ele matar a sua sede e lavar o seu corpo at o final dos tempos. Satisfeito com a resposta, o velho paj fez reverncias aos cus e cravou sobre a areia o marco daquela aldeia que receberia o nome de Igap (Aldeia Velha). Natal, j eterna hoje e ser eterna sempre, porque nasceu envolta numa lenda. Rezam velhas crnicas que, quando Jernimo de Albuquerque, no intuito de fundar uma cidade, aproou para estas bandas, apareceu-lhe no convs uma criana divinamente bela que lhe apontou o rumo do porto seguro e do seguro abrigo. Havia a tradio de ser ali o paraso escolhido pelo senhor para lhe prestarem culto na terra. Manoel Dantas Foto: Geovanni Srgio

E, ante a ofensa azul do mar, esconde-se no Refoles, refugio de piratas e dragas sonolentas. Jarbas Martins :E, ante a ofensa azul do mar, esconde-se no Refoles, refugio de piratas e dragas sonolentas. Jarbas Martins topnimo que recorda a estada do corsrio Jacques Riffault no rio Potengi. Guardava sua nau, na curva do rio lento. Nada restou do domnio francs seno insofismvel e claro o nome aportuguesado do aventureiro: Riffault, Refoles... Luis Cmara Cascudo Durante todo o sculo XVI a Capitania ou as terras que deviam formar foi um campo aberto a constantes assaltos desses corsrios franceses. Fixam-se no litoral norte-rio-grandense, mantendo relaes amistosas com indgenas; no s contrabandeando pau-brasil, mas tambm cereais, peles, minerais, mbar, plantas medicinais, algodo, pimenta, em troca de gado vacum, alimentos, ferramentas, estabelecendo feitorias. Pedro Moura Primeira construo em territrio Potiguar Foto: Plnio Sanderson

Que rio inconcebvel este? :Que rio inconcebvel este? Os ndios potiguares,apelidados comedores de camaro, tinham sua aldeia margem esquerda do Potengi. O nome vem de poti-g, rio dos camares. Tal denominao passou de capitania, provncia e estado. COLONIZAO PORTUGUESA Quando as necessidades de ordem militar e econmica foraram os portugueses a expulsar os franceses do territrio potiguar, a fim de tornarem mais efetivo seu domnio sobre a terra conquistada, surge o Rio Grande como fator geogrfico de acentuada importncia. Por constituir uma magnfica via de penetrao, que permitia aos lusos estenderam o seu domnio terra adentro. Luis da Cmara Cascudo Foto: Fernando Chiriboga

Potengi: viso Holandesa :Potengi: viso Holandesa Botou o ovo que gorou a ema. No mapa do elefante e na bandeira hasteada no na fortaleza do Reis Magos mas no Castelo Keulen. Homero Homem Homenagem batava ao tapuya Jandu, Frans Post

Slide 10:O Rio Grande no tem povo mais, do que dez ou doze lguas do rio Potengi, tem uma cidade denominada Natal, sita lgua e meia rio acima, a qual mui decada. Conde Maurcio de Nassau Prospectto Della Fortezza Di Rio Grande, Frei Santa Tereza, 1642

Guarapes: o apogeu da provncia :Guarapes: o apogeu da provncia Macaba ficou sendo a capital econmica da Provncia do Rio Grande do Norte, e no Natal que, ainda em 1871, era uma vila insignificante e atrasadssima do interior. Em Guarapes tudo era furor, vida, agitao, interesse e atividade. Luis da Cmara Cascudo Guarapes entreposto propulsor da economia in provncia. Em Macaba adjacncias do Ferreiro Torto ouviver no Horto os lampejos tmidos da cotovia mstica das rimas. Plnio Sanderson Foto: Giovanni Srgio Foto: Plnio Sanderson

Ponte de Igap :Ponte de Igap Ponte de Igap sucata de extintas viagens. Escultura fantasma que liga a cidade ao manguezal do tdio. Divisa dos teus limites cartogrficos. Jarbas Martins Ponte inscrio metlica incrustada nas entranhas salobras do grande rio. Espicha e esvai-se nas mars rumo ao Jundia encontro de benditas guas esturias. Plnio Sanderson Elo entre as margens do rio, construda em 1916.

Encontro do Potengi e Tiuru(Pao da Ptria) :Encontro do Potengi e Tiuru(Pao da Ptria) Rio da Bica onde beberam as bocas coloniais e os holandeses imponentes, indgenas, soldados, capito-mor, padre vigrio, escravos, todos tiveram o humilde Tissuru, Rio do Baldo (Rio de Beber), como fonte da cidade. Luis da Cmara Cascudo Espelho da cidade, suja, turva, fio-de-merda a escorrer melanclico, para boca gulosa do mar. Quem assim te v, no sabe da saudade Rio-taba Rio-aldeia idia que a memria, te clareia em rio s gua? Diva Cunha Fotos: Alexandro Gurgel Foto: Plnio Sanderson

Pedra do Rosrio :Pedra do Rosrio 21 de novembro 1753 Imagem encalhada num caixote na faixa envolvendo o vulto, lia-se: Onde esta Santa parar nenhuma desgraa acontecer (Chico Bilro). Luis da Cmara Cascudo O Potengi onde biam as esperanas perdidas. Joanilo de Paula Rego Foto: Giovanni Srgio Foto: Carlos Lira

Canto do Mangue :Canto do Mangue Tal nau tal por te porto posto Potengi rio arrimo fluimina ocasos. Plnio Sanderson E esse odor de maresia, de cachaa, smen e sangue que sobe quando o sol desce barcos de canto do mangue. Joanilo de Paula Rego Os barcos do Potenginavegam meu olhar. Fitar voc transetrance de olhares em flamas, transa, corpos em trana. Alma cheia de braos e mangues, me navega pros teus ondesO Potengi, amor, pois , ele me tange. Civone Medeiros Foto: Fernando Chiriboga Foto: Alexandro Gurgel

Os hidroavies descansam das viagens gigantescas de continente a continente. Jorge Fernandes :Os hidroavies descansam das viagens gigantescas de continente a continente. Jorge Fernandes Foi trampolim da vitria. Mas antes da guerra e dos americanos, outros c tiveram descendo no Potengi: Italianos, franceses, portugueses, espanhis, alemes, ingleses. Eram os pioneiros da aviao, os heris das primeiras travessias do Atlntico Sul. A cidadezinha imprensada pelo mar, pelo rio e pelas dunas oferecia aos novos heris o primeiro pouso deste lado do mundo. Woden Madruga A localizao da Cidade fez com que Natal ocupasse uma posio de relevo na histria da aviao mundial: 1922 - Pinto Martins e Walter Hinton chegava a Natal, o "Sampaio Correia II" amerissa nas guas do Rio Potengi, no "raid" Nova Iorque-Rio de Janeiro; 1927- Del Prete e Ferrarim (italianos) chegaram no "Santa Maria". "Natal ser a mais extraordinria estao da aviao mundial fato que deixou como homenagem a Coluna Capitolina; 1930 - Jean Mermoz (francs) pousa na cidade com um Lat 28 inaugurando o correio areo sobre o Atlntico Sul; 1936 - Hangar da Condor, companhia de aviao alem que fazia Berlim/Natal; 1938 - Os hidroavies da Pan Air (Boring Clipper), 1942 - A base aeronaval da Rampa/Limpa, pipe line para conduzir gasolina a leo para s bases areas. os catalinas dominavam os ares e o rio. Tarcsio Medeiros Novecentos cavalos suspensos nos ares Besouros roncando: zum..zum...umumum.. Aonde ir aquele rola-titica parar? Jean Mermoz pousando no rio

Redinha Arredia :Redinha Arredia O Potengi de propores largas fluvialmente, verde sexuado sem gigantismo nenhum verde profundo. de uma boniteza crespa e to mansa que a gente no percebe logo a simpatia dele. Oculta nessa monotonia, da banda do mar fica a Redinha praia de vero, bairro em que ningum sonha pela preguia do pensamento atravessar o rio com este sol. Mrio de Andrade Fotos: Alexandro Gurgel

ontem, ser hoje, foi amanh?Um o rio que passou em nossas vidas? : ontem, ser hoje, foi amanh?Um o rio que passou em nossas vidas? Teus mangues banguelas lngua do cobre tua liga de merda e leo. Em tuas margens a vida pasto de urubus e ratos Adriano de Souza Peixes Pssaros Vsceras Rio Poente Rio Doente: Perigo Substantivo Em desabrigo. Franklin Capistrano Natal cap