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    O RITO MODERNO

    ORitoModernoouFrancs,segundoritoaserpraticadonoBrasil(apartirde 1821), foi criado em 1761, segundo consta, com a finalidade de se libertar dasinfluncias da Maonaria Inglesa que predominava na Frana, naquela poca. FoireconhecidoeadotadopeloGrandeOrientedaFranaem24dedezembrode1761,massua implantaodefinitivassedeuem09demarode1773,peloentoGroMestreDuquedeCartres,FelipedeOrleans.

    Com a aprovao da proposio do Rev. Desmons que estabelecia aretirada da Biblia do Altar dos Juramentos e substituida pelo livro da Lei Manica,suprimindo a expresso "Grande Arquiteto do Universo" dos cabealhos de todos osdocumentoseAtasdoGrandeOriente,aGrandeLojaUnidadaInglaterraexcomungouoRitoModernocontandorelaescomoGrandeOrientedaFrana.Oprincipalargumentoera de que o Rito Moderno era um rito ateu. Embora a inteno fosse deixar que osproblemasdeordemmetafsicacontinuassesendodeforontimodecadaum.

    Trabalha,atualmenteemsetegraus:

    Aprendiz;

    Companheiro;

    Mestre;

    1Ordem osEleitos;

    2Ordem Escocs;

    3Ordem CavaleirosdoOriente;

    4Ordem RosaCruz.

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    ORIGENS DO RITO MODERNO

    IrRenatoRodriguesdaSilva

    ParasefalardasorigensdoRitoModerno,devesecomearpelasorigensdaMaonarianaFrana.

    Em1517,foifundadoemParisoColgioFrancs.Osmembrosoriginaisdeste colgio vinhamdaPennsula Itlicaonde faziam partede instituies conhecidascomo academias, que tinham pessoas do porte de Leonardo da Vinci, entre outros,comoseusmembros.AscaractersticasdestesmembroseramseremcontraosdogmasdopapadoecontraainterfernciadaIgrejanoEstado.EstecolgiofloresceunaFranacomo reinado de Francisco I, e pode ser considerado o primeiro agrupamento manicoespeculativo no mundo. Porm, com a morte de Francisco I, houve um acirramentoreligiosonaFrana,principalmenteemreaoReformadeMartinhoLutero.Anascentemaonariaespeculativapassouaserperseguidajustamenteporsermovidapelarazo,enopordogmas,etevedeserefugiarnaInglaterra,ondehaviamaistolernciareligiosa.Ahistria da Maonaria, na Frana, entra ento num hiato, pois o centro dosacontecimentosmanicossetransfereparaaInglaterra.

    Em 1649 houve uma guerra civil na Inglaterra, que culminou com adecapitao do Rei Carlos I, da dinastia Stuart, e a adoo temporria de um modelorepublicanoporpartedaInglaterra.ExiladospolticosqueerampartidriosdosStuartsserefugiaramnaFranaeabriramlojasmanicas.Estaslojaspassaramaserchamadasde

    lojasescocesas,

    porque

    os

    partidrios

    dos

    Stuarts

    eram

    escoceses.

    ARepblica Inglesa,sepodemoschamarassim,duraat1660,quandoamonarquiarestauradaeospartidriosdestaefmerarepblicasoobrigadosaseexilarnaHolanda.Levavamconsigoaexperinciainditadepoderemterjulgadoesentenciadoumreiquejulgaramdeslealaopaseaosseussditos,ede teremabolidoopoderdaIgreja,confiscandoseusbensouseja,conseguiramcontestaroabsolutopodervigente,dandoumexemplodeliberdade.NaHolanda,gravitandoemtornodaslojasmanicasdel, lanamassementesdoquedepois foiconhecidocomo Iluminismo.Estemovimentopassa,porvoltade1715,tambmparaaFrana,atravsdasidiasdeJohnToland.

    Em1717houveacriaodaGrandeLojadeLondresousejaacriaodaMaonariaconhecidahojecomoMaonariaModerna.Eem1726comeamachegarFranalojasmanicastambmvindasdaInglaterra,jfiliadasaestaGrandeLoja.Passouahaverento,naFrana,doistiposde lojas:asescocesas, fundadaspelospartidriosdosStuarts,easinglesas(oumodernas),filiadasGrandeLojadeLondres,almdainfluncia ideolgica daquilo que viria a se chamar futuramente de Iluminismo. Temosaquias3grandes influnciasnaMaonariaFrancesado sculoXVIII:Amaonariaditastuartista, mais tradicional e testa; a maonaria dita moderna, desta e comtendnciasracionalistas,bemcomoasinflunciasiluministas.

    Em1738,

    fundada

    aGrande

    Loja

    da

    Frana,

    fazendo

    com

    que

    a

    Maonariafrancesapassasseparaamodosprpriosfranceses,jqueatentoeramos

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    escocesese inglesesqueadominavam.Osgrosmestrespassamaser franceseseestaGrandeLojadaFrana sofregrande resistnciadaGrande Lojade Londres,quequeriamanteramaonariafrancesasobsuatutela.

    Em1772,aGrandeLojadaFrana foiextinta,enoseu lugar foicriadoo

    GrandeOriente

    da

    Frana,

    oprimeiro

    Grande

    Oriente

    do

    mundo.

    Foi

    este

    Grande

    Oriente

    que criou o que chamado de democracia manica, onde h um poder centralassessoradoevigiadoporumcorpo legislativoformadopordeputadosdetodasas lojas(deputados estaduais, para os Grandes Orientes estaduais, e federais para os GrandesOrientesnacionais).

    Antesdisso,em1761,oRitoModerno,ouFrancs,jhaviasidocriado.Omotivodasuacriaofoicolocarordemnaanarquiaentoreinante,ondehaviadiversosritoscom inmerosgraus,criadosmuitasvezescomoobjetivodevenderparamentos,jias e ttulos. O Rito foi criado originalmente com apenas os 3 graus simblicos

    aprendiz,

    companheiro

    e

    mestre

    o

    que

    causou

    reclamao,

    pois

    havia

    maons

    que

    queriamenveredarpelo filosofismo.Ento,em1782,oGrandeOrientedaFranacriouumaComisso,chamadadeCmaradosRitos,paradotaroRitocomaessnciadosgrausfilosficosoqueculminou,apsacaloradosdebates,em1786,comaadoodemais4graus filosficosEleito,EleitoEscocs,CavaleirodoOrienteoudaEspadaeCavaleiroRosaCruz.UmadascaractersticasdestenovoritofoisemanterfielsConstituiesdeAnderson,de1723,edeterretiradodeseusensinamentoscoisasquenoeramoriginaisdaMaonaria.Osescocesistas,descendentesdamaonariatrazidapelosStuarts,reagiram esta reduo dos altos graus, pois queriam ir justamente em sentido contrrio,aumentandoonmerodegraus,ecriaramoquehojeconhecemoscomoR.E.A.Aque,portanto, no escocs quanto origem, mas tambm francs e com posterioresinflunciasnorteamericanas.

    HumacertacontrovrsiaquantoorigemdotermoModerno.Algunsautores afirmam que este termo vem da criao, em 1751, de uma loja na InglaterrachamadadeGrandeLojadosAntigos.Seautointitulavamassimporquesejulgavamemoposioaosmaonsde1717,queforamosfundadoresdoquechamadodeMaonariaModerna.Ouseja,oRitoFrancsModernoteriasidocriadocomoobjetivodesemanterfielmaonariamodernacriadapelomovimentode1717,queestavasendodesfiguradapelacriaodesordenadadegraus,enoportersidoumritoquetenhacriadoalgumamodernidade por si s. De fato, no que diz respeito aos graus simblicos, o Rito

    Modernoomesmo

    rito

    que

    aGrande

    Loja

    da

    Inglaterra

    praticava

    em

    1717.

    J

    outros

    autoresafirmamquenootermonotemrelaocomosmodernosde1717.

    De resto, as caractersticas principais do Rito Moderno so a defesaintransigente da liberdade de conscincia, a condenao de qualquer tipo de tirania eabsolutismo ,o laicismo,oagnosticismo,a tendncia filosficahumanistaepadresdepensamentoracionaisecientficos.

    ORitoModernocontinuouconformefoicriadoat1877,quandooGrandeOrientedaFrana lhe fezumareforma,queaboliuaexignciadacrenaemDeusena

    imortalidade

    da

    alma.

    Isto

    gerou

    forte

    reao

    por

    parte

    da

    Grande

    Loja

    da

    Inglaterra,

    que

    decretou o Grande Oriente da Frana como irregular, acusandoo de atesmo e

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    materialismo.Essaacusaoacaboucaindo,porextenso,aoRitoModerno,quemuitasvezesjulgadocomoumritoateuematerialistaporquemnooconhececomamnimaprofundidade.Basta,paraisso,verificarmosqueo18graudoR.E.A.A,queconsideradoograumaisespiritualistadoescocesismo,nadamaisdoqueo7graudoRitoModerno.Destaforma,comochamaroRitoModernodematerialista?

    NocasodoGrandeOrientedoBrasil,que reconhecidocomo regularelegtimopelaGrandeLojadaInglaterradeacordocomostermosdeumtratadode1935,aexignciadacrenaemDeuscontinua,apesarde,fielaolaicismo,noexistirinvocaoaoGrande Arquiteto do Universo nas sesses do Rito Moderno feitas nas lojas do GOB.Apesar de ser, atualmente, minoritrio no Brasil, o Rito Moderno o 2 Rito maispraticado no mundo; e tambm, ou deveria ser, o Rito oficial de todos os GrandesOrientesdomundo, inclusiveodoBrasilouseja,ascerimniasesessesoficiaisdosGrandesOrientesdevemsertodasrealizadasnoRitoModerno.

    Quanto

    ao

    Brasil,

    no

    se

    sabe

    exatamente

    quando

    este

    Rito

    chegou

    aqui,

    e

    ainda h controvrsias se realmente teria sido o primeiro rito a chegar, pois h quemafirme ter sido o Rito Adonhiramita. De qualquer maneira, os dois ritos existiam emPortugalenaFrana,ecomoeraparaumdestesdoispasesqueosjovensdasclassesmaisabastadasiamestudar,lacabavamsendoiniciadosnaMaonariae,aoretornaremaoBrasil,abriamousefiliavamalojasdeumdosdoisritos.

    Quando da Independncia do Brasil, todas as lojas do ento GrandeOrienteBraslicoeramdoRitoModerno.D.PedroI,apesardesermaom,tinhamedoqueaMaonarialheafrontasseopoder,deformaquefechouoGrandeOrienteBraslicoem22deOutubrode1822,ouseja,logoapsaIndependncia.QuandooGrandeOrientefoi

    refundado,j

    com

    onome

    de

    Grande

    Oriente

    do

    Brasil,

    aps

    ter

    ficado

    fechado

    por

    quase

    10anos,todasaslojasqueconstituramsuarefundaotambmeramdoRitoModerno.E este Rito ficou sendo o Rito majoritrio do Brasil por muito tempo, sendo um Ritoimportante na formao de diversas lideranas brasileiras do Sculo XIX, tendo tidodestacadaatuaonaIndependnciadoBrasil,nasleisqueculminaramnalibertaodosescravos(LeiEuzbiodeQueiroz;LeidoVentreLivreeaprpriaAboliodaEscravatura)enacampanharepublicana.

    Segundoo Ir..AlexandreMagnoCarvalho,autordo livroOAprendiznoRitoModerno,ultimamente temhavidoumressurgimentodoRitoModernonoBrasil,

    comaabertura

    de

    novas

    lojas

    ou

    com

    avinda

    de

    Irs..

    de

    outros

    ritos,

    j

    que

    por

    ser

    um

    ritolaico,nogeraconstrangimentosdeordemreligiosa.

    Bibliografia:

    Manual do Rito Moderno Jos Castellani e Frederico Guilherme Costa Editora AGazetaManica

    AMaonariaModernaJosCastellani EditoraAGazetaManica

    O Aprendiz no Rito Moderno Melkisedek (Alexandre Magno Camargo) Editora AGazetaManica

    FundamentosdoRitoModernoJosFranciscoSimas

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    COMENTRIOS AO RITO MODERNO

    (Anlise dos Rituais)

    IrJoaquimdaSilvaPires

    CAPTULOI

    O Rito Moderno possuidor de ardorosos panegiristas e de custicosdetratores,sendoqueestesltimosavultamnasGrandesLojasEstaduais,ondeocitadoRito no praticado. Entretanto, louvarao e a ele pertencera o idealizador daquelas

    GrandesLojas,oIrMrioMarinhodeCarvalhoBehring,que,em1903/1904,chegaraa

    serVenervel

    Mestre

    da

    Loja

    "Ganganelli",

    do

    Rio

    de

    Janeiro,

    ento

    trabalhando

    naquele

    Rito, de cujo Grande Captulo o referido lder manico fez parte, ao ter seu nomeaprovadopor16votosa2,emeleiorealizadaem7deoutubrode1903.Porm,maistarde,aorompercomoGrandeOrientedoBrasil(17dejunhode1927),eleviriaamudardeidia,aoqualificaroRitoModernode"arremedobufodeMaonaria".Mudardeidianemsempreumatocensurvel.Sehouvercoerncianamudana,elaestaracimadeumdireito,paraserumaobrigao.

    AprimacialcontrovrsiaqueatingeocitadoRitodevida inexistncia,nassucessivasediesdeseusRituais,doJuramentoedequaisqueroutrasmenesao

    GrandeArquiteto

    do

    Universo,

    depois

    da

    reforma

    feita

    pelo

    referido

    Grande

    Captulo,

    na

    histrica Sesso de 23 de junho de 1892, noticiada pelo Grande Oriente do Brasil,conformeosurpreendenteDecreton109,de30dejulhodaqueleano,assinadopelo

    entoGroMestreGeral IrAntnio JoaquimdeMacedoSoares, imitandoa reformaocorridanoGrandOrientdeFrance,em10desetembrode1877.Desdeaqueletempo,oRito Moderno passou a ser elogiado por uns, que o qualificam, orgulhosamente, deadogmticoedeagnstico,mas tisnadoporoutros,queoacoimamdeatesmo!Essasduasantagnicasposies(nuncavistasnasanlisesfeitasemoutrosRitos)estomuitomalconstrudassobreosfrgeisalicercesdeequvocos,eestesprecisamserdesfeitos.

    Definir

    quase

    sempre

    muito

    difcil,

    mesmo

    que

    esteja

    em

    foco

    uma

    simplesrguaescolardeusoinfantil.Adificuldadeaumenta,quandobuscamosdefiniespertinentesaosesfngicosdomniosdaschamadascinciasespeculativas,suscitadorasdeinfindveis controvrsias. Todavia, este articulista, no podendo ficar silente, ousaenfrentar o desafio, afirmando que Dogma uma proposio doutrinria, que seusseguidoresconsideramfundamental,imutveleindiscutvel.Agnosticismoumacorrentefilosfica, dentro da qual s aceito o que tiver evidncia, de tal modo que,automaticamente,ficarejeitadatodaametafsica.Ovocbulofoicriado,comindisfarvelironia, pelo evolucionista ingls Thomaz Henry Huxley (1825/1895), contrapondose,assim,aosantigosgnsticos,msticospersas,queseconsideravamconhecedoresdeumasabedoriaespiritual,saelesreveladaporumaForaSuperior.

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    Ora, dizer que o Rito Moderno adogmtico configura um enormetrusmo,poistodososRitosdoGrandeOrientedoBrasilsoadogmticos,enosoRitoModerno, conforme preceitua, de modo lmpido, a Constituio do referido GrandeOriente, elucidando, nos termos da cabea de seu artigo 10, que a Maonaria (e noexclusivamenteoRitoModerno, insistase!)progressistaeevolucionista.Nosetrata,

    portanto,de

    uma

    unilateral

    eincua

    exegese

    elaborada

    por

    este

    articulista,

    pois

    os

    dois

    elogiveisconceitosdimanamdeummandamentoescritonaquelaCartaMagna.

    QuantoaoAgnosticismo,areferidaLeiMaiordoGrandeOrientedoBrasil,no inciso I de seu artigo 2, proclama a existncia de um Princpio Criador, o GrandeArquitetodoUniverso. Logo,em todosos Ritosda citadaPotnciaManica,entreosquaisoRitoModerno,nopodeserexcludooGrandeArquitetodoUniverso,sobpenadeinegvelafrontaaoreferidoeinequvocopreceitoconstitucional.

    NomerecemaplausososIrmosdoRitoModerno(portanto,Obreirosdo

    Grande

    Oriente

    do

    Brasil,

    pois

    j

    vimos

    que

    as

    Grandes

    Lojas

    Estaduais

    no

    adotam

    o

    citadoRito),quando,mediantevezoparadoxal,elevamcomentrioslaudatriosaoGrandOrient de France. Ora, este ltimo, apesar de muito antigo (aquela sua denominaopassouaserusadaentrefinsde1772eprincpiosde1773)irregulardiantedatradicionalPotncia Manica brasileira, tanto quanto so irregulares a Loge Nationale Franaise,fundadaem1968(quenopossuioadjetivoGrandeequenopodesercon fundidacoma Grande Loge Nationale Franaise, fundada em 1913, a nica Potncia Manicafrancesa, que possui regularidade; a Grande Loge Traditionnelle et SymboliqueOpra,fundadaem1958;aGrande LogeMixteUniverselle, fundadaem1973;aGrande LogeFminine de MemphisMisraim, fundada em 1965; a Grande Loge Mixte de France,fundadaem1982;aGrandeLogeFmininedeFrance,fundadaem1945;aGrandeLogedeFrance(outraquenopodeserconfundidacomaGrandeLogeNationaleFranaise),fundadaem1894eaFederationFranaiseduDroitHumain,fundadaem1893.

    Todavia,oprprioGrandOrientdeFrancehaviaestatudo,em5dejunhode 1865, que a Maonaria, e no s a referida Potncia Manica francesa, tem porprincpio bsico a crena em Deus. Mas, sobreveio aj focalizada reforma de 10 desetembrode1877,quederrogouaqueleentendimento,projetandoconsectriosnoRitoModerno do Grande Oriente do Brasil, a partir daj mencionada histrica Sesso dorespectivoGrandeCaptulo,realizadaem23dejunhode1892.

    Oprimeiro

    Ritual

    usado

    pelo

    Grande

    Oriente

    do

    Brasil,

    logo

    no

    ano

    de

    sua

    fundao (1822), quando ainda era Grande Oriente Brasiliano (primeira Ata), GrandeOrienteBrasileiro(segundaAta,masnofaamosconfusocomohomnimo,queseriamaisconhecidopor"GrandeOrientedoPasseio"eGrandeOrienteBraslico(quintaAta),equesviriaatersuadenominaoatualaoserreinstalado(1831),eradoRitoModerno.Cederao a Loja "Commrcio & Artes", do Rio de Janeiro, que o recebera do GrandeOrienteLusitano.FoiimpressoemLisboa,emtipografiaedataignoradas,especialmentepara aquela Potncia Manica portuguesa. L est escrito que o Candidato juravaperanteoGrandeArquitetodoUniverso(pgina18).

    Igualmente,

    o

    primeiro

    Ritual

    prprio

    (isto

    ,

    no

    cedido,

    ou

    seja,

    o

    primeiroRitual feitoespecialmenteparaareferidaPotnciaManicabrasileira)erado

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    RitoModerno.Foiimpressona"TypographiaAustral",doBecodosQuartis,n21,RiodeJaneiro,ondeestescrito, em consideraes introdutrias,queoGrandeArquitetodoUniversoDeus(pgina7).Outrossim,constavaSeunomeemoutrosquatromomentos,asaber:quandooCandidatoprestavaa imprescindvelObrigao(pgina24);quandooCandidato era recebido Aprendiz Maom (pgina 25); quando o Filiando ratificava o

    Compromisso(pgina

    40),

    e,

    finalmente,

    quando

    era

    prestada

    a"Stima

    Sade",

    na

    parte

    denominada"MesadeBanquete"(pgina38).AocomentaroRitualoraemfoco,nolivro"RituaisManicosBrasileiros",daEditoraManica"ATROLHA"Ltda.,Londrina,Paran,ano de 1996, pgina 31, este articulista acentuou: "O mencionado Ritual o maiscompletodetodososque,athoje,foramimpressosnoBrasil.Noexisteum,queselhepossa comparar". Diante de tal relevncia, evidente que ele ser analisado ao longodestasrie,medianteoindispensvelmtodocomparativo.

    ORitualimediatamenteposterior,doRitoModerno,foiimpressoem1869,na"TypographiaUniversaldeLaemmert",daRuadosInvlidos,n63B,RiodeJaneiro.O

    Candidatojurava

    ao

    Grande

    Arquiteto

    do

    Universo

    (pgina

    31).

    No

    se

    alegue

    que

    tenha

    havidoumRitual intermedirio, impressoem1857,na"Typ.doCommrciodeBrito&Braga",daTravessadoOuvidor,n14,RiodeJaneiro.No!Esse,de1857,noeraRitual.Era"InstrucodoGrodeAprendizdoRitoModerno.Em1892,emfacedojapontadoDecreton109,de30dejulhodaqueleano,oGrandeOrientedoBrasilmandouimprimiroseuprimeiroRitual,semoGrandeArquitetodoUniverso(esemoutrospontosqueatentoconstavamdosRituaisdoRitoModerno).Estescritoqueele,ocitadoRitualde1892,foicompostona"ImprensaNacional",noRiodeJaneiro.

    Mesmosemsermovidopelomesmotalentodoseruditos,estearticulistaassinala, respeitosamente, que tentar clarificar os mais contraditrios aspectos doassuntoasertratadopelasriequeagoratemincio.

    CAPTULOII

    NoanteriorCaptulo,vimosque,noGrandeOrientedoBrasil,porforadolmpidopreceitocontidonacabeadoartigo1,desuaConstituio,todososRitossoadogmticos, e no s o Rito Moderno. Vimos, tambm, que, em consonncia com oinciso Idoartigo2,daquelareferidaCartaMagna,oGrandeArquitetodoUniversoo

    primeirodos

    postulados

    universais

    da

    Instituio

    Manica,

    onde,

    indubitavelmente,

    est

    includo o mencionado Rito. Inferese, pois, que, para a citada Potncia Manica, emconsonncia como seu expresso mandamento constitucional, uma instituioquenotenhaaqueleprimeiropostuladonosermanica,tantoquantonoseromanicososRitosqueela abrigar.Sob a luzdessa lgica irrefragvel,quembrandirevasivasemsentidocontrriocairpeloresvaladourodosmaisflagrantessofismas.

    bem verdadeque,atingidospeloamargordasdecepes,ObreirosdoRitoModerno,Ritoque,semamnimadvida,congregaexpressivosintelectuais,noseconformam,quandovisitamalgumas (ouseromuitas?)LojasdoRitoEscocsAntigoe

    Aceito

    e

    presenciam

    cerimnias

    e

    pronunciamentos

    aberratrios,

    que

    mais

    seassemelham apologia da superstio. Todavia, aquelas cerimnias e aqueles

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    pronunciamentos,quebaixamsobscurascrenasjacentesemremotssimostempos,noconstamdosRituaisdosegundomencionadoRito.Soextravagnciasdebitadascontadosque,deploravelmente,ousampraticLasdentrodeTemplosManicos!

    No livro "Rituais Manicos Brasileiros", uma publicao da Editora

    Manica"A

    TROLHA"

    Ltda.,

    Londrina,

    Paran,

    edio

    de

    1996,

    pgina

    166,

    discorrendo

    sobreospropagadoresdascitadasextravagncias,estearticulistacondenou:

    Delirando,julgamseungidospor forassobrenaturais,semelhanadosmendazessacerdotesdeantanho,que,emseuspropositadosarquejamentos,afirmavamaosespavoridosefiisseguidoresumaligaontimacomaprpriadivindade.

    Aindaesto lendoalmanaquesgaratujadospor leigos,ondea lgicanoencontraguarida.

    PodemostestificaraexistnciadessesanacronismosnoRitoEscocsAntigo

    eAceito,

    do

    Grande

    Oriente

    do

    Brasil,

    sim,

    mas

    oseu

    maior

    nmero

    est

    no

    Rito

    Escocs

    AntigoeAceitopraticadoalhures,pormdentrodonossoPas,infelizmente,ondechegaaexistir (pelo menos em uma Loja) tentativa de imitao do primitivismo de prticasritualsticasceltas.Entretanto,osTemplosManicosnopodemserconfundidoscomaFlorestadosCarnutos.

    Quando, no citado livro, foram dirigidas acusaes aos ocultistas, umRespeitvelIrmoLeitor,queumverdadeiroestudiosodaArteReal,manifestou,pelaviaepistolar, de maneira discreta e elevada, sua divergncia, no quanto ao contedo dacrtica,esimquantoformaagressivadeapresentla,argumentandoqueestearticulista

    sempremantivera

    uma

    linha

    de

    equilbrio,

    ento

    quebrada

    pela

    veemncia

    dos

    vocbulos

    usados.Amanifestaomereceuuma resposta, remetida tambmpelaviaepistolar,e,igualmente, de maneira discreta e elevada, to elevada, que osjustificativos pontosculminantes foram as oportunas transcries de trs irretocveis ensinamentosministrados por Ruy Barbosa, que, na condio de Paraninfo, apresentou notvelpronunciamento (lidopeloProfessorReynaldoPorchat,porqueo renomadoAutornopdecomparecer,porestarcomproblemasdesade)aosAcadmicosdeDireitodoLargode So Francisco, Turma de 1920, pronunciamento esse que, depois, viria a receber osignificativottulode"OraoaosMoos":

    1)

    "Vede

    Jesus

    despejando

    os

    vendilhes

    do

    templo,

    ou

    Jesus

    provando

    a

    esponja amarga no Glgota. No so o mesmo Cristo, esse ensangentado Jesus doCalvrioeaqueloutro,oJesusiroso,armado,oJesusdoltegoinexorvel?NoseroumsJesusoquemorrepelosbons,eoqueaoitaosmaus?"

    2) "Nem toda a ira, pois, maldade, se, as mais das vezes, rebentaagressivaedaninha,muitasoutras,oportunaenecessria,constituioespecficodacura."

    3) "Quando um braveja contra o bem que no entende, ou que ocontraria,dio iroso,ou iraodienta.Quandoverberaoescndalo,abrutalidadeouoorgulho,noagrestia rude,masexaltaovirtuosa,no soberbaqueexplode,mas

    indignaoque

    ilumina:

    no

    raiva

    desaaimada,

    mas

    correo

    fraterna.

    Ento

    no

    somentenopecaoqueseirar,maspecaranoseirando."

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    Em sntese, vista do exposto, segundo a lio de Ruy Barbosa, estearticulistanopeca,aoseiraranteasextravagnciasdosocultistas,maspe carianoseirando.

    AindacomrefernciaaoRitoEscocsAntigoeAceito,indispensvelque

    sejamapresentadas

    mais

    algumas

    observaes.

    Por

    um

    lado

    (negativo)

    clama

    por

    condenao o uso das crendices que no esto escritas no Ritual, e, por outro lado(positivo)merecem louvoresos sbios textosnele contidos.EspecificamentedentrodoGrandeOrientedoBrasil,nomencionadoRito,emseuRitualdeAprendiz,estescritoqueo Segundo Vigilante fala ao Candidato sobre a libertao referente ignorncia, superstio e ao erro, antes de o Primeiro Vigilante mencionar a repulsa a todo odespotismoeomaisfervorosoamorsinstituieslivres,cabendoaoVenervelMestrefinalizarasexplicaes,afirmandoquenosomoscontraosgovernosouautoridades,sejustos,deixandoimplcitoquesomoscontraosgovernosecontraasautoridades,quandoinjustos.SerquealgumObreiro,dequaisqueroutrosRitos,conseguirianegaressastrs

    enormesprovas

    de

    adogmatismo,

    apresentadas

    pelo

    Rito

    Escocs

    Antigo

    eAceito,

    do

    GrandeOrientedoBrasil?

    A digresso, agora concluda, apenas aparente. Ela possui pertinncia,pois comprovou que no correto atribuir s ao Rito Moderno, unicamente ao RitoModerno,aadoodelouvveisnormasdagrandiosidadedopensamento.

    OanteriorCaptuloeopresente,conjugados,tiveramobrigatriosdesviosdo roteirobasilar, comoentendveldesideratodemostrarqueoRitoModernonopraticadonasGrandes LojasEstaduais,quenoGrandeOrientedoBrasilaConstituioproclama(atingindotodososRitos,entreosquaisoModerno)seroGrandeArquitetodo

    Universooprimeiro

    dos

    postulados

    da

    Instituio

    Manica,

    eque

    todos

    os

    Ritos

    praticadospelacitadaPotnciasoadogmticos(enosoModerno).

    A partir do prximo Captulo, os comentrios ficaro, exclusivamente,jungidosscomparaesentreRituaisdoRitoModerno,sdoRitoModerno.

    CAPTULOIII

    NoCaptulo

    Ida

    presente

    srie,

    houve

    referncia

    ao

    primeiro

    Ritual

    usado

    peloGrandeOrientedoBrasil(quespassouausaressaatualdenominaoapartirde23denovembrode1831).Ficouesclarecido,tambm,queomencionadoRitualeradoRitoModerno,equepertenciaaoGrandeOrienteLusitano.

    Tratase, hoje, de umapea rarssima, uma verdadeirapreciosidade,emconsonnciacomasseresexaradasporestearticulistaemseulivro"RituaisManicosBrasileiros", da EditoraManica "A TROLHA" Ltda., Londrina,Paran, ediode 1996,pginas25/27.

    AquelecitadoRitualpreceituavaqueasparedestinhamacorazul.Amesa

    doVenervel

    Mestre

    estava

    em

    cima

    de

    trs

    degraus.

    Era

    triangular.

    Sobre

    ela,

    havia

    um

    Esquadro,umCompasso,umMalhete,umaBblia(Bbliamesmo,semasexpressesLivro

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    Os Aprendizes, os Companheiros e os Mestres (presumese que areferncia seja aos Mestres desprovidos de cargos) tinham a cabea descoberta. Estescrito,noRitualoraemexame,que"todososdemaisusavamchapu"(presumesequearefernciasejaaosMestresprovidosdecargos).

    ACerimnia

    de

    Abertura

    dos

    Trabalhos

    era

    relativamente

    simples.

    O

    PrimeiroExpertoverificavaaexistnciadeambasascoberturas,aexternaea interna.Depoisdisso,oPrimeiroVigilanteverificavase todosos Irmosestavamemordemeordem.Emseguida,respondendoaumaperguntadoVenervelMestre,ocitadoVigilanteafirmavaqueareuniotinhaopropsitodeelevarTemplosVirtudeecavarmasmorrasao vcio. Respondialhe, tambm, qual era a sua idade e qual era o horrio em quecomeavam os Trabalhos (idade e horrio que todos os Maons conhecem).Imediatamente aps, o Venervel Mestre convidava todos os Irmos ajuda namencionadaAbertura,e,fazendoosinaldeAprendiz,aplaudindopelabate riadoGrauedandoumabatidanoAltar,comoMalhete,declaravaqueestavamabertososTrabalhos.

    Simultaneamente,os

    demais

    Irmos

    faziam

    omesmo

    referido

    sinal

    eos

    mesmos

    referidos

    aplausos. Depois que ambos os Vigilantes, repetindoaspalavras doVenervel Mestre,faziamamesmadeclaraoqueesteltimofizera,osdemaisIrmossentavamse.

    O ato imediatamente posterior consistia na leitura da Ata, sobre cujaredaoeraconcedidaapalavra,paraaseventuaiscorrees.Quemasquisesse fazer,pediapermissoe,aoobtla,doVenervelMestre,falariadepeordem.Havendoounohavendocorreoaser feita,edesdequenoexistissemdvidasoudesdequeaseventuais dvidas existentes fossem resolvidas, no se verificava, nunca, umprocedimentoinformal.Aocontrriodisso,osIrmosficavamdepeordem,unidosaoVenervelMestre,medianteaplausos,comprobatriosdeaprovao.

    CAPTULOIV

    No final do anteriorCaptulo, vimos que, no primitivo Ritual usado peloGrandeOrientedoBrasil,ouseja,oRitualportugus,doRitoModerno,doGrandeOrienteLusitano(hojeumapeaverdadeiramenterarssima!),haviaformalidadenaaprovaodaAta.Sapsareferidaaprovao,entravam,comortodoxia,osVisitantes (o focalizadoRitualusaovocbuloVisitadores,quetocorretoquantoVisitantes).

    OsandamentosrelativossSessesOrdinrias(Expediente,OrdemdoDia,TroncodeSolidariedadeePalavraaBemdaOrdem)noexistiam.AplicavamseosUsoseosCostumes.AqueleRitualeradestinado,unicamente,sSessesMagnasde Iniciao(h,ainda,Rituaiseuropeusqueseguemessamesmanormadeexclusividade,omitindo,pois,otrans correrdasSessesoutras).

    Depois de encerradas as formalidades pertinentes aos Visitantes, oVenervelMestreacentuavaqueoCandidato (declarando,qualoseunome)haviasidoaprovado,porunanimidade (inferese,portanto,quenoeram feitas Iniciaes,ondea

    aprovao

    fosse

    por

    maioria,

    diversamente

    do

    que

    ocorre

    hoje,

    em

    todos

    os

    Ritos

    do

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    GrandeOrientedoBrasil,consoantepreceituaoartigo22,doRGF,permitindoatduasesferasnegras,seocorrerapossibilidadeprevistano"caput"domencionadoartigo).

    Apesardejexistiraprovao,porunanimidade (repitase),oVenervelMestre concedia a palavra, para que houvesse eventual pronunciamento sobre algum

    motivoimpeditivo

    da

    efetiva

    admisso

    do

    Candidato.

    Est

    escrito

    que,

    se

    houvesse

    alguma oposio, ela seria objeto de discusses. Havendo ou no havendo qualquerpronunciamento, era indispensvel que existisse votao, e se ela fosse positiva, oCandidatoreceberiaumpapel,paraqueescrevesseoseunome,asuaidade,oseuestadocivil,asuaprofisso,asuareligioeosdeveresdohomemperanteDeus(lembremonosdequeestamosfocalizandoumRitualdoRitoModerno)eosdeveresdohomemperanteaPtriaeperantesimesmo.

    Dadasasrespostas,oCandidatoentregavaosmetais,queeramrecebidospeloMestredeCerimniaseentreguesaoVenervelMestre.Depois,eleeravendado.O

    brao

    esquerdo,

    o

    peito

    esquerdo

    e

    o

    joelho

    direito

    ficavam

    descobertos.

    No

    p

    esquerdo

    levavachinelo.Apsasbatidas irregulares,a identificaoeas tradicionaisperguntaserespostas, eram abertas as portas, e o Primeiro Vigilante fazia ao Venervel Mestre aapresentaodaquelequepediaparaserrecebidoMaom.

    Apslhefazerperguntaseapresentarobjeesssuasrespostas(sefosseo caso, bvio), o Venervel Mestre explicava ao Candidato que este passaria por"experincias indispensveis", que necessitavam de coragem, e se lhe viesse a faltaraquele atributo, ele poderia retirarse. Na hiptese de haver o prosseguimento daCerimnia, se o ento ouvinteestivessemesmo atento s palavrasa eledirigidas,nodeixaria que ficasse em branco a expresso "estas provas so todas mysteriosas e

    emblemticas("mysteriosas",

    com

    "y",

    conforme

    agrafia

    original).

    NaPrimeiraViagem,oPrimeiroExperto (andandopara trs)pegavanasduasmosdoCandidato,fazendoocaminhar(apartirdoOcidente,pelaColunadoNorte)aoOriente,retomando,pelaColunadoSul,aopontoinicial.Duranteopercurso,oAreraagitadocomumlequeouobjetooutro,paraqueproduzissevento.AoouvirdoSegundoVigilante (s do Segundo Vigilante) que estava terminada aquela Viagem, o VenervelMestrepediaaoCandidatoqueapresentasseconsideraes sobreoquehavianotado.Quaisquer que fossem as consideraes, o Venervel Mestre dizia que aquela Viagem(muita ateno, meus Respeitveis Irmos Leitores, porque vereis que, sem o

    conhecimentodo

    ora

    focalizado

    Ritual,

    do

    Rito

    Moderno,

    no

    conseguiramos

    saber

    qual

    a

    verdadeiraorigemdevriaspassagens,quevemosnoRitoEscocsAntigoeAceito,sejaodoGrandeOrientedoBrasil,sejaodasGrandesLojasEstaduais(!),noRitoAdonhiramitaenoRitoBrasileiro)erao"emblemadavidahumana:otumultodaspaixes,ochoquedosdiversos interesses, a dificuldade das empresas, os obstculos que multiplicam sobrevossospassosconcorrentesempenhadosemvossodesgostar, tudo isto figuradopelorudoe fragorque ferirovossosouvidos,peladesigualdadedaestradaquepassaste".("difficuldade",com"fI","emprezas",com"z",e"multiplico",emlugarde"multiplicam",tudosegundoagrafiaoriginal)

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    ASegundaViagemerapercorridamenoslentamente.Ouviamsetinidosdeespadas.QuandoretomavaaoOcidente,ao ter feitoomesmo trajetoanterior, tinhaoCandidatoobraonumergulhadoemumvasocheiodegua,depoisdeosVigilantes

    (agora, ambos os Vigilantes) anunciarem que aquela Viagem havia sido

    feita.O

    Venervel

    Mestre

    repetia

    apergunta

    da

    Primeira

    Viagem,

    e,

    novamente,

    qualquer

    que fossea respostadada,afirmava (muitaateno,maisuma vez,meusRespeitveisIrmosLeitores,pelomesmoapontadomotivo):

    "Estestinnidosdarmasquevsouvistesnocursodestaviagem,figurooscombates que o homem virtuoso deve estar de contnuo obrigado a sustentar paratriunfardosataquesdovcio".(novamente,conformeagrafiaoriginal)

    EstearticulistaabriroprximoCaptulodescrevendoaTerceiraeltimaViagem. Sim, a ltima Viagem, porm do ora descrito Ritual, pois a srie prosseguir,mediantecomentrios sobreoutrosRituais,sempredoRitoModerno (ode1837,ode1892eovigente)comalgumassurpresas,exigindoaconstanteatenodosRespeitveisIrmosLeitores.

    CAPTULOV

    Abrindoestecomentrio,aindacontinuaremosafocalizarovelhoRitualdoGrandeOrienteLusitano(doRitoModerno,nonosesqueamos),impressonoSculoXIX(emanoetipografiaignorados),cujadescrioiniciamosnoCaptuloIIIdestamesmasrie

    (exemplarn

    207

    de

    "A

    TROLHA",

    janeiro

    de

    2004).

    Sua

    relevncia

    histrica

    est

    no

    fato

    de

    tersidooprimeiroRitualusadopeloGrandeOrientedoBrasil.Quantosuarelevnciaritualstica,ojulgamento ficajungidoapreciaodecadaumdosRespeitveis IrmosLeitores,queirovendoafontedeondedimanaramalguns(ounoserosalguns?)dospreceitosedasprticasaindahojevistosnasIniciaes,emquatrodosseisRitosusadosnoGrandeOrientedoBrasil,noobstanteasmodificaesocorridasnofinaldoSculoXIXe em todo o Sculo XX, principalmente no prprio Rito Moderno. No que tange sinegveis projees sobre as Grandes Lojas Estaduais, voltaremos ao assunto,oportunamente.

    Tantoquanto

    nas

    anteriores

    Viagens,

    era

    oPrimeiro

    Experto

    quem,

    por

    ordemdoVenervelMestre, conduziaoCandidatoduranteaTerceira (eltima).Mas,nesta,ospassoserammais livres,semelhanadamarchadeumpasseio.Agitavamsechamas provenientes de uma tacha. Quando o Candidato retomava ao Oriente, osVigilantes anunciavam o trmino da citada Viagem. Em seguida, o Venervel Mestreelucidavaqueasre feridaschamasrepresentavamocomplementodapurificao.Sim,apurificaopeloFogo.

    Acertadamente,concludacadaumadasViagens,antesdeapresentarsuaselucidativaspalavras,oVenervelMestrepediaopronunciamentodoCandidato.

    Emseguida,

    com

    indisfarvel

    desiderato

    de

    natureza

    psicolgica,

    era

    mencionada uma prova de sangue, que no se concretizava. Bastava a aquiescncia

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    daquelequepossusse,realmente,ofirmeescopodeserMaam.Mantendotalfirmeza,eleerasubmetidoaoClicedaAmargura,que lheapresentavaoMestredeCerimnias.Tornasenecessrio,agora,quesejamfeitasduasobservaesaosRespeitveisIrmosdeoutrosRitos,masdeoutrosRitosqueadotemaCerimniaconcernenteaoreferidoClice(Cerimnia essa que no mais adotada pelo Rito Moderno, desde a re forma

    determinadapelo

    Decreto

    n

    109,

    de

    30

    de

    julho

    de

    1892,

    do

    Grande

    Oriente

    do

    Brasil,

    conformej vimosnoCaptulo Idestamesma srie,exemplarn205de "ATROLHA",novembrode2003).

    Primeiraobservao:aquelaCerimniaocorriaposteriormentesViagens.

    Segundaobservao: shaviaabebidaamarga,consideradaoemblemadosdesgostos inseparveisda vidahumana,unicamenteadoadospela resignaoaosdecretosdaProvidncia,segundoaexegeseapresentadapeloVenervelMestre.

    Encerradaaapresentaodareferidaexegese,oPrimeiroExpertoconduziaoCandidatoaoAltardoVenervelMestre.TodososObreirosficavamdepeordem,empunhando suas Espadas. O Candidato ajoelhavase joelho direito) em um coxim,segurando,comamoesquerda,umCompassoabertosobreopeitonu(ladoesquerdo)ecolocandoamodireitasobreaEspadaqueestavasobreaqueleAltar(ecujapresenaoRitualomitiu,ao fazeradescriodoTemplo!).Naquelemomento,oVenervelMestrecolocava a mo esquerda, aberta, em cima da mo direita do Candidato, que, ento,prestavaJuramentoperanteoGrandeArquitetodoUniverso.

    Mais tarde, o vocbulo Juramento foi substitudo por Obrigao e porCompromisso.Todavia,quaisquerquefossemosvocbulosadotados,nuncadeixoudeser

    umasolene

    promessa,

    que,

    durante

    vrios

    anos,

    continuou

    aser

    prestada

    no

    Altar

    (mais

    tarde,passouaserdenominadoMesa,unicamenteMesa)doVenervelMestre.

    Ao longodequarentaequatroanos (especialmentenosltimos trintaeoito), este articulista vem examinando muitos Rituais, sempre com o critrio que osestudos exigem. Aqui, s para o caso concreto, foram reexaminados os de 1833("TypographiadeSeignotPlancher&Cia",RuadoOuvidor,n95,RiodeJaneiro);1834(mesmareferidatipografia);1837("TypographiaAustral",BecodosQuartis,n21,RiodeJaneiro); 1869 (Typographia Universal de Laemert", Rua dos Invlidos, n 63B, Rio deJaneiro);1892 ("ImprensaNacional";noconstaoendereo);1924("Typ.Paulista",Rua

    daAssemblia,

    cuja

    grafia

    era,

    ento,

    Assemblea,

    ns

    56

    e58,

    So

    Paulo

    SP);

    1927

    ("Egibsa",RuaSacaduraCabral,n63,RiodeJanei ro);1937("Typ.daCasaVallelle",RuadoCarmo,n65,RiodeJaneiro);1949("TipografiaePapelariaCerbino",RuaViscondedoUruguai,n394,Niteri,Riode Janeiro);1952 ("PapelariaeTipografiaVallelle",RuadoCarmo,n63,RiodeJaneiro);1962(nohrefernciatipografia,pelomenosnaedioqueestearticulistapossui);1967("EditoraSousaMarquesLtda.",RuaNervaldeGouveia,n401409,Riode Janeiro)e1970 ("CompanhiaEditoraAmericana" ,RuaViscondedeMaranguape,n15,RiodeJaneiro),eem todoseles (oscitados)a focalizadapromessacontinuouaserprestadanoAltar(depoisdenominadoMesa,unicamenteMesaconformejfoivisto)doVenervelMestre.

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    Entretanto,oRitualde1983 ("EditoraGrficaGrandeOrientedoBrasil" ,sem declarao de endereo) deter minava que a promessa, denominada Obrigao,fosse prestada no Altar dos Compromissos, portanto no mais na Mesa do VenervelMestre.Altar?NoRitoModerno?Quasecemanosapsareformade1892?Sim,Altar!NapartereferentedescriodoTemplo,estavaescritoquesobreaqueleAltar(ummvel

    queno

    existia

    nos

    outros

    aqui

    citados

    Rituais)

    estavam

    as

    Trs

    Grandes

    Luzes

    da

    Maonaria:oLivrodaLei,oCompassoeoEsquadro (naposiodoGrau).Emnotaderodap,provenientedeumasterisco,constavaqueoLivrodaLeieraaBblia(afirmaomuitoestranha,realmentemuitoestranha,emumRitualdoRitoModerno,editadoem1983!)equeomencionadoLivrodeveriaestar sobreoAltardosCompromissos.Entreparnteses,otextomostravaqueadiretrizeraumaexignciafeitapeloCaptuloII,incisoIII,letra"h",daConstituiodoGrandeOrientedoBrasil.Todavia,aquelanotaderodapdistorciaaverdade!Estavaemvigor,noGrandeOrientedoBrasil,aCartaMagnade1981,que, na parte denominada "Dos Princpios Normativos do Grande Oriente do Brasil",CaptuloII,incisoIII,letra"h",noestabeleciaqueoLivrodaLeifos seaBblia,nemusava

    daexpresso

    Altar

    dos

    Compromissos.

    certo

    que

    fazia

    meno

    ao

    Livro

    da

    Lei,

    mas

    sem

    conceitulo.QuantoaomvelnoqualoCandidatoapresentavasuapromessa,oaludidotextoconstitucionalusavadaexpressoAltardosJuramentos,sobreoqualdeveriamestarasjreferidasTrsGrandesLuzesdaMaonaria.

    NoRitualde1999usadaaexpressoTringulodosCompromissos.ComrefernciaaoLivrodaLei,ocitadoRitualentende(nomomentoemqueoCandidatovaiapresentar sua solene promessa) que aquele Livro seja a "regra da moral manica".Assim mesmo, aquele entendimento no constitui um conceito objetivo, ou seja, nodefine qual o Livro quedever ficar,juntamente com o Esquadro e com o Compasso,

    sobre

    o

    Tringulo

    dos

    Compromissos.

    Quanto

    Constituio

    do

    Grande

    Oriente

    do

    Brasil,

    de 1991, na parte denominada "Dos Princpios Gerais da Maonaria e dos postuladosuniversaisdaInstituio",CaptuloI,artigo2, incisoVIII,elaexigeamanutenodasjreferidasTrsGrandesLuzesdaMaonaria,semmencionarqueelassejamcolocadasemummvel,bastandoqueestejam"semprevista",esemmencionarqualquerdefiniosobreoLivrodaLei.

    CAPTULOVI

    Continuaremos,durante

    opresente

    Captulo,

    adescrever

    ovelho

    e

    historicamenteimportanteRitualdoRitoModerno,doGrandeOrienteLusitano.

    PrestadooJuramento(descritocompormenores,noanteriorCaptulo),oprprioCandidatopediaquelhefosseconcedidaaLuz(maistarde,apartirdareformadofocalizadoRito,determinadapelo Decreton109,de 30dejulhode 1892,doGrandeOriente do Brasil, o pedido passou a ser feito pelo Primeiro Vigilante, at hoje). DoisIrmos (oRitualnoexigiaqueeles tivessemcargos),portando "cachimbos compostoscomresina",produziamchamasnomomentoemqueaoCandidatoeraretiradaatarjadepanosobreosolhos.Aexistnciadaquelaspeaseradevidaaofatodenoexistir,ainda,

    luzeltrica,

    que

    s

    foi

    concretizada

    comercialmente

    em

    1879,

    graas

    inveno

    da

    lmpadadefilamentoeltrico(conformejressaltamosnoCaptuloIII).

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    Recebida a Luz, o Candidato ouvia a interpretao apresentada peloVenervelMestre, sobreasEspadasapontadas contraoprimeiro,que,em seguida, ia,pelasegundavez,aoAltardoVenervelMestre,ondeerarecebidoeconstitudoAprendizMaom,coma frmulade invocaoaoGrandeArquitetodoUniverso (osRespeitveisIrmos, queno leramanterioresCaptulos, poderoestaremdvida sobrea referida

    invocaodentro

    do

    Rito

    Moderno,

    mas,

    lendo

    os,

    mesmo

    que

    de

    modo

    extemporneo,

    tero'afastadasaseventuaisdvidas).

    Concludooato,onovoMaom,depoisderecolocarseutrajecompleto,recebiadoMestredeCerimniasalioreferenteaospassosdeAprendiz,comosquaisera conduzido, outra vez, ao Oriente, para receber, do Venervel Mestre, o Avental,smbolodo trabalho,eumparde luvas.Tantoquantocontinuaaserafirmadohoje,asluvas eram destinadas mulher que o Nefito mais estimasse. Sempre com o devidorespeitospossveisopiniesdivergentes,estearticulistaentendequeotextonotemanecessriaclareza.SetodososNefitossempre fossemsolteiros;sempretivessemme

    viva;nunca

    tivessem

    irms,

    aentrega

    das

    luvas

    seria

    bvia.

    Mas,

    nos

    casos

    em

    que

    oNefito for casado; viver em perfeita harmonia com a dedicada esposa; receber o

    ilimitadoamordesuame;tiveroafetodesuasirmsedesuasfilhas,ficariaprejudica doousodovocbulomais,eseriamnecessriosvriosparesdeluvas!Essetextobastanteantigo.Nohcertezadoanoemqueelefoiredigido.Sabe mos,porm,quejexistiaem1817,pelomenos.Portanto,nomnimo,elejcompletoucentoeoitentaeseteanos(estamosem2004).Noteriachegadoomomentodemodificlo?

    ApstransmitiroSinal,oToque,aPalavradepasseeaPalavraanual(sim,eraanual)aonovoMaom,oVenervelMestredeterminavaaoMestrede Cerimniasque conduzisse o primeiro ao Ocidente, para ensinlo a trabalhar na pedra bruta. Osocultistas, com o anacronismo de suas supersties, pretendem tisnar a magnficaSimbologia de nossa Ordem, usando, invariavelmente, o ferrete dos ignaros, emdetrimentodohialinocristaldas lentesdosautnticosexegetas.Por isso,comosolhosfixos em suas miragens, eles, os ocultistas, nunca dissertam sobre a grandiosidadecaracterizadoradotrabalhoaserfeitonaquelapedra.assuntoque lhesno interessa.Jamaisomencionam.Tratase,porm,deumsimbolismo,que,pelasuarelevncia,exigeininterruptanfase.SeoIniciadoforpessoaquenoesteja,previamente,agrilhoadapelascrendices do ocultismo, receber o fulgor da Luz Manica e, com esse recebimento,poderver,semqualquerturvao,queaMaonariatemumaSimbologiaprpria.Assim,ele tercondiesdeentenderquo importanteaalegoriacontidanaquele trabalho,permitindo

    lhe

    desbastar,

    conscientemente,

    as

    salincias

    da

    mencionada

    pedra,

    para

    que

    esta,maistarde,possuaasimetriadeumcuboeobrilhodeumajialapidada.

    DepoisqueoMestredeCerimniasterminavaoreferidoensinamento,eradeterminado,peloVenervelMestre,aosVigilantes,queconvidassemtodososIrmosaoreconhecimento do Aprendiz, aplaudindo sua Iniciao. Imediata mente, o MestredeCerimnias pedia a palavra e devolvia os aplausos, junta mente com o Nefito,instruindooparaisso.Emseguida,osaplausoseramcobertos.Conduzidoaoseulugar(omesmodehoje,isto,naColunadoNorte),peloMestredeCerimnias,oNefitoouviaum pronunciamento do Orador. Concludo o pronunciamento, o Segundo Vigilante

    acompanhava(no

    texto

    especfico,

    no

    usado

    overbo

    conduzir,

    mas

    sim

    acompanhar)

    o

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    novoMaomaoPainel(queficavanocho),e,comapontadaEspada,iaexplicandoosrespectivosSmbolos.

    Na ltima parte do Ritual, havia uma instruo, em trs pginas, comperguntas e com as respectivas repostasj prontas. No est explicado quem fazia as

    perguntasnem

    quem

    dava

    as

    respostas.

    S

    existiam

    as

    letras

    P.

    (referente

    pergunta)

    eR.

    (referenteresposta).Eradessamaneira,semexplicaesoutras,queoRitualdescreviaoencerramentodareferidaSesso.

    Iniciaremos, no prximo Captulo, comentrios sobre outro Ritual. Pelottulo da presente srie, no necessrio salientar qual o Rito. Entretanto, convmesclarecerqueosmencionados comentrios sero sobreoprimeiroRitual, prprio,doGrande Oriente do Brasil. Imprimiuo, em 1837, a "Typographia Austral", do Beco deBragana,n15,RiodeJaneiro.

    CAPTULOVII

    NoanteriorCaptulo,encerra mososcomentriospertinentesaoprimeirodosRituaisusadospeloGrandeOrientedoBrasil.Vimos,reiteradamente(areiteraoum eficiente mtodo didtico), que no era um Ritual prprio, mas sim um Ritualpertencente ao Grande Oriente Lusitano. Que era do Rito Moderno, nem seria maisnecessriorepetir.Tratasedeumsimplesexcessodezelo.HaviasidoimpressoemLisboa,em data e em tipografia ignoradas, mas antes de 1814, sem a mais remota dvida,porque,naqueleano,erajusadopelaLoja"Commrcio&Artes",doRiodeJaneiro,que

    viriaaced

    la,

    em

    1822,

    ao

    Grande

    Oriente

    do

    Brasil,

    quando

    este

    foi

    fundado.

    NopresenteCaptulo,iniciaremosaanlisedoprimeiroRitual,prprio,doGrande Oriente do Brasil. Era do Rito Moderno. Imprimiuo a "Typographia Austral",situadanoBecodeBragana,n15,RiodeJaneiro.

    Entretanto,estandoabertooassunto,estearticulistapedeadevidavniaaos Respeitveis Irmos Leitores para fazer "uma digresso, pois cr ser oportunoassinalarque,antesdeoGrandeOrientedoBrasilpossuiraquelemencionadoRitual,jexistiamcinco(5)RituaisimpressosemnossaPtria,todoselespela"TypographiaSeignot

    Plancher&

    Cia.",

    situada

    na

    Rua

    do

    Ouvidor,

    n

    95,

    Rio

    de

    Janeiro.

    O primeiro daqueles outros Rituais de 1833 e do Rito Moderno, um

    trabalhoorganizadopeloIr(entoPadree,depois,Cnego)JanuriodaCunhaBarbosae

    peloIrHyplitoJosdaCostaFurtadodeMendona.

    O segundo de 1834, igualmente, do Rito Moderno, uma iniciativaparticulardamencionadatipografia.

    O terceiro de 1834, do Rito Escocs Antigo e Aceito, outra iniciativaparticulardamencionadatipografia.

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    aletra"B".Aoseuladohaviaumcubodepedralavrada.NofustedaColunadaesquerdaestavaaletra'T'.Aoseuladohaviaumapedratosca.

    Quanto designao das Jias e dos assentos, no Oriente ficava oVenervel Mestre (um Compasso aberto, em noventa graus, entrelaado com um

    Esquadro).Tambm

    no

    Oriente,

    direita,

    seguindo

    se

    oj

    exposto

    critrio

    visto

    no

    pargrafoanterior,ouseja,esquerdadoVenervelMestre,ficavaoOrador(umCrculo).Ainda no Oriente, do lado esquerdo, ou seja, direita do Venervel Mestre, ficava oSecretrio(duaspenasemaspas).

    NoOcidente,ficavamtodososoutrosmembrosdaAdministrao,aseguirenumerados.ComecemospelaEntrada,rumodireooriental:

    JuntoColuna "B" ficavaoPrimeiroVigilante (umNvel).Ao lado,suadireita,ficavaoArquiteto(umacolherdepedreiro)esuaesquerdaficavamoPrimeiroExperto(umaEspada)e,umpoucodepois,mas,ainda,esquerdadoPrimeiroVigilante,oMestredeBanquetes(umsemicrculo).

    Junto Coluna J ficava o Segundo Vigilante (um Prumo). Do seu ladodireito ficavaoSegundoExperto (tambmumaEspada,omesmo smbolodoPrimeiroExperto)edeseuladoesquerdoficavaoTerceiroExperto(tambmumaEspada,omesmoSmbolodosoutrosdoisExpertos).

    CAPTULOVIII

    UmaexaustivapesquisaefetuadanapreciosssimaBibliotecado IrKurtProber(oMestrequenoperdeuasurpreendentelucidez,apesardejhavercompletado95, sim 95 anos de idade), aliada s elucubraes exigidas por documentos prprios,colecionados ao longo de muito tempo, alguns doados por aquele Professor deMaonaria,easreflexesprojetadaspeloscorolriosdetaisestudos,cujodesideratooda eventual elaborao de um livro, que, se concretizado, ser publicado pela EditoraManica "A TROLHA" ltda., fizeram com que este articulista ficasse afastado, durantealguns exemplares, das pginas desta expressiva Revista, retardando a organizao dopresenteCaptulo,noqualpassaaserfeitaadescriopertinentesJiaseaosassentos

    dosOficiais,

    de

    acordo

    com

    oRitual

    do

    Rito

    Moderno

    de

    1837.

    J

    vimos,

    no

    anterior

    captulo,queessefoioprimeiroRitual,prprio,doGrandeOrientedoBrasil.Imprimiuoa"TypographiaAustral",situadanoBecodeBragana,n15,RioeJaneiro.

    Falta mencionar as Jias e os assentos do Tesoureiro, Hospitaleiro,Chanceler,MestredeCerimnias,eCobridor.

    LevandoemcontaadireoOcidente/Oriente,oTesoureiro(duaschaves)ficavanofinaldaColunadoSul.Possuamesa.DiantedeleficavaoMestredeCerimnias(umtringulo)esuaesquerda(isto,esquerdadoTesoureiro)ficavaoChanceler(oselodaLoja).

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    OHospitaleiro(umabolsa)ficavanofinaldaColunadoNorte,levandoemcontaamesmadireojcitada.OCobridor(umaEspada,isto,amesmaJiadostrsExpertos,quevimosnoanteriorCaptulo) ficavajuntoPorta!dentroou fora?ORitualnoelucida!).AssinalesequeshaviaumCobridor.

    Apsotexto

    concernente

    Abertura

    dos

    Trabalhos,

    constava

    omodo

    pelo

    qualeraapresentadoumCandidato,decujapropostadeveriamestarseunomecompleto,suaresidncia,seu localdenascimento,sua idadeesuaprofisso.OVenervelMestrefazia a leitura da proposta, sem indicar o nome do Candidato. Depois, escolhia trscomissrios (trs sindicantes, diramos hoje) que no fossem Aprendizes nemCompanheiros,paraacoletadeinformaes.Cumpridaamissodoscomissrios,quenotinhamseusnomesrevelados.

    As informaes eram colocadas na correspondente bolsa. Feita a leiturapeloVenervelMestre,seasinformaesfossemfavorveis,apropostaerasubmetida

    apreciao

    da

    Loja.

    Aps

    as

    concluses

    do

    Orador,

    corria

    o

    escrutnio

    secreto.

    Na

    hiptese

    de que houvesse uma s esfera negra, o Candidato estava aprovado (j vimos, emCaptulooutro,quenoRitualdoGrandeOrienteLusitanoeraexigidaunanimidade).

    Oportunamente,oCandidatoeraconduzidoCmaradeReflexo,onderespondia,porescrito,atrsperguntassobreosdeveresdohomemprobo (dohomemprobo, notese) diante de si mesmo, diante de seus semelhantes e diante da Ptria.LembremonosdequeestamosadescreverumRitualde1837,portantoapenasquinzeanosapsaProclamaodaIndependnciadoBrasil.

    NomomentodesairdacitadaCmara,oCandidato ficavacomosolhos

    cobertoscom

    uma

    tarja.

    Ficavam

    descobertos

    acabea,

    opeito

    do

    lado

    esquerdo,

    obrao

    esquerdo,eojoelhodireito.Opesquerdo ficavasemsapato,substitudoporchinelo.Despojavam nodetodasaspeasquefossemdemetal.EradessamaneiraqueocorriamsuaconduoportadoTemplo,seu ingressoeodesenvolvimentocnicoda Iniciao,at que a Luz lhe fosse concedida. No nterim, o Venervel Mestre lhe fazia algumasperguntas,aofinaldasquaisoadvertiadequeseriasubmetidoaprovasindispensveiseotornavasabedordeque,selhefaltassecoragemsuficienteparasuportlas,lheserialcitoretirarse.Em seguida,oVenervelMestreelucidavaqueasprovaserammisteriosaseemblemticas,exortandooCandidatoaprestarlhestodaaatenoquelhefossepossvel.Indubitavelmente,aquelaexortaosersempreatual,sempre imprescindvelesempre

    merecedorada

    nossa

    infindvel

    anlise,

    por

    maior

    que

    seja

    onosso

    discernimento

    epor

    maisaltoquesejaoestgiomanicoaoqualjtenhamoschegado.

    CAPTULOIX

    TendojfocalizadoasduasprimeirasViagensconstantesdoRitualdoRitoModerno de 1837, do Grande Oriente do Brasil, focalizaremos agora, no presenteCaptulo,aterceiraeltima.

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    AltimaViagem,naqualnohaviaotinirdeEspadas,erafeitacompassoslargos,massemprecipitao.UmatochaeraagitadadiantedoCandidato.Vendadocomoestava,elenopodiavla(obviamente!)maslhesentiaapresena,emfacedonotriocalorqueas labaredasproduziam.Concludoopercurso,eraoSegundoVigilantequem,comumgolpedeMalhete,faziaorespectivoanncio.OVenervelMestreelucidavaque

    ofogo,

    complemento

    da

    purificao,

    deveria

    acender

    oamor

    diante

    dos

    semelhantes

    e

    queoCandidatonuncasedeveriaesquecerdamoralcontidanopreceitodequenosedeve fazer a outrem o que no desejamos que nos seja feito. Considerando que sestavam terminadasasViagens equeainda havia muito para terminaraCerimnia, opronunciamentoquedimanavadoTronodaSabedoriaeraporestemesmointerrompido,comumaclssicapergunta:

    "Persistis,Senhor?"Presumesequearespostafossepositiva.

    No ato subseqente, o Venervel Mestre asseverava ao Candidato que

    uma

    das

    virtudes

    que

    os

    Maons

    mais

    prezavam

    era

    a

    beneficncia.

    Semdvida,acaridade,a terceiradasdenominadasvirtudes teologais,umaevidenteprovadesensibilidade.Mas,deixemosoanode1837,aindaquesejaporum momento, e voltemos ao presente, para que examinemos a atual (estamos emoutubro de 2004) Constituio do Grande Oriente do Brasil, cujo artigo 1, "caput",preceituaqueaMaonariapossuiquatroescopos,eumdelesfilantrpico.Porm,nasaescaritativas, imperiosaaexistnciadecautela,paraque solertesaproveitadoresno ludibriem aqueles que so movidos pelo nobre sentimento de ajudar o prximo.Existiamecontinuamaexistirosquecolaboramcominstituieseosquepreferematosindividuais. H Maons e Profanos que, isoladamente, prestam inestimveis auxlios

    quelesque

    so

    materialmente

    desfavorecidos.

    H

    Lojas

    eassociaes

    filantrpicas

    que

    se

    dedicamcomnotvelardoraessemister.Porm,reconheamosqueaotempoemqueomencionado Ritual foi impresso, em 1837 (repitase), era mais fcil (ou menos difcil)realizarcaridade.Nosdiasatuais,adenominadaexplosodemogrficageroumltiplosbices, fazendocomqueoempirismo,outroraaceitvelnombitoda filantropia,hojeesteja a exigir, quando os atos caritativos forem prestados de maneira no individual,tcnica administrativa muito bem coordenada, sob pena de protetores e protegidostrilharem as labirnticas veredas do malogro. O assunto inesgotvel e suscetvel deinfindveis controvrsias. No entanto, regressemos quele pretrito Ritual. Quando oCandidato era indagado sobre sua disposio de praticar a caridade, o objetivo da

    indagaoera

    ode

    perquirir

    se

    ele

    possua

    oalto

    sentimento

    da

    solidariedade

    humana.

    Oora focalizadoRitualdoRitoModerno,de1837,doGrandeOrientedoBrasil,copiou,quaseinteiramente,ode1834,doGrandeOrienteBrasileiro(queviriaasermais conhecido por "Grande Oriente do Passeio", e os Respeitveis Irmos Leitoresjtomaramconhecimento,nestamesmasrie,doporqudessadenominao),tambmdoRitoModerno,eeste,osegundocitadoRitual,ouseja,odoGrandeOrienteBrasileiro,de1834,eraumacpiadoRitualdoGrandeOrienteLusitano,igualmentedoRitoModerno,jobjetodeexplanaonestamesmasrie,emconsonnciacomosCaptulosIII(janeirode2004,pginas20/21),IV(fevereirode2004,pginas20/21),V(marode2004,pginas

    18/19)eVI

    (abril

    de

    2004,

    pginas

    17/18).

    Todavia,

    propositadamente,

    este

    articulista

    no

    mencionou,deixandoparaagora,umaimportanteobservao:

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    ONefito (jNefito,enomaisCandidato),depoisde recolocaro seutraje completo era apresentado, pelo MestredeCerimnias, por ordem do VenervelMestre,aoPrimeiroVigilante(agoraarefernciamesmoaoPrimeiroVigilante)paraquelheensinasseospassosdeAprendiz.Emseguida,iaaoOrienteparareceber,doVenervelMestre (na reforma de 1892, a entrega coube ao MestredeCerimnias, porm, mais

    tardeeat

    hoje,

    passou

    aser

    feita

    pelo

    Primeiro

    Experto)

    oAvental

    edois

    pares

    de

    luvas,

    sendoumparmasculinoeumparfeminino(areformade1892suprimiuoparmasculino,esuaentregapassouaserfeitapeloMestredeCerimnias,athoje),juntamentecomasexplicaesprovenientesdoTronodaSabedoria,explicaesessasquesoasvistasnoanteriorRitualdoRitoModerno,doGrandeOrienteLusitano(conformeCaptuloVIdestamesma srie) e permanecem as mesmas. Posteriormente quelas explicaes, oVenervelMestreensinavaoSinaldeOrdem,oToque,aPalavraSagrada,aPalavradePasse(tambmaqui,nohouvealteraonocontedo,masoensinamentopassouaserfeito pelo Primeiro Experto, a partir da reforma de 1892, at hoje), prometendo atransmissodapalavrasemestral,quelheseriadadaoportunamente(oNefitoaindano

    conheciaaCadeia

    de

    Unio).

    A

    Constituio

    do

    Grande

    Oriente

    do

    Brasil,

    ento

    em

    vigor,

    eraade1885,impressana"TypographiadePereiraBraga&Cia",RuadoOuvidor,n29e29A,RiodeJaneiro.Noconsta,dofocalizadoRitualde1873,queelafosseentregueaonovoMaom.

    Por ordem do Venervel Mestre, o MestredeCerimnias conduzia oNefitoaoOcidente,apresentandooaosVigilantes (aqui,nadescrioapresentadaemtodoestepargrafo,areformade1892conservoualgunstrechos,pormintroduziuvriasmodificaes,que,semfalta,serovistasoportunamente,poissuaextensonocabenopresenteCaptulo)afimdequelhesdesseoSinal,oToque,aPalavraSagradaeaPalavra

    de

    Passe.

    Cabia

    ao

    Segundo

    Vigilante

    ministrar

    a

    lio

    pertinente

    ao

    trabalho

    na

    Pedra

    Bruta. Cumprida a significativa tarefa, o Nefito ficava de p e ordem, entre osVigilantes, que, ouvindo o Trono da Sabedoria, convidavam todos os Obreiros aoreconhecimentodonovoMaomeaosaplausossuaIniciao.OMestredeCerimniaspediaapalavraemnomedoNefitoe,depoisdeensinloaagradecer,retribua,comele,osaplausos,queeramcobertosportodososObreiros

    ConduzidoaoseulugarpeloMestredeCerimnias,onovoMaomouviaopronunciamento especialmente a ele dirigido pelo Orador, sobre assunto de naturezamoralesobrea interpretaodosSmbolos.OsVisitantesrecebiamagradecimentos.Setempohouvesse,oVenervelMestreministravaumaInstruoaorecenteAprendiz.

    Encerradosostrabalhos,oVenervelMestreformavaaCadeiadeUnio.

    Em1desetembrode1868,quandoestavamesgotadososexemplaresdoaludidoRitual(nonosesqueamosdequearefernciaaoRitualdoRitoModerno,de1837,doGrandeOrientedoBrasil),oGrandeCaptulodosRitosAzuis(queenglobavaos

    RitosModernoeAdonhiramita)requereuaoIrAlexandreJosdeMelloMoraes,GrandeSecretriodoGrandeOrientedoBrasil,asnecessriasprovidncias,a fimdeque fosseimpressaumanovaedio, feitanoanoseguinte,ouseja,em1869,pela"TypographiaUniversaldeLaemmert",Ruados Invlidos,n63B,Riode Janeiro.Forammantidoso

    Juramentoeas

    demais

    menes

    ao

    Grande

    Arquiteto

    do

    Universo.

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    absolutamente indispensvel acrescentar que, igualmente do RitoModerno,em1833,haviasidoimpresso,pela"TypographiadeSeignotPlancher"(Seignote Plancher eram Maons), Rua do Ouvidor, n 95, Rio de Janeiro, um "Cathecismo eRegulamentoGeraldoGrodeAprendiz".Mas,nosetratavadeumRitual,propriamentedito. No havia apresentao de seqncia ritualstica. Tratavase de um manual de

    instrues.Pertencia

    Loja

    "Commrcio

    eArtes",

    que

    deixara

    oGrande

    Oriente

    do

    Brasil

    em6demaiodaquelemesmoanode1833,filiandoseaoGrandeOrienteBrasileiro,"doPasseio" (retomando,noentanto, tradicionalPotnciaManicaem18dejaneirode1883, apesar de ser discutvel tratarse verdadeiramente da mesma primitiva Loja).TambmnoeraRitual,deacordocomo seuprprio ttulo,a "InstrucodoGrodeAprendizdoRitoModerno",impressaem1857,poriniciativaparticular,na"TypographiadoCommrciodeBrito&Braga",RuadoOuvidor,n14,RiodeJaneiro.

    Em5dejunhode1865,o"GrandOrientdeFrance"haviaestabelecidoseracrenaemDeusoprincpiobsicodaMaonaria.Entretanto,em10de setembrode

    1877,aaludida

    Potncia

    Manica

    derrogou

    aquele

    entendimento

    eexpungiu

    oGrande

    Arquiteto do Universo, recebendo, por isso, da "United Grand Lodge of England", oqualificativodeirregular(qualificativoqueseguidoportodasasPotnciasquepossuemoreconhecimentomanicoingls,entreasquaisestoGrandeOrientedoBrasil).Aestearticulista, particularmente, parece que, em nossa Ptria, alguns (ou sero muitos?)ObreirosdoRitoModernoignoramaexistnciadetalirregularidade.

    Em 23 de junho de 1892, sob a iniciativa do influente Ir HenriqueValadares, Grande Secretrio do Grande Oriente do Brasil (General, que, em 1893,chegariaaserPrefeitodoRiodeJaneiro,graasamizadecomoMarechalFlorianoVieira

    Peixoto,

    Vice

    Presidente

    da

    Repblica,

    mas

    no

    exerccio

    da

    Presidncia,

    em

    face

    da

    rennciadoMarechalManoelDeodorodaFonseca),oGrandeCaptulodoRitoModerno(ojreferidoGrandeCaptulodosRitosAzuisdeixaradeexistir,poisoRitoAdonhiramitapassaraateroseuprprioCaptulodosCavaleirosNoaquitas,fundadoem24deabrilde1873)aprovouumnovoRitual,adotandoa reforma feitapeloGrandOrientdeFrance.Desdeento,cessaram,noRitoModerno,oJuramentoeasmenesaoGrandeArquitetodoUniverso,athoje.

    Vimos, pressurosamente, de modo apenas parenttico, s algumas dasmuitssimasalteraesintroduzidasporaqueleentonovoRitual,aprovadopeloDecreton109,de30dejulhode1892,doGrandeOrientedoBrasil.Maiorese imprescindveis

    comparaes,diante

    do

    vigente

    (este

    artigo

    escrito

    em

    novembro

    de

    2003),

    aprovado

    pelo Decreto n 252, de 12 de maio de 1999, da mencionada Potncia Manica,comearoaserfeitasnoprximoCaptulo.

    CAPTULOXI

    Antes do prosseguimento do tema objeto da presente srie, indispensvelquesejamfeitosumacorreoetrsesclarecimentos.

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    A correo pertinente ao fato de, no anterior Captulo, constar,erroneamente,porumdesacertodelinhasgrficas,queoprimeiroRitualdoRitoEscocsAntigoeAceito,doGrandeOrientedoBrasil,foiimpressona"TypographiaDelta",daRuadoCano,n165,RiodeJaneiro.Porm,aempresagrficaimpressoradoCitadoRitual,em1857, foi a "Typographia Austral", localizada, esta sim, naquele referido endereo. A

    "TypographiaDelta",

    localizada

    na

    Rua

    Dias

    da

    Cruz,

    n

    129,

    Rio

    de

    Janeiro,

    imprimiu,

    em

    1928,ouseja,noanoseguinteaodahistricacisomanicabrasileira,ostrsprimeirosRituaisdasmodernasGrandesLojas,adaBahia,adoRiodeJaneiro(noconfundircomadoEstadodoRiodeJaneiro,queaindanoexistia)eadeSoPaulo.Fica,pois,corrigi dooequvoco.

    Ostrsesclarecimentosreferemseaumtrabalhonomuitoclaro,deum

    RespIrm,publicadorecentemente.Quandohfaltadeclareza,elapodeseratribudaa eventuais bices que embaracem um autor, ao exprimir suas idias. Entretanto, possvel,tambm,queexista,emalgunscasos,odeliberadopropsitodeconfundir,em

    proveitoprprio

    ou

    at

    em

    proveito

    de

    terceiro.

    Essas

    duas

    ltimas

    hipteses

    no

    ocorreramnocasoconcreto,felizmente!

    Para o primeiro esclarecimento, imperioso asseverar que, naquelapublicao,apesardaboaf de seu subscritor, ele redigiu com eiva anfibolgica, demodoque,enganosamente,parecerampertencerlhepesquisasque,emverdade,foramfeitasporestearticulista,cujonomeconsta,sim,daqueletrabalhodbio,masdemodosibilino,comumacertadistnciadotexto especfico. Isto posto, com o objetivo deevitarquesecristalizemdvidas,consignesequedestearticulista,unicamentedeste

    articulista,aautoriadaelucidaodofatodeo IrBaroThodoreHenrydeTschoudy,

    escritor,

    em

    1766,

    na

    Frana,

    de

    "L'Estoile

    Flamboyante"

    ("A

    Estrela

    Flamejante",

    diramos

    no idioma portugus) eo Irm:. Louis Guillemain de SaintVictor, escritor, entre 1781e1782,tambmnaFrana,de"RecueiPrecieuxdeLaMaonnerieAdonhiramite"("ColeoPreciosa da Maonaria Adoniramita" ou "Adonhiramita", com "h" intermedirio, seaceitarmos o galicismo usado pela Maonaria em nosso Pas), serem duas pessoas, demodoquenoestarcertoquemexpuserquesetratedeumas,equeadenominaoBarode Tschoudy,pertencenteaoprimeiro citado, seriaapenaso ttulonobilirquicopertencenteaooutro.

    Para o segundo esclarecimento, imperioso asseverar que destearticulista,unicamentedestearticulista,aelucidaodequeoCerimonialdoAcendimento

    deVelas

    originrio

    do

    Rito

    de

    Schrder,

    eno

    do

    Rito

    Adonhiramita,

    que

    s

    adotou

    aqueleCerimonialmaistarde.

    Paraoterceiroesclarecimento, imperiosoasseverar,ainda,quedestearticulista,unicamentedestearticulista,adennciadoerrodeserchamadodeRitodeYork,noBrasil,umdossistemasusadospelaMaonariabritnica,e,mais,aelucidaodoporqude talerroe, finalmente,aelucidaodeque "Emulation"nomedeumdosRituaisusadospelacitadaMaonaria,enoonomedeumRito.

    Feitas a correo do equvoco e dissipao das obscuridades, podemos

    iniciarodesenvolvimento

    do

    presente

    Captulo.

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    Mesmoquenoqueiramosocometimentode rodeiosperifrsticos,nopodemos deixar de admitir que, na elaborao de um trabalho seriado, a referncia aCaptulos anteriores, quando se est iniciando outro, eficaz mtodo didtico, poisconserva intactoo fluxodaexposiodissertativa.Deacordocomoprprio ttulo,estasriededicadaaoRitoModerno.JdescrevemosoRitualdoGrandeOrienteLusitano,

    impressoem

    Lisboa,

    em

    tipografia

    edata

    ignoradas,

    eelucidamos

    que

    s

    pode

    ter

    sido

    antes de 1815. Depois, fizemos brevssima referncia ao Ritual de 1834, impresso na"TypographiaSeignotePlancher",daRuadoOuvidor,n95,RiodeJaneiro,poriniciativaparticularda referida tipografia.Emseguida,comentamosoRitualde1837,doGrandeOrientedoBrasil,impressona"TypographiaAustral",doBecodeBragana,n15,RiodeJaneiro,efizemosrpidaalusoaoRitualde1869,impressona"TypographiaUniversaldeLaemert",daRuadosInvlidos,n63B,doRiodeJaneiro.Tambm,jsalientamosque,mais tarde,por foradoDecreton109,de30dejulhode1892,oGrandeOrientedoBrasilexcluiudoRitoModernooGrandeArquitetodoUniversoeoAltardosJuramentos,aoaprovarumnovoRitualdaqueleRito,editadonaquelemesmoano,ouseja,em1892,

    na"Imprensa

    Oficial",

    no

    Rio

    de

    Janeiro

    (no

    consta

    onome

    da

    artria

    pblica),

    sob

    a

    influnciadareformaritualsticaempreendidapelo"GrandOrientdeFrance"em10desetembrode1877.Porm,noforamessasasnicasmodificaes.

    NopresenteCaptulo,comearemosaestabeleceralgumascomparaesentreaquelesRituaisantigos(estamosincluindooRitualdoGrandeOrienteLusitano,portersidooprimeiroaserusadoemnossoPas,pelomenosdequesetenhanotcia)eoRitualvigente(esteCaptuloescritonocomeodeoutubrode2004)doGrandeOrientedoBrasil,aprovadopeloDecreton252,de12demaiode1999(assinadopeloSoberano

    GroMestre Ir Francisco Murilo Pinto, que, no denominado mundo profano, era

    Desembargador,j

    sob

    aposentadoria,

    do

    Egrgio

    Tribunal

    de

    Justia

    do

    Estado

    de

    So

    Paulo).

    Os RResp IIrmqueestodandoos primeirospassosnosarcanosdaMaonaria,eatmesmoosmaisantigos,quenotiveramacessosrespectivas fonteshistricas,poderoimaginarqueoRitoModernopossuignesediversadaconstantedeoutrosRitos,pornoacolheroGrandeArquitetodoUniversoedemaisassuntosaElerelacionados,diretaou indiretamente.Mas, todosos interessadosemRitualsticaequeesto acompanhando esta sriej viram que o Rito Moderno, proveniente da Frana,nasceujungidoespiritualidade(muitocuidadocomestediscutvelvocbulo,quederivoudohebraico (esteadjetivono levaacento)"ruach",originalmentesignificando"sopro",que deu origem ao grego "pneuma", que deu origem ao latino "spiritus"). Quem estacompanhandoestasriejviuqueainvocaoaoGrandeArquitetodoUniverso,depoisdehaversidoconfirmadapelo"GrandOrientdeFrance",em5dejunhode1865,recebeuarejeiodeterminadaporaquelamesmaPotnciaManica,medianteareformade10desetembrode1877,eque,emnossoPas,talreformaocorreu(mas,socorreunoRitoModerno)por foradoDecreton109,de30dejulhode1892,doGrandeOrientedo

    Brasil (assinadopeloGroMestreeSoberanoGrandeComendador,ento interino, IrAntnioJoaquimdeMacedoSoares,queviriaasereleitoem30deagostoeempossadoem 12 de setembro de 1892, e que, no denominado mundo profano,era Ministro doSupremoTribunalFederal),aprovandooRitualimpressonaqueleano,emtrabalhogrficoda

    "Imprensa

    Nacional"

    (sim,

    "Imprensa

    Nacional",

    apesar

    de

    ser

    muito

    estranho!).

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    Faamosasprometidascomparaes.

    NoRitualdoGrandeOrienteLusitano,tantoquantonode1834(iniciativaparticular da "Typographia Seignot e Plancher") e nos do Grande Oriente do Brasil de1837, de 1869 e de 1892, as Colunas Gmeas estavam em posies invertidas (e

    permanecemat

    hoje,

    no

    Rito

    em

    foco

    e,

    igualmente,

    assim

    esto

    nos

    Ritos

    Adonhiramita

    e Brasileiro) e seus capitis eram ornamentados pelo estilo corntio, dois equvocosjressaltados muitas vezes em trabalhos da lavra deste articulista, entre os quais, compormenores, no Captulo III da srie denominada "Introduo ao Rito Adonhiramita",exemplardejulhode2002de "ATROLHA",atcomesclarecimentos sobreaprimitivatraduoda Bbliaparao idioma grego, parao idioma latino e paraasduas primeirastraduesno idiomaportugus. Indubitavelmente,aMaonaria fazusode taisColunasinspirandosenasqueestavamnoTemplodeSalomo.Essaassertiva incontrovertvel,emdecorrnciadosprpriosnomesquefiguramnodenominadoVelhoTestamento(J...eB...).Masaprovadequeos capitisdasColunasGmeasdo TemplodeSalomono

    possuamoestilo

    corntio

    testificada

    pelo

    fato

    de

    que

    oreferido

    estilo

    foi

    usado

    pela

    primeira vez no Monumento de Liscrates, em Atenas, uns seiscentos anos,aproximadamente aps o Templo de Salomo. Aproveitemos esta oportunidade efaamosaafirmaodeque,nodenominadomundoprofano,osmaisantigosexemplosdeColunasGmeasestoemrunasegpciasdeTebasedeHelipolis,deondeesseusopassouparaaAssria,primeiro,eparaaFencia,depois.Deacordocomafirmaofeita,por este articulista, escrevendo, hpouco tempo, alhures, sobre tais Colunas, no nosesqueamosdeque foiumbronzista fencio, trioespecificamente,cujonomemuitofamiliaraosMestresMaons,quemfezasclebresColunas(emaispeasdebronze)doTemplodeSalomo.AindahoutrosnotveisexemplosderunasdeColunasGmeasna

    Antigidade

    Oriental

    e

    at

    mesmo

    em

    terras

    centro

    americanas.

    Neste

    segundo

    exemplo,

    surpreendente o que se v no Templo dos Guerreiros Maias em ChichenItz,descoberto pelo arquelogo norteamericano Edward Herbert Thompson, na atualGuatemala. No primeiro exemplo, merece destaque o Tmulo de Amintas IV, rei daMacednia,aotempodacivilizaogreganaTurquia.

    Quanto invertida posio das Colunas Gmeas,j vimos que o erropermaneceathoje,noRitoModerno(ejvimosque, igualmente,esseerroadotadopelosRitosAdonhiramitaeBrasileiro).Shouvemudananoscapitis(doRitoModerno)que passaram ao estilo egpciobabilnico. Que estilo egpciobabilnico? Nasreconstituies do Templo de Salomo, feitas, no denominado mundo profano, porabalizados

    pesquisadores,

    tais

    capitis

    possuem

    oestilo

    proto

    jnico

    ou

    fencio

    cipriota.

    Para que estes Comentrios no sejam feitos de maneira pressurosa, necessrioapontarque,novigenteRitual(ouseja,noRitualde1999doRitoModerno),antesdaparteconcernentedescriodoTemplo,halgumasconsideraessobreasquaisnopossvelficaremsilncio,sobpenadecensurvelomisso.Noentanto,esteespaogrficochegouao fim, forandooadiamentodaopiniodestearticulista,sobreaquelasconsideraes,paraaaberturadoprximoCaptulo.

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    CAPTULOXII

    NopresenteCaptulo,faremosalgumasconsideraessobrea introduoconstantedoRitualde1999doRitoModerno,doGrandeOrientedoBrasil.

    Aoanalisar

    aquela

    introduo,

    verifica

    se

    que

    hialino

    oseu

    escopo

    de

    colocaroRitoModernoacimadosoutrosRitos,cujosMaonsnoteriamoatributodepensarlivremente,eaMaonariaseriaconsiderada,poraquelesoutrosRitos,umaOrdemMstica(segundoodesacertadoconceitovistoemtalintroduo).Depois,estescritoqueaMaonariaFrancesatempadresracionaisecientficos.Diantedoexposto,ofocalizadotexto deixa implcito que as outras Maonarias no possuiriam os aludidos padres.Porm,aqualdasvriasMaonariasFrancesasotextoestariafazendoreferncia?GrandOrientdeFrance?LogeNationaleFranaise?GrandeLogeNationaleFranaise?GrandeLogeTraditionnelleetSymboliqueOpera?GrandeLogeMixteUniversele?GrandeLogeFmininedeMemphisMisraim?GrandeLoieMixtedeFrance?GrandeLoiedeFrance?

    FederationFranaise

    du

    Droit

    Humain?

    ou

    Grande

    Loge

    Nationa/e

    Franaise?

    Saliente

    se

    que esta ltima , de todas as Potncias Manicas france sas, a nica que possui osreconhecimentosmanicos internacionaisdaortodoxiaestabelecidapela"UnitedGrandLodgeofEngland".

    Demodo surpreendente,namesma introduoem foco, foi transcritaatraduoderesoluestomadas,noSculoXIX,peloGrandOrientdeFrance(agoraarefernciadeixoudeserMaonariaFrancesa,genericamente,masapenasaoGrandOrientdeFrance,demaneiraespecfica),nostermosseguintes:

    "O Rito Moderno mantmse tolerante mente imparcial, ou melhor,respeitosamenteneutro,quantoexignciaparaosseusadeptos,dacrenaespecficaemumDeus revelado,ouEnteSupremo,bemcomodacategricaaceitaoexistencialdeuma vida futura; nunca por contestante atesmo materialstico, mas pelo respeitoincondicionalaomododepensardecada Irmo,oupostulante." inacreditvel!Essasargiesnoconfiguramparalogismos.Configuramindisfarveissofismas.Demaisdisso,otranscritoconceitofrancstemvalorparaoGrandOrientdeFranceeparaasPotnciasManicasquelheseguemasdiretrizes,masnovlidonombitodoGrandeOrientedoBrasil.Logo,nosejustificaqueemumdeseusRituais(odoRitoModerno,de1999)tenhasidofeitaaquelatranscrio.

    Emverdade,

    todos

    os

    Ritos

    do

    Grande

    Oriente

    do

    Brasil

    (entre

    os

    quais

    est

    includooRitoModerno)devemrespeitosuaConstituio,emcujoartigo2, inciso I,estescritoquepostuladouniversaldaInstituioManica(umaevidenterefernciaMaonariaUniversal,enoscitadaPotnciaManicabrasileira)"aexistnciadeumprincpio criador: o Grande Arquiteto do Universo". (E na cabea do artigo 1, entreconsideraesoutras,estescritoqueaMaonaria"Proclamaaprevalnciadoespritosobreamatria".)

    Aoeventualargumentodequempretendafazeradefesadocitadotexto,ouseja,dotextotranscritonamencionadaintroduo,alegandoqueosMaonsdoRito

    Moderno(tanto

    quanto

    os

    demais,

    de

    todos

    os

    Ritos)

    podem

    ter

    eexpor

    suas

    concepes

    filosficas pessoais, livremente,atmesmo defendendo conceitos emitidospelo Grand

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    OrientdeFrance,aindaquecontrariemoreferidopostuladoconcernente"existnciadeum princpio criador", respondase que isso possvel, sim, desde que os divergentesdefensoresnopertenammencionadaPotnciaManicabrasileira,porquehaveriaumnotrioparadoxo,seeles,pertencendoaoGrandeOrientedoBrasil,pudessemcolocloemumplanosecundrio,comovisveldesrespeitoaumdospostuladosescritosemsua

    CartaMagna.

    Estearticulista (que foi Iniciadoem11dedezembrode1959,noGrandeOrientedoBrasil,deondejamaissaiuequelheconcedeuosttulosdeBenemritoedeGrandeBenemritoeascondecoraesEstreladaDistinoManicaeCruzdaPerfeioManica)vemasseverando,eagorarepete,quenoreligioso,sendopoisinsuspeitoe,assim,estvontadeparatecerestasindispensveisconsideraes.Nopretendeforjaraapologiadacrenanodeusdeumpovoounodeusdeumareligioounodeus feitoimagemesemelhanadohomemounodeusaoqualaartedasesttuaspossadarumaconfiguraomaterial.PretendequesejaobservadoportodososRituaisdetodososRitos

    doGrande

    Oriente

    do

    Brasil

    (entre

    os

    quais

    est

    includo

    oRito

    Moderno)

    oinescusvel

    respeitoaoqueestabeleceaConstituiodacitadaPotnciaManica,atravsdeumdeseusmandamentos.Essemandamentopreceitua(jvimos)queacrenana"existnciadeumprincpiocriador:oGrandeArquitetodoUniverso"umdospostuladosuniversaisdaInstituioManica.

    Um Rito que faa a apologia do agnosticismo (quando no do atesmovelado)nocabenoGrandeOrientedoBrasil,espoderiacaberseareferidaPotnciareformassea suaConstituio,expungisseassuas louvveis tradieseabrisseas suasrutilantes portas, permitindo que seus Templos fossem tisnados pela ndoa dairregularidademanica.

    Semquedesbordemosdoassunto,humepisdio ilustrativoa seraqui

    apresentado.Quando,em26desetembrode1951,oIrKurtProber,hojeprximodosnoventae seisanos de idadeeque, com sua extraordinria lucidez, continua sendo oeficiente Professor deste articulista, no dificlimo campo da Histria da Maonaria,recebeuaLuznaLoja"UnioEscosseza"(segundografiaoriginal),doRiodeJaneiro RJ,n105doGrandeOrientedoBrasil,LojaessaentodoRitoModerno,queelahaviaadotadoem7dejaneirode1927(mas,retornariaaoRitoEscocsAntigoeAceitoem20dejulhode1972),ajoelhouse,colocouamodireita sobreaBbliae fezjuramentoaoGrandeArquiteto do Universo. No foi uma exceo. Tratavase de uma regra seguida pela

    referidaLoja

    (apesar

    de

    esta

    ser

    do

    Rito

    Moderno,

    consoante

    j

    ficou

    esclarecido,

    e,

    registrese,apesardenoestaraquelaregraescritanoRitualentoemvigor,queeraode1949,impressona"TipografiaePapelariaCerbino",daRuaViscondedoUruguai,n394,Niteri RJ).Em1965,oreferidohistoriadorfoiVereinigteGrosslogevonDeutschland(GrandeLojaUnidadaAlemanha),comoobjetivodeconseguirqueelareconhecesseoGrande Oriente do Brasil. O pedido alcanou xito, pelo fato de o citado peticionriorelatar, sem explicaes outras, que, em sua Iniciao, prestou o mesmojuramentoexigidopelaaludidaPotnciaManicagermnica,daqualelepassouaser"GarantedeAmizade",apartirde20dejaneirode1966,permanecendoat31dedezembrode1976.

    Todavia,voltemos

    analisada

    introduo,

    constante

    do

    Ritual

    de

    1999

    do

    RitoModerno,doGrandeOrientedoBrasil.Almdoquejfoiacentuado,seriamcabveis

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    31

    algumas outras consideraes, porexemplo, em torno da referncia que ela faz sobre"Modernos"e"Antigos"(assuntodiscutvel,queexigeslidaculturahistricomanica)esobre"Asinversesdascolunas"(contrariandoaposionaqualelasestavamnoprimeiroTemplo de Jerusalm, que, nessee em alguns outros pontos, serviu de inspirao aosTemplosdaMaonaria).Noobstante,observemosaltimapartedaqueletexto,segundo

    oqual

    "O

    Rito

    Moderno

    no

    admite

    alimitao

    do

    alcance

    da

    razo,

    pelo

    que

    desaprova

    o

    dogmatismo e imposies ideolgicas e, por ser racionalista, e portanto adogmtico,propugnapelabuscadaVerdade,aindaqueprovisriaeemconstantemutao".Ficasecom a impresso (ou com a certeza?) de que o citado texto foi lavrado sob o totaldesconhecimento de que aqueles atributos no configuram um apangio do RitoModerno,massimdetodaaMaonaria,nostermosdacabeaedos incisos IatXdoartigo 1 da Constituio do Grande Oriente do Brasil, que so perfeitamente claros.Quantoaovocbuloracionalista,otextodacitada introduodeveterpretendido fazerrefernciaaumdosmodosdepensar,enoaumconjuntodesistemasfilosficos,ondeesto includos o cartesianismo, o eleatismo, o platonismo e outros. Ou ser que, na

    focalizadaintroduo,

    ovocbulo

    racionalista

    restringiu

    se

    ao

    Iluminismo

    nascido

    na

    InglaterranoSculoXVIIedesenvolvidonaFranaduranteoSculoXVIII?Lembremonosde que Clemente de Alexandria e Orgenes, filsofos cristos do Sculo III soconsiderados racionalistas, e, na escolstica, durante a segunda fase da Idade Mdia,houveatentativadeharmonizararazoeaf.

    Encerremos este Captulo, transcrevendo o amplo e oportuno incio dacabeadoartigo1daConstituiodoGrandeOrientedoBrasil,vlidoparatodososRitosdareferidaPotnciaManica:"AMaonariaumainstituioessencialmenteinicitica,filosfica,progressistaeevolucionista".

    CAPTULOXIII

    Preliminarmente, este articulista pede, com a devida vnia, que osRespeitveis Irmos Leitores vejam, ou revejam, o Captulo XI (publicado na edio dedezembro de 2004). Assim, melhor ser a compreenso deste, no qual no faremosreferncias aos endereos e aos nomes das tipografias nos quais foram impressos osRituaisquejcomeamosaexaminarequecontinuaremosexaminando.Deixaremosdefazer referncias a esses pormenores (que no possuem relevncia ritualstica, mas

    possueminescusvel

    valor

    histrico),

    pelo

    fato

    de

    t

    los

    apresentado,

    at

    exaustivamente,

    emCaptulos anteriores. S nonospodemosesquecer dequeesto em focoapenasRituais do Rito Moderno (apesar das raras e breves menes comparativas diante deoutros Ritos, quando isso for imprescindvel), de modo que, para as correspondentesidentificaes, bastar que mencionemos s os anos em que eles foram impressos,fazendoexceoaoRitualportugusdoGrandeOrienteLusitano,pois lhe ignoramosadata certa,apesar de sabermos que ele anterior a 1815, porque naquele ano erajusadopelaLoja"CommrcioeArtes",doRiodeJaneiro(queviriaaseran1doGrandeOrientedoBrasil).Nosepode ficarsemmencionlo,por tersido,aoquesesaiba,oprimeiroRitualusadoemnossaPtria,e,semdvida,eleprojetou inegveis influncias

    diretaseindiretas

    sobre

    Rituais

    posteriores,

    mesmo

    de

    outros

    Ritos.

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    Nadifciltcnicaderedigir,principalmentequandosoanalisadosassuntosinesgotveis,emtrabalhosbemresumidos,cadasituaopodeexigiraseqnciadeumatrilha.Atagora,nossasconsideraesapresentaramumavisoconjunta.Noobstante,deagoraemdiante,noporumaquestodeestilstica,masparaque sejaalargadaacompreensodecadatpico,comescopodidtico,melhorserqueaanlisedosquatro

    Rituaisescolhidos

    por

    este

    articulista

    (o

    do

    Grande

    Oriente

    Lusitano

    eos

    do

    Grande

    Oriente do Brasil, estes de 1837, 1892 e 1999, todos do Rito Moderno) seja feitaisoladamente, isto,deumporum,mesmoque lhes intercalemosalgumas remisses,quando indispensveis.Primeiramente,s faremosodescriodoTemplo.Aps,comomesmo critrio, reiniciaremos a anlise, examinando as trs Viagens pertinentes Iniciao. Poderamos dizer que os doze anteriores Captulos foram uma preparaoimprescindvelequeapartirdopresenteemaisosquatroposteriores, isto,osquatroltimosCaptulos,faremosumaanlisedireta.

    A descrio do Templo, de acordo com o Ritual do Grande Oriente

    Lusitano:

    No existiam maiores consideraes em torno das caractersticas dasColunasGmeas,salvoquantossuasletrasiniciais,"B"e"J,essuaserrneasposies,ao norte e ao sul, respectivamente, contrariando o Templo de Salomo. Infelizmente,essasposiesinvertidascontinuamnoRitoModerno.Cabesalientar,apesardeestaremfocososublinhadoRito,queessa,igualmente,aposioseguidaporoutrosdoisRitospraticadosnoGrandeOrientedoBrasil,oAdonhiramitaeoBrasileiro(noadotadospelasGrandes Lojas Estaduais, tanto quanto no adotado por elas o Rito Moderno). ComrelaoscitadasColunas,estearticulista reportaseaoque foivistonaparte finaldoCaptuloXI,emfacedoquel,comdestaque,foiapresentado.

    OsVigilantesficavam ladoa lado.OPrimeiroaosul.OSegundoaonorte.Essas posies, tanto quanto j vimos com relao s Colunas, continuam at hoje(tambm,noRitoAdonhiramita).Sobreamesa(eraesseovocbulousado)decadaumdos Vigilantes havia "uma luz" (talvez fosse uma vela, pois luz eltrica s viria a serconcretizada,comercialmente,apartirde1879,conformeestearticulistajrealouemvrios de seus Trabalhos) e um Malhete. Essas mesas eram triangulares (e assimcontinuam).

    OsExpertos(nohesclarecimentosobrequantoseleseram)ficavam"ao

    pdos

    VVig".

    O

    Orador,

    oTesoureiro,

    oSecretrio

    eoChanceler

    ficavam

    no

    Oriente.

    Os

    doisprimeiros ficavamaonorte.Osdoisltimosaosul.Nohoutrosesclarecimentossobreeles.Presumese,todavia,quecadaumpossussemesa.

    OGuardaInteriorficavajuntoportadoTemplo.OGuardaExteriorficavana"CmaradosPassosPerdidos".Naopiniodestearticulista,porumaquestodelgica,qualquer que sejaadenominao que tenha o GuardaExterior (Cobridor Externo,porexemplo),eledeveficar,sempre,do ladodefora,nopropriamentenaSaladosPassosPerdidos,masnotrio(dois locaisquesoconfundidos,comalgumafreqncia).Seelenoficassedoladodefora,estariadescaracterizadasuaprpriafuno.

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    O MestredeCerimnias situavase no Ocidente. Porm, o Ritual

    lacnico,aoassinalar:"emfrentedoVen".Realmente,faltouclareza,porquenoficouestabelecidaqualeraadistncia.MesmosendonoOcidente,seriamaispertodoOrienteoumaispertodosVigilantesounocentrodopavimento?Alis,estaltimadenominao,isto,pavimento,nemconstadoRitualoraempauta,nadescriodoTemplo(pginas1

    e2).

    Mas,

    na

    parte

    atinente

    Iniciao,

    est

    escrito

    que,

    aps

    orecebimento

    da

    Luz,

    o

    SegundoVigilanteacompanhavaoNefito"aopdoPainelqueestavanocho,ecoma

    pontadaEspadalheindicaasfigurascujoemblemaoVenlhevaiexplicar."(pgina23).Portanto, ficamossabendoque,sobreopavimento,haviaoPaineldeAprendiz,pormignoramos sua configurao, contudo h bastante lgica em nossa conjectura de quepoderiaseroPainelestampadoposteriormente,em1834,napginaI,volumelI,daobraportuguesa"BibliothecaManicaouInstrucoCompletadoFrancMaon"(impressanaFrana,noidiomaportugus,por"J.P.Aillaud",empresagrficasituadaemQuaiVoltaire,

    n 11,Paris),emquatro volumes,deautoriado Ir MiguelAntnioDias,eem vriasoutraspublicaes,algumasatuais,exemplificativamenteem1986,napgina4daobra

    francesa(desconhecida

    no

    Brasil)

    "La

    Symbolique

    ou

    Grade

    d'Aprenti",

    volume

    nico,

    do

    IrRaoulBerteaux,impressaem"ditionsdimaf",emParis(noconstaoendereo).

    Acrescentesequeaquelamesmaobservaodeveserfeitaquantopedrabruta,queomitidanadescriodoTemplo(pginas1e2,conformejfoiesclarecido),mas consta da parte atinente Iniciao (um pouco antes da mencionada passagem

    referenteaoPainel),nomomentoemqueoVenervelMestrediz:"IrMestrdeCer

    conduzioIraoOcparaqueelleaprendaatrabalharnapedrabruta..."(pgina22)equanto ao coxim, que , igualmente, omitido na descrio do Templo (pginas jreferidas),masconstadaparteatinente Iniciao,nomomentoemqueoCandidato

    prestavaoJuramento:

    "O

    Ir

    Mestr

    de

    Cer

    conduz

    oCandidato

    ao

    altar,

    faz

    lhe

    pr

    o

    joelhodireitosobreumcoxim..."(pgina18).

    NoOriente,estavaoTrono(isto,acadeiradoVenervelMestre)ediantedele uma "pequena mesa triangular" (portanto, as mesas do Venervel Mestre e dosVigilanteseramiguais,diversamentedoquevemoshoje,poisamesadoVenervelMestre retangular, pelo menos desde 1892, porque o Ritual de 1837, que comearemos oanalisar,emseguida,omisso,nesseponto).Sobreacitadamesaestavam"umaluz,umCompasso,umEs quadro,umabbliaeumMalhete".Observeseque,nadescriodoTemplo, liase o vocbulo mesa (do Venervel Mestre), diversamente do que se liana

    parte

    cor

    respondente

    Iniciao,

    onde

    j

    vimos

    o

    vocbulo

    altar

    (a

    se

    encontra

    uma

    das

    infindveisprovasdequeopesquisadorprecisasermuitocuidadoso).AcimadoTrono(acadeiradoVenervelMestre,reiterase)estavamarepresentaodoSol,doladonorte,ea representaodaLua,do ladooposto (nohaviaexplicao seaLuaestavaem fasecrescente,minguanteou cheia). Entreambosestava "oOlho Vigilante".H uma breve

    refernciaaoDossel,que ficava"porcimadaCadeiradoVen"equedeveriaserazul,supese(porextensointerpretativa),poisoTemplotinhaessacor.

    Eram omitidos a Cmara de Reflexo e o trio. J vimos o nome dadoentoSaladosPassosPerdidos.Outrasomisses,relativamenteaRituaisposteriores,osprpriosRespeitveisIrmosLeitoresironotandomedidaque(ounamedidaemque,

  • 8/11/2019 O RITO MODERNO.